"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XIII - N. 149 * Campo Grande/MS * Junho de 2018.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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            Dá-me forças para enfrentar os meus desafios, sem direito a inventar desculpas, nem atribuir aos outros os meus fracassos, porque as vitórias, mesmo as mais pequeninas sempre dependeram de alguém.

 

VONTADE

 

            Certa vez perguntaram a uma criança o que era saudade e ela respondeu que era a vontade de ver de novo; grande resposta para uma pequena criança. Quando Allan Kardec perguntou aos luminares da humanidade como Deus criou o Universo, questão 38 de O Livro dos Espíritos (LE), eles responderam que foi por Sua vontade, e o que melhor caracteriza essa vontade onipotente foi quando Deus disse: Faça-se a luz e a luz foi feita.
            Mais à frente, na questão 78, quis saber, o glorioso codificador da glamorosa doutrina, se os Espíritos existem como Deus, de toda a eternidade, ao que responderam que se eles não tivessem tido princípio, seriam como Deus, mas não foi assim, são criação Dele e se submetem a sua vontade.
            Seguindo o questionamento, na questão 121, dizem, os benfeitores, que Deus não criou os Espíritos maus, criou-os simples e ignorantes, com aptidão para o bem ou para o mal, e os maus, assim se tornaram por vontade própria.
            O velho e bom dicionário Aurélio, entre várias definições, diz também que vontade é um sentimento que incita alguém a atingir o fim proposto por esta faculdade; aspiração; anseio; desejo. Já o apóstolo do Espiritismo, Léon Denis, falando da felicidade, afirma que ela não está em lugar algum no espaço, mas em nós, na profundeza da alma. Sendo pela vontade que movimentamos as potências internas da alma e as orientamos para um ideal elevado.
            Afirma ainda o grande filósofo espírita, que a vontade é a maior de todas as potências e o princípio da evolução não está na matéria, mas na vontade. Ela é a força soberana da alma, por excelência e é o princípio superior, o motor da existência, com a vontade divina sendo o supremo motor da vida universal.
            André Luiz na obra Missionários da Luz informa que a vontade desequilibrada desregula o foco de nossas possibilidades criadoras e esclarece que renúncia, abnegação, continência sexual e disciplina são providências de teor científico para o enriquecimento efetivo da personalidade. Conclui dizendo que os centros vitais desequilibrados forçarão a alma a permanecer em situações de desequilíbrio.
            A bondosa e ilustre benfeitora Joanna de Angelis na obra O Despertar do Espírito, ensina que a vontade é uma função diretamente ligada ao Eu profundo, donde decorrem as expressões do comportamento, que o Ego nem sempre expressa com o equilíbrio desejável. Recomenda que a vontade seja orientada, especialmente quando metas a alcançar são estabelecidas; metas que vêm do interesse do que se deseja conseguir.
            E para finalizar, o grande benfeitor Emmanuel diz que a boa-vontade descobre o trabalho e opera a renovação e a má-vontade gera sombra e favorece a estagnação.
                                                                                                         
Referências bibliográficas:

  • O Livro dos Espíritos. Allan Kardec.
  • O Problema do Ser, do Destino e da Dor. Léon Denis.
  • Missionários da Luz. Chico Xavier/André Luiz.
  • Rumo Certo. Chico Xavier/Emmanuel.

 

                                                                                                                      Crispim

 

 

SEMPRE A BOA VONTADE

 

            Quando sonha espera que se concretizem suas esperanças, mas se não age, o sonho ficará sem dúvida mais distante, até mesmo quando sonha ou projeta algo deve se dar ao trabalho rotineiro para alcançar o objetivo.
            Que continue a cumprir o seu papel, ainda que em situações mais severas, continue a sua marcha de maneira ordeira e clara quanto ao futuro que projeta, por isso ponha fé em seu sonho e trabalhe.
 Cada dia uma tarefa, uma obrigação ou uma porta que se abre para se encaminhar em busca da felicidade.
 Se algo não acontecer como esperava, não se deixe desanimar, porque agindo dessa maneira, pode estar comprometendo o futuro, visto que toda atitude pessimista sempre é entrave ao bom andamento de qualquer atividade. Porém, repensar alguns detalhes de quando em quando é importante, a fim de oferecer subsídio quanto estiver fazendo parte desse contexto, porque sempre há algo que precisa ser bem avaliado, pois que cada coisa no seu lugar é fundamental em qualquer parte
Quando surgirem problemas, logo procure dar a sua contribuição, lutando para que possa encontrar a solução ideal para cumprir o seu papel. Agindo com sabedoria pode descobrir o ponto certo que deve incentivar, ou pelos menos ter uma noção aproximada da realidade.
            É preciso considerar que tem tido grandes possibilidades de fazer o bem sempre, por isso mantenha-se na linha de frente ou na pior das hipóteses, procure incentivar aqueles que realmente desejam realizar algum projeto.
            É necessário que se coloque na condição de apoiar as boas iniciativas no campo da evolução moral das criaturas, porque é claro que o tempo é sempre um fator importante para realizar o que pretende. Porque o projeto que se adia sem um motivo justo poderá ser mais difícil de realizado no futuro.
            Por isso que continue a levar adiante as suas ideias. É claro que é muito difícil escolher certas coisas em alguns momentos, mas deve naturalmente fazer a sua opção pelo bem, mesmo que não tenha condições de realizar na forma ideal, mas fazendo um pouco, porque será muito pior, se porventura disser que não aceita a tarefa, porque não poderia fazer como a imagina, sendo esta um desculpa sem nenhuma base, porque o Pai quer para cada filho uma tarefa que o faça melhor e não seja pesado para o próximo.
            Boa vontade é a melhor expressão para o trabalhador do bem, por isso disponha-se a trabalhar de maneira equilibrada e contínua, porque somente sendo fiel no pouco que o Senhor o colocará em tarefa de maior importância, de qualquer maneira faça algo. Se não puder fazer o que gostaria, faça o que esteja em suas mãos no momento e siga em frente, que o Senhor o abençoará. Áulus.

 

                                   Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

A VERDADE INTERIOR

 

            Pode se valer de tantos recursos extraídos que a natureza, desfrutar dos bens que não produziu e  valer do labor alheio, mas somente adquire o conhecimento com esforço próprio e com o estudo constante e de maneira efetiva conquiste a capacidade de descobrir onde há trevas e onde há luz. Assim que sabiamente a espiritualidade considera imperioso o esforço próprio, espíritas instrui-vos, é uma instrução sábia e que completa a bela orientação de Jesus, “conheça a verdade e ela os fará livres”.
            Daí a necessidade do estudo constante em busca do equilíbrio diante dos parâmetros da grande proposta de Jesus ao mundo.
            Em toda a parte existem possibilidades inúmeras de descobrir a capacidade de discernir, mas para isso é necessário o estudo e o trabalho. Esses dois componentes são as bases do progresso moral, ilumina a mente e fortalece o corpo, e estes devidamente equilibrados hão de produzir os frutos que se fizera merecedor pelo conhecimento e pelo estudo que realizara.
            Assim  ao longo do percurso vai se adquirindo as experiências que o mundo oferece, a fim de caminhar no campo do conhecimento. Mas especialmente o conhecimento de si mesmo, porque esse compreende a evolução efetiva que cada um traz consigo e também a necessidade da luz do Sol para desenvolver-se com a fertilidade do solo do coraçao, para que nele viceje a semente sagrada do Evangelho e o desejo sincero de amar.
            Porque o homem necessita desafiar o potencial que traz consigo, muitos despertam dentro de si energias que dormitam já desde existências anteriores e está a espera de desabrochar esse potencial,
 É necessário o esforço continuo do interessado, caso contrário não se desenvolvera e nem se concretizará enquanto não encontre disponíveis as condições ideias. Pois é só com isso  moverá o ferrolho que abrirá a porta para uma maior compreensão da vida e também os meios para que se desenvolva a sua capacidade de amar ao próximo.
            Por este motivo invista o máximo em si mesmo, construa dentro de si argumentos que o fortaleça para enfrentar os grandes desafios, porque apesar de tudo tem conseguido dar alguns passos na senda libertadora, mas pode chegar mais longe, dependerá unicamente da decisão de caminhar.
            Quanto mais lute, mais compreenderá a necessidade de realizar alguma coisa em favor do bem de todos. O esforço e a decisão são extremamente necessários para que lute e continue a sua trajetória.
            É bem verdade que está num campo de provas e por isso mesmo a cada minuto necessita reavaliação os seus sentimentos, para aferir o seu equilíbrio emotivo.
            Pense nisso aproveite bem os meios que dispõe para adquirir os conhecimentos que necessita para continuar a sua trajetória com o êxito que espera, lembre-se de por fim a recordar a mensagem de Jesus; “Conheça a verdade e ela o fará livre”. Fiquem com Deus sempre. Áulus.

 

Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

O ALIMENTO ESPIRITUAL

 

            O professor lutava na escola com um grande problema.
            Os alunos começaram a ler muitas histórias de homens maus, de roubos e de crimes e passaram a viver em plena insubordinação.
            Queriam imitar aventureiros e malfeitores e, em razão disso, na escola e em casa apresentavam péssimo comportamento.
            Alguns pronunciavam palavrões, julgando-se bem-educados, e outros se entregavam a brinquedos de mau gosto, acreditando que assim mostravam superioridade e inteligência.
            Esqueciam-se dos bons livros.
            Zombavam dos bons conselhos.
            O professor, em vista disso, certo dia reuniu todas as classes para a merenda costumeira, apresentando uma surpresa esquisita.
            Os pratos estavam cheios de coisas impróprias, tais como pães envolvidos em lama, doces com batatas podres, pedaços de maçãs com tomates deteriorados e geléias misturadas com fel e pimenta.
            Os meninos revoltados gritavam contra o que viam, mas o velho educador pediu silêncio e, tomando a palavra, disse-lhes:
            — Meus filhos, se não podemos dispensar o alimento puro a beneficio do corpo, precisamos também de alimento sadio para a nossa alma. O pão garante a nossa energia física, mas a leitura é a fonte de nossa vida espiritual.
            Os maus livros, as reportagens infelizes, as difamações e as aventuras criminosas representam substâncias apodrecidas que nós absorvemos, envenenando a vida mental e prejudicando-nos a conduta. Se gostamos das refeições saborosas que auxiliam a conservação de nossa saúde, procuremos também as páginas que cooperam na defesa de nossa harmonia interior, a fim de nunca fugirmos ao correto procedimento.
            Com essa preleção, a hora da merenda foi encerrada.
            Os alunos retiraram-se cabisbaixos.
            E, pouco a pouco, a vida dos meninos foi sendo retificada, modificando-se para melhor.

 

Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei

 

 

OS MÉDIUNS PRECURSORES

 

            Segundo informações de Arthur Conan Doyle, existentes em seu livro História do Espiritismo, os principais médiuns precursores do Espiritismo (antes da publicação de O Livro dos Espíritos) foram: Emmanuel Swedenborg, Edward Irving, Andrew Jackson Davis, as irmãs Fox e Daniel Douglas Home.
            Emmanuel Swedenborg foi um engenheiro sueco que viveu no século dezoito. Possuía notável clarividência. Publicou alguns livros sobre a vida no mundo espiritual, afirmando, em um deles, que esse mundo consiste em várias esferas representando diversos graus de felicidade e luminosidade e que, após a morte, iremos para aquela à qual se adapte a nossa condição espiritual. É considerado o grande anunciador do influxo espírita dos últimos tempos, quando o fenômeno mediúnico deixa de ter caráter episódico, para transformar-se numa invasão organizada pelos Espíritos. Arthur Conan Doyle: História do espiritismo. 1
            Edward Irving foi um pastor protestante escocês, nascido em 1792, cuja mediunidade de inspiração atraía multidões para ouvir suas luminosas e eloqüentes pregações evangélicas. Na igreja que dirigia, ocorreram notáveis fenômenos de psicofonia e voz direta. Pode-se dizer que as experiências mediúnicas de Irving constituíram-se, por sua singularidade, em um traço de união entre Swedenborg e um outro eminente precursor da Doutrina Espírita. 2
            Andrew Jackson Davis, cognominado O Profeta da Nova Revelação, por ter previsto o advento do Espiritismo, nasceu em 1826, na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. A despeito da debilidade física que manifestava e do baixo nível de escolaridade, foi excelente médium clarividente, clariaudiente e de cura. Possuía, ainda, a natural capacidade de ver o futuro, de fazer diagnósticos e prognósticos médicos, e de exprimir-se em línguas desconhecidas, quando saía do corpo físico. Arthur Conan Doyle: História do espiritismo. 3
            Irmãs Fox em março de 1848, no humilde vilarejo de Hydesville, Estado de Nova Iorque, surgiram fenômenos mediúnicos que abalaram a opinião pública da época. Tais fenômenos ocorreram numa tosca cabana, residência da família Fox. Os acontecimentos a partir do primeiro diálogo com o Espírito, em 31 de março de 1848, empolgaram a população do vilarejo, surgindo, em novembro de 1849, as primeiras demonstrações públicas, com as irmãs Fox, o que resultou na formação do primeiro núcleo de estudantes do espiritualismo moderno. Zêus Wantuil: As mesas girantes e o espiritismo. 4
            Daniel Douglas Home, que possuía uma excepcional mediunidade de levitação, nasceu na Escócia, em 1833. A seu respeito assim foi dito: Quando Mr. Home passa, derrama em seu redor a maior de todas as bênçãos – a certeza da vida futura. Arthur Conan Doyle: História do espiritismo. 5

 

REFERÊNCIAS
1. DOYLE, Arthur Conan. História do espiritismo. Tradução de Júlio Abreu Filho. São Paulo: Editora Pensamento Ltda., 1992/1995. Cap. 1;
2. DOYLE, Arthur Conan. História do espiritismo. Tradução de Júlio Abreu Filho. São Paulo: Editora Pensamento Ltda., 1992/1995. Cap. 2;
3. DOYLE, Arthur Conan. História do espiritismo. Tradução de Júlio Abreu Filho. São Paulo: Editora Pensamento Ltda., 1992/1995. Cap. 3;
4. DOYLE, Arthur Conan. História do espiritismo. Tradução de Júlio Abreu 4. BARBOSA, Pedro Franco. Espiritismo básico. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Primeira parte. (O episódio de Hydesville);
5. DOYLE, Arthur Conan. História do espiritismo. Tradução de Júlio Abreu Filho. São Paulo: Editora Pensamento Ltda., 1992/1995. Cap. 9.

 

ESDE
2008

 

 

PSICOGRAFIA

 

            A Fé que transporta montanhas.
            Uma das mais belas páginas do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
            Espelha por si só, o desejo iminente da criatura em superar os obstáculos a sua jornada evolutiva.
            Anima o campo mental, na busca de recursos edificantes.
            Revive o instinto primitivo de busca e sintonia com as vibrações advindas do Criador.
            Revigora a crença da conquista.
            Impulsiona adiante.
            Racionaliza a Crença, concedendo-a subsídios para crer que o mérito do esforço também advém de Deus.
            Potencializa e sinaliza caminhos.
            Inspira atitudes construtivas.
            Auxilia a cura da Descrença.
            Registra em nós, a presença viva da Providência Divina, conduzindo-nos os passos, nas lições ministradas pela Instituição Educadora da Vida.
            Fé, impulso Divino, capaz de transformar, transpor e conquistar.
            Desta forma, atendendo ao pedido da Lição escolhida, transporto a estas folhas de papel, impressões colhidas desse outro lado da vida.
            Atraído pelas vibrações dos corações saudosos e familiares, sigo na condição de servidor, consciente de suas obrigações, que os laços sagrados e familiares nos lembram todos os dias.
            É bem verdade, que o tempo, encontra dissonância com o relógio terreno.
            Mas, estou bem, saudoso sim e sempre, da esposa, filhos e netos queridos, de toda nossa família e amigos.
            Mas renovo minhas forças nas visitas concedidas, não por méritos, mas sim por Misericórdia Divina, aos meus, as casas de oração, as oficinas de trabalho assistencial, que auxiliam aos nossos queridos irmãos de jornada.
            Tudo isso, eu agradeço diariamente em minhas preces e rogo a Jesus que inspire, proteja e abençoe a todos os corações afins, envolvendo-os em seu Manto Sagrado de Luz e Sabedoria.
            Daqui, tenho minhas obrigações e permaneço na disciplina que devo ter, como Cristão e Espírita, levantando a Bandeira de Jesus, em busca de um mundo melhor e digno de seu esforço em conduzir a Humanidade.
            Meu tempo se esgotou e na despedida breve, peço a Jesus que abençoe a todos, e possam levar para seus lares a Paz e a Inspiração Divina de Servir e Amar.
            Beijos a minha querida Gleide, aos filhos maravilhosos que educamos nos princípios Cristãos, as noras, aos netos queridos, o saudoso e amoroso abraço do esposo, pai, avô e admirador.

 

**Mensagem enviada pelo nosso irmão Otacir Amaral Nunes,
psicografada pelo médium Luiz Fernando Grijó, no Centro Espírita Vale da Esperança, em 10/05/2018.

 

 

CHICO XAVIER

O HOMEM DE BEM


            Em 30 de junho de 2002, desencarnava Francisco Cândido Xavier – apóstolo do Bem e missionário da mediunidade. Com esta página, em sua homenagem, transcrita de nossa Edição Especial, de julho de 2002, reverenciamos-lhe a vida e obra inesquecíveis

            Tudo o que se disse e escreveu sobre Francisco Cândido Xavier pode ser sintetizado nos “Caracteres do Homem de Bem”, que Allan Kardec ressalta na questão 918 de O Livro dos Espíritos e no capítulo XVII de O Evangelho segundo o Espiritismo, como segue:

            O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
            Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
            Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
            Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
            Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre
seus interesses à justiça.
            Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
            O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
            Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.
            Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.
            Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.
            É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: “Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado”.
            Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
            Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
            Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.
            Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
            Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.
            Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
            O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. (Cap. XVII, no 9.)
            Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.
            Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

 

Fonte: KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. 117. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. Cap. XVII, item 3.

 

Francisco Cândido Xavier psicografando

 

 

AJUDEMOS SEMPRE

“E quem é o meu próximo?”
(LUCAS, 10:29.)

            O próximo a quem precisamos prestar imediata assistência é sempre a pessoa que se encontra mais perto de nós.
            Em suma, é, por todos os modos, a criatura que se avizinha de nossos passos. E como a Lei Divina recomenda amemos o próximo como a nós mesmos, preparemo-nos para ajudar, infinitamente...
            Se temos pela frente um familiar, auxiliemo-lo com a nossa cooperação ativa.
            Se somos defrontados por um superior hierárquico, exercitemos o respeito e a boa vontade.
            Se um subordinado nos procura, ajudemo-lo com atenção e carinho.
            Se um malfeitor nos visita, pratiquemos a fraternidade, tentando, sem afetação, abrir-lhe rumos novos na direção do bem.
            Se o doente nos pede socorro, compadeçamo-nos de sua posição, qualquer que ela seja.
            Se o bom se socorre de nossa palavra, estimulemo-lo a que se faça melhor.
            Se o mau nos busca a influência, amparemo-lo, sem alarde, para que se corrija.
            Se há Cristianismo em nossa consciência, o cultivo sistemático da compreensão e da bondade tem força de lei em nossos destinos.
            Um cristão sem atividade no bem é um doente de mau aspecto, pesando na economia da coletividade.
            No Evangelho, a posição neutra significa menor esforço.
            Com Jesus, de perto, agindo intensivamente junto dele; ou com Jesus, de longe, retardando o avanço da luz. E sabemos que o Divino Mestre amou e amparou, lutou em favor da luz e resistiu à sombra, até a cruz.
            Diante, pois, do próximo, que se acerca do teu coração, cada dia, lembra-te sempre de que estás situado na Terra para aprender e auxiliar.

 

Fonte: XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. 35. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 126, p. 315-316.

 

Reformador
Março 2007

 

 

ATRAÇÕES E REPULSÕES ÁURICAS
E A FÍSICA QUÂNTICA

 

            A descoberta da aura dos seres vivos foi importante fator a contribuir para a atual concepção energética do homem.
            Em 1886, o cientista alemão Barão Karl Von Reichembach, com importantes trabalhos no campo da química, mineralogia e a geologia fez referência a radiações emitidas pelos corpos, que podiam ser percebidas por determinados sensitivos. Chamou-as radiações ódicas, que correspondiam ao atual conceito de aura. Outras experiências foram realizadas, por outros pesquisadores, ao longo da história, cuja descrição detalhada não é objetivo desse trabalho.
            Mas a prova definitiva de existência da aura, cujo estudo abre possibilidades fascinantes, de modo especial para a compreensão da natureza do homem, surgiu com sua fotografia, realizada pela primeira vez por um casal de pesquisadores russos: Semyon e Valentina Kirlian.
            O processo, hoje bem mais avançado, que passou a ser conhecido como fotografia Kirlian, consiste em colocar o objeto a ser fotografado, juntamente com o filme, entre eletrodos geradores de um campo oscilante de alta freqüência.
            As fotos revelaram um mundo fantástico, de radiações e cores, ate então somente descrito pelos clarividentes. Por pontos especiais fluíam energias coloridas, arremessadas a distância, como por um vulcão em plena erupção. Era o começo da revelação eletrônica de um ser humano, não enquadrável na definição de simples corpo físico.
            A partir daí, as fotos Kirlian começaram a ser utilizadas, inclusive para verificar a que tipo de praga determinada planta estaria mais ou menos receptiva.
            Numa ocasião, os Kirlian receberam duas folhas, de uma mesma planta, no mesmo estado de conservação. Pensavam que as fotos seriam iguais MS elas se revelaram extremamente diferentes, em termos de intensidade de radiação, brilho e presença ou não de fissuras nesse envoltório áurico.
            Na manhã seguinte, os Kirllian, desiludidos, narraram ao visitante que as fotos eram diferentes. Esse os cumprimentou pelo êxito da experiência e, so então, revelou-lhe que, embora da mesma espécie e arrancadas no mesmo momento, as folhas pertenciam a diferentes arvores, uma das quais contaminada. Nenhum teste feito no momento indicaria a contaminação da planta. Passou-se, então, a pensar nas fotografias de Kirlian como poderoso auxiliar no diagnósticos precoce de enfermidades.
            A Física Quântica nos descreve esse acontecimentos, em termos vibracionais. Cada um de nós tem suas freqüências vibratórias, que mudam de acordo com nosso estado físico e psicológico.
            Como todo o Universo é descirto em termos de vibração, conforme vibramos entramos na freqüência apreciada por vírus e bactérias ou naquelas capazes de repeli-los.
            Somos emissores e receptores e só captamos as freqüências em que vibramos. É como sintonizar um aparelho de rádio ou de televisão. Posto a vibrar na freqüência de determinada emissora recebe suas ondas.
            Assim, os padrões vibracionais das pessoas de quem nos aproximamos podem ser compatíveis ou não com nossa freqüência, o que determina uma afinidade ou repulsão natural, sem causa aparente.
            Assim como o perfume que alguém usa, sua cor de cabelo, o som da voz, enfim, coisas perceptíveis pelos sentidos, podem nos agradar ou não, - diríamos sintonizar com nossas preferências -, também existe uma capa invisível, chamada aura ou corpo bioplásmico, que entra em contato coma daqueles que nos se aproximam, gerando compatibilidade ou não de freqüências, vale dizer, atração ou repulsão.
            Não seria o halo de luz, que envolve a figura dos santos, pintados no medievo, uma forma de os grandes artistas, por isso mesmo sensíveis, perceber a aura?

 

Moacir Costa de Araujo é físico professor universitário, bacharel em direito, palestrante internacional e escritor espírita.

 

Revista Cultura Espírita
2012

 

EXAMINA-TE

 

“Nada faças por contenda ou por vanglória, mas por humildade.” -
Paulo. (FILIPENSES, capítulo 2, versículo 3.)

 

            O serviço de Jesus é infinito. Na sua órbita, há lugar para todas as criaturas e para todas as idéias sadias em sua expressão substancial.
            Se, na ordem divina, cada árvore produz segundo a sua espécie, no trabalho cristão, cada discípulo contribuirá conforme sua posição evolutiva.
            A experiência humana não é uma estação de prazer. O homem permanece em função de aprendizado e, nessa tarefa, é razoável que saiba valorizar a oportunidade de aprender, facilitando o mesmo ensejo aos semelhantes.
            O apóstolo Paulo compreendeu essa verdade, afirmando que nada deveremos fazer por espírito de contenda e vanglória, mas, sim, por ato de humildade.
            Quando praticares alguma ação que ultrapasse o quadro das obrigações diárias, examina os móveis que a determinaram. Se resultou do desejo injusto de supremacia, se obedeceu somente à disputa desnecessária, cuida de teu coração para que o caminho te seja menos ingrato. Mas se atendeste ao dever, ainda que hajas sido interpretado como rigorista e exigente, incompreensivo e infiel, recebe as observações indébitas e passa adiante.
            Continua trabalhando em teu ministério, recordando que, por servir aos outros, com humildade, sem contendas e vanglórias, Jesus foi tido por imprudente e rebelde, traidor da lei e inimigo do povo, recebendo com a cruz a coroa gloriosa.

 

Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

 

 

A PREGUIÇA

 

I


            Um homem saiu muito cedo e foi à praça para contratar trabalhadores. Ora, ali viu dois homens do povo que estavam sentados e de braços cruzados. Foi a um deles e o abordou, dizendo: “Que fazes aqui?” Ao que o mesmo respondeu: “Não tenho trabalho”; o que procurava trabalhadores disse, então: “Pega a enxada e vai ao meu campo, na vertente da colina onde sopra o vento sul; cortarás as urzes e revolverás o solo até que venha a noite; a tarefa é rude, mas terás um bom salário.” E o homem do povo colocou a enxada no ombro e agradeceu ao outro de coração.
            Ouvindo isso, o outro trabalhador levantou de seu lugar e aproximou-se, dizendo: “Senhor, deixai também que eu vá trabalhar em vosso campo”; e tendo dito a ambos que o seguissem, marchou à frente para mostrar-lhes o caminho. Depois, quando chegaram à encosta da colina, dividiu o trabalho em dois e se foi.
            Logo que partiu, o último dos trabalhadores contratados pôs fogo no mato da gleba que lhe coube na partilha e lavrou a terra com a enxada. O suor minava em sua fronte, sob o calor ardente do sol. Murmurando a princípio, o outro o imitou, mas logo abandonou a tarefa; fincando a enxada no chão, sentou-se ao lado, olhando o trabalho que seu companheiro fazia.
            Ora, no início da noite o dono do campo veio examinar o trabalho que havia sido realizado; chamando o trabalhador diligente, cumprimentou-o, dizendo: “Trabalhaste bem; eis o teu salário”; e o despediu, após dar-lhe uma moeda de prata. O outro também se aproximou, reclamando o valor de seu salário; mas o dono lhe disse: “Mau trabalhador, meu pão não saciará tua fome, porque deixaste inculta a parte do campo que te foi confiada; não é justo que aquele que nada fez seja recompensado como o que trabalhou bem”. E o despediu, sem dar-lhe nada.

II


            Eu vos digo que a força não foi dada ao homem, nem a inteligência ao seu espírito para consumir os dias na ociosidade, mas para ser útil aos semelhantes. Ora, aquele cujas mãos estiverem desocupadas e o espírito ocioso será punido e deverá recomeçar sua tarefa.
            Em verdade vos digo que sua vida será posta de lado como uma coisa que a ninguém aproveita, quando seu tempo se cumprir; compreendei isso como uma comparação. Qual dentre vós, se tiverdes em vosso pomar uma árvore que não dê bons frutos, não dirá a seu servo: “Cortai essa árvore e lançai-a no fogo, porque seus ramos são estéreis?” Ora, assim como tal árvore será cortada por causa de sua esterilidade, a vida do preguiçoso será posta no refugo, por ter sido estéril em boas obras.

 

Dissertação moral ditada por São Luís à Senhorita Hermance Dufaux
(5 de maio de 1858)

 

Revista Espírita
1958

 

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
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