"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO X - N. 120 * Campo Grande/MS *Janeiro de 2016.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.


Espalhe bondade e compaixão no caminho alheio, pois que somente estas lhes serão a herança mais valiosa que poderá desfrutar. Áulus / Otacir Amaral Nunes

 

 

A FORÇA DA LEI

A vida corre à frente com suas exigências e suas responsabilidades. Cada um com o seu programa de trabalho. Se porventura algo mais espera da vida, deve em primeiro lugar fazer-se merecedor pela aplicação no objetivo colimado.

Ninguém subirá a alta montanha se não der o primeiro passo. Pode ser este com muito entusiasmo, ou não, mas será uma decisão que pode ter um resultado importante. Talvez esteja em paz com o mundo e consigo mesmo, porém reconhecendo os seus limites, talvez pensando melhor no equilíbrio emotivo diante da vida, deseje fazer alguma coisa sem exigência de contrapartida como ocorre no mundo.

Pode mesmo com os seus poucos recursos realizar muitas coisas, desde que tenha a boa vontade. O lavrador que espera a colheita farta deve trabalhar sol a sol para oferecer todas as condições para que este sonho se concretize.

Muitos conflitos em que se envolve ao longo do caminho têm origem dentro de sua casa interior, onde não consegue selecionar o rol de suas prioridades e o que realmente convém. Muitas vezes fica com a pior parte da herança, representada pelo orgulho e pelo egoísmo, que o coloca em antagonismo com os semelhantes.

Caso utilize o azorrague contra o próximo, com isso abdica o direito de ser livre, caindo na escravidão do erro, que sem dúvida, irá acarretar enormes sofrimentos. É da lei, a pedra que atira e atinge o próximo, provoca um maior sofrimento naquele que a arremessou. Por isso todo o cuidado é pouco.

As normas da vida são exigentes. Nada fica sem a corrigenda devida. A semelhança do escorpião que carrega o veneno que segrega, e como ele muitas vezes pratica se mata, inoculando em si mesmo a toxina fatal, pois que ignora que a lei libertadora é o amor.

Se muitas vezes aplicou essas reservas de veneno nos outros, representada pela falta de amor, pode a mesma força da lei preparar uma dose letal e o constranja a bebê-la. Ninguém foge ao compromisso de rever os seus pontos de vista. É difícil compreender estas coisas, porque na condição de escorpião que segrega o veneno, embora o próximo possa até nos perdoar sem condição, porém a carga de aflição é de quem praticou o mal, com isto cria para si a obrigação de reparar o mal praticado.

É certo que muitas vezes age de maneira inconsequente, ou mesmo num ato de imprudência, mas nem por isso o mal deixou de ser feito, e este trará suas consequências inevitáveis. É justo que procure sedimentar em si a semente do amor e da caridade.

É claro que muitas vezes se lamenta de certas atitudes, mas nem por isso o procedimento que adota deixará de carregar o mal aos outros e disso é responsável, porque quebrou a lei de harmonia, que é da lei preservar.

É imperioso assumir uma postura digna diante do próximo, porque está firmemente informado de que o mal que intenta levar aos outros será de sua inteira responsabilidade e por conta disso a lei será acionada e a cobrança inevitável.

Se porventura abusou do livre-arbítrio para perpetrar o mal, agora também deve agir em sentido contrário para restabelecer o equilíbrio. É a lei estabelecendo a regra do bem viver. A regra de ouro não manda amar o próximo como a si mesmo como norma libertadora?

O próprio Jesus afirmou: aquele que fez coisas reprováveis por ignorância da lei “levará poucos açoites, porém aquele que a conhecia e ainda assim praticou atos condenáveis, levará muitos açoites”, e pode estar na condição da segunda alternativa, sem dúvida nenhuma, por isso alerte o seu coração e pense mais como age, a fim de que mais tarde não venha lamentar sobre os seus erros, mas já sem remédio.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande//MS.

 

MEDIUNIDADE

O intercâmbio entre os dois planos da vida, ou seja, entre encarnados e desencarnados tem sido objeto das mais profundas cogitações em todos os tempos e muitos casos tem conseguido estabelecer a base para que se realizassem regularmente esses encontros, que serviram de base para um entendimento mais completo da vida espiritual.

Mas, somente com o advento da Doutrina Espírita é que esse congraçamento de informações se estabeleceu de maneira racional e definitiva e hoje se realiza esse intercâmbio em toda a sua plenitude. E a partir de então se pode estabelecer de maneira sutil ou ostensiva contato permanente entre o espírito encarnado e o espírito livre, utilizando como “sujet” o médium, que é o equipamento utilizado para se estabelecer a ligação, daí o próprio adjetivo, médium – intermediário.

Claro que esse nível de participação das partes varia ao infinito, em parte depende da aptidão do médium, que se vincula a sua disposição orgânica, por isso que alguns dizem que a mediunidade é de natureza material, porque se a criatura não traz ao nascer essa disposição especial, o intercâmbio pelo menos ostensivo fica prejudicado. Já foi dito, embora a esse nível de ligação seja limitada a aptidão de cada um, que o exercício constante auxilia o seu desenvolvimento, bem como é necessário para que um intercâmbio se estabeleça com mais segurança.

O homem desde os primórdios dos tempos tem recebido por essa via uma gama muito grande de ensinamentos, que ele tem dado outra origem, crendo muitas vezes tratar-se exclusivamente de sua capacidade pessoal de realizar certas descobertas de natureza transcendente, que lhe permitiram chegar a determinadas conclusões, e isso também ocorre no mundo de hoje. A tendência é que cada dia mais se acentue o seu desenvolvimento. Isto é de extrema importância na moralização das criaturas, porque assim compreenderão que são cidadãos do mundo, não de um lugar ou subúrbio do planeta e de maneira fraterna sempre devem agir.

Muitos menos avisados deixam que esta faculdade sublime do espírito humano vá aos poucos desaparecendo pela falta de uso, porque ninguém pode constrangê-lo a seguir este ou aquele caminho, pois é dotado do livre-arbítrio.

O que deixa de lado essa faculdade maior muito lamentará no futuro, porque é uma porta que abre em muitas direções, para mostrar as criaturas os seus compromissos essenciais aqui no plano físico, mas muitos não percebem esse caráter sublime na mediunidade e ocorre que muitos médiuns de grande potencial, mesmo com alguns avanços na sua prática, de repente abandonam a tarefa, vindo mais tarde a ser vítima de obsessões cruéis, que lhes tira todas as possibilidades materiais de viver, mas a culpa sempre recai sobre o médium desajustado e invigilante que não soube comportar-se de maneira digna. Se em princípio Deus lhe deu essa faculdade é que ele é o mais necessitado dela, a fim de que servisse de instrumento de sua própria libertação.

Mas muitos acham que é muito penoso e difícil ser médium, claro que é, mas como conquistar algo de real e permanente sem trabalho e sem sacrifício, que é a própria condição do homem?

Apesar da intensa movimentação nesse sentido, raros são aqueles que cumprem fielmente com o mandato até o fim. Muitos alegam cansaço, que já trabalharam muito, outros que é falta de tempo, outros ainda a decepção com determinados companheiros de luta e muitas outras razões. E abandonam a tarefa. O tempo célere passa e o momento do retorno à vida espiritual chega, sentem o peso da responsabilidade não cumprida, agora a quem apelar?

O seu anjo de guarda que permaneceu a vida inteira a sua disposição tentando sugerir ideias enobrecedoras, mas sem êxito, agora acha que seu tutelado também precisa de experiência para avaliar melhor o que andou fazendo, sente o despreparo para àquela hora crucial, tenta retroceder, ou pedir prorrogação, mas já é tarde demais, o seu próprio corpo físico já não tem mais vitalidade e mesmo porque já esgotou todo o seu tônus em fantasias e vícios. O seu tempo acabou-se no mundo.

Somente agora compreendeu que negligenciou os seus deveres essenciais e sofre, sente muitas vezes ao seu lado aqueles que deveria auxiliar e não o fez e agora exprobram a sua conduta e sua maneira equivocada de agir.

Porém, o seu tempo passou e ele volta à vida espiritual consciente de que não cumpriu a sua parte, mas quer agora fazer um novo acordo, porque desta feita finalmente conseguirá atingir a meta, mas existem outras considerações que não podem ser adiadas, pois que muitos outros estão a sua frente, talvez faliram como ele e terão novamente a sua chance, mas ele terá que esperar ainda por longo tempo, até que esteja realmente em condição de cumprir os seus compromissos.

Muitos relegam essa faculdade ao abandono por vaidade ou orgulho, como se colocassem um instrumento de sua propriedade e dissessem: eu não preciso disso, porque eu me basto a mim mesmo e mesmo porque vou dedicar o meu tempo a algo mais importante e mais rentável para mim, enfim preciso viver bem.

Em resumo quem pensa assim não faz uma coisa nem outra, porque vive atormentado pelo seu dever não cumprido, nem vive a vida folgada como sonhou porque não tem as obras para garantir a paz que deseja e como não exerceu o sublime mandato de amor que lhe foi outorgado por misericórdia do alto e como não tem mérito enfrenta os problemas que engendrou no passado, através de atitudes equivocadas, pois que jogou tudo para o alto e foi assumir um lugar obscuro no mundo material, sem cogitar mais do seu futuro, que será carregado de mágoas por não haver cumprido a sua parte. Mesmo porque outros também dependiam de sua decisão em fazer o bem.

Agora aquele que se entrega à tarefa de corpo e alma, que faz o bem pelo bem, e sempre age por amor aos outros, e mais se esforça a cada dia para se tornar melhor, que não despreza nenhuma oportunidade de ser útil, que cala os seus melindres para que a maledicência ou a discórdia não atinjam as pessoas ou seu ambiente de trabalho, mas procura colocar-se na posição de cooperador do bem, sem ferir o próximo sob qualquer pretexto, enfim que sente a obrigação de amar a causa que abraçou.

Compreendeu o alcance do instrumental que está em suas mãos e pode assim ser algo útil para a felicidade dos outros que se debatem com seus problemas de ordem psíquica que somente a Doutrina consoladora pode lhes oferecer o alívio e a paz de consciência, esse é como o semeador da parábola, semeia com abundância e a sua seara produzirá a cem, a sessenta e a trinta por um.

Cumpriu com o seu dever por mais difícil que fosse, lutou contra a sua natureza inferior e a venceu e manteve-se na luta do dia-a-dia, que muitas vezes pensou em desistir, mas não se achou no direito de assim proceder, porque muitos confiavam nele e apesar de não ser aquele que deveria ser, porém não teve um dia que não enfrentasse problemas de sobrevivência e outros ainda mais graves, mas permaneceu firme frente a tudo, ou por mais que sofresse nunca abandonou os seus compromissos e mais sofreu e lutou ainda, e assim levou a sua tarefa até o fim, por entre escolhos e tempestades, mas ainda assim venceu, foi náufrago, mas com fé e esperança conseguiu se superar, diante das lutas íntimas mais intensas, para se adaptar à realidade do Cristo, que recomendou, "amai-vos uns aos outros como em vos amei", como a lição suprema do Mestre por excelência, Jesus Cristo.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande//MS.

 

PALAVRA DA SALVAÇÃO

Quando nós refletimos sobre a vida depois da morte, principalmente quando estamos próximos do túmulo de um ente querido, já não disfarçamos as lágrimas que correm de nossos olhos, como se estivessem fugindo de nós mesmos, para que se perdessem no chão, molhando a terra, e melhorado a sua eficiência para o plantio de nossas esperanças.

Como aquele ente querido que visitamos, rogando a Deus, através uma prece, para que esteja bem e feliz na outra dimensão da vida, ficamos entrelaçados pelo coração, buscando essa existência divina, quando somos tocados pelas mãos de Deus, mas pedindo para que aceitemos a vida, tanto quanto a morte, porque juntas são fontes de luz, a nos assegurara a eternidade.

Jesus Cristo veio ao mundo e juntou-se a nós, prometendo a vida eterna. Foi morto e crucificado, ressuscitou no vale da morte no terceiro dia e antes de ascender ao Pai, disse aos seus apóstolos: Ide e pregai o meu Evangelho para que toda criatura o conheça como a palavra da salvação.

Ezequiel
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, na noite de 03/11/2005, na cidade de Campo Grande/MS.

 

DA PERFEIÇAO MORAL

 

Caracteres do Homem de Bem

Verdadeiramente, homem de bem é o que pratica a lei da justiça, amor e caridade, na sua maior pureza. Se interrogar a própria consciência sobre os atos que praticou, perguntará se não transgrediu essa lei, se não fez o mal, se fez todo bem que podia, se ninguém tem motivos para dele se queixar, enfim se fez aos outros o que desejara que lhe fizessem.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem contar com qualquer retribuição, e sacrifica seus interesses à justiça.

É bondoso, humanitário e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem distinção de raças, nem de crenças.

Se Deus lhe outorgou o poder e a riqueza, considera essas coisas como um depósito, de que lhe cumpre usar para o bem. Delas não se envaidece, por saber que Deus, que lhas deu, também lhas pode retirar.

Se sob a sua dependência a ordem social colocou outros homens, trata-os com bondade e complacência, porque são seus iguais perante Deus. Usa da autoridade para lhes levantar tio moral e não para os esmagar com o seu orgulho.

É indulgente para com as fraquezas alheias, porque sabe que também precisa da indulgência dos outros e se lembra destas palavras do Cristo: Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado.

Não é vingativo. A exemplo de Jesus, perdoa as ofensas, para só se lembrar dos benefícios, pois que não ignora que, como houver perdoado, assim perdoado lhe será.

Respeita, enfim, em seus semelhantes, todos os direitos que as leis da Natureza lhes concedem, como quer que os mesmos direitos lhe sejam respeitados.

 

Allan Kardec
(Livro dos Espíritos ­ Capítulo XII – Pergunta 918)

 

AVALIAÇÃO NO CENTRO ESPÍRITA

Recomendada por Santo Agostinho (1), a avaliação é uma das práticas mais saudáveis e necessárias ao aprimoramento de alguém, de um trabalho ou de uma instituição. Através dela podemos constatar o que vai bem e o que precisa ser reajustado, imprimindo maior qualidade ao trabalho que realizamos.

Mas o que é avaliar? O que avaliar? Por que e para que avaliar? A busca de respostas para essas perguntas representa um bom começo para pensarmos em avaliação no Centro Espírita. Façamos então algumas digressões.

Para alguns “avaliar é verificar se os objetivos estabelecidos foram atingidos”, para outros “é um processo de tomada de decisões”, podendo ser também “um julgamento de mérito e relevância”, ou seja, da qualidade e organização de alguma coisa (mérito) e dos seus resultados sociais (relevância).

Dentro da infinidade de conceitos possíveis, diremos que avaliar é identificar os pontos fortes e fracos de um programa, projeto, instituição, desempenho de alguém, procurando fortalecer o que vai bem e retificar o que vai mal. Avaliamos porque é importante nos situarmos em relação ao que fazemos, a fim de melhorarmos continuamente, gerando sempre progresso.

Exatamente como afirma a educadora Jussara Hoffman (2), quando propõe “(...) que a avaliação leve à melhoria, não apenas a apontar problemas, mas tentar solucioná-los”. Por isso é que mais importante do que os resultados serão os encaminhamentos que daremos a eles.

Da mesma forma que não vamos esperar chegar ao fim da atual reencarnação para avaliarmos se sabemos ou não viver bem, toda instituição espírita atenta aos seus compromissos tem necessidade de estar continuamente se avaliando.

Como avaliar é também expressar um juízo de valor, a todo instante estamos avaliando e sendo avaliados. O que não podemos perder de vista é a necessidade de nos auto-examinarmos, com o devido cuidado para não sermos severos com os outros e extremamente indulgentes conosco, invertendo a proposta do Espírito Dufêtre, exposta em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (3).

Quem avalia insere-se no que é avaliado, colaborando para o êxito ou o fracasso do que está avaliando, construindo, assim, o seu próprio sucesso ou insucesso.

Existem alguns critérios fundamentais que não podem deixar de estar presentes no processo avaliativo, principalmente quando esse se dá num Centro Espírita:

* Utilidade – para que servirão os resultados da avaliação? Em que sentido eles poderão servir como indutores de mudanças? Serão úteis para quem?

* Viabilidade – o processo avaliativo que se pretende desenvolver é possível de ser realizado? Está estruturado de acordo com as necessidades das pessoas do Centro?

* Precisão – há um planejamento que demarque etapas, recursos, tempo e os objetivos que pretendemos alcançar com a avaliação? Há uma sensibilização prevista, de modo que todos possam aderir à avaliação e dela participar de forma consciente?

* Ética – que valores fundamentam o processo avaliativo? Qual o nível de participação das pessoas que estarão envolvidas? Como serão utilizados os resultados?

Pelo fato de não estarmos numa empresa produzindo algum tipo de produto, não iremos avaliar a qualidade e nem a quantidade com que este é produzido? Logo, precisaremos estar atentos a alguns indicadores de qualidade que serão objeto da avaliação no Centro Espírita, independentemente do departamento ou setor a ser avaliado:

> Assiduidade e pontualidade nas tarefas;

> Boa vontade nas iniciativas;

> Aplicação no estudo da Codificação e demais obras auxiliares;

> Esforço continuado em superar as más inclinações;

> Empenho em melhorar as relações interpessoais;

> Grau de satisfação pessoal na realização da tarefa;

> Consciência da importância da tarefa para o bom funcionamento do Centro como um todo;

> Conhecimento dos objetivos do departamento ou setor onde atua.

Esses e outros indicadores que possam ser criados servem como parâmetros para aferição da qualidade das relações que estabelecemos com as nossas tarefas.

Por mais difícil que seja, é importante que a avaliação gere prazer e contentamento, pois as falhas diagnosticadas permitirão uma reflexão e uma tomada de atitudes que conduzam todos ao crescimento. Avaliar não é sinônimo de punir, mas de reorientar e promover.

Dentro dessa proposta, não estaríamos avaliando a capacidade das pessoas (Espíritos), mas conduzindo todos a uma auto-avaliação, de modo que cada um se compare consigo mesmo, percebendo como era, como é, e como poderá ser.

Diz a educadora Jussara Hoffman (4): 

“Ninguém muda a cabeça de ninguém, na verdade as pessoas só mudam suas práticas quando descobrem novos significados.”

E essa descoberta se dá de forma diferente em cada um.

Vejamos o que diz Dona Laura a André Luiz, no livro “Nosso Lar” (5):

“Parece ainda distante o tempo em que os institutos sociais poderão determinar a qualidade de serviço dos homens, porque, para o plano espiritual superior, não se especificará teor de trabalho sem consideração dos valores morais despendidos. (...) os fatores assiduidade e dedicação representam, aqui, quase tudo.”

No livro “Missionário da Luz” (6), referindo-se às qualidades essenciais que credenciam os Espíritos a abraçarem grandes tarefas confiadas pela espiritualidade superior aos encarnados, o Espírito Sertório, dialogando com André Luiz, destaca quatro delas:

“Deus chama todos os filhos à cooperação em sua obra augusta, mas somente os devotados, persistentes, operosos e fiéis constroem qualidades eternas que os tornam dignos de grandes tarefas. E, reconhecendo-se que as qualidades são frutos de construções nossas, nunca poderemos esquecer que a escolha divina começará pelo esforço de cada um.”

Essas quatro qualidades citadas por Sertório, a devotação, a persistência, a operosidade e a fidelidade podem servir como parâmetros para um programa de auto-avaliação que cada companheiro pode aplicar a si mesmo.

Como não há lugar para ditaduras, submissão cega e veneração nos ambientes espíritas, toda avaliação estará centrada num processo de negociação, onde o consenso será sempre buscado, mesmo entre pessoas que possuam pontos de vista diferentes.

A criação e o desenvolvimento de uma cultura de avaliação possibilitará ao Centro crescer, buscar objetivos e metas que tenham sido traçadas por todos os envolvidos. Impedirá o imobilismo e gerará uma “inquietude necessária”, mobilizadora, transformadora, capaz de aproximar e reunir os que acreditam e trabalham pelo progresso. Mesmo porque, como disse Allan Kardec (7), a imobilidade,

“longe de ser uma força, se torna causa de fraqueza e de ruína, para quem não acompanha o movimento geral; quebra a unidade, porque os que querem avançar se separam dos que persistem em ficar para trás”.

Embora não existam receitas prontas, as experiências de outros Centros Espíritas que estejam desenvolvendo e sistematizando uma ou diversas práticas de avaliação poderão ser bastante úteis, conhecidas “e adaptadas” à realidade de cada Centro. Poderão auxiliar bastante até que o próprio Centro desenvolva um processo avaliativo genuíno, isto é, com características próprias.

O que não se concebe mais é que percebendo os erros nada façamos para corrigí-los e sabendo que podemos fazer mais e melhor, ainda façamos menos e nos conformemos com os parcos resultados alcançados.

Vale citar a colocação de Franzolim (8), num trecho do seu livro “Como administrar melhor o Centro Espírita através das pessoas”:

“Do ponto de vista da administração, não se concebe que uma organização desenvolva suas atividades sem registrar suas realizações, analisar sua evolução, comparar com outros períodos e outras organizações, identificar as variáveis de influência, determinar medidas de correção e melhoria, replanejar suas atividades e divulgar suas metas.”

Como se pode ver, a presença de um processo avaliativo ético, útil, viável e preciso de todas as atividades trará benefícios individuais e coletivos. Todos os trabalhadores ficarão mais ricos e mais capazes de realizar as suas tarefas, além das relações interpessoais ganharem em qualidade.

Para isso há que se enfrentar as resistências, sobretudo aquelas existentes em nosso próprio coração. Teremos que nos precaver das investidas do mundo espiritual inferior, que, sabendo o quanto essas iniciativas darão mais coesão e unidade ao trabalho do Centro, tentarão suscitar melindres, rivalidades, suspeitas, induzindo-nos a situações vexatórias, de modo a comprometer a seriedade do trabalho.

Sugerimos que todo esse processo passe primeiro por uma negociação, ou seja, uma exaustiva discussão que procure ir sensibilizando a todos e definindo melhor o que, como, quando, por que e para que a instituição começará a se avaliar de forma mais sistemática. Poder-se-á começar por aquele departamento mais sensível à idéia e depois de analisados os ganhos proporcionados pela primeira experiência estender-se o processo ao Centro como um todo.

Cezar Braga Said
Referências Bibliográficas: Diversas Fontes
Fonte: revista Reformador, da FEB, de dezembro de 2000

 

 

 

 

DE LÁ PARA CÁ

Valoriza a existência terrestre e caminha para diante, convertendo a luta redentora em recurso de ascensão.

Recorda que o tempo é o mordomo fiel da vida e se a Bondade do Senhor te concedeu para hoje a riqueza do corpo físico, a justiça d'Ele mesmo, espera-te, amanhã, para a conta imprescindível.

Emmanuel
Do livro “ Atenção” de Francisco Cândido Xavier. Edição IDE.

 

O MESTRE E O APÓSTOLO

Luminosa, a coerência entre o Cristo e o Apóstolo que lhe restaurou a palavra.

Jesus, o Mestre. Kardec, o Professor.

Jesus refere-se a Deus, junto da fé sem obras. Kardec fala de Deus, rente às obras sem fé.

Jesus é combatido, desde a primeira obra do Evangelho, pelos que se acomodam na sombra.

Kardec é impugnado desde o primeiro dia do Espiritismo, pelos que fogem da luz.

Jesus caminha sem convenções. Kardec age sem preconceitos.

Jesus exige coragem de atitudes. Kardec reclama independência mental.

Jesus convida ao amor. Kardec impele à caridade.

Jesus consola a multidão. Kardec esclarece o povo.

Jesus acorda o sentimento. Kardec desperta a razão.

Jesus constrói. Kardec consolida.

Jesus revela. Kardec descortina.

Jesus propõe. Kardec expõe.

Jesus lança as bases do Cristianismo, entre fenômenos mediúnicos. Kardec recebe os princípios da Doutrina Espírita, através da mediunidade. 

Jesus afirma que é preciso nascer de novo. Kardec explica a reencarnação.

Jesus reporta-se a outras moradas. Kardec menciona outros mundos.

Jesus espera que a verdade emancipe os homens; ensina que a justiça atribui a cada um pelas próprias obras e anuncia que o Criador será adorado, na Terra, em espírito. Kardec esculpe na consciência as leis do Universo.

Em suma, diante do acesso aos mais altos valores da vida, Jesus e Kardec estão perfeitamente conjugados pela Sabedoria Divina.

Jesus, a porta. Kardec a chave.

 

Emmanuel
Mensagem retirada do livro "Opinião Espírita”, Edição CEC, Cap. 2, Psicografia de

 

EXERCÍCIOS PEDAGOGICOS

Um companheiro da seara espírita, amigo de muitos anos, espírita convicto, estudioso da Doutrina, palestrante e um grande apreciador do prato mais tradicional do estado de Mato Grosso do Sul – que é o Churrasco –, além disso, assa carne, conta história, um grande animador de festa.

Mas de uns tempos para cá vinha sentido muitas dores nas articulações. A verdade que já havia consultado médicos, profissionais das mais diversas áreas, porém sem sucesso.

Um dia um companheiro indicou um chinês que fazia um trabalho de quiropraxia, inclusive o levou até lá para realizar esse tratamento e ficou assistindo.

Vale informar que há pouco que esse cidadão havia chegado da China, com cultura totalmente diferente, e conhecimento imperfeito da língua portuguesa, além do mais, atribuía esse tipo de enfermidade ao excesso de ingestão de carne vermelha (bovina), aliás, que era o prato preferido do cliente.

Naturalmente que o tratamento era mais violento que ele pensava, mas como um machão em perfeita forma não iria fazer feio diante do amigo, e começaram as torções, as fricções, os golpes de lutas marciais, que parecia até uma luta de UFC, em que a vitima era a vitima mesmo.

A cada tipo de fricção o cidadão urrava de dor, mas para não demonstrar fraqueza, até brincou, rindo, como se fala na linguagem popular, “pediu água”, mas a pancadaria continuava, porém o mais interessante era o método de convencimento usado por aquele profissional, no entanto não soava muito bem aos ouvidos do cliente. A cada fricção, repetia talvez com as melhores de intenções de dissuadir o seu cliente para que evitasse esse veneno mortal, que no parecer dele, era a carne bovina.

- carne de vaquinha, bom... né...

Mais uma torção...

- carne de vaquinha, bom... né...

Mais uma fricção que o cliente se retorcia de dor e repetia o estribilho:

- carne de vaquinha, bom, né...

Mais um pescoção e repetia o estribilho

- carne de vaquinha, bom, né...

Em certo momento do tratamento até pensou em pedir socorro ao seu anjo de guarda, depois pensou melhor, como ele tinha uns “pecadinhos” (bem pequeninos), quem sabe fazer uma troca, aguentava firme até o fim e os ditos pecadinhos ficariam esquecidos. Achou melhor esta alternativa e aguentou até o fim.

Ele que lá chegou cheio de boas intenções, pois que estava no momento sendo muito repetida a saudação indiana, aliás, muito elegante e respeitosa: namastê , que quer dizer: “o deus que existe em mim saúda o deus que existe em você”, pensou em até retribuir assim o tratamento a que receberia desse profissional, e por outro, daria sequência a sua reforma íntima que até aquele momento era animadora, mas quando terminou o dito tratamento, não foi capaz de fazer a tal saudação, pois aquele deus quase o matara.

Mas, para encurtar a história quase a desmaiar, depois de 30 min. e 18 segundos, note que ele contou até os segundos, de exercício bem batido acabou a tortura. Pagou o preço estipulado com um sorriso “pra lá de amarelo”, com os pensamentos mais desencontrados sobre a figura do seu instrutor. Na verdade, não sabia o que pensar daquele cidadão, quanto às vaquinhas fez sérias promessas contra essa raça de mamíferos.

A verdade que até o resultado foi bom, voltou “contento pero no mucho “pois que passou um pouco de suas dores, mas em contrapartida, abriu duas chagas profundas no coração do nobre amigo.

Como espírita jurou que não pensaria mal do seu instrutor, mas no fundo não guardou nenhuma boa recordação dele, pois como falava minha saudosa mãe, não queria ver nunca mais o tal chinês “nem pintado a ouro”.

Quanto ao método usado para doutriná-lo, não se sabe se funcionou, mas que definitivamente ele não queria repetir mais essa aula de convencimento.

Agora quanto às vaquinhas tinha sérias acusações contra elas, pois que julgava que elas fossem os causadores de seu infortúnio.

Mais ainda, quando as via em algum lugar, tinha pensamento nada cristão contra elas, mas, enfim, o tempo é remédio para todos os males, suas mágoas e ressentimentos se arrefeceram.

Um dia, porém um amigo não se sabe se para provocá-lo ou com o desejo sincero de ajudá-lo, convidou-o a fazer uma visita novamente ao tal chinês, respondeu de ponto.

- Nem me fale uma coisa dessas!!!...Nunca mais ponho os pés naquele lugar.

Anônimo.

 

NOME DOS APÓSTOLOS

Simão Pedro , o Príncipe dos apóstolos.

André , o primeiro pescador de homens, irmão de Pedro.

Mateus ou Levi , o publicano.

João , o apóstolo amado.

Tiago , o maior, irmão de João.

Filipe , o místico helenista.

Tiago , o menor.

Judas Tadeu , o primo de Jesus.

Tomé , o ascético.

Bartolomeu , o viajante.

Simão , o Zelota ou o Cananeu.

Judas Iscariotes , o traidor.

 

O ABORTO

O aborto, ou a consequência de atos conscientes ou não, simplesmente significa malograr o fato, impedindo o surgimento do resultado natural da conjunção sexual.

O assunto, vez por outra, volta à tona, embasado em motivos os mais diversos, dos quais a mente humana é capaz de enunciar, justificando-se por mais aberrantes que sejam.

A prática abortiva, em muitos países é coisa comum, corriqueira, trivial, como se pudesse ser igualada a ação comum de trocar de roupa, trocar de hábitos, seguindo a moda, que é o grande fator escravizante ao qual se entregam muitos diariamente.

A moda, ou seja, o poder das idéias, no contexto humano, tem uma força bastante acentuada, aceitando os maiores absurdos, fazendo prever, pelo andamento da coisa, possível e grave desequilíbrio.

A prática abortiva é uma das infelizes consequências do citado modismo, ao qual se entregam as pessoas, sem sopesar os resultados, não só de ordem material, como espiritual e futura.

Trabalhos alusivos ao fato são estarrecedores, mencionando organizações médicas, em determinados países, que exibem padrões de cultura e progresso material, onde as senhoras são atendidas em fila à espera do ato abortivo, enquanto se distraem com conversas banais.

É impressionante o que mostram esses trabalhos, do ambiente que se assemelha ao matadouro para o gado. As pacientes passam por aqueles instantes de tanta gravidade e significado moral-espiritual, complacentemente, sem maiores preparatórios, entregando ao operador o fruto de seu ventre, tenha o tempo que tiver de vida gestatória. É comum, em muitos casos, a retirada do feto já desenvolvido, até chorando.

Esses fetos vão para os baldes, para serem cremados, ou vencido para a industrialização de cosméticos. Autentico assassinato na mais pura simples expressão.

Infelizmente, o assunto não é novo. Sempre existiu, embora realizado de forma velada ou não.

Acontece que após o advento da Doutrina Espírita, surgida em 1857, o assunto caracterizou-se com superlativa gravidade.

O Espiritismo nos mostra que a união do Espírito reencarnante com o ventre que vai habitar, até a formação de seu corpo e tenha expressão de vida humana, é da mais alta complexidade, envolvendo pai, mãe e o próprio Espírito.

O aborto é uma frustração de uma necessidade do aspirante à vida terrena, a escola da qual tanto necessita para a sua evolução.

Já se fala, entre nós, de um plebiscito popular sobre o tema, possibilitando mudança constitucional. Enfim, no calor dos debates, irresponsavelmente, será fácil concordar, como acontece com tantos assuntos de extrema gravidade, solucionados em clima de verdadeira irresponsabilidade.

Que prevaleça o bom senso é o que tanto devemos desejar.

Do Boletim mensal do Centro Espírita “Amor e Caridade”. Jul/2005

 

O TEMPO PASSA...

Impressionante como o tempo passa rapidamente, embora às vezes, dolorosamente. Parece que ontem mesmo estávamos comemorando mais uma passagem de ano, e agora acabamos de comemorar mais uma. Pois é, passa tão ligeiramente que quando menos esperamos já estamos nos transferindo para a vida real, a vida espiritual, e aí vem a pergunta: como será que o tempo passa para os Espíritos?

É certo que o nosso sol é o mesmo sol para o mundo astral, então para todos cronológica e fisicamente o tempo é igual, ficando a diferença apenas na percepção de sua passagem, que dependerá diretamente da evolução espiritual de cada um, já que o uso que fazemos desse tempo tem muito a ver com o uso de nosso livre-arbítrio.

Os Espíritos de segunda ordem, que ainda têm que reencarnar para se melhorar ainda mais, preparam-se para as provas que terão de enfrentar meditando sobre suas vidas pregressas e estudando os vícios e virtudes dos homens a fim de auxiliá-los a se melhorarem também, sugerindo-lhes bons pensamentos e até mesmo afastando os Espíritos maus pela boa influência.

Assim, o tempo que para nós é tão sofrido, porque o medimos pelos nossos sofrimentos, pelos nossos medos e receios e pelas esperanças infundadas, para esses Espíritos passa muito rapidamente e para os Espíritos puros mais rapidamente ainda, porque atendem às ordens de Deus para garantirem a harmonia do Universo.

Já para os Espíritos inferiores, com grandes faltas a expiarem, o tempo lhes pesa e curtem a dor de seus remorsos e sofrimentos, que aumentam fazendo e inspirando o mal, revoltando-se e desesperando-se, até que um dia cansam desses sofrimentos e de seus males e experimentam a resignação, buscando enfim o retorno ao bem, compreendendo que Deus não se esquece de nenhum de seus filhos.

Diz o sapiente Espírito Emmanuel que tudo se transforma no tempo, e como a luz solar é concedido a nós todos em parcelas iguais, sendo as obras é que diferem dentro dele, por partirem de nós e pede ainda o grande benfeitor que observemos o que fazemos do tempo e valhamo-nos dele para instalarmos bondade e compreensão, discernimento e equilíbrio, porque quando o deixarmos passar inútil e vazio, será, realmente, um tesouro perdido que não mais voltará.

         Crispim.

Referências bibliográficas:
* Revista Espírita 1861. Ocupação dos Espíritos. Allan Kardec.
* A Justiça Divina. Chico Xavier/Emmanuel.
* Livro da Esperança. Chico Xavier/Emmanuel.

 

LER, RELER E ESTUDAR CHICO XAVIER

Ler, reler e estudar a obra mediúnica de Chico Xavier, principalmente as da lavra de Emmanuel e André Luiz – eis a proposta que, em nossas andanças doutrinárias, temos procurado enfatizar. Eis que, segundo nos tem sido possível constatar, a maioria dos companheiros de Ideal as conhece superficialmente.

Chico foi o legítimo continuador de Allan Kardec, enquanto nós outros, sem exceção de quem seja, médiuns e autores encarnados, não passamos de meros coadjuvantes do seu mandamento mediúnico – ele, o investido de alta e nobre missão entre os homens, o personagem central da magnífica peça, sob a égide do Cristo, o seu Autor; nós, humildes figurantes, agraciados com a oportunidade de servir.

Entendemos que as nossas casas doutrinárias, que os Espíritos sempre definem na condição do templo da alma, necessitam assumir o seu importante papel e, através das reuniões que promovem, concentrarem-se no estudo sistemático da Doutrina, em seu tríplice aspecto – Cientifico, Filosófico e Religioso. Infelizmente, há centros se ocupando de mediunidade de mais e do estudo de menos, quando sob a nossa óptica, deveria ser o contrário.

Jesus, Kardec e Chico Xavier constituem os pilares básicos do Espiritismo – cabeça, tronco e membros do sublime organismo doutrinário, sem nos esquecermos, é óbvio, dos chamados clássicos, que se destacam com Léon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano e outros, cujas obras se inserem no contexto da Terceira Revelação.

A série “Nosso Lar”, de André Luiz, não deve ser, nos volumes que se estrutura, lida como novela ou romance; são obras que necessitam ser estudadas metodicamente, capitulo a capítulo, parágrafo a parágrafo, para que não nos escapem as suas preciosas informações em torno do Mundo Espiritual. Chico Xavier foi o grande médium revelador do século XX, quiçá o único!

Realizando uma pesquisa informal em diversas casas espíritas às quais temos comparecido, quanto comentamos o livro “Nosso Lar”, espantamo-nos com o número de pessoas que o desconhecem ou que o leram uma só vez, quase nada retendo de seu importante conteúdo. “E poucos, pouquíssimos, leram, por exemplo, do começo ao fim, “O Livro dos Médiuns”, O Céu e o Inferno” e “A Gênese”... De quem é a responsabilidade? Pelo nosso critério de avaliação, dos dirigentes espíritas, que, em maioria, desconhecem as referidas obras do Pentateuco, limitando as reuniões nas casas que presidem, e das quais se consideram “donos”, a ligeiros comentários sobre uma ou outra pátina de “O Evangelho Segun

Espiritismo”, ou a uma ou outra questão de “ O Livro dos Espíritos”, quando chegam a tanto. Responsabilidade, ainda a nosso ver, do Movimento de Unificação, através das instituições que o representam, que se têm preocupado mais com a sua parte organizacional.

Avançando nas enquetes públicas que promovemos em nossas singelas palestras pelo Brasil, aferimos que obras excelentes, como “A Caminho da Luz”, “O Consolador”, “Roteiro”, “Religião dos Espíritos”, “Seara dos Médiuns”, “Justiça Divina”, todas de Emmanuel, são quase completamente desconhecidas. Conclusão. O espiritismo, no dizer de Herculano Pires, de saudosa memória, entre nós continua sendo “O Grande Desconhecido” É uma pena, todavia não nos basta tão-somente lamentar, pois providências urgentes necessitam ser tomadas, a fim de que o acesso das novas gerações de adeptos da Doutrina a cristalina fonte da Revelação não se faça impraticável.

Carlos A. Baccelli

 


ENTRE FALSAS VOZES

Se a preguiça te pede: - “ Descansa! ”, responde-lhe com algum acréscimo de esforço no trabalho que espera por teu concurso.

Se a vaidade te afirma: - “ Ninguém existe maior que tu! ”, retribui com humildade, reconhecendo que não passamos de meros servidores da vida, entre os nossos irmãos de luta.

Se o orgulho te diz: - “ Não cedas !”, aprende a esquecer-te, auxiliando sempre.

Se o ciúme te segreda aos ouvidos: - “ A posse é tua! ”, guarda silêncio em tua alma e procura entender que o amor e o bem são bênçãos do Céu, extensiva a todos.

Se o egoísmo te aconselha: - “ Retém! ”, abre as tuas mãos e distribui a bondade com os que te cercam.

Se a revolta te assevera: - “ Reage e reivindica os teus direitos! ”, aguarda a Justiça Divina, trabalhando e servindo com mais abnegação.

Se a maldade te sugere: - “ Vinga-te! ”, considera que mais vale amparar constantemente o companheiro, quanto temos sido auxiliados por Jesus, a fim de que o amor fulgure em nossas vidas.

Os falsos profetas vivem nos recessos de nosso próprio ser.

Surgem, cada dia, invariáveis, na forma da intriga ou da maledicência, da leviandade ou da indisciplina, induzindo-nos a cerrar o coração contra a consciência.

Se aceitamos Jesus em nosso roteiro, ouçamos o que nos diz o Seu ensinamento e apliquemo-nos à prática de Suas lições Sublimes.

Olvidemos as insinuações da ignorância e da treva, da crueldade e da má-fé, que nos enrijecem o sentimento e, de coração unido à Vontade do Mestre, vendo a vida por Seus olhos e ouvindo os nossos irmãos, através Seus ouvidos, estaremos realmente habituados à posição de intérpretes do Seu Infinito Amor, em qualquer parte.

Emmanuel
Do livro “Levantar e Seguir”, do médium Francisco Cândido Xavier, Edição GEEM.

 

 

AJUDE A VOCÊ MESMO

Não ambicione do seu vizinho senão os dons excelentes que lhe exornam o espírito.

Não permita que os dissabores governem o leme do seu destino.

Não entregue o templo de sua memória às más impressões.

Não retire sua experiência dos fundamentos espirituais.

Não se esqueça de que o ideal superior, objeto de sua admiração, deve corporificar-se em seus caminhos.

Não se prenda ao mal; no entanto, não se desvie das obrigações de fraternidade para com aqueles que foram atingidos pelo mal.

Não apague o archote da fé em seus dias claros, para que não falte luz a você nos dias escuros.

Não fuja às lições da estrada evolutiva, por mais difíceis e dolorosas, a fim de que a vida, mais tarde, lhe abra o santuário da sabedoria.

Não lhe falte tempo para cultivar o que é belo, eterno e bom.

Não olvide que a justiça institui a ordem universal, mas só o amor dilata a obra divina.

 

André Luiz
Do livro “Agenda Cristã” de Francisco C. Xavier, edição FEB

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ANO X - Nº 120– Campo Grande/MS - Novembro de 2016..
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