Cada um de nós
Pode ser o reflexo da luz em cada manhã que desponta no alvorecer, indicando que é preciso carregar nos ombros a tarefa de ser útil em cada instante de nossa vida, recordando também que a vida é cheia de momentos e que podemos transformar esses lapsos de tempo em oportunidades para servir.
Somos os passageiros desse ônibus maravilhoso que percorre caminhos e cruza diferentes estágios de aprendizado aqui na terra!
O bom homem caminha na direção do infortúnio e busca acelerar os passos na conquista de alegrias duradouras para aqueles que estão em sofrimento. O bom homem busca auxiliar em cada tempo, produzindo cem por um, enquanto confia na própria força e na certeza de que pode vencer a luta que pratica em busca de auxílio. O bom homem está sempre direcionado para dar ao faminto o pão, que certamente lhe dará também a força necessária para seguir em frente.
O bom homem produzirá, a cada dia, o fio que certamente fará o agasalho para suportar o frio em que se encontram as criaturas discriminadas pela sociedade e que, dificilmente, conquistarão o conforto de um lar, entre os tantos que perambulam pelas ruas do esquecimento, induzindo-se ao desconforto do corpo e da própria alma, com a transgressão do próprio pensamento, indignado pela ausência da caridade humana.
Sejamos o presente inspirado que alegra o oprimido, a visita carinhosa que alegra o doente de solidão, o remédio certo para curar a depressão de tantos que buscam encontrar a própria sorte.
Mesmo que seja transitório, entreguemos a nossa presença como a esperança de que podemos edificar, em cada um dos irmãos que enfrentam a dor e o sofrimento, bênçãos de esperança para que sejamos o remédio certo e a cura inevitável daqueles que estão enfrentando as doenças da alma, pois, esquecidos, procuram pela fé entre os corações que podem confortar, lembrando que Deus está batendo em nossas almas, com o pulsar do amor.
Que nesses momentos mágicos, possamos acreditar que podemos ser a oração nos lábios da criança que ainda sonha com a alegria que poderá conquistar, enquanto cresce e busca a própria vida.
Sejamos, então, o farol que aponta o porto seguro para todos aqueles que estão náufragos lutando pela própria direção; a estrela no céu, que indica o norte e o sul, transcendendo no amor de Jesus para que o homem cresça na fé, na esperança e no amor.
Com a fé podemos vencer e com o amor se torna mais fácil o recomeço depois de uma noite fria, em que notadamente, descobrimos que esse ônibus divino nos levará para o céu.
**Mensagem enviada pelo nosso irmão Otacir Amaral Nunes, psicografada pelo médium João de Deus, no Grupo Espírita da Prece, em 10/8/2017.
1. OS ESPÍRITOS SIMPÁTICOS
Ensina a Doutrina Espírita que os Espíritos se afeiçoam de preferência a certas pessoas. Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos inferiores com os homens viciosos, ou que podem tornar-se tais. Daí suas afeições, como conseqüência da conformidade dos sentimentos.3 Nem sempre, contudo, é exclusivamente moral a afeição que os Espíritos dedicam aos encarnados. Com efeito, a [...] verdadeira afeição nada tem de carnal; mas, quando um Espírito se apega a uma pessoa, nem sempre o faz só por afeição. À estima que essa pessoa lhe inspira pode agregar-se uma reminiscência das paixões humanas.4 Assim, os Espíritos denominados [...] simpáticos são os que se sentem atraídos para o nosso lado por afeições particulares e ainda por uma certa semelhança de gostos e de sentimentos, tanto para o bem como para o mal. De ordinário, a duração de suas relações se acha subordinada às circunstâncias.14 Muitas vezes um Espírito se une particularmente a um indivíduo para protegê-lo. É o chamado irmão espiritual, bom Espírito ou bom gênio5, Espírito familiar13, ou, ainda, anjo de guarda ou guardião. Esta última denominação se destaca, por designar o [...] Espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada.6 Há, desse modo, [...] gradações na proteção e na simpatia.13
Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por laços mais ou menos duráveis, com o fim de lhes serem úteis, dentro dos limites do poder, quase sempre muito restrito, de que dispõem. São bons, porém muitas vezes pouco adiantados e mesmo um tanto levianos. Ocupam-se de boamente com as particularidades da vida íntima e só atuam por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores.14 A missão do anjo de guarda, por sua vez, é a [...] de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida.7 Essa proteção é exercida desde o nascimento até a desencarnação do indivíduo [...] e muitas vezes o acompanha na vida espírita, depois da morte, e mesmo através de muitas existências corpóreas [...].8 Quando vê que seus conselhos são inúteis pode o Espírito protetor afastar-se temporariamente do seu protegido, respeitando-lhe o livre-arbítrio, mas [...]não o abandona completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem quem tapa os ouvidos. O protetor volta desde que este o chame.9
2. A DOUTRINA DOS ANJOS GUARDIÕES
Afirmam os Espíritos São Luís e Santo Agostinho: É uma doutrina, esta, dos anjos guardiães, que, pelo seu encanto e doçura, devera converter os mais incrédulos. Não vos parece grandemente consoladora a idéia de terdes sempre junto de vós seres que vos são superiores, prontos sempre a vos aconselhar e amparar, a vos ajudar na ascensão da abrupta montanha do bem; mais sinceros e dedicados amigos do que todos os que mais intimamente se vos liguem na Terra? Eles se acham ao vosso lado por ordem de Deus. Foi Deus quem aí os colocou e, aí permanecendo por amor de Deus, desempenham bela, porém penosa missão. Sim, onde quer que estejais, estarão convosco. Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão, estais separados desses amigos a quem não podeis ver, mas cujo brando influxo vossa alma sente, ao mesmo tempo que lhes ouve os ponderados conselhos.
“Ah! se conhecêsseis bem esta verdade! Quanto vos ajudaria nos momentos de crise! Quanto vos livraria dos maus Espíritos! Mas, oh! quantas vezes, no dia solene, não se verá esse anjo constrangido a vos observar: “Não te aconselhei isto? Entretanto, não o fizeste. Não te mostrei o abismo? Contudo, nele te precipitaste! Não fiz ecoar na tua consciência a voz da verdade? Preferiste, no entanto, seguir os conselhos da mentira!” Oh! interrogai os vossos anjos guardiães; estabelecei entre eles e vós essa terna intimidade que reina entre os melhores amigos. Não penseis em lhes ocultar nada, pois que eles têm o olhar de Deus e não podeis enganá-los. Pensai no futuro; procurai adiantar-vos na vida presente. Assim fazendo, encurtareis vossas provas e mais felizes tornareis as vossas existências. Vamos, homens, coragem! De uma vez por todas, lançai para longe todos os preconceitos e idéias preconcebidas. Entrai na nova senda que diante dos passos se vos abre. Caminhai! Tendes guias, segui-os, que a meta não vos pode faltar, porquanto essa meta é o próprio Deus.
“Aos que considerem impossível que Espíritos verdadeiramente elevados se consagrem a tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que nós vos influenciamos as almas, estando embora muitos milhões de léguas distantes de vós. O espaço, para nós, nada é, e, não obstante viverem noutro mundo, os nossos Espíritos conservam suas ligações com os vossos. Gozamos de qualidades que não podeis compreender, mas ficai certos de que Deus não nos impôs tarefa superior às nossas forças e de que não vos deixou sós na Terra, sem amigos e sem amparo. Cada anjo de guarda tem o seu protegido, pelo qual vela, como o pai pelo filho. Alegra-se, quando o vê no bom caminho; sofre, quando lhe ele despreza os conselhos.
Não receeis fatigar-nos com as vossas perguntas. Ao contrário, procurai estar sempre em relação conosco. Sereis assim mais fortes e mais felizes”.10
A respeito desse assunto, assinala Kardec: Nada tem de surpreendente a doutrina dos anjos guardiães, a velarem pelos seus protegidos, mau grado a distância que medeia entre os mundos. É, ao contrário, grandiosa e sublime. Não vemos na Terra o pai velar pelo filho, ainda que de muito longe, e auxiliá-lo com seus conselhos correspondendo-se com ele? Que motivo de espanto haverá, então, em que os Espíritos possam, de um outro mundo, guiar os que, habitantes da Terra, eles tomaram sob sua proteção, uma vez que, para eles, a distância que vai de um mundo a outro é menor do que a que, neste planeta, separa os continentes? Não dispõem, além disso, do fluido universal, que entrelaça todos os mundos, tornando-os solidários; veículo imenso da transmissão dos pensamentos, como o ar é, para nós, o da transmissão do som?11
Neste ponto, é oportuno esclarecer que os anjos, segundo o Espiritismo, não constituem seres privilegiados na Criação. São apenas Espíritos [...] chegados ao grau de perfeição que a criatura comporta, fruindo em sua plenitude a prometida felicidade. Antes, porém, de atingir o grau supremo, gozam de felicidade relativa ao seu adiantamento, felicidade que consiste, não na ociosidade, mas nas funções que a Deus apraz confiar-lhes [...].1 Uma dessas funções consiste em assistir os homens, ajudando-os a progredirem. Desse modo, embora o anjo propriamente dito seja aquele que se elevou na hierarquia espiritual até atingir o estado de puro Espírito1, o chamado anjo guardião pode pertencer a uma ordem elevada6 sem, necessariamente, haver alcançado a perfeição moral.
A propósito da relação de graus evolutivos entre o anjo guardião e o seu protegido, o Espírito André Luiz apresenta o seguinte esclarecimento: Será justo lembrar que estamos plasmando nossa individualidade imperecível no espaço e no tempo, ao preço de continuadas e difíceis experiências. A idéia de um ente divinizado e perfeito, invariavelmente ao nosso lado, ao dispor de nossos caprichos ou ao sabor de nossas dívidas, não concorda com a justiça. Que governo terrestre destacaria um de seus ministros mais sábios e especializados na garantia do bem de todos para colar-se, indefinidamente, ao destino de um só homem, quase sempre renitente cultor de complicados enigmas e necessitado, por isso mesmo, das mais severas lições da vida? por que haveria de obrigar-se um arcanjo a descer da Luz Eterna para seguir, passo a passo, um homem deliberadamente egoísta ou preguiçoso? Tudo exige lógica, bom-senso.16 Essas considerações, todavia, não significam que os anjos de guarda permaneçam distantes de nós, uma vez que o [...] Sol está com o verme, amparando-o na furna, a milhões e milhões de quilômetros,sem que o verme esteja com o Sol.16 Assim, entre nós e os nossos anjos guardiões pode existir uma grande desigualdade evolutiva. Tal circunstância, porém, não nos afasta da sua constante proteção, embora a sua influência possa exercer-se à distância. Teremos, no entanto, sempre à nossa volta Espíritos protetores, uma vez que, em [...] qualquer região, convivem conosco os Espíritos familiares de nossa vida e de nossa luta. Dos seres mais embrutecidos aos mais sublimados, temos a corrente de amor, cujos elos podemos simbolizar nas almas que se querem ou que se afinam umas com as outras, dentro da infinita gradação do progresso.17 É o que também ensinam os Instrutores da Codificação Espírita: Todo homem tem um Espírito que por ele vela, mas as missões são relativas ao fim que visam. Não dais a uma criança, que está aprendendo a ler, um professor de filosofia. O progresso do Espírito familiar guarda relação com o do Espírito protegido. Tendo um Espírito que vela por vós, podeis tornar-vos, a vosso turno, o protetor de outro que vos seja inferior e os progressos que este realize, com o auxílio que lhe dispensardes, contribuirão para o vosso adiantamento. Deus não exige do Espírito mais do que comportem a sua natureza e o grau de elevação a que já chegou. 12
Todos temos, assim, [...] um desses Gênios tutelares que nos inspira nas horas difíceis e dirige-nos pelo bom caminho. [...]Saber que temos um amigo fiel e sempre disposto a socorrer-nos, de perto como de longe, influenciando-nos a grandes distâncias ou conservando-se junto de nós nas provações; saber que ele nos aconselha por intuição e nos aquece com o seu amor, eis uma fonte inapreciável de força moral. O pensamento de que testemunhas benévolas e invisíveis vêem todos os nossos atos, regozijando-se ou entristecendo-se, deve inspirar-nos mais sabedoria e circunspecção. É por essa proteção oculta que se fortificam os laços de solidariedade que ligam o mundo celeste à Terra, o Espírito livre ao homem, Espírito prisioneiro da carne. É por essa assistência contínua que se criam, de um a outro lado, as simpatias profundas, as amizades duradouras e desinteressadas. O amor que anima o Espírito elevado vai pouco a pouco se estendendo a todos os seres sem cessar, revertendo tudo para Deus, pai das almas, foco de todas as potências efetivas.15
Podemos, então, dizer que, além dos Espíritos que nos são simpáticos, de um modo geral, todos [...] temos, ligado a nós, desde o nosso nascimento, um Espírito bom, que nos tomou sob a sua proteção. Desempenha, junto de nós, a missão de um pai para com seu filho: a de nos conduzir pelo caminho do bem e do progresso, através das provações da vida. Sente-se feliz, quando correspondemos à sua solicitude; sofre, quando nos vê sucumbir. Seu nome pouco importa, pois bem pode dar-se que não tenha nome conhecido na Terra. Invocamo-lo, então, como nosso anjo guardião, nosso bom gênio. Podemos mesmo invocá-lo sob o nome de qualquer Espírito superior, que mais viva e particular simpatia nos inspire. Além do Anjo guardião, que é sempre um Espírito superior, temos Espíritos protetores que, embora menos elevados, não são menos bons e magnânimos. Contamo-los entre amigos, ou parentes, ou, até, entre pessoas que não conhecemos na existência atual. Eles nos assistem com seus conselhos e, não raro, intervindo nos atos da nossa vida. [...] Deus, em o nosso anjo guardião, nos deu um guia principal e superior e, nos Espíritos protetores e familiares, guias secundários.2
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O céu e o inferno. Tradução de Manuel Justiniano Quintão. 60. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Primeira parte, cap. 8, item 13, p. 122.
2. ______. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 127. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 28, item 11, p. 455-456.
3. ______. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 91. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Questão 484, p. 286-287.
4. ______. Questão 485, p. 287.
5. ______. Questão 489, p. 288.
6. ______. Questão 490, p. 288.
7. ______. Questão 491, p. 289.
8. ______. Questão 492, p. 289.
9. ______. Questão 495, p. 289-290.
10. ______. p. 290-291.
11. ______. p. 291-292.
12. ______. Questão 509, p. 296.
13. ______. Questão 514, p. 297.
14. ______. Questão 514 – comentário, p. 297.
15. DENIS, Léon. Depois da morte. Tradução de João Lourenço de Souza. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Parte Quarta (Além-túmulo), cap. 35 (A vida superior), p. 225.
16. XAVIER, Francisco Cândido. Entre a terra e o céu. Pelo Espírito André Luiz. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 33 (Aprendizado), p. 276-277.
17. ______. p. 278.
Você acredita em reencarnação?
Geraldo Campetti Sobrinho
Antes de responder, reflita um pouco…
Palingenesia, pluralidade das existências da alma, vidas sucessivas… Essas palavras têm o mesmo significado de reencarnação. Acredito que você já ouviu ou pelo menos leu algo a respeito do assunto, pois esse conceito está cada vez mais popular em nossos dias.
A reencarnação é o retorno do Espírito a um novo corpo físico. Além de quesito fundamental do Espiritismo, é um princípio da lei natural, ensejando ao indivíduo o constante desenvolvimento de suas potencialidades pelas provas a que é submetido na jornada terrena, nas diversas e sucessivas existências físicas que tem a viver.
Reencarnação é oportunidade de recomeço, com a vantagem de que o aluno terá novas chances de aprendizado, sem necessariamente ter de reiniciar todas as tarefas. O aprendiz pode dar continuidade de onde parou na “lição” anterior… Mas, precisará refazer aquelas em que foi reprovado.
Seria realmente difícil aprendermos de um só vez tudo o que a vida nos oferece, se tivéssemos apenas uma existência material. São tantas informações, conteúdos, conhecimentos, disciplinas, experiências, relações, que não daríamos conta de fazer todo o dever de casa. Por isso, em sua Sabedoria, Deus nos oferta a dádiva de usufruirmos de mais de uma existência corporal. De várias, de muitas, a depender da necessidade de evolução espiritual de cada um.
Como, via de regra, todos nós temos contas a pagar – aquelas dívidas contraídas em outros tempos –, o objetivo da pluralidade das existências é inicialmente fazer com que acertemos essas pendências com a Lei Divina e com os débitos contraídos perante os semelhantes. Em outras palavras: é preciso expiar. Isso mesmo: pagar as contas, corrigir os erros, acertar as coisas. Não raro, à custa de dores e de aflições…
Todavia, a razão principal do retorno do Espírito às experiências terrenas é o “melhoramento progressivo da humanidade”. Assim falam as inteligências desencarnadas (vivas no mundo espiritual) em O livro dos Espíritos, organizado por Allan Kardec.
Leia O livro dos Espíritos! Há um capítulo inteiro sobre o assunto. Quem sabe você não encontrará nesse livro algumas respostas a suas indagações?!
Ou seja, estamos na Terra para evoluir. No presente, pagamos dívidas passadas e conquistamos créditos futuros. Isso tudo para que sejamos felizes. Deus não deseja o sofrimento de ninguém. Nascemos e renascemos para a conquista da plenitude, da solidariedade universal, da prática do bem sem ostentação, da vivência da caridade no cotidiano de nossas vidas.
A existência carnal é uma chance de aprimoramento das virtudes latentes na intimidade de cada um de nós. Daí a necessidade do testemunho pessoal e intransferível, quando somos convocados aos desafios de educação, nem sempre fáceis de serem vencidos. Esse processo exige auto-superação, libertação de mazelas e conquista de equilíbrio para uma vida integral e saudável. Assim, todas as dimensões existenciais e interexistenciais serão contempladas nas ações e comportamentos do Espírito imortal, qualidade essencial atribuída pelo Criador Supremo a todos os homens e mulheres, estejam neste ou noutro plano da Vida.
Se você não acredita em reencarnação, responda-me essas perguntas:
Por que uns nascem ricos e outros pobres?
Por que uns sofrem e outros são felizes?
Por que crianças morrem em tenra idade?…
Em vez de uma determinação irrevogável da Vontade Divina, preferível admitir, por ser mais racional e lógico ao nosso entendimento, que o ser humano é o grande artífice de seu próprio destino. Pelo uso do livre-arbítrio na presente encarnação ou em vidas pretéritas, o homem pode acertar como errar, fazer coisas boas como ruins. E será sempre o maior responsável pelos seus atos e pelas consequências deles decorrentes.
Independentemente de acreditar ou não na reencarnação, vale a pena considerar que Deus concede a todos nós o ensejo de atuarmos como protagonistas no palco da vida com o objetivo de conquistarmos a felicidade pelo próprio esforço. Uma vez que estamos aqui, esse é o momento de fazermos o melhor ao nosso alcance, valorizando e aproveitando as oportunidades disponibilizadas pela atual encarnação.
Leia também A pluralidade das existências da alma, de André Pezzani. Rio de Janeiro: Ed. Lorenz, 2009.
Retorno para a vida
abril/2017
Ele conseguira tudo que idealizara: casara com uma moça dotada de inteligência e beleza. Era gerente de vendas de uma empresa importante.
Tomava parte ativa na comunidade. Seus dois filhos estavam na Universidade.
Tudo era felicidade. Então, o filho mais velho pôs termo à existência. Porque o fizera, era um mistério.
Fred e a esposa se propuseram a travar uma batalha contra o desânimo. Quando ele pensou que estivessem vencendo a luta, num dia de inverno, ela realizou o mesmo ato insano do filho.
Essa segunda tragédia fez com que Fred alimentasse a idéia de que, de alguma forma, ele fora a causa real de tudo.
Passou a evitar os amigos, fechou-se em seu quarto. Acabou sendo internado em um hospital para doentes mentais. E ele só tinha um pedido: que o deixassem a sós.
Durante dois anos, ele ficou apático, resistindo a todas as terapias.
Não abria as cartas do filho, em serviço militar no sul do Pacífico. Muito menos as respondia.
Quando ele veio visitá-lo e avançou de braços abertos, Fred voltou o rosto para a parede e se recusou a dizer qualquer palavra.
Quando um novo médico se aproximou dele e lhe propôs uma tarefa, Fred se sentiu muito ofendido.
Era preciso organizar os inúmeros livros, recebidos em doação. Que fossem separados em histórias de detetives, ficção e não ficção. Depois, colocá-los nas estantes.
Um detalhe importante: ele não precisaria dizer nenhuma palavra.
De mau humor, Fred se levantou e foi ao porão. Ao menos, iria trabalhar sozinho.
Sem o menor interesse, foi separando os livros em pilhas. De repente, um nome, escrito em dourado, numa capa desgastada: Harry Emerson Fosdick.
Como um raio, sua mente evocou o passado. Aquele era o piloto amigo do seu irmão.
Lembrou do irmão, da família, da sua vida. Todo o passado retornou de roldão. Levou o livro para seu quarto e o leu até a madrugada: O poder de suportar as vicissitudes.
Por mais que a vida nos possa dar ou tirar, estava escrito, uma coisa é absolutamente indispensável: que o homem não perca a fé em si mesmo; que conserve a honra imaculada aos próprios olhos.
Ele se deu conta de que quando abandonara a vida antes que a partida terminasse é porque havia perdido a fé.
Pensou no filho Randall: a morte lhe levara o irmão e a mãe. A doença lhe tirara o pai. Mas ele continuara a lutar.
Eu te saúdo a coragem, a luta, a perseverança, meu filho – pensou, desolado.
Até aquele instante, Fred não quisera ficar bom. Continuava a não querer. Entretanto, sabia que precisava querer ficar bom.
Precisava voltar para a partida que abandonara para poder restaurar o respeito próprio.
E leu novamente: A fé vital em Deus comunica ao homem um íntimo poder, uma visão espiritual: na companhia divina ele se provê de novas forças.
Naquele dia, principiou a retornar para a vida. Para seu filho, sua nora, um trabalho pela comunidade.
Era como desfrutar da bênção de nascer de novo, sentindo a renovação da alma.
Ele não estava só. Estava sob a guarda de Deus e, então, poderia enfrentar o mundo, sem medo.
Pensemos nisso e jamais nos permitamos o abandono da luta. Deus segue conosco.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Retorno à vida, de Fred Raymond Gilpatric, de Seleções Reader’s Digest, de abril 1948.
Em marcha
É justo não esquecermos que ainda somos seres em crescimento evolutivo, para retirarmos do
tempo os valores e as vantagens imprescindíveis à nossa ascensão.
A romagem no campo físico é a vida espiritual noutro modo de ser, tanto quanto a luta, aquém da morte, é a continuação do aprendizado terrestre numa expressão diferente.
Analisando a imensidade infinita dos mundos, agrupamo-nos na Terra em singela faixa vibratória, assim como determinada coletividade de pássaros da mesma condição se congregam num trecho de floresta, ou como certa família de rãs, a reunir-se no fundo do mesmo poço.
Condicionados pelo nosso progresso reduzido, não assinalamos da gloriosa vida que nos cerca senão ínfima parte, adstritos que nos achamos às estreitas percepções do padrão sensorial que nos é
próprio.
Com o corpo de carne, somos tarefeiros do mundo, matriculados na escola da experiência predominantemente objetiva, desfrutando um instrumento precioso, qual seja o veículo denso, em que o cérebro, com todos os implementos das redes nervosas, pode ser comparado a um aparelho radiofônico de emissão e recepção, funcionando no tipo de onda inferior ou superior a que nos ajustamos, e em que os olhos, os ouvidos, a língua, as mãos e os pés representam acessórios de trabalho, subordinados ao comando da mente.
Além da morte, sem o vaso carnal, ainda somos tarefeiros do mundo, fichados no educandário da experiência predominantemente subjetiva, registrando os resultados das ações boas ou más, que nos
decidimos a mentalizar e estender.
Aprisionando-nos à carne ou libertando-nos dela, nascendo, morrendo, ressurgindo ao esplendor da imortalidade ou reaparecendo na sombra do Planeta, segundo a conceituação humana, vivemos em marcha incessante para os arquétipos que a Eternidade nos traçou e que nos cabe atingir.
Vós, que tendes encontrado em nossa companhia tantos problemas dolorosos de fixação mental nos Espíritos conturbados e sofredores, considerai conosco a importância do dia que foge.
Temos da vida tão-somente aquilo que recolhemos das horas.
O tempo é a sublimação do santo, a beleza do herói, a grandeza do sábio, a crueldade do malfeitor, a angústia do penitente e a provação do companheiro que preferiu acomodar-se com as trevas.
Dele surgem o céu para o coração feliz do bom trabalhador e o inferno para a consciência intranqüila do servidor infiel.
Façamos de nossa tarefa, qualquer que ela seja, um cântico de louvor ao trabalho, à fraternidade e ao estudo.
Sirvamos, amemos e aprendamos!
Dilatemos o horizonte de nossa compreensão, arejando nossas almas e filtrando apenas a luz para que a luz nos favoreça.
E quanto a vós, em particular, vós que ainda detendes a valiosa oportunidade de contato com o indumento físico, evitai, ainda hoje, a ingestão do mal, para não digerirdes lodo e fel amanhã.
Fonte: XAVIER, Francisco C. Instruções psicofônicas. 8. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 20, p. 101-103.
Setembro 2006 • Reformador 333
A LIÇÃO DA BONDADE
Quando Jesus entrou vitoriosamente em Jerusalém, montado num burrico, eis que o povo, alvoroçado, vinha vê-lo e saudá-lo na praça pública.
Muitos supunham que o Mestre seria um dominador igual aos outros e bradavam:
- Glória ao Rei de Israel!...
- Abaixo os romanos!...
- Hosanas ao vencedor!...
- Viva o Filho de David!... Viva o Rei dos Judeus!...
E atapetavam a rua de flores.
Rosas e lírios, palmas coloridas e folhas aromáticas cobriam o chão por onde o Salvador deveria passar.
O Mestre, contudo, sobre o animalzinho cansado, parecia triste e pensativo. Talvez refletisse que a alegria ruidosa do povo não era o tipo de felicidade que ele desejava. Queria ver o povo contente, mas sem ódio e sem revolta, inspirado pelo bem que ajuda a conservação das bênçãos divinas.
O glorificado montador ia, assim, em silêncio, quando linda jovem se destacou da multidão, abeirou-se dele e lhe entregou uma braçada de rosas, exclamando:
— Senhor, ofereço-te estas flores para o Reino de Deus.
O Cristo fixou nela os olhos cheios de luz e indagou:
— Queres realmente servir ao Reino do Céu?
— Oh! sim... — disse a moça, feliz.
— Então — pediu-lhe o Mestre —, ajuda-me a proteger o burrico que me serve, trazendo-lhe um pouco de capim e água fresca.
A jovem atendeu prontamente e começou a compreender que, na edificação do Reino Divino, Jesus espera de nós, acima de tudo, a bondade sincera e fiel do coração.
Livro Pai Nosso
Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito Meimei
PRIMEIRA CHAMADA (09/2017)
Este Sol luminoso desta manhã traz uma certeza ao seu coração de que necessita ser mais ousado na dinâmica da proposta de Jesus. Ate hoje só fez tentativas muito tímidas neste campo de trabalho, sempre lê as palavras do Evangelho com profunda emoção, mas quanto à prática ficaram esquecidas até os dias de hoje.
Embora intimamente sinta uma necessidade imperiosa de colocar em prática esse roteiro sublime, é claro que se permitiu grande equívoco, mas também não fez absolutamente nada para que esta mensagem tão grandiosa pudesse fazer alguma diferença em sua vida.
Porque é verdade que não adianta conhecer a mensagem de Jesus sem colocá-la em prática, nesse caso a responsabilidade é muito maior, porque quem não a conhece tem a desculpa da ignorância.
Apesar de tudo, na vivência da mensagem nada se apurou, porque continua também muito apegado aos valores materiais, aliás, mais do que nunca, quando perde qualquer coisa de menor importância chega ao ponto de interiorizar-se para o próprio coração, como se fizesse parte de si mesmo.
Esquecendo, no entanto, que é um mero usufrutuário dos bens da vida e a qualquer momento pode receber a determinação superior de deixar tudo como está, seguindo em direção à outra vida, sequer levará a mínima parcela dos bens para o seu conforto.
Simplesmente o Senhor diz: Vem! E teria que abandonar tudo, estando bem situado na vida ou não, na rua ou em casa, tendo dívidas a apagar ou conta a receber. Tanto em terra ou no mar, a ordem é imperiosa, vem!
Siga com a reflexão à mente em momento de recolhimento, que apesar de todas as ilusões do poder, como das posses do mundo, sequer leva esse corpo para a outra vida, porque absolutamente ele não servirá para nada. Mas ainda se apega tanto a este mundo, mas já sabe que deve deixar tudo aqui?
Mas, o que levará, afinal, de tudo que construiu neste mundo com o esforço do trabalho? O que pode ser útil na outra vida? Somente o que tiver feito no bem. As lágrimas que conseguiu enxugar, a mão que estendeu aos aflitos. O pão que ofereceu aos famintos. Uma palavra de carinho.
Somente esses valores bem guardados no cofre do coraçao, representados pelas boas obras e do bem que espalhou no caminho alheio, serão as testemunhas de que pode ter conquistado um passaporte digno para uma vida mais feliz.
Por isso bate essa aflição hoje, porque é verdade que está tão absorvido pelo mundo que sequer tem tempo para olhar para si mesmo. Todavia o tempo corre implacável e os cabelos começaram a ficar grisalhos. Sinal, claro de que e o tempo do vigor físico vai se enfraquecendo e necessita tomar uma providência enquanto é tempo, alias, já está atrasado demais.
Hoje até se lembrou daquela passagem do Evangelho de Jesus, em que aquele homem senhor de muitas terras férteis produziram abundantes frutos, logo ele aumentou os seus celeiros, e recolheu toda produção, depois bem disposto, disse para si mesmo.
Depois disse a si mesmo. Viva e goze dos bens acumulados nestes celeiros. Mas nessa mesma noite Deus disse: Vem! E a hora temida chegou de improviso carregando aquele homem para outra margem da vida, em consequência surge à pergunta: Os bens para que será?
Hoje também temos esse imenso tesouro chamado Evangelho de Jesus em sua versão mais profunda e atualizada para esta época de ouro em que vive a Humanidade.
Representado pela Doutrina Espírita que veio devassar esse mundo sonhado por todos, mas somente antevisto por poucos, mas esse tesouro para quem será? Se em mentes vazias nada produzem, para que servirá? Porque todos querem viver num mundo mais venturoso, mas ninguém quer fazer por onde, logo a decepção será enorme.
É uma conclusão oportuna a se fazer, porque o tesouro será repassado aos outros que estão mais interessados em semear as preciosas sementes. Isto é o colocar para produzir na terra fértil do coração, resultando benefícios para todos e não ficar preso a alguns que não trabalham, nem outros trabalharem.
Por isso dê o primeiro passo ainda hoje que é fundamental caso contrário poderá ser tarde demais.
Mensagens - Lições de Simplicidade
Por Espíritos Diversos.
Otacir Amaral Nunes
Querido Filho! Augusto.
É tão difícil começar a traçar umas poucas linhas para lhe afirmar o quanto o amo, quero dizer que todos estes anos não foram suficientes para diminuir esse sentimento, mas podemos dizer que só aumentou, pois que agora podemos raciocinar melhor e compreender de maneira mais clara o que realmente interessa em nossa vida de relação, com pessoas tão maravilhosas, que nos dão a sensação que estamos flutuando entre nuvens e que cada dia é um dia de esperança para nós, que nos afeiçoamos àqueles que sempre lutam para que o bem permaneça e nos faculte os meios para que possamos evoluir sempre.
Nesta mensagem sentimental, posso afirmar que estou muito emocionada ao dirigir-lhe a palavra. Quanto tempo já passou e periodicamente o acompanho, para que de quando em quando, possa oferecer o melhor para o dia de amanhã.
Nunca é bastante lembrar as pessoas que nos são caras, pois que formidáveis lembranças deixaram para nós, daqueles momentos de intimidade sadia, um ponto de apoio, abrindo nova visão do futuro, em seu constante fluir para melhor.
Ouvia outro dia que já estava pronto e os preparativos para mudar de residência e sempre será uma nova opção para direcionar, quais os motivos que devem constar dos nossos propósitos para fazer o melhor, sempre melhor, pois que o progresso deve ser a nossa meta.
O Elpídio tem me causado sérias preocupações, em vista de ter adquirido o mau de beber bebidas alcoólicas, que no começo dizia, “que só bebia socialmente”, com o hábito a aumentou a quantidade. Estou realmente incomoda, pois representa um flagelo para toda a família.
Mas com fé em Jesus haverá de encontrar os meios para se libertar desse vício infeliz, pois que ele dará um ponto de vista melhor, que de outra sorte não seria possível. Tenho consultado os benfeitores espirituais para que me desse um parecer, a fim de encontrar uma solução para o caso, mas ele se encontra impermeável às nossas sugestões, pois que o vício o domina e ele sem dúvida não deseja realmente mudar, ou melhor dizendo não tem força, pois esta completamente dominado e muitas entidades o vampirizam em suas energias vitais, deixando-o sem vontade e sem iniciativa para tomar uma decisão mais firme, que ajudariam os irmãos do lado de cá, facilitando a nós outros os meios de ajudá-lo a viver, vencendo esse terrível flagelo para a família e até para as pessoas conhecidas, bem como quem deseja oferecer alguns meios para que se possa fazer um tratamento. Mas cada dia se torna mais irredutível para nós, que desejamos auxiliá-lo e que desejamos vê-lo em situação melhor, porque da forma que os acontecimentos se sucede será um desastre de grande dimensão para o nosso Elpídio, prestes a retornar a vida espiritual, completamente alienado, sem acesso a tratamento a curto prazo, por isso urge providências de caráter imediato, visando inibi-lo de qualquer ingestão de bebidas alcoólicas por um longo período, senão ocorrer então cairá na mais profunda depressão e dificilmente poderá receber o tratamento que se faz necessário.
Uma das medidas aconselhável será provocar uma doença a fim que ele venha a ser internado em casa de saúde, com isso teremos o tempo necessário para agir, porque realmente do jeito que está, não dá para continuar, e precisamos cercá-lo de cuidados para que ele não se perca neste trecho do caminho, pois que fez muitas coisas positivas e tem que ser considerado por isto, nada mais justo que se dê a ele condições de se recuperar, visto que todos somos suscetíveis de cometer muitos erros em nossa caminhada.
Por hoje é só e um grande abraça a todos e a você meu filho querido.
Vera
25/05/2000
Amigos para sempre I
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