ASSOMBRAÇÃO
Será que alguém ainda não ouviu falar de assombração, ou de lugares mal-assombrados? É bem provável que não, ou seja, há muitas pessoas que não só ouviram falar, como morrem de medo de assombração, alma penada ou outros tantos nomes dados a aparições espirituais assustadoras. Será que existem, ou é tudo fruto da imaginação fértil das pessoas preconceituosas ou incautas?
Como se trata de um assunto muito debatido, estudado e temido em qualquer época e lugar do mundo, Allan Kardec apresentou o tema aos benfeitores da humanidade, os Espíritos iluminados que ditaram a glamorosa Doutrina Espírita e que elucidaram, através de inúmeras respostas, os questionamentos do ilustre codificador do Espiritismo.
Disseram os Espíritos consultados que dependendo de sua elevação os Espíritos podem se apegar a objetos e a lugares, como os avaros que tomam conta de seus tesouros, amealhados quando encarnados. Os Espíritos não apegados à Terra vão para onde possam viver o amor e são atraídos mais pelas pessoas que pelos objetos, mas os de menor elevação, os inferiores, apegam-se a lugares, sem necessariamente serem maus.
Contrariando a crença popular, esses Espíritos inferiores não têm lugares específicos e preferenciais como ruínas;apresentam-se em qualquer lugar, preferindo lugares habitados aos desertos, porque os Espíritos gostam da presença dos homens, se bem que alguns misantropos prefiram a solidão.
Tais fatos atestam a manifestação dos Espíritos, mas a imaginação fértil, no silêncio e na obscuridade, fortalece a crença nos lugares mal-assombrados, prevendo que em tais dias ou tais horas, como a sexta-feira à meia-noite aparecerão Espíritos para assombrar quem estiver por la´.
Não é racional temer lugares assombrados, porque os Espíritos que promovem desordens querem antes se divertir à custa da credulidade dos homens, do que fazer-lhes mal. É cansando-lhes, não se assustando nem os temendo que podemos afastá-los, lembrando que a prece em favor dos Espíritos sofredores é um meio seguro de ajudá-los e de atrair os bons Espíritos.
Referência bibliográfica: O Livro dos Médiuns. Questão 132. Allan Kardec.
Crispim.
PROCURE UMA MANEIRA DE SER ÚTIL
Quando seja possível, escreva uma mensagem de apoio a alguém que está passando por provações difíceis. É certo que simples palavras não resolverão os problemas dele, mas palavras de otimismo representam um incentivo para que possa superar alguns dias sem luz e todo o apoio é importante, especialmente àquele que se julga sem caminho.
Às vezes realmente o remédio mais eficaz é mostrado gota a gota, talvez para que aprenda confiar mais em si e em Deus.
Por isso, perante a vida que se desenrola diante de seus olhos, procure logo uma maneira de ser útil, aproveite as oportunidade que a vida oferece. Às vezes pequenos gestos podem ser importantes ao próximo em determinado momento de sua vida.
Talvez nunca chegue a mudar as ideias do próximo, mas pode oferecer algumas opções que podem ser utilizadas com proveito; pequenos gestos contribuem para que atravesse momentos difíceis, mais tarde poderá testemunhar atos de maior envergadura.
Jesus na parábola dos talentos afirma ao bom servo: “Foste fiel no pouco, dar-lhe-ei a intendência dos grandes”, mostrando que é preciso trabalhar aproveitando todas as oportunidades que surjam, porque pode ser um gesto pequeno, porém no futuro pode ser um trabalhador do Cristo realmente interessado em promover o bem.
Todo dia é chamado a dar a sua colaboração, disso não pode esquecer, visto que deve buscar os meios para que seus dias sejam povoados de boas ações.
Ninguém foge ao compromisso de servir, porque na verdade há muita coisa para realizar e a todo o momento pode estar estendendo as mãos a quem sofre, se quiser.
Por isso mesmo não perca tempo nem oportunidade, deixe a água correr, mas aproveite a força da correnteza, cumpra também a sua parte, porque sempre é auxiliado para que dê o seu testemunho.
É preciso seguir adiante, porque alguém espera que caminhe. Os retardatários esquecem-se de caminhar e isso faz a diferença, mas também eles são esperados na outra margem por aqueles que os amam.
Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
LEMBRE-SE
Se porventura tiver a decisão infeliz de ferir alguém, lembre-se que estará abrindo uma chaga no seu próprio coração. E não irá cicatriz enquanto não desfizer essa atitude impensada, porque cada ato praticado prejudica o próximo, constitui uma divida para pagar mais tarde, mais ainda, estará lutando contra os seus próprios interesses.
Porque o amor é a causa maior, ou seja, não há no mundo maior dever do que amar ao próximo, quando mais difícil seja ,mais meritório tornar-se-á esse gesto, pois que é justamente esse principio do amor que Jesus veio propor ao mundo.
Por mais destituído de talentos que se julgue, sempre encontrará meios se manifestar nas correntes do bem, além de que dependerá disso o seu futuro, de como age hoje dependerá ser feliz ou não amanhã. Assim já sabe qual deve ser a atitude a tomar.
Cale os seus melindres ou suposições, pois se não fizer isto, certamente que será um grave empecilho à sua paz, porque não tendo equilíbrio necessário para se manter no caminho certo e também é lógico que não terá onde se apoiar.
Está domiciliado num mundo de provas e expiações, onde, por enquanto, as paixões inferiores ainda têm predominância, mas de acordo com a lei da evolução, não será assim no futuro.
Tudo evolui, embora a passos lentos tudo caminhe para um futuro cada vez melhor, todos necessitam de mais discernimento e de mais coragem para enfrentar os seus próprios desafios.
Se tiver a ventura de auxiliar aquele que passa por momentos de provações, é claro que o esforço sempre será levado em conta.
Ao lembrar o Espírito de Verdade a todos que adotaram o Cristianismo Redivivo. Espíritas, amai-vos! Espírita, instrui-vos. Faz do amor a lei maior e da instrução regras básicas de apresentar o testemunho de amor ao próximo.
Ninguém pode alegar ignorância desses principio, sob pena de sofrer mais tarde as consequências dessa voluntaria omissão. Esta escassa evolução, porém pode contar com as ferramentas propostas por Jesus para abrir uma clareira luminosa em que poderá iluminar os próprios passos. Mas que não falte essa presença benfazeja para trazer a compreensão e a direção certa.
Todo é chamado a pagar as contas que estão pendentes e também o abrir o caminho para o futuro.
Ninguém pode pretextar ignorância, porque se buscou os meios e encontrar solução para os graves problemas que persistirem. O que falta muitas vezes é a vontade, porque alguém se entrega ao comodismo, nesse caso a solução também virá muito mais tarde. Áulus.
Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
O OBSESSOR E O OBSIDIADO
Pululam em torno da Terra os maus Espíritos, em conseqüência da inferioridademoral de seus habitantes. A ação malfazeja desses Espíritos é parte integrante dos flagelos com que a Humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão que é um dos efeitos de semelhante ação, como as enfermidades e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou expiação e aceita com esse caráter.3
É importante considerar, entretanto, que [...] a obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau.4
1. O OBSESSOR
Obsessor - Do latim obsessore. Aquele que causa a obsessão; que importuna. O obsessor é uma pessoa como nós. [...] Não é um ser diferente, que só vive de crueldades, nem um condenado sem remissão pela Justiça Divina. Não é um ser estranho a nós. Pelo contrário. É alguém que privou de nossa convivência, de nossa intimidade, por vezes com estreitos laços afetivos. É alguém, talvez, a quem amamos, outrora. [...] O obsessor é o irmão, a quem os sofrimentos e desenganos desequilibraram, certamente com a nossa participação.10 Os maus Espíritos são aqueles que ainda não foram tocados de arrependimento; que se deleitam no mal e nenhum pesar por isso sentem; que são insensíveis às reprimendas, repelem a prece e muitas vezes blasfemam do nome de Deus. São essas almas endurecidas que, após a morte, se vingam nos homens dos sofrimentos que suportam, e perseguem com o seu ódio aqueles a quem odiaram durante a vida, quer obsidiando-os, quer exercendo sobre eles qualquer influência funesta.2
A figura do obsessor realmente impressiona, pelos prejuízos que a sua aproximação e sintonia podem ocasionar. E disto ele tira partido para mais facilmente assustar e coagir a sua vítima.11 Os Espíritos sedutores se esforçam por nos afastar das veredas do bem, sugerindo-nos maus pensamentos. Aproveitam-se de todas as nossas fraquezas, como de outras tantas portas abertas, que lhes facultam acesso à nossa alma. Alguns há que se nos aferram, como a uma presa, mas que se afastam, em se reconhecendo impotentes para lutar contra a nossa vontade.1
Contudo, devemos lembrar que os obsessores, não são Espíritos totalmente desprovidos de bons sentimentos, irremediavelmente maus. São, antes de tudo, Espíritos carentes de compreensão, de carinho e amor. São na realidade seres solitários, doentes da alma. [...] O obsessor é, em última análise, um irmão enfermo e infeliz. Dominado pela idéia fixa (monodeísmo) de vingar-se, esquece-se de tudo o mais e passa a viver em função daquele que é o alvo de seus planos.12
2. O OBSIDIADO
A Doutrina Espírita nos informa que, antes de tudo, o obsidiado é vítima de si mesmo; sendo descrito no dicionário como: importunado, atormentado, perseguido. Segundo Joanna de Ângelis, Prisão interior, [...] ‘‘Cela pessoal’’, onde grande maioria se mantém sem lutar por sua libertação, acomodada aos vícios, cristalizada nos erros. [...] Obsidiados! Cada um deles traz consigo um infinito de problemas que não sabe precisar. [...] O obsidiado é o algoz de ontem e que agora se apresenta como vítima. Ou então é o comparsa de crimes, que o cúmplice das sombras não quer perder, tudo fazendo por cerceá-lo em sua trajetória. As provações que o afligem representam oportunidade de reajuste, alertando-o para a necessidade de se moralizar, porquanto, sentindo-se açulado pelo verdugo espiritual, mais depressa se conscientizará da grandiosa tarefa a ser realizada: transformar o ódio em amor, a vingança em perdão, e humilhar-se, para também ser perdoado.9
O Evangelho nos traz inúmeros exemplos de obsidiados, como os seguintes, citados por Emmanuel.
Relata Mateus que os obsidiados gerasenos chegavam a ser ferozes; referese Marcos ao obsidiado de Cafarnaum, de quem desventurado obsessor se retira clamando contra o Senhor em grandes vozes; narra Lucas o episódio em que Jesus realizara a cura de um jovem lunático, do qual se afasta o perseguidor invisível, logo após arrojar o doente ao chão, em convulsões epileptóides; e reporta-se João a israelitas positivamente obsidiados, que apedrejam o Cristo, sem motivo, na chamada Festa da Dedicação.
Entre os que lhe comungam a estrada, surgem obsessões e psicoses diversas.
Maria de Magdala, que se faria a mensageira da ressurreição, fora vítima de entidades perversas. Pedro sofria de obsessão periódica. Judas era enceguecido em obsessão fulminante. Caifás mostrava-se paranóico. Pilatos tinha crises de medo.
No dia da crucificação, vemos o Senhor rodeado por obsessões de todos os tipos, a ponto de ser considerado, pela multidão, inferior a Barrabás, malfeitor e obsesso vulgar.
E, por último, como se quisesse deliberadamente legar-nos preciosa liçãode caridade para com os alienados mentais, declarados ou não, que enxameiam no mundo, o Divino Amigo prefere partir da Terra na intimidade de dois ladrões, que a Ciência de hoje classificaria por cleptomaníacos pertinazes. 14
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 127. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 28, item 11, p. 455-456.
2. ______. Item 75, p. 491-493.
3. ______. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 50.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. XIV, item 45, p. 347.
4. ______. Item 46, p. 347-349.
9. ______. Cap. 11, p. 62.
10. ______. Cap.13, p. 67-68.
11. ______. p. 68.
12. ______. p. 69.
14. ______. Seara dos médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 16. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Item: Obsessão e Jesus, p. 60-61.
ESDE
2008
PSICOGRAFIA
Minha querida filha Lourdes!...
Eu estou aqui para garantir-lhe que sempre estive e estou ao seu lado, especialmente nos momentos mais difíceis que os filhos queridos passam por provações mais acerbas, porém devo dizer lhe que tenha muita confiança em Deus, pois que somos ainda crianças aos olhos do Pai, e mesmo porque é muito doloroso ver criaturas tão queridas passar por momentos de tanto sofrimento.
Sei que é preciso ver forte nesses momentos, principalmente a você que deve assumir todos os compromissos maiores no desenvolver de todo que pode acontecer.
Tenho ouvido sempre as suas preces e tem sido para mim motivo de grande reconforto, pois que são como bálsamo para cicatrizar as feridas expostas pelos sofrimentos dos nossos, pois que cada dia é um desafio e nem sempre podemos contabilizar uma vitória, porque também guardamos nossas deficiências e em conseqüências muitas coisas são interditadas ao nosso entendimento devido a nossa inferioridade, mas com a pouca força, ainda assim vão se vencendo os obstáculos que são muitos, mas como diz o ditado “quem sai na chuva é para se molhar”, agora a questão é enfrentar os problemas com confiança e fé, aconteça o que acontecer.
Quero garantir que o Juracy chegou bem, pois que os intensos sofrimentos que passou teve uma benéfica influência em seu modo de pensar e agir, conquanto ainda permaneça em convalescença, está se recuperando com o auxílio do mais alto e espero que possa recuperar satisfatoriamente num breve espaço de tempo, porque deve encarar a dor pelo seu lado positivo, isto é, a dor como um fato positivo para corrigir as distorções de nosso comportamento, trazendo em contrapartida ao enfraquecimento das forças orgânicas um rejuvenescimento para o espírito, porque como já disse alguém: “a dor sempre lava alguma coisa”, e nesse campo de provas encontramos a benfeitora dor que tem sido aquela que tem apresentado os melhores resultados, com vista a vida futura e não que com isso venha congratular-se, principalmente que quando ela atinge os outros, mas encarando como um elemento de grande importância para o equilíbrio das forças psíquicas, ou melhor, para se situar melhor perante si mesmo.
Nesses momentos tão difíceis que tão pouco pode a força humana, pois que muitas vezes são acertos preparados alhures, com o livre consentimento dos protagonistas é muito difícil qualquer providência saneadora nesses momentos, o que se pode fazer realmente é orar e fazer todo que estiver ao nosso alcance, pois que não nos compete outras alternativas, de vez que o processo uma vez iniciado segue seus trâmites, visando um objetivo e até que tenha uma conclusão e a conseqüente sentença, visando dar por encerrado o caso, daí então resta uma única alternativa que é revestir de coragem para que as partes se portem com dignidade e espírito de compreensão para os acertos finais, que no fundo já esperavam pela própria condição do processo, o que podemos fazer é realmente apoiá-los com vem sendo feito, a fim de que tenham o êxito esperado, ou seja, chegue a outra margem com segurança e equilíbrio, razão de todos os nossos esforços e solicitações aos bons amigos, pois que assim sendo, podemos contar que o objetivo foi atingido visando o bem de todos, apesar das dificuldades no encaminhamento dessa questão, que são naturais, às vezes nós é que olhamos sob outro ponto de vista.
Quero enviar um grande abraço a todos, rogando a Jesus que nos dê forças necessárias para que possamos atravessar esses momentos de difíceis provações, conquanto necessárias perante as Leis da vida, ainda assim extremamente dolorosas que nos confrangem os corações, porém precisamos aceitar, porque é uma lei natural a qual todos estão sujeitos, de uma forma ou de outra, todos, sem exceção terão seus momentos de dúvida e perplexidade, porém necessários ao completo burilamento do espírito.
Um grande abraço aos filhos queridos aos netos e a todos que nos são caros.
Cordialmente
José Teixeira
O PERÍODO GESTACIONAL
O estudo sobre a gestação humana é tema fascinante que reflete a bondade e a sabedoria divinas pela beleza e sublimidade de que se reveste. O período gestacional caracteriza-se por uma “seqüência de eventos que normalmente inclui fertilização, implantação e crescimento, embrionário e fetal, que termina no nascimento, cerca de 38 semanas mais tarde”.1
Inúmeras transformações assinalam essa fase da existência: no organismo feminino, no corpo em formação e no destino do Espírito que reencarna. Percebe-se que nada acontece de forma aleatória, independentemente do ângulo em que o observador posiciona-se para analisar os eventos desencadeados, físicos ou espirituais. Tudo segue uma seqüência ordenada, dinâmica e precisa, em consonância com as bases biológicas que regem o fenômeno
da vida no Planeta, e, ainda, segundo os propósitos do planejamento reencarnatório do Espírito que reinicia sua jornada no plano físico. A presença do Amor, entretanto, é força prodigiosa que na reencarnação revela o poder transformador da Criação Divina.
Durante a gravidez, os laços que mantêm o Espírito unido ao corpo são frágeis, podendo romper-se por intenção do próprio reencarnante ou por ação voluntária da mãe. Ambas as situações favorecem o abortamento. A união do Espírito à matéria ocorre por meio de um prolongamento do seu perispírito. À medida que o novo corpo se desenvolve, esse laço perispiritual “[...] se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra [...]”.2
Do ponto de vista da Embriologia, a fecundação do óvulo maduro (ovócito) ocorre geralmente na porção externa superior da trompa de Falópio, 12 a 24 horas após a ovulação. Um único espermatozóide atravessa a membrana dessa célula reprodutora feminina, carregando consigo os 23 cromossomos que serão imediatamente combinados com os 23 do óvulo, formando uma estrutura celular totipotente denominada zigoto ou ovo, constituído de 46 cromossomos e genes herdados da mãe e do pai.
A vida intra-uterina é semelhante à “[...] da planta que vegeta. A criança vive vida animal. O homem tem a vida vegetal e a vida animal que, pelo seu nascimento, se completam com a vida espiritual”.3 É importante, pois, que a gestante seja cercada de cuidados e atenções – atendimento médico pré-natal, alimentação, paz de espírito, passe, prece etc. –, que
impeçam ou dificultem o aborto. No plano espiritual, o período gestacional é acompanhado por benfeitores que definem e aplicam providências necessárias ao sucesso da reencarnação.
A multiplicação e diferenciação celulares, iniciadas na fecundação, resultam na produção de um ser humano multicelular. “24 a 30 horas após a fertilização, ocorre uma rápida divisão do zigoto [...] denominada clivagem. Embora a clivagem aumente o número de células, isto não implica um aumento do tamanho do zigoto. Clivagens sucessivas produzem uma massa sólida de células minúsculas, a mórula, dentro de um período de três a quatro dias pós-fertilização”.4 À medida que aumenta o número de células, a mórula se desloca da trompa para o útero, em cinco dias, aproximadamente, após a fecundação. Na cavidade uterina, a mórula se transforma numa esfera oca, nomeada blastocisto, que possui uma camada externa, o trofoblasto, que circunda uma cavidade rica em fluidos, conhecida como blastocela, e uma massa interna de células pluripotentes, as quais originarão o embrião, propriamente dito, na segunda semana de gestação. O processo de implantação (nidação) no útero permite ao blastocisto “aninhar-se” no endométrio, por ação de enzimas e hormônios, seguido pela formação da placenta, por onde o embrião e o feto recebem substâncias nutritivas.
Os acontecimentos físicos relatados, desencadeados pela mente do reencarnante e auxílio dos Espíritos construtores, repercutem, por sua vez, sobre o Espírito reencarnante, que começa a perder consciência de si mesmo, à proporção que a gestação avança. Eis como os Espíritos da Codificação explicam o estado do reencarnante no intervalo de tempo que vai da concepção ao nascimento:
[...] A partir do instante da concepção, começa o Espírito a ser tomado de perturbação, que o adverte de que lhe soou o momento de começar nova existência corpórea. Essa perturbação cresce de contínuo até ao nascimento. Nesse intervalo, seu estado é quase idêntico ao de um Espírito encarnado durante o sono. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas idéias se apagam, assim como a lembrança do passado, do qual deixa de ter consciência na condição de homem [de encarnado], logo que entra na vida. Essa lembrança, porém, lhe volta pouco a pouco ao retornar ao estado de Espírito.5
Os hormônios desempenham papel muito importante na gravidez. Estrogênio, progesterona, go- nadotropina coriônica-HGC, somatomamotropina coriônica humana-HSC e relaxina são hormônios que têm ação específica. Em linhas gerais, podemos dizer que os dois primeiros hormônios mantêm íntegro o revestimento interno do útero (endométrio) e preparam as glândulas mamárias para a lactação (secreção e ejeção de leite). A progesterona facilita o aporte de nutrientes ao ser em formação. O HGC mantém a produção contínua de estrogênio e de progesterona, necessários à fixação do embrião e do feto no interior do útero. O HSC está envolvido no desenvolvimento do tecido mamário, favorável à amamentação, e, também, no anabolismo protéico dos tecidos maternos, útil à alimentação do ser em desenvolvimento. A relaxina age sobre a ligadura do osso pubiano, relaxando-a, e auxilia a dilatação do colo do útero, no final da gestação, facilitando o parto.
Da mesma forma que a mulher grávida atua diretamente no processo reencarnatório, doando energias orgânicas, fluídicas e psíquicas ao filho que está sendo gerido, capta, por sua vez, influências e sensações do reencarnante. A gestante, esclarece André Luiz, “[...] tem o campo psíquico invadido pelas impressões e vibrações do Espírito [...]. Quando o futuro filho não se encontra suficientemente equilibrado diante da Lei, e isso acontece quase sempre, a mente maternal é suscetível de registrar os mais estranhos desequilíbrios [...]”.6 Caracterizam-se, dessa forma, as sensibilidades e as mudanças comportamentais observadas em algumas gestantes. Não podemos esquecer, todavia, que mesmo sendo a gravidez um mecanismo de preservação biológica da espécie humana e meio natural de progresso espiritual, “[...] A organização feminina, durante a gestação, sofre verdadeira enxertia mental. Os pensamentos do ser que se acolhe ao santuário íntimo envolvem-na totalmente, determinando significativas alterações em seu cosmo biológico. Se o filho é senhor de larga evolução e dono de elogiáveis qualidades morais, consegue auxiliar o campo materno, prodigalizando-lhe sublimadas emoções e convertendo a maternidade, habitualmente dolorosa, em estação de esperanças e alegrias intraduzíveis [...]”.7
Referências:
1 TORTORA, Gerard J. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Tradução de Claudia Zimmer. 4. ed. Porto Alegre: Armed Editora, 2000. Cap. 24, p. 552.
2 KARDEC, Allan. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 52. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. XI, item 18.
3 ______. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 91. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Questão 354. 4TORTORA, Gerard J. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Tradução de Claudia Zimmer.
4. - ed. Porto Alegre: Armed Editora, 2000. Cap. 24, p. 553.
5 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 91. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Questão 351.
6 XAVIER, Francisco Cândido. Entre a terra e o céu. Pelo Espírito André Luiz. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 30, p. 243.
7 Idem, ibidem. p. 241.
O Reformador
2008
CONVERSÃO
“E tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.” — Jesus.
(LUCAS, capítulo 22, versículo 32.)
Não é tão fácil a conversão do homem, quanto afirmam os portadores de convicções apressadas.
Muitos dizem “eu creio”, mas poucos podem declarar “estou transformado”.
As palavras do Mestre a Simão Pedro são muito simbólicas. Jesus proferiuas, na véspera do Calvário, na hora grave da última reunião com os discípulos.
Recomendava ao pescador de Cafarnaum confirmasse os irmãos na fé, quando se convertesse.
Acresce notar que Pedro sempre foi o seu mais ativo companheiro de apostolado. O Mestre preferia sempre a sua casa singela para exercer o divino ministério do amor. Durante três anos sucessivos, Simão presenciou acontecimentos assombrosos. Viu leprosos limpos, cegos que voltavam a ver, loucos que recuperavam a razão; deslumbrara-se com a visão do Messias transfigurado no labor, assistira à saída de Lázaro da escuridão do sepulcro, e, no entanto, ainda não estava convertido.
Seriam necessários os trabalhos imensos de Jerusalém, os sacrifícios pessoais, as lutas enormes consigo mesmo, para que pudesse converter-se ao Evangelho e dar testemunho do Cristo aos seus irmãos.
Não será por se maravilhar tua alma, ante as revelações espirituais, que estarás convertido e transformado para Jesus. Simão Pedro presenciou essas revelações com o próprio Messias e custou muito a obter esses títulos.
Trabalhemos, portanto, por nos convertermos. Somente nessas condições, estaremos habilitados para o testemunho.
Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier
PRECE
Senhor, ensina-nos a oferecer-te o coração puro e o pensamento elevado na oração.
Ajuda-nos a pedir, em Teu Nome, para que a força de nossos desejos não perturbe a execução de teus desígnios.
Ampara-nos, a fim de que o nosso sentimento se harmonize com a tua vontade e que possamos, cada dia, ser instrumentos vivos e operosos da paz e do amor, do aperfeiçoamento e da alegria, de acordo com a tua Lei.
Assim seja.
Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei
A SURRA DE BÍBLIA
Lutando no tratamento das irmãs obsidiadas, José e Chico Xavier gastaram alguns meses até que surgisse a cura completa. No princípio, porém, da tarefa assistencial houve uma noite em que José foi obrigado a viajar em serviço da sua profissão de seleiro. Mudara-se para Pedro Leopoldo um homem bom e rústico, de nome Manuel, que o povo dizia muito experimentado em doutrinar espíritos das trevas. O irmão do Chico não hesitou e resolveu visitá-lo, pedindo cooperação. Necessitava ausentar-se, mas o socorro às doentes não deveria ser interrompido.
“Seu” Manuel aceitou o convite e, na hora aprazada, compareceu ao “Centro Espírita Luiz Gonzaga”, com uma Bíblia antiga sob o braço direito.
A sessão começou eficiente e pacífica. Como de outras vezes, depois das preces e instruções de abertura, o Chico seria o médium para a doutrinação dos obsessores. Um dos espíritos amigos incorporou-se, por intermédio dele, fornecendo a precisa orientação e disse ao “seu” Manuel entre outras coisas:
— Meu amigo, quando o perseguidor infeliz apossar-se do médium, aplique o Evangelho com veemência.
— Pois não, — respondeu o diretor muito calmo, — a vossa ordem será obedecida.
E quando a primeira das entidades perturbadas assenhoreou o aparelho mediúnico, exigindo assistência evangelizante, “seu” Manuel tomou a Bíblia de grande formato e bateu, com ela, muitas vezes, sobre o crânio do Chico, exclamando, irritadiço:
— Tome Evangelho! Tome Evangelho!...
O obsessor, sob a influência de benfeitores espirituais da casa, afastou-se, de imediato, e a sessão foi encerrada. Mas o Chico sofreu intensa torção no pescoço e esteve seis dias de cama para curar o torcicolo doloroso. E, ainda hoje, ele afirma satisfeito que será talvez das poucas pessoas do mundo que terão tomado “uma surra de Bíblia”...
Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama
ANTE A LIÇÃO
" Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo."
Paulo (II Timóteo, 2:7)
Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.
Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.
Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.
Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.
Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.
Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.
O apóstolo dos gentios é claro na observação. "Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo."
Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.
Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa vontade, dar-no-á entendimento em tudo.
Fonte Viva
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Emmanuel
MEDO DE ERRAR ?! POR QUÊ?
Cristiane Maria Lenzi Beira
Desde quando a sociedade humana vem propagando o medo diante dos erros cometidos? Difícil dizer... O próprio conceito de pecado vem sendo disseminado há tempos, irrefletidamente, como comportamento feio, praticado por pessoas más. Por causa disso, fazemos o possível para não sermos pegos pecando, nem que precisemos esconder ou atribuir nossos erros a outros.
O pecado nos leva ao inferno. Acreditamos nisso desde há muitas vidas. Mas seriam realmente nossos erros que nos aprisionariam a estados infernais de dor e sofrimento? Ou seria a forma como lidamos com os erros que nos costuma paralisar em torturas emocionais?
A Doutrina Espírita nos ensina que:
(...) Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhes “ao ser humano” uma advertência de que procedeu mal. Dão-lhe experiências, fazem-lhe sentir a diferença existente entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar para, de futuro, evitar o que lhe originou uma fonte de amarguras; sem o que, motivo não haveria para que se emendasse. Confiante na impunidade, retardaria seu avanço e, consequentemente, a sua felicidade futura.1
Allan Kardec, então, nos ofereceu a oportunidade de ampliar a consciência a respeito dos erros cometidos, compreendendo que:
- o erro faz parte do processo de evolução espiritual, a partir do momento em que o ser humano passa a utilizar o livre-arbítrio;
- o erro gera situações incômodas como forma de advertência a respeito dos caminhos a serem evitados;
- o erro promove crescimento ao oferecer oportunidade de nos responsabilizarmos pelas suas conseqüências.
Dessa forma, quando nos depararmos com afirmações populares como: Errou?! Agora sofra!, limitando todo um processo pedagógico em apenas duas fases: errar e ser punido, devemos nos vigiar para mantermos nossa consciência mais ampla do que esse atavismo propõe.
Isso porque, ao focarmos nossa atenção apenas nessas duas etapas: errar e sofrer, descartamos outra parte do processo de aprendizagem espiritual, ainda mais importante: a experiência em si!
Não é difícil constatarmos que, ao polarizarmos nossa atenção somente no resultado: certo ou errado; bem ou mal; deixamos de notar o que aprendemos durante a experiência vivenciada: o que sentimos; o que observamos; o que concluímos; independentemente do final atingido. Ou seja, mais interessante do que a linha de chegada, para o desenvolvimento espiritual, é o caminho percorrido. É durante o trajeto que crescemos, acertando ou errando, sorrindo ou sofrendo.
Por isso muitas vezes dizemos: Por mais que eu tenha sofrido com o erro cometido, também percebo que foi exatamente aquela experiência que me fez crescer e chegar onde estou.
Por isso, talvez, o medo de errar esteja sendo, ao longo de gerações e gerações, supervalorizado. Há tantas pessoas que passam por caminhos equivocados, sem medo e lidando bem com as respectivas responsabilidades. É como se soubessem errar.
Quem sabe as pessoas mais temerosas diante da possibilidade de pecarem sejam aqueles que ainda não aprenderam como errar, nem perceberam a finalidade positiva do erro, caso seja cometido. Elas vêm errado de forma errada!
Parece que pecado, então, não seria o erro em si, mas o processo de errar errado, ou seja, ao invés de aceitarmos o erro (fruto da ignorância) com naturalidade, como mecanismo de reavaliação de curso de vida, corrigindo a rota ou reparando o que for preciso, ficamos estagnados nele, caindo na lamentação e nos sentindo perdedores por havermos errado ou temendo suas consequências infernais.
Certamente Deus não imaginou assim caminho de evolução, imputando medo aos Seus filhos, para que não pecassem jamais. Faz mais sentido que os Planos Divinos sejam algo do tipo: Filhos, vivam, experimentem, aprendam... pois, pensando nEle como Pai amoroso e perfeito, não parece que nos perguntaria: Filho, você acertou? Ou errou de novo?, mas que nos proporia uma conversa mais educativa, como: Filho o que você aprendeu com essa experiência? Independentemente do resultado obtido.
Foco no resultado pode ser bom para a área de negócios, mas no Reino de Deus, aproveitar o caminho e aprender com as experiências, sejam acertadas ou erradas, é que nos aproxima dEle. Mais importante, certamente, do que não errar, é saber errar, é errar certo!
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A análise racional do erro e do pecado, do escândalo e do crime cometidos, enseja a consciência da desnecessidade de sofrimento como mecanismo de libertação, oferecendo, em contrapartida, a ação benfazeja, dignificadora, que levanta a vítima e apazigua o algoz, que reorganiza os valores desrespeitados e equilibra o grupo social, facultando bem-estar naquele que temia e agora ama, que se atormentava e ora se acalma. 2
Referência bibliográfica:
1 – KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 119. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. cap. V, item 5.
2 – FRANCO, Divaldo Pereira. Triunfo pessoal. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 8. Ed. Salvador: LEAL 2014. Cap. 10.
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