Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006 |
Os grandes problemas da sociedade nascem nos lares desajustados, por pessoas que não souberam assumirem de verdade a condição de pais. Áulus/Otacir Amaral Nunes |
O BENFEITOR DA MINHA SENDA
Há um homem a quem tenho uma profunda gratidão, porque ele tem me alertado quanto à realidade da vida imortal, e especialmente a maneira de lá chegar com o êxito possível depois dos breves momentos aqui vividos. Lembre-se do Apostolo Tiago: (2; 17). ”Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma”.
Esse homem há trinta anos bate a minha porta, quase que diariamente.
Num primeiro momento da minha vida quando ele aparecia e entregava-lhe pequenas migalhas. Porém no fundo pensava, mas porque esse cidadão não bate em outra porta.
Um dia procurei saber sobre a sua vida, vim a saber, que tinha um filho deficiente, outra filha normal, mas se envolveu num crime e estava presa na cadeia pública, que às vezes ele a visitava, a esposa tinha reumatismo crônico, talvez por isso fosse extremamente irritadiça, sem piedade aplicava-lhe beliscões de deixar marcas profundas, ou batia-lhe com qualquer objeto que encontrasse. Se ele resolvesse de tomar alguma medida mais drástica para coibi-la dessas atitudes, os irmãos da esposa batiam-lhe sem piedade.
Um dia perguntei-lhe: o que pensava da vida: Disse-me que ia levando, como se dissesse: que não havia outro jeito.
De manhã a rotina era bater de porta em porta, de casa em casa, depois preparar as refeições e sempre ser o último a se alimentar, se sobrasse.
Depois de muito tempo, comecei a pensar melhor, e o meu conceito foi mudando sobre esse benfeitor tão singular.
Não seria ele um enviado de Jesus que me visitava por misericórdia para despertar o meu duro coração para a realidade da vida? Especialmente sobre a virtude fundamental, a qual a Doutrina Espírita propõe e expõe com tanta clareza? “Fora da Caridade não há salvação”.
Ele que mora há uns quatro quilômetros de distância e vem até a minha casa para facilitar a minha vida no tocante ao sagrado dever de amar ao próximo? Vejo os seus pés feridos pelo constante perambular por ruas e estradas, pois que ele sempre calça um chinelo tipo havaiana, no entanto, eu que o julgava tão pobre, porém ele se compadece de minha pobreza no que se refere ao essencial e vem de tão longe me oferecer à dádiva de ensaiar a prática da caridade.
Mas... Justamente ele vai batendo de porta em porta, talvez acendendo uma luz em cada coração especialmente no meu para lembrar-me. Não esqueça o principal, fulano, não esqueça o principal!
Com o passar do tempo fui adquirindo uma visão mais clara no campo da caridade, outro cenário foi se apresentando a vê-lo, ele que é tão simples, que vai de porta em porta rogando o alimento para sobrevivência sua e de sua família e bate a minha porta para que possa despertar para realidade, de que sem amor, não se caminha.
A minha visão sobre ele se ampliou, pois que o julgava tão pobre, mas mesmo assim se compadeceu de minha pobreza no que se refere ao principal e diariamente bate a minha porta para que não esqueça o meu compromisso de amar ao próximo.
Hoje a vida vai mostrando essa realidade. Agora já o vejo como um benfeitor que vem lembrar o mais sagrado dever e passar a lição mais contundente, pois que vem até a minha casa para que não tenha o trabalho dela sair para buscá-lo, para oferecer as migalhas insignificantes de minha mesa mais que farta, por isso, eu repito que tem sido o meu maior benfeitor nesta vida.
Assim que fica a minha gratidão, pois que de tão pobre que sou e não lhe posso lhe retribuir, mas certamente o Pai que vê que se passa em secreto, e vendo a minha indigência moral mais lhe retribua.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande//MS
SINTOMAS DEPRESSIVOS
Pode acontecer que esteja triste hoje, mas não encontra uma razão para justificar essa menos valia, parece que tudo pode ficar como está porque não fará nenhuma diferença. Há um cansaço, um desânimo, que não pode saber a causa, ou as causas, talvez, até pequenos aborrecimentos do dia-a-dia que vão se acumulando e acaba virando uma montanha deles e não tem mais forças para transpô-los, talvez seja melhor deixar tudo como está e no mesmo lugar.
Não deseja mudar nada, porque nada mais interessa. Talvez já tenha começado esse desencanto intimo no passado e seja remanescente de um caso mal resolvido, aliás, que silenciosamente já algum tempo age no seu mundo interior, sutilmente, não deixando rastros nem vestígios, mas pode ser indicio certo que começa entrar num estado depressivo, porque fugiu a alegria de outras épocas, que era simplesmente feliz por viver, sem grande expectativa, mas alegre por estar vendo as cores do mundo.
Parece que há uma dor interior, que não sabe conscientemente definir, que vai deixando apática e sem vontade, inclusive de viver, parece que o mundo perdeu seu colorido, seu encanto, não quer conversar com ninguém, tão diferente do passado que ria de tudo, até sem motivo, agora parece um sacrifício se alegrar, parece que está ferida por dentro, parece que há uma dor que não tem cura, que melhor é ficar parada, olhando para o vazio, porque não vê motivo nenhum para observar coisa alguma.
Outras vezes parece que deseja se isolar do mundo. Pensa... Que talvez dessa maneira possa se sentir em paz, aliás, nesses últimos tempos, se compraz em ficar só, pensando, pensando, talvez em nada, mas especialmente ficar só, o barulho a incomoda, até as pessoas mais intimas não entendem o seu silêncio. A sua dor secreta que não tem nome, nem identidade, uma dor vaga, indefinível, sem fazer menção a nada.
Deseja dormir, talvez o sono venha acabar com essa agonia lenta, terrível, implacável, parece que o mundo levantou enormes muros para sufocá-la e não pode sequer fugir, algo terrível que assola o seu mundo interior.
Na verdade sente uma dor no peito que parece que vai explodi-lo, embora aparentemente nada haja com o seu corpo físico, mas parece doer à alma, deseja se alegrar, mas não quer, ou não pode. Nada sabe definir.
Sofrer parece o melhor remédio, afinal viver ou morrer é a mesma coisa, francamente não compreende porque as pessoas parecem felizes, tão sem motivos, parece mesmo que seu mundo se apequenou, não sente expectativa nenhuma quanto ao dia de amanhã, talvez seja mais um dia de tortura íntima, às vezes até pensa para que viver? Não faz nenhuma diferença, somente para carregar sobre os ombros essa carga de aflição, sem remédio e sem prazo para terminar.
Todavia, seu caso é grave, deve reagir com urgência, a fim de preservar a sua sanidade mental, sair desse quarto e desse marasmo, para começar... Olhe-se no espelho e sorria, mesmo sem vontade, é preciso essa decisão de sua parte. Naturalmente que existem problemas próprios de um mundo pouco evoluído, mas há também muitas alegrias no ar, que pode ser apanhadas por alguém otimista e confiante, pois que não deixa que o mundo a sufoque por motivo nenhum, mesmo porque não pode aceitar essa derrota íntima.
Nesse momento deve dar a sua contribuição ajudando-se e ajudando os outros a ajudá-la também. A cura sempre depende do paciente, ou daquele que esteja nesse lugar, porque olhando do ponto de vista espiritual a vida é bela, apesar de muitas vezes haver noites escuras, ou acontecimentos que ensombra os nossos olhos.
Mas além desse horizonte ao longe existem mundos maravilhosos que esperam àqueles que têm fé e confiança absoluta num Pai generoso e bom e que deseja a felicidade aos filhos amados, por isso mais força, mais coragem, mais fé, que o mundo abrirá as portas para acolhê-la sempre.
Faça um esforço... Abra as portas e as janelas de sua casa interior e verá que lá fora há vida em abundância, mas por que essa reclusão voluntária? Considere que bilhões de espíritos desejam renascer neste campo de provas, mas estão esperando numa fila imensa, às vezes na expectativa de viver uma vida de sofrimentos e privações sem limites, porque reconhecem que a reencarnação talvez seja o único remédio para curá-los de suas enfermidades mais profundas incrustadas no seu psiquismo, porque vivem como espíritos livres, porém mergulhados em seus dramas sem fim.
Talvez por não haver amado tanto quanto deviam em outras existências, ou simplesmente, porque menosprezaram os momentos vividos neste vale de esperanças, porém você tendo a possibilidade de conscientemente decidir o seu destino com vista a um futuro cada vez melhor, porém se coloca como vítima do mundo, que verdadeiramente não o é. Reflita maduramente e faça uma retrospectiva de sua vida e verá que tem tantos motivos para se feliz. Por isso confie em Deus e dê o primeiro passo ainda hoje. Fique sempre com Deus.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande//MS.
O MUNDO DOS ESPÍRITOS
Quando se fala em espíritos, logo se pensa e se diz tratar-se de seres imateriais, de seres espirituais, isto é, seres que não são constituídos de matéria. O Livro dos Espíritos de Allan Kardec define na questão 23, Espíritos como sendo o princípio inteligente do Universo. Mais adiante Kardec indaga aos imortais que ditaram a glamorosa doutrina, como seria definido o Espírito e fica sabendo que tal palavra é empregada para designar seres extracorpóreos e não mais o princípio inteligente , pois aquele já evoluíra a partir deste.
Allan Kardec acrescenta ainda a esta informação que dizemos serem os Espíritos imateriais, porque em sua essência diferem de tudo aquilo que entendemos por matéria,além de sermos todos cegos em relação à essência dos seres sobre-humanos, como os cegos são em relação à luz, que não compreendem as ideias que lhes seriam dadas pelo sentido que lhes faltam.
Afirmam ainda os luminares imortais que os Espíritos são individualidades cósmicas criadas por Deus e não se confundem com Ele e, portanto, são Seus filhos, sem terem existidos de toda a eternidade, apanágio que pertence só à Divindade.Apesar da clareza desse entendimento, garantem os benfeitores da humanidade que o modo e o momento dessa criação não se sabe, constituindo então um mistério para nós, encarnados e desencarnados.
O Espírito quando deixa seu corpo material ao desencarnar, conserva sua identidade,que lhe é permanente, mas perde a personalidade daquela existência depois de algum tempo, podendo dizer-se que mantém sua personalidade até quando volta a reencarnar, vivendo então nova personalidade.
Embora desenvolva nova personalidade a cada existência, suas personalidades anteriores ficam gravadas em sua memória espiritual à qual tem acesso dependendo diretamente do seu grau evolutivo; quanto mais evoluído, mais recordações lhe são possíveis.
Utilizando-se da ideoplastia, fenômeno que molda o períspirito, seu corpo espiritual, pode o Espírito se deixar ver com o aspecto que teve em certa encarnação ao aparecer em reuniões espíritas ou em qualquer outro lugar para se mostrar a quem lhe interessa e lhe é permitido.
Ao saber que o Espírito é para sempre, que é imortal, Kardec conjetura ser difícil entender que uma coisa possa ser criada e não ter um fim, ao que respondem os benfeitores, que muita coisa não entendemos por termos ainda nossa inteligência limitada, mas que por enquanto basta sabermos que a existência do Espírito não tem fim.
Podemos então concluir que eterno, só Deus o é; e que nós espíritos, ora encarnados, somos como os desencarnados, imortais e teremos a imortalidade a nosso favor para progredirmos ao ponto de nos transformarmos em Espíritos puros, quando veremos, conforme afirmação de nosso Senhor Jesus Cristo, a face de Deus como os anjos veem todos os dias.
Crispim.
Referências bibliográficas: 1)O Livro dos Espíritos. Allan Kardec.
2) Do ABC ao Infinito. Volume 1. José Náu fel.
CARTA A UM AMIGO NA TERRA
Caro companheiro.
Você quer saber algo de sua verdadeira situação na Terra.
Compreendo.
Quando a pessoa entra nessa grande colônia de tratamento e cura, é convenientemente tratada.
A memória deve funcionar na dose justa.
É natural.
A permanência aí poderá ser longa e, por isso mesmo, certas medidas se recomendam em favor dos beneficiários.
Atenda às instruções do internato e não se preocupe, em demasia, com os problemas que não lhe digam respeito.
Não se prenda aos seus apetrechos de uso e nem acumule utilidade que deixará inevitavelmente, quando as autoridades observarem você no ponto de retorno.
Se algum colega de vivência estima criar casos, esqueça isso. Não vale a pena incomodar-se.
Ninguém ou quase ninguém passa por aí sem dificuldades por superar.
Viva alegre, com a sua consciência tranqüila.
Em se achando numa estância de refazimento, é aconselhável manter-se fiel à tarefa que a administração lhe confie.
Procure ser útil, deixando o seu lugar tão melhorado quanto possível, para alguém que aí chegue depois.
Quanto ao mais, considere você e os demais companheiros de convivência e necessidade simplesmente acampados, unidos numa instituição de tratamento oportuno e feliz.
Aí você consegue dormir mais tempo, distrair-se na sua faixa temporária de esquecimento terapêutico, deliciar-se com excelente alimentação, compartilhar de vários jogos e ensaiar muita atividade nobre para o futuro.
Aproveite.
O ensejo é dos melhores.
Descanse e reajuste as próprias forças porque o trabalho para você só será serviço mesmo, quando você deixar o seu uniforme do instituto no vestuário da morte e puder regressar.
A CARTA DO MUNDO
Em todos os departamentos da Terra, reconhecemos a cooperação dos grandes missionários com a Sabedoria Divina.
De época a época, de civilização a civilização, vemo-los, à maneira de abelhas laboriosas e felizes, retirando o mel da ciência nas flores maravilhosas da vida, esparsas no campo infinito da Natureza.
O mundo sofria as calamidades mefíticas, mas a Medicina respeitável saneou o pântano e continua vencendo a enfermidade e a morte.
Vagueava a fome entre populações exaustas; todavia, o comércio esclarecido solucionou o problema doloroso.
Os perigos do mar afligiam os continentes, dificultando as comunicações; entretanto, o navio rápido venceu o dorso do abismo.
As sombras noturnas invadiam as cidades e os campos, desafiando as lanternas bruxuleantes; contudo, a lâmpada de Edison resplandeceu, expulsando as trevas.
Moviam-se as máquinas primitivas, pesadamente, extorquindo copioso suor dos servos cativos; no entanto, a energia elétrica diminuiu os sacrifícios do braço escravizado.
Questões difíceis dos povos atormentavam as administrações nas metrópoles distantes entre si; mas o avião, qual poderosa ave metálica, cortou os céus, eliminando a separação.
A cultura exigia canais para beneficiar as mais diversas regiões do Planeta e o rádio respondeu às reclamações, unindo os países uns aos outros.
Corações apartados no plano material padeciam angústias, sequiosos de intercâmbio, e o telefone, de algum modo, curou semelhante ansiedade.
Nos hospitais e nos lares, a dor física torturava milhões de sofredores; a anestesia, porém, aliviou-lhes o padecimento.
Em todos os ângulos da evolução terrestre, observamos o concurso dos apóstolos humanos nas edificações divinas. Transitam nas artes ë nas ciências, no comércio e na indústria, no solo e nas águas, construindo, colaborando e melhorando, sob os desígnios superiores que nos assinalam os destinos.
Para quase todos os flagelos que atormentam a Humanidade, encontraram lenitivo e socorro.
Todavia, para um deles, todo o esforço tem sido vão. Monstro de mil tentáculos, envolve as criaturas desde o sílex, rastejando entre as nações cultas de hoje, como se arrastava entre as tribos selvagens de ontem. Envenena as fontes da mais adiantada cultura, turva a mente dos pensadores mais nobres, obscurece o sentimento dos mais fiéis mordomos da economia terrestre, investe as posições mais simples, tanto quanto as situações mais altas. Não reconhece a inteligência, nem a sensibilidade; alimenta-se de ódio e ruínas, mastiga violência e morte em todas as latitudes do Globo. Derruba templos e oficinas, lares e escolas, pratica ignominiosos crimes com assombrosa indiferença. Ri-se das lágrimas, espezinha ideais, tritura esperanças...
Esse é o monstro da guerra que asfixia a Europa e a América com a mesma força com que constringia a garganta do Egito e da Babilônia.
Por cercear-lhe a ação esmagadora, organizam-se ligas e cruzadas, tratados e alianças em todos os tempos; improvisam-se conferências em Londres e Paris. Em Washington e Moscou, renova-se a geografia e modificam-se os sistemas políticos.
O flagelo, contudo, prossegue dominando, destruindo, esfrangalhando, matando...
Será, todavia, remédio das nações, quando as almas houverem experimentado a sua essência divina.
Não é receituário atuando, problematicamente, de fora para dentro. É medicação viva, renovando de dentro para fora.
Não é demagogia religiosa. É vida permanente.
Não se trata de plataforma verbalista e, sim, de transformação substancial.
Jesus encontrou os discípulos, um por um.
O indivíduo é coluna sagrada no templo do Cristianismo.
Negue cada qual a si mesmo – disse-nos o Mestre –, tome a sua cruz e siga-me.
Eis por que o Evangelho é a Carta do Mundo que glorificará a paz na Terra, depois de impressa no Coração do Homem.
Irmão X
Do livro “Pontos e Contos”, do médium Francisco Cândido Xavier.
FUMO - HÁBITOS PREJUDICIAIS NO ALÉM
FW – A ação negativa do cigarro sobre o perispírito do fumante prossegue após a morte do corpo físico? Até quando?
Chico Xavier – O problema de dependência continua até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispírito, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante. Quando a vontade do interessado não está suficientemente desenvolvida para arredar de si o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência do fumo.
FW – Como descreveria a ação dos componentes do cigarro no perispírito de quem fuma?
Chico Xavier – As sensações do fumante inveterado, no Mais Além, são naturalmente as da angustiosa sede de recursos tóxicos a que se habituou no Plano Físico, de tal modo obcecante que as melhores lições e surpresas da Vida Maior lhe passam quase que inteiramente despercebidas, até que se lhe normalizem as percepções. O assunto, no entanto, no capítulo da saúde corpórea, deveria ser estudado na Terra mais atenciosamente, de vez que a resistência orgânica decresce consideravelmente com o hábito de fumar, favorecendo a instalação de moléstias que poderão ser claramente evitáveis. A necrópsia do corpo cadaverizado de um fumante em confronto com o de uma pessoa sem esse hábito estabelece clara diferença.
FW – Sendo o perispírito o substrato orgânico resultante de nossas vivências passadas, seria certo raciocinar que uma criança, nascida de pais fumantes, já teria nessa circunstância uma prova inicial a ser vencida, em conseqüência de certas tendências negativas de vidas passadas?
Chico Xavier – Muitas vezes os filhos ou netos de fumantes e dipsômanos inveterados, são aqueles mesmos espíritos afins que já fumavam ou usavam agentes alcoólicos em companhia deles mesmos, antes do retorno à reencarnação. Compreensível, assim, que muitas crianças (espíritos extremamente ligados aos hábitos e idiossincrasias dos pais e dos avós) apresentem, desde muito cedo, tendências compulsivas para o fumo ou para o álcool, reclamando trabalho persistente e amoroso de reeducação.
FW – No mundo Espiritual Maior há tratamento para fumantes inveterados, ou seja, como se faz na Terra, através de quotas diárias cada vez menores etc., as indagações decorrentes são: se o fumante não abandonar o cigarro durante o transcurso da vida física terá de fazê-lo, inarredavelmente, na esfera espiritual? E quanto tempo exigirão tais tratamentos antitabágicos para fumantes desencarnados? Na vida extrafísica também ocorrem reincidências ou recaídas dos dependentes de fumo?
Chico Xavier – Justo esclarecer que não apenas quanto ao fumo, mas igualmente quanto a outros hábitos prejudiciais, somos compelidos na Espiritualidade a esquecê-los, se nos propomos a seguir para diante, no capítulo da própria sublimação. O tratamento da Vida Maior para que nos desvencilhemos de costumes nocivos perdura pelo tempo em que nossa vontade não se mostre tão ativa, e decidida, quanto necessário, para a liberação precisa, de vez que nos planos extrafísicos, nas vizinhanças da Terra propriamente dita, as reincidências ocorrem com irmãos numerosos que ainda se acomodam com a indecisão e a insegurança.
Do Livro “Lições de Sabedoria” de Marlene R S. Nobre.
PERDÃO
É preciso exercitar o perdão!
Em qualquer situação de crise, mesmo nas horas mais difíceis, procuremos nos orientar pela fé, perdoando sempre o nosso agressor, depositando nele a nossa consideração.
Melhor saber perdoar do que alimentar a nossa proposta de revidar todo direcionamento violento que nos trás, a gosto, a fisionomia do ódio, maltratando ainda mais, o nosso descontrole sobre as coisas que simplesmente podíamos perdoar.
Quase sempre o nosso agressor é tão carente quanto nós e suporta nos ombros, muitas vezes o peso da própria indignação, quanto a nossa resposta imediata, desorganizando ainda mais a sua projeção de infâmia!
Em cada situação, o perdão é a porta aberta para a conciliação, estabelecendo laços firmes entre o agressor e o agredido, que um dependendo do outro, procura expor a sua própria camisa de força, na própria doutrinação de suas próprias deficiências.
Com o perdão damos créditos a nós mesmos e durante o estágio renovador Jesus nos convoca ao exercício do perdão, multiplicando sempre por 7 vezes 70 vezes.
Ezequiel
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, na noite de 19/05/2005, na cidade de Campo Grande/MS.
SEMENTES
“No princípio era o verbo, depois o verbo se fez carne”, e lançou à Terra as suas sagradas sementes que caíram em diversos tipos de solo. Umas sobre a areia que logo nasceram, porém não tendo nutrientes para sustentá-las, feneceram logo; outras sobre os espinheiros e devido à situação adversa não vingaram; muitas outras ainda sobre as pedras tentaram se firmar, mas em vão, somente uma pequena parte caiu sobre a terra fértil e produziram em grande abundância. Áulus
Vicente Curi, o empreiteiro de obras, amanheceu exasperado. Enfermo. Abatido. O corpo bambeara e a cabeça parecia-lhe um vaso em fogo.
Justamente naquele dia.
De noite, marcara o relógio. Horário certo de levantar. Quatro operários esperavam-no para a necessária demolição do velho prédio que adquirira em bairro distante.
Precisava satisfazer o serviço urgente em reconstruções diversas. Via-se, porém, cansado, febril.
Além disso, vomitava substância amarga.
Tentara erguer-se. Inutilmente. A esposa dissera ser "melhor chamar médico",
Vicente reagiu, obstinado. Carro de clínico à porta, alarme certo.
Piorava a olhos vistos.
A idéia do serviço marcado castigava lhe o pensamento. Contrariava-se. Apesar do problema orgânico, preferia ter viajado, e demora-se na cama.
D. Mercedes, a esposa, pede-lhe calma. É indispensável confiar na Divina Bondade.
Às nove horas, Cesário, um dos cooperadores, vem pedir providências. Atacando o serviço, ele e os companheiros assistiram ao inesperado. A casa velha, caindo aos pedaços, não agüentou o ataque das picaretas e ruíra, de vez.
Valmiro, o operário mais jovem, tivera os pés gravemente feridos, ficando impossibilitado para o trabalho.
O empreiteiro, agora, não apenas gemia.
Onde a Providência Divina que não me ajuda? - gritava, frenético. Badalavam dez horas.
Entulhado de comprimidos, Vicente pede à esposa a injeção antitóxica guardada no armário. Era a última de pequena série que deixara incompleta. Tanto tempo passara que D. Mercedes julgou prudente compra uma nova caixa em farmácia vizinha.
- Não temos - falara o moço de vendas. E acrescentou: - Agora é remédio raro.
O enfermo, no entanto, não se conformava.
Queria a injeção. Velha assim mesmo. Entretanto, buscando ajustá-la à agulha, D. Mercedes viu-a cair no piso, perdendo o conteúdo.
Vicente se enraiveceu, enquanto a mulher lhe falava na Providência Maior.
Alguém lembrou o telefone para recurso à outra farmácia. O doente, amuado, recusou; não queria mais a medicação.
Mais tarde, porque sentisse dores nas costas, D. Crescência, antiga enfermeira da vizinhança, falou em aplicação de ventosas.
Vicente lembrou-se do avô, sob ventosas acima dos rins. E aceitou-as.
Copos de vidro, algodão e fósforos foram trazidos ao quarto. Quando faziam a aplicação das ventosas, um algodão inflamado escapa das mãos da bondosa amiga.
Comunica-se o fogo aos lençóis finos. Vicente é retirado pelas senhoras. Ultrapassa os limites do silêncio correto. Protesta indignado. Fala asneira. Do colchão incendiado, porém, sai correndo enorme escorpião, mostrando o dardo em riste.
D. Mercedes entra em luta perseguindo o lacrau que lhe foge ao chinelo, e fala, mais uma vez, sobre o Amparo Divino.
O marido lamenta-se, desesperado.
- Parece que urubus pousaram em mim.
Quase noite, embora melhor, mostra-se Vicente mais inquieto.
Relaciona amarguras e prejuízos.
D. Mercedes pede o concurso de Souto, amigo da casa, para conduzi-lo ao templo espírita. Vicente precisava de socorro moral.
Convencera-o a valer-se do passe de reconforto.
Souto, ao telefone, promete colaborar, e, na hora certa, surge sorrindo. Está pronto.
O enfermo toma-lhe o braço, mas, talvez, porque se movimentasse com lentidão, o ônibus esperado não espera por eles. Pára o segundo, e zarpa adiante.
- Era o que faltava! - diz Vicente, enervado. Não quer mais o passe. O amigo, entretanto, insiste. D. Mercedes insiste.
Torna um táxi. Chegaram ao templo indicado, alcançando o recinto no momento que iam cerrar a porta.
São os últimos.
Antes deles, porém, um moço pálido entra à pressa e roga ao diretor da reunião, em voz alta, uma oração pelas vítimas de um desastre, ocorrido momentos antes.
O ônibus, que Vicente perdera, capotara em local próximo.
Fora feito o balanço. Quatro mortos e dez feridos...
Iniciara-se a prece de abertura.
Por não poder conversar, pensa D. Mercedes, mais uma vez, no Infinito Amor de Deus. E, com efeito, no momento do passe, o Irmão Luiz, orientador espiritual das tarefas em curso, incorpora-se em D. Cristina, a médium habitual, e diz a Vicente, alarmado:
- Meu amigo, não reclame. Por quatro vezes, hoje, rebelou-se você contra a Providência Divina, ao passo que a Divina Providência o arrebatou às garras da morte por quatro vezes. Sua ficha de espírito devedor marcava, para hoje, a desencarnação rude e violenta. Você esteve à beira de ser esmagado pelo prédio que veio a cair; de ser envenenado pela empola que trazia o líquido alterado; de ser picado pelo escorpião que o seguira no próprio leito, e de ser estrangulado na engrenagem do coletivo menos feliz... Entretanto, Vicente, em atenção aos seus gestos de caridade, amigos espirituais do caminho advogaram-lhe a causa. Você mereceu amparo, na Lei, como alguém que consegue moratória no banco. Volte para casa e descanse a cabeça teimosa. O socorro de Deus nem sempre tem a forma da flor ou a rutilância da luz. Volte a agradeça os contratempos e dissabores do dia. Serenidade é remédio em cada enfermidade.
Vicente enxugou os olhos úmidos... Terminada a sessão, regressou a casa, tranqüilo.
Reconciliara-se consigo mesmo, e, tomando ao leito, que recebia agora por bênção doce e reconfortante, planejou, satisfeito, a renovação de sua vida.
Rilmo Silva
Do livro “A Vida Escreve" de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira. Editora FEB.
Não se menospreze. Eduque-se. Não se marginalize. Trabalhe. Não apenas administre. Obedeça. Não apenas mande. Faça.
Não condenes. Abençoe.
Não reclame. Desculpe.
Não desprimore. Dignifique. Não ignore. Estude.
Não desajuste. Harmonize. Não rebaixe. Eleve.
Não escravize. Liberte.
Não ensombre. Ilumine.
Não se lastime. Avance.
Não complique. Simplifique. Não fuja. Permaneça.
Não dispute. Conquiste.
Não estacione. Renove.
Não se exceda. Domine-se.
Lembre-se: todos nós em tudo dependemos de Deus, mas o empresário de nosso êxito, em qualquer ocasião, seremos sempre nós mesmos.
André Luiz
Do livro "Resposta da Vida" de Francisco C. Xavier. Editora IDEAL.
Não te creias em abandono, por mais rude te pareça a solidão e por mais doridas as provas que hoje te dilaceram...
Ninguém há que espunja em regime de esquecimento.
Na tua soledade, onde as noites te parecem mais cruas e as provações mais exigentes, alguém participa da tua angústia acompanhando as penas que te convidam a reflexões profundas e diferentes.
Gostarias de privar, novamente, das primaveras abençoadas e ridentes em que os júbilos se te agasalhassem no coração, falando-te de sorrisos e de novas ilusões, já que supões encontrar nas quimeras o presente ditoso da vida.
Acompanhas, com a alma em mágoa, o sorriso que transita pelos lábios do mundo e sentes no imo o travo de inquietude e desesperação.
Desejarias, como eles, volver ao túmulo das horas vazias...
Percebes que te falam de alegrias que já não podes fruir.
Tens a impressão de que a liberdade que experimentam constitui o verdadeiro licor da vida.
No entanto, pára, medita e modifica o conceito.
Eles não são ditosos quanto gostariam. E supões que o sejam.
Na Terra, todos nos encontramos em regime de recuperação, em ministério reeducativo.
Nosso planeta não é, por enquanto, o decantado Éden, nem ainda o refúgio exclusivo da amargura.
Dor é prova.
Sofrimento é desafio.
Solidão é bênção.
Os que ora se encontram com aparência de felicidade volverão...
Os que transitam em dor se recuperam e voltarão.
Todos marchamos para a liberdade.
Não te detenhas na lamentação.
Não os invejes, a esses equivocados sorridentes, àqueles ansiosos que ignoram o amor em profundidade ou aos que vagueiam na busca do nada.
São crianças espirituais.
Ama tu, confia desde hoje e espera mais.
Quem O visse em extremo abandono, dilacerado, esquecido, os braços rasgados em duas traves toscas, o coração lancetado, o olhar baço pelas lágrimas de sangue, e a coroa de espinhos pontiagudos na cabeça sublime, não diria que Ele era o Governador da Terra, e que, por amor, trocara as estrelas rutilantes pelas sombras do mundo, a fim de tornar-se para os tristes e confiantes, os sofridos e amantes, uma via-láctea de redenção pelos rumos do infinito.
Confia nele, alma sofrida, não sofras mais, não te desesperes, nem te creias a sós.
PEDRAS DO CAMINHO
Por mais que lutasse, sempre encontrei pedras enormes em meu caminho, talvez para me provar que precisava cultivar a humildade. Lógico que desses embates da fortuna adversa sai derrotado e revoltado, mas hoje que o tempo trouxe a experiência, posso avaliar melhor, pois que fora necessário que isso acontecesse para começar olhar para os lados e para baixo, mas principalmente para cima, pois que só via os meus interesses materiais e nada mais.
Áulus
COISAS QUE APRENDI NA VIDA
1. Aprendi que não importa quanto eu me importe: algumas pessoas simplesmente não se importam.
2. Aprendi que não importa quão amiga seja uma pessoa, ele vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoa-la por isto. (A recíproca também é verdadeira).
3. Aprendi que falar pode aliviar dores emocionais.
4. Aprendi que levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la.
5. Aprendi que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
6. Aprendi que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pela vida inteira.
7. Aprendi que o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
8. Aprendi que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
9. Aprendi que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam.
10.Aprendi que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa.
11.Aprendi que devemos deixar sempre as pessoas que amamos com palavras amorosas. Pode ser a última vez que as vejamos.
12.Aprendi que as circunstâncias e o ambiente têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
13. Aprendi que não devemos nos comparar aos outros, mas com o melhor que podemos fazer.
14.Aprendi que não importa até onde já cheguei, mas para aonde estou indo.
15.Aprendi que não importa quão delicado e frágil seja algo: sempre existem dois lados.
16.Aprendi que leva muito tempo para eu me tornar à pessoa que quero ser.
17.Aprendi que se pode ir mais longe depois de pensar que não se pode mais.
18.Aprendi que você controla seus atos ou eles o controlarão.
19.Aprendi que heróis são pessoas que fizera o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
20. Aprendi que as paciências requerem muitas práticas.
21. Aprendi que existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.
22. Aprendi que meu melhor amigo e eu podemos fazer qualquer coisa, ou nada, e termos bons momentos juntos.
23. Aprendi que, algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que lhe ajudam a levantar-se.
24.Aprendi que há mais dos meus pais em mim do que eu supunha.
25.Aprendi que quanto estou com raiva, tenho direito de estar com raiva. Mas isto não me dá o direito de ser cruel.
26. Aprendi que quando alguém não o ama do jeito que você quer que ela ame, não significa que ela não o ame com tudo que pode.
27. Instruir-se que a maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve e o que você aprende com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.
28. Aprendi que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens ou que estão fora de cogitação. Poucas coisas são mais humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
29. Aprendi que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo.
30. Aprendi que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido. O mundo não pára para que você o conserte. (Só Deus pode fazê-lo... e quer!).
Uma coisa que eu também aprendi é que todo mundo precisa de um amigo.
Eu tenho vários, e passo sempre para eles minhas mensagens preferidas. Eles gostam, e eu me sinto bem. Que tal você enviar para aqueles amigos seu também.
Autor Desconhecido.
CHICO XAVIER - PERGUNTAS E RESPOSTA S
Hele Alves: - Dizem os espíritos que a vida é uma escola. Nós passamos de ano quando conseguimos uma certa evolução. Esta evolução se faz durante a nossa vida na terra ou também durante a nossa vida no espaço?
Chico Xavier : - Na vida terrestre nós temos sempre um programa de trabalho e de auto-educação a ser realizado, mas este programa prossegue além desta vida conforme as nossas necessidades, porque todos estamos subordinados à misericórdia de Deus dentro da Justiça que nos rege os destinos. Muitas vezes nascemos na Terra ou renascemos na Terra com um determinado programa de serviços a realizar, mas realizamos esse programa de modo imperfeito. A justiça seria naturalmente que fosse cassado para nós o direito da continuidade de trabalho. Mas a misericórdia de Deus impera no Universo inteiro. Portanto, há continuidade de trabalho para nós todos e continuidade de estudo na outra vida, graças a Deus.
Do livro “Pinga Fogo” Francisco Cândido Xavier.
ANO X - Nº 115– Campo Grande/MS - Agosto de 2015.. |