"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XI - N. 124 * Campo Grande/MS *Maio de 2016.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.


Muitos compulsam o Evangelho, mas sua vida é de tal indisciplina que é muito difícil entender o que está fazendo na prática. Áulus/Otacir Amaral Nunes

 

 

QUERIDA MÃE!...

Ás vezes a gente vive sem muita noção da realidade. Os valores do mundo dominam nossos anseios e a sede de ser feliz toma conta da nossa vida.

Na realidade queria viver em plenitude esta experiência aqui neste mundo, não fazia muito caso de pormenores. Talvez uma secreta intuição do que haveria de ocorrer e já houvesse sido me revelado que minha permanência nesta escola do mundo seria muito breve, no entanto considerando que de acordo com as leis de Nosso Pai e Criador era importante para a minha evolução moral.

Às vezes as grandes dores são os elementos básicos para temperar o caráter de cada um, caso contrário ficaria iludido por muito tempo. E no Universo tudo caminha, evolui e se aperfeiçoa. Na vida do homem também é assim, aquele suposto mal, muitas vezes é o bem disfarçado porque o mal em si não existe, o que ocorreu não foi um mal em si, mas correção de rumo para realizar melhor o percurso.

Talvez esteja pensando que é dura demais essa realidade, mas longe dos olhos não quer dizer ausência. Apesar de haver acontecido o que aconteceu e fugiu a toda a expectativa. Não creia a senhora que fora imprudência, mas foi algo previsível, porque diante das leis de Deus não existe acaso, mas ordem, lei, e uma disciplina misericordiosa, uma lei sublime e liberadora, e sempre auxilia a evolução das criaturas, não a destrói.

Estou ciente que não estava muito interessado em certos valores, talvez já antecipadamente soubesse que seria muito breve a minha permanência nesse plano. Lembro-me das dificuldades de meu relacionamento junto aos familiares tão queridos, porém hoje recebi a permissão para escrever-lhe anonimamente esta carta, para falar de alguns detalhes importantes.

Mesmo porque a grande verdade que a presença nesse mundo é sempre um simples estágio para resolver algumas questões que diz respeito à necessidade imperiosa de progredir, desvencilhando-se de muitas atitudes infelizes de outras caminhadas. E se existe alguma pendência nos arquivos de nossas vidas pregressas, é imperioso quitá-las, parque se pode compreender que no mundo espiritual devem ser resolvidas todas as questões pendentes para ter acesso a um mundo mais feliz.

Diante dessas inúmeras possibilidades que existem, comigo não foi diferente, porque ninguém tem privilégios diante da lei magnânima e justa. Lógico que cada um recebe na medida certa de uma rigorosa justiça, a fim de que cada um seja artífice de seu destino. Como à senhora já sabe, Jesus sendo o padrão daquilo que precisamos ser em nenhum momento fugiu ao seu duro testemunho, cuja mensagem é um apelo constante a edificar o reino de Deus em nossos corações.

Porque a rigor só podemos ser imortais como espíritos, daí porque a vida espiritual que sempre deve ter supremacia quando se esta nesse campo abençoado de provas e expiações, onde o pai misericordioso nos concede a oportunidade de realizar o nosso destino com vista a um mundo cada vez mais venturoso.

Assim lute pelo bem, até onde o mal pareça predominar. Não meça esforços para colocar mais amor ainda no seu coração generoso, porque um dia é certo que estarei a sua espera, sem lagrimas nos olhos. Mas com a serena certeza que a vida continua que a morte é uma lenda simplesmente, aliás, a bem da verdade ela não existe, mas um sonho de que se despertou e é necessário trocar por outro mais condizente com a nossa realidade espiritual.

Por isso lute sempre para manter o otimismo, otimismo daquele que sabe que as dificuldades do caminho, até essa saudade atroz, passarão como as brumas da manhã diante do Sol radioso.

Beijo o seu coração como o filho que traz um sentimento de profunda gratidão.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande//MS.

 

FINALMENTE A RESPOSTA

Dos meios mais variados se serve a Espiritualidade Superior ao distribuir os dons às criaturas, as mais das vezes se deparam com situações mais que inusitadas.

Esta é a história de um médium que viveu numa pequena cidade do interior e o conheci na minha última encarnação. Registro porque ficou gravado na minha memória por ser muito singular esse fato muito importante em minha orientação pessoal, pela sua maneira muito peculiar de agir e pensar, sem dúvida nenhuma, foi uma grande lição.

A Doutrina Espírita não estabeleça direito sem deveres, mesmo porque esse é um dos princípios estabelecidos no âmago do Cristianismo, até ao ensinar Jesus a orar, recomendou “perdoai nossas ofensas, assim como perdoamos aqueles que nos tem ofendido”. Mostrando que para se fazer merecedor da colheita é necessário antes plantar. Porém esse médium embora tivesse diversas possibilidades no campo mediúnico, queria viver a mediunidade sem trabalho e sem sacrifício.

Na juventude vivera momento de muito entusiasmado até que se exercitou no campo da caridade por pouco tempo. Depois almejou escrever para qual também tinha algum talento, até que prometia com esforço um bom desempenho no futuro, mas esbarrou sempre no binômio indispensável a um bom médium, estudar e trabalhar para que pudesse se adaptar a realidade do mundo espiritual e com isso angariar a confiança dos espíritos amigos.

No entanto, diante do aprendizado indispensável, os amigos espirituais consideraram importante obedecer a uma rotina de trabalho. Porém ele sempre inventava uma desculpa, por um motivo ou outro, na realidade não queria assumir um compromisso junto aquelas pessoas que o cercava, porém bom caráter tinha muitos amigos, mas estava sempre esperando que as pessoas descobrissem nele talentos que ele mesmo não se esforçava por demonstrar.

Havia, porém um médium na periferia que todos respeitavam pelo qual ele também tinha uma admiração especial devido a sua humildade e muito trabalho. Este sempre aconselhava que trabalhasse. Repetia, olhe meu filho, se pretende escrever, comece devagar, estude as obras doutrinárias, dê preferência ao estudo do Evangelho porque ele educa os nossos sentimentos. Além de que precisa aprender as regras de linguagem para que os benfeitores encontrem em seus arquivos mentais facilidades. Como também um vocabulário variado de maneira que possam se expressar com os recursos indispensáveis, os amigos espirituais não poderá atuar sem ter um campo preparado, porém sempre recalcitrante, não queria compromisso sério.

No entanto, aquele médium parecia ouvir o que falava esse homem de grande envergadura moral, mas continuava com as suas desculpas desde mais banais as mais sem sentido para não ter compromissos. Vivia sempre perguntando, mas no fundo não queria aprender, parece que só perguntava por perguntar, porém não chegava a ponto de realizar algo, sempre duvidando de si e dos outros. Ora alegava que a família tinha prioridade, depois os filhos no colégio, o serviço na empresa, à falta de compreensão dos companheiros, cursos dos filhos, depois devia gozar as férias merecidas porque estava esgotado pelo trabalho.

Todavia, o tempo implacável foi passando indiferente às suas cogitações, depois de muito tempo, uma noite teve um desprendimento. De repente viu-se num lugar muito iluminado e encontrou-se com aquele bom velhinho que parecia seu pai e já alguns anos havia desencarnado e se dedicara a vida inteira ao trabalho. Surpreso e feliz encontrou, mas como tinha o hábito de perguntar, não perdeu a oportunidade.

Mas o senhor acha mesmo que vou escrever com orientação dos Espíritos?

- Ele repetiu o que havia dito passado, trabalhe, estude e aproveite o seu tempo, porque sem estudo não conseguirá cooperar de maneira eficiente com os amigos espirituais. Um espírita que não leia um livro sequer, como colaborar para escrever e se não estuda a língua pátria, como contar no seu cérebro com um vocabulário adequado para expressar o pensamento com clareza?

Continuou o benfeitor, já tem consultado muitos amigos experientes e sempre tem recebido recomendações neste sentido, não carece mais de informações, mas comece logo, pois que já se passaram muitos anos, no entanto não conseguiu assimilar ainda a ideia.

O médium disse ao benfeitor: o senhor tem sempre me aconselhado, mas no fundo queria me aproximar mais de Jesus?

- Responde o velho amigo convincente. Mas se nem de longe não o procura, como se aproximar dele? Porque ele está junto a mendigo que bate de porta em porta, no enfermo sem recurso, na mãe aflita pela falta de pão ao filhinho adorado, no velhinho sem recursos para sobreviver.

Assim que pelo trabalho, pelo estudo, pela disciplina e pela sua necessidade de cumprir com os seus compromissos. Agora viver perto de Jesus é algo que não vejo como conseguir, e mais ainda aqueles que viveram junto dele e tinham disposição para enfrentar a dura luta e sabiam que da vida queriam. Bastando lembrar que os discípulos que com ele conviveram perto não tiveram nenhum privilégio.

Olhando para o passado, por exemplo, pode ser ver: Pedro foi crucificado, a pedido dele mesmo, morreu de cabeça para baixo em uma cruz; Paulo foi preso no mínimo dezessete vezes, apanhou dez vezes e foi dado por morto quatro vezes, além disso, foi torturado e depois decapitado.

João esteve à beira do martírio, quando ele foi cozido em um recipiente enorme de óleo durante uma onda de perseguição, no entanto, ele foi milagrosamente livrado da morte; Tiago Maior sofreu martírio em 44 d.C. e foi decapitado em Jerusalém. Mateus sofreu martírio na Etiópia, morto por um ferimento causado por uma espada.

Tiago Menor foi atirado de mais de 30 metros de altura do alto do pináculo sudeste do Templo ao se recusar a negar sua fé em Cristo. Quando eles descobriram que ele havia sobrevivido à queda, seus inimigos o espancaram até a morte com um porrete.

Bartolomeu conhecido como Natanael foi martirizado na Armênia chicoteado até a morte; Tomé foi atingido por uma lança na Índia durante numa de suas viagens missionárias; André morreu em uma cruz na Grécia, após ter sido chicoteado severamente por sete soldados, estes ataram o seu corpo à cruz com cordas para prolongar a sua agonia;

Filipe foi esmagado de encontro a um pilar. Judas Iscariotes enforcou-se um dia após entregar Jesus às autoridades judaicas e foi substituído por Matias este martirizado na Etiópia; Simão foi crucificado também; Lucas foi enforcado em uma oliveira na Grécia; assim que têm alguns exemplos daqueles que conheceram o Cristo de perto.

Agora se olhar os exemplos desses mártires da grande causa, se realmente deseja uma resposta mais convincente, sinceramente não conheço outras, observa os exemplos, mas desta vez espero que não fique a fazer indagações ociosas sem
disposição para realizar nada. Com um gesto respeitoso deu como finda aquela entrevista, e sem mais palavras retirou-se.

Voltou a si ainda não havia amanhecido ainda, mas ouvia ainda por alguns segundos a voz do velho amigo. Naturalmente que o candidato à médium ficou profundamente abatido, como se fino punhal revolvesse os seus mais caros sentimentos. Como fosse fulminado por um raio, nunca esperava uma resposta tão clara e contundente, de maneira a nunca mais deixar qualquer dúvida.

Parece que se dissiparam as suas dúvidas, um dia apareceu na casa espírita, queria trabalhar em qualquer área, tinha necessidade de ocupar o seu tempo, queria esquecer aquele mundo que vivera de tantas ilusões e sem proveito, tinha uma sede de paz interior. Compreendeu finalmente que tudo que necessitava estava tão perto de sua casa.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande//MS.

MEDIUNIDADE NO LAR

Não abandones a tarefa mediúnica no lar, a pretexto de te encontrares em círculo reduzido.

Muita vez, a popularidade não passa de amargosa provação.

Ainda que te encontres, ao lado de um ou dois companheiros somente, reúne-te com eles, em nome do Senhor, que designará mensageiros de amor e luz par o serviço de amparo ao teu esforço no bem.

Como realizar a grande jornada se não nos dispomos a dar os passos do início?

As gotas de água fazem o grande rio e notas minúsculas compõem a sinfonia magistral.

Recorda a bênção do alívio ao descarnado infeliz, a assistência ao companheiro que chora e a proteção à criança enferma.

Lembra-te da palestra que ajuda a quem sofre; da idéia, aparentemente sem importância, que brilha, repentina, em tua boca para a solução dos problemas difíceis, do estímulo que podes acender num coração desanimado. E trabalha sempre.

Ninguém pode imaginar, enquanto na Terra, o valor, a extensão e a eficácia de uma prece, nascida na fonte viva do sentimento.

A tranqüilidade, de muitos, procede sempre do esforço de alguns poucos.

A mediunidade no lar, quanto ligada à inspiração do Evangelho, realiza infinitos milagres de trabalho e contentamento, bom ânimo e carinho.

Atende, acima de tudo, às lições do bem.

A caridade é Jesus conosco.

A mão que escreve um livro nobre é respeitável e generosa; todavia, a mão que socorre a um doente é sublime e santa.

O coração que compreende e ajuda, supera, em grandeza, a inteligência que estuda e ensina.

Sê o abençoado instrumento de paz e da alegria daqueles que te rodeiam.

No silencio e no anonimato do trabalho espiritual em casa, podes, hoje, semear a gloria e a felicidade que, amanhã, brilharão em tua alma eternamente.

Emmanuel
Do livro “Relicário de Luz”, de Francisco Cândido Xavier, edição FEB.

 

ENSINAR

Abençoados sejam quantos se dispõem a ensinar, enquanto é tempo, a reajustar, enquanto existência humana é fértil de oportunidade de elevação e luta, melhoria e trabalho, sob a invocação do Amigo Celeste.

Eurípides Barsanulfo
Do livro “Mensagens Esparsas”, de Francisco C. Xavier

 

REUNIÕES MEDIUNICAS

01 – No Congresso Estadual da USE, realizado em Bauru, em abril, você ressaltou a importância das reuniões mediúnicas. Todo espírita deve participar?

Entendo que sim. É o aspecto sagrado do Espiritismo. Foi a partir do contato com os Espíritos que Kardec codificou o Espiritismo. Não podemos esquecer que um dos motivos que levaram o Cristianismo aos seus desvios foi à supressão do intercâmbio com o mudo espiritual, a partir da institucionalização do movimento, atrelado ao carro do poder temporal. Sem a orientação da espiritualidade, os teólogos cristãos enveredaram pelos caminhos da fantasia, fixando-a com o dogma, este instrumento terrível de amordaçamento da razão.

02- a primitiva comunidade cristã cultuava o intercâmbio como Além?

Intensamente, o que levou o apóstolo Paulo a estabelecer normas disciplinadoras, na Primeira Epistola aos Coríntios. Deveriam ser observadas pelos médiuns, chamados então profetas. E tudo deveria ser feito para a edificação, visando um propósito superior.

03- Além do que seria o cumprimento de um dever, que benefícios podemos colher na reunião mediúnica ?

Como o próprio Paulo destaca, somos rodeados por uma nuvem de testemunhas. Espíritos presos aos interesses humanos, que muitas vezes nos envolvem e perturbam. A ciclotimia do comportamento humano, eu nos leva a alterar estados de alegria e tristeza, entusiasmo e desânimo, euforia e depressão, saúde e enfermidade, relaciona-se com essas influencias. Nas reuniões mediúnicas temos a oportunidade de esclarecer e afastar aqueles que nos perturbam. Nelas recebemos também recursos de ajuda espiritual que nos fornecem a revitalizam.

04- O que mais pode ser destacado?

Quem participa de reuniões mediúnicas sabe que nelas temos maravilhosa oportunidade de exercitar a caridade, ajudando Espíritos em estado de desequilíbrio, inconscientes de sua situação. O contato como ambiente e as energias dos presentes, particularmente do médium, funciona como poderoso tônico que os ajuda a despertar para as realidades espirituais.

05- esse contato funcionaria também como um alerta para todos nós...

Sem duvida. O contato com Espíritos em sofrimento no mundo espiritual, em virtude das viciações e desajustes na vida física, é uma advertência, como se esses nossos irmãos sofredores nos dissessem: “Cuidado, meu amigo? Eu sou o que você poderá ser, quando chegar sua hora, se não tomar jeito!”

06- Essa idéia de que todo espírita deve participar de reuniões mediúnicas, não poderá trazer problemas para o Centro Espírita, multiplicando grupos mediúnicos?

Sim, se esse trabalho for feito sem critério e sem disciplina. Obviamente, como está em O Livro dos Médiuns, há necessidade de uma iniciação, curso de Espiritismo e mediunidade, a fim de que os interessados tenham plena consciência de seus deveres e responsabilidades. Compete ao Centro organizar-se nesse sentido.

07- qual seria a duração razoável de um curso dessa natureza?

Dois anos. No primeiro, estudo dos princípios básicos do Espiritismo. No segundo, estudo da mediunidade, após o que teria início a pratica mediúnica, sem se deixar de lado o estudo, sempre indispensável, na primeira parte da reunião.

08- e a questão do espaço, no Centro Espírita, para formação de grupos mediúnicos? Há Centros pequenos, de poucas salas ou apenas um salão.

É preciso disciplinar também a utilização do espaço ocioso do Centro Espírita, promovendo, na medida das necessidades, estudos e reuniões mediúnicas em todos os dias, se necessário nos três períodos – pela manhã, à tarde e à noite. Há salas que s ao usadas uma vez apenas, semanalmente, o que significa que em centro e sessenta oito horas que comporem a semana, há uma ocupação de apenas duas horas, pouco mais de um por cento. É preciso mudar essa situação, usando melhor o espaço de que dispomos na casa espírita.

Pinga-Fogo com Richard Simonetti
Da “Revista Espírita Internacional”, mês de junho de 2000.

 

NOSSAS VÍTIMAS

Quando vivemos na carne somos, em muitas circunstâncias, algozes de outras vidas.

Não nos reportamos aos insetos que esmagamos sob os pés ou aos múltiplos animais de que nos alimentamos durante a existência física, nem aludimos às legiões de vítimas do pretérito que nos espreitam e, frequentemente, nos abordam em processos obscuros de influenciação espiritual; observamos as nossas vítimas humanas do cotidiano, de toda a hora.

Há muitas faltas que praticamos incautamente, daí nascendo muitas ocorrências de antipatia gratuita, diante das quais somos defrontados por semblantes frios e gestos hostis, sem saber a razão...

Por isso, a humildade é a maior prova de sabedoria humana e eis porque carecemos, acima de tudo, de doar o perdão incondicional, a fim de merecê-lo conforme as nossas próprias necessidades.

A rigor, não existem inocentes na Terra.

Todos nós, Espíritos endividados com o passado, transportamos conosco as marcas de culpas individuais ou coletivas.

Todo ser consciente tem suas vítimas pessoais, vítimas conhecidas e insuspeitas, vítimas dentro e de fora do lar.

Basta relacionemos algumas delas:

Aqueles a quem ferimos, através de comparações ultrajantes.

Os que prejulgamos com notória descaridade.

As crianças que relegamos ao abandono;

Os velhinhos que entregamos ao desamparo:

Os amigos cuja sensibilidade dilaceramos pelo abuso do anedotário inconveniente;

Os familiares que nos toleram as atitudes viciosas e as crueldades mentais;

Aqueles a quem acusamos sem pensar;

Os irmãos em erro, aos quais subtraímos deliberadamente as oportunidades de reabilitação;

Os ausentes que, em muitas ocasiões, nunca vimos e cujo nome salpicamos com lodo de sarcasmo, a golpes de maledicência na praça pública;

As mães doentes que passam por nós esmolando uma côdea de pão e às quais receitamos serviços inadequados, que não colocaríamos sobre as próprias alimárias domésticas.

Desiste de viver desapercebidamente dos nossos deveres de serviço e fraternidade, à frente uns dos outros.

Não te esqueças de orar por tuas vítimas e nem te negues a perdoar quem te magoa. Não raro, aqueles que nos rogam perdão são aquelas mesmas criaturas de quem precisamos recebê-lo...

Eurípedes Barsanulfo.
Do livro “Seareiros de Volta”, de Waldo Vieira.

 

O EXEMPLO DA CARIDADE

Em qualquer situação seja o exemplo da caridade, amparando a criatura que está em necessidades.

Mesmo que não disponhas de recursos financeiros, lembra-te de que Deus te confiou o coração para que pudesses avaliar o quanto é importante carregar nas mãos o poder de semear o bem, por onde passes, lembrando que a terra necessita de trabalhadores para obra que possa produzir o alimento que alivia a fome e garante a força ao corpo que sofre a privação imposta pela insuficiência do organismo.

Ainda que não tenhas percebido o quanto é importante na lida doméstica em que companheiros padecessem no sofrimento da amargura, lembra-te de que Deus te deu a oportunidade de constituir uma família, para dessa forma, pudesse crescer e evoluir...

Em qualquer situação, lembra-te de que dispões da força e da coragem que Deus te reservou, para que pudesses lutar e vencer, conquistando outros valores no caminho!

Toda manhã renasce depois de uma noite, onde as estrelas testemunham que o trabalho existe, suficientemente, para que todas as criaturas possam participar dessa aventura, construindo a cada tempo, a sua determinada bênção na organização familiar, que se sustenta pelas oportunidades que surgem para melhorar a nossa luta, enquanto prosseguimos.

Em qualquer situação o melhor que podes fazer é seguir em frente, mesmo quando o vento é forte e que as nuvens carregadas, na sua alma, indiquem tempestade sem fim, é hora de crer na possibilidade de que em Deus todas as forças negativas desaparecem e que sendo afortunadas pelo seu amor, redescobrimos que é preciso lutar, apesar de tudo, acreditando que a vitória é certa e que em Deus a nossa dificuldade desaparece, criando outras frentes de trabalho, na organização de nossas metas, a serviço desse trabalho que se estabelece na caridade e no amor.

Ezequiel
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, na noite de 20/10/2005, na cidade de Campo Grande/MS.

 

O IMPORTANTE É TRABALHAR

Certa senhora, presidente de uma grande instituição de caridade, desencarnara e o amigo que ficou em seu lugar pediu-me perguntar ao Chico se ele estava preparado para assumir aquela tarefa. Eis a resposta:

- Nenhum de nós está preparado para realizar a Obra do Cristo. Mas isso não é motivo para fugirmos do trabalho e permanecermos na inércia, e sim trabalhar, oferecendo ao Senhor o que temos de melhor. Isto porque ainda não somos anjos e sim criaturas humanas, que precisam trabalhar na Obra de Jesus, à qual devemos oferecer o que tenhamos de melhor.

Adelino da Silveira
Do livro “Kardec Prossegue”.edição

 

A JOVEM DOUTRINA ESPÍRITA

Os espíritas estamos em festa, pois no último dia 18 de abril a salutar doutrina dos Espíritos completou mais uma primavera, atingindo os cento e cinquenta e nove anos, haja vista que nesse dia de mil oitocentos e cinquenta e sete nasceu, pelas mãos de Allan Kardec, que a recebera dos espíritos superiores e a entregou para a humanidade.

Para quem haverá de ficar conosco para todo o sempre, conforme nos garantiu nosso Senhor Jesus ao nos enviar o consolador, podemos considerar tal idade como a flor da idade, a idade juvenil. Porém, essa glamorosa doutrina permanecerá para sempre jovem, não envelhecerá nunca, porque é uma doutrina dinâmica, progressiva, que sempre estará atualizada e ao lado da ciência, caso esta aponte, caso demonstre algum ponto que esteja por ventura em erro.

Nota-se sua dinâmica pelas obras de grandes pesquisadores, só para dizer alguns poucos, como Gabriel Delanne, Alexandre Aksakof, Ernesto Bozzano, César Lombroso, Hernani Guimarães e filósofos como Léon Denis, José Herculano Pires, Deolindo Amorim, Camille Flammarion, literatos como Humberto de Campos, Casimiro Cunha e principalmente pelas obras trazidas a lume pelo mavioso médium missionário Chico Xavier, apresentando o mundo espiritual através do Espírito André Luiz; obras que devem ser estudadas pelos espíritas sinceros, atendendo ao Espírito de Verdade que nos pediu para nos amarmos e nos instruirmos.

Essa dinâmica também é vista na valorosa contribuição fundamental, imprescindível de Emmanuel, que além de nos deixar grandes ensinamentos, supervisionou toda informação dada sobre o mundo espiritual, inclusive de outros tantos Espíritos que engrandeceram nosso conhecimento sobre o mundo original, o mundo espiritual, para onde, com certeza voltaremos.

Sim, voltaremos ao mundo espiritual, mas voltaremos redimidos, consolados e esclarecidos, sabendo que responderemos por nossos pensamentos e atos, sabendo que Deus existe e que é a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas. Sabendo que fomos criados por Ele, iguais, simples e ignorantes de Suas leis, mas que nos aperfeiçoaremos, que não há penas eternas, que nós existíamos antes do corpo físico, que renasceremos, ou reencarnaremos quantas vezes forem necessárias para a nossa evolução, até nos transformarmos em Espíritos puros, que há muitas moradas na casa do Pai, materializadas em muitos mundos, cada um desses mundos apropriado ao nosso adiantamento moral e intelectual.

Essa sempre jovem doutrina haverá de nos transformar em homens e mulheres de bem, revivendo em nós o Evangelho do Cristo, purificando-nos de todo mal, de toda imperfeição moral e limpando nosso coração para que ele reflita a glória de Deus e estejamos para sempre glorificados junto a Jesus, em seu reino de paz e de amor.

Parabéns, amada doutrina, vida eterna para você!

Crispim.
Campo Grande/MS

 

AS BARREIRAS DA MORTE

Nossa igualdade perante a vida aparece com a nossa igualdade de criação espiritual. Maturidade e esforço próprio são os únicos fatores que fazem à diferença.

Ante a Lei Divina estamos constrangidos a determinadas obrigações para com a conquista de direitos, evidentemente comuns a todos.

Na Humanidade, somos grande família e tão-somente alguns homens é que estabelecem fronteiras por agentes de separação e discórdia. As verdadeiras e mais sufocantes fronteiras de um povo são os seus filhos incompreensivos;

Deus não traçou raias na Crosta Terrestre.

Nas demarcações entre dois paises, as areias das praias nunca se discriminam. As vagas do mar são moveis e idênticas onde quer que se formem. O solo prossegue por vales e montes, sem nenhuma descontinuidade.

Os rios fazem contrabandos inocentes com recursos da terra e da sementeira de ambas as margens das regiões que interligam As raízes dos vegetais, sob as pedras de um muro, não mostram alterações. As arvores dão frutos sem saber que espécie de criatura as devora.

Comunicam-se os pássaros sem qualquer noção de limite. Os peixes não marcam as águas em que nasceram. Os ventos, de pólo a pólo do Globo, compõem as mesmas áreas.

De modo análogo, as ondas hertzianas transformam-se em sons no rádio, desconhecendo balizas. As ondas luminosas alinham imagens na televisão, transcendendo divisórias geográficas.

Ainda hoje, anotamos a ansiedade com que o homem demanda quebrar as segregações lingüísticas, difundindo o Esperanto por língua internacional.

A cada instante somos defrontados por multiplicas iniciativas de trocas, entre valores culturais e artísticos, de nação a nação. Justo perceber que dia virá em que todos os marcos separatistas desaparecerão; contudo, até lá, cumpre-nos derruir as fronteiras morais que existem entre nós, preparando o caminho para o congraçamento integral da Humanidade humano.

Esfumemos os sonhos ilusórios, acerca do mundo espiritual, para que a grande transição não venha a condensá-los em
pesadelos de dor.

Quando o homem descarna não regride desastrosamente e nem tão-pouco avança, de chofre, nas trilhas da evolução; continua a ser o que era, o que viveu, o que fez. Permanecerá, como Espírito, onde já vivia como encarnado; em plano inferior, se articulava o mal; u em esfera superior, se edifica no bem. Portanto, desde agora, trabalhai servindo, para que vos transformeis amanhã em cidadãos livres da Pátria Espiritual.

Abel Braga
Do livro “Seareiros de Volta”, de Waldo Vieira.

 

CARIDADE

Nos amargurados tempos que correm, nenhuma obra existe mais digna de cooperação que a da caridade ativa, irmã de todos os infortunados e de todos os tristes e só ela, no grande edifício da organização, conseguirá manter o equilíbrio e a paz. Áulus

 

LEMBRETE IMPORTANTE:

Para aqueles que viajam para cidades do interior do Estado, ou aqueles que se dirigem a Capital, que são espíritas ou simpatizantes, não esqueçam de consultar antes de viajar o site: www.luzesdoamanhecer.com , onde terá endereço dos principais centros espíritas do Estado. Na Capital, pode escolher o dia e horário de palestras, evangelização infantil e tratamento de cura. Em qualquer caso visite as casas espíritas, mesmo porque as experiências dos outros sempre enriquece

 

SACRIFÍCIOS DE AMOR

Ano era 1997, numa terça-feira, à noite. Quando chegamos para visitá-lo, ele contou-nos o seguinte caso:

- Hoje minha mãe me apareceu e disse-me: “Meu filho, após tantos anos de estudo no Mundo Espiritual, estou-me formando hoje assistente social”. Venho me despedir e dizer que não mais vou aparecer a você.

- Mas a senhora vai-me abandonar?

- Não, não meu filho. Imagine você seu pai precisa renascer e disse que só reencarna se eu vier como esposa dele. Fui falar, então com Cidália, sua segunda mãe, que criou vocês com tanto carinho e jamais fez diferença entre os meus filhos e os dela. Ela contou-me eu também precisa voltar à Terra. Então, eu lhe disse:

- Cidália, você foi tão boa para meus filhos, fez tantos sacrifícios por eles, suportou tantas humilhações. Nunca me esqueci quando você disse ao João Cândido que só se casaria com ele se ele fosse buscar meus filhos que estavam espalhados por várias casas para que você os criasse. Desde minha decisão de voltar ao corpo, tenho refletido muito sobre tudo isso e venho perguntar-lhe se você aceitaria nascer como nossa primeira filha? Abraçamo-nos e choramos muito. Quando me despedi dela, perguntei-lhe:

- Cidália, há alguma coisa que eu possa fazer por você quando for sua mãe?

Ela me disse:

- Dona Maria, eu sempre tive muita inclinação para música e não pude me aproximar de um instrumento. Sempre amei o piano.

Pois bem, minha filha. Vou imprimir em meu coração um desejo para que minha primeira filha venha com inclinação para música. Jesus há de nos proporcionar a alegria de possuir um piano.

A essa altura da narrativa, o Chico estava banhado de lágrimas e nos também. Mas continuou a falar de Dona Maria.

- Seu pai vai reencarnar em 1997. Vou ficar junto dele por aproximadamente três anos e renascerei nos primeiros meses do ano 2000.

- Mas a senhora já sofreu tanto e vai renascer para ser esposa e mãe novamente?

- São os sacrifícios do amor... Até um dia, meu filho.

Neste momento, concluiu o Chico, também ela começou a chorar.

Adelino da Silveira
Do livro “Momentos com Chico Xavier”.

 

OS GRANDES PROBLEMAS

Escapar aos ataques dos inimigos não que dizer que esteja livre do perigo, porque existem ainda outros mais poderosos que residem no nosso coração e são chamados: de orgulho, egoísmo, vaidade, inveja, traição, hipocrisia, cólera, avareza, ódio, prepotência, intolerância, vingança, ociosidade, calúnia, etc. e podem causar maiores mal do que dos inimigos externos.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.

 

AS CARTAS PSICOGRAFDAS POR CHICO XAVIER

Traz Depoimentos de Mães que Perderam Filhos.

Depois de Chico Xavier e Nosso Lar, chegou aos cinemas de todo o País, em 12 de novembro, o documentário As Cartas de Chico Xavier. O terceiro e último filme, lançado no ano de centenário de nascimento do médium, conta a história de pessoas que receberam cartas psicografadas por Chico, principalmente mães que tiveram filhos desencarnados precocemente.

Dirigido por Cristina Grumbach – diretora de Morro da Conceição (2005), assistente de direção e pesquisadora em Santo Forte , Babilônia 200, Edifício Máster, Peões, o Fim e o Princípio , e diretora assistente em Jogo de Cena -, o documentário não se propõe a questionar essas cartas ou explicar a psicografia. O filme ocupa-se da dor da perda de um filho e da chance de sobreviver a partir dessa “correspondência”. Uma das personagens, Dona Yolanda Cezar, define esse sentimento com precisão – quando se perde o cônjuge, fica-se viúvo; quando se perde o pai, fica-se órfão; quando se perde o filho, não há nome.

O filme é simples na forma de apresentar o tema. As conversas filmadas são intercaladas pela leitura das cartas. “È uma proposta de um cinema delicadamente sutil, em que olhares atentos e corações sensíveis são livres para dialogar com o filme e chegar às suas próprias construções de sentido”, comenta a diretora, que falou com a Folha Espírita.

Folha Espírita – Como nasceu a idéia do documentário?

Cristina Grumbach – Em 2004, ouvi o relato de uma pessoa que esteve em Uberaba anos antes e acompanhou uma sessão de psicografia de Chico Xavier. Enquanto ele descrevia a cena, fiquei imaginando como seria receber uma carta. Nesseinstante, tive vontade de fazer essa pergunta para as pessoas que as receberam. E pensei no quanto esse fato poderia ter mudado suas vidas. Nessa mesma noite surgiu a idéia de fazer o filme.

FE – Por que mostrar histórias de mães que receberam cartas de filhos pelas mãos de Chico Xavier?

Cristina – durante a pesquisa, fui surpreendida pelo fato de que há muito mais cartas de filhos para os pais do que de outro grau de parentesco ou relacionamento. Parece que Chico privilegiava esse tipo de “correspondência”, considerando que essa não é a ordem “natural” da vida e que a dor da perda de um filho é uma dor sem nome. Esse fato foi determinante para que a montagem do filme elegesse essas histórias para serem contadas.

FE – quem são essas famílias e quando elas receberam essas psicografias?

Cristina – são todas de São Paulo. As cartas que estão no filme foram recebidas de 1973 até meados da década de 80.

FE – O que mudou na vida dessas famílias depois dessas cartas? O que elas disseram sobre receber uma cartade uma pessoa querida que faleceu?

Cristina – eu posso dizer que essas famílias poderiam seguir em frente com a ajuda amorosa de Chico. Inclusive uma delas, dona Nyssia relatou o instante em que Chico leu a mensagem do seu filho. “Eu não via o Chico, eu via meu filho falar”.

FE – Como essas famílias identificaram seus filhos? Elas acreditaram nas mensagens?Por quê?

Cristina – Grande parte delas identificou seus filhos a partir das informações, nomes e até frases que só a família poderia conhecer.

FE – As Cartas Psicografadas por Chico Xavier tem lançamento nacional previsto para novembro. Onde os brasileiros poderão ver o filme?

Cristina – Em cinco de novembro, o filme estreou em Goiânia e Catalão (GO), Catanduva (SP) e Maceió (AL) e, em 12 de novembro, no restante do País.FE – Cristina, você é espírita?

Cristina – Minha família é de origem católica. Não cresci em um ambiente que favorecesse o contato com a espiritualidade. Depois desse filme muitas coisas mudaram e hoje posso dizer que tenho contato com minha alma. Fiz esse filme porque as questões existenciais são chaves para mim – o sentido da vida, da morte, o que estamos fazendo aqui... E o fato de que Chico tinha uma capacidade extraordinária, que permitiria essa comunicação, é algo que me dava a chance de dialogar sobre o assunto.

FE – Qual a importância de um documentário como esse para a sociedade no geral?

Cristina – Num mundo com tanta violência, egoísmo, vaidade e sofrimento. Acho que precisamos fazer filmes de amor. E as Cartas... É um filme de amor.

FE – O que espera com esse documentário?

Cristina – Eu faço cinema porque preciso conhecer o que não sei. Com esse filme busquei compreender os sentimentos dessas pessoas ao receberem as mensagens de Chico e quero compartilhar esses sentimentos com o público.

Cláudia Santos
Do jornal “Folha Espírita”, mês de novembro/2010.

 

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