"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XI - N. 126 * Campo Grande/MS *Julho de 2016.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.


O amor é a base do Cristianismo e a caridade é demonstração prática. Áulus/Otacir Amaral Nunes

 

SERVIR AO PRÓXIMO


Mãos que servem, são mais santas do que lábios que rezam. Madre Tereza de Calcutá

Jesus afirmou: Eu não vim para ser servido , mas para servir... (Marcos, 10,45).

Servir é ação – é algo sublime.

Como se pode afirmar que é cristão e senão serve ao próximo? Será como diz o profeta Isaias. “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”.

Portanto, quando estiver em condição de servir, sirva, porque servir sempre será a maior conquista daquele que se afirme espírita cristão.

Mesmo porque a base da Doutrina Libertadora é: “Fora da caridade não há salvação”.

Contudo, nunca exija depoimento de o próximo a quem intenta ajudar, auxilie sem nada exigir, mas pela alegria simples de servir.

Seja simples como as águas que corre para o mar e siga a sua rota cumprindo o seu papel, ainda que de toda parte seja sugado de suas mais caras energias, todavia forças poderosas lhes devolvem energias multiplicadas, porque ser útil é o maior objetivo. Assim aquele que mais doa de si mais se enriquece, logo não há porque se perturbar em momento algum.

Em toda parte há maneira de cumprir com esse sagrado compromisso, ainda que sob o fogo intenso provações, porque servir é o remédio para todos os males que porventura invade o coração do homem.

Quem não serve, perde as suas maiores oportunidades para continuar com sabedoria a sua marcha rumo a um mundo mais venturoso.

Nada fica oculto ao olhar do Senhor, por isso, persevere na estrada que se comprometeu pavimentar com amor e dignidade, por certo que encontrará o respaldo da vida superior que necessita.

Ainda que sinta as necessidades se multiplicarem, nem por isso desistirá do nobre propósito que abraçou com tanto amor. Por certo que o Pai que vê tudo que se passa em secreto há de recompensá-lo com mais amor. Nada há oculto que não venha ser revelado, mas a perseverança é fundamental em qualquer lugar.

Tantos sonham com a paz dos anjos bem-aventurados, mas jamais se dispuseram a fazer algo que pudesse dar-lhe o respaldo a essa vida melhor. Somente pensaram em si, esquecidos que o Evangelho de Jesus é o supremo testamento é dirigida a todos os homens de boa vontade, com a recomendação: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

Por esse motivo, servir acima de todas as coisas... É a grande meta...

Como bem demonstrou o Mestre na Parábola do Bom Samaritano. Este personagem considerado herege pelos judeus, no entanto, Jesus o colocou acima do sacerdote e do levita, conquanto pela lógica devessem eles conhecer a lei (Dez Mandamentos, especialmente do 4º ao 10° mandamentos que se refere ao próximo). Contudo na hora da prática da caridade, inventaram desculpas para não cumprir o mais nobre e sagrado dever, qual Jesus colocou depois de amar a Deus.

O Divino Mensageiro veio para servir, também faça o mesmo, sirva com todas as forças de seu coração, porque sem o trabalho desinteressado em favor do próximo, não logrará a felicidade que espera.

Se porventura surgir a ideia de fugir ao dever de servir, lembre-se de quantos desistiram justamente quando estava preste a alcançar o maior objetivo de sua vida e pode de repente estar na mesma condição.

Portanto, jamais desista do ideal de servir nesta vida.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS

BOM COMPANHEIRO

Não é sem surpresa que estou aqui. Afinal faz tanto tempo que não o vejo, mas finalmente o encontrei por indicações de amigos. A presença de amigo de quem muitas vezes ouvi a rogativa em meu favor. É uma dupla felicidade de poder encontrá-lo e de agradecer as lembranças carinhosas.

Muitas vezes não é mesmo como a gente sonha. Cada um tem o seu caminho, e a vida que me chamou para o mais além de uma maneira trágica, porém necessária diante das leis da vida. Não pude evitar esse acontecimento que me lançou de improviso num profundo abismo, que somente com muito custo conseguir ouvir uma voz a me chamar. Piá fica com Deus.

Depois de um longo processo de tantas dificuldades. Primeiro, por não compreender certas coisas e depois aceitar essa situação de ser eliminado do rol dos vivos de uma maneira tão brutal e por quem jamais esperava, por maiores que fossem as nossas desavenças.

Esta situação foi muito difícil para mim, perambulei por longos dias atrás dessa vingança, depois que compreendi realmente o que acontecera. Por muito tempo fiquei perdido, sem saber exatamente o que havia acontecido.

Era realmente uma situação complicada. Sentia muita dor onde havia recebido o projétil e me queimava por dentro. Mas não podia imaginar a causa, é certo que um dia ameaçara tirar-me à vida, porque dizia estava atropelando-o, mas nuncaesperava que chegasse a tanto.

Caminhava entregue aos meus pensamentos, quando alguém passou o carro de meu lado e de dentro do carro mesmo me alvejou e continuou como se nada tivesse acontecido.

Foi como houvesse levado por um forte redemoinho que não saberia definir aonde ia parar, ouvi vozes ao longe. Vozes confusas falavam de alguém que não conhecia. Muita gente ao meu derredor - percebi realmente que havia alguém caído.

Mas não me dei ao trabalho de saber quem era de vez que estava muito confuso, parece que era um pesadelo e não conseguia me libertar por maiores que fossem os meus esforços. Era noite escura não conseguia perceber o que se passava e às vezes ouvia o meu nome, depois alguém disse. Ele morreu, mas não sabia atinar quem seria, e deixe de andar por aqueles lugares e houve naquele dia um sepultamento e sentia que algumas pessoas conhecidas estavam ali. Mas você não estava.

Não sei por que sempre me liguei a você, talvez, porque sempre me tratasse da mesma forma, era sempre bom conversar com você, e realmente não me esquecera durante todos esses anos. Depois de sofrer e perambular pelas ruas da cidade. Muitas vezes sem encontrar alguém para conversar, deixava me ficar na praça e voltava a casa onde morei, mas tudo estava tão estranho, parece que não era mais o meu lugar que sempre me acolhia.

Outras vezes caminhava pelos lugares que sempre tinha o hábito de andar e assim pensavam os dias nessa constante caminhada. Procurava um lugar onde pudesse me encostar. Às vezes encontrava malfeitores que zombavam de mim, por que você foi acreditar naquela cobra. E riam e seguiam em frente. O que deixava mais dúvida que resposta. Depois de um dia de muito cansaço, recostei a um banco da praça e chorei muito e pedi do fundo da minha alma que Deus me ajudasse. Já não aguentava aquela solidão. Por muito tempo permaneci naquela posição.

Até que em dado momento alguém se apresentou nítido a minha visão. Quando de repente ouvi uma voz, Estou aqui meuirmão porque me chamou. Vim para levar para um lugar de repouso, onde receberá o tratamento indispensável a sua recuperação.

Somente nesse dia senti um pouco de paz, depois desses anos todos. Fui tratado com carinho e respeito, coisa que há muito tempo não recebia, e aos poucos fui me recuperando, dado também à gravidade do meu estado emocional. Quando eram ministrados esclarecimentos e tratamentos magnéticos para que pudesse retornar a minha sanidade mental, foi um processo lento, mas sempre animador, porque era capaz de perceber que era bem tratado. Como alguém que estivesse apreendendo a viver noutro regime de vida.

A princípio fazia cada pergunta, que hoje passado tanto tempo sinto vergonha da minha infantilidade e da paciência daqueles abnegados trabalhadores que sempre me atendiam com a máxima presteza, com o maior carinho e consideração. Somente hoje sou capaz de perceber quantas atitudes insensatas e tantas perguntas sem o menor cabimento. E eles conformados com a minha situação, não deixavam de dar-me uma resposta, senão completa pelo menos me deixavam mais calmo.

Queria saber o que acontecera. Mas diziam-me que aquele momento precisava de repouso e quando estivesse melhor, falaria a sós comigo e que contariam tudo. Mas sentia que estava melhorando. Já conversava com outros que ali estavam internados também, cada um com um problema diferente. Havia também um louco. Que tomava as atitudes mais absurdas, depois dizia que havia matado a mãe, mas de repente não sabia ao certo se fora ele ou outra pessoa. Dava trabalho aos enfermeiros que cuidavam dele, mas com muita paciência foram aos poucos começando a ser comportar de maneira mais respeitosa.

Quanto a mim sempre recebia o tratamento carinhoso por parte de todos.

Estava bem, já me locomovia sozinho por todo o pavilhão, conversava com todos e estava até feliz, só me intrigava, porque estava ali, sabia que fora vítima de uma tragédia, mas não sabia como tal se dera.

Por que as pessoas conhecidas nunca mais às encontrei. Somente muito raramente alguém se lembrava de mim, entre os quais sempre percebia você. Depois aos poucos fui compreendendo o que realmente acontecera comigo e as razões, bem como a situação extremamente infeliz daquele que fora meu algoz, de certa forma, conformei-me, especialmente depois que pude perceber o porquê daquilo tudo.

Examinando minha vida pregressa, compreendi que realmente fora devedor daqueles que se constituíam meus ofensores, mas agora a conta estava quitada.

O meu primeiro pensamento depois que recebi permissão para me ausentar daquela colônia foi de visitá-lo para agradecer lhe por tudo e dizer que em mim sempre terá um amigo, como sempre teve. Muito obrigado por tudo e fica com Deus.

Avisaram-me que o tempo esgotou-se e devo partir. Com um grande abraço ao sempre amigo e espero retribuir um dia, por tudo.

Piá
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS

 

DOENÇA DE CHICO XAVIER

Chico adoecera da alma...

Pelos médicos locais é considerado tuberculoso. Tão fraco está e febril. E, em certa manhã ensolarada, vendo-o tão triste, sentado à entrada da porta, Emmanuel, seu dedicado Guia, põe a mão no ombro e diz: Chico, procure reagir, senão você falirá. E se chegar agora aqui, desencarnado, chegará inegavelmente como um homem de bem, porque já realizou algo, mas deixará por fazer muita coisa prometida e nos colocará em situação sobremodo delicada, pois que levamos anos a organizar os planos de sua reencarnação. Procure, pois reagir. A tristeza, meu filho, é cupim no coração , traz moléstia grave.

Muitas doenças têm como causa um movimento explosivo de cólera, um aborrecimento, um atrito, um ato de revolta, um desejo insatisfeito. São os rins que se tocam; é o coração que recebe, em cheio, a punhalada do ódio; é o fígado que todo se ingurgita com a angústia de um orgulho ofendido; são os pulmões que se mostram enfraquecidos, por falta de oxigênio de nosso otimismo, da nossa confiança em nós mesmos e em Deus.

Amanhã irei mostrar-lhe A Fazenda do Pai, a Natureza, para que você a sinta, compreenda e possa dela traduzir a Mensagem amorosa e retirar os remédios mais santos e eficientes para curar-se, ser mais útil e feliz. E se você como penso, assimilar o que lhe vou mostrar para certificar-se de que o bem que fazemos é o nosso bem, que quem da recebe mais, ficará curado, porque vai mudar de vida, agir de outra forma. E na manhã seguinte, de fato, Emmanuel ensinou ao Chico, primeiramente, a orar, mesmo com o radio trabalhando alto, rádio com que o presenteara o saudoso irmão Figner. Ensinou-lhe, depois, a tomar vagarosamente o café da manhã, a fim de senti-lo e analisar seu plantio, a sua colheita, a sua historia, tocante; assim fez com o pão, traduzindo-lhe a lição magistral. Depois partiu para o trabalho, ainda acompanhado do bondoso Conselheiro e Amigo, atendendo e correspondendo, atenciosa e alegremente, como era aconselhado, a todos os cumprimentos, principalmente quando de um Vá Com Deus, Deus Lhe Pague, Deus Lhe Ajude , saídos dos corações que beneficiamos e que são luzes que entram pela nossa alma, sentimentos de Paz que chegam ao nosso coração como
remédios curadores. E o caminho afora, nessa manhã clara de sol, o abnegado Emmanuel foi mostrando-lhe todos os valores da Fazenda o Pai. Cada pormenor do valioso patrimônio apresentava, com a explicação dada, uma significação particular. A árvore, o caminho, a nuvem, a poeira, que é o Mata Borrão dos charcos, simbolizando uns o desvelo do homem e, outros, a misericórdia de Deus; o frio, a ponte, que serve a pobres e ricos, a maus e bons, que tem tanta serventia.

- Chico, você já foi ponte para alguém? Pergunta-lhe o caro Emmnuel. E ele, sem saber como responder ao iluminado Guia, cala-se e havia guardando os ensinos recebidos, com amor, atenção e respeito. Em sonho, recebe a graça final. E dias depois, como previra Emmanuel, o querido irmão está curado, forte, alegre e feliz.

Ramiro Gama
Do livro “Lindos Casos de Chico Xavier”.

 

CARIDADE

Nos caminhos claros da inteligência, muitas vezes, as rosas da alegria completa produzem os espinhos da dor, mas, nas sendas luminosas da caridade, os espinhos da dor oferecem rosas de perfeita alegria.

Teresa./ Francisco Cândido Xavier.

 

FAMÍLIA E REENCARNAÇÃO

Alguém perguntou ao Chico sobre dificuldades de família.

Eis o que pude anotar.

- Tenho aprendido com os Benfeitores Espirituais que um corpo... Uma família...um plano reencarnatório dá muito trabalho ... Leva muito tempo.

Não podemos ir desistindo de nossos compromissos por qualquer coisa. O complexo de culpa será muito grande. O espírito de Emmanuel diz que alguns centímetros de remorso pesam no coração muito mais que uma tonelada se sacrifícios.

Melhor tolerar quanto possível o marido grosseiro... a mulher ciumenta... a filha orgulhosa... o filho ingrato... o parente difícil. Não estaríamos ligados a eles se não houvesse motivo justo para isso. O espírito de André Luiz escreveu em um dos seus livros que não há casamento que se erga na Terra sem vínculos com o passado e Emmanuel já disse que no lar estamos pagando a prestação certas dívidas contraídas por atacado.

Melhor não tentar descartar parentes difíceis ou parentes com doenças de difícil trato mediante internações desnecessárias, porque a nossa libertação vira pelos processos da Natureza, quando houvermos quitado nossas dívidas perante a Justiça Divina. Enquanto vibrar em nós o anseio de nos vermos livres do parente difícil ou do parente com doença de difícil trato é sinal de que a dívida permanece.

Não me lembro quem, no momento, mas alguém já disse que o exercício do amor verdadeiro não pode cansar o coração.

Quando Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de Jonas, tu me amas?”, Simão entristeceu-se porque era a terceiravez que Jesus lhe perguntava se ele o amava e disse-lhe:

- Senhor, tu sabes todas as coisas. Tu sabes que te amo.

Jesus lhe respondeu:

-Apascenta as minhas ovelhas.

Interessante notar que Jesus não perguntou se Simão Pedro tinha dinheiro, cultura, propriedade, inteligência, se era casado ou tinha filhos.

Perguntou-lhe apenas se ele O amava como a nos indicar que se tivermos amor, todas as demais dificuldades se resolvem.

Adelino da Silveira.
Do livro “Momentos com Chico Xavier”.

 

SEMPRE...

Em cada gesto de nossas mãos, podemos incentivar outras criaturas a serem os responsáveis pela ação de caridade que gostaríamos de repassar a beneficio de alguém...

Mesmo que estejamos em crise de sofrimento, cada um de nós é responsável pela oportunidade que direciona para outrem, lembrando que é possível sorrir, mesmo que o coração esteja inundado por lágrimas que resultam, quase sempre em interferência para as ações que se realizam no solo da esperança, envolvendo a fé em cada requisito básico para confiança que dispomos por acreditar que sempre é possível estender uma mão para a caridade, mesmo quando a outra segura o peso do infortúnio e da dor, enquanto se buscam a redenção pela contagem regressiva do tempo, nos impondo regras difíceis, na orientação que repassamos para o nosso próprio sustento.

Ninguém é tão frágil que não possa sofrer a indignação da dor, porquanto consegue sobreviver em cada etapa que lhe for reservada no caminho...

Sempre há recomeço, e nossas noites são sempre escuras, quando não dispomos da chama do amor de Deus a nos orientar nos sonhos que buscam pela alegria de se criar uma oportunidade nova para nós mesmos.

Somos fortes e somos filhos de Deus. Para cada um de nós foi reservada a oportunidade de se realizar um bem fraterno, e por tanto que carecemos dessa oportunidade, Deus nos transforma em criaturas fortes o bastante para melhorar a nossa condição de trabalhadores, mostrando-nos que é possível acreditar que há um novo sol em cada manhã nos mostrando que a luz é plena e reconhece cada um de nós, que relevante para o trabalho da transformação.Em nenhum momento devemos nos esquecer de que Deus apóia o nosso sacrifício e transforma a nossa dor em energia nova, melhorando não só a nossa capacidade de produzir, mas a de entender que o solo é fértil e necessita de nossa engenharia de transformação para melhorar a plantação, garantindo o alimento que fará como o milagre da vida, nos lares que precisam da nossa cooperação.

Em cada um de nós é possível encontrar uma porta aberta para a caridade, pois a estrada nos coloca entre as metas que precisam ser atingidas, mesmo que os nossos olhares não reconheçam a extensão da luz.

Ezequiel
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, na noite de 12/07/2007, na cidade de Campo Grande/MS.

 

INTOLERÂNCIA

O eminente codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, inscreveu em sua bandeira: Trabalho, Solidariedade e Tolerância, valorizando a igualdade entre os homens diante de Deus, abrangendo a tolerância, a liberdade de consciência e a benevolência.

Naquela época os materialistas, assim como hoje fazem, levam o espírito de intolerância ao extremo e ainda defendem a liberdade de consciência, como se isso fosse possível, desprezando-se as posições contrárias dos que não pensam como eles, e não tendo que prestar contas a seu deus, o deus matéria.

Esse partido dos materialistas tem direito a tais opiniões, mas não tem o direito de impedir opiniões contrárias as suas, impedir que outros acreditem a seu modo, porque a intolerância inibe o direito à liberdade de consciência, bandeira que ainda insistem em defender.

A história registrou que a intolerância gerou o cruel abuso do poder do próprio papado, passando pelas famigeradas cruzadas e pela odiosa “Santa Inquisição”, onde a intolerância atingiu seu patamar mais alto.

A tolerância, filha da caridade, é a base sólida da Doutrina Espírita, que põe essa virtude em primeiro lugar entre as virtudes, conforme sentenciou o apóstolo Paulo de Tarso. Mas nos dias de hoje a intolerância ainda tira milhares de vida nos atos animalescos dos terroristas e ditadores e tira também a possibilidade de melhora de vida dos sofridos povos nos países que passam por esse mal, inclusive em nossa Pátria amada, que um dia será a “Pátria do Evangelho”, depois de vencer as intolerâncias, política, religiosa ou qualquer outra, e a corrupção der lugar à fraternidade.

A benfeitora Joanna de Ângelis considera a severidade de Jesus na educação dos julgadores da conduta alheia e lembra quehá autoridades credenciadas para o ministério de saneamento moral da sociedade capazes de estabelecerem instrumentos reeducativos. Diz ainda que a necessidade do julgamento pessoal demonstra o primitivismo moral do homem, que vê o cisco no olho do seu próximo.

Assevera a bondosa instrutora que “Na ocasião, no julgamento dos erros alheios, deparamos com propósitos escusos e vingança-prazer em constatar a fraqueza dos outros indivíduos, que sempre merecem a misericórdia que todos esperamos encontrar quando em circunstâncias equivalentes” e avisa que a tolerância que utilizarmos para com os infelizes, transformar-se-á na medida emocional de compaixão que receberemos quando chegar a nossa vez, já que ninguém é invencível e perfeito.

          Crispim.

Referências bibliográficas:
* Obras Póstumas. Allan Kardec.
* Jesus e Atualidade. Joanna de Ângelis. Divaldo P. Franco.

 

RESPOSTA DECISIVA

Um dia o médium João de Deus formulou ao estimado benfeitor espiritual Ezequiel, a seguinte questão:

- Se valeria a pena enfrentar todas as dificuldades do caminho para habitar depois desta vida um paraíso tão incerto?

Respondeu o benfeitor:

-Vou responder de maneira incompleta e tire a conclusão que julgue a mais racional:

Se durante toda a sua vida você praticar a caridade com todas as forças do seu coração: visitar os enfermos, vestir os desnudos, doar a o pão a quem tem forme, além disso, perdoar as ofensas, usar sempre da benevolência para com todos e indulgência com as fraquezas alheias...

Mas ao final concluir que nada disso é verdade, pelo menos você seria uma pessoa de bem. Todavia, se duvidando disso, deixar de praticar a caridade em larga escala e for tudo verdade, imagine a sua decepção.

Finalizando, ainda disse: agora teria a conclusão que você julgue melhor.

Otacir Amaral Nunes/Campo Grande/MS

 

PENAS ETERNAS

Assim, as penas impostas jamais o são por toda a eternidade? Pergunta 1009, de O Livro do Espíritos.

“Interrogai o vosso bom-senso, a vossa razão e perguntai-lhes se uma condenação perpétua, motivada por alguns momentos de erro, não seria a negação da bondade de Deus. Que é, com efeito, a duração da vida, ainda quando de cem anos, em face da eternidade? Eternidade! Compreendeis bem esta palavra? Sofrimentos, torturas sem-fim, sem esperanças, por causa de algumas faltas! O vosso juízo não repele semelhante idéia? Que os antigos tenham considerado o Senhor do Universo um Deus terrível, cioso e vingativo, concebe-se. Na ignorância em que se achavam, atribuíam à divindade as paixões dos homens. Esse, todavia, não é o Deus dos cristãos, que classifica como virtudes primordiais o amor, a caridade, a misericórdia, o esquecimento das ofensas. Poderia ele carecer das qualidades, cuja posse prescreve, como um dever, às suas criaturas? Não haverá contradição em se lhe atribuir a bondade infinita e a vingança também infinita? Dizeis que, acima de tudo, ele é justo e que o homem não lhe compreende a justiça. Mas, a justiça não exclui a bondade e ele não seria bom, se condenasse a eternas e horríveis penas a maioria das suas criaturas. Teria o direito de fazer da justiça uma obrigação para seus filhos, se lhes não desse meio de compreendê-la? Aliás, no fazer que a duração das penas dependa dos esforços do culpado não está toda a sublimidade da justiça unida à bondade? Aí é que se encontra a verdade desta sentença: "A cada um segundo as suas obras."

Comentários de Allan Kardec

Com o atrativo de recompensas e temor de castigos, procura-se estimular o homem para o bem e desviá-lo do mal. Se esses castigos, porém, lhe são apresentados de forma que a sua razão se recuse a admiti-los, nenhuma influência terão sobre ele. Longe disso, rejeitará tudo: a forma e o fundo. Se, ao contrário, lhe apresentarem o futuro de maneira lógica, ele não o repelirá. O Espiritismo lhe dá essa explicação.

A doutrina da eternidade das penas, em sentido absoluto, faz do Ente Supremo um Deus implacável. Seria lógico dizer-se, de um soberano, que é muito bom, muito magnânimo, muito indulgente, que só quer a felicidade dos que o cercam, mas que ao mesmo tempo é cioso, vingativo, de inflexível rigor e que pune com o castigo extremo as três quartas partes dos seus súditos, por uma ofensa, ou uma infração de suas leis, mesmo quando praticada pelos que não as conheciam? Não haveria aí contradição? Ora, pode Deus ser pior do que o seria um homem?

Outra contradição. Pois que Deus tudo sabe, sabia, ao criar uma alma, se esta viria a falir ou não. Ela, pois, desde a sua formação, foi destinada à desgraça eterna. Será isto possível, racional? Com a doutrina das penas relativas, tudo se justifica.Deus sabia, sem dúvida, que ela faliria, mas lhe deu meios de se instruir pela sua própria experiência, mediante suas próprias faltas. É necessário que expie seus erros, para melhor se firmar no bem, mas a porta da esperança não se lhe fecha para sempre e Deus faz que, dos esforços que ela empregue para o conseguir, dependa a sua redenção. Isto toda gente pode compreender e a mais meticulosa lógica pode admitir. Menos cépticos haveria, se deste ponto de vista fossem apresentadas as penas futuras.

Na linguagem vulgar, a palavra eterno é muitas vezes empregada figuradamente, para designar uma coisa de longa duração, cujo termo não se prevê, embora se saiba muito bem que esse termo existe. Dizemos, por exemplo, os gelos eternos das altas montanhas, dos pólos, embora saibamos, de um lado, que o mundo físico pode ter fim e, de outro lado, que o estado dessas regiões pode mudar pelo deslocamento normal do eixo da Terra, ou por um cataclismo. Assim, neste caso, o vocábulo — eterno não quer dizer perpétuo ao infinito, Quando sofremos de uma enfermidade duradoura, dizemos quenosso mal é eterno. Que há, pois, de admirar em que Espíritos que sofrem há anos, há séculos, há milênios mesmo, assim também se exprimam? Não esqueçamos, principalmente, que, não lhes permitindo a sua inferioridade divisar o ponto extremo do caminho, crêem que terão de sofrer sempre, o que lhes é uma punição.

Demais, a doutrina do fogo material, das fornalhas e das torturas, tomadas ao Tártaro do paganismo, está hoje completamente abandonada pela alta teologia e só nas escolas esses aterradores quadros alegóricos ainda são apresentados como verdades positivas, por alguns homens mais zelosos do que instruídos, que assim cometem grave erro, porquanto as imaginações juvenis, libertando-se dos terrores, poderão ir aumentar o número dos incrédulos. A Teologia reconhece hoje que a palavra fogo é usada figuradamente e que se deve entender como significando fogo moral (974). Os que têm acompanhado, como nós, as peripécias da vida e dos sofrimentos de além-túmulo, através das comunicações espíritas, hão podido convencer-se de que, por nada terem de material, eles não são menos pungentes. Mesmo relativamente à duração alguns teólogos começam a admiti-la no sentido restritivo acima indicado e pensam que, com efeito, a palavra eterno se pode referir às penas em si mesmas, como conseqüência de uma lei imutável, e não à sua aplicação a cada indivíduo. No dia em que a Religião admitir esta interpretação, assim como algumas outras também decorrentes do progresso das luzes, muitas ovelhas desgarradas reunirá.

Allan Kardec
Extraído do “Livro dos Espíritos”.

 

ORAÇÃO DA MIGALHA

Senhor!

Quando alguém estiver em oração, referindo-se à caridade, faze que este alguém me recorde, para que eu consiga igualmente ajudar em teu nome.

Quantas criaturas me fitam, indiferentes, e quantas me abandoam por lixo imprestável!...

Dizem que sou moeda insignificante, sem utilidade para ninguém; contudo, desejo transformar-me na gota de remédio para a criança doente.

Atiram-me a distância, quando surjo na forma de pedaço de pão que sobra à mesa; no entanto, aspiro a fazer, ainda, a alegria dos que choram de fome. Muita gente considera que sou trapo velho par ao esfregão, mas anseio agasalhar os que atravessam a noite, de pelo ao vento...Outros alegam que sou resto de prato par a calha do esgoto, posso converte-me na sopa generosa, para alimento e consolo dos que jazem sozinhos, no catre do infortúnio, refletindo na morte.

Afirmam que sou apenas migalha e, por isso me desprezam... Talvez não saibam que, certa vez, quando quiseste falar em amor, narraste a história de uma dracma perdida e, reportando-te ao reino de Deus, tomaste uma semente de mostarda por base de teus ensinos.

Faze, Senhor, que os homens me aproveitem nas obras do bem eterno!... E, para que me compreendam a capacidade de trabalhar. Dize-lhes que, um dia, estivemos juntos, em Jerusalém, no templo de Salomão, entre a riqueza dos poderosos e as jóias faiscantes do santuário, e conta-lhes que me viste e me abençoaste, nos dedos mirrados de pobre viúva, na feição de um vintém.

Meimei
Do Livro “Espírito de Verdade”, edição FEB.

CRISTÃOS DECIDIDOS

“Estamos sendo convocados pelos Espíritos nobres para sermos os lábios pelos quais a palavra de Jesus chegue aos corações empedernidos.

Estamos sendo convocados para sermos os braços do Mestre, que afaguem, que se alonguem na direção dos mais aflitos, dos combalidos, dos enfraquecidos na luta.

Estamos colocados na postura do bom samaritano, a fim de podermos ser aquele que socorra o caído na estrada de Jericó da atualidade.

Nunca houve na história da sociedade terrena tantas conquistas de natureza intelectual e tecnológica! Nunca houve tanta demonstração de humanismo, de solidariedade, tanta luta pelos direitos humanos!

É necessário, agora, que os cristãos decididos arregacem as mangas e ajam em nome de Jesus. Em qualquer circunstância, que se interroguem: - em meu lugar que faria Jesus? E façam-no, conforme o amoroso Companheiro dos que não têm companheiros faria.

Filhos da alma!
Estamos saturados de tecnologia de ponta, graças à qual as imagens viajam no mundo quase com a velocidade do pensamento, e a dor galopa desesperada o dorso da humanidade em desalinho.

O Espiritismo veio como Consolador para erradicar as causas das lágrimas.

Sois herdeiros do Evangelho dos primeiros dias, vivenciando-o à última hora. Estais convidados a impregnar o mundo com ternura, utilizando-vos da compaixão.

Periodicamente, neste planeta de provas e expiações, as mentes em desalinho vitalizam micro-organismos viróticos que dão luar a pandemias destruidoras.

Recordemo-nos das pestes que assolaram o mundo: a peste negra, a peste bubônica, as gripes espanholas, a asiática e a deste momento de preocupações, porque as mentes dominadas pelo ódio, pelo ressentimento, geram fatores propiciatórios à manifestação de pandemias desta e de outra natureza.Só o amor, meus filhos, possui o antídoto para anular esses terríveis e devastadores acontecimentos, desses flagelos que fazem parte da necessidade de evolução.

Sede vós aquele que ama.

Sede vós, cada um de vós, aquele que instaura o Reino de Deus no coração e dilata-o em direção da família, do lugar de trabalho, de toda a sociedade.

Não postergueis o dever de servir para amanhã, para mais tarde.

Fazei o bem hoje, agora, onde quer que se faça necessário.

As mães dos afro-descendentes, as mães de todas as raças, em coro uníssono, sob o apoio da Mãe Santíssima, oram pela transformação da Terra em Mundo de Regeneração.

Sede-lhes filhos dóceis à sua voz quão dócil foi o Crucificado Galileu que, ao despedir-se da Terra, elegeu-a mãe doevangelista do amor, por extensão, a Mãe Sublime da Humanidade.

Muita paz, meus filhos.

Que o Senhor de bênçãos nos abençoe.

“O servidor humílimo e paternal de sempre”.

Bezerra de Menezes
Mensagem recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, ao final da conferência pública em torno do tema: Maternidade, realizada no Grupo Espírita André Luiz, Rio de Janeiro, em 13/08/2009.

 

A DURA LIÇÃO

A vida seguia tranquila numa pequena cidade do interior.

Conta um amigo que quando criança era de rotina fazer as compras de alimentos numa mercearia perto de sua casa. Um dia, por distração, a caixa do pequeno mercado deu-lhe troco a mais. Ele que jogava futebol não teve dúvida, em seguida comprou uma chuteira, meias e camisa...

Quando ele apareceu em sua casa devidamente equipado para jogar futebol, logo o pai quis saber de onde arranjara dinheiro para adquiri-lo. Num primeiro momento afirmou que achou dinheiro na rua.

O pai muito vivido, não acreditou na história. Naquela época de tantas dificuldades não passava na sua cabeça que alguém achasse dinheiro fácil. Porém apertando e querendo uma resposta mais convincente, ele confessou que o caixa do mercado lhe havia dado troco a maior e com isso ele comprou aquele uniforme.

O Pai com a postura moral que lhe caracteriza e orientava a vida, linha dura, isto era algo inadmissível. Não teve dúvida, embora vivesse numa situação financeira muito difícil, juntou o valor correspondente e mandou que o filho entrasse no velho fusca e ambos se dirigiram ao mercado.

E deu ordem ao filho.

- Agora você vá até a pessoa que lhe deu o troco a mais e diga-lhe que você “roubou”. Ele ainda quis argumentar que não roubou. Mas você vai dizer que “roubou” e vou ficar observando na porta, e se você não falar o que estou lhe dizendo, vou dar-lhe uma surra para nunca mais se esquecer.

Lá chegando e disse ao caixa. A aqui estou devolvendo o dinheiro que “eu roubei”. O caixa querendo amenizar a situação, disse-lhe, mas culpa foi minha, mas ele insistiu "não, eu roubei da senhora”.

O pai satisfeito com o desfecho da situação voltou com o filho para casa.

Além disso, ouviu um demorado sermão acerca da honestidade. E não admitia que um filho seu procedesse daquela maneira.

Esse amigo conta a história a quem quiser ouvir, pois hoje pode avaliar com mais segurança os benefícios desse bom exemplo e afirma que foi a melhor lição que ele recebeu em toda sua vida.

Mais ainda, lembra-se com profunda gratidão a lição recebida naquele dia longínquo do passado, embora seu pai tenha desencarnado há muitos anos guarda um profundo respeito por tudo lhe ensinou.Conclusão de um professor minha infância: “o Pai que faz vista grossas as coisas erradas que filho pratica, não perde por esperar, porque um dia esse pai piegas irresponsável será a sua primeira vitima, pois não teve coragem de ensinar o caminho certo”.

Ambrósio
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS

No calendário do infinito, uns correm para chegar e outros para voltar, talvez em face de alguém que já esteja de volta ao grande lar além desta dimensão, talvez pense que é o fim, mas é um processo natural da vida. Por isso, essa ausência não comporta tanta tristeza, porém mais compreensão, porque assim viverá melhor, embora exista sempre uma enorme saudade, mas, por enquanto é necessário conviver com ela. Áulus.

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ANO XI - Nº 126– Campo Grande/MS - julho de 2016..
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
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