"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO X - N. 114 * Campo Grande/MS *Julho de 2015.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.


Há em cada canto desta casa uma saudade daquele que partiu, mas também uma clara esperança de reencontrá-lo um dia, numa vida melhor. Áulus/Otacir Amaral Nunes

 

PARA SER FELIZ

Aquele jovem naquele momento de sua caminhada queria que alguém lhe indicasse o caminho que devia trilhar para ser feliz.

Imaginou que talvez pedisse muito, mas um amigo acalmou-o com palavras lógicas e persuasivas e disse-lhe: Afinal, é o sonho que todos acalentam em seus corações. Para isso procure o nobre sábio do outro lado do rio...

Lá chegando expôs aquele homem muito simples, porém parecia que nada lhe faltava.

O velho sábio respondeu de maneira muito sintética:

Ame ao próximo de todo seu coração e perdoe sempre.

Onde houver discórdia, não a alimente, mas apazigúe, argumentando que existem outros caminhos.

Por onde passe deixe um pouco de esperança aos que sofrem mais.

Valorizes os momentos em que vive para construir o seu patrimônio espiritual, porque é a única coisa definitiva, que estará configurado no bem que estende aos outros.

Levante muito cedo para que aproveite esse precioso tempo, se possível veja o Sol nascer. Faz bem sentir esse astro “com o seu carro de fogo” apresentar-se no horizonte, pois que serve dia e noite, sem exigir nada de ninguém.

Por mais difícil que seja a sua luta, lembre-se que renasceu para reconstruir o seu destino e voltou para se ajustar ao programa do Cristo, que numa síntese perfeita deixou o resumo prático de todas as cogitações humanas e sobre-humanas em dois únicos fundamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

Meditou um pouco, e disse: é nesse ponto que as dificuldades se agigantam, porque é da natureza humana ser amado, todavia recusa-se amar, embora amar seja o requinte de todos os sentimentos e o mais nobre gesto do coração humano, todavia não quer pagar o ônus de amar, sem compreender que amar é libertar-se.

Além de que mudar o comportamento, isto é, levando o Evangelho a mão para confrontar o que ele determina e o que faz, pois somente quando estiver em perfeita consonância com esse código divino é que poderá desfrutar a paz consigo mesmo e com o mundo. Nem que o caos se estabeleça ao longo da estrada, no entanto com isso não se abalará, porque nesse momento já terá uma couraça para suportar a fortuna adversa, terá a grandeza de amar aquele que lhe injuria, por compreender o enorme mal que faz a si mesmo e dele se compadecerá.

Talvez esses gestos enobrecidos poupar-lhe-ão séculos de sofrimentos, por isso fará tudo que estive ao seu alcance, porque tudo ficará registrado a sua reta consciência. Estará sempre de plantão para oferecer o seu pequeno concurso ao bem do próximo, e nesse constante sobreaviso fará o melhor que possa, porque estará dando sequência ao trabalho que mais tarde terá que prestar contas, portanto, estará com as suas obrigações em perfeita ordem.

Não cogitará de recompensa, porque fazer o bem sempre será a maior delas, ainda que oculta ao olhar comum, ou especialmente oculta para que não vejam o que faça, mas o pai que tudo vê em secreto levar-lhe-á em conta.

Não se apegue muito aos valores do mundo, porque terá de deixá-los e o excessivo apego a tais bens poderá desorientá-lo, criando sérios problemas com vista um futuro mais promissor, porque os valores reais são adquiridos mais facilmente com o amor desinteressado aos seus semelhantes.

Como também deve preparar-se com muito empenho para retornar ao lar maior além do horizonte azul. Lembre-se que na casa do Pai há muitas moradas e durante a sua permanência aqui estará fazendo a escolha dessa morada que terá a exata dimensão de sua reta consciência, daí a sua importância, portanto, por isso preserve-a de qualquer comprometimento e terá a felicidade que espera.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande//MS

 

TUDO SERVE...

O Universo é solidário. Tudo concorre para a harmonia e para um aperfeiçoamento gradual em todos os seus departamentos. Até quando há um esgotamento de energias de alguns corpos celestes, já determinados com grande antecedência, estes são agregados a outros para formar uma nova realidade.

Assim que os astros se movem na imensidão do Cosmo obedecendo à órbita pré-determinada em função de uma lei sublime de atração - chamada leis magnéticas- assim que no dizer de Allan Kardec, tudo no Universo é magnetismo.

O Sol serve dia e noite aquecendo e espalhando a vida com os seus raios luminosos por toda a parte, sobre bons e maus, justos e injustos, sem acepção de ninguém, também se puder faça o mesmo.

Neste planeta maravilhoso não é diferente, obedece à mesma lei geral de atração, porque realiza a sua trajetória obedecendo à mesma ordem e sua evolução e seu continuo vagar pela imensidão incomensurável do espaço, permitindo que a vida floresça.

A própria Natureza da um atestado eloqüente nessa atração, conclamando a todos a servir e tudo gira nesse sentido sublime.

Numa dimensão menor essa lei magnética de atração que se chama amor na linguagem humana, de maneira que aquele que ama, entrega-se a esse suave deleite alma, agraciado com esse sentimento e vive melhor.

As plantas frutíferas produzem, mas não para elas, mas para outras formas de vida, e a planta para superar-se, trazendo de cada vegetal o seu código genético que lhe sugere servir, como a garantir o seu espaço.

Os animais em sentido mais alto de maneira mais contundente servem para manter o equilíbrio, visto que se entregam na totalidade ao sentido de serem úteis muitas vezes escravizados pelo homem durante toda a vida, e depois, em muitos casos, dão a vida para que o homem sobreviva.

Em tudo esse sentido de doação na marcha infinita do tempo.

Mas o homem embora recebendo tanto apoio de todos os departamentos da natureza, tem ainda uma enorme dificuldade de ser útil ao seu semelhante de maneira desinteressada como o fazem os outros reinos da natureza, embora em tese seja algo que mais lhe favoreça sob todos os pontos de vistas.

Espíritos sublimados já transitaram pelos antros escuros da Terra para acender uma lâmpada para que todos encontrassem o caminho certo, mas especialmente Jesus que veio pregar e exemplificar, praticando e vivendo seus ensinamentos, chegando, inclusive, a afirmar com todas as letras, “que não veio para ser servido, mas para servir”.

Muitos de seus discípulos mais destacados foram simples e compreenderam a necessidade imperiosa de servir, de serem úteis, no entanto, a maioria dos cristãos, contrariamente o que propôs esse mensageiro divino, tem uma enorme dificuldade em servir, isto é, sair do seu comodismo comprometedor para dar uma chance à vida, e com isso atrasa-se na senda da evolução, que em síntese, são os maiores prejudicados, na verdade são os seus próprios algozes, porque não se valem das leis soberanas do Pai para se promoverem diante das leis da vida.

Nesse caso, pode o Pai valer-se de outros recursos para reorientar aqueles que não obedecem à lei sublime do Universo – que é o amor -, mas tem outro instrumento poderoso para fazê-los caminhar esses filhos rebeldes, porque mediante a lei que permite o sofrimento como terapia intensiva para despertar a consciência desses retardatários, certamente que a dor baterá a porta deles para chamá-los a realidade, porque esses recursos drásticos são aplicados a esses espíritos rebeldes e obstinados.

Assim que muitas vezes são segregados em mundos inferiores para nesse duro labor construir o seu futuro, ali permanecerão até que decida dar um passo a frente e resolvam seguir a lei mais geral – que o amor -, e poderão se libertar pelo próprio esforço, pelo próprio labor. O pai estabeleceu a lei que os favorecia, mas não aproveitaram, porque caminhar é de responsabilidade de cada um.

Por isso não espere dos outros que necessita fazer por si mesmo e a seu beneficio, a cada um de acordo com as suas obras, é uma orientação lógica e sensata, assim que não espere colher de onde nunca haja plantado.

Portanto, lute muito pelo que espera da vida e não perca tempo, porque o tempo é curto para quem deve muito, não espere mais, mas trabalhe incansavelmente.

Por fim, lembre-se do apostolo Tiago. “Assim também a fé, não tiver as obras, é morta em si mesma”

Sirva sempre e seja feliz.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande//MS

EMANCIPAÇÃO DA ALMA

Chamamos emancipação da alma ao afastamento da alma em relação ao corpo, e ela pode se dar temporariamente de diversas maneiras como no sono, no sonambulismo, no êxtase, na catalepsia, na letargia e definitivamente com a morte do corpo.

Quando dormimos nosso corpo entra em repouso restaurador das energias, porém, é só o corpo que repousa, porque o Espírito não dorme, e enquanto o corpo se refaz, o Espírito aproveita a oportunidade de não estar sendo requisitado, porque para essas funções de refazimento o corpo usa de um automatismo que lhe é característico desde sua criação por Deus, e vai para o espaço viver parcialmente a vida espiritual.

Esse retorno à vida espiritual onde o Espírito goza de liberdade e de suas faculdades é que diminui a repulsa dos Espíritos superiores em encarnar entre nós. Apesar dessa liberdade a alma não está completamente separada do corpo físico, pois está ligada a ele por um fio tênue que se estende ao infinito, mas que a traz de volta com rapidez maior do que um relâmpago.

Os Espíritos superiores por entrarem em contato com o vício, usam o sono do corpo e vão se retemperar na fonte do bem para se fortalecerem e eles mesmos não entrarem em falência, já que têm, quase sempre,por missão, vir nos instruir.

No sonambulismo a alma usa suas faculdades de ver e ouvir sem contar com os órgãos

do corpo porque tem essas faculdades distribuídas por todo seu corpo fluídico, conhecido no meio espírita por períspirito, sendo este o intermediário entre o corpo e o espírito e transmite as sensações do corpo ao Espírito e por outro lado transmite a vontade do Espírito ao corpo que a executa. É também pelo períspirito que o Espírito age sobre a matéria e produz os fenômenos das manifestações espíritas.

No êxtase a emancipação da alma atinge um grau máximo, e ela entra em um mundo desconhecido dos Espíritos elevados, mas essa exaltação prejudica sua lucidez, correndo o risco de se desligar definitivamente do corpo físico para lá permanecer, e por isso deve-se envidar todo esforço para atraí-la de volta ao corpo físico.

Da morte do corpo físico provém a emancipação definitiva da alma, e esse desligamento depende muito da elevação do Espírito, ocorrendo facilmente para a alma elevada, podendo acontecer mesmo antes da morte do corpo e com muita dificuldade para os que viveram mais materialmente, sendo nesses casos angustiosa, penosa e dolorosa.

A emancipação pode se dar também com as aparições de pessoas vivas em outro lugar diferente do lugar em que está o corpo físico pelo fenômeno da bicorporeidade, que deixa o corpo em estado de sono e faz com que a alma apareça em forma vaporosa e até mesmo tangível em outro lugar. Esse fenômeno foi responsável pela canonização de Santo Antonio de Pádua que deixou seu corpo em transe durante uma pregação e apareceu num tribunal para inocentar seu pai que enfrentava uma injusta acusação de assassinato, conseguindo sua absolvição através da materialização do espírito da vítima que inocentou pai apontando o verdadeiro assassino que era seu vizinho.

Crispim.
Referência bibliográfica: Obras Póstumas. Allan Kardec.

 

DÁDIVAS PRECIOSAS

Tudo parece mistério, mas na realidade é que a verdade nos é concedida de maneira especial, respeitosa, fraterna conforme a misericórdia de Deus.

Caso ela nos fosse revelada de inopino ficaríamos deslumbrados e Deus não quer isto, Ele com amor dosa a verdade de acordo com a nossa capacidade de assimilá-la.

Como estudante vai recebendo as informações de acordo com a idade, com a maturidade e desenvolvimento dos órgãos.

Estudar, trabalhar muito contribui para o conhecimento preencher os escaninhos do ser. A verdade é como a luz que dissipa as sombras, as trevas e a ignorância vai sendo varrida do nosso espírito.

O esforço deve ser constante e dessa forma o véu vai sendo levantado e mais luz vai se fazendo em profundidade.

Agradeço a Deus por tantos seres que Ele incumbiu na minha educação e formação. Devagar estou varrendo do meu coração, da minha mente crenças que mais atrapalham do que favorecem, crenças negativas que se tornam montanhas de difícil remoção caso não sejamos auxiliados para desmistificá-las.

Conviver nos auxilia bastante porque a troca de informações sedimenta o saber, por isso devemos respeitar todas as pessoas, cada qual está em um nível de aprendizado e não devemos atropelá-los, devemos fazer o exercício da tolerância e do perdão conforme nos ensinou Jesus.

Todos os dias têm esta oportunidade para que os dons que dormitam em nós possam sair da letargia e robustecer com a educação e o amor daqueles que nos cercam em todos os ambientes.

Tolerar e respeitar, perdoar e ensinar, evangelizar deve ser a atitude de todos nós na convivência com as pessoas.

Se a Terra é habitada por um número muito grande de espíritos inferiores também é verdade que Deus aqui colocou Espíritos Bons para nos motivar, ensinar a sair desse estágio primitivo e fazer luzir a nossa estrela.

Com compaixão e profunda piedade devemos conviver assim o número dos bons multiplicar-se-ão para a felicidade geral. Somos todos aprendizes e também professores, com humildade então devemos nos comportar. Deus nos abençoe e que a verdade venha fazer morada em nossos cérebros acanhados.

Muita paz.

CESFA
Campo Grande/MS

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TRANSIÇÃO

É fatal o instante da morte?

Com exceção do suicídio, todos os casos de desencarnação são determinados previamente pelas forças espirituais que orientam a atividade do homem sobre a Terra.

Esclarecendo-vos quanto a essa exceção, devemos considerar que, se o homem é escravo das condições externas da sua vida no orbe, é livre no mundo íntimo, razão por que, trazendo no seu mapa de provas a tentação de desertar da vida expiatória e retificadora, contrai um débito penoso aquele que se arruína, desmantelando as próprias energias.

A educação e a iluminação do íntimo constituem o amor ao santuário de Deus em nossa alma. Quem as realiza em si, na profundeza da liberdade interior, pode modificar o determinismo das condições materiais de sua existência, alçando-a para a luz e para o bem. Os que eliminam, contudo, as suas energias próprias, atentam contra a luz divina que palpita em si mesmos. Daí o complexo de suas dívidas dolorosas.

E existem ainda os suicídios lentos de gradativos, provocados pela ambição ou pela inércia, pelo abuso ou pela inconsideração, tão perigosos para a vida da alma, quanto os que se observam, de modo espetacular, entre as lutas do mundo.

Essa a razão pela qual tantas vezes se batem os instrutores dos encarnados, pela necessidade permanente de oração e de vigilância, a fim de que os seus amigos não fracassem nas tentações.

Proporciona a morte mudanças inesperadas e certas modificações rápidas, como será de desejar?

A morte não prodigaliza estados miraculosos para a nossa consciência.

Desencarnar é mudar de plano, como alguém que se transferisse de uma cidade para outra, aí no mundo, sem que o fato lhe altere as enfermidades ou as virtudes com a simples modificações dos aspectos exteriores. Importa observar apenas a ampliação desses aspectos, comparando-se o plano terrestre com a esfera de ação dos desencarnados.

Imaginai um homem que passa de sua aldeia para uma metrópole moderna. Como se haverá, na hipótese de não se encontrar devidamente preparado em face dos imperativos da sua nova vida?

A comparação é pobre, mas serve para esclarecer que a morte não é um salto dentro da Natureza. A alma, prosseguirá na sua carreira evolutiva, sem milagres prodigiosos.

Os dois planos, visível e invisível, se interpenetram no mundo, e, se a criatura humana é incapaz de perceber o plano da vida imaterial, é que o seu sensório está habilitado somente a certas percepções, sem que lhe seja possível, por enquanto, ultrapassar a janela estreita dos cinco sentidos.

 

Que espera o homem desencarnado, diretamente, nos seus primeiros tempos de vida de além-túmulo?

A alma desencarnada procura naturalmente as atividades que lhe eram prediletas nos círculos da vida material, obedecendo aos laços afins, tal qual se verifica nas sociedades do vosso mundo.

As vossas cidades não se encontram repletas de associações, de grêmios, de classes inteiras que se reúnem e se sindicalizam para determinados fins, conjugando idênticos interesses de vários indivíduos? Aí, não se abraçam os agiotas, os políticos, os comerciantes, os sacerdotes, objetivando cada grupo a defesa dos seus interesses próprios?

O homem desencarnado procura ansiosamente, no Espaço, as aglomerações afins com o seu pensamento, de modo a continuar o mesmo gênero de vida abandonado na Terra, mas, tratando-se de criaturas apaixonadas e viciosas, a sua mente reencontrará as obsessões de materialidade, quais as do dinheiro, do álcool, etc., obsessões que se tornam o seu martírio moral de cada hora, nas esferas mais próximas da Terra.

Daí a necessidade de encararmos todas as nossas atividades no mundo como a tarefa de preparação para a vida espiritual, sendo indispensável à nossa felicidade, além do sepulcro, que tenhamos um coração sempre puro.

Logo após a morte, o homem que se desprende do invólucro material pode sentir a companhia dos entes amados que o precederam no além-túmulo?

Se a sua existência terrestre foi o apostolado do trabalho e do amor a Deus, a transição do plano terrestre para a esfera espiritual será sempre suave.

Nessas condições, poderá encontrar imediatamente aqueles que foram objeto de sua afeição no mundo, na hipótese de se encontrarem o mesmo nível de evolução. Uma felicidade doce e uma alegria perene estabelecem-se nesses corações amigos e afetuosos, depois das amarguras da separação e da prolongada ausência.

Entretanto, aqueles que se desprendem da Terra, saturados de obsessões pelas posses efêmeras do mundo e tocados pela sombra das revoltas incompreensíveis, não encontram tão depressa os entes queridos que os antecederam na sepultura. Suas percepções restritas à atmosfera escura dos seus pensamentos e seus valores negativos impossibilitam-lhes as doces venturas do reencontro.

É por isso que observais, tantas vezes, Espíritos sofredores e perturbados fornecendo a impressão de criaturas desamparadas e esquecidas pela esfera da bondade superior, mas, que, de fato, são desamparados por si mesmos, pela sua perseverança no mal, na intenção criminosa e na desobediência aos sagrados desígnios de Deus.

Emmanuel
Do livro “O Consolador” de Francisco C. Xavier (Perguntas 146 a 149)- Edição FEB.

 

EXERCÍCIO DE COMPAIXÃO

 

Se fosses o pedinte agoniado que estende a mão à bondade pública...

Se fosses a mãezinha infeliz, atormentada pelo choro dos filhinhos que desfalecem de fome...

Se fosses a criança que vagueia desprotegida à margem do lar...

Se fosses o pai de família, atribulado, ante a doença e penúria que lhe devastam a casa...

Se fosses o enfermo desamparado, suplicando remédio...

Se fosses a criatura caída em desvalimento, implorando compreensão....

Se fosses o obsidiado, carregando inomináveis suplícios inferiores, para desvencilhar-se das trevas...

Se fosses o velhinho atirado às incertezas da rua...

Se fosses o necessitado que te roga socorro, decerto perceberias com mais segurança a função da fraternidade para sustento da vida.

Se estivéssemos no lado da dificuldade maior que a nossa, compreenderíamos, de imediato, o imperativo da caridade incessante e do auxílio mútuo.

Reflitamos nisso. E nós, que nos afeiçoamos a estudos diversos, com vistas à edificação da felicidade e ao aperfeiçoamento do mundo, façamos quanto possível, semelhante exercício de compaixão.

Albino Teixeira
Do livro “Caminho Espírita” de Francisco C. Xavier.

 

MUITO DESEJO

Médium que dizer “intermediário”.

Intermediário define a posição daquele que se põe de permeio. E muitos amigos encarnados, aspirando ao contato com as Esferas Superiores, costumam dizer que sentem muito desejo de ser médiuns.

Há inúmeros que se propõem instruir, falar e materializar, aliviar e consolar, em nome dos Mensageiros da Luz; entretanto, não passam da região do “muito desejo”.

Mentalizemos, contudo, alguns quadros em que a pessoa descansa nesse impulso de início.

Existe o lavrador que tem muito desejo de semear; entretanto, passa a existência discutindo teorias da agricultura, ou comentando algo em torno das pragas diversas que flagelam a lavoura, e espera indefinidamente o instante de plantar, como se a terra devesse deslocar-se para colher-lhe as sementes das mãos.

Encontramos o oleiro que mostra muito desejo de fabricar um vaso de eleição, mas consome o tempo falando nas dificuldades da cerâmica ou nos perigos do forno quente, e aguarda em constante expectativa a hora de modelar, como se a argila estivesse na obrigação de buscar-lhe os dedos.

Imaginemos o trabalhador que enunciasse muito desejo de cooperar em determinada oficina, e que, aí admitido, simplesmente vivesse a policiar a atitude e o movimento dos chefes e companheiros, qual se pudesse cumprir o próprio dever à custa da observação inoperante que ninguém lhe pediu.

Pensemos no aluno que chegasse à escola com muito desejo de aprender e que não manuseasse, sequer, um livro, qual se o professor pudesse pregar-lhe a lição na cabeça, como quem dependura um cartaz no poste. Se aspiras a colaborar na obra dos Espíritos Benevolentes e Sábios, colocando-te entre eles e os irmãos encarnados, é possível não possas, de imediato, partilhar a sinfonia dos grandes feitos humanos, mas podes brilhar na tarefa mais alta de todas, a expressar-se no concerto do bem puro, consolando e construindo, amparando e esclarecendo, educando e amando.

Para isso, porém, não basta o muito desejo...

É preciso reverenciar o serviço, buscar o serviço, disputar o serviço e abraçar o serviço com espírito de renúncia em favor do próximo.

Muitos dizem que farão isso amanhã.

Realmente, amanhã é o tempo glorioso de nome porvir, destinado a marcar o coroamento e a vitória, a colheita e a alegria...

Entretanto, segundo velho rifão, em muitos casos, “amanhã” é o caminho que vai dar no deserto chamado “nunca”.

Emmanuel
Mensagem recebida pelo médium Francisco C. Xavier.

 

SENHOR, PERDOA-ME.

 

Senhor, perdoa-me aquilo que conheces melhor do que eu, se reincidir, perdoa-me de novo.

Senhor, perdoa-me quando me comprometo a fazer alguma coisa e encontras minha promessa esquecida.

Senhor, perdoa-me quando procuro aproximar-me de ti por minhas palavras, enquanto meu coração afasta de ti.

Senhor, perdoa-me quando peco pelos olhos, pelas más palavras, pelos desejos imoderados do coração, pelas falsidades da língua.

Senhor, trata-me com tua clemência e não com tua justiça.

Ali Ibn Abi Taled

 

ENCARNAÇÕES DOS ESPÍRITOS

 

O Espiritismo nos ensina de que maneira se opera a união do Espírito e do corpo na encarnação.

O Espírito, por sua essência espiritual, é um ser indefinido, abstrato, que pode não ter uma ação direta sobre a matéria; era-lhe necessário um intermediário; este intermediário é o envoltório fluídico que de certa forma faz parte integrante do espírito; envoltório semimaterial, isto é, participante da matéria, por sua origem, e da espiritualidade, por sua natureza astral; somo toda matéria, ele é originado no fluído cósmico universal, o qual nesta circunstância sobre uma modificação especial. Este envoltório, designado sob o nome de perispírito, de um ser abstrato faz do Espírito um ser concreto, definido, apreensível pelo pensamento; ele o torna apto a agir sobre a matéria tangível, na mesma forma que todos os fluídos imponderáveis, que são, conforme se sabe, os mais possantes motores.

O Fluído Perispiritual é, pois, o traço de união entre o espírito e a matéria. Durante sua união com o corpo, é o veículo de seu pensamento para transmitir o movimento às diversas partes o organismo, as quais se agitam sob o impulso de sua vontade, e para repercutir no Espírito as sensações produzidas pelos agentes exteriores, têm por fios condutores os nervos, como no telégrafo o fluído elétrico tem por condutor o fio metálico.

Quando o Espírito deve se encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que nada mais é senão uma expansão de seu perispírito, o liga ao gérmen, em cuja direção ele se sente atraído por uma força irresistível desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, firma-se o laço; sob influência do princípio vital material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo que o forma; daí se pode dizer que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, de alguma forma toma raiz no gérmen como uma planta na terra. Quando o gérmen está inteiramente desenvolvido, a união é completa, e então ele nasce para a vida exterior.

Por efeito contrário, esta união do perispírito e da matéria carnal, que se havia realizado sob a influência do princípio vital do gérmen, quando esse princípio cessa de agir em resultado da desorganização do corpo, a união, que apenas era mantida por uma força atuante, cessa quando essa força de agir; então o Espírito se solta, molécula por molécula, como um dia se uniu, e o Espírito recupera sua liberdade. Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo, mas a morte do corpo que causa a partida do Espírito.

Desde o instante posterior à morte a integridade do Espírito é total; suas faculdades adquirem mesmo uma penetração maior, ao passo que o principio da vida se extingue no corpo, e isto é prova evidente de que o princípio vital e o princípio espiritual são de suas coisas distintas.

Extraído do Capítulo XI do livro “A Gênese” de Allan Kardec

 

AMIGOS

 

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.

Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.

Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.

Que me tragam dúvidas e angustias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco.

Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.

Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.

Amigo que não ri, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade uma fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos.

Quero-os metade infância e outra metade velhice.

Crianças, pra que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.

 

Digs Wilde

 

A LOJA

Entrei numa loja e vi um anjo, maravilhado, perguntei:

•  Santo anjo do Senhor, o que tens aqui?

•  Todos os dons de Deus.

•  E custa muito?

•  Não, não custa nada, tudo é de graça.

Contemplei a loja e vi que havia jarras de Amor, vidros de Fé, pacotes de Esperança, caixinhas de Salvação e embalagens de Sabedoria.

•  Por favor, quero Amor de Deus, todo o seu Perdão, um vidro de Fé, bastante Felicidade e Salvação eterna para mim e todos os da minha família.

Então o Anjo do Senhor preparou e entregou-me um pequenino embrulho que coube na palma de minha mão.

Incrédulo, perguntei: mas como é possível estar tudo aqui?

Sorrindo o Anjo respondeu: aqui não damos frutos, só sementes. Plante-as!

Anônimo.

 

EM CASA

 

Ninguém foge à lei da reencarnação. Ontem, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral.

Hoje, guardamo-lo na condição de parente difícil, que nos pede sacrifício incessante.

Ontem, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício.

Hoje, temo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor.

Ontem, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes.

Hoje, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de filho-problema, o cálice amargo da redenção.

Ontem, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio.

Hoje, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-lhe, à custa de lágrimas, o trabalho do reajuste.

Ontem, abandonamos a companheira inexperiente, a mingua de todo auxilio, situando-a nas garras da delinqüência.

Hoje, achamo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso infatigável da tolerância.

Ontem, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a punhaladas de ingratidão.

Hoje, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angústia, a fim de aprender a plantar carinhos e fidelidade.

À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas.

Ajuda aos que te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorria para os que te ferem e desculpa a todos aqueles que te injuriam...

A humildade é chave de nossa libertação.

E, sejam quais sejam os teus obstáculos na família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em casa.

 

Emmanuel
Do livro "Ideal Espírita" de Francisco C. Xavier.

 

O PAPEL DOS ESPÍRITOS

"O papel dos Espíritos não consiste em vos informar sobre as coisas desse mundo, mas em vos guiar com segurança no que vos possa ser útil para outro mundo". "Se vedes nos espíritos os substitutos dos adivinhos e dos feiticeiros, então é certo que sereis enganados".

"O homem deve agir por si mesmo. Deus não manda os espíritos para que lhe achem a estrada material da vida, mas para que lhe preparem a do futuro". (Allan Kardec, O livro dos Médiuns, Capítulo 27, 2.a parte, item 303).

Os Espíritos não se manifestam para libertar do estudo e das pesquisas o homem, nem para lhe transmitirem, inteiramente pronta, nenhuma ciência. Com relação ao que o homem pode achar por si mesmo, eles o deixam entre as suas próprias forças ““.

Pedir o homem conselhos aos espíritos não é entrar em entendimento com potências sobrenaturais; é tratar com seus iguais, com aqueles mesmos a quem ele se dirigiria neste mundo; a seus parentes, seus amigos, ou a indivíduos mais esclarecidos do que ele. Disto é que importa se convençam todos e é o que ignoram os que, não tendo estudado o Espiritismo, fazem idéia completamente falsa da natureza do mundo dos espíritos e das relações com o além-túmulo.

Allan Kardec
A Gênese, Capitulo 1. °, item 60.

 

ENTREVISTAS - FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER.

 

O SALÁRIO DA MEDIUNIDADE

P – Então quem trabalha tanto e trabalhou tanto até agora, nada recebe pelo seu trabalho?

R - Graças a Deus, nunca entrou em nossas cogitações receber qualquer remuneração pelos livros psicografados, que os nossos amigos espirituais consideram como sendo um depósito sagrado.

Mas é preciso que eu me explique. Tenho tido uma compensação muito maior que aquela que pudesse vir ao meu encontro através do dinheiro: é a compensação da amizade.

O Espiritismo e a mediunidade trouxeram-me amigos tão queridos, que me dispensam tanto carinho, que eu me considero muito mais feliz com estes tesouros do coração, como se tivesse milhões a minha disposição.

A MORTE

P - Como encara a morte?

R – naturalmente que somos humanos e a despedida de um ente amado, mormente quando esse ente amado vai adquirir nova forma, de um modo geral se tornando invisível ao nosso olhar comum, a nossa dor é imensa.

Quando vemos partir, por exemplo, um filho para uma terra distante, quando sofremos a prova da separação de ente querido, mesmo na Terra, sofremos compreensivelmente, de vez que o amor vem de Deus e quando amamos, queremos perto de nós a criatura querida.

Ainda sabendo que a morte vem de Deus, quando nós não a provocamos, não podemos, por enquanto, na Terra recolher a morte com alegria porque ninguém recebe um adeus com felicidade, mas podemos receber a separação com fé em Deus, entendendo que um dia nos reencontramos todos numa vida maior e essa esperança deve aquecer-nos o coração.

Cabe-nos superar o sofrimento de morte fazendo por aquele¸ou aquela, que partem, aquilo que eles estimariam continuar fazendo, nunca entregar-nos ao choro improdutivo, ao luto que nada produz, mas, sim prosseguir nas tarefas daqueles nossos entes amados que partiram, unindo a eles o nosso pensamento e carinho através do espírito de serviço¸reconhecendo que eles continuam vivendo e, naturalmente¸ nos agradecerão a conformidade e o concurso amigo que lhes possamos oferecer para que a vida deles na Terra seja devidamente complementada.

Do livro “Entrevistas” - Francisco Cândido Xavier. Editora IDE.

 

 

ESTUDOS ESPÍRITAS

"O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá". (Allan Kardec, O livro dos Espíritos, Introdução, VIII).

"Por isso é que dizemos que estes estudos requerem atenção demorada, observação profunda e, sobretudo, como, aliás, o exigem todas as ciências humanas, continuidade e perseverança. Anos são precisos para formar-se um médico medíocre e três quartas partes da vida para chegar-se a ser um sábio. Como se pretender em algumas horas adquirir a Ciência do Infinito? Ninguém, pois, se iluda: o Espiritismo é imenso; interessa a todas as questões da metafísica e da ordem social; é um mundo que se abre diante de nós. Será de admirar que ao efetuá-lo demande muito tempo, muito tempo mesmo?”.

Allan Kardec
O livro dos Espíritos, Introdução, XIII.

 

"As reuniões de estudo são, além disso, de imensa utilidade para os médiuns de manifestações inteligentes, para aqueles, sobretudo, que seriamente desejam aperfeiçoar-­se e que a elas não comparecem dominados por tola presunção de infalibilidade. Constituem um dos grandes tropeços da medi unidade, como já tivemos ocasião de dizer, a obsessão e a fascinação. Eles, pois, podem iludir-se de muito boa-fé, com relação ao mérito do que alcançam e facilmente se concebe que os espíritos enganadores têm o caminho aberto, quando apenas lidam com um cego. Por essa razão é que afastam o seu médium de toda fiscalização; que chegam mesmo, se for preciso, a fazê-lo tomar aversão a quem quer que o possa esclarecer. Graças ao insulamento e à fascinação, conseguem sem dificuldade levá-lo a aceitar tudo o que eles queiram". (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, Segunda Parte, Capítulo 29, item 329).

"Dissemos que o Espiritismo é toda uma ciência, toda uma filosofia. Quem desejar conhecê-la seriamente deve, pois, como primeira condição, submeter-se a um estudo sério e persuadir-se de que, mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-la brincando". (Allan Kardec, O livro dos Médiuns, 1. ª parte, Capítulo 3º, item 18).

"Falamos, pois, por experiência e, assim, também, é por experiência que dizemos consistir o melhor método de ensino espírita que se dirigir, aquele que ensina, antes à razão do que aos olhos. Esse método que seguimos em nossas lições e pelo qual somente temos que nos felicitar".

Allan Kardec
O Livro dos Médiuns, 1. ª parte, Capítulo 3º, item 31.

 

 

ORAÇÃO NOSSA DE CHICO XAVIER

 

Senhor ensina-nos a orar, sem esquecer o trabalho.

A dar, sem olhar a quem.

A servir, sem perguntar até quando...

A sofrer, sem magoar, seja quem for.

A progredir, sem perder a simplicidade.

A semear o bem, sem pensar nos resultados.

A desculpar, sem condições.

A marchar para frente, sem contar os obstáculos.

A ver sem malicia...

A escutar, sem corromper os assuntos.

A falar, sem ferir.

A compreender o próximo, sem exigir entendimento...

A respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração.

A dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxas de reconhecimento.

Senhor, fortalece em nós, a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros, para com as nossas próprias dificuldades...

Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquilo que não desejamos para nós...

Auxilia-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será invariavelmente, aquela de cumprir seus desígnios onde e como queiras, hoje, agora e sempre. 

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ANO X - Nº 114– Campo Grande/MS - Julhode 2015..
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.