NATAL SIMBÓLICO
Harmonias cariciosas atravessavam a paisagem, quando o lúcido mensageiro continuou:
- Cada espírito é um mundo onde o Cristo deve nascer...
Fora loucura esperar a reforma do mundo, sem o homem reformado. Jamais reconheceremos povos cristãos, sem edificarmos a alma cristã...
Eis por que o Natal do Senhor se reveste de profunda importância para cada um de nós em particular.
Temos conosco oceanos de bênçãos divinas, maravilhosos continentes de possibilidades, florestas de sentimentos por educar, desertos de ignorância por corrigir, inumeráveis tribos de pensamentos que nos povoam a infinita extensão do mundo interior. De quando em quando, tempestades renovadoras varrem-nos o Último, furacões implacáveis atingem nossos ídolos mentirosos.
Quantas vezes, o interesse egoístico foi o nosso perverso inspirador?
Examinando a movimentação de nossas idéias próprias, verificamos que todo principio nobre serviu de precursor ao conhecimento inicial do Cristo.
Verificou-se a vinda de Jesus numa época de recenseamento.
Alcançamos a transformação essencial justamente em fase de contas espirituais com a nossa própria consciência, seja pela dor ou pela madureza de raciocínio.
A única estalagem ao Hóspede Sublime foi a Manjedoura.
Não oferecemos ao pensamento evangélico senão algumas palhas misérrimas de nossa boa-vontade, no lugar mais escuro de nossa mente.
Surge o Infante Celestial dentro da noite.
Quase sempre, não sentimos a Bondade do Senhor senão no ápice das sombras de nossas inquietações e falências.
A estrela prodigiosa rompe as trevas no grande silêncio.
Quando o gérmen do Cristo desponta em nossas almas, a estrela da divina esperança desafia nossas trevas interiores, obscurecendo o passado, clareando o presente e indicando o porvir.
Animais em bando são as primeiras visitas ao Enviado Celeste.
Na sujidade de nossa transformação moral, em face da alvorada nova, os sentimentos animalizados de nosso ser são os primeiros a defrontar o ideal do Mestre.
Chegam pastores que se envolvem na intensa luz dos anjos que velam o berço divino.
Nossos pensamentos mais simples e mais puros aproximam-se da idéia nova, contagiando-se na claridade sublime, oriunda dos gênios superiores que nos presidem aos destinos e que se acercam de nós, afugentando a incompreensão e o temor.
Cantam milícias celestiais.
No instante de nossa renovação em Cristo, velhos companheiros nossos, já redimidos, exultam de contentamento na esfera superior, dando glória a Deus e bendizendo os Espíritos de boa-vontade.
Divulgam os pastores a noticia maravilhosa.
Nossos pensamentos, felicitados pelo impulso criador de Jesus, comunicam-se entre si, organizando-se para a vida nova.
Surge a visita inesperada dos magos.
Sentindo-nos a modificação, o mundo observa-nos de modo especial.
Os servos fiéis, como Simeão, expressam grande júbilo, mas revelam apreensões justas, declarando que o Menino surgirá para a queda e elevação de muitos em Israel.
Acalentamos o pensamento renovador, no recesso da alma, para a destruição de nossos ídolos de barro e desenvolvimento dos germens de espiritualidade superior.
Ferido na vaidade e na ambição, Herodes, determina a morte do Pequenino Emissário.
A ignorância que nos governa, desde muitos milênios, trabalha contra a idéia redentora, movimentando todas as possibilidades ao seu alcance.
Conserva-se Jesus na casa simples de Nazaré.
Nunca poderemos fornecer testemunho à Humanidade, antes de fazê-lo junto aos nossos, elevando o espírito do grupo a que Deus nos conduziu.
Trabalha o Pequeno Embaixador numa carpintaria. ,
Em toda realização superior, não poderemos desdenhar o esforço próprio.
Mais tarde, o Celeste Menino surpreende os velhos doutores.
O pensamento cristão entra em choque, desde cedo, com todas as nossas antigas convenções relativas à riqueza e à pobreza, ao prazer e ao sofrimento, à obediência e à mordomia, à filosofia e à instrução, à fé e a ciência.
Trava-se, então, dentro de nosso mundo individual, a grande batalha.
A essa altura, o mensageiro fez longa pausa.
Flores de luz choviam de mais alto, como alegrias do Natal, banhando-nos a fronte. Os demais companheiros e eu aguardávamos, ansiosos, a continuação da mensagem sublime; entretanto, o missionário generoso sorriu paternalmente e rematou.
Aqui termino minhas humildes lembranças do Natal simbólico. Segundo observais, o Evangelho de Nosso Senhor não é livro para os museus, mas roteiro palpitante de vida.
Irmão X
Mensagem extraída do livro "Ponto e Contos”, de Francisco C. Xavier.
EVOCAÇÃO DO NATAL
O maior de todos os conquistadores, na face da Terra, conhecia, de antemão, as dificuldades do campo em que lhe cabia operar
Estava certo de que entre as criaturas humanas não encontraria lugar para nascer, à vista do egoísmo que lhes trancava os corações; no entanto, buscou-as, espontâneo, asilando-se no casebre dos animais.
Sabia que os doutores da Lei ouvi-lo-iam indiferentes, com respeito aos ensinamentos da vida eterna de que se fazia portador; contudo, entregou-lhes, confiante, a Divina Palavra.
Não desconhecia que contava simplesmente com homens frágeis e iletrados para a divulgação dos princípios redentores que lhe vibravam na plataforma sublime, e abraçou -os, tais quais eram.
Reconhecia que as tribunas da glória cultural de seu tempo se lhe mantinham cerradas, mas transmitiu as boas novas de Reino da Luz à multidão dos necessitados, inscrevendo-as na alma do povo.
Não ignorava que o mal lhe agrediria as mãos generosas pelo bem que espalhava; entretanto, não deixou de suportar a ingratidão e a crueldade, com brandura e entendimento.
Permaneceria convicto de que as noções de verdade e amor que veiculava levantariam contra ele as matilhas da perseguição e do ódio; todavia, não desertou do apostolado, aceitando, sem queixa, o suplício da cruz com que lhe sufocavam a voz.
É por isso que o Natal não é apenas a promessa da fraternidade e da paz que se renova alegremente, entre os homens, mas, acima tudo, é a reiterada mensagem do Cristo que nos induz a servir sempre, compreendendo que o modo pode mostrar deficiências e imperfeições, trevas e chagas, mas que é nosso dever amá-lo e ajudá-lo mesmo assim.
Emmauel
Mensagem do o livro "Antologia Mediúnica do Natal" de - Francisco C. Xavier
O FILHO DO HOMEM
Anunciavam os profetas da mais alta Antiguidade que nasceria no mundo um profeta que seria revestido de todo poder.
De fato na época predita Ele nascera em Belém, na Palestina, numa manjedoura entre pastores anônimos.
Dizem que nunca desde a formação do mundo houve tanta beleza e harmonia naquelas terras dadivosas, nunca os trigais produziram tanto, nem os pomares deram tantos frutos, pois que os emissários do alto que o antecedera de tudo se encarregaram para que Ele encontrasse o ambiente propicio para acender a luz em todos os corações.
Cresceu como os meninos de sua época sob o olhar vigilante de Maria, sua mãe, e José, seu pai.
Fez se adulto.
Ao referir a si mesmo sempre se denominava “O Filho do Homem”, mostrando a sua humildade.
Dizem os que O conheceram que nunca se vira alguém tão formoso, onde se misturava na síntese perfeita: a nobreza e simplicidade, a serenidade e a humildade, amor e sabedoria.
Aquela beleza que não necessitava retoques parecia mesmo ser que feita de uma peça granítica única. Belo no olhar, no talhe, na grandeza de sua alma. Os que O conheciam amavam-no ou temiam-no porque seu olhar era por demais indagador, diante de sua aparência magnânima era impossível ficar indiferente.
Enternecia os corações dos simples, das crianças, dos desassistidos, dos reprovados nos duros testes da vida. Dissera certa feita que viera para curar os doentes, porque os sadios positivamente não necessitavam de médicos, por isso abraçou com infinito amor os infelizes, os desvalidos, homens e mulheres que caminhavam a margem da vida, os amou com imenso amor, porque via neles os outros filhos de Deus que mais necessitavam de carinho e afeto.
A história de Jesus é de uma existência profunda vivida, pois que se materializou na Terra para dar o exemplo maior, do amor, da benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e o perdão das ofensas. Em nenhum momento, entretanto prescindiu do amparo do Pai, até mesmo na hora do testemunho do Calvário, onde exclamou na sua profunda dor moral porque aqueles mesmos que intentara salvar da ignorância, contra ele se voltaram, e maus e ingratos o crucificaram, porém sempre continuou amando e implorava do alto da cruz e pedindo ao Pai por eles, para que não lhes imputasse mais aquele crime, porque que “não sabiam o que faziam”.
Fala o apóstolo João que foi Ele que nos escolheu, razão porque resolveu se internar na Terra, para dar alento e esperança a Humanidade sofredora.
Sempre demonstrou completo desinteresse pelas honrarias e consideração puramente humana ou convencional, mas se empenhou em fazer o bem em toda a sua extensão. Queria atrair os homens transviados ao seu redil, porque percebia que eles eram espíritos comprometidos perante a Lei e queria com sua suave influência atrai-los para seu rebanho, para que onde Ele estivesse também estivessem essas crianças espirituais.
Usou da misericórdia e benevolência para com todos, cegos voltaram a ver, paralíticos andaram, quase-mortos ressuscitaram, doentes de todos os matizes foram curados, atendendo ao apelo do Divino Mestre.
Foi a personificação do amor, porque suas palavras desprendiam suave aroma que enternecia todos os corações, num suave magnetismo de encanto e beleza.
Suas pregações eram de uma doçura e alegria indescritíveis, onde a consolação, a alegria e a suavidade se faziam presentes, quando falava o seu magnetismo se alojava em todos os corações, especialmente naqueles homens de boa vontade, porém aqueles que perseveram no mal sentiam como um açoite em suas consciências enegrecidas, razão porque tramaram a sua morte.
Jesus representa o presente maior de Deus ao mundo, porque depois Dele nunca a Terra foi à mesma, em toda a parte começou a falar desse homem extraordinário, conquanto o enviado do Pai “não tinha uma pedra para repousar a cabeça”, nem por isso deixou de continuar as suas prédicas e amparar os que sofrem, por diversos lugares da Palestina, levando paz e consolo a todos os sofredores.
Deixou-se imolar para coroar a sua missão gloriosa aqui na Terra, com o triunfo do sacrifício.
Dizem que numa Sexta-feira exalou o último suspiro no plano físico. Nesse momento até os elementos naturais entraram em grande convulsão, houve relâmpagos e trovoadas, para registrar o retorno daquele espírito iluminado para as altas esferas e para marcar para sempre a história da Humanidade que tanto necessita a misericórdia do Pai, que através do seu mensageiro maior deixou o testemunho de amor a todas as criaturas, para que Nele encontrasse o refúgio, o amparo, a paz e a esperança.
A sua partida deixou uma esteira de luz em seu caminho que os primeiros cristãos se aproveitaram para dar testemunho de sua transformação, por amor àquele que tudo ofereceu de si para o bem de todos, que legou uma lição maravilhosa que lentamente a Humanidade vai assimilando e dela extraindo os benefícios, em forma de compreensão, de amor, de benevolência...
Deixou claro que quando alguém acende uma vela deve colocá-la sobre o velador, a fim de que todos vejam, assim que de sua passagem maravilhosa sobre o planeta, deixou exemplo extraordinário para toda Humanidade, em todas as circunstâncias não cessa de ensinar, buscando de cada acontecimento extrair a essência em forma de aprendizado para nortear a vida de muitos, no entanto esse tesouro nunca se esgotou através dos tempos, pois que esses ensinamentos são tão vivos como se foram ditos hoje e feliz quem a essa doce aventura de buscar ilumina-lhe o coração, pois quem achar verdadeiramente esse tesouro nunca mais será o mesmo, pois que terá encontrado o que há de mais precioso no mundo.
Sempre se revelou extraordinário conhecedor do coração humano, oferecendo recursos variados, ou seja, a cada um de acordo com suas necessidades: para Maria Madalena, como para o lunático; para o cobrador de impostos, como para Judas; para Pedro, como para Paulo de Tarso, Dele todos receberam apoio e incentivo para incorporar-se a nova compreensão da vida. Sempre mostrou a vida futura como ideal que se deveria perseguir e como meta de todos os homens perfeitamente integrados ao ambiente da Revelação do amor que tudo pode, vencendo as barreiras e contornando todos os obstáculos.
Inúmeras vezes doutores da lei tentaram com palavras confundi-lo, mas sempre em todas as ocasiões deixou uma profunda lição imortalizada nos Evangelhos, demonstrando que eram crianças mal informadas e mal intencionadas, no entanto de excelsitude de seu espírito extraí argumentos e demonstrações maravilhosas, marcando indelevelmente aqueles corações endurecidos, cujas palavras os seguiriam pela vida inteira, assim também foi com Nicodemos, com o cego de Cafarnaum, com o negociante de Java, a todos acendeu novas claridades no coração.
Viveu simplesmente e sempre se denominou “o filho do homem” ou “Mestre”, deixando a Humanidade um luar de simplicidade que deverá nortear a trajetória de todos os corações generosos.
Ao lavar os pés de seus discípulos demonstrou a necessidade de se abaixar até o nível de quem sofre, para vencer o orgulho profundamente arraigado no coração do homem, cada gesto, uma lição, que deve ser bem assimilada e, sobretudo vivida.
A verdade que o tempo vai passando e mais se fala desse homem tão simples e bondoso, em todos os recantos do globo ouve-se seu nome, no silêncio da noite, nas manhas claras, nos palácios e nas choupanas, nas cidades e nos campos, na Terra e no Céu, todos falam desse homem, que teve a missão de chamar a atenção da Humanidade para a realidade espiritual, pois que muitos se deixam iludir pelos valores transitórios da terra, porém Ele continua a nos acenar e chamando nos para que ouça a sua voz e volta-se num olhar de bondade sobre as noites escuras da nossa ignorância, lançando um raio de luz para que se possa compreender a necessidade do amor nos corações.
Neste mês que é mais intensamente lembrado esse emissário maior que Deus enviou ao mundo para colocar suas mãos santas e veneráveis sobre nossas chagas, cujas chagas recebem o nome de egoísmo, orgulho, vaidade, ignorância, maldade e que nos curasse pelo seu imenso amor. Amor pela alegria de amar. Ainda ressoa em todos os lugares as suas palavras meigas e acolhedoras que representa o seu testamento: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS
NÃO SE CREIA SEM VALOR
Quando se constata um erro, será capaz de repeti-lo outra vez? Caso a resposta seja negativa, demonstra que tem condições de superar suas próprias crises.
Qualquer pessoa pode agir no bem, desde que queira. Ninguém está impedido de oferecer seus recursos para bem servir. Como também muitos podem se negar até o fim. Cada um fará por conta própria a sua auto convocação ao trabalho do Cristo.
O trabalho do Senhor exige trabalhadores corajosos que levem adiante a tarefa, que será difícil sim, porque terá de superar barreiras, e muitas vezes enfrentará até conflitos íntimos, mas urge caminhar.
Sem dúvida que a luta comportará muita dificuldade, onde serão testadas a paciência e a decisão de servir em nome do Cristo. Não se creia sem mérito, ou sem conhecimento, porém com acréscimo de misericórdia do alto pode se fazer alguma coisa. E o beneplácito do Pai já será bastante para que se manter a luta aberta contra suas más tendências. É o socorro do alto agindo em seu favor. Em qualquer circunstância desafia a sua própria consciência a apresentar o veredicto, pois que assim saberá como agir.
Não se diga sem valor. Se Deus o colocou aqui é porque é uma pérola preciosa do seu relicário, e deseja que através do atrito de forças contrárias adquira as qualidades admiráveis que o possa promover. O esforço próprio é fundamental para realizar determinadas tarefas. É preciso considerar que tem condições, e as que não tem precisa lutar para adquiri-las. Sempre alguém lhe dará o apoio extra para que vença, mas vença com Jesus. Porque em verdade a luta no campo físico é interessante, e todo o dia é chamado a dar o seu testemunho.
A lição aprendida hoje, já a deve aplicar no mesmo dia. Se já sabe a regra do bem viver, porque não a utilizá-la em toda à parte. Porque há uma grande responsabilidade para aquele que já sabe como agir. Quem quer que seja que realmente queira algo fazer por sua transformação íntima, sem delonga, deve buscar os meios.
Deus colocou em suas mãos um imenso tesouro que deve bem aproveitar, pois que fora aquinhoado com valores consideráveis, certamente que tudo será um dia pedido à conta pelo Senhor da vida. É bom que esteja preparado para possa dar conta de tudo até o último centavo.
Não se creia sem valor, porque se humilhar diante de si mesmo, certamente que ficará muito admirado da situação, e verá que precisa de uma dose de inspiração para se colocar a luz do dia. É isso importante para que decida logo apresentar ao trabalho libertador, porque o tempo urge.
Não se creia sem valor porque pode realizar hoje tarefa que não se supunha capaz ainda ontem, simplesmente tenha a coragem de começar. As regras atendem aos seus próprios interesses.
Não se creia sem valor, porque o Senhor sabe o que é mais importante para que possa tornar-se alguém necessário no contexto do mundo que vive. Cada peça tem o seu lugar, por isso é muito importante.
Não se creia sem valor, mesmo que passe no momento por uma enorme dificuldade em servir a causa do bem, porque não há outra forma, pois que seu valor ainda precisa ser provado, se assim quiser.
Poderá alegar que não conseguiu superar determinados impedimentos ou falhas de sua vontade, pois se esforce por conquistá-lo.
Todos os caminhos são importantes, desde que se disponha a enfrentar as pedras que ferem os seus pés, e ainda assim continuar caminhando. Se porventura deseja fazer uma grande caminhada, começa-se ainda hoje, porque assim ficará mais fácil. Não a adie para amanhã, porque esse amanhã pode nunca chegar, ou que será extremamente lamentável, se depender de uma nova decisão de sua vida.
Ainda que esta experiência seja extremamente importante, pouco para os outros será, porém para você poderá dar passos significativos, evitando que venha precisar das experiências outras e faltar para completar a tarefa de amanhã, e assim voltar compulsoriamente para preencher esse vazio deixado, esta é a razão que nada deve ser deixado para traz.
Mas isso sim, sempre será uma criatura valiosíssima diante do Senhor, porque isto valoriza as leis, através das obras no bem, que certamente poderão garantir momento de paz no futuro.
O futuro é construindo ainda no dia de hoje, portanto, trabalhe muito desde agora, porque amanhã haverá lugar para outro compromisso, e estará livre para agir em outros departamentos da vida imortal.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS
UMA LIÇÃO
Na reunião da noite de 2 de setembro de 1954, no momento habitual das instruções, fomos surpreendidos com a visita de Joaquim, um irmão cuja identidade não nos é possível fornecer.
Apreciando-lhe o comunicado, será interessante recordar que, algum tempo antes, fora socorrido em nossa agremiação.
Surgira revoltado e infeliz. Dizia-se molestado por fortes jatos de água fria e alegava estar sendo dissecado vivo numa aula de medicina anatômica. Afirmava sentir pavoroso sofrimento e lembramo-nos perfeitamente de que repetia, a cada passo, entre lágrimas: - “Como é possível aplicar semelhante procedimento a um homem vivo? Não há justiça na Terra?”.
Regressando ao nosso Grupo na noite referida, Joaquim esclareceu-nos por que sofrera a pena do talião em toda a sua dureza de “olho por olho e dente por dente”, fazendo-nos sentir que nos reencarnamos para crescer em virtude e entendimento, cabendo-nos a obrigação de praticar o bem, dentro de todas as possibilidades ao nosso alcance, para renovarmos as causas que preponderam em nosso destino, segundo a Lei de Causa e Efeito.
Realmente, a palestra de Joaquim é uma preciosa lição para nós todos, convidando-nos a aproveitar, com o máximo de nossa boa-vontade e de nossas forças, a presente romagem que desfrutamos na Terra.
Há meses, abrigastes meu Espírito em vossa estação de pronto-socorro espiritual.
E volto para trazer-vos notícias.
Simples é o meu caso.
Entretanto, é uma lição e todas as lições que falam de perto aos vivos acordados depois da morte certamente interessam aos que jazem, por enquanto, adormecidos na carne.
Minha derradeira máscara física era a de um pobre homem, que tombou na via pública, num insulto cataléptico.
Tão pobre que ninguém lhe reclamou o suposto cadáver.
Conduzido à laje úmida, não consegui falar e nem ver, contudo, não obstante a inércia, meus sentidos da audição e do olfato, tanto quanto a noção de mim mesmo, estavam vigilantes.
Impossível para mim descrever-vos o que significa o pavor de um morto-vivo.
Depois de muitas horas de expectação e agonia moral, carregaram-me seminu para a câmara fria.
Suportei o ar gelado, gritando intimamente sem que a minha boca hirta obedecesse.
Não posso enumerar as horas de aflição que me pareceram intermináveis.
Após algum tempo, fui transportado para certo recinto, em que grande turma de jovens me cercou, em animada conversação que primava pela indiferença à minha dor.
Inutilmente procurei reagir.
Achava-me cego, mudo e paralítico...
Assinalava, porém, as frases irreverentes em torno e conseguia ajuizar, quanto à posição dos grupos a se dispersarem junto de mim...
Mais alguns minutos de espera ansiosa e senti que lâmina afiada me rasgava o abdômen.
Protestei, com mais força, no imo de minha alma, no entanto, minha língua jazia imóvel.
Tolerando padecimentos inenarráveis, observei que me abriam o tórax e me arrebatavam o coração para estudo.
Em seguida, um choque no crânio para a trepanação fez-me perder a noção de mim mesmo e desprendi-me, enfim, daquele fardo de carne viva e inerte, fugindo horrorizado qual se fora um cão hidrófobo, sem rumo...
Não tenho palavras para expressar a perturbação a que me reduzira.
E, até agora, não sou capaz de imaginar, com exatidão, as horas que despendi na correria martirizante.
Trazido, porém, à vossa casa, suave calor me regenerou o corpo frio.
Escutei as vossas advertências e orações...
E braços piedosos de enfermeiros abnegados conduziram-me de maca a um hospital que funciona como santa retaguarda, além do campo em que sustentais abençoada luta.
Banhado em águas balsâmicas, aliviaram-se-me as dores.
Transcorridos alguns dias, implorei o favor de vir ao nosso núcleo d prece, solicitando-vos cooperação para que todos os cadáveres, constrangidos aos tormentos da autópsia, recebessem, por misericórdia, o socorro de injeções anestésicas, antes das intervenções cirúrgicas, para que as almas, ainda não desligadas, conseguissem superar o “pavor cadavérico” que, depois da morte, é muito mais aflitivo que a própria morte em si.
Em resposta, porém, à minha alegação, um de vossos amigos - que considero agora também por meus amigos e benfeitores -, numa simples operação magnética, mergulhou-me no conhecimento da realidade e vi-me em tempo recuado, envergando o chapéu de um mandarim principal...
O rubi simbólico investia-me na posse de larga autoridade.
Revi-me, numa noite de festa, determinando que um de meus companheiros, por mero capricho de meu orgulho, fosse lançado em plena nudez num pátio gelado...
Ao amanhecer, recomendei lhe furtassem os olhos.
Mandei algemá-lo qual se fora um potro selvagem, embora clamasse compaixão...
Impassível, ordenei fosse ele esfolado vivo...
Depois, quando o infeliz se debatia nas vascas da morte, decidi fosse o seu crânio aberto, antes de entregue aos abutres, em pleno campo...
Exigi, ainda, lhe abrissem o abdômen e o tórax...
Reclamei-lhe o coração numa bandeja de prata...
O toque magnético impusera-me o conhecimento de minha dívida.
As reminiscências de sucessos tão tristes confortavam-me e humilhavam-me ao mesmo tempo.
Em pranto, nas fibras mais íntimas, indaguei dos mentores que me cercavam.
- Será, então, a justiça assim tão implacável? Onde o amor nos fundamentos da vida?
Alguém que para vós aqui se movimenta, à feição de generosa mãe de todos, explicou-me com bondade.
- Amigo, viver na indiferença e ociosidade atrai sobre nós, com mais pressa, as conseqüências de nossas faltas. É por essa razão que a justiça funciona matematicamente para contigo, já que não chamaste a luz do amor ao campo de teu destino.
Compreendi, então, que se houvesse amado, cultivando a árvore da fraternidade, decerto que outras sementes, outras energias e outros recursos teriam interferido em minha grande tragédia, atenuando-me o sofrimento indescritível.
É por isso que, como lembrança, trago-vos a lição do meu passado-presente, com a afirmação de que tudo farei para aproveitar os favores que estou recolhendo, recordando a vós outros - e talvez seja este o único ponto valioso de minha humilde visitação - a palavra do Evangelho, quando nos deixa entrever que só o amor é capaz de cobrir a multidão de nossos pecados.
Que a humildade e o serviço, a boa-vontade e as boas obras nos orientem o caminho, porque, com semelhante material, edificaremos o elevado destino que nos aguarda no grande porvir, para exaltar a justiça consoladora - a justiça que é também misericórdia de Nosso Pai. Joaquim
Texto extraído do livro “Instruções Psicofônicas”, de Francisco C. Xavier -FEB
HUMILDADE
Certa fez Chico perguntou ao espírito de Emmanuel onde é que estava a humildade.
Eis a resposta:
A humildade não está na pobreza, não está na indigência, na penúria, na necessidade, na nudez e nem na fome. A humildade está na pessoa que, tendo o direito de reclamar, julgar, reprovar e tomar qualquer atitude compreensível no brio pessoal, apenas abençoa e lança um véu de esperança no semelhante que carrega consigo esse ou aquele complexo de culpa, de vez que todos nós, os espíritos encarnados na Terra, sem exceção, sempre trazemos, voluntariamente ou não, a viva lembrança de faltas que se ocultam em nossos melhores sentimentos.
Extraído do livro "Kardec Prossegue" Adelino da Silveira
CARGAS DE AFLICÕES
Segura-te na prece e confia em Jesus, se atravessas momentos de desespero e de dor. Procura avaliar o caminho do aprimoramento e sustenta em ti a confiança no nosso Divino Mestre.
Procura auxiliar compreendendo que os problemas vêm de acordo com as nossas solicitações.
Toda carga de aflição nos acomoda ao parecer do próprio trabalhador que se organiza pela eficiência do comportamento. Trabalha e serve.
Toda dor representa alguma fase a ser, superada. Confiemos em nossa capacidade confortando nos em cada manhã que se abre para a renovação.
A terra participa em igual valor de sofrimento, deixando-se aos pés dos trabalhadores, desdobrando-se em dores pelos avisos do progresso. Quando seca, reclama do sol, porém continua servindo.
Quando na chuva, reclama das águas, no frio, gelada socorre e ampara. Andemos nos horizontes da fé e da paciência para que possamos compreender a naturalidade da vida, com seus respectivos chamamentos ao progresso e a transformação.
Confiemos, a dor é bênção de Deus, para que possamos compreender' a bênção da reencarnação.
Em cada momento de dor, renasce para o coração maravilhosa sensação a procura da paz e do amor.
Maria Maria
Mensagem extraída do livro “Flores da Primavera” de – João de Deus
NAS AUSÊNCIAS PELA MORTE
Em milhares de estâncias domésticas no Planeta, quando a morte sobrevém, operando a libertação de algum espírito querido, eis que surgem os presos do coração na retaguarda.
A inconformação, ao modo de implacável carcereiro, monta guarda às portas da alma, e os complexos de angústia, sobraçando azorragues magnéticos de sofrimento, espancam a sensibilidade, produzindo inércia, enfermidade, deserção e suplício infrutífero.
Nós que trabalhamos na Terra por libertar as criaturas das grades de quaisquer condições, saibamos liberar os irmão detidos nesses presídios de inquietação, descerrando-lhes novos horizontes ao caminho e ao olhar.
Se você perdeu a convivência de alguém no plano físico, lembre-se de que a morte natural é o sono oportuno conduzindo a novo despertar.
Luto e cerimônias dessas ocasiões representam condicionamento negativo, mantido pelos preconceitos de milênios atrás.
Essa atmosfera de cores lúgubres e carpideiras assemelha-se à conduta disparatada de alguém que se propusesse a esconder o sol da manhã com um toldo de cinza.
O companheiro que partiu, nem sempre possui bastante energia para seguir adiante, sem apoio no seu entendimento, e, sustentando-se na vizinhança de sua dor, recebe as suas lágrimas por chuva candente de aflição.
Nessas circunstâncias, você é um prisioneiro voluntário, agravando a própria responsabilidade, porque arrasta para a sua cadeia aquele que a lei da vida já libertou.
Pense que o morto imaginário está mais vivo que nunca e estenda-lhe socorro. Estabeleça novo câmbio para o seu montante de saudade. Reconstitua a imagem do ente querido, que apenas lhe precedeu os passos na desencarnação, e faça por ele o bem que ele estimaria estar realizando, de modo a recuperar-se mais rapidamente.
Se você lamenta a perda transitória de pai ou mãe, vá com eles em pensamento, aos sítios onde companheiros amadurecidos na experiência terrestre sofrem penúria e solidão e dê-lhes o carinho que você reserva aos pais inesquecíveis.
Se você chora a ausência de um filhinho, recorda os pequeninos de ninguém e adote algum deles, em memória do filhinho que estará presente para regozijar-se.
Se sofre por um amigo que se foi a buscado Grande Lar, procura efetuar as boas obras a que se dedicava, ou que sonhou fazer, e creia que ela voltará ao seu passo, a fim de abençoar-lhe as disposições.
Não se detenha na cela da tristeza inútil. O conhecimento espiritual lhe põe nas mãos a chave para abri-la. O ser amado, que você julga morto, está vivo, conta com você e espera melhorar-se com a sua coragem e trabalhar com o seu coração.
Ajunte saudades, sim, que esquecimento de benfeitores é ingratidão, mas transforme as saudades em donativos de trabalho e abnegação, beneficência e esperança, porque a morte é apenas vida, e a vida será para nós cada vez mais rica desde que lhe convertamos as unidades de força a tempo em talentos de serviço.
André Luiz
Mensagem recebida pelo médium Waldo Vieira.
MENSAGENS PARTICULARES
Augusto Michel
(Havre, março de 1863).
Era um moço rico, boêmio, gozando larga e exclusivamente a vida material Conquanto inteligente, o indiferentismo pelas coisas sérias era-lhe o traço característico.
Sem maldade, antes bom que mau, fazia-se estimar por seus companheiros de pândegas, sendo apontado na sociedade por suas qualidades de homem mundano. Não fez o bem, mas também não fez o mal. Faleceu em conseqüência de uma queda da carruagem em que passeava. Evocado alguns dias depois da morte por um médium que indiretamente o conhecia, deu sucessivamente as seguintes comunicações.
8 de março de 1860 – “Por enquanto apenas consegui desprender-me e dificilmente vos posso falar. A queda que me ocasionou a morte do corpo perturbou profundamente o meu espírito”.
“Inquieta-me esta incerteza cruel do meu futuro. O doloroso sofrimento corporal experimentado nada é comparativamente a esta perturbação. Orai para que Deus me perdoe”.
“Oh que dor! Oh! Graças, meu Deus! Que dor! Adeus”.
“18 de março. –” Já vim a vós, mas apenas pude falar dificilmente.”Presentemente, ainda mal me posso comunicar convosco. Sois o único médium, ao qual posso pedir preces para que a bondade de Deus me subtraia a esta perturbação. Porque sofrer ainda, quando o corpo não mais sofre? Por que existir, sempre esta dor horrenda, esta angústia terrível? Orai, oh? Orai para que Deus me conceda repouso... oh! Que cruel incerteza! Ainda estou ligado ao corpo. Apenas com dificuldade posso ver onde devo encontrar-me; meu corpo lá está, e porque também lá permaneço sempre? Vinde orar sobre ele para que eu me desvencilhe dessa prisão cruel... Deus me perdoará, espero. Vejo os Espíritos que estão junto de vós e por eles posso falar-vos. Orai por mim”.
6 de abril – “Sou eu quem vem pedir que oreis por mim”.
“Será possível irdes ao lugar em que jaz meu corpo, a fim de implorar ao Onipotente que me acalme os sofrimentos”.
“Sofro! Oh! Se sofro! Ide a esse lugar – assim é preciso – e dirigi ao Senhor uma prece para que me perdoe”.
“Vejo que poderei ficar mais tranqüilo, mas volto incessantemente ao lugar em que depositaram o que me pertencia”.
O médium, não dando importância ao pedido que lhe faziam de orar sobre o túmulo, deixara de atender. Todavia, indo aí, mais tarde, lá mesmo recebeu uma comunicação.
11 de maio – “Aqui vos esperava. Aguardava que viésseis ao lugar em que meu Espírito parece preso ao meu invólucro, a fim de implorar ao Deus de misericórdia e vontade acalmar os meus sofrimentos. Podeis beneficiar-me com as vossas preces, não o esqueçais, eu vo-lo suplico. Vejo quanto a minha vida foi contrária ao que deveria ser; vejo as faltas cometidas”.
“Fui no mundo um ser inútil; não fiz uso proveitoso das minhas faculdades; a fortuna serviu apenas à satisfação das minhas paixões, aos meus caprichos de luxo e à minha vaidade; não pensei senão nos gozos do corpo, desprezando os da alma e a própria alma. Descerá a misericórdia de Deus até mim, pobre Espírito que sofre as conseqüências das suas faltas terrenas? Orai para que Ele me perdoe, libertando-me das dores que ainda me pungem. Agradeço-vos o terdes vindo aqui orar por mim”.
8 de junho – “Posso falar e agradeço a Deus que faculta a oportunidade”.
“Compreendi as minhas faltas e espero que Deus me perdoe”.
“Trilhai sempre na vida de conformidade com a crença que vos alenta, porque ela vos reserva de futuro um repouso que ainda não tenho. Obrigado pelas vossas preces. Até outra vista”.
A insistência do Espírito, para que se orasse sobre o seu túmulo; é uma particularidade notável, mas que tinha a sua razão de ser se levarmos em conta a tenacidade dos laços que ao corpo o prendiam, à dificuldade do desprendimento, em conseqüência da materialidade da sua existência. Compreende-se que, mais próxima, a prece pudesse exercer uma espécie de ação magnética mais poderosa no sentido de auxiliar o desprendimento. O costume quase geral de orar junto aos cadáveres não provirá da intuição inconsciente de efeito assim? Nesse caso, a eficácia da prece alcançaria um resultado simultaneamente moral e material.
Mensagem do livro “O Céu e o Inferno” de Allan Kardec.
VIDA AFETIVA
Todos os problemas da vida afetiva serão devidamente aclarados quando o reconhecimento da reencarnação for concebido na base da regra áurea.
Faremos a outrem, nos domínios afetivos, aquilo que desejamos se nos faça. Isso porque de tudo o que doarmos ao coração alheio recolheremos de volta.
O amor em sua luminosa liberdade é independente em suas escolhas e manifestações; no entanto, obedece igualmente ao princípio: “Livre na sementeira e escravo na colheita”.
Ligeira recolta de observações nos fará pensar nisso.
Em muitas ocasiões, o rival que abatemos, de um modo ou de outro, induzindo-o a desencarnação, é o filho que a vida e o tempo nos colocam nos braços, a cobrar-nos em abnegação e renúncia e assistência e a proteção que lhe devemos;
O jovem ou a jovem que furtamos dos braços de nossos filhos, considerando-os indignos de nossa equipe doméstica, impondo-lhes, direta ou indiretamente, a morte do corpo físico, voltam na condição de netos, em muitas circunstâncias, compartilhando-nos o leito e a vida;
A criança nascitura que arrojamos à vala do aborto desnecessário e que deveria nascer e crescer para o desenvolvimento da afetividade pacífica, entre os nossos descendentes costuma encontrar novo berço em nosso clima social, reaparecendo na condição do homem ou da mulher que, mais tarde, nos abordam a organização familiar exigindo-nos pesados tributos de aflição.
As criaturas que enganamos, no terreno do afeto, em outras estâncias, habitualmente retornam até nós por filhos-problemas, reclamando-nos atenção e carinhos constantes para o reajuste emocional que demandam. Frustrações, conflitos, vinculações extremadas e aversões congênitas de hoje são frutos dos desequilíbrios afetivos de ontem a nos pedirem trabalho e restauração.
É possível haja longa demora na aceitação geral da verdade por parte dos agrupamentos humanos, em nos reportando ao mundo genésico.
Dia virá, porém, no qual todas as criaturas compreenderão que o espírito, onde estiver, conforme aquilo que plante, em matéria de afetividade, isso também colherá.
Emmanuel
Mensagem extraída do livro “Na Era do Espírito” de Francisco C. Xavier.
RESUMO DA DOUTRINA ESPÍRITA – Continuação...
O Espírito encarnado está sob a influência da matéria. O homem que supera essa influência, pela elevação e purificação de sua alma, aproxima-se dos nos Espíritos com os quis estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões e Poe todas as suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros aproxima-se dos Espíritos impuros, dando preponderância à natureza animal.
Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo.
Os Espíritos não-encarnados ou errantes não ocupam nenhuma região determinada ou circunscrita: estão por toda parte, no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando0nos sem cessar. É toda uma população invisível que se agita ao nosso redor.
Os Espíritos exercem sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico uma ação incessante. Agem sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das forças da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até agora inexplicados ou mal explicados, que não encontram solução racional.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos convidam ao bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suporta-las com coragem e resignação; os maus nos convidam ao mal: é para eles um prazer ver-nos sucumbir e cair no seu estado.
As comunicações ocultas verificam-se pela influencia boa ou má que eles exercem sobre nós sem o sabermos, cabendo ao nosso julgamento discernir as más e boas inspirações. As comunicações ostensivas realizam-se por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, na maioria das vezes através dos médiuns que lhes servem de instrumento.
Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou pela evocação. Podemos evocar todos os Espíritos, os que animaram homens obscuros e os dos personagens mais ilustres, qualquer que seja a época em que tenham vivido; os de nossos parentes, de nossos amigos ou inimigos e deles obter, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se acham no espaço, seus pensamentos a nosso respeito, assim como as revelações que lhes seja permitido fazer-nos.
Os Espíritos são atraídos na razão de sua simpatia pela natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores gostam das reuniões sérias em que predominem o amor do bem e o desejo sincero de instrução e de melhoria. Sua presença afasta os Espíritos inferiores, que encontram, ao contrário, livre acesso e podem agir com inteira liberdade entre as pessoas frívolas ou guiadas apenas pela curiosidade e por toda parte onde encontrem maus instintos. Longe de obtermos bons conselhos e informações úteis desses Espíritos, nada mais devemos esperar do que futilidades, mentiras, brincadeiras de mau gosto ou mistificações, pois freqüentemente se servem de nomes veneráveis para melhor nos induzir ao erro.
Distinguir os bons e os maus Espíritos é extremamente fácil. A linguagem dos Espíritos superiores é constantemente digna, nobre, cheia de mais alta moralidade, livre de qualquer paixão inferior, seus conselhos revelam a mais pura sabedoria e têm sempre por alvo o nosso progresso e o bem da Humanidade. A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, quase banal e mesmo grosseira; se dizem às vezes coisas boas e verdadeiras, dizem com mais freqüência falsidades e absurdos, por malicia ou por ignorância; zombam da credulidade e divertem-se à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes a vaidade e embalando-lhes os desejos com falsas esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, na perfeita acepção do termo, não se verificam senão nos centros sérios, cujos membros estão unidos por uma ínfima comunhão de pensamentos dirigidos para o bem.
A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangelho que desejamos que os outros nos façam “, ou seja, fazer o bem e não o mal. O homem encontra nesse principio a regra universal de conduta, mesmo para as menores ações”.
Eles nos ensinam que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria: que o homem que, desde este mundo, se o liberta da matéria pelo desprezo das futilidades mundanas e o cultivo do amor ao próximo, aproxima-se da natureza espiritual; que cad um de nós deve tornar-se útil segundo as faculdades e os meios que Deus nos colocou nas mãos para nos provar; que o Forte e o Poderoso devem apoio e proteção ao Fraco, porque aquele que abusa da sua força e do seu poder para oprimir o seu semelhante viola a lei de Deus. Eles ensinam, enfim, que no mundo dos Espíritos nada pode estar escondido; o hipócrita será desmascarado e todas as suas torpezas reveladas; a presença inevitável e incessante daqueles que prejudicamos é um dos castigos que nos estão reservados; ao estado de inferioridade e de superioridade dos Espíritos correspondem penas e alegrais que nos são desconhecidos na Terra.
Mas eles nos ensinam também que não há faltas irremissíveis, que não possam ser apagadas pela expiação. O homem encontra o meio necessário nas diferentes existências, que lhe permitem avançar, segundo o seu desejo e os seus esforços, na via do progresso, em direção à perfeição que é o seu objetivo final.
Este é o resumo da doutrina espírita, como ela aparece no ensinamento dos Espíritos superiores.
Responda As Questões Propostas De Acordo Com O Resumo Da Doutrina Espírita – Continuação...
1.º - Como superar a influência da matéria?............................................................................................
2.º - O que fazer para se afastar das influências dos Espíritos impuros?-................................................
3.º - Onde habitam os Espíritos? ............................................................................................................
4.º - Os Espíritos não-encarnados ocupam um lugar circunscrito? ......... Onde então se encontram.....
..............................................................................................................................................................................
5.º- Os Espíritos exercem alguma influencia sobre o mundo moral ou físico? ..................... explique.
..............................................................................................................................................................................
6.º-Como podem ajudar-nos os bons espíritos?.....................................................................................
7.º - Os maus Espíritos como agem?......................................................................................................
8.º - Como subtrair-nos das más influencias dos Espíritos?..................................................................
9.º - Por que meio realizam-se as comunicações ostensivas?.................................................................
10.º Como os Espíritos se manifestam? ................................................................................................
11.º - Podemos evocar todos os Espíritos? .............................................................................................
12.º - Que tipo de informação se pode obter dos Espíritos?....................................................................
13.º - Que motivação atrai os Espíritos? .................................................................................................
14.º - Que tipo de reunião os Espíritos superiores preferem? .............................. Onde predominem ...
....................................................................................... sua presença afasta.........................................................
15.º - Os Espíritos inferiores que tipo de reunião preferem?...................................................................
O que se pode esperar dessas reuniões? .......................................................................................................
16.º - É fácil distinguir os bons dos maus Espíritos? ...................................................................... .......
16a. .Como é a linguagem dos Espíritos Superiores?.............................................................................
16b. O que revelam essa linguagem?....................................................................................................
17.º - E a linguagem dos Espíritos inferiores..........................................................................................
18.º - Em resumo: onde se realizam as reuniões de maior proveito? .....................................................
19.º - O que se espera numa reunião sérias de seus membros? ..............................................................
20.º - Em síntese a moral dos Espíritos superiores se resume em: .........................................................
21.º - O homem encontrará nesse principio a regra universal de conduta? ...........................................
22.º - Quais as paixões que nos aproximam da natureza animal? ..........................................................
23.º - como se aproximar na natureza espiritual?....................................................................................
24.º - As faculdades que Deus colocou em nossas mãos indicam? ........................................................
25.º - Ensinam os espíritos que nada pode estar escondido: o hipócrita será .........................................
26.º - A presença inevitável daqueles que prejudicamos será um castigo? ............................................
27.º - Há faltas irremissíveis? ............................... Como podem ser apagadas?.....................................
28.º - O homem encontrará sempre meios de avançar nas diferentes existências? .................................
29.º - Do que dependerá avançar? ...........................................................................................................
30.º - Qual o objetivo final da existência? ...............................................................................................
PARA PÁGVOLTARINA PRINCIPAL |