"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XII - N. 142 * Campo Grande/MS * Novembro de 2017.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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            Deixo meu coração descansar na certeza que somente o amor será capaz de realizar maravilhas, permitindo sentir a força da vida e a felicidade de amar.

 

ALGO MAIS

 

            Um crente sincero na Bondade do Céu, desejando aprender como colaborar na construção do Reino de Deus, pediu, certo dia, ao Senhor a graça de compreender os Propósitos Divinos e saiu para o campo.
            De início, encontrou-se com o Vento que cantava e o Vento lhe disse:
            — Deus mandou que eu ajudasse as sementeiras e varresse os caminhos, mas eu gosto também de cantar, embalando os doentes e as criancinhas. Em seguida, o devoto surpreendeu uma Flor que inundava o ar de perfume, e a Flor lhe contou:
            — Minha missão é preparar o fruto; entretanto, produzo também o aroma que perfuma até mesmo os lugares mais impuros.
Logo após, o homem estacou ao pé de grande Árvore, que protegia um poço d’água, cheio de rãs, e a Árvore lhe falou:
            — Confiou-me o Senhor a tarefa de auxiliar o homem; contudo, creio que devo amparar igualmente as fontes, os pássaros e os animais.
O visitante fixou os feios batráquios e fez um gesto de repulsa, mas a Árvore continuou:
            — Estas rãs são boas amigas. Hoje posso ajudá-las, mas depois serei ajudada por elas, na defesa de minhas próprias raízes, contra os vermes da destruição e da morte.
            O devoto compreendeu o ensinamento e seguiu adiante, atingindo uma grande cerâmica.
            Acariciou o barro que estava sobre a mesa e o Barro lhe disse:
            — Meu trabalho é o de garantir o solo firme, mas obedeço ao oleiro e procuro ajudar na residência do homem, dando forma a tijolos, telhas e vasos.
            Então, o devoto regressou ao lar e compreendeu que para servir na edificação do Reino de Deus é preciso ajudar aos outros, sempre mais, e realizar, cada dia, algo mais do que seja justo fazer.

Livro Pai Nosso
Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito Meimei

 

HORA DE PENSAR, HORA DE DECIDIR

 

            Jesus recomendou: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não.[1]
            E esclareceu: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.[2]
            Dentro de nós existem lados que possuem valores diferentes, interesses e intenções diferentes, e por isso entram em conflito. Nossa capacidade de perseguir um objetivo depende profundamente da maneira como conciliamos e administramos criativamente esses vários lados da nossa personalidade.
            Quanto maior for esse objetivo, mais lados de nossa personalidade estarão envolvidos e maiores serão as possibilidades de interesses conflitantes.
            Somos congruentes quando todo o nosso comportamento, tanto verbal como não verbal, sustenta nosso objetivo. Ou seja, somos congruentes quando somos coerentes, quando estamos em conformidade entre o que sabemos e o que fazemos a respeito de alguma coisa. A congruência interna nos dá segurança, força e poder pessoal.
            Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes[3], que Emmanuel, Espírito, comenta[4]:
            Entre saber e fazer existe singular diferença. Quase todos sabem, poucos fazem. (…)
            Há sempre vozes habilitadas a indicar os caminhos. É a palavra dos que sabem.
            Raras criaturas penetram valorosamente a vereda, muita vez em silêncio, abandonadas e incompreendidas. É o esforço supremo dos que fazem.(…)
            João assinalou a lição do Mestre com sabedoria. Demonstra o versículo que somente os que concretizam os ensinamentos do Senhor podem ser bem-aventurados. Aí reside, no campo do serviço cristão, a diferença entre a cultura e a             prática, entre saber e fazer.
            Jesus nos conclamou à coerência, dizendo-nos que se compreendêssemos os Seus ensinos e os praticássemos, seríamos felizes.
            E isso nos pede reflexão amadurecida.
            Diante dos valores éticos, morais que conhecemos, como é nosso comportamento em casa, no trabalho, no lazer, na sociedade?
            Qual nossa postura diante das variadas situações que envolvem a vida em família?
            Se religiosos, como nos vemos diante do espelho da consciência, ao refletir, comparativamente, o que sabemos e o que fazemos?
            É natural que identifiquemos incongruências, quando olhamos para dentro de nós mesmos, com sinceridade.
            Abstenhamo-nos de adornar a existência com expectações ilusórias. Somos criaturas humanas, a caminho da sublimação necessária e, nessa condição, errar e corrigir-nos para acertar sempre mais, são impositivos de nosso roteiro. Conquanto isso, porém, permaneçamos convencidos, desde hoje, de que, se por agora não nos é possível envergar a túnica dos anjos, podemos e devemos matricular-nos na escola dos espíritos bons.[5]
            O que desejamos destacar é a necessidade de trabalharmos com empenho por reformar aspectos comportamentais tidos como dissociados dos valores contidos nas leis morais da vida. Isso é finalidade da vida.
            Precisamos de atitudes.
            Santo Agostinho, em O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, em resposta à questão 919, recomendou: Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma.
            O verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro, é reconhecido pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más, conforme se lê em O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. XVII, item 4.
            O Espiritismo nos ensina que Jesus é nosso Guia e Modelo.
            Na palavra do Venerando Benfeitor, Bezerra de Menezes [6]: Jesus, meus amigos, é mais do que um símbolo. É uma realidade em nossa existência. Não é apenas um ser que transitou da manjedoura à cruz, mas o exemplo, cuja vida se transformou num Evangelho de feitos, chamando por nós.
            Os que nos afirmamos cristãos, precisamos viver coerentemente como tal.
            Jesus não deixou de alertar: Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito. [7]
            Hora de pensar, hora de decidir.
            Há rumos e rumos.
            Rumos que libertam e rumos que escravizam.
            Maria de Magdala, que estava distante dEle, escolheu segui-lO.
            Judas Iscariotes, que estava ao lado dEle, escolheu trai-lO.
            Temos de um lado as bem-aventuranças e de outro as desaventuranças.
            Verso e reverso. Uma questão de escolha.
            Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a  rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e as não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva,e correram rios, e assopraram  ventos,  e combateram aquela casa, e caiu, e  foi grande sua queda![8]
            Observemos de que lado estamos: no lado do verso de luz da bem-aventurança, ou no reverso, em desventura de sombra e dor.

Bibliografia:

1 BÍBLIA, N.T. Mateus. Português. O novo testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1966. cap.5, vers. 37.
2______. Mateus. cap. 7, vers. 21.
3______. João. cap. 13, vers. 17.
4 XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1985. cap. 49.
5______. Alma e coração. Pelo Espírito Emmanuel. São Paulo: PENSAMENTO. cap. 54.
6 Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, na noite de 20 de abril de 1975, na sessão pública da Federação Espírita Brasileira, em Brasília, DF.
7 BÍBLIA, N.T. Lucas. Português. O novo testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1966. cap.16, vers. 10.
8______. Mateus. cap. 7, vers. 24-27.

Editorial
O Mundo Espírita
julho/2017

 

FLUIDOS E PERISPÍRITO

 

1. NATUREZA DOS FLUIDOS
            Ao estudarmos – no roteiro 1 do módulo VII (Pluralidade dos Mundos Habitados) do Programa Fundamental, tomo I – os conceitos e as características gerais do fluido cósmico universal, vimos que ele é [...]a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermédio é o da transformação do fluido em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados. Cada um desses dois estados dá lugar, naturalmente, a fenômenos especiais: ao segundo pertencem os do mundo visível e ao primeiro os do mundo invisível. Uns, os chamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita, os outros, qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo. Como, porém, a vida espiritual e a vida corporal se acham incessantemente em contato, os fenômenos das duas categorias muitas vezes se produzem simultaneamente. No estado de encarnação, o homem somente pode perceber os fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os do domínio espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem ser percebidos no estado de Espírito.4
            No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme; sem deixar deser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas talvez do que no estado de matéria tangível. Essas modificações constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos peculiares ao mundo invisível. Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados e são, para eles, o que são para nós as substâncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com os seus materiais, ainda que por processos diferentes.5
            Assim, todos os corpos, substâncias e fluidos existentes na natureza se originam dessa matéria primitiva. Os fluidos, objeto de estudo deste roteiro, são variáveis ao infinito. Os mais puros se confundem com o fluido cósmico universal. O [...] ponto oposto é o em que ele se transforma em matéria tangível. Entre esses dois extremos, dão-se inúmeras transformações, mais ou menos aproximadas de um e de outro. Os fluidos mais próximos da materialidade, os menos puros, conseguintemente, compõem o que se pode chamar a atmosfera espiritual da Terra. É desse meio, onde igualmente vários são os graus de pureza, que os Espíritos encarnados e desencarnados, deste planeta, haurem os elementos necessários à economia de suas existências.
            Por muito sutis e impalpáveis que nos sejam esses fluidos, não deixam por isso de ser de natureza grosseira, em comparação com os fluidos etéreos das regiões superiores.6
            Entretanto não podemos esquecer que está a [...] Natureza inteira mergulhada no fluido divino. Ora, em virtude do princípio de que as partes deum todo são da mesma natureza e têm as mesmas propriedades que ele, cadaátomo desse fluido, se assim nos podemos exprimir, possuindo o pensamento, istoé, os atributos essenciais da Divindade e estando o mesmo fluido em toda parte, tudo está submetido à sua ação inteligente, à sua previdência, à sua solicitude.
            Nenhum ser haverá, por mais ínfimo que o suponhamos, que não esteja saturado dele. Achamo-nos então, constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe podemos subtrair ao olhar; o nosso pensamento está em contato ininterrupto com o seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. Estamos nele, como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo.2

2. PROPRIEDADES DOS FLUIDOS
            Esclarecendo-nos sobre as propriedades dos fluidos - agentes e meios de ação do mundo invisível constituindo uma das forças e potências da Natureza – o Espiritismo nos dá a chave de inúmeros fatos e coisas inexplicadas e inexplicáveis de outro modo, fatos e coisas que passaram por prodígios, em outras eras. Do mesmo modo que o magnetismo, ele nos revela uma lei, senão desconhecida, pelo menos incompreendida, ou então, para melhor dizer, efeitos de todos os tempos conhecidos, pois que de todos os tempos se produziram, mas cuja lei se ignorava e de cuja ignorância brotava a superstição.1
            Citaremos, em seguida, algumas propriedades dos fluidos:
           - São utilizados como veículo do pensamento.8 O corpo físico e o perispírito, como subprodutos do fluido cósmico universal, possuem fluidos específicos, sendo que o fluido vital é um dos mais importantes.3 13
            Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam; o meio onde ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do Espírito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis somente à matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente, pela causa e pelos efeitos da luz ordinária.7
            Da mesma forma, utilizamos os elementos fluídicos condensados para construir os materiais existentes no plano físico, uma vez que a matéria é, em todos os estados, [...] o agente, o intermediário com o auxílio do qual e sobre o qual atua o Espírito [desencarnado ou não].12

3. QUALIDADES DOS FLUIDOS
            Fora impossível fazer-se uma enumeração ou classificação dos bons e dos maus fluidos, ou especificar-lhes as respectivas qualidades, por ser tão grande quanto a dos pensamentos a diversidade deles. Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se peloseflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são, como as da água e do ar, temporárias ou permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de tais ou tais efeitos. Também carecem de denominações particulares.
Como os odores, eles são designados pelas suas propriedades, seus efeitos e tipos originais. Sob o ponto de vista moral, trazem o cunho dos sentimentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de violência, de hipocrisia, de bondade, de benevolência, de amor, de caridade, de doçura, etc. Sob o aspecto físico, são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, suporíficos, narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsivos; tornam-se força de transmissão, de propulsão, etc. O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões, das virtudes e dos vícios da Humanidade e das propriedades da matéria, correspondentes aos efeitos que eles produzem.10
            Tem conseqüências de importância capital e direta para os encarnados a ação dos Espíritos sobre os fluidos espirituais. Sendo esses fluidos o veículo do pensamento e podendo este modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles devem achar-se impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os fazem vibrar, modificando-se pela pureza ou impureza dos sentimentos. Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável. Os fluidos que envolvem os Espíritos maus, ou que estes projetam são, portanto, viciados, ao passo que os que recebem a influência dos bons Espíritos são tão puros quanto o comporta o grau da perfeição moral destes.9
            Os Espíritos desencarnados imprimem aos fluidos do plano espiritual [...] tal, ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda os gazes ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual. Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são produto de um pensamento inconsciente. Basta que o Espírito pense uma coisa, para que esta se produza, como basta que modele uma ária, para que esta repercuta na atmosfera.14
            Dir-se-á que se podem evitar os homens sabidamente mal intencionados. É fora de dúvida; mas, como fugiremos à influência dos maus Espíritos que pululam em torno de nós e por toda parte se insinuam, sem serem vistos? O meio é muito simples, porque depende da vontade do homem, que traz consigo o necessário preservativo. Os fluidos se combinam pela semelhança de suas naturezas; os dessemelhantes se repelem; há incompatibilidade entre os bons e os maus fluidos, como entre o óleo e a água. Que se faz quando está viciado o ar? Procede-se ao seu saneamento, cuida-se de depurá-lo, destruindo o foco dos miasmas, expelindo os eflúvios malsãos, por meio de mais fortes correntes de ar salubre. A invasão, pois, dos maus fluidos, cumpre se oponham os fluidos bons e, como cada um tem no seu próprio perispírito uma fonte fluídica permanente, todos trazem consigo o remédio aplicável. Trata-se apenas de purificar essa fonte e de lhe dar qualidades tais, que se constitua para as más influências um repulsor, em vez de ser uma força atrativa. [...] Ora, como as suas qualidades guardam relação com as da alma, importa se trabalhe por melhorá-la, pois que são as imperfeições da alma que atraem os Espíritos maus. [...] Os maus Espíritos, igualmente, vão para onde o mal os atrai; eliminado o mal, eles se afastarão. Os Espíritos realmente bons, encarnados ou desencarnados, nada têm que temer da influência dos maus.11

 

REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O céu e o inferno Tradução de Manuel Justiniano Quintão. 60. ed. Rio de Janeiro : FEB, 2007. Primeira parte. Cap. 10, item 10, p. 155-156.
2. ______. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 52. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 2, item 24, p. 74-75.
3. ______. Cap. 10, item 16, p. 227.
4. ______. Cap. 14, item 2, p. 314.
5. ______. Item 3, p. 315.
6. ______. Item 5, p. 316.
7. ______. Item 13, p. 322.
8. ______. Item 15, p. 324.
9. ______. Item 16, p. 325.
10. ______. Item 17, p. 325-326.
11. ______. Item 21, p. 328-329.
12. ______. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 91. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Questão 22 -a, comentário, p. 74.
13. ______. Questão 427, p. 262.
14. ______. Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Poesias traduzidas por Inaldo de Lacerda Lima. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Ano 1868, nº 6, item: Fotografia do pensamento, p. 239-240.

 

 

ANTE AOS QUE PARTIRAM

 

            Nenhum sofrimento, na Terra, será talvez comparável ao daquele coração que se debruça sobre outro coração regelado e querido que o ataúde transporta para o grande silêncio.
            Ver a névoa da morte estampar-se, inexorável, na fisionomia dos que mais amamos, e cerrar-lhes os olhos no adeus indescritível, é como despedaçar a própria alma e prosseguir vivendo.
            Digam aqueles que já estreitaram de encontro ao peito um filhinho transfigurado em anjo da agonia; um esposo que se despede, procurando debalde mover os lábios mudos; uma companheira cujas mãos consagradas à ternura pendem extintas; um amigo que tomba desfalecente para não mais se erguer, ou um semblante materno acostumado a abençoar, e que nada mais consegue exprimir senão a dor da extrema separação, através da última lágrima.
            Falem aqueles que, um dia, se inclinaram, esmagados de solidão, à frente de um túmulo; os que se rojaram em prece nas cinzas que recobrem a derradeira recordação dos entes inesquecíveis; os que caíram, varados de saudade, carregando no seio o esquife dos próprios sonhos; os que tatearam, gemendo, a lousa imóvel, e os que soluçaram de angústia, no ádito dos próprios pensamentos, perguntando, em vão,pela presença dos que partiram.
            Todavia, quando semelhante provação te bata à porta, reprime o desespero e dilui a corrente da mágoa na fonte viva da oração, porque os chamados mortos são apenas ausentes e as gotas de teu pranto lhes fustigam a alma como chuva de fel.
            Também eles pensam e lutam, sentem e choram.
            Atravessam a faixa do sepulcro como quem se desvencilha da noite, mas, na madrugada do novo dia, inquietam-se pelos que ficaram...
            Ouvem-lhes os gritos e as súplicas, na onda mental que rompe a barreira da grande sombra e tremem cada vez que os laços afetivos da retaguarda se rendem à inconformação ou se voltam para o suicídio.
            Lamentam-se quanto aos erros praticados e trabalham, com afinco, na regeneração que lhes diz respeito.
            Estimulam-te à prática do bem, partilhando-te as dores e as alegrias.
            Rejubilam-se com as tuas vitórias no mundo interior e consolam-te nas horas amargas para que te não percas no frio do desencanto.
            Tranqüiliza, desse modo, os companheiros que demandam o Além, suportando corajosamente a despedida temporária, e honra-lhes a memória, abraçando com nobreza os deveres que te legaram.
            Recorda que, em futuro mais próximo que imaginas, respirarás entre eles, comungando-lhes as necessidades e os problemas, porquanto terminarás também a própria
viagem no mar das provas redentoras.
            E, vencendo para sempre o terror da morte, não nos será lícito esquecer que Jesus, o nosso Divino Mestre e Herói do Túmulo Vazio, nasceu em noite escura, viveu entre os infortúnios da Terra e expirou na cruz, em tarde pardacenta, sobre o monte empedrado, mas ressuscitou aos cânticos da manhã, no fulgor de um jardim.

Emmanuel


Fonte: XAVIER, Francisco C. Religião dos espíritos. 19. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. p. 153-155.

 

 

ALÉM DA MORTE

 

            Ninguém espere milagres depois da morte.
Pois que em verdade só terá aquilo que edificar dentro de si.
 Portanto, se algo almeja nesse outro plano da vida, trabalhe sempre muito para se fazer merecedor de um dia melhor.
            Ninguém pode imaginar que conquistará o conhecimento sem que por anos sucessivos tenha trabalhado e estudado muito, para conseguir um espaço na área que milita, são necessários anos de duro labor, mais ainda para adentrar um mundo mais feliz depois de haver deixado no campo físico as suas ilusões.
            Como qualquer pessoa que desejar o bem-estar, somente conquistará essa situação mediante muito trabalho e sacrifício, às vezes de muitos anos.
            Na vida espiritual não será diferente.
            Observa-se luta tão dura para se conseguir tão reduzido conforto aqui no mundo material e por tão pouco tempo.
Será que se conquistará algo muito mais grandioso, somente a custa de rogativa?  Porque pertence a esta ou aquela agremiação religiosa? Pois que estas coisas precisam ser questionadas, a fim de que se coloque num patamar que possa com lógica resolver essa questão.
Porque em Deus, até os espíritos mais inferiores acreditam, agora que deseja algo melhor, logo saberá que tudo tem sua razão de ser, também a vida o colocará no local justo pelos esforços que tiver feito no bem real, onde às vezes terá que se desvestir para vestir o próximo.
            É importante considerar que tudo caminha dentro de uma lógica.
            Precisa viver com mais intensidade cada minuto que passa, fazendo todo o bem que possa, ainda que sob as condições mais difíceis e evitando sempre o mal.
            É preciso continuar nessa luta sempre. A vida tem seus encantos, mas é preciso lutar, com bastante fé e decisão para alcançar o objetivo que sonha, caso contrário não logrará superar os seus problemas, mas a eles ficará preso ainda por muito tempo.

Mensagens - Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus.
Otacir Amaral Nunes

 

O SERVIDOR FIEL

 

            Vivia aquele pobre burro seus dias de provações, embora o dono daquele animal fosse um homem bom, mas o empregado que conduzia a carruagem era extremamente mau, especialmente com esse ajudante laborioso que o carregava de um lado para outro.
Às vezes suportando pesos enormes que quase superava suas forças, mas nem por isso deixava de levar as aguilhoada desse homem desalmado. Muito hábil sempre ocultava as maldades que praticava contra o pobre burro. A esse condenado ao trabalho forçado, deram-lhe o nome de Maquinista porque sempre estava à frente da carruagem de serviço, mas o Aderbal era implacável, sempre o fustigava para que andasse mais depressa, ou mesmo por maldade que era tão do seu caráter.
 Para dar asas a sua maldade, inventou um aguilhão com um prego que sempre ferrava em lugares especiais para que não fosse percebido pelo chefe. Não havia dia que não houvesse aguilhoada e às vezes no mesmo lugar que doía muito mais.
 Outras vezes dava carona a um funcionário subalterno que nada podia falar, pois qualquer conversa poderia ser mal interpretada. Raciocinava o companheiro simples, se levasse ao conhecimento do patrão tais atrocidades, ele seria dispensado do trabalho sumariamente e toda a família sofreia com isso, daí o silêncio, de maneira que foram dias insuportáveis para o Maquinista.
 Se burro pensasse deveria nutrir um ódio mortal contra esse homem desalmado, mas como não podia falar, continuava sofrendo os maus tratos de Aderbal, assim que se passaram seis anos naquele martírio, que parecia não ter fim, mas aquele funcionário que o acompanhava tudo da viatura e quando podia, de maneira muito discreta, passava alguma pomada para aliviar a dor ou cicatrizar com mais brevidade as picadas.
            Embora fosse chamado de burro, ele tinha algo de muito especial. Ele sabia rezar, aliás, aprendeu com sua bondosa mãe que fora a coisa mais preciosa que lhe ensinara, para ter a coragem de suportar aquele tratamento brutal, aplacar a sua dor ou suas mágoas, assim que podia se refugiava na oração, para que o seu algoz tomasse outro caminho na vida e o deixasse em outras mãos, porque não acreditava que houvesse algo pior do que conviver com esse condutor. 
Aderbal se estava alegre, fustigava o animal para andar mais rápido e chegar logo ao destino, se de mau humor, queria curar suas frustrações ferindo o pobre servidor que nada tinha com isso, de maneira que sempre sobrava alguma coisa para o Maquinista.  A vida tornara-se quase insuportável, porque tinha um verdadeiro terror dele, quando às vezes dormia chegava a sonhar com Aderbal que lhe crava o fino aguilhão, muitas vezes dando salto de horror no meio da noite, pois que até os seus iguais caçoava dele, dizendo que ele estava louco ou caduco, ou vira algum fantasma. Na realidade via o fantasma de Aderbal que o atormentava até quando tentava dormir.
            O Maquinista tanto pediu que foram ouvidas as suas orações pelo reino dos animais e espontaneamente Aderbal pediu transferência para outro lugar.
            Ainda o patrão e o empregado foram levá-lo com a família até a estação mais próxima, na volta o Maquinista começou agir de maneira estranha como se estivesse se libertando de algo terrível, parece demonstrar que estava muito feliz, inclusive dando o seu linguajar característico repetindo as vogais, até o patrão estranhou aquela atitude do animal, mas o funcionário que seguia com ele sabia muito bem o motivo, o Aderbal fora embora, era motivo de comemoração.
            Um dia o patrão contando aos demais funcionários aquela atitude estranha do animal um dele disse que sabia o motivo, pois que Aderbal sempre o maltratara muito, o patrão condoído dele, soltou o no pasto por dois anos como se fosse uma recompensa por haver suportado por tanto tempo os maus tratos.
            E livre passou aquela férias que foram o prêmio muito precioso ao seu sacrifício de servir calado, ainda sofrendo toda a sorte de maldade, mas nunca desanimou, mas confiou que seus sofrimentos tivesse fim algum dia, por isso, é um exemplo até para os humanos que por qualquer motivo recusam a servir, por achar a tarefa pesada demais,mas como já falavam os antigos “quem não serve para servir, não serve para viver”.

Mensagens - Mundo Encantado
Por Espírito Diversos.
Otacir Amaral Nunes

 

TRANSTORNOS OBSESSIVOS


Divaldo Pereira Franco
Médium e orador

            Partindo-se do princípio de que o Espírito é imortal, conforme os fatos constatados através dos tempos e, especialmente, por meio das pesquisas realizadas por Allan Kardec, que resultaram na codificação do Espiritismo, a vida no Além-Túmulo transcorre em condições parecidas com aquelas da organização material. Podemos afirmar, sem qualquer dúvida, que a vida física é uma cópia imperfeita dessa espiritual de onde vimos e para onde retornamos. Cada indivíduo desencarna conduzindo os valores éticos de que se faz portador, no que resultaram os seus atributos e ações.
Os sentimentos permanecem conforme a sua constituição, porque o campo vibratório em que passa a viver é muito mais complexo do que o terreno. Tanto o amor quanto o ódio continuam-lhe nas paisagens mentais e emocionais facultando alegria ou desconcerto.
As afinidades afetivas aproximam os Espíritos um dos outros, qual ocorre no planeta. Afeições profundas auxiliam-se reciprocamente da mesma forma que as animosidades aumentam, dando lugar aos terríveis fenômenos das obsessões.
Em razão do nível moral muito primário em que se vive na atualidade, facultando a primazia das paixões primitivas, o número de pessoas atormentadas é muito grande, favorecendo que adversários desencarnados se lhes acerquem e lhes aumentem os desvios de conduta e produzam sérios transtornos de saúde.
O maior número de problemas nessa área diz respeito aos próprios enfermos que se não esforçam pela mudança de comportamento moral e mental, a fim de sintonizarem com as aspirações que dignificam e produzem saúde, comprazendo-se no pessimismo, na indiferença, no ódio e nos vícios que corrompem a existência.
Esse comportamento facilita a influência dos seres infelizes que pululam na Erraticidade, transformando-se-lhes em obsessores perversos quão insensíveis.
Jesus Cristo já lecionava o amor como sendo a solução para todos os problemas humanos. No entanto, esse sentimento sublime foi transformado nos desejos da libido indisciplinada e do egoísmo exacerbado.
As Instituições espíritas estão repletas de enfermos de todo o jaez procurando soluções mágicas para os problemas que os infelicitam. No entanto, a Doutrina Espírita oferece os recursos terapêuticos preventivos e curativos para sanar o grande mal, que é a reforma interior do indivíduo, baseada na Lei de amor, que se encontra ínsita no Evangelho de Jesus e descrita como “Fora da caridade não há salvação”.
O número, portanto, daqueles que são obsidiados é muito maior do que se pensa. Diante do quadro assustador, faze uma análise de tua conduta emocional e observa em que grau de sanidade te encontras, evitando com todo esforço o transtorno obsessivo de consequências graves.

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 27-07-2017.

 

 

JESUS, OS ESSÊNIOS E NÓS
O que a história não conta ou os homens desconhecem.

Octávio Caúmo Serrano
01/08/2017


            No deserto da Judeia começaram a ser preparados os caminhos para a grande visita de Jesus de Nazaré. Vivendo no mosteiro do Qum Ran, próximo ao Mar Morto, e em outros espalhados pela Palestina, os Essênios viviam com sobriedade e fraternidade. Assistiam a todos, independentemente de crença, cor, raça ou parentesco. Tratavam qualquer um como irmão. Mais tarde, essa foi a máxima de Jesus quando nos recomendou: “Ama o próximo como a ti mesmo.” E para esclarecer o que devemos entender por próximo, explicou a Nicodemos, o doutor da lei judaica, com a parábola do Bom Samaritano. Disse que um homem seguia de Jerusalém para Jericó, descendo por uma pequena serra, cheia de salteadores, sem fazer menção quanto ao nome ou posição social do viajante. Apenas esclareceu que os religiosos (sacerdote e levita) não se preocuparam em prestar socorro ao infeliz; foi um discriminado herege da Samaria que o ajudou, deixando claro que não é o rótulo da crença que mede nosso verdadeiro valor no campo da caridade.
            Entre os mistérios sobre Jesus inclui-se o desconhecimento sobre sua vida dos 13 aos 30 anos. Uns dizem que Ele saiu do país e outros que viveu entre os Essênios. Como não há registros históricos oficiais, tudo fica no campo da especulação e o que nos resta é analisar, pelo bom senso, o que poderia ser verdade.
A semelhança da vida dos Essênios com o que pregou Jesus é grande, o que nos leva a crer que, pelo menos, houve da parte de Jesus contato com eles. Gratz afirma que João Batista, “a voz que clamava do deserto aplainando os caminhos do Senhor”, era essênio. Que essa comunidade era formada por pessoas diferentes não resta dúvida. O rei da Prússia, escrevendo a Voltaire, afirma: “Jesus foi um Essênio.” Os costumes também eram semelhantes; a reunião dos Essênios nas refeições lembra a ceia final que Jesus teve com seus apóstolos.
            Escritores acreditados da época, como Filon de Alexandria, falou dos Essênios: “Eles são como santos que habitam em muitas aldeias e vilas da Palestina. Unem-se por associações voluntárias mais do que por laços de família. Querem melhor praticar a virtude e o amor entre as criaturas; nas suas casas não há grito ou tumulto; quando um fala os outros ouvem respeitosamente; é um silêncio que causa grande impressão ao visitante. Moderam a cólera e sustentam a paz. O que dizem vale por um juramento porque, afirmavam, só precisa jurar quem é mentiroso.” Edmund Wilson, jornalista do periódico The New York Times, em série de reportagens sobre os documentos encontrados em 1947 no Mar Morto, escreve: “O Convento, esse prédio de pedras junto às águas amargas do Mar Morto, com seu forno, tinteiros, piscinas sacras e túmulos, é, talvez mais do que Belém e Nazaré o berço do cristianismo.”
            Os princípios de vida dos Essênios eram os mesmos pregados por Jesus: amor ao próximo, vida simples e desapego aos bens materiais. Nos fins de semana estudavam as escrituras e o mais preparado explicava para os demais tudo o que não fora entendido devido à simbologia das lições. Como fazia Jesus quando se reunia com seus discípulos em Cafarnaum, na casa da sogra de Pedro, para explicar as belezas do reino dos Céus. Mas os Essênios exigiam que os instrutores fossem igualmente superiores nos costumes e nos exemplos. O poder do instrutor independe de preparação cultural. Assim, se não for capaz de ensinar exemplificando, qualquer leigo pode desempenhar as suas funções. (grifo nosso!)
            Por isso, Hempel em 1951 escreveu: “Esclarecida a origem dos cristãos. O cristianismo é apenas essênio. Essênio ou cristão dá no mesmo.” Ainda agora, quando o Espiritismo está entre nós, vemos as orientações da espiritualidade superior confirmando os princípios essênios de fazer o bem sem olhar a quem. Mostrando que tudo é velho e tudo se renova com a evolução do entendimento.
            Sem pretender inventar novidades, recomendamos que as pessoas leiam sobre a vida dessa comunidade que viveu afastada da opulência e dos conflitos políticos e religiosos de Jerusalém, recolhendo-se na região inóspita do deserto da Judeia junto à lendária cidade de Jericó, a mais antiga da Terra entre as que têm mais de dez mil anos. Berço do publicano regenerado, o nosso estimado Zaqueu, que assim como Madalena, a certa altura da vida, estava inconformado com a maneira como vivia; sentindo um vazio existencial, sobe num sicômoro (árvore da região) para ver Jesus que visitava a sua cidade e orientar-se com Ele sobre o que fazer para redimir-se de erros que acreditava ter cometido. É um momento raro que acontece na vida de todos nós e é preciso estar atento na hora desse chamamento. E se tivermos a sinceridade de Zaqueu não precisamos buscar o Cristo nos templos, porque ele nos visitará na nossa própria casa como fez com aquele homem, proporcionando-lhe extrema felicidade. Para que Jesus entre na nossa vida basta abrir-lhe a porta do nosso coração. Uma porta que só se abre de dentro para fora.

Revista Internacional de Espiritismo
Agosto/2017

 

ASSASSÍNIO

 

            É estarrecedora e muito triste a notícia da estatística de crimes contra a vida na grande imprensa, chegando ao tétrico número de sessenta mil mortes por ano em nosso pacífico País.
            Tal índice supera o número de mortes em países que vivem uma guerra interna, com o povo dividido e sofrendo entre cruéis terroristas e governos não menos cruéis, que matam seu próprio povo.
            Os luminares que ditaram a glamorosa doutrina dos Espíritos disseram ao ilustre codificador Allan Kardec que aos olhos de Deus é grande crime o assassínio, pois aquele que tem a vida ceifada vê cortado o fio de uma existência de expiação ou de missão, e é aí que está o mal.
            Evidentemente que cada caso tem suas características que fazem com que o grau de culpabilidade seja desigual, já que Deus, o bondoso Pai, é justo e julga mais pela intenção do que pelo fato.
No caso de legítima defesa, só a necessidade pode desculpar o assassínio, mas advertem os benfeitores que se o agredido puder preservar sua própria vida, sem tirar a vida de seu agressor, deve fazê-lo.
            Lembram os bondosos Espíritos que a crueldade é o que há de pior no instinto de destruição e que resulta sempre de uma natureza má.
            Enquanto nossa sociedade não derrotar, não matar o orgulho e o egoísmo, chagas da humanidade, no dizer de Emmanuel, teremos que conviver, infelizmente, com esse escalabro que tira vidas preciosas, retardando o desenvolvimento do espírito encarnado, que veio para progredir.
            Felizmente a lei de progresso garante a evolução da humanidade, e os seres malfazejos, dominados ainda pelo instinto do mal, irão desaparecer e depois de longos sofrimentos, renascerão com maior experiência e melhor discernimento do bem e do mal, desenvolvendo novas qualidades, e assim, depois de várias gerações, seu desenvolvimento será completo.


                                                                                                          Crispim

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Referência bibliográfica:
O Livro dos Espíritos. Allan Kardec.

 

 

PSICOGRAFIA

Querida Mara! (11/2017)

            Hoje estou lhe escrevendo para notificar-lhe que a vida sempre continuará, e em nenhum momento comporta desânimo, porque os momentos que se vive são muito importantes, seja lá em que situação ele se dê. O  que importa é estar atento ao que o Pai nos solicita, isto é, o que se precisa naquele exato momento. Por incrível que pareça somos as mãos de Deus trabalhando para evolução, portanto,  não desperdice o tempo, nem se preocupe tanto, com certas situações, porque tudo tem seu tempo e a sua hora. Não se impaciente porque certas coisas não correram como queria, paciência e porque ocorreram, em contrapartida muitos fatos positivos, que muitas vezes não se deu a devida importância, mas fizeram um imenso bem.
            Em relação ao Carlos  apesar de tudo, as coisas caminham, muito embora lentamente, cada dia se habilita a novas conquistas no campo profissional, e isso trará novo ânimo, porque a mente ocupada sempre trás benefícios, porque  se põe a criar soluções, para resolver problemas e facilitar a vida. Deve se posicionar como conselheira, nunca impondo a suas idéias, porque terá mais efeito positivo essa postura porque fará que as pessoas cresçam mais em conseqüência, amadureçam para a vida.
            Ao caro Sérgio segue firme, apesar de certas dificuldades, pois que aos poucos vai se estabilizando na vida, vencendo obstáculos, transpondo barreiras e  caminhando, de maneira que com muita luta, sempre se vence, ou pelos menos se adquire em matéria de vivência considerável bagagem, o que é muito importante, porque quando encarnado precisa-se exercitar em certos temas considerados importantes, sob o aspecto moral, que é viver em plenitude, para enfrentar dentro de si os acontecimentos indispensáveis para a própria evolução, que não se consegue da noite para o dia, inclusive, em muitos casos somente a custa de muita luta, para se estabilizar no caminho correto, porque as dificuldades decorrem de um desequilíbrio momentâneo e que se precisa, com medidas justas  adotar mecanismo a fim de que restabelecer a situação normal que é o equilíbrio, pois que o equilíbrio é a posição chave, que permite maior bem, sem forçar a ponta da inconseqüência, ou seja, forçar certas possibilidades de maneira a auferir vantagens, mas desequilibrando o centro de gravidade, haverá inquestionavelmente uma série de turbulência, e muitas vezes não compensa, porque trás em sua grande maioria sérios prejuízos.
            A nossa querida filha, votos de sucesso em suas iniciativas, visando aprimorar as suas possibilidades profissionais.
            Assim paciência, pontualidade são imprescindíveis no momento atual, para manter-se em harmonia.
            Querida Mara, seus momentos de aflições, que é próprio das circunstâncias que está a vivenciar, difícil, mas muito importante, para dar um caráter mais sério a certos aspectos da vida que será de grande valia para o futuro, porque assim terá uma postura firme, em certos momentos da vida que lhe exigirão fortaleza, bom ânimo para não sucumbir ao desespero, mais trabalho, mais vontade de viver, estudo, amor são temas a ser abordados diariamente a fim de manter o rumo certo, que pode perder muito em certos momentos e invigilância e algumas vezes fica bem mais difícil conseguir equilibrar e quando a tempestade ruja com todo o furor, lançando ao desabrigo muitas pessoas consideradas importantes.
Ao Luizinho não é demais lembrar o questionário de sempre, a ser cada dia respondido, em trabalho, dedicação e amor, pois assim conseguirá vencer as últimas  resistências, para chegar –se ao porto da esperança, não obstante não é o  fim da viagem, mas o seu começo, que exigirá do marujo muita compreensão, para que por sua própria culpa não venha  encalhar em tantos portos, infestado de monstros a espreitar, colocando-se em condições de a qualquer momento tomar de assalto a posição de quem haja descuidado, criando-lhe diversos problemas para a complementação do percurso, tão importante e que mereceu apoio importante para que tal se realizasse.
Por hoje é só um grande abraço a todos, a querida Mara, aos filhos e netos.

 

Carlos

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado nº 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.