"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO X - N. 109 * Campo Grande/MS * Fevereiro de 2015.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.


Assim como a pérola preciosa deve ser lapidada para apresentar todo o seu fulgor, se tiver que sofrer, sofra, mas sem revolta no coração. Áulus/ Otacir Amaral Nunes


O SUICÍDIO – A PORTA PARA O ABISMO 

Aquela bela jovem, com apenas dezesseis anos de idade, por conta de uma decepção amorosa, pensou seriamente em tirar a própria vida, porque supunha que não tinha mais razão para viver, quando resolveu contar o seu drama a amiga e confidente a decisão de cometer esse ato insano.

Sua amiga que já tinha conhecimento da Literatura Espírita, principalmente dos sofrimentos superlativos que aguarda essas pessoas que num ato precipitado resolvem fugir da vida por esse meio, como fossem resolver em definitivo os seus problemas, talvez numa exaltação exagerada da sensibilidade, em razão desse choque emotivo.

- Estou feliz pela confiança! Mas vejo-me na obrigação de esclarecer alguns detalhes sobre esse assunto: Por certo que não será fugindo do problema que a aflige que irá resolver a grande questão do seu destino. Como aquele que homem insensato que julga que seu sofrimento decorre da casa onde mora, muda-se para outra, na expectativa que tudo seja resolvido, mas logo percebe que cometeu um grande erro, simplesmente a nova residência não era a solução que esperava. Mas já não pode voltar atrás.

Assim diante das crises de sofrimento, ou das questões que não pode de pronto resolver, ore a Deus, pedindo forças e orientação, mesmo que a solução demore, nesse caso, mais paciência, mas não se precipite nesse abismo sem volta, além de que sofrerá amargamente por muito tempo.

Hoje, talvez não avalie direito os sofrimentos que esperam essas pessoas que se aventura a essa atitude inconsequente, porque com esse ato fere com grande profundidade o seu mundo intimo e levará muitas existências extremamente difíceis para restabelecer o equilíbrio orgânico e psíquico, além de que carregará as marcas que voluntariamente imprimiu com seu corpo espiritual.

Com isso voltará em outras existências com a marca da lesão que provocou no corpo físico, reflexo daquele ato de extrema violência que imprimiu em seu corpo espiritual, como forma de drenar para o corpo perecível os desequilíbrios da alma, assim que por maiores que sejam os sofrimentos não se entregue a esse desvario, porque é o mais grave atentado contra si e as leis do Pai supremo.

Por isso mesmo, por maiores que sejam as suas decepções, não se deixe abater, porque com persistência e otimismo, é certo que vencerá todos os problemas que se apresentem, pois que renasceu com todas as condições de enfrentar as vicissitudes da vida, ainda diante daquelas mais a difíceis vencer com galhardia.

Valha-se de seu potencial para vencer essas contingências adversas, mais tarde muito se felicitará por haver resistindo e superado certos obstáculos, considerados muito difíceis, mas necessário para transpor certas barreiras que criou no passado no caminho alheio.

Nesses momentos críticos confie em Deus e ore muito. Um dia compreenderá quanto foi importante haver resistido às sugestões do mal e vencer com esse ato de coragem e a crença fundamental em Deus.

Acima de tudo o Pai e não irá abandonar os seus filhos, porque é justiça e misericórdia, mostrando que se sofre hoje, já fez alguém sofrer no passado, logo estará de alguma forma ressarcindo o mal praticado ontem. Assim que veja o lado bom das dificuldades.

Não se canse de lutar, mas persista no caminho do bem que será um anteparo contra as investidas do mal, otimismo deve cultivar sempre e quando superar os seus desafios repita a expressão plena de alegria: Graças a Deus! Assim com muita fé e confiança siga em frente.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.

O PEREGRINO DA ESTRADA 

Conhecera Cornélius quando era jovem. Fora legionário romano, desligado da Unidade Militar onde servia, porque não tinha condições mentais, segundo julgara o seu comandante. Desde estão caminhando por estradas sem fim. Agora vivia na Palestina tão distante de onde nascera. Quem o visse pela primeira vez, certamente supunha que ele tinha algo urgente para resolver, a sua sina era caminhar. Parece que tinha uma necessidade enorme de perambular por ruas, trilhas e estradas. Ás vezes gesticulava, falava sozinho, comandava uma unidade, discutia e seguia em frente.

Aquele homem maduro estava ali naquela rua deserta, trazendo em seu rosto as marcas do tempo. Talvez não alcançasse o real significado de suas cicatrizes, mas como alguém que já viveu bastante pode avaliar por sinais externos que já passara muitas e variadas provações.

As roupas maltratadas pelo tempo e pela falta de cuidados. Os cabelos em completo desalinho, e a barba sem aparar.

Ele parecia carregar sobre os ombros um peso enorme, daí porque a sua postura encurvada. Sua aparência geral é de que envelhecera prematuramente. A voz trêmula atestava as suas enfermidades e parecia que as privações fizeram a grande diferença em sua vida.

Quando caminhava com o andar trôpego parece que iria até quando o corpo pudesse suportar. Às vezes parecia impossível de fixar com aprumo a sua trajetória. Outras vezes ele falava com grande sabedoria, outras tantas, não se entendia nada. O semblante triste e parecia indiferente à dor e ao julgamento do mundo.

Quem poderá dizer alguma coisa sobre o passado desse homem? Se a vida só lhe pregou peças, não sabe que ele muitas vezes enfrentara os vendavais da vida ou se vivera neles. Aprendeu muito e quanto lutou para sobreviver, em momentos de lucidez, estava naquela posição de que vivia mal, mas podia piorar, por isso, agora movido pela experiência já compreendia que se contar vivo já era uma bênção, embora, nessa altura, sequer soubesse por que vivia, talvez... Talvez vivesse porque não tinha outro jeito! Sem indagar muita coisa...

Nem sabia ao certo a razão, mas ia tocando em frente, sem nenhuma expectativa, como o homem da parábola, a cada dia bastam as suas dores, levanta-se a cada manhã porque cansou de ficar deitado num lugar desconfortável, e sem um programa para viver, talvez até pense, mais um dia para viver, ou melhor, sofrer, talvez com uma grande sorte possa encontrar algo para comer, ou alguém não lhe bata, desta feita, a porta na cara, não lhe dirija palavras duras e injuriosas, mas também se as disser que diferença fará, para um coração que tenha sofrido tantos reveses?...

Desde criança fora colocado no mundo pela mão do destino, lembra-se de sua querida mãe muito pouco, quando o carregava no colo, depois dizem que morreu. Foi viver com um tio que com ele não se importava, naquela casa havia outros meninos que batia nele por pura maldade, como sempre apanhasse, um dia resolveu reagir para se defender, e apanhou mais ainda. Não havia remédio tinha que ficar ali mesmo. Com o passar do tempo, começou a trabalhar em qualquer coisa que aparecesse, pagavam-lhe o que queriam, sempre estava bom, especialmente se tinha algo para comer e um lugar para dormir, com indiferença daquele que já viveu bastante, qualquer coisa servia, ou simplesmente tolerava, porque era um graveto diante das tempestades do caminho. Alistou-se numa unidade de infantaria, ficou ali seis anos, participou de alguns combates, até que devido a desequilíbrio emocional fora desligado da unidade militar.

. O que haveria deixado para traz naquele mesmo dia de nada mais se lembrava, ali estava aquele homem com a sua carga de aflição e sem esperanças, na sua visão se dá conta que talvez exista uma enfermidade secreta no seu peito que seja difícil de diagnosticar.

Um dia ouvi falar de um homem santo que curava todas as enfermidades, imaginou que talvez tivesse alguma. Porém sem muita convicção estava ali naquele lugar, porque já passara por tantas decepções, porém uma a mais, ou a menos, não faria diferença nenhuma.

Lá chegando... Aproximando-se para vê-lo melhor. Ele o chamou pelo nome, Cornélius! Chegou Finalmente! Como já o conhecesse a longo tempo, parece que seu olhar penetrou no fundo de sua alma e disse-lhe: o que quer de mim?

- Se possível o senhor podia me curar das chagas do corpo e da alma... Falou como se movido por uma voz interior...

Aquele homem levantando os olhos para os céus colocou as suas mãos sobre a cabeça dele, como se um energia poderosa percorresse todo o seu corpo enfraquecido...

- Sim, eu quero, fica limpo! E não torne a pecar mais, para que não lhe suceda um mal maior, com um olhar, que encheu a sua alma de esperança e alegria, aquele peso que carregava sobre os ombros por tantos anos, parece que fora retirado de repente, senti-se leve, alegre, feliz.

Ficou ainda por perto até o cair da tarde, quando aquele homem majestoso em sua simplicidade se retirou para orar com alguns discípulos. Não o viu mais.

Na manhã seguinte seguiu a sua rota, aliás, a sua nova rota. Pela primeira vez sentiu a vida pulsar em sua alma, criando-lhe expectativas animadoras sobre o futuro. Agora viver era preciso, venceu a fadiga constante, estava disposto a fazer alguma coisa. O mundo tinha outro colorido, as pessoas parecem que tinha outro brilho no olhar, não mais aquelas palavras duras e cruéis que sempre ouvira cheia de desprezo e preconceito, que como final punhal penetrava-lhe o coração.

Porém, agora tinha um olhar de bondade para todos e para o mundo, até os maus que o feriram impiedosamente, olhava-os com outra olhar, parece que estava muito distante daquele olhares maldosos do passado, começou a viver de maneira muito diversa e ao contrário do que vivera até então.

Naqueles dias sentia um incentivo muito grande para viver, não importava se debaixo de uma árvore, ou não, não havia mais a indiferença diante da dor dos outros, mas até com sua pobreza podia ajudar os mais pobres do que ele.

Necessitava tão pouco para viver, queria viver em paz com o mundo, não sabia, mas aquele homem chamado Jesus infundiu-lhe novas esperanças, talvez de um futuro melhor.

Nessa nova fase já tinha um roteiro, mas era certo que sempre haveria tempestades, mas não importava mais, porque tinha uma luz no coração, agora queria ser bom e generoso até com os ingratos e maus, não necessitava que as pessoas o tratassem com compaixão como outrora até se julgava no direito, agora a obrigação era dele, pois que sabia dessas coisas maravilhosas que a bem proporciona e faria o bem sempre, ainda sendo tão pequenino e tão sem recursos.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.

SABER VIVER

Toda Lei Divina revela serena imparcialidade. Fuga à responsabilidade não diminui o quadro de nossas obrigações.

Não adianta paralisares o teu relógio, porque as horas seguirão sempre, independentemente dele e de ti...

Toda transformação moral há de ser profunda. Mudanças aparentes não modificam o espírito para melhor.

O corte dos cabelos ou o uso do chapéu não te renovam os pensamentos no íntimo da cabeça...

Todo corpo há de ser governado pelo espírito. A rigor, a carne só é fraca quando reflete o ânimo indeciso.

Os sapatos aparentemente te conduzem os pés porque os teus pés os conduzem...

Todo empréstimo terrestre é passageiro. Imperioso desapegarmo-nos da matéria, desoprimindo o espírito.

Apenas dinheiro no bolso não te outorga à tranqüilidade da consciência...

Toda pessoa para ser verdadeiramente feliz reclama trabalho. Mas somente o trabalho que serve bem de todos é alimento da Criação.

Algumas vezes encontramos irmãos nossos que se dizem cansados de trabalhar e acabam hospedados pela polícia.

Toda criatura tanto precisa de conhecimento quanto de bondade.

Nem só estudo e nem só benevolência libertam integralmente a alma.

Os óculos não te corrigem os defeitos da vontade e nem à vontade te corrige os defeitos da visão...

Todo coração necessita de amor. Urge discernir como se ama e como se é amado.

Os parasitos, decerto, agarram-se às próprias vítimas atendendo a impulsos de bem-querer...

Toda existência tem objetivos específicos. A ação construtiva que surge para ser feita agora não deve ser adiada.

A tua carteira de identidade só vale para a presente encarnação...

O espiritismo ensinar-te-á como viver proveitosamente, em plenitude de alegria e de paz, ante o determinismo da evolução.

Viver por viver todos vivem.

O essencial é saber viver.

André Luiz
Do livro “Opinião Espírita”, médiuns Francisco C. Xavier e Waldo Vieira.

 

DESAPEGUE-SE

 

Como colegiais aqui nos encontramos e profundamente agradecidos.

Como chuva mansa que lava e hidrata o solo assim a lição veio hidratar nossa compreensão.

Como agasalho que aquece assim quentinho de gratidão nossos Espíritos infantis se encontram.

Como alimento que nutre assim nos sentimos saciados e felizes.

Como o remédio que cura assim nos sentimos curados e prontos para o exercício do desapego.

Agradecidos a Deus por esta escola que nos faltou desde tenra idade.

Obrigado irmãos e amigos o apego nos escravizou a tal ponto que comparando aos presidiários que cumpriram a pena e quando as grades foram abertas uma tristeza tomou conta e não desejaram sair para a liberdade e apreciar o contato com os libertos e emancipados.

Parece cruel a todos que ligados pelos laços do afeto deixamos provisoriamente.

Como doentes em um hospital quando recebeu alta ficaram inseguros e temerosos em abandonar o leito e a atenção afetuosa dos companheiros que fizeram companhia e daqueles que cuidaram, zelaram com simpatia e apreço.

Resulta do afetivo apego a tudo e a todos, sofrimento cruel.

Treinem o desapego para quando a porta se abrir para a passagem rumo à liberdade todos estejam felizes e livres das peias desta escravidão que é fruto da imaturidade espiritual.

Rogamos a Deus  que os abençoe e os oscule com muita luz.

Gratidão profunda.

CESFA
Campo Grande/MS

 

CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA

O Espiritismo não vem, pois, com sua autoridade privada, formular um código de fantasia; a sua lei, no que diz respeito da alma, deduzida das observações do fato, pode resumir-se nos seguintes pontos:

1. º - A alma ou Espírito sofre na vida espiritual as conseqüências das imperfeições que não conseguiu corrigir na vida corporal. O seu estado, feliz ou desgraçado, é inerente ao seu grau de pureza ou impureza.

2. º - A completa felicidade prende-se à perfeição, isto é, à purificação completa do Espírito. Toda imperfeição é, por sua causa de sofrimento e de privação de gozo, do mesmo modo que toda perfeição adquirida é fonte de gozo e atenuante dos sofrimentos.

3. º - Não há uma única imperfeição da alma que não importe funestas e inevitáveis conseqüências, como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de gozo.

A soma das penas é assim proporcionada à soma das imperfeições, como a dos gozos à das qualidades.

A alma que tem dez imperfeições, por exemplo, sofre mais do que a que têm três ou quatro; quando dessas dez imperfeições não lhe restar mais que a metade ou um quarto, menos sofrerá e gozará de inteira felicidade quanto não tiver nenhuma. Também na Terra, quem tem muitas moléstias, sofre mais do que quem tenha apenas uma ou nenhuma, pela mesma razão, a alma que possui dez perfeições tem mais gozos do que outra menos rica de boas qualidades.

4. º - Em virtude da lei do progresso que dá à alma a possibilidade de adquirir o bem que lhe falta, como de despojar-se do que tem de mau, conforme o esforço e vontade próprios. Temos que o futuro é franco às criaturas, Deus não repudia nenhum de seus filhos, antes os recebe em Seu seio à medida que atingem a perfeição, deixando cada um o mérito das próprias obras.

5. º - Dependendo o sofrimento da imperfeição, a alma traz consigo o próprio castigo ou prêmio, onde quer que se encontre, sem necessidade de lugar circunscrito.

O inferno está em toda parte em que haja almas sofredoras e o céu igualmente onde houver almas felizes.

6. º - O bem e o mal que faremos decorrem das qualidades que possuímos. Não fazer o bem quando podemos é, portanto o resultado de uma imperfeição. Se toda imperfeição é fonte de sofrimento, o Espírito deve sofrer não somente pelo mal que fez como pelo bem que deixou de fazer na vida terrestre.

7. º - O Espírito sofre pelo mal que fez, de maneira que, sendo a sua atenção constantemente dirigida para as conseqüências desse mal, melhor compreende os seus inconvenientes e trata de corrigir-se.

8. º - Sendo infinita a justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenham conseqüências fatais, como não há uma única ação meritória, um bom movimento da alma que se perca, mesmo para os mais perversos, por isso que constituem essas ações um começo de progresso.

9. º - Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se o não for numa existência, sê-lo-á na seguinte ou nas seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá necessidade de pagar segunda vez.

10.º - O Espírito sofre, quer no mundo corporal, quer no espiritual, a conseqüência das próprias imperfeições. As misérias, as vicissitudes padecidas na vida corpórea, são oriundas das nossas imperfeições, são expiações de faltas cometidas na presente ou em precedentes existências.

Pela natureza dos sofrimentos e vicissitudes da vida corpórea, pode julgar-se a natureza das faltas cometidas em anterior existência e das imperfeições que as originaram.

11.º - A expiação varia segundo a natureza e gravidade da falta, podendo, portanto, a mesma falta determinar expiações diversas, conforme as circunstâncias, atenuantes ou agravantes, em que for cometida.

12.º - Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração do castigo: a única lei geral é que, segundo o seu valor, toda falta terá punição bem como recompensa todo ato meritório.

13.º - A duração do castigo depende da melhoria do Espírito culpado.

Nenhuma condenação por tempo determinado lhe é prescrita. O que Deus exige por termo de sofrimentos é um melhoramento sério, efetivo, sincero, de volta ao bem.

Desta maneira o Espírito é sempre o árbitro do próprio destino, podendo prolongar os sofrimentos pela pertinácia no mal ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem.

Uma condenação por tempo predeterminado teria o duplo inconveniente de continuar o martírio do Espírito renegado, ou de libertá-lo do sofrimento quando ainda permanecesse no mal. Ora, Deus que é justo só pune o mal enquanto existe e deixa de puni-lo quando não existe mais; por outras palavras, o mal moral, sendo por si mesmo causa de sofrimento, fará este durar enquanto subsistir aquele ou diminuirá de intensidade à medida que ele decresça.

14.º - Dependendo da melhoria do Espírito a duração do castigo, o culpado que nunca melhorasse sofreria sempre e para ele a pena seria eterna.

15.º - Uma condição inerente à inferioridade dos Espíritos é não lobrigarem o término da provação, acreditando-a eterna, como eterno lhes parece deva ser o castigo.

...

Continua no próximo número...
Extraído do livro “O Céu e o Inferno” de Allan Kardec.

 

Teste com consulta .

Com base no texto Código Penal da Vida Futura, responda as questões abaixo descritas.

 

1. Por que o espírito sofre na vida espiritual?.................................................................................

O que influi no seu estado feliz ou infeliz?....................................................................................

2. Do que depende a verdadeira felicidade?....................................................................................

Assim se conclui que toda imperfeição é causa de..........................................................................

Toda qualidade (virtude)..................................................................................................................

3. É fácil compreender a lei da justiça?....................................................................................Cada imperfeição corresponde a.....................................................................................................como toda qualidade boa a ......................................................................................................................

4. O que se pode deduzir da lei do progresso?..............................................................................

Deus abandona seus filhos?................... Seus méritos são justificados por..................................

5. Há um lugar circunscrito onde a alma traz consigo o próprio castigo ou prêmio? ........................ Portanto, o inferno está onde existe.................. e o céu igualmente onde houver...........................................................................................................................................

6. Já aprendemos que o bem ou o mal que faremos decorrem das qualidades que possuímos. Não fazer o quando podemos é................................................................... Toda imperfeição é fonte de sofrimento?.............................................................................. Assim que o espírito sofre por..............................................................................................................................................e pelo .................................................................................................................................................

7. Que ensinamento pode tirar o espírito que sofre pelo mal que fez.............................................

8. Algo pode sonegar-se à justiça de Deus?........................ Assim o mal e o bem são.............................................. Não havendo uma................. ou um pensamento mau que.................... como não há uma única ação................................................................................

9. Toda falta cometida, todo o mal realizado......................................................................se não for numa....................................................... Aquele que quitou a dívida poderá pagar uma segunda vez? ...................................................................................................................................

10. Por que o espírito sofre............................................................................................................. As misérias, e as vicissitudes decorrem do que mesmo?.................................................................

11. Do que fatores decorrem a expiação?........................................................................................

12. Não havendo uma regra absoluta quanto à natureza e duração do castigo. Qual a lei geral?...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................13. Do que depende o término do sofrimento do espírito?..........................................................

........................................................................................... O que Deus exige por termo do sofrimento?.................................................................................................................................

Assim sendo o espírito é árbitro do seu próprio destino, portanto, poderá......................................

..........................................................................................................................................................

14. A que se deve essa suposição da eternidade das penas?...........................................................

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HISTÓRIA LIGEIRA

O candidato ao ministério cristão penetrou o templo do serviço e proclamou-se transformado.

Na primeira semana, afirmou-se favorecido pela divina Luz e, depois de solene profissão de fé, assinalou fronteira entre ele e o pecado, entre a sua perfeição e o mundo envilecido.

Na segunda semana, discursou, ardentemente, conclamando o povo à salvação com o Cristo.

Na terceira, traçou programas e promessas, na esfera da beneficência, mostrando-se inclinado a socorrer infelizes, curar doentes e asilar criancinhas abandonadas.

Na quarta, declarou-se vítima de incompreensão e da discórdia, entre pesadas nuvens de tristeza e insubmissão.

Na quinta, apareceu cansado e desiludido, indicando os males do mundo e os defeitos dos irmãos.

Na sexta, rogou ao Senhor licença para descansar.

Na sétima, deitou-se e dormiu por duzentos anos.

Nesse candidato às bênçãos do Evangelho, temos a história de milhões.

"Muitos chamados, poucos escolhidos”.

Oportunidades para todos e serviço de raros.

Em verdade, o Divino Amigo continua curando, levantando, consolando, reanimando e convidando almas para o banquete do Reino de Deus, mas os seguidores e discípulos começam a tarefa mais alta... Pronunciam votos comovedores, gesticulam e ensinam; entretanto, em poucos dias, antes, mesmo de marcharem dez passos, na senda da salvação, reclamam férias espirituais para o repouso de vários séculos.

 

Mensagem do livro " Educandário de Luz" de André Luiz - Francisco C. Xavier

 

EDUCAÇÃO

Em agosto de 1976, Chico Xavier visitou a Penitenciária do Estado, na Capital de São Paulo, ocasião em que foram formuladas as seguintes perguntas:

1. - Chico, em que idade deve ser iniciada a educação do ser humano ?

- A educação conforme instruções de nossos amigos espirituais deve começar nos primeiros dias de nossa reencarnação, ou mais propriamente de nossa existência no plano físico.

2. - Será lícito deixar que os filhos cresçam e adquiram a idade em experiência para então entrarem para uma crença? Ou isso corresponde a uma falta por parte dos pais, na educação dos filhos?

- Nosso amigo Emmanuel costuma dizer que nós planificamos as nossas cidades, e propiciamos educação até mesmo às nossas plantas. Os animais que nos servem foram seres profundamente selvagerizados, se podemos dizer assim; entretanto, pela domesticação, eles são elementos úteis em nossa existência. De modo que a criança não deveria ser abandonada aos próprios impulsos nos primeiros tempos de nossa vida, de nossos primeiros mestres. Devem, pela lógica da natureza e pela bondade da Providência, os nossos próprios pais ou tutores espirituais que tomam lugar deles, nós precisamos de nossos pais em nossa formação, para que nós possamos exercer o nosso papel de criaturas úteis dentro de nossos grupos sociais com o máximo rendimento, na seara do bem, dentro da vida.

3. -Todos nós nascemos com uma noção de liberdade, que nos é dada por Deus, e que se desenvolve na medida que crescemos, ou esse sentimento depende da educação que recebemos?

- Sem dúvida que trazemos as nossas tendências, pois somos espíritos imortais, reencarnados para função reeducativa. Na maioria de nós outros, cremos que poucos de nós sobre a Terra seremos educandos, mas, na maioria quase absoluta, somos espíritos reeducandos, somos criaturas de recapitulação, para que nós venhamos a criar o burilamento, de modo que a educação é fator inalienável em nosso processo de aperfeiçoamento espiritual para uma vida superior. Nós, naturalmente, somos senhores de nossos próprios destinos, arquitetos de nossas vidas, mas, se encontrarmos mãos amigas, vozes fraternas e situações favoráveis, nós todos contaremos com maiores recursos, para acertar nas soluções de nossos problemas.

4. - Se a educação influi no desenvolvimento de nossa liberdade, parte dos erros deveria ser resgatada por quem nos educou mal, ou deixou de fazê-lo, por comodismo ou displicência ?

- Não vamos criar teoria em torno do assunto; porque isso demandaria muito tempo. Nós conhecemos amigos em nossa existência mediúnica, que já vai para algumas décadas, amigos que foram displicentes para com a educação dos filhos, que me dizem que vão voltar, para recolherem nos filhos reencarnados as sementes de plantas espirituais negativas, que eles criaram nos corações dos filhos. Por exemplo, quando nós induzimos os filhos ao ódio, ao orgulho, à agressividade exagerada, com nossos desrespeitos às leis da vida, nós mais tarde vamos compreender o nosso erro vamos resgatar, ajudando esses mesmos espíritos que ocuparam a situação de nossos filhos, a irradiarem do coração deles, essas raízes improdutivas e venenosas, que criam tantos problemas e tantas dificuldades para nossa vida. Praticamos a indiferença, mas iremos resgatar essa indiferença em existências posteriores.

5. - Aquele que se omite, nas ocasiões em que solicitamos ajuda para importantes decisões, será o responsável pelos nossos erros?

- O próprio Allan Kardec, que recebeu tanta veneração e que recebe de nós todos, tanto respeito e tanto reconhecimento, em seus estudos, nos diz que todos aqueles que omitem, diante do desequilíbrio, eles fazem também responsáveis pelo desequilíbrio. Agora, a manifestação nossa diante de tal desequilíbrio dever ser realizada, em bases de amor, porque não temos que ferir criatura alguma, e qualquer desequilíbrio de nossos irmãos na Terra é posição para qual também somos induzidos, de modo que precisamos desse amor, que Nosso Senhor Jesus Cristo nos legou, para que nos entendamos com os outros para ajudarmo-nos mutuamente com a segurança que surja.

 

Extraído do Jornal Espírita de janeiro/99, Reportagem de J. P. Andrade e Nércio Alves.

 

VIDAS SUCESSIVAS

"Não te maravilhes de te haver dito: Necessário vos é nascer de novo".Jesus (João, 3:7)

A palavra de Jesus a Nicodemos foi suficientemente clara.

Desviá-la para interpretações descabidas pode ser compreensível no sacerdócio organizado, atento às injunções da luta humana, mas nunca nos espíritos amantes da verdade legitima.

A reencarnação é lei universal.

Sem ela, a existência terrena representaria turbilhão de desordem e injustiça; à luz de seus esclarecimentos, entendemos todos os fenômenos dolorosos do caminho.

O homem ainda não percebeu toda a extensão da misericórdia divina, nos processos de resgate e reajustamento.

Entre os homens, o criminoso é enviado a penas cruéis, seja pela condenação à morte ou aos sofrimentos prolongados.

A Providência, todavia, corrige, amando ... Não encaminha os réus a prisões infectas e úmidas. Determina somente que os comparsas de dramas nefastos troquem a vestimenta carnal e voltem ao palco da atividade humana, de modo a se redimirem, uns à frente dos outros.

Para a Sabedoria Magnânima sem sempre o que errou é um celerado, como nem sempre a vitima é pura e sincera. Deus não vê apenas a maldade que surge à superfície do escândalo; conhece o mecanismo sombrio de todas as circunstâncias que provocaram um crime.

O algoz integral como a vitima integral são desconhecidos do homem; o Pai, contudo, identifica as necessidades de seus filhos e reúne-os, periodicamente, pelos laços do sangue ou na rede dos compromissos edificantes, a fim de que aprendam a lei do amor, entre as dificuldades e as dores do destino, com a bênção de temporário esquecimento.

Emmanuel
Mensagem recebida pelo médium Francisco C. Xavier

 

JESUS EM AÇÃO

Irmãos surgem que, de vez em vez, se afirmam contra a beneficência, alegando que enquanto nos consagramos ao socorro material esquecemos os nossos deveres na iluminação do espírito. E enfileiram justificações às quais a Doutrina Espírita, revivendo os ensinamentos de Jesus, opõe naturais contraditas.

Senão vejamos:

A assistência social, no fundo, deve pertencer ao poder público?

Indiscutivelmente, ninguém nega isso, mas se estamos na praia, vendo companheiros que se afogam, como recusar cooperação ao serviço de salvamento, quando estamos aptos a nadar?

Não adianta dar migalhas aos irmãos em penúria, cujas necessidades são gigantescas?

Consideremos, porém, que se não começamos as boas obras, com o pouco de nossas possibilidades reduzidas, nunca aprenderemos a desligar-nos do muito para colaborar a benefício dos outros.

Desaconselhável auxiliar criaturas viciadas com o que apenas conseguiríamos conservá-las em perturbação e desequilíbrio?

Quem se nós poderá medir a própria resistência, ante as provações do caminho e de que modo apreciaríamos a conduta do próximo para conosco, se fôssemos nós os caídos em tentação?

Muitos dos chamados pedintes mostram mais necessidade de trabalho que de auxílio?.

Claramente justa a alegação, mas muito raramente quem diz isso demonstra a disposição ou a possibilidade de ser o empregador.

Devemos cogitar exclusivamente do ensino moral, de maneira a cumprir as tarefas de orientação que o espiritismo nos preceitua?

Sem dúvida, é obrigação nosso colocar, acima de tudo, a obra educativa do espírito eterno, mas é importante lembrar que o próprio Cristo se empenhou a alimentar a multidão faminta, ao ministrar-lhe as Boas Novas de Salvação, de vez que não há cabeça tranqüila sobre estômago atormentado.

Compreendamos isso e, quando nos seja possível, entreguemo-nos à escola do amparo fraterno, com todas as nossas forças, reconhecendo que estamos cada vez mais necessitados de caridade, em todos os sentidos, de uns para com os outros, a fim de revelarmos que o Espiritismo é realmente Jesus em ação.

Emmanuel
Mensagem recebida pelo médium Francisco C. Xavier

 

“A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser uma realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém, o resultado da observação. Ergue-se o véu; o Mundo Espiritual apareceu-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriam, pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação; aí os vemos em todas as peripécias da vida de Além-Túmulo. Eis por que os espíritas encaram a morte calmamente".

Extraído do livro “O Céu e o Inferno ”, capítulo II, item 10, de Allan Kardec.

 

OS PRIVILÉGIOS DE CHICO

Certa feita, estando na cidade de São Paulo, um comerciante tivera o prazer de receber a visita do evangelizado médium de Uberaba. Desconhecendo a vida real de Chico, afirmou ser ele um privilegiado.

O humilde seareiro da Doutrina Espírita, sem trair sua condição de equilíbrio, respondeu de pronto:

- Meu amigo, eu não sei quais são os meus privilégios perante os céus, porque fiquei órfão de mãe com cinco anos de idade, fui entregue à proteção de uma senhora que durante quase dois anos, graças a Deus, me favoreceu com três surras de vara de marmelo por dia, empreguei-me numa fábrica de tecidos aos oito anos de idade e nela trabalhei quatro anos seguidos, à noite, estudando na escola primária durante o dia. Não podendo continuar na fábrica, empreguei-me como auxiliar de cozinha, balcão e porta de um pequeno empório, durante mais quatro anos. Em seguida, empreguei-me numa repartição do Ministério da Agricultura, na qual trabalhei trinta e dois anos, começando da limpeza da repartição, até chegar a escriturário, quando me aposentei. Em criança, sofri moléstia da pele, fui operado no calcanhar, onde me cresceu um grande tumor. Sofri dos doze aos quinze anos de Coréia ou “Mal de São Guido”, fui operado em 1951 de uma hérnia estrangulada, acompanhei a desencarnação de irmãos que me eram particularmente queridos em família. Sofri um processo público, em 1944, de muitos lances difíceis e amargos, por causa das mensagens do grande escritor Humberto de Campos. Em 1958, passei por escandalosa perseguição, com muitos noticiários infelizes da imprensa, perseguição de tal modo intensa, que me obrigou a sair do campo reconfortante da vida familiar em Pedro Leopoldo, onde nasci. Transferindo-me para Uberaba, em 1959, para que houvesse tranqüilidade para meus familiares, que não tinham culpa de eu haver nascido médium. Em 1968, fui internado no Hospital Santa Helena, aqui em São Paulo, para ser operado numa cirurgia de muita gravidade e, agora, no princípio deste ano, ano do cinqüentenário de minhas pobres faculdades mediúnicas, agravou-se em mim um processo de angina, que começou em novembro do ano passado. Angina essa com a qual estou lutando muito!...

E terminou:

- Se tenho privilégios como o senhor imagina, devo os ter sem saber!...

Revista “O Espírita”, fev/março/88

 

AINDA É A CARIDADE

Para cada um de nós, Deus reservou oportunidades valiosas, para que encontrássemos a paz, dentro dos limites de trabalho, endereçando para o nosso coração, sempre outro coração, comprometido com o bem...

Se alegas cansaço, disciplina-te na oração, e dá o melhor de ti, valorizando cada momento, em que te encontras a serviço da caridade.

Contigo, criaturas queridas dividem os minutos, fazendo-te companhia nas horas de solidão, melhorando a tua capacidade de servir.

Sê o trabalhador bem-aventurado e coloca-te sem reclamações, nas frentes de trabalho que te recomendem, orientando-te no Evangelho de Jesus. Quem sabe encontrarás a tua disposição, outros mecanismos úteis, que te aproximarão da verdade, ensinando-te que a prudência é uma aliada indispensável, enquanto dure a tua permanência nas frentes, que hoje, dificilmente desaparecerá de teu alcance, mostrando-te o quanto é indispensável à presença de Deus.

Confia e trabalhe!

No outro lado da vida perceberás que o tempo não tem limites e que somente na presença do amor, suportarás com dedicação cada etapa de seu compromisso com o bem.

Age em nome do Criador e estarás forte e organizado frente às determinações da vida, compreendendo que cedo ou tarde estarás a serviço dos mais necessitados, compreendendo que a melhor fórmula para o crescimento espiritual ainda é e continua sendo a caridade .

Ezequiel
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública, Campo Grande/MS.

 

A SEMENTE DA PAZ E DA ESPERANÇA

Nesse instante em que pedíamos com fervor, vi que um foco de luz atravessava a pesada atmosfera, banhando aquelas frontes imersas no martírio. Nenhuma delas percebeu aquele clarão; somente em alguns notei a eflorescência de uma estranha ansiedade, que representava ligeiro alívio ao mesmo tempo...

Escutei, em seguida, o meu guia dizer:

- “Vamos, filha! A nossa prece foi ouvida. Se os sofredores não conseguiram receber seus benefícios imediatamente, pelo estado de dor e de endurecimento em que se encontram, basta, para a nossa alegria, que algumas dessas almas vagamente tenham sentido o sagrado influxo dos nossos apelos; porque hoje, nesses corações que experimentaram o anseio da felicidade e da perfeição, plantamos com as nossas rogativas sinceras os lírios perfumados da paz e da esperança”.

Maria João de Deus
Do livro “Cartas de uma Morta”, do médium Francisco Cândido Xavier.

 

 

 

 

 

ANO X - Nº 109– Campo Grande/MS -fevereiro de 2015..
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
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