"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XI - N. 128 * Campo Grande/MS * Setembro de 2016.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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O mal é sempre o mal, embora algumas pessoas queiram fantasiá-lo de justiça ou de direito. Áulus/Otacir Amaral Nunes

 

 

À MÃE DIANTE DO FILHO QUE VAI NASCER

 

            Por certo que o filho que espera com tanta ansiedade não é estranho ao ninho que construiu, pois pode ser alguém muito caro ao seu coração, e hoje vem pedir asilo nos seus braços carinhosos. Não o decepcione.

            Assim, peça ao Bom Pai que lhe fortaleça para que receba com carinho e respeito esse Espírito que vem habitar o seu lar e será o seu mais assíduo confidente, e a família   em festa  receberá mais um de seus membros.

            O retorno à vida no mundo ainda é um processo que exige todo o cuidado, porque aquele que fará parte do seu convívio pode avaliar, antes de renascer, os perigos de fracassar no mundo e muitas vezes se sente inseguro pelo que poderá acontecer.

            Os pais, desde quando saibam a noticia da gravidez, se possível, já escolham o nome e logo começarão orar para que ele retorne a este campo de provas e receba assim todo o acolhimento, mostrando a ele que é bem-vindo.

            A história que corre mundo dá conta que uma jovem mãe, com o filho de um ano idade foi até um grande educador, perguntando-lhe: quando deveria começar a educação do seu filho adorado? Este nobre sábio respondeu de maneira surpreendente: “Minha filha, já está atrasada um ano e nove meses”.

            Logo, comece a cultivar a oração em favor de esse pequenino ser que habitará o seu lar e fará parte de sua felicidade.

            Mesmo porque, é um filho de nosso Amado Pai que lhe concede temporariamente a guarda, a quem se vincula já por laços magnéticos do passado e por conta disso, guardará no recesso do coração essa mais preciosa joia de seu relicário neste mundo.

            Naturalmente que tudo depende de Deus, no entanto, será o seu anjo bom que o guiará com todas as forças para que seja feliz.

. Além disso, o senso de disciplina é indispensável a qualquer Espírito que reinicia a sua experiência no mundo, pois que ele tem um programa de vida visando a um futuro melhor..

            Muito cuidado!  Não faça como alguns pais incautos que permitem que o pequeno príncipe ou a pequena princesa por conta de seus caprichos lhes dirijam a vida. Imponha-lhe limites e diante dele será a mãe, educadora e juntamente com o esposo será a autoridade maior que lhe orientará os passos.

            Não delegue a ninguém a responsabilidade de guiá-lo no caminho da vida, porque é o seu maior e mais nobre compromisso a fim de que esse filho do coração seja parte de sua vida e de sua felicidade.

            Por mais que alguém a ajude na tarefa da educação dele, a supervisão é de sua inteira responsabilidade, e se ele tomar caminhos inconvenientes diante das leis da vida, por isso você responderá.

            Além de tudo, a experiência no mundo foi rigorosamente planejada na vida superior, e mãos carinhosas tudo fizeram para que tenha pleno êxito. Logo, não proceda como aqueles pais que compram uma montanha de brinquedos, até sem sentido para sua faixa etária, com a desculpa de que darão aos filhos o que não tiveram. Talvez na expectativa que ele o ame mais.

            No entanto, a experiência tem sido diametralmente oposta. Os pais que tudo deram sem contrapartida aos filhos, esses foram em regra, os mais ingratos.

            Trate-o com carinho e atenção como o tesouro mais precioso de sua vida, cercando-o de valores que formarão o seu caráter, especialmente na condição de Educadora no mundo, por isso, é necessário podar-lhe as más tendências, desde o nascedouro. Não seja piegas, mas aja com firmeza caso ele desafie os princípios morais.

            O Espírito mais resplandecente que pisou a Terra recomendou: "amar ao próximo como a si mesmo", e seu filho adorado estará nesse caso, ensine-lhe também desde cedo esse princípio, pois que  dependerá exclusivamente de sua atuação e porque é quem tem sobre ele a maior responsabilidade. 

            Viva bem e seja feliz. 

Blandina.

Otacir Amaral Nunes

Campo Grande/MS

 

 

 

 

 

NÃO CONSEGUIRAM ESQUECER

 

            Muitos espíritos apesar de valerem-se da terapia saneadora da reencarnação, não conseguem  superar os seus desatinos do passado, porque não se esquecem integralmente dos seus dramas, dos delitos e dos pesadelos que os infelicitaram de maneira direta.

Um dos objetivos da reencarnação é permitir um novo ponto de partida ao espírito em trânsito pelo mundo, com o esquecimento temporário daqueles deslizes do passado, através da imersão no campo físico.  É como se fosse um abafador de fatos que o oprime de maneira cruel, a fim de que pudesse restabelecer o equilíbrio emotivo, especialmente quando delinquiu em fatos graves que resultaram em consciência de culpa. 

            A reencarnação entre tantos benefícios que apresenta ao espírito, nem sempre consegue isolar totalmente os dramas vividos em existências mal aproveitadas. Surgem aqui e ali de maneira fragmentária, muitos fatos interessantes em que é nítida essa marca de vidas anteriores, mas em todos os casos há indicio claro de experiências malogradas de outras vidas.

            Não se sabe o porquê, mas o espírito não esquece aqueles fatos que mais o impressionaram, que mais o fizeram sofrer. Pelos mais variados motivos, fatos que conseguem ultrapassar essa barreira vibratória dos dois planos da vida deixam estampadas certas lembranças na memória cerebral.

            Para melhor ilustrar essa afirmação, relacionamos alguns fatos observados:

            1° - Uma mulher que a conhecemos há muitos anos, hoje já idosa, com deficiência física e mental, não fala nem caminha, somente se arrasta. Apesar de estar sempre mal-humorada; mas quando ganha uma joia ou vestido vistoso, o seu semblante

se transforma. Até sorri feliz, coloca aquela joia ou pede para vestir aquela peça de roupa e quer mostrar a todos. Não sabe distinguir de que são feitos os presentes, nem se têm algum valor ou funcionam, mas ostenta feliz e se torna até dócil.

            Nesse caso parece ressaltar a vaidade de outras épocas que emerge do seu passado que não conseguiu de todo esquecer, ou talvez para aprender com o sofrimento a inutilidade dessa fantasia que tenha sido a causa de suas quedas.

            2°-. Outro fato não menos marcante: de um homem, também com sérios problemas físicos e mentais. Porém, não esquece uma lata, daquela usada com tinta, de dezoito litros, vazia, onde carrega os seus pertences. Não a larga por motivo algum. 

            Ali estão coisas que não servem absolutamente para nada, um pé de um calçado, um brinquedo, um pedaço de madeira e outras coisas. Também não tem condição de avaliar nada, mas é impressionante o apego a esse “tesouro”. Quando a lata fica muito danificada, porque ele vive arrastando-a de um lado para outro, deve ser imediatamente substituída por outra, senão ele fica extremamente agressivo e revoltado. Parece que sua vida se resume naquele tesouro, não caminha, nem fala, mas se comunica com alguns raros gestos. A impressão que se tem é que o mundo externo não existe, está com os pensamentos sempre focados naqueles seus pertences e nada mais lhe interessa.

            Nota-se que parece resultar do exagerado apego aos valores do mundo, apesar da terapia intensiva de esquecimento, conserva esse atavismo em que os benefícios da reencarnação não foram bastante para isolá-los, ou talvez para que se convença em definitivo da inutilidade do excesso deles.

            3°- Na minha infância havia um cidadão que era amigo de minha família. Porém, tinha um péssimo hábito. Tudo que sabia sobre as pessoas e situações passava à frente, com isso gerava sérias confusões entre vizinhos e amigos. Como também por conta disso sofrera sérios dissabores, inclusive as pessoas que o conheciam evitavam conversar perto dele.

             Um dia confidenciou: eu sei que o que faço, levando conversa de uma pessoa para outra, é uma coisa muito errada, mas se não contar para ninguém, não tenho paz em lugar nenhum, nem consigo trabalhar em nada.

            4°- Um amigo contou-me uma história singular sobre a sua tia. É o caso de um casal. Pessoas normais, porém, o marido tinha um hábito muito estranho. Se a esposa fosse servir a ele água ou alimento, ela tinha que provar antes se não estava envenenado. Um procedimento fora de lógica para o mundo.

             Ele continuou com essa exigência por toda a vida e de outro lado a esposa aceitou essa condição. Mesmo com essa exigência a união conjugal durou cinquenta e três anos quando ele desencarnou. A esposa vive até hoje e conta que sente muita falta dele e o ama muito.

            Todavia, paralelamente adotara uma criança totalmente cega e doente, inclusive o médico afirmou que ela não viveria por muito tempo, mas sobreviveu, e o casal a criou com muito carinho atenção até a idade adulta. 

            Para certos fatos somente a reencarnação pode lançar um pouco de luz. E, muitos espíritos reencarnam para refazerem seus destinos. Mas alguns, devido a acontecimentos que ficaram gravados profundamente na memória espiritual, conseguem atravessar as barreiras vibratórias desses dois planos da vida e deixam esse sinal. 

            Talvez para que o Espírito consiga se desvencilhar desses estigmas e com isso lembrar-se das causas de suas quedas. Um estudioso do assunto é de opinião que deve ser objeto de estudos fatos dessa natureza em que é muito nítido em pessoas de todas as condições. 

            O Caso desse casal foi um dia revelado numa sessão mediúnica em que dá conta que esse esposo desconfiado, foi mesmo envenenado pela esposa em outra vida, assim que apesar de haver imergido no corpo físico guardou essa lembrança e o firme propósito de não cair mais na mesma armadilha.

            E nessas mesmas condições existem muitos fatos análogos que necessitam ser examinados e estudados, a fim de que se encontre uma explicação mais clara sobre o assunto e adotem-se algumas praticas com objetivo de serem esses casos tratados com terapia mais adequada.

 Áulus

Otacir Amaral Nunes

Campo Grande/MS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

NAMORO

 

Pergunta – Além da simpatia geral resultante da semelhança, os Espíritos se consagram recíprocas afeiçoes particulares?

Resposta – sim, como entre os homens. Quando, porém, o corpo está ausente, o laço que une os Espíritos é mais forte, porque então esse laço já não se acha exposto às vicissitudes das paixões.

Questão 291, de O Livro dos Espíritos.

A integração de suas criaturas para a comunhão sexual começa habitualmente pelo período de namoro que se traduz por suave encantamento.

Dois seres descobrem um no outro, de maneira imprevista, motivos e apelos para a entrega recíproca e daí se desenvolve o processo de atração.

O assunto consubstanciaria o que seria lícito nomear côo sendo um “doce mistério” se não faceássemos nele as realidades da reencarnação e da afinidade.

Inteligências que traçaram entre si a realização de empresas afetivas ainda no mundo espiritual, criaturas que já partilharam experiências no campo sexual em estâncias passadas, corações que se acumpliciaram em delinqüência passional, noutras eras, ou almas inesperadamente harmonizadas na complementação magnética, diariamente compartilham as emoções de semelhantes encontros, em todos os lugares da Terra.

Positivada a simpatia mútua, é chegado o momento do raciocínio.

Acontece, porém, que diminuta é, ainda, no planeta, a percentagem de pessoas, em qualquer idade física, habilitadas a pensar em termos de auto-análise, quando o instinto sexual se lhes derrama do ser.

Estudiosos do mundo, perquirindo a questão apenas no “lado físico”, dirão talvez tão-somente que a libido entrou em atividade com o seu poderoso domínio e, obviamente, ninguém discordará, em tese, da afirmativa, atentos que devemos estar à importância do impulso criativo do sexo, no mundo psíquico, para a garantia e perpetuação da vida no planeta.

É imperioso anotar, entretanto, em muitos lances da caminhada evolutiva do Espírito, a influência exercida pelas inteligências desencarnadas no jogo afetivo. Referimo-nos aos parceiros das existências passadas, ou, mais claramente, aos Espíritos que se corporificarão no futuro lar, cuja atuação, em muitos casos, pesa no ânimo dos namorados, inclinando afeiçoes pacificamente raciocinadas para casamentos súbitos ou compromissos na paternidade e na maternidade, namorados esses que estão se matriculam na escola de laboriosas responsabilidades. Isso porque a doação de si mesmos à comunhão sexual, em regime de prazer sem ponderação, não os exonera dos vínculos cármicos para com os seres que trazem à luz do mundo, em cuja floração, aliás, se é verdade que recolherão trabalho e sacrifício, obterão também valiosa colheita da experiência e ensinamento para o futuro, se compreenderem que a vida paga em amor todos aqueles que lhe recebem com amor as justas exigências para a execução dos seus objetivos essenciais.

 

Emmanuel

Do livro “Vida e Sexo”, de Francisco Cândido Xavier.

 

 

 

NINGUÉM

 

Sereno, Chico fala sempre com suavidade. A ênfase para ele – deduzo – deve ficar no exemplo, no testemunho, não somente nas palavras. Raras vezes é incisivo. E aí, é preciso redobrar a atenção, como nos seguintes alertas.

Ninguém é suficientemente:

Bom para julgar os maus;

Humilde para julgar os orgulhosos;

Caridoso para julgar os egoístas;

Sábio para julgar os ignorantes;

Sincero para julgar os falsos;

Grato para julgar os ingratos;

Puro para julgar os pecadores;

Fiel para julgar os que desertam dos deveres.

Na verdade, ninguém é suficientemente perfeito para exigir dos outros o que ainda não realizou dentro de si.

Recordemos Jesus que, sendo suficientemente bom, justo, sábio e perfeito, não nos julga e sim nos ama a todos nos que ainda odiamos, perseguimos, invejamos.

 

Adelino da Silveira

Do livro “Momentos com Chico Xavier”.

 

 

 

MEDIUNIDADE CURADORA – 2ª. PARTE

 

5. – Sendo o fluido humano menos ativo, exige uma magnetização continuada e um verdadeiro tratamento, por vezes muito longo. Gastando o seu próprio fluido, o magnetizador se esgota, pois dá de seu próprio elemento vital; é por isto que ele deve, de vez em quando, recuperar suas forças. O fluido espiritual, mais poderoso, em face de sua pureza, produz efeitos mais rápidos e, muitas vezes, quase instantâneos. Como esse fluido não é o do magnetizador, resulta que a fadiga é quase nula.

 6. – O Espírito pode agir diretamente, sem intermediário, sobre um indivíduo, como foi constatado em muitas ocasiões, seja para o aliviar e o curar, se possível, seja para produzir o sono sonambúlico. Quando age por um intermediário, é o caso da mediunidade curadora. 

7. – O médium curador recebe o influxo fluídico do Espírito, ao passo que o magnetizador haure tudo de si mesmo. Mas os médiuns curadores, na estrita acepção do termo, isto é, aqueles cuja personalidade se apaga completamente diante da ação espiritual, são extremamente raros, porque essa faculdade, elevada ao mais alto grau, requer um conjunto de qualidades morais, raramente encontradas na Terra; só estes podem obter, pela imposição das mãos, essas curas instantâneas que nos parecem prodigiosas. Pouquíssimas pessoas podem pretender este favor. Sendo o orgulho e o egoísmo as principais fontes das imperfeições humanas, daí resulta que os que se vangloriam de possuir esse dom, que por toda parte vão enaltecendo as curas maravilhosas que fizeram, ou que dizem ter feito, que buscam a glória, a reputação ou o lucro, estão nas piores condições para o obter, porque essa faculdade é privilégio exclusivo da modéstia, da humildade, do devotamento e do desinteresse. Jesus dizia àqueles a quem havia curado: Ide dar graças a Deus e não o digais a ninguém. 

8. – Sendo, pois, a mediunidade curadora pura uma exceção aqui na Terra, resulta quase sempre uma ação simultânea do fluido espiritual e do fluido humano; ou seja: os médiuns curadores são todos mais ou menos magnetizadores, razão por que agem conforme os processos magnéticos. A diferença está na predominância de um ou de outro fluido, e na maior ou menor rapidez da cura. Todo magnetizador pode tornar-se médium curador, se souber fazer-se assistir por Espíritos bons. Neste caso os Espíritos lhe vêm em ajuda, derramando sobre ele seu próprio fluido, que pode decuplicar ou centuplicar a ação do fluido puramente humano. 

9. – Os Espíritos vêm aos que querem; não os pode constranger nenhuma vontade; eles se rendem à prece, se esta for fervorosa, sincera, mas nunca por injunção. Disto resulta que a vontade não pode dar a mediunidade curadora e ninguém pode ser médium curador com desígnio premeditado. Reconhece-se o médium curador pelos resultados que obtém, e não por sua pretensão de o ser. 

10. – Mas se a vontade é ineficaz quanto ao concurso dos Espíritos, é onipotente para imprimir ao fluido, espiritual ou humano, uma boa direção e uma energia maior. No homem indolente e distraído, a corrente é fraca, a emissão é lenta; o fluido espiritual pára nele, mas sem que o aproveite. No homem de vontade enérgica, a corrente produz o efeito de uma ducha. Não se deve confundir a vontade enérgica com a obstinação, porque esta é sempre uma conseqüência do orgulho ou do egoísmo, ao passo que o mais humilde pode ter a vontade do devotamento. A vontade é ainda onipotente para dar aos fluidos as qualidades especiais apropriadas à natureza do mal. Este ponto, que é capital, liga-se a um princípio ainda pouco conhecido, mas que está em estudo: o das criações fluídicas e das modificações que o pensamento pode produzir na matéria. O pensamento, que provoca uma emissão fluídica, pode operar certas transformações, moleculares e atômicas, como se vêem ser produzidas sob a influência da eletricidade, da luz ou do calor. 

11. – A prece, que é um pensamento, quando fervorosa, ardente e feita com fé, produz o efeito de uma magnetização, não só reclamando o concurso dos Espíritos bons, mas dirigindo sobre o doente uma corrente fluídica salutar. A respeito chamamos a atenção para as preces contidas em O Evangelho segundo o Espiritismo, pelos doentes ou pelos obsediados. 

12. – Se a mediunidade curadora pura é privilégio das almas de escol, a possibilidade de abrandar certos sofrimentos, mesmo de curar certas doenças, ainda que de maneira não instantânea, é dada a todos, sem que haja necessidade de ser magnetizador. O conhecimento dos processos magnéticos é útil em casos complicados, mas não indispensável. Como a todos é dado apelar aos Espíritos bons, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre uma dor para a acalmar; é o que pode fazer qualquer pessoa, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus. É de notar que a maioria dos médiuns curadores inconscientes, os que absolutamente não se dão conta de sua faculdade e que por vezes são encontrados nas mais humildes posições, e em gente privada de qualquer instrução, recomendam a prece e se socorrem orando. Apenas sua ignorância lhes faz crer na influência de tal ou qual fórmula; às vezes até misturam práticas evidentemente supersticiosas, às quais se deve conferir o valor que merecem. 

13. – Mas porque se obteve resultados satisfatórios, uma ou mais vezes, seria temerário considerar-se médium curador e daí concluir que se pode vencer toda espécie de mal. Prova a experiência que, na acepção restrita da palavra, entre os mais bem-dotados não há médiuns curadores universais. Este terá restituído a saúde a um doente e nada produzirá sobre outro; aquele terá curado um mal num indivíduo, mas não curará o mesmo mal outra vez, na mesma pessoa ou em outra; enfim, aquele outro terá a faculdade hoje e não mais a terá amanhã, podendo recuperá-la mais tarde, conforme as afinidades ou as condições fluídicas em que se encontre. 

14. – A mediunidade curadora é uma aptidão inerente ao indivíduo, como todos os gêneros de mediunidade; mas o resultado efetivo dessa aptidão independe de sua vontade. Incontestavelmente ela se desenvolve pelo exercício e, sobretudo, pela prática do bem e da caridade; como, porém, não poderia ter a fixidez, nem a pontualidade de um talento adquirido pelo estudo e do qual se é sempre senhor, jamais poderia tornar-se uma profissão. Seria, pois, abusivamente que alguém se anunciasse ao público como médium curador. Estas reflexões não se aplicam aos magnetizadores, porque a força está neles e estão livres para a utilizar. 

15. – É um erro acreditar que os que não partilham de nossas crenças não teriam a menor repugnância em experimentar esta faculdade. A mediunidade curadora racional está intimamente ligada ao Espiritismo, já que repousa essencialmente sobre o concurso dos Espíritos. Ora, os que não crêem nos Espíritos, nem na alma, e, ainda menos, na eficácia da prece, não poderiam colocar-se nas condições requeridas, pois isto não é coisa que se possa experimentar maquinalmente. Entre os que crêem na alma e em sua imortalidade, quantos ainda hoje não recuariam de pavor ante um apelo aos Espíritos bons, por medo de atrair o demônio, e ainda acreditam de boa-fé que todas essas curas sejam obra do diabo? O fanatismo é cego; não raciocina. Por certo nem sempre será assim, mas ainda passará muito tempo antes que a luz penetre em certos cérebros. Enquanto se espera, façamos o maior bem possível com o auxílio do Espiritismo; façamo-lo mesmo aos nossos inimigos, ainda que tivéssemos de ser pagos com ingratidão, pois é o melhor meio de vencer certas resistências e de provar que o Espiritismo não é assim tão negro como alguns o pretendem.

 

Allan Kardec - Revista Espírita

 

 

 

PERANTE A NATUREZA

 

De alma agradecida e serena, abençoar a Natureza que o acalenta, protegendo, quanto possível todos os seres e todas as coisas na região em que respire.

A Natureza consubstancia o santuário em que a sabedoria de Deus se torna visível.

Preservar a pureza das fontes e a fertilidade do solo.

Campo ajudado, pão garantido.

Cooperar espontaneamente na ampliação de pomares, tanto quanto auxiliar a arborização e o reflorestamento.

A vida vegetal é moldura protetora da vida humana.

Prevenir-se contra a destruição e o esbanjamento das riquezas da terra em explorações abusivas, quais sejam a queima dos campos, o abate desordenado das árvores generosas e o explosivo na pesca.

O respeito à Criação constitui simples dever.

Utilizar o tesouro das plantas e das flores na ornamentação de ordem geral, movimentando a irrigação e a adubagem na preservação que lhes é necessária.

O auxilio ao vegetal exprime gratidão naquele que lhe recebe os serviços.

Eximir-se de reter improdutivamente qualquer extensão de terra sem cultivo ou sem aplicação para fins elevados.

O desprezo deliberado pelos recursos do solo significa malversação dos favores do Pai.

Aplicar as forças naturais como auxiliares terapêuticos na cura das variadas doenças, principalmente o magnetismo puro do campo e das praias, o ar livre e as águas medicinais.

Toda a farmacopéia vem dos reservatórios da Natureza.

Furtar-se de mercadejar criminosamente com os recursos da Natureza encontrados nas faixas de terra pelas quais se responsabilize.

O mordomo será sempre chamado a contas.

 

André Luiz

Do livro “Conduta Espírita”, de Waldo Vieira

 

 

 

 

 

Desejar sempre o bem aos outros é pedir as leis da vida a paz para os seus dias. O mérito do amor em nossos corações é algo que deve ser conquistado no duro labor de amar ao próximo.. A ação para ser valiosa deve decorrer do mérito consciente, no exemplo vindo do trabalho árduo e persistente no bem, adquirindo através de muita paciência e resignação.

Áulus/Otacir Amaral Nunes.

 

 

 

PENAS ETERNAS

 

A ideia das penas eternas remonta da mais alta antiguidade e provém da crença dos povos antigos que punham os infernos nas entranhas da Terra. Com a evolução, o homem adquiriu melhores noções da natureza da alma, compreendeu que um ser imaterial não poderia ser atingido pelo fogo material, ficando ainda o fogo como símbolo do mais cruel e danoso suplício para caracterizar os sofrimentos morais da alma.

Tais penas são incompatíveis com a infinita evolução, pois o Espírito é criado simples e ignorante do bem e do mal e usando a liberdade, o seu livre-arbítrio, vai crescendo em saber e virtudes até transformar sua natureza hominal em natureza angelical. O anjo, então, é o Espírito que veio das trevas e por seu esforço, depois de muito sofrimento, dedicação, muitas existências em que foi se depurando chegou à angelitude e se revestiu de luz.

Logo, os Espíritos são criados de uma única espécie e a crença em variadas criações, como a hominal e a angélica (anjos, arcanjos) não se sustenta, pois haveria preferência de Deus.

O Universo era concebido como esferas concêntricas com a Terra no centro, e nessas esferas que eram chamadas de céus foram colocadas as moradas dos justos. Os Bem-aventurados ficavam nos Campos Elíseos (Paraiso) – sinônimo de céu, por isso ainda dizemos: subir aos céus, descer ao inferno. 

Ensinam os Espíritos superiores que só o Bem é eterno, porque é a essência de Deus. O mal sempre terá um fim. Em consequência combatem a doutrina das penas eternas como contrária à ideia que Deus nos dá de sua justiça, sua bondade e de sua misericórdia.

Um Deus que tem seus atributos elevados ao infinito como a fonte inesgotável da bondade infinita, da justiça infinita, da misericórdia infinita, que ensina seus filhos a perdoar indefinidamente e amar até os inimigos, não poderia condenar seus filhos a sofrimentos eternos, por não se arrependerem antes da morte, pois se assim fizesse, não seria infinitamente bom. 

Deus também não poderia condenar irremissivelmente, por faltas cometidas por imperfeição de seus filhos, criados por Ele mesmo, pois assim não seria infinitamente justo e se Deus é Onisciente e Onipresente, saberia que alguns de seus filhos seriam condenados a sofrimentos eternos e se mesmo assim os criasse, também não seria infinitamente justo; tampouco poderia ouvir o clamor de seus filhos condenados para sempre a terríveis sofrimentos sem se sensibilizar, pois então não seria infinitamente misericordioso.

Com tantos atributos diminuídos, esse ser não seria Deus e sim uma criatura com todos os vícios humanos elevados a um grau infinito.

A alegação a favor das penas eternas de que a gravidade da falta é diretamente proporcional à importância da pessoa ofendida, que assim, uma ofensa dirigida a um ser infinito como Deus, seria também infinita, é um argumento falso, especioso, porque sendo o homem um ser finito, não poderia cometer uma ofensa infinita, de modo que a ofensa não guarda relação com a pessoa do ofendido, mas com a capacidade do ofensor.

Em nosso ordenamento jurídico brasileiro observa-se a inimputabilidade do delinquente por idade, por alienação mental, pela perturbação dos sentidos. Se não podemos imputar pena nesses casos, poderíamos em sã consciência imputar uma pena a uma criancinha de poucos anos por agravos ou injurias que nos fizesse? E poderia Deus nos imputar uma pena desproporcional, já que temos consciência que a diferença entre nós e uma criancinha é infinitamente menor que a diferença entre Deus, o Criador, o Ser Supremo e nós, insignificantes pessoas?

Na nossa sociedade já não se aceita prisão que não reforme, que não reeduque e não prepare o condenado para voltar a viver em sociedade; não se aceita a prisão perpétua, limitada a 30 anos; como então aceitar um inferno  perpétuo com fogo que calcina sem purificar, que queima e não consome, um suplício atroz que tortura sem regenerar?

 Jesus veio nos ensinar a amar e perdoar, e Deus, que é Pai, e que nos mandou o próprio filho, não iria perdoar? seria como se dissesse: “Faça o que Eu mando, mas não faça o que Eu faço!” 

O próprio Jesus foi pregar aos Espíritos em prisão (1ª Epístola Pedro – 3:19-20), que noutros tempos foram desobedientes, nos tempos de Noé, e disse:” Ide  malditos, para o fogo eterno.”, mas não disse: ”Ide e queimai eternamente.” O fogo poderia ser eterno, mas não implicaria que o condenado ali ficaria para todo o sempre.

Vejamos algumas citações bíblicas sobre a bondade, a justiça e a misericórdia de Deus:

Miquéas 7:18 - “... O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia.”

Joel 2:32 - “E há de ser que  todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo...”

Mateus 6:14 - “Se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai Celestial perdoará vossas ofensas.” 

Isaias 55:7 -“Deixe o perverso o seu caminho, e volte-se para Deus, que é rico em perdoar.”

Jeremias 31:34 - “... Porque todos me conhecerão, desde o menor até o maior, perdoarei as maldades de todos e não me lembrarei mais dos seus pecados.”

Tito, 2:11- “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo a salvação a todos os homens.”

Romanos, 10:13 “ Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” 11:32 -  “Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para usar de misericórdia para com todos.”

1ª Epístola Timóteo 2:4 - “Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da Verdade.”. 4:10  – “Porque temos posto a nossa esperança no Deus vivo, salvador de todos os homens.” 

Mateus, 18:14 – “Não é da vontade de vosso Pai que nenhum destes pequeninos se perca.”

2ª Epístola Pedro, 3:9 – “Ele (o Senhor) é longânimo para convosco, não querendo que nenhum se perca, mas que todos cheguem ao arrependimento.”

Ora, o que Deus quer, fatalmente se realiza, porque Sua vontade é Suprema.

 

          Crispim.

Referências Bibliográficas:

* O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo. Allan Kardec;

* Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita. Allan Kardec;

* O Espiritismo e as Igrejas Reformadas. Jayme Andrade;

* Espiritismo, Estudos Filosóficos. Bezerra de Menezes;

* Uma carta de Bezerra de Menezes. Bezerra de Menezes.

 

 

 

DE IMEDIATO

 

Se alguém te ofendeu, perdoa sem delonga.

Se feriste a outrem, reconsidera o gesto impensado e solicita desculpas, de imediato.

Ressentimento e remorso são atitudes negativas, gerando azedume abatimento, suscetíveis de arrasar-nos os máximos de forças.

Deixa que a luz da compreensão te guie as palavras e não admitas que o desequilíbrio se te instale no mundo íntimo.

De alma confundida pela manifestação infeliz de alguém esquece para logo o choque sofrido e se houveres, porventura, farpeado os sentimentos dessa ou daquela pessoa, pede-lhe perdão, com o reconhecimento da própria falta.

 

Emmanuel

Do livro “Pronto Socorro” de Francisco Cândido Xavier.

 

 

 

 

SE JÁ MANTÉM A DISCIPLINA

 

É sempre prudente realizar periodicamente uma auto-análise, a fim de verificar certas normas de procedimento diante do próximo, porque muitas vezes até mesmo porque sufocados pelos problemas quotidianos, em muitos casos, esquecem-se os objetivos propostos pela reta consciência. Além disso, ela está envolvida com o nobre dever de amar, amar a si mesmo e ao próximo, como sendo a norma maior para a vida de qualquer um.

Justamente, nesses momentos, deve ocupar-se em corrigir certos equívocos, porque, por uma razão ou outra, muitas vezes deixam-se ao esquecimento certas atitudes básicas e alguns fundamentos que a Doutrina Espírita sugere como norma de conduta. Especialmente para aqueles em que a esta penetrou porta adentro do coração, é bom considerar o seguinte:

- Se continua a servir o próximo com desinteresse e espírito de compaixão.

- Se ainda se dedica ao estudo e não esquece as obrigações.

- Se consegue manter o equilíbrio diante das dificuldades do caminho.

- Se a noção de responsabilidade ainda tem predominância em suas ações.

- Se mantém paciência diante das provações mais dolorosas, sem reclamar.

- Se ainda conserva o espírito de vigilância para manter-se num padrão de dignidade.

- Se mantém o respeito ao próximo, mesmo que até em alguns momentos reconheça os seus defeitos.

- Se é capaz de manter uma conversão amistosa e produtiva, com o próximo, sem exigências

Isto, porque, precisa manter o foco no essencial. É claro que muita coisa precisa fazer para manter o padrão mínimo de dignidade diante da vida, no entanto, se já consegue estimular essas conclusões, pode-se dizer que está no caminho certo.

Muitas pessoas por descuido até esquecem estes ensinamentos, muitas vezes pode estar à beira do desequilíbrio emotivo e não tem a noção exata do perigo que o espera, por isso, a necessidade imperiosa de dar uma pausa para refletir melhor sobre vida que leva.

Sempre é importante, porque, com certeza trará uma revitalização daqueles objetivos que sempre marcaram a sua existência que não será lícito esquecer, em momento algum, porque deles dependem estar muito melhor no futuro.

Por isso é salutar a avaliação da conduta em seus momentos de reflexão, a fim de manter sempre focado no interesse maior daquele que se propõe a realizar o melhor ao longo do percurso, e a disciplina é fundamental, neste mundo de provas e expiações.

 

Áulus

Otacir Amaral Nunes

Campo Grande/MS

 

 

 

N em sempre a primeira inspiração pode ser a mais correta, mas pode ser um ponto de partida importante, porque encaminhará as demais. Via de regra sempre se está em constante reprogramação de nossos projetos íntimos, visando adequar as nossas possibilidades. A verdade que nunca se está só. A cada instante recebe e envia mensagens nas mais diversas direções. E se pudermos somente enviar boas mensagens, através de um trabalho honrado, tanto melhor.

 

Áulus

Otacir Amaral Nunes.

 

 

 

CARIDADE NA VERDADEIRA EXPRESSÃO

Daí de graça o que de graça recebestes. (Mateus, 10:8).

 

Quem já ouviu falar de Peixotinho? É o nome popular, ou para os amigos,do grande médium de materialização e efeitos físicos, Francisco Peixoto Lins, espírita convicto.Por ser militar morou em diversas cidades, onde fundou centros espíritas e implantou estudos da Doutrina Espírita.

Pois é, segundo Chico Xavier, foi um dos maiores médiuns de materialização e efeitos físicos do Brasil, inclusive, tais manifestações foram por ele autenticadas quando realizadas em Pedro Leopoldo. A simples presença desse médium extraordinário provocava os mais variados fenômenos do mundo espiritual.

Desde a materialização de espíritos com grande nitidez, do qual R.A. Ranieri escreveu o livro “Materializações Luminosas”, cujo autor teve uma prova contundente, pois que se materializou diante de seus olhos atônitos a sua filha Heleninha, que havia descarnado quando criança, e se tornou seu guia após o desencarne. Mais ainda, acompanhando-o dali em diante. Além disso, ocorriam transportes de objetos, efeitos sonoros de grande intensidade, receitas de remédios homeopáticos, além de ser um extraordinário médium de cura.

Mas as demonstrações incontestáveis não pararam por aí:moldagem de mãos, pés e rostos em parafina com as linhas idênticas dos espíritos quando encarnados, frases escritas em letreiros luminosos com a assinatura do autor desencarnado, fenômenos de aporte com objetos materializados trazidos de longe, como pedras e cristais, escrita direta do espírito no papel sem a utilização de canetas ou lápis materiais.

Disciplinado e consciente de seu papel, desempenhou sua tarefa com grande dedicação e acima de tudo com responsabilidade e dignidade. Tais fenômenos foram necessários para a prova da imortalidade da alma; hoje se faz primordial a luta perseverante no bem.

Mas, o que se quer destacar é um fato de sua vida quotidiana. Naquela época, militar de baixa patente, era quase impossível adquirir um carro. Como qualquer pessoa, ele tinha um sonho, isto é, queria possuir um fusca, segundo palavras dele, “para ir à feira”.

Todos sabiam dessa parte de sua preferência. Um dia um de seus amigos, recebeu num negócio um fusca, resolveu dar de presente a Peixotinho.

Estacionou o carro em frente à casa de Peixotinho e depois das conversas habituais, disse-lhe:

- Olhe Peixotinho! Estou lhe dando esse carro de todo o coração, aqui está a chave.

Ele pensou por alguns instantes e respondeu:

- Meu amigo, eu sei que você está dando-me esse carro de todo coração, mas como você já se beneficiou uma vez de minhas faculdades mediúnicas, eu não posso aceitar. E morreu sem nunca ter tido um carro...

A lição é por demais significava, pois é a verdadeira prática da caridade com Jesus; nunca se deve confundir as coisas. “A Deus o que é de Deus, e a César o que é de César”, especialmente porque esses dons espirituais devem ser utilizados em favor do próximo gratuitamente, sem quaisquer tipos de recompensa. Nesse sentido, fala o Evangelista Mateus: Daí de graça o que de graça recebestes. (Mateus, 10:8).

Áulus

Otacir Amaral Nunes

Campo Grande/MS

LÓGICA ESPÍRITA

 

A Lei de Deus permite:

Que desfrutemos tantas posses, quantas sejamos capazes de reter honestamente, mas espera estejamos agindo com elas, bem benefícios dos outros;

Que tenhamos tanta cultura, quanto os recursos da própria inteligência no-lo permitam, mas espera nos empenhamos a convertê-la em realização no em de todos;

Que sejamos felizes, mas espera busquemos fazer a felicidade dos semelhantes;

Que sejamos amados, mas espera nos transformemos em amor para os nossos irmãos:

Que solucionemos as nossas necessidades, mas espera que não venhamos a prejudicar ninguém, no campo dos deveres em que nos achamos comprometidos;

Que sejamos desculpados em nossas faltas, mas espera perdoemos sem condições as ofensas que se nos façam;

Que desfrutemos os bens do Universo, mas espera nos mostremos prontos a reparti-los sempre que necessário;

Que se pense ou fale mal de nós, tanto quanto se queira nos círculos da nossa convivência, mas espera nos devotemos a guardar a consciência tranqüila;

Que erremos, em nossa condição de almas imperfeitas ainda, ma espera que na base de nossos fracassos permaneça brilhando a luz da boa intenção;

Enfim, a lei de Deus permite sejamos quem somos, mas nos apóia ou desapoia, abate ou exalta, corrige ou favorece pelos que somos, através do que fazemos de nós, porque Deus não cogita daquilo que parece mas daquilo que é.

 

Albino Teixeira

Do livro “Caminho Espírita” de Francisco Cândido Xavier. Edição CEC.

 

 

 

 

ANO XI - Nº 128– Campo Grande/MS - Setembro de 2016..
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.