SONHOS
O notável psiquiatra Sigmund Freud em sua grande obra “A interpretação dos sonhos”, entre outras leis, por ele descobertas, aponta uma, que gerou até certa polêmica, afirmando que o sonho é a realização de um desejo; desejo esse que fica reprimido no subconsciente, como que codificado.
Não seria a realização de um desejo que se pensou claramente, mas sim a realização do desejo na forma em que gravado, ou seja, um desejo disfarçado pelo cérebro para ludibriar a censura natural que existe na matéria reprimida e bem escondida.
Apesar dos méritos incontestáveis daquele trabalho fabuloso, seu autor não considerou o homem como sendo corpo físico, alma e corpo espiritual, como considera o Espiritismo.
O glorioso Allan Kardec, nos trabalhos de codificação da salutar e glamorosa doutrina, vai além de Freud ao questionar os luminares da humanidade sobre os sonhos.
Disseram os benfeitores que a alma não repousa com sono do corpo, pois o Espírito nunca está inativo e com o relaxamento dos laços que o prendem ao corpo, ele vai ao espaço relacionar-se com outros Espíritos.
No estado de sono corporal o Espírito tem mais faculdade, maior potencialidade do que no estado de vigília, podendo lembrar-se do passado e até algumas vezes prever o futuro.
Dizem ainda que, pobres de nós homens, julgamo-nos muito sábios e não sabemos as coisas mais comuns, que até nos assustam quando uma criança nos pergunta o que é o sonho.
Garantem que o sono liberta parcialmente a alma do corpo, e nós vivemos por algum tempo no estado em que viveremos depois da morte; coisa que deveria tirar-nos o medo dela.
Aquele que tem sonhos inteligentes, depois da morte procura os seres que lhe são superiores, viajam com eles, conversam e se instruem. Isso acontece com os Espíritos elevados, porque a maioria dos homens, depois da morte, enfrenta longo tempo de perturbação, indo quando encarnados, em sonho, a mundos inferiores, atrás de velhas afeições ou buscando gozos mais baixos ainda dos que aqui usufruem.
Afirmam ainda que é graças ao sono que os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo espiritual. E é esse fato que faz com que os Espíritos superiores concordem, sem grande repugnância, a reencarnar entre nós.
O sonho é ainda, segundo os benfeitores, a lembrança do que o Espírito viu durante o sono, e quando dizemos que não sonhamos, é que esquecemos, por não termos pleno desenvolvimento de nossas faculdades.
Lembram ainda que os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas de ânimo, covardes e medrosas.
Os sonhos não são verdadeiros, pois seria absurdo achar que sonhar com uma coisa anunciaria o acontecimento de outra coisa; mas são verdadeiros para o Espírito que vê tais imagens, porém no mais das vezes não guardam relação com o que se passa na vida corporal.
Pode haver também o efeito da imaginação, porque o Espírito, no sono, não tem toda a liberdade, por estar ligado à matéria e sofre a sua influência com as preocupações do dia-a-dia, podendo dar ao que vê, a aparência do que deseja ou do que teme.
Crispim.
Referências bibliográficas:
- O Livro dos Espíritos. Allan Kardec.
- A Interpretação dos Sonhos. Sigmund Freud.
A MENSAGEM QUE EXPEDE TODO O DIA
É verdade que todo o momento é importante, porque pode de repente atingir o auge de sua realização no mundo no bem ou no mal, no bem, para se felicitar, no mal, para deplorar o tempo perdido.
A cada momento está expedindo uma mensagem em alguma direção, para isso cuide muito bem das palavras e opiniões que expede e por esses meios também será julgado, ou avaliado.
Não se pode avaliar um aluno pelo que não fez, mas justamente pelo que demonstrou, assim que a meta será correspondente ao ideal que cultiva. Para o aluno diligente é certo que suas notas, pela lógica, deverão ser melhores, do que aquele que pouca importância dá ao estudo.
Nisso como em tudo, o empenho é fundamental. Se algo pretende fazer em favor do próximo, coloque amor e humildade, a fim de que sua mensagem construa para o bem.
De teorias o mundo está cheio, o que falta mesmo é bons exemplos. Por isso, a nossa civilização não atingiu ainda o seu grande objetivo, porque o homem ainda está distante de viver de maneira coletiva, mas só pensa em si; com isso o orgulho e o egoísmo encontram o solo fértil para desenvolver-se.
Mas, no seu caso, se puder passar uma boa mensagem ao seu filho, é certo que terá nele um cidadão confiável, porque, a rigor, só terá daquilo que dá.
Portanto, uma grande oportunidade para que se avaliem certas atitudes, que muitas vezes não correspondem à melhor maneira de agir em sociedade, porque o senso coletivo é que deve nortear os ideais que abraçamos, isto é, não fazer ao próximo aquilo que não se queira para si, encerra os nobres ensinamentos de Jesus “ame ao próximo como a si mesmo”, uma lição plena de sabedoria, porque dá ao homem a oportunidade de construir dentro e fora de si um mundo melhor, que é o sonho de muita gente.
Muitas vezes aquele crítico sistemático só vê dores no mundo que vive, esquecendo que este mundo é a somatória de todas as nossas ações em sentido relativo;, muitas vezes também não tem dado bons exemplos de nada; muitas vezes ainda pior, sequer dá educação básica aos filhos para que vivam de maneira digna na sociedade.
Alguns até imaginam que o mundo não tem jeito, mas também ignoram que eles fazem parte do problema. È uma maneira de aprender como viver no mundo, que sempre atribui aos outros os problemas que enfrentam, quando resulta de suas ações insensatas, que sequer guarda o apoio da razão.
Portanto, lembre-se de sua mensagem que deve expedir todos os dias que ela carregue amor e bondade, simplicidade e sabedoria, esperança e caridade, a fim de que cumpra o seu papel no mundo de maneira clara.
O caminho a percorrer é muito longo, mas se começar ainda hoje é certo que alcançará o objetivo mais rapidamente. Áulus.
Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
DEPRESSÃO
Embora debaixo deste céu azul, respirando esse ar pleno de energia, vivendo uma experiência em que pode eventualmente esquecer os drama do passado, resultante de existências mal vividas, através da experiência magnífica da reencarnação. Além de tudo, pode recomeçar a ressarcir as sombras do passado e lançar bases seguras com vista a um futuro cada dia mais venturoso pelo amor que devotas aos outros.
Mas é da lei suprema que cada um recolha do que imprevidente semeou no caminho alheio. Não no sentido de punição, mas de endireitar as veredas para atender a grande proposta de Jesus ao mundo, determinado amar até aqueles que nos firam, ficando em nossa pele as cicatrizes de nossas lutas e de nossas vitórias, testemunhas contundentes de quem lutou o bom combate.
Mas hoje o encontro cabisbaixo e triste, deplorando a vida que vive, como se o mundo fosse o seu algoz, ou até conspiração contra os seus sonhos de felicidade. Talvez por conta de algumas feridas que não conseguiram se cicatrizar em definitivo, como se fosse uma nuvem de sombras escuras que perpassam em seu coração amargurado.
Também dá uma imensa tristeza de vê-lo nessa condição, mergulhado nesse ambiente de pessimismo extremo. Parece que perdeu o gosto de viver, como se despertasse de um pesadelo e esse sentido de tortura íntima invade o seu coração. E nesses momentos de angústias na experiência neste planeta abençoado, talvez esquecido que pode estabelecer nova meta para o seu destino.
É claro que tem todo o direito de fazer as suas escolhas. Todavia escolha o lado positivo da vida, não seja o inimigo número um da sua paz, talvez alguém muito especial que não correspondeu as suas expectativas no campo dos sentimentos, pensando, talvez em se ferindo, para também feri-lo e por conta disso se entregou a esse estado de autodestruição.
Talvez não percebendo que é uma dos maiores chagas que abre em sua alma, por isso nesse alvorecer radioso levante a cabeça e valorize cada instante dessa experiência maravilhosa de viver. Aliás, dessa aventura de viver e que talvez olhando pela janela possa perceber que há vida em abundância por toda parte, mas permanece segregado dentro de si mesmo, como aquele deserto que sequer sonha com a chuva benfazeja, embora elas existam.
Porque é da lógica da vida que depois daquelas noites escuras, o Sol, como por milagre surja no horizonte iluminando a própria vida. Talvez alguém o tenha decepcionado em assuntos do coração e sinta-se por momento sem razão para viver, mas não deplore as dificuldades de hoje, mas contabilize a felicidade de ontem que constitui um patrimônio imperecível, configurado nas boas lembranças que também ajudam a viver.
Talvez com uma maneira mais otimista de encarar a vida, pode de repente visualizar com mais segurança que o futuro está ainda em suas mãos e alguém carinhosamente pode tocar o seu coração e voltar novamente à alegria de viver. Talvez ainda esteja reservado algo maravilhoso para o seu destino e nesse momento conturbado não seja capaz de perceber.
Levante e ande conforme propôs Jesus, na expectativa de está passando uma nova fase de sua vida, talvez a mais complicada, mas com otimismo pode ajudar Deus lhe ajudar também.
Pode sim porque já sabe que o anjo mais resplandecente escolheu a todos para dirigir-lhes os destinos, mas nunca prometeu vitória sem luta, nem direitos sem deveres.
Por certo, foi muito claro em afirmar “que cada um tome a sua cruz e siga-me”, para deixar o exemplo gravado de forma indelével na história do mundo. Resolveu entregar-se numa cruz, apesar haver sido bom e generoso, fizera com Ele o que fizeram, retornando a casa do Pai e naquele instante derradeiro, acompanhado somente por dois ladrões.
Porém nem por isso deixou-se abater e rogou ao Pai para que perdoassem aquelas criaturas ignorantes e infelizes que o crucificaram. Na realidade não sabiam o que estava fazendo, naturalmente que antevendo os amargos sofrimentos que aguardavam aquelas consciências retardatárias.
Ao encerrar a sua missão no mundo, ficou o exemplo contundente e levou os seus compromissos de amor até as ultimas consequências e deixando após si esse padrão de grandeza a desafiar todos a segui-lo.
Diante da dor, ame mais. Revista-se de mais coragem e siga em frente. Pode acontecer que essas amarguras de hoje, sequer resistam a um novo alvorecer que se desenha claro no horizonte que se descortina ao longe. Confie e viva. Áulus.
Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
PSICOGRAFIA
Querida Elisa!...
Não é sem tempo que estou de volta, para afirmar que continuo com o mesmo propósito no coração de mãe, que deseja continuar contigo, ainda que em planos diferentes, aconteça o que acontecer, pois aqui estou para garantir lhe que estarei sempre ao seu lado, dentro do possível, pois que tenho minhas pequenas obrigações, mas serei sempre presente.
Quero dizer que enfrentei muitas dificuldades e ainda as enfrento hoje, mas graças a Deus, já consigo ver alguma coisa.
Isso me alegra muito, pois voltei para cá, sem noção de nada que se refere à vida espiritual. Pois que estava presa a tantas coisas, diga-se de passagem, insignificantes, mas que na época me trouxera profundas dores e preocupações, mais tarde, aconselhada por espíritos benevolentes, compreendi que estava sofrendo, como se diz, na linguagem popular, “de graça”, por coisas que nesta outra margem da vida, não tem nenhum valor, mas até chegar a este estágio sofri muito.
Compreendi a custa de muito sacrifício, como o apego aos bens transitórios trás tantos sofrimentos, porque agora me lembro bem. Minha maior preocupação quando desencarnara eram minha jóias, minhas plantas que ninguém como eu e outros bens que fariam deles, mas minhas jóias muito caras e antigas eram minha paixão. Criando problemas antecipados para mim, que chegara, inclusive a adoecer, claro que nunca contei a ninguém e porque dessa enfermidade súbita. Dei todo o valor aquilo que só tem um valor muito relativo, dependendo de onde estamos, isto é, se bens materiais, só no plano físico tem valor e ainda assim, somente na condição de usuário e não com a posse real, pois que não podemos carregar para este lado.
Porém, para colocar isso na minha cabeça, somente a custa de muito sofrimento, porque ainda acompanhava aquelas pessoas que ficaram com minhas jóias, às vezes com ciúme ou raiva. Às vezes ainda que na condição de espírito parece que ficaria louca, em muitos momentos ficava realmente possessa de ódio por causa de minhas benditas jóias, que passavam para outras mãos que não queria.
Até que um dia lembrei-me do diálogo que Jesus mantivera com o jovem rico, que perguntando ao Mestre qual era o meio de ganhar a vida eterna. O que Jesus respondeu, que obedecesse os mandamentos. O que ele respondeu que observara desde sua juventude, inclusive citando na íntegra.
Porém, Jesus falou, “uma coisa te falta”, vai e vende todos os teus bens e segue-me. Conta o evangelista que o moço ficou muito triste, porque era detentor de muitos bens, e retirou-se cabisbaixo e muito amargurado.
Não seria meu caso aproximado, pois que meus sofrimentos tiveram origem exatamente nessa idéia fixa de posse de valores transitórios, criando-me sérios problemas, pois que estes objetos antes de serem um bem para mim, constituíra num empecilho a minha paz e felicidade, por tanto tempo. Será exagero nesse ponto!
Coisa que para mim não tinha utilidade nenhuma, somente ostentação, no entretanto fora a origem de meus sofrimentos mais atrozes, por tantos anos.
Mas agora estou livre só para pensar em você, minha querida filha e em meus netos adorados. Desejo vê-la cada dia mais feliz, junto aos familiares queridos. Que bela família! É uma grande felicidade para mim.
Há poucos dias quando minha neta Elizabete completava quinze anos, usava o colar de pérolas que me pertencera e que tanto amava, fiquei muito feliz, porque achei que em seu pescoço ficou maravilhoso e tive uma grande alegria, quando ela dizia a suas amigas. Estou colar maravilhoso pertenceu a minha avó Edinaura, verdade que parecia sonhar ao ouvir isto “que pertenceu a minha avó”.
Compreendo hoje que uma jóia tão preciosa, cada um deve usar por sua vez, espalhando alegria e beleza em todo lugar.
Gostaria de falar ainda de muitas coisas, mas meu tempo terminou, quem sabe de outra feita poderia completar a minha história, com um final feliz.
De sua mãe sempre agradecida.
Abraços ao genro e netos.
Edinaura
A BÊNÇÃO DO TRABALHO
É pela bênção do trabalho que podemos esquecer os pensamentos que nos perturbam, olvidar os assuntos amargos, servindo ao próximo, no enriquecimento de nós mesmos.
Com o trabalho, melhoramos nossa casa e engrandecemos o trecho de terra onde a Providência Divina nos situou.
Ocupando a mente, o coração e os braços nas tarefas do bem, exemplificamos a verdadeira fraternidade, e adquirimos o tesouro da simpatia, com o qual angariaremos o respeito e a cooperação dos outros.
Quem não sabe ser útil não corresponde à Bondade do Céu, não atende aos seus justos deveres para com a Humanidade nem retribui a dignidade da pátria amorosa que lhe serve de Mãe.
O trabalho é uma instituição de Deus.
*
SENDA DE PERFEIÇÃO
Quem move as mãos no serviço,
Foge á treva e à tentação.
Trabalho de cada dia
É senda de perfeição.
Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei
IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE COMUNICAÇÃO MEDIÚNICA
Uma das maiores dificuldades que o médium encontra para a realização da sua tarefa – sobretudo se ele é iniciante – diz respeito à procedência das comunicações que transmite, ainda que tenha conhecimentos sobre os fenômenos anímicos e os mediúnicos. O assunto desperta, naturalmente, algumas indagações: é possível saber com segurança se a comunicação é mediúnica, propriamente dita, ou é anímica? Será que sob [...] a evocação de certas imagens, o pensamento do médium não se tornaria sujeito a determinadas associações, interferindo automaticamente no intercâmbio entre os homens da Terra e os habitantes do Além? 9 . Poderíamos definir [...] o limite onde cessa a ação própria da alma e começa a dos Espíritos? 8
Saber distinguir se a comunicação é do próprio médium ou de um Espírito demanda tempo e aprendizado. Faz-se necessário observar com atenção a natureza das comunicações, a linguagem e a identidade dos Espíritos comunicantes. Não se trata, porém, de tarefa de fácil execução. Entretanto, é possível analisar as principais dificuldades para identificar as fontes de comunicação mediúnica.
1. DISTINÇÃO ENTRE FENÔMENO MEDIÚNICO E FENÔMENO ANÍMICO
É por vezes muito difícil distinguir, num dado efeito, o que provém diretamente da alma do médium do que promana de uma causa estranha, porque com freqüência as duas ações se confundem e convalidam. É assim que nas curas por imposição das mãos, o Espírito do médium pode atuar por si só, ou com a assistência de outro Espírito; que a inspiração poética ou artística pode ter dupla origem. Mas, do fato de ser difícil fazer-se uma distinção como essa não se segue seja impossível. Não raro, a dualidade é evidente e, em todos os casos, quase sempre ressalta de atenta observação.8
Outro ponto que deve ser levado em conta, na distinção de um e do outro fenômeno, além da observação assinalada por Kardec, é o conhecimento sobre mediunidade: seus mecanismos, as influências a que o médium está sujeito, etc.
Buscando símbolo mais singelo, figuremos o médium como sendo uma ponte a ligar duas esferas, entre as quais se estabeleceu aparente solução de continuidade, em virtude da diferenciação da matéria do campo vibratório. Para ser instrumento relativamente exato, é-lhe imprescindível haver aprendido a ceder, e nem todos os artífices da oficina mediúnica realizam, a breve trecho, tal aquisição, que reclama devoção à felicidade do próximo, elevada compreensão do bem coletivo, avançado espírito de concurso fraterno e de serena superioridade nos atritos com a opinião alheia.11 No mediunismo comum, portanto, o colaborador servirá com a matéria mental que lhe é própria, sofrendo-lhe as imprecisões naturais diante da investigação terrestre; e, após adaptar-se aos imperativos mais nobres da renúncia pessoal, edificará, não de improviso, mas à custa de trabalho incessante, o templo interior de serviço, no qual reconhecerá a superioridade do programa divino acima dos caprichos humanos. Atingida essa realização, estará preparado para sintonizar-se com o maior número de desencarnados e encarnados, oferecendo-lhes, como a ponte benfeitora, oportunidade de se encontrarem uns com os outros, na posição evolutiva em que permaneçam, através de entendimentosconstrutivos. 12
Sendo assim, as influências anímicas diminuirão com o passar do tempo – sem jamais cessar de todo –, à medida que o médium adquirir mais conhecimento e mais experiência, porque a mediunidade, como tudo na vida, tem [...] sua evolução, seu campo, sua rota. Não é possível laurear o estudante no curso superior, sem que ele tenha tido suficiente aplicação nos cursos preparatórios,
através de alguns anos de luta, de esforço, de disciplina.10
REFERÊNCIAS
8. ______. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 39. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Primeira Parte, item:Controvérsias sobre a idéia da existência de seres intermediários entre o homem e Deus. Comentários de Kardec, p. 102.
9. XAVIER, Francisco Cândido. No mundo maior. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 9 (Mediunidade), p. 149.
10. ______. p. 150-151.
11. ______. p. 152-153.
12. ______. p. 154.
ESDE
2008
SEM ADIAMENTOS
Filhos da alma:
Que Jesus nos abençoe!
Aqueles dias, assinalados pelo ódio e pela traição, pelo desbordar das paixões asselvajadas pelo crime e a hediondez, eram as bases sobre as quais as forças conjugadas do Mal iam erigir o seu quartel de destruição do Bem.
Veio Jesus e gerou uma nova era centrada no amor.
Dezenove séculos depois, apresentavam-se as criaturas em condições quase equivalentes. É certo que, nesse ínterim, houve um grande desenvolvimento tecnológico e científico, e o progresso colocou fronteiras que se abriam para o futuro, mas as lutas eram tirânicas entre o materialismo e o espiritualismo.
Então veio Allan Kardec e, com a caridade exaltando o amor do Mestre, proporcionou à Ciência investigar em profundidade o ser humano, identificando-lhe a imortalidade, a comunicabilidade, a reencarnação do Espírito, que é indestrutível.
Cento e cinqüenta anos depois, as paisagens terrestres encontram-se sombreadas por crimes equivalentes aos referidos, que não ficaram apenas no passado, e o monstro da guerra espreita sorrateiro nos pontos cardeais do Planeta, aguardando o momento para apresentar-se destruidor, como se capaz fosse de eliminar o Bem, de destruir a Vida.
Neste momento, a Doutrina Espírita, sintetizando o pensamento de Cristo nas informações da sua grandiosa filosofia centrada na experiência dos fatos, apresenta a Era da Paz, proporcionando a visão otimista do futuro e oferecendo a alegria de viver a serviço do Bem.
Vivemos os momentos difíceis da grande transição terrestre.
As dificuldades multiplicam-se e a cizânia homizia-se nos corações, procurando gerar divisionismos e partidos que entrem em conflagração com caráter destruidor. O ódio, disfarçado na indumentária da hipocrisia, assenhoreia-se das vidas, enquanto a insensatez estimula os instintos não superados, para que atirem a criatura humana no charco das paixões dissolventes onde pretendem afogá-la. Mas é neste momento grave que as luzes soberanas da verdade brilham no velador das consciências, conclamando-nos a todos, desencarnados e encarnados, a porfiar no bem até o fim.
Não são fáceis as batalhas travadas no íntimo, mas Jesus não nos prometeu facilidades. Referiu-se mesmo à espada que deveria separar o bem do mal, destruir a iniqüidade para salvar o iníquo.
Os desafios que se multiplicam constituem a grande prova através da qual nos recuperamos dos delitos graves contra nós mesmos, o nosso próximo, a sociedade, quando pervertemos a mensagem de amor inspirados pelos interesses vis a que nos afeiçoávamos.
Agora é o grande instante da decisão. Não há mais lugar para titubeios, para postergarmos a realização do ideal.
Já compreendemos, juntos, que os denominados dois mundos são apenas um mundo em duas vibrações diferentes. Estão perfeitamente integrados no objetivo de construir um outro mundo melhor e fazer feliz a criatura humana.
Demo-nos as mãos, unidos, para que demonstremos que as nossas pequenas diferenças de opinião são insuficientes para superar a identificação dos nossos propósitos nos paradigmas doutrinários em que firmamos os ideais.
Demo-nos as mãos, para enfrentarmos a onda de homicídios legais nos disfarces do aborto, da eutanásia, do suicídio, da pena de morte que sempre buscam a legitimação, porque jamais serão morais.
Empenhemo-nos por viver conforme as diretrizes austeras exaradas no Evangelho e atualizadas pelo Espiritismo.
Jesus, meus filhos, encontra-se conduzindo a nau terrestre e a levará ao porto seguro que lhe está destinado.
Disputemos a honra de fazer parte da sua tripulação, na condição de humildes colaboradores. Que o sejamos, porém, fiéis ao comando da Sua dúlcida voz.
Não revidar mal por mal, não desperdiçar o tempo nas discussões infrutíferas das vaidades humanas, utilizar esse patrimônio na edificação do reino de Deus em nós mesmos, são as antigas-novas diretrizes que nos conduzirão ao destino que buscamos.
Estes são dias tumultuosos!
Se, de uma forma, viveis as alegrias dos avanços do conhecimento científico e tecnológico, desfrutais das comodidades que proporcionam ao lado de centenas de milhões de Espíritos sofridos e anatematizados pela enfermidade, pela fome, pela dor, quase esquecidos, também são os dias de acender a luz do amor em vossos corações, para que o amor distenda as vossas mãos na direção deles, os filhos do calvário. Mas não apenas deles, como também dos filhos do calvário no próprio lar, na Casa Espírita, na oficina de dignificação pelo trabalho, no grupo social...
Em toda parte Jesus necessita de vós, para falar pela vossa boca, caminhar pelos vossos pés e agir através das vossas mãos.
Exultai, se incompreendidos. Alegrai-vos, se acusados. Buscai sorrir, se caluniados ou esquecidos dos aplausos terrestres.
As vossas condecorações serão as feridas cicatrizadas na alma que constituirão o passaporte divino para, depois da grave travessia, entrardes no grande lar em paz.
Ide, pois, de retorno às vossas lides e amai.
Levai Jesus convosco e vivei-O.
Ensinai a todos a doutrina de libertação e dela fazei a vossa bússola.
Na ampulheta das horas o tempo continua inexoravelmente sem tempo para adiamentos.
Vigiai orando e amai servindo.
Que o Senhor de bênçãos nos abençoe, filhos da alma, é a súplica que faz o servidor humílimo e paternal de sempre.
Bezerra
(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco ao final da Reunião do Conselho Federativo Nacional da FEB, no dia 11 de novembro de 2007, em Brasília, DF.)
Reformador
2008
A VISÃO ESPÍRITA NO ANO NOVO
Desde os primórdios da Humanidade, o homem teve necessidade de estabelecer marcos que delimitavam o tempo, seja em ciclos diários, mensais ou anuais. Os corpos celestiais nos serviram de referência para a determinação desses períodos ao longo de nossas existências, sendo usados vários métodos, adequados à época, para assinalar sua passagem.
Se a preocupação de registrar a passagem dos dias, meses e estações sempre existiu, também estava presente a ideia de que o tempo é contínuo, sem divisões, composto de períodos que se repetem e que formam os anos, sem que houvesse a determinação de um início e um fi m de cada ciclo.
Na cultura ocidental, somente no século I a.C. foi estabelecida a data de 1º de janeiro como sendo a que dava início a um novo ano. Os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões; daí deriva o nome do mês de janeiro, decorrente do nome dessa entidade, que tinha duas faces (bifronte): uma voltada para frente (visualizando o futuro) e a outra para trás (visualizando o passado).1
Hoje, mantendo-se essa página da cultura ocidental, o Ano-Novo, ou réveillon, acontece quando celebramos o fi m de um ano e o começo do próximo. Todas as culturas que têm calendários anuais celebram o “Ano-Novo”. O termo réveillon é oriundo do verbo francês réveiller, que em português significa “despertar”.
Esse é o simbolismo presente nas comemorações da nova etapa que se inicia em janeiro, quando analisamos o período que se encerra e projetamos nosso futuro, “despertando” para novos projetos.
Tradicionalmente, as comemorações eram, e continuam em geral até hoje, voltadas para mudanças e novos compromissos materiais, tais como promessas – tão comuns, quanto não cumpridas – sempre em torno da ideia de um recomeço diferente.
A Doutrina dos Espíritos nos apresenta a realidade de que somos Espíritos imortais, encarnados com o propósito de aprendermos e evoluirmos moralmente em busca de nossa destinação, que é a perfeição. Entendemos que o tempo para nós – Espíritos – não é finito, embora a etapa dessa jornada o seja, enquanto vivenciando a existência física.
É com este entendimento que devemos ampliar nossas percepções sobre esse “réveillon”, sobre esse despertar para um novo período onde se apresentam oportunidades de transformação, de adoção de novos hábitos. O marco de um Ano-Novo surge como momento de efetiva avaliação, mais presente do que deve ser a busca do autoconhecimento contínuo como caminho para a reforma íntima.2
Com a mudança de ano, iniciando-se um novo período e deixando-se o velho para trás, todos pensamos em um novo começo, refletimos que é possível fazer diferente do que fizemos, renovamos nossas esperanças de que as atitudes equivocadas não se repitam e que consigamos proceder ao longo deste novo período de forma diferente.
Premidos pelas exigências que a vida moderna nos impõe, listamos tarefas, coletamos desejos e, no final, acabamos planejando o que realizar e como realizar. É aí que surge o imperativo de pensarmos além dos valores materiais, visualizando ações que nos encaminhem para a construção da almejada felicidade, fazendo com que, embora relativa, esteja cada vez mais presente em nossas vidas.
É nesse sentido que buscamos, na mensagem de Joanna de Ângelis, um melhor entendimento de nossas propostas nesse momento de aproximação de um novo ano: ela nos orienta em nossa jornada evolutiva, exortando- -nos a estabelecer o compromisso maior de promover, na prática do Amor a Deus e ao próximo, o caminho a trilhar: “Sabemos, Senhor, o pouco valor que temos, identificamo-nos com o que possuímos intimamente, mas, contigo, tudo podemos e fazemos. Ajuda-nos a manter o compromisso de amar-Te, amando, assim, toda a família universal em cujos braços renascemos”.3
Ano-Novo, momento de reflexão sobre o feito e de compromissos sobre o a ser feito.
Feliz Ano-Novo, pleno de certezas sobre o caminho a seguir em busca da paz, harmonia e felicidade!
Aloisio Ghiggino é militar reformado e expositor espírita (RJ)
REFERÊNCIAS
- 1 Enciclopédia Wikipédia.
- 2 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 71.ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1991. q. 918 e 919.
- 3 FRANCO, Divaldo. Florações evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: Liv. Espírita Alvorada, 1975. Cap. 60, “Oração no Ano Novo”, p. 211.
Revista Cultura Espírita
2012
A LIÇÃO DA OBEDIÊNCIA
De novo reunido à família, Chico Xavier, fosse por que tivesse retornado à tranqüilidade ou por que houvesse ingressado na escola, não mais viu o Espírito da mãezinha desencarnada.
Entretanto, passou a ter sonhos.
À noite, no repouso, agitado, levantava-se do leito, conversava com interlocutores invisíveis e, muitas vezes, despertava pela manhã, trazendo notícias de parentes mortos, contando peripécias ou narrando sucesso que ninguém podia compreender.
João Cândido Xavier, a conselho da segunda esposa, que se interessava maternalmente pela criança, conduziu Chico ao padre Sebastião Scarzelli, antigo vigário da cidade de Matozinhos, nas vizinhanças de Pedro Leopoldo, que depois de ouvir o menino, por algumas vezes, em confissão, aconselhou João Cândido a impedir que o rapazelho lesse jornais, livros ou revistas.
— Chico devia estar impressionado com más leituras — dizia o sacerdote — aqueles sonhos não eram outra coisa senão perturbações, porque as almas não voltam do outro mundo...
Intrigado por ver que ninguém dava crédito ao que via e escutava, em sonhos, certa noite, rogou, em lágrimas, alguma explicação da progenitora de quem não se esquecia.
Dona Maria João de Deus apareceu-lhe no sonho, calma e bondosa, e o Chico deu-lhe a conhecer as dificuldades em que vivia.Ninguém acreditava nele — clamou. Mas o conselho maternal veio logo:
— Você não deve exasperar-se.
Sem humildade, é impossível cumprir uma boa tarefa.
— Mas, mamãe, ninguém acredita em mim...
— Que tem isso, meu filho?
— Mas eu digo a verdade.
— A verdade é de Deus, e Deus sabe o que faz, — disse a generosa entidade.
Chico, porém, choramingou:
— Não sei se a senhora sabe, papai e o padre estão contra mim... Dizem que estou perturbado...
Dona Maria abraçou-o e disse:
— Modifique seus pensamentos. Você é ainda uma criança e uma criança indisciplinada cresce com a desconfiança e com a antipatia dos outros. Não falte ao respeito para com seu pai e para com o padre. Eles são mais velhos e nos desejam todo o bem. Aprenda a calar-se.
Quando você lembrar alguma lição ou alguma experiência recebida em sonho, fique em silêncio. Se for permitido por Jesus, então, mais tarde virá o tempo em que você poderá falar. Por enquanto, você precisa aprender a obediência para que Deus, um dia, conceda ao seu caminho a confiança dos outros.
Desde essa noite, Chico calou-se e Dona Maria João de Deus passou algum tempo sem fazer-se visível.
Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama
MEDIUNIDADE
“E nos últimos dias acontecerá, diz o Senhor, que do meu Espírito derramarei sobre toda carne; os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, vossos mancebos terão visões e os vossos velhos sonharão sonhos.” — (ATOS, capítulo 2, versículo 17.)
No dia de Pentecostes, Jerusalém estava repleta de forasteiros. Filhos da Mesopotâmía, da Frígia, da Líbia, do Egito, cretenses, árabes, partos e romanos se aglomeravam na praça extensa, quando os discípulos humildes do Nazareno anunciaram a Boa Nova, atendendo a cada grupo da multidão em seu idioma particular.
Uma onda de surpresa e de alegria invadiu o espírito geral.
Não faltaram os cépticos, no divino concerto, atribuindo à loucura e à embriaguez a revelação observada. Simão Pedro destaca-se e esclarece que se trata da luz prometida pelos céus à escuridão da carne.
Desde esse dia, as claridades do Pentecostes jorraram sobre o mundo, incessantemente.
Até aí, os discípulos eram frágeis e indecisos, mas, dessa hora em diante, quebram as influências do meio, curam os doentes, levantam o espírito dos infortunados, falam aos reis da Terra em nome do Senhor.
O poder de Jesus se lhes comunicara às energias reduzidas.
Estabelecera-se a era da mediunidade, alicerce de todas as realizações do Cristianismo, através dos séculos.
Contra o seu influxo, trabalham, até hoje, os prejuízos morais que avassalam os caminhos do homem, mas é sobre a mediunidade, gloriosa luz dos céus oferecida às criaturas, no Pentecostes, que se edificam as construções espirituais de todas as comunidades sinceras da Doutrina do Cristo e é ainda ela que, dilatada dos apóstolos ao círculo de todos os homens, ressurge no Espiritismo cristão, como a alma imortal do Cristianismo redivivo.
Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanue
Francisco Cândido Xavierl
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