"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XI - N. 125 * Campo Grande/MS * Junho de 2016.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.


Sem esperança não se constrói nada. É o fogo que aquece o coração todo o dia para que não caia no desânimo e desista de caminhar. Áulus/ Otacir Amaral Nunes

 

 

A CARIDADE NUNCA HÁ DE ACABAR

 

Agora, estas três virtudes: a fé a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade. (S. Paulo, 1 epistola aos Coríntios, 13,1 7 a 13).

A caridade é o bem que faz sem esperar recompensas. A caridade é tudo.

É o pão que mata a fome. É o gesto carinhoso que afaga. É a mão que abençoa.

É o agasalho que estende ao desabrigado. É o amparo ao amigo desesperado.

É a natureza que preserva. É bom exemplo que indica a regra de bem viver.

É o gesto carinhoso de que acolhe o pedinte que bate a sua porta

É sorriso amistoso que retribui aquele companheiro eventual do caminho.

É a saudação respeitosa que estende aos peregrinos do mundo.

É preferência no trânsito aquele que tem mais pressa

É papel caído não chão que recolhe.

É o riso franco de quem compreende a todos sem nenhuma reprovação, vivendo e deixando os outros viverem

É voz carinhosa e firme que fala o filho adorado, ensinando-lhe desde crianças a primeiras regras para amar ao próximo, como a maior conquista.

É a mão que abençoa e educa, corrige e ensina É a disciplina, porque sem disciplina não se aprende sequer a amar. É a voz que acalma, mas também ensina o jeito certo de viver.

É recolher-se por alguns segundos para agradecer a Deus pela vida, mas também orar pelos mais necessitados de afeto.

É ensinar a mensagem de Jesus que esclarece e indica a psicologia mais ampla e sublime de amar para ser feliz.

É compreender aquela criatura enferma que fere o próximo, sem saber que estará naquela atitude prejudicado de maneira muito real a si mesma.

É respeito ao próximo no estágio evolutivo que se encontra, mas não vê obrigação de se orientar por sua cabeça, porém por amor é capaz de andar mais uma milha.

É estar em paz com as pessoas, com o mundo, com Deus, ainda que as dificuldades sejam enormes. Não reclama, nem deplora a vida que leva, mas agradece a oportunidade da reencarnação, porque vivendo pode reescrever a história de seu destino.

É colocar-se na condição de servidor da grande causa do bem, com espontaneidade e com alegria, sem exigir nada de ninguém.

É ter a compreensão com os defeitos alheios, porque pode cometer os mesmos erros que nos outros censura. Como não se reconhece no direito de julgar, porque é capaz de cometer os mesmos erros também.

É no pequeno gesto de respeito aos bens públicos e procura preservá-los porque é um patrimônio comum.

É a preferência a pessoa com maior dificuldade e no braço que oferece a alguém que atravessa a rua.

É a regra de conduta mais consistente que se aprende com a caridade, porque “tudo suporta e tudo crê. Tudo espera e tudo sofre” e em tudo nota a presença de Deus.

É a indulgência com as imperfeições alheias. É a benevolência para com todos. É a tolerância fraterna. É o perdão das ofensas.

A caridade... No dizer do apóstolo Paulo é a virtude mais excelente.

Por fim, a caridade nunca há acabar.

A caridade é o resumo das leis de Deus.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS

 

“VAI E NÃO PEQUES MAIS”.

Muitas pessoas buscam desesperadamente a cura do corpo, e é bom que assim seja.

Afinal essa busca que as fará descobrir muitas coisas importantes em sua vida. Em busca da cura dos males do corpo ou do Espírito compreenderá que o mal existe dentro de si, quando houver se despojado de antigos vícios e houver expiado todos os erros cometidos em outras existências estará livre.

Porque a causa da enfermidade foi extinta, o que vem revelar as palavras de Jesus ao paralítico de Cafarnaum: “Teus pecados são perdoados”. Os pecados eram efeito de uma causa anterior, de um mal praticado alhures, daí o estigma do mal representado na sua deformidade física, demonstrando que algo estava errado dentro de si, ou seja, uma doença da alma. Assim que a justiça fosse satisfeita, o homem estaria livre, como alguém que cumprisse a pena na prisão, finda pena, seria libertado.

E ante o sarcasmo e ironia dos fariseus claramente demonstrou isso, quando supunham que Ele blasfemava, ao dizer as “seus pecados são lhe perdoados”, ou será melhor dizer “pega sua cama e vai para sua casa”, o que o paralítico fez ante a admiração das pessoas que ali se encontravam.

Esta situação ainda é muito mal compreendida na Terra, visto que se existe o efeito, nunca se procura a causa, ou inventam uma que seja mais cômoda para si, ou para tal fim, diante do familiar do paralítico dizer “Foi à vontade de Deus”, nasceu assim. Se ele esta naquela situação é porque existe uma causa, senão não renasceria com aquele problema.

E já trazendo em si o específico da cura, demonstrado que está vivendo aquele drama, mas esse drama já trás a origem do mal. Agora com o Evangelho na mão, poderá descobrir a cura definitiva. O Evangelho é uma mensagem aberta endereçada a você, e basta ler para que nela encontre a chave para os problemas mais intrincados do coração humano. Basta ter olhos de ver e ouvidos de ouvir.

Quando se depara com alguém pela rua carregando esses defeitos, lembre-se de Jesus, especialmente do paralítico de Cafarnaum, pode ser também que esteja quase no fim da prova. Pense também em si mesmo, porque pode carregar ainda muitos defeitos, aparentemente invisíveis à visão comum, mas que precisa desde já combatê-lo, caso contrário poderá renascer com alguns constrangimentos físicos ou mentais. Talvez até a fim de recompor a sua estrutura moral deformada por atos impensados do passado, e naquele corpo disforme estará o veredicto de sua sentença, exarada em proveito do próprio réu.

Todas as coisas provindas das leis do Pai são sempre justas e admiráveis, porque sempre trarão enorme benefício ao Espírito recalcitrante e obstinado no mal, e somente com esse constrangimento físico fará pensar melhor.

Obrigado a viver na dependência de outros e a impossibilidade de se locomover sozinho, dará mais compreensão e mostrará que ninguém é onipotente. O mundo é por natureza solidária e quem infringe esse Código sofre as conseqüências, por mínima que seja essa falta terá a sua punição corretiva, mas também nada que haja praticado no bem deixará de ter a sua recompensa, daí a justiça surgir em toda a sua plenitude.

Jesus sempre repetia, quando curava alguém de males do corpo ou do espírito: “Vai e não peques mais”, querendo demonstrar que o pecado, ou seja, o mau ato praticado contra alguém e tinham sua origem nas existências passadas e as conseqüências seriam inevitáveis. E durante a prova o mal persistirá enquanto formos maus, mas o dia que decidirmos pelo bom caminho, e pagarmos nossas dívidas mediante provas redentoras, o mal também desaparecerá.

Extinguindo-se a enfermidade que é o efeito, é porque a causa já não existe.

Porém poucos raciocinam dessa maneira. É preciso pensar com sabedoria. Se o mal existe é porque uma causa anterior o alimenta, visto que já nasceu com o mal, é a fonte desse mal. Se em outras existências praticou o mal, se lesou o outro, se até tirou a vida sem motivos do próximo, por pura ambição, ou maldade mesmo. Aqueles que foram prejudicados clamarão por justiça. E a justiça alcançara o culpado, onde ele estiver.

Fazer o mal sempre será um péssimo negócio, porque suas conseqüências serão inevitáveis, cedo ou tarde receberá a notificação da dívida e dela não poderá fugir até pagar o último centavo.

O melhor mesmo é buscar todos os meios de nunca praticar o mal, que esteja sempre alerta contra as investidas do mal, porque qualquer um pode cair em suas ciladas. E depois de haver caído será muito difícil de reabilitar diante da lei.

Já repetia um sábio da Antigüidade: “E melhor sofrer uma injustiça do que praticá-la”, que conselho sábio e formidável. Carregar o estigma da culpa, sempre será um fardo por vezes difícil de suportar. Principalmente se tem consciência de que precisa ressarcir até o último centavo. Se livremente agiu no mal, deve agora sofrer as conseqüências.

Quando estiver a sua frente um assassino tem piedade dele, porque amargará uma luta difícil para vencer suas más tendências, e amarga será a sua corrigenda, porque sempre terá em mente que tem uma dívida com alguém e com o mundo que foi chamado a viver. Além disso, somente estará livre quando ressarcir integralmente a dívida, enquanto isso não ocorrer, carregará consigo esse enorme peso, que pesara sempre muito na balança, até que se decida a pagar, para que a semelhança do paralítico de Cafarnaum, pagar a sua cama e ir para casa.

Muitas pessoas imaginam que os outros possam fazer-lhe mal, diria que esta afirmação não é verdadeira, mas o único que pode prejudicá-lo de verdade é você mesmo. Será somente será cobrado naquilo que houver praticado, e sobre seus atos é que deve ter o máximo de vigilância, porque o mal pode estar escondido na cidadela do seu coração.

Procure manter-se vinculado a um trabalho caritativo, porque terá ao seu dispor exemplos muito interessantes. Olhará o mundo de outra maneira, porque terá a sua frente muitos exemplos que lhe darão ânimo e coragem para enfrentar os seus próprios problemas, ou mesmo quando imaginar que “sofre muito” poderá constatar em outros passam por sofrimentos mais atrozes que “os seus grandes sofrimentos”. Talvez muito pouco representasse ainda da magnitude dos problemas que porventura encontre em suas atitudes de amor ao próximo.

Nada se pode deixar para trás, cumpra hoje os seus compromissos, porque amanhã pode ser tarde demais. Visto que a vida é muito dinâmica para permitir delongas em tarefas importantes. Aproveite as suas horas para estar bem com Deus e com o próximo, que já prestará um enorme benefício a si mesmo.

Quanto maiores forem os problemas mais ore, para que possa encontrar forças para vencer. A oração ainda é uma força desconhecida para grande número de pessoas.

Não perca tempo em vãs conjecturas, mas sempre aja no bem, este sempre garantirá dividendos consideráveis, mesmo que de pronto não perceba qualquer resultado. É o maior investimento que pode fazer ao longo de sua vida.

Não creia que conquistará algo sem trabalho. Tudo vai depender da decisão de sua mente e secundado pelo seu coração generoso.

Mente e coração direcionados para o bem, este será a sintonia perfeita para fazer o melhor. Objetiva com o uso da razão o mundo das formas e os sentimentos, potencializarem o mundo subjetivo.

Se ouvir ainda fariseus que zombam e imaginam que blasfema, lembre-se que precisa trabalhar mais ainda, porque esta situação representa um desafio a mais em sua caminhada e não perca o rumo. De tudo pode retirar lições proveitosas, desde que procure algo para fortalecer o seu coração.

Nada despreze, o minúsculo grão de areia é importante para o deserto, porque se ele não existisse talvez fizesse uma falta enorme. Assim pode ser esse minúsculo grão de areia que falta em algum lugar e pode cumprir o seu papel, oferecendo o seu concurso pequenino, mas às vezes pode ser o que faltava para completar a carga certa.

Procure sempre pensar no bem, existem tantos exemplos na Humanidade, sempre tenha o coração povoado de bons sonhos, isto fortalece a alma e dá ânimo a quem padece.

Busque valorizar os seus dias aqui na Terra. Cada segundo bem aproveitado representa muito. A sua frente estão tantos, cuja vida se transcorre em horas vazias e que procuram preenchê-la sem critério e interesse e viver representa uma carga por demais pesadas, que apesar dos benefícios recebidos ainda, julgam-se injustiçadas porque não receberam mais ainda.

Para concluir a cura do paralítico de Cafarnaum, por que se deu a cura? Porque havia terminado naquele momento a sua prova, e Jesus compreendeu perfeitamente essa situação, e que valendo de um grande poder magnético fez com que os músculos atrofiados voltassem à normalidade e o coração continuasse fortalecido.

Esse considerando da lei era necessário que se cumprisse, embora Jesus detivesse todo o poder, nem por isso infligiu a lei do Pai, aliás, obedecendo a essa lei curou em larga escala e mais potencializou o seu poder de cura, mas sempre a recomendação ficava “Vai e não peques mais”. Dessa forma demonstrando que a origem do mal, sempre era o mau procedimento contra o próximo. “Vai e não peques mais para que um mal maior não lhe suceda”, dirá em outras vezes. Se estancar a fonte do mal, o sofrimento acabará, “Vai e não peques mais”.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS

LEMBRETE IMPORTANTE:

Para aqueles que viajam para cidades do interior do Estado, ou aqueles que se dirigem a Capital, que são espíritas ou simpatizantes, não se esqueçam de consultar antes de viajar o site: www.luzesdoamanhecer.com , onde terá endereço dos principais centros espíritas do Estado.

Na Capital, pode escolher o dia e horário de palestras, evangelização infantil e tratamento de cura. Em qualquer caso visite as casas espíritas, mesmo porque as experiências dos outros sempre enriquecem.

Caso saiba de alguma Casa Espírita que abriu recentemente e queira que conste o endereço na internet e/ou receber nosso Jornal o Email é: otaciramaraln@hotmail.com .

 

HISTÓRIA DE UM PÃO

Quando Barsabás, o tirano, demandou o reino da morte, buscou debalde, reintegrar-se no grande palácio eu lhe servira de residência. A viúva, alegando infinita mágoa, desfizera-se da moradia, vendendo-lhe os adornos.

Viu ele, então, baixelas e candelabros, telas e jarrões, tapetes e perfumes, jóias e relíquias, sob o martela do leiloeiro, enquanto os filhos querelavam no tribunal, disputando a melhor parte da herança.

Ninguém lhe lembrava o nome, desde que não fosse para reclamar o ouro e a prata que doara a mordomos distintos.

E porque na memória de semelhantes amigos ele não passava, agora, de sombra, tentou o interesse afetivo de companheiros outros da infância...

Todavia, entre estes encontrou simplesmente a recordação dos próprios atos de malquerença e de usura.

Barsabás entregou-se às lagrimas, de tal modo, que sombra lhe embargou, por fim, a visão, arrojando-o nas trevas...

Vagueou por muito tempo no nevoeiro, entre vozes acusadoras, até que um dia aprendeu a pedir na oração, e, como se a rogativa lhe servisse de bússola, embora caminhasse às escuras, eis que, de súbito, se lhe extingue a cegueira e ele vê, diante de seus passos, um santuário sublime, faiscante de luzes.

Milhões de estrelas e pétalas fulgurantes povoavam-no em todas as direções.

Barsabás, sem perceber, alcançara a Casa das Preces de Louvor, nas faixas inferiores do firmamento.

Não obstante deslumbrado, chorou, impulsivo, ante o ministro espiritual que velava no pórtico.

Após ouvi-lo, generoso, o funcionário angélico e falou, sereno:

- Barsabás, cada fragmento luminoso que contemplas é uma prece de gratidão que subiu da Terra...

- Ai de mim - soluçou o desventurado – eu jamais fiz o bem...

- Em verdade – prosseguiu o informante - , trazes contigo, em grandes sinais, o pranto e o sangue dos doentes e das viúvas, dos velhinhos e órfãos indefesos que despojaste, nos teus dias de invigilância e de crueldade; entretanto, tens aqui, em teu crédito, uma oração de louvor...

E apontou-lhe acanhada estrela que brilhava à feição de pequeno disco solar.

- Há 32 anos – disse, ainda, o instrutor – deste um pão a uma criança e essa criança te agradeceu, em prece ao Senhor da Vida.

Chorando de alegria e consultando velhas lembranças, Barsabás perguntou:

- Jonakim, o enjeitado?

- Sim, ele mesmo – confirmou o missionário divino.

- Segue a claridade do pão que deste, um dia, por amor, e livrar-te-ás, em definitivo, do sofrimento das trevas.

E Barsabás acompanhou o tênue raio do tênue fulgor que se desprendia daquela gota estelar, mas, em vez de elevar-se às Alturas, encontrou-se numa carpintaria humilde da própria Terra.

Um homem calejado aí refletia, manobrando a enxó em pesado lenho...

Era Jonakim, aos quarenta anos de idade.

Como se estivessem os dois identificados no doce fio de luz, Barsabás abraçou-se a ele, qual viajante abatido, de volta ao calor do lar.

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Decorrido um ano, Jonakim, o carpinteiro, ostentava, sorridente, nos braços, mais um filhinho, cujos louros cabelos emolduravam belos olhos azuis.

Com a bênção de um pão dado a um menino triste, por espírito de amor puro, conquistara Barsabás, nas Leis Eternas, o prêmio de renascer para redimir-se.

 

Irmão X
Do livro “O Espírito da Verdade", de Francisco Cândido Xavier, edição FEB.

 

VIVA MELHOR

Revele-se

Nas lutas habituais, não exija a educação do companheiro.

Demonstre a sua

Nas tarefas do bem, não aguarde colaboração.

Colabore, por sua vez, antes de tudo.

Nos trabalhos comuns, não clame pelo esforço alheio.

Mostre sua boa-vontade.

Nos serviços de compreensão, não peça para que seu vizinho suba até você.

Aprenda a descer até ele e ajude-o.

No desempenho dos deveres cristãos, não aguarde recursos externos para cumpri-los.

O melhor patrimônio que você pode dar às boas obras é o seu próprio coração.

No trato vulgar da vida, não espere que seu irmão revele qualidades excelentes.

Expresse os dons elevados que você já possui .

Em toda criatura terrestre, há luz e sombra.

Destaque sua nobreza para que a nobreza do próximo venha ao seu encontro.

André Luiz
Do Livro “Agenda Cristã”, de Francisco Cândido Xavier.

 

PERANTE A NATUREZA

De alma agradecida e serena, abençoar a Natureza que o acalenta, protegendo, quanto possível todos os seres e todas as coisas na região em que respire.

A Natureza consubstancia o santuário em que a sabedoria de Deus se torna visível.

Preservar a pureza das fontes e a fertilidade do solo.

Campo ajudado, pão garantido.

Cooperar espontaneamente na ampliação de pomares, tanto quanto auxiliar a arborização e o reflorestamento.

A vida vegetal é moldura protetora da vida humana.

Prevenir-se contra a destruição e o esbanjamento das riquezas da terra em explorações abusivas, quais sejam a queima dos campos, o abate desordenado das árvores generosas e o explosivo na pesca.

O respeito à Criação constitui simples dever.

Utilizar o tesouro das plantas e das flores na ornamentação de ordem geral, movimentando a irrigação e a adubagem na preservação que lhes é necessária.

O auxilio ao vegetal exprime gratidão naquele que lhe recebe os serviços.

Eximir-se de reter improdutivamente qualquer extensão de terra sem cultivo ou sem aplicação para fins elevados.

O desprezo deliberado pelos recursos do solo significa malversação dos favores do Pai.

Aplicar as forças naturais como auxiliares terapêuticos na cura das variadas doenças, principalmente o magnetismo puro do campo e das praias, o ar livre e as águas medicinais.

Toda a farmacopéia vem dos reservatórios da Natureza.

Furtar-se de mercadejar criminosamente com os recursos da Natureza encontrados nas faixas de terra pelas quais se responsabilize.

O mordomo será sempre chamado a contas.

André Luiz
Do livro “Conduta Espírita”, de Waldo Vieira

 

SOBRE O PASSE

- O tempo que se deve gastar para a aplicação de um passe magnético deve ser mais ou menos o mesmo que utilizamos para fazer uma prece, o “Pai Nosso”.

Esta foi a resposta dada pelo Chico a uma interpelação feita pelo confrade Dr. Olavo Escobar.

E eu, preocupado com certos ângulos do assunto, procurei-o, igualmente, expondo-lhe minhas dúvidas.

- Chico, não entendo a razão de determinadas explicações de alguns confrades que dividem o passe em “passes magnéticos”, “passes espirituais” e outras modalidades desse tratamento fluídico.

Ouvindo-me, atencioso, explicou:

- Quando estender as mãos sobre a cabeça do paciente, movimentando-se de alto a baixo, não precisa se preocupar. O que for preciso, os espíritos farão.

Retornou o Chico seu trabalho de autografar, de pé, os livros que lhe eram apresentados, eu, então, lembrei-lhe do que Alexandre havia dito a André Luiz, quando este lhe indagou se todos, com maior ou menor intensidade, poderiam prestar concurso fraterno do passe, Alexandre respondeu-lhe que, revelada a disposição fiel de cooperar a serviço do próximo, por esse ou aquele trabalhador, as autoridades do Plano Espiritual designam entidades sábias e benevolentes que orientam, indiretamente, o neófito, utilizando-lhe a boa-vontade e enriquecendo-lhe o próprio valor...

- É isso mesmo!

Tão breve explicação valeu-me, todavia, a fim de tranqüilizar-me o bastante para não continuar perguntando...

Cezar Carneiro de Souza.
Do livro “Encontro com Chico Xavier”, edição Gráfica Porinho Cavalcanti Ltda.

 

PRESENÇA ESPÍRITA

O espírita que entende a doutrina que aceita, ergue-se de manhã quando o dia flameja.

Ora e agradece a Deus o privilégio santo de poder trabalhar no corpo a que se acolhe.

Se ouve o mal, fala o bem. Ajusta-se ao dever cumprindo a obrigação que a vida lhe assinala.

Na rua, estende as mãos em amparo fraterno.

Em casa, forma a paz que auxilia e constrói.

Prejudicado, esquece. Ofendido, perdoa.

Não discute, realiza. E nem pergunta, serve.

Não censura, abençoa; nem condena, restaura.

Alteia-se na luz, mas apaga-se humilde, por saber-se instrumento a serviço do Pai.

Reparte do que tem, sem reclamar louvores.

Corrige levantando educa amando sempre.

Tolera sem revolta as provações que o ferem, transformando em bondade o fel das próprias dores.

O espírita onde está faz com que tudo brilhe, aperfeiçoe, melhore, engrandeça e progrida.

De alma no entendimento harmônico e profundo, faz-se fonte de amor para os males da vida, faz-se raio de sol para as trevas do mundo.

Albino Teixeira
Do livro “Caminho Espírita”, de Francisco Cândido Xavier.

 

A DOUTRINA ESPÍRITA E DEUS

Diz a Gênesis no seu capítulo primeiro, versículos primeiro e segundo, sobre a criação de Céu e da Terra, que no princípio Deus criou o Céu e Terra, e a Terra era vazia, e o Espírito de Deus movia-se sobre a face das águas.

O excelso Senhor de todos os Espíritos, Jesus, em várias passagens de seu Evangelho apresenta-nos Deus como o Pai que está nos céus 1 contrapondo-se ao Deus cheio de qualidades, mas rancoroso e vingativo apresentado por Moisés.

O insigne Allan Kardec em sua iluminada obra O Livro dos Espíritos, (LE), na primeira questão proposta aos Espíritos superiores que ditaram a benfazeja Doutrina Espírita inquire sobre a Divindade, perguntando, sem fazer juízo anterior, “O que é Deus?”, ao que responderam os bondosos Espíritos, ser “... a inteligência suprema,causa primária de todas as coisas.”

Buscando novas provas da existência de Deus o nobre codificador da salutar doutrina, na quarta questão (LE) pergunta onde encontrar tais provas e recebe a instrução de usar o mesmo axioma da ciência que diz não haver efeito sem causa e ao mesmo tempo, procurar a causa de tudo o que não foi feito pelo Homem e usando a razão, concluir.

Desenvolvendo esse raciocínio de que todo efeito tem uma causa, mais o fato de as obras da natureza, como produtos de forças naturais que se atarem e se repelem por força de lei, serem também efeitos, tendo,portanto uma causa; sendo esses efeitos inteligentes, a causa geradora, com mais razão, só pode ser inteligente.

Querendo ainda compreender a natureza íntima de Deus o iluminado pesquisador Allan Kardec, na décima questão e seguintes do (LE) recebe o aviso de que por enquanto, enquanto lhe falte um sentido, um entendimento e uma completa depuração da matéria, não será possível ao homem compreender a natureza de Deus, coisa que só virá com a sua própria perfeição, conforme referiu-se o Mestre Jesus 2 quando nos exortou a sermos perfeitos como o Pai celestial é perfeito.

•  Evangelho de Mateus, 10:33 e 11:25-27, 2) Evangelho de Mateus 5:48.

Não podendo o ser humano penetrar na essência da Divindade, pode, pelo raciocínio, conhecer alguns dos seus atributos, que devem ser todos elevados a um grau infinito, sem o quê não seria Deus, haja vista que poderia haver outro ser que teria tais qualidades mais elevadas e seria esse ser então o Criador.

A esclarecedora Doutrina Espírita discorre sobre esses atributos do foco criador e mantenedor do Universo e de tudo o que nele existe, enumerando algumas qualidades e lembrando-nos que, além disso, existem coisas e inteligência acima da maior inteligência do nosso Planeta e informa-nos que:

•  Deus é a suprema e soberana inteligência , contraposta à inteligência humana que é limitada, pois não pode fazer nem compreender tudo o que existe;

•  Deus é eterno , entendendo por eterno o que não teve início nem terá fim, pois poderia, ou ter saído do nada, que nada cria, ou ter havido outro ser anteriormente à sua criação, ou após seu termo, se assim eterno não fosse;

•  Deus é imutável, pois se mudasse, fatalmente suas leis que regem o Universo também se alterariam, e o mundo seria instável;

•  Deus é imaterial, com sua natureza diferindo de tudo o que entendemos por matéria, não estando sujeito às suas transformações;

•  Deus é Todo-Poderoso, dono do supremo poder, não havendo outro ser que o iguale e muito menos que o supere; pois se isso ocorresse, esse que o superasse seria Deus;

•  Deus é soberanamente justo e bom, revelando sua sabedoria nas pequenas como nas grandes coisas, atestando sua infinita justiça e infinita bondade; uma não podendo existir num grau infinito sem a outra num mesmo grau;

•  Deus é infinitamente perfeito, causa que impede outro ser de superá-lo, pois se um dos seus atributos sofresse qualquer diminuição ou acréscimo, haveria um ser mais perfeito, que seria Deus;

•  Deus é único, como consequência de sua infinita perfeição, pois havendo dois seres com tais qualidades, das duas uma: ou seriam confundidos em suas identidades, ou não teriam igualdade perfeita, não tendo então a soberana autoridade, ou seja: Deus só pode ser Deus se não for superado em qualquer coisa que seja.

A consoladora Doutrina Espírita condensa então os atributos da Divindade, apresentando resumidamente Deus como a suprema inteligência, único, eterno, imutável, imaterial, Todo-Poderoso, soberanamente justo e bom, infinito em todas as suas perfeições, sem poder ser outra coisa.

A solicitude de Deus para com suas criaturas é a Providência Divina, estando em toda parte, a tudo presidindo com seu fluido inteligente ocupando todo o Universo; não existindo um ser, por menor que seja, que não esteja saturado desse fluido e sob Suas vistas.

Se os próprios Espíritos elevados têm o dom da ubiquidade, da irradiação, como restringiremos a suprema capacidade do Criador em estar em todos os lugares?

E Jesus disse-nos que seu Reino está entre nós, dentro de nós, em nossos corações, alertando-nos que onde estiver nosso tesouro, ali estará nosso coração.

Crispim.

 

Referências bibliográficas:

•  O Livro dos Espíritos. Tradução Salvador Gentile. Araras/SP. IDE, 85ª Edição, 1994. ALLAN KARDEC.

•  A Gênese. Tradução Salvador Gentile. Allan Kardec.

•  A Bíblia Sagrada, Gênesis. 1969. SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL.

 

O SUICÍDIO

A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as idéias materialistas, numa palavra, são os maiores incitantes ao suicídio: ocasionam a covardia moral. Quando homens de ciência, apoiados na autoridade do seu saber, se esforçam para provar aos que os ouvem ou lêem que estes nada têm a esperar depois da morte, não estão de fato levando-os a deduzir que, se são desgraçados, coisa melhor são lhes resta senão se matarem? Que lhes poderiam dizer para desviá-los dessa conseqüência? Que esperança lhes podem dar? Nenhuma, a não ser o nada. Daí se deve concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva, mais vale buscá-lo imediatamente e não mais e tarde, para sofrer por menos tempo.

A propagação das doutrinas materialistas é, pois, o veneno que inocula a idéia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os que se constituem apóstolos de semelhantes doutrinas assumem tremenda responsabilidade. Com o Espiritismo, tornando impossível a duvida, muda o aspecto da vida. O crente sabe que a existência se prolonga indefinidamente para lá do túmulo, mas em condições muito diversas; donde a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; donde, em suam, a coragem moral.

Allan Kardec
Extraído de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, cap. V, item 16, edição FEB.

 

ORIENTAÇÃO E VIDA

Muitos companheiros solicitam orientação ao Céu para a vitória nas lutas da Terra, mas, em verdade, não necessitamos tanto de novos roteiros esclarecedores e sim de ação mais intensiva na construção do bem.

O caminho é o mundo...

Mundo-escola e mundo oficina, em que valiosas oportunidades felicitam a alma, interessada na própria sublimação.

Não nos detenhamos na expectativa dos que aforam o Senhor, sem qualquer esforço para servi-lo. Ele próprio legou-nos com a Boa Nova, o mapa luminoso para a romagem da Terra.

Libertemos a claridade que jaz enclausurada em nossos corações e avencemos.

Há espinhos, reclamando o trabalho eficiente de extinção.

Feridas que pedem bálsamo.

Aflições que mendigam paz.

Pedras à espera de braços amigos que as removam.

Há mentes encarceradas na sombra, rogando o concurso iluminativo.

Há crianças abandonadas, implorando socorro para consolidar as bases em que recomeçam a vida.

Quem estiver procurando a inspiração dos Anjos, não se esqueça dos lugares de provação, onde os Anjos colaboram com o Céu, diminuindo o sofrimento e a ignorância na Terra.

Agir no bem é buscar a simpatia dos Espíritos Sábios e Benevolentes, encontrando-a.

Se Jesus não parou em contemplação inoperante, transitando no serviço ao próximo, da Manjedoura até a Cruz, ninguém aguarde visitação dos Mensageiros Divinos, paralisando as mãos na esperança sem trabalho e na fé sem obras.

Espiritualização é problema de boa vontade e concurso fraterno, porque somente buscando trazer o Céu ao mundo, pela nossa aplicação justa ao bem, é que descobriremos a estrada verdadeira que nos conduzira efetivamente ao Céu.

Em todos os episódios que te pareçam contrários, guarda serenidade e paciência, porquanto dia virá no qual reconhecerás que todos os obstáculos que te impediram o acesso ao que mais desejavas e não tiveste, foram bênçãos de Deus para que hoje usufruas as vantagens que tens.

Emmanuel
Do livro “Jóia”, de Francisco Cândido Xavier.

FELICIDADE 

Até mesmo pra receber a felicidade é preciso preparação, sem vaso adequado, os bens do alto se constaminam com as perturbações do campo inferior, qual acontece à gota diamantina que se converte em lama, quando cai na poeira da Terra.

André Luiz// Francisco Cândido Xavier.

 

EXISTÊNCIA DE DEUS

Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou:

- Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quanto nem ao menos sabes ler?

O crente fiel respondeu:

- Grande senhor, conheço a existência de nosso Pai Celeste pelos sinais dele.

- Como assim? – indagou o chefe, admirado.

O servo humilde explicou-se:

- Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?

- Pela letra.

- Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa quanto ao autor dela?

- Pela marca do ourives.

O empregado sorriu e acrescentou:

- Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?

- Pelos rastos – respondeu o chefe surpreendido.

Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando o céu, onde a Lua brilhava, cercada por milhões de estrelas, exclamou, respeitoso:

- Senhor, aqueles sinais, lá em cima não podem ser dos homens?

Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimonosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também.

Meimei
Do livro “Pai Nosso”, de Francisco Cândido Xavier.

 

SORRIR É TAMBÉM UM ATO DE AMOR

Outro dia um amigo me confidenciou que estava muito preocupado com a ausência de sorrisos e calor humano no interior das instituições espíritas. E que se nossa Doutrina é otimista trazendo nova luz para a vida por que é que há tanta gente carrancuda dentro das instituições?

Não pude deixar de concordar com ele.

De fato, tenho percebido que muitas instituições, através de seus dirigentes e trabalhadores à guisa de manter a seriedade doutrinária comprometem o seu bom humor, a simpatia, o calor humano, como se o mundo se resumisse às suas carrancas, ao sofrimento e ao pessimismo.

Não podemos esquecer que normalmente quem procura o centro espírita está com dificuldades, está desanimado, está sofrendo. Se mantivermos uma postura sisuda, com humor fechado, e sem a luz de um sorriso, devemos saber que temos a chance de estarmos contribuindo para influenciar negativamente aqueles que nos procuram, piorando a sua situação.

Talvez por um atavismo judaico-cristão associado com a idéia equivocada de que o sofrimento é enobrecedor e é sinal de evolução (o que está errado, evidentemente) é que esses irmãos e irmãs que preferem a carranca ao sorriso estejam agindo assim.

Que jamais faltem sorrisos nos centros espíritas, pois nada mais animador do que ser recebido com um sorriso e com calor humano. Pois nós não somos máquinas. Somos seres humanos, seres espirituais, tendo o compromisso de transformar o mundo para melhor. Para que sombras em nosso rosto?

Não podemos esquecer o abismo atrai abismo e que sorrir sempre é a garantia de espalhar a paz e a alegria a contagiar aqueles que estão ao nosso redor, onde quer que seja.

E a casa espírita detém o papel de fundamental importância como irradiadora da luz, sendo nossa postura a lâmpada a propagar essa boa energia. Se fecharmos o nosso rosto, estaremos impedindo o fluxo dessa luz. Pois “cara” fechada não é sinal de evolução.

 

Joaquim Ladislau Pires Junior
Extraído do Informativo Elo Fraterno Expresso-50

 

A VIDA DO ESPÍRITO

A vida do espírito, em seu conjunto, apresenta as mesmas fases que observamos na vida corporal. Ele passa gradualmente do estado de embrião ao de infância, para chegar, percorrendo sucessivos períodos, ao de adulto, que é o da perfeição, com a diferença de que para o Espírito não há declínio, nem decrepitude, como na vida corporal; que a sua vida, que teve começo, não terá fim; que imenso tempo lhe é necessário, do nosso ponto de vista, para passar da infância espírita ao completo desenvolvimento; e que o seu progresso se realiza, não num único mundo,mas vivendo ele em mundos diversos.

A vida do Espírito, pois, se compõe de uma serie de existências corpóreas, cada uma das quais representa para ele uma ocasião de progredir, do mesmo modo que cada existência corporal se compõe de uma série de dias, em cada um dos quais o homem obtém um acrescimento de experiência e de instrução. Mas, assim, como, na vida do homem,há dias que nenhum fruto produzem, na do Espírito há existências corporais de que ele nenhum resultado colhe, porque não as soube aproveitar.

 

Allan Kardec
De “O Livro dos Espíritos”, comentário a pergunta 189 e seguintes.

 

 

ANO XI - Nº 125– Campo Grande/MS - Junhol de 2016..
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
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