"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XIV - N. 162 * Campo Grande/MS *Julho de 2019.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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           Às vezes de tanto reclamar do mundo, as pessoas se tornam intoleráveis, tanto as que falam, mas também aquelas que ouvem.

 

 

TENSÕES

 

           A ciência já conhece o prejuízo físico gerado pelo sofrimento emocional, também conhecido como dor moral, com afloramentos subconscientes, com estresse favorecendo, com a queda da imunidade, a instalação das mais graves doenças.
           Observa o grande pesquisador Zalmino Zimmermann que a mente em desgoverno causa disfunção dos centros de forças do perispírito, propiciando o aparecimento de distúrbios psicológicos e desestabilizando o sistema defensivo.
           O Espírito Pablo Duran classifica as tensões como de natureza biológica, psicológica e espiritual, podendo vir individualmente ou simultaneamente todas elas. As biológicas são as nascidas da defesa orgânica, como os anticorpos. Tais tensões ultrapassam o físico, e na impaciência, na não aceitação da moléstia, geram a queda emocional, espiritual com grande facilidade.
           Diz ainda Pablo que o sentimento de culpa gera insuportável peso na consciência, causando uma perturbação geral, abrindo caminho para as obsessões.
           O combate a esse estado vem com o refazimento dos nossos erros e equívocos, com a coragem do reconhecimento, e a valentia no pedido de perdão. Se tais sentimentos não forem reciclados, tornam-se lixo, que não removido prende a mente em processo autodestrutivo de consequências imprevisíveis.
           A tensão espiritual, segundo o autor, surge em função das defesas interiores minadas sob a investida de mentes mais fortes sobre as mais fracas, desarrumando nossa fortaleza interior, tornando-nos enfermos nos três níveis de tensões.
           A frustação gerada com qualquer coisa que não dê certo; o conflito que surge com o aparecimento de dúvida entre dois desejos que não se combinam, e a pressão que vem dos nossos compromissos internos e externos com a vida, aliados à fraqueza do nosso querer, são fortes alimentadores das tensões.
           Para o combate à frustração e aos conflitos, Jesus nos deu o caminho, propondo-nos orar e vigiar; para as pressões, busquemos a força que mobiliza o indivíduo à ação e meditemos sobre nosso querer, buscando a atitude correta.
           O benfeitor espiritual Emmanuel afirma que a medicina sabe, hoje, que toda tensão mental acarreta distúrbios importantes no corpo físico, e que o pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo.
           Diz ainda o preclaro benfeitor, que cultivar melindres e desgostos, irritação e mágoas, é como semearmos espinheiros magnéticos, adubando-os em nossa existência, intoxicando a vestimenta corpórea, estragando os centros de nossa vida e arrasando sangue, nervos, glândulas e vísceras do corpo que Deus nos cede entre os homens, visando ao desenvolvimento de nossas faculdades para a vida eterna.
           Conclui Emmanuel que na Terra está provado que a tensão emocional da criatura encarnada se dilata com o tempo e sugere que comecemos aceitando a própria vida, tal qual é, procurando melhorá-la com paciência, estimando os outros, como se apresentem, sem exigir-lhes mudança imediata.
           Observa também que a dedicação ao trabalho que nos sustenta, respeitando a pausa de repouso ou entretenimento que restauram as energias; servir ao próximo tanto quanto pudermos e guardarmos apenas as boas situações, esquecendo as desagradáveis, vai nos ajudar a aliviar as tensões.
           Devemos ainda cultivar a simplicidade para evitar a carga de complicações de assuntos improdutivos, temperando a conversação com o fermento da esperança e da alegria, não causando problemas para ninguém, oferecendo um sorriso de simpatia, bondade a todos e finalmente não nos preocuparmos com a morte, lembrando que ninguém deixou ou deixará de enfrentá-la.
           Trabalhar e servir sempre, sem esperar recompensa, a não ser a benção da paz de consciência. Assim procedendo, nenhuma tensão emocional nos desencantará, nem nos trará doença alguma.

 

Referências bibliográficas:

  • Para Melhor Compreender a Vida. José Medrado/Pablo Duran.
  • Compêndio de Espiritismo. Zalmino Zimmermann.
  • Emmanuel Companheiro.Chico Xavier/Emmanuel.
  • Emmanuel. Pensamento e Vida. Chico Xavier/Emmanuel.

Crispim.

 

 

REFLITA NO VALOR QUE DÁ À VIDA

 

            A vida sempre se repete num sentido mais profundo, dependerá do esclarecimento de cada companheiro, como as fases da vida. Quando criança pensa de uma maneira, que é muito diferente na fase da adolescência e mais ainda quando adulta e nas entrelinhas dessas fases há muitas outras, se verificam sempre no sentido de que cada criatura possa evoluir.
            A cada dia deve pensar: mas que estou fazendo da vida? Qual a contribuição que estou dando ao mundo? O que estou fazendo, afinal?
            Abrindo sempre esse leque de opções para estabelecer a meta, terá a possibilidade de levar uma vida mais criativa.
            Todos são chamados a determinadas obrigações, isto é muito importante, porque sempre traz à mente essa necessidade imperiosa de progredir e para progredir é necessário o esforço continuado. Todo o dia é exigido algo nesse sentido, porque sempre traduz o esforço em favor da causa do bem.
            Ninguém é cobrado sem que tenha condições. Quantos se perdem ao longo do caminho por não terem ouvido a própria consciência? Mas deixaram que o orgulho e o egoísmo falassem mais alto; por conta disso hoje sofrem. E nesses momentos de angústia se questionam, mas eu não deveria ter feito o que fiz? Mas tarde demais.
            É claro que o aluno atento aprende mais, porque se coloca em condições de receber os ensinamentos dos mestres, algo que poucas pessoas percebem, pois que estão interessadas em outros valores, nesse caso o aprendizado na escola da vida fica mais difícil. O estudo e o trabalho são fundamentais no campo da evolução.
            Sem o trabalho o corpo físico se atrofia, e sem o estudo o espírito não evolui. Por isso é necessário vontade ativa, a fim de mergulhar nesse mundo novo que o estudo proporciona todo o dia, abrindo horizontes até então supostamente indevassáveis, porque o conhecimento é libertador.
            Colocando, dessa forma, a criatura em condições de apreciar com mais justiça e precisão os acontecimentos, certo que disporá de maiores recursos para orientar-se.
            Por isso que tudo tem uma razão de ser, em tudo há uma orientação superior, a fim de que a própria vida alcance a sua finalidade.
            Em suas mãos há muitos recursos, aproveite-os para promover o bem, porque se não o fizer, mais tarde será cobrado por isso, assim, que preste muita atenção naquilo que faz ou realiza, pois que o amor sempre é muito importante em qualquer parte.
Tudo obedece a uma ordem bem clara e determinada. Acontece que estas ordens são muitas vezes confundidas com interesses menores, colocando tudo a perder, por conta da ignorância, sustentada com o orgulho e o egoísmo que sempre desviam o foco das melhores coisas, gerando confusões e desacertos ao longo do percurso.
            Para concluir mantenha os olhos bem abertos, a fim de que mais tarde não venha se arrepender amargamente de algo que deixou de fazer, tendo a sua frente os recursos, mas siga em frente, rogando a inspiração àqueles amigos espirituais que o assistem, pois que são os prepostos de Jesus que foram encarregados de orientar a sua caminhada.
             

Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

O QUE FARIA JESUS?

 

            A vida prosseguia com o seu cortejo de trabalhos penosos, tristezas, rotinas intermináveis e problemas variados se apresentavam aquele candidato a discípulo de Jesus.
             Já estava plenamente consciente que seria responsável pelo que praticasse ou pela omissão diante do próximo, repetia para si mesmo.  Ninguém em verdade pode fugir as consequências de suas ações.
            A verdade que aquele homem já vivido sempre se candidatara a compreensão do Evangelho com toda a clareza.
Já ouvira muitas vezes pessoas que diziam acreditar na proposta do Evangelho, mas ele queria saber, porque tinha certeza que acreditar é uma promessa, mas saber seria  realidade palpável.
O próprio Mestre afirmara que “nada há encoberto que não venha ser revelado”, queria com lógica entender essa realidade se afigurava tão grandiosa aos seus olhos. Naquele não conseguia perceber direito, talvez necessitasse uma chave para descobrir a verdadeira essência do que propôs o Mestre  Venerável a beneficio de todos os seus tutelados que pervagam nos caminho do mundo.
            Um dia ao cair da tarde, a frente de sua casa encontra um homem que estava parado a sua frente com ar de súplica. Rapidamente fez uma análise com era de seu feitio, ali estava aquele homem, de altura mediana, barba crescida e mal tratada, o rosto parece que envelhecido prematuramente, mãos calejadas, maltrapilho mesmo, como se pedisse algo para saciar a sua fome.
            Intimamente perguntou o que faria Jesus diante daquele companheiro da caminhada, que ali se encontrava. Perpassou em sua mente treinada diversos episódio do Evangelho, enquanto pensava em algo para oferecer-lhe e que de alguma forma fosse de valia para ele, continuava nas suas lembranças, única coisa que tinha era um pedaço de pão.
Porém percebia pelo seu estado físico e condição de grande humildade, pela sua voz, percebera que era alguém que muito já sofrera: espezinhado, desprezado, porque muitas vezes ingerira bebidas alcoólicas. E esse vício depunha contra aquele infeliz que dele se valia, porém esse homem diante de suas grandes aflições sempre a Jesus recorrera para que o socorresse em seus graves problemas do destino.
            Ali estava diante dele como magnetizado, sem iniciativa, como se moralmente lhe estivesse infligindo uma derrota, mas no fundo sentia uma profunda vergonha de não ter absolutamente nada para oferecer-lhe de maneira mais consciente. Porque no fundo sentia certa mesquinhez dentro de si mesmo, ao oferecer-lhe algo, que consistia em alguma coisa somente no campo material para se livrar dele, como fora um dia que tinha algo mais importante para fazer.
            Porém ali estava como a dizer, mas é só isso, aquele que afirma que conhece Jesus, somente pode fazer isso. Mas você que diz conhecer as suas mais secretas informações, será somente tem isso para oferecer a esses filhos de Deus perdido pelos caminhos do mundo, onde encontrarei abrigo se você que e afortunado de condições não sabe o que fazer?
            Aquele homem com seus sofrimentos ali estavam, e diante dele, sem palavras articuladas moralmente exigia um desprendimento mais claro, porém, nada podia fazer, sentia-me tão pequeno naquele instante.
            Mas uma lição ficou bem clara quando desapareceu na curva da rua com o pedaço de pão que lhe ofertara, nesse dia sentiu-se tão pequeno. Mas ainda se perguntou será que somente isso que faria Jesus?

 

Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

MEDIUNIDADE E ALIENAÇÃO MENTAL

 

           Quantos não se resignam com as verdades que a Doutrina Espírita veio descerrar à mente humana, há mais de um século, dizem, inconscientemente, que a mediunidade gera a loucura.
           E multiplicam teorias complicadas que lhes justifiquem o modo de pensar, observando-a simplesmente como “estado mórbido”, dando a idéia de especialistas que apenas examinassem os problemas do homem natural através do homem doente.

*

           Considerando-se a mediunidade como percepção peculiar à estrutura psíquica de cada um de nós, encontrá-la-emos, nos mais diversos graus, em todas as criaturas.
           À vista disso, podemos situá-la facilmente no campo da personalidade, entre os demais sentidos de que se serve o Espírito a fim de expressar-se e evolver para a vida superior.
           Não ignoramos, porém, que os sentidos transviados conduzem fatalmente à deturpação e ao desvario.
           Os olhos são auxiliares imediatos dos espiões e dos criminosos que urdem a guerra e povoam as penitenciárias; contudo, por esse motivo, não podem ser acusados como fatores de delinqüência.
           Os ouvidos são colaboradores diretos da crueldade e da calúnia que suscitam a degradação social, mas não apresentam, em si mesmos, semelhantes desequilíbrios.
           As mãos, quando empregadas na fabricação de bombas destruidoras, são operárias da morte; entretanto, não deixam de ser os instrumentos sublimes da inteligência em todas as obras-primas da Humanidade.
           O sexo, que constrói o lar em nome de Deus, por toda parte é vítima de tremendos abusos pelos quais se amplia terrivelmente o número de enfermos cadastrados nos manicômios; contudo, isso não é razão para que se lhe deslustre a missão divina.
           A manifestação é da instrumentalidade.
           O erro é da criatura.
           A faculdade mediúnica não pode, assim, responsabilizar-se pela atitude daqueles que a utilizam nos atos de ignorância e superstição, maldade e fanatismo.
           E qual acontece aos olhos e aos ouvidos, às mãos e ao sexo que dependem do comando mental, a mediunidade, acima de tudo, precisa levantar-se e esclarecer-se, edificar-se e servir, com bases na educação.

Coluna em dia com Espiritismo perguntas?

1. Qual a causa real das doenças mentais, segundo a percepção do Codificador?
           R: Os desequilíbrios mentais estão ligados à rebeldia, à não observância das Leis de Deus; começam nas consequências das faltas graves que praticamos, nas atitudes mentais desajustadas que acolhemos e alimentamos.

2. Que fatores podem ocasionar a loucura, propriamente dita?
           R: Há os casos puramente orgânicos, devido predisposição orgânica do cérebro que o torna mais ou menos acessível a certas impressões; as grandes preocupações do Espírito podem ocasionar a loucura, desde as artes à religião (fanatismo?). Segundo o texto anterior, pode ser causada também por "incursão micribiana" sobre a matéria do cérebro, derivada de doenças como sífilis e AIDS.

3. Em que consiste o gênero de “suicídio habilmente dissimulado”, aplicado ao enfermo mental?
           R: O enfermo mental procura forçar a sua libertação do aprendizado terrestre, por indisciplina ou ignorância, levando à auto-eliminação da harmonia mental, pela inconformação da alma nos quadros  de luta que a existência humana apresenta. É alguém que se entrega sem resistência à perturbação destruidora, que lhe antecipa o desencarne.

4. Aponte – no quadro da doença mental por obsessão – todos os passos que culminam na ação obsessiva.
           R: Primeiramente o doente mental é alguém que de alguma forma entregou o corpo físico ao curso de experiências nefastas, e por fim, situou-se mentalmente em zonas mais baixas da personalidade [? "baixou o seu padrão vibracional"]; assim fica mais receptivo às sugestões perturbadoras de outras mentes também doentes com as quais sintoniza; com isso surgem os reflexos negativos no organismo que , muitas vezes, culminam com a morte.

5. Que recursos a Doutrina Espírita oferece àquele que enfrenta problemas de obsessão?
           R: Dispomos,na Doutrina Espírita, à luz dos ensinamentos do Cristo, a verdadeira "ciência curativa da alma", com recursos próprios à solução de cada processo morboso da mente, removendo o obsessor do obsidiado, como o agente químico ou a intervenção operatória suprimem a enfermidade no enfermo, desde que os interessados se submetam aos impositivos do tratamento. [mudança de postura, revisão de hábitos e ações, incorporação de novos hábitos mais sadios e edificantes]

6. Explique: Entre os que são tidos por loucos, muitos há que apenas são subjugados; precisariam de um tratamento moral, enquanto que com os tratamentos corporais os tornamos verdadeiros loucos.
           R: Além do sofrimento pelo qual já passam, esses enfermos passam a sofrer tratamentos corporais convencionais sem nenhuma eficácia para a sua melhora, pois não tratam a causa do problema e acabam por ampliar ou intensificar o seu sofrimento físico e psicológico - levando-os à loucura propriamente dita "orgânica"; caso o seu tratamento levasse em conta a dimensão cármica/espiritual do ser, identificaria a causa e proporia métodos eficazes de combater a doença da alma, desde, é claro, que o doente se dispusesse realmente a colaborar com sua melhora (desobsessão).

 

Referencia
- Resposta Prof. Alessandro Amancio – ICEF-ESDE

 

ESDE
2008

 

 

PSICOGRAFIA

 

           Querido filho!

 

           É tarde para relacionar certos casos que se deixou para trás, mas necessário porque sempre é uma experiência e precisa-se da experiência para se viver, mas não é necessário que se viva cada experiência, porém que se aprenda também com os outros.
A verdade que a vaidade para mim foi um grande empecilho para me situar na vida, desde criança sempre queria ser a mais importante, favorecida por uma mãe que pensava da mesma maneira, desde criança fora me incentivando que devia ser a mais bela e a mais importante daquela pequena cidade do interior, daí desenvolveu também os outros sentimentos correlatos, ou seja, a inveja, a maldade, a hipocrisia, porque tinha que predominar absoluta, não adiantava que alguém imaginar que pudesse se vestir melhor que eu, porque minha mãe sempre procurava um meio para que pudesse sobressair, que pudesse estar impecável e de fato em todos os lugares falava-se em meu nome com admiração. A arrogância veio se somar a minha personalidade, olhava as outras moças com desdém, porque eu é que sabia tudo, como se devia portar, vestir, falar, etc.
           Havia também a filha de uma lavadeira que era belíssima na sua simplicidade, sem enfeites e atavios, era uma beleza natural, alegre e simples, conversava com todo o mundo, comunicativa e muitas olhavam para ela, dada a sua simpatia e beleza, aquilo me enciumava, porque me achava no direito de ser o centro de todas as atenções, a situação piorou ainda mais quando alguém do meu interesse se aproximou dela, aquilo me exasperou, ser trocada pela filha da lavadeira, aquilo me remoía por dentro, pois que algumas vezes já viram conversando amistosamente. O ciúme e a inveja falaram  ao meu coração mais alto. Uma filha de lavadeira competir comigo, isso nunca, eu, considerada a mais bela, elegante e prendada do lugar. Busquei usar minha influência muito discretamente para tirar o namorado de Cláudia.  Fora convidado o tal rapaz para uma festa por meios indiretos para não saber que eu estava interessada nele e lá compareceu com alguns amigos, maquinei para que ele fosse apresentado a ele que educadamente me cumprimentou e continuou a conversa com os amigos, embora tentasse diversas vezes me aproximar dele, sempre me tratava com cortesia e sempre distante. Continuava a vê-lo com Cláudia e aquilo me deixava louca de ciúme e despeito, como uma filha de lavadeira vai competir comigo.
           Como não havia maneira de me aproximar dele, resolvi escrever-lhe uma carta, declarando-me apaixonada, qualquer coisa que ele escrevesse, espalharia que ele tivera a intenção de me namorar, criando um clima para atingir o relacionamento com Cláudia, porém a resposta da carta muita educada, que ficava muito envaidecido, mas tinha compromisso com Cláudia que o perdoasse, mas seu coração estava ocupado.
           Aquilo foi o fim do mundo, onde já se viu me responder naquele tom e altivez, de maneira tão direta. Chorei, esbravejei, fiquei quase uma semana sem sair de casa para ver se esquecia aquele ingrato, que recusou o meu afeto de maneira clara e absoluta.
           Nunca havia acontecido aquilo comigo e mais aumentava minha paixão por ele, não sei se pelo amor próprio ferido ou por outro sentimento.
           Tomei uma decisão extrema, porque não queria perder essa parada de jeito nenhum. Escrevi uma carta anônima com letra disfarçada na qual difamava a moça e fazia mil insinuações e coloca-me na condição de amiga que queria preservá-lo de uma grande decepção, talvez adivinhando de onde partira, não dera importância, mais uma vez não deu certo, naturalmente percebeu de onde poderia Ter partido, aquelas insinuações contra a moral de Cláudia. Não se deixou abater e marcou casamento com Cláudia. Fiquei completamente possessa e numa tarde fui a casa dele e declarei apaixonada por ele, porém  se defendeu que amava a noiva, como fiz questão que não ficasse em segredo meus sentimentos, toda a vizinhança de Paulo presenciou a cena e era isso exatamente o que eu queria, pois assim chegou até o conhecimento de Cláudia que agora era o meu alvo, mesmo assim não deu certo, então para me vingar casei-me com o primeiro que apareceu, casando no mesmo dia.
           Não fiz um bom negócio porque não havia qualquer sentimento entre nós, porém os filhos foram nascendo e acabei ficando com aquele marido mesmo, devido ao acumulo de responsabilidades fui aos poucos perdendo aquela arrogância, a vaidade, aceitando a vida como ele podia ser, porque não havia outro jeito, porém ficou a lição bem gravada em minha mente que a simplicidade sempre é o melhor caminho, evita tantos dissabores, tantos transtornos para nossa vida. Hoje revendo essa página de minha vida, chego a conclusão que tudo poderia ser diferente, porém fora eu que escolhera aquele caminho, talvez de uma vida sem muita graça, mas  aquela que mais se prestou ao meu estado de espírito naquele momento, para colocar um freio as minhas fantasias e preconceitos contra os outros que não tinha a posição social, nem o dinheiro que meus pais possuíam.

 

 

O OBJETIVO ÚNICO DA VIDA


RICHARD SIMONETTI

 

           Na questão 860, de O Livro dos Espíritos, Ed. Comemorativa, interroga Allan Kardec:

           Pode o homem, pela sua vontade e por seus atos, evitar acontecimentos que deveriam realizar-se e vice-versa?

           Responde o Mentor que o assiste:

           “Pode, desde que esse aparente desvio possa caber na vida que escolheu. Além disso, para fazer o bem que lhe cumpre – único objetivo da vida – é permitido ao homem impedir o mal, sobretudo aquele que possa contribuir para a produção de um mal maior”.

           Há nessa resposta material para volumoso livro.
           De minha parte, gostaria de chamar sua atenção, leitor amigo, para incisiva observação ali contida.
           O Mentor espiritual está falando, com todas as letras, que a prática do bem é o objetivo único da vida.
           Um confrade questionava:
           – Não haverá aqui um problema de filtragem mediúnica?
           Será unicamente para isso que existimos: praticar o bem?!
           A fim de entender essa colocação do Mentor espiritual, consideremos que Deus não nos concedeu a vida por mero diletantismo.
           Criados à sua imagem e semelhança, segundo a expressão bíblica, deuses em potencial, somos
instrumentos da Vontade Divina, co-participantes na obra da Criação.
           Mais cedo ou mais tarde, quando puros e perfeitos, dentro de milhares ou milhões de anos, dependendo de nosso esforço, também teremos missões gloriosas a cumprir, doadores de bênçãos, a enriquecer e sustentar a Vida onde estivermos.
           Vale destacar que os Espíritos puros e perfeitos cumprem integralmente a suprema lei divina:
           O Amor.
           Amar é querer o bem de alguém.
           Conseqüentemente, o exercício pleno do amor implica a total disposição de praticar o Bem.
           Lembro-me de uma observação do Espírito Cairbar Schutel, o grande lidador espírita de Matão, pela mediunidade de Chico Xavier:
           A Felicidade do Céu é socorrer a infelicidade da Terra.
           Jamais iremos tocar harpa no Céu, em permanente repouso, como pretendiam os teólogos medievais, o que, diga-se de passagem, não seria nada animador.
           Ociosidade eterna está mais para inferno do que paraíso.
           Uma das revelações mais gratificantes do Espiritismo diz respeito à nossa destinação final.
           Não há escolhidos para a salvação, nem há condenados à irremissível perdição, o que seria dupla injustiça.
           Inadmissível tanto o céu por privilégio quanto a penalidade que transcende a natureza do crime.
           Todos atingiremos a perfeição, quer queiramos ou não, porque essa é a vontade de Deus, que não falha jamais em seus objetivos.
           Chegaremos um dia onde Jesus está, tanto quanto Ele esteve onde estamos.
           Atingida essa meta, dotados de desprendimento e abnegação, exercitaremos o bem incessante, a sustentar nossa perene comunhão com o Criador, integrados na Harmonia Universal, felizes para sempre.
           Por isso, todos os mecanismos evolutivos a que estamos submetidos – a reencarnação, a infância, o lar, o relacionamento afetivo, a escola, a dor, a adversidade, a doença, a velhice, a morte –, nada mais fazem senão amadurecer em nós a consciência de que é preciso participar da economia universal, exercitando o Bem sempre, adequando-nos às Leis Divinas e realizando-nos como filhos de Deus.
           Aqueles que servem empolgados pelo ideal do Bem queimam etapas evolutivas, caminham mais depressa, atingem a santidade antes mesmo de serem sábios.
           Na verdade, revelam muito mais sabedoria do que arrogantes intelectuais que julgam detê-la. Estes, embriagados por altos vôos de inteligência, perdem-se em discussões estéreis e raciocínios esdrúxulos, sem perceberem a suprema sabedoria que se exprime num gesto de bondade, o qual, invariavelmente, aproxima-nos de Deus.

O Reformador
2008

 

 

TESTEMUNHO PESSOAL – O MAIOR DESAFIO DA ATUALIDADE

 

GERALDO CAMPETTI SOBRINHO

 

           Quantas vezes você já se sentiu desafiado na vida?
           Há momentos em que tudo parece se acabar. O mundo está contra nós. A situação complicada.
           A conhecida Lei de Murphy entra em ação: “se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará”. A vida é bela para uns; porém, muitos estão fora desse elenco, pois a crise indica uma existência difícil. Estão vivendo maus momentos.
           Aí dá aquela vontade de jogar tudo para o alto, abandonar o barco. Os pensamentos e expressões que nos vêm: eu não mereço nada disso; isso não é justo; tudo dá certo para fulano, para mim, tudo dá errado!
           Não creio que só eu tenha passado por essa circunstância. Você já deve ter se sentido assim em alguma ocasião.
           Mas, não vamos nos abater. Esse privilégio não é exclusivo. Outros também se sentem como a gente.
           Por que será que algumas coisas desagradáveis ocorrem conosco? Por que quando tudo parece que vai mal, ainda pode piorar, trazendo desconforto e sofrimento?
           Vivemos interessante momento de transição planetária. Isso mesmo: a Terra está se transformando. Mudanças climáticas, degelos, efeito estufa, terremotos, maremotos, erupções vulcânicas, desastres ambientais, enfim a lista é extensa… Tudo aponta para um período de transformações que pareciam estar aguardando o momento propício para se manifestar. E, agora, não desejam esperar mais.
           A Natureza chegou a um limite e precisa extravasar sua potência criadora para continuar viva e oferecer condições de existência a seus habitantes.
           É o prenúncio de que os tempos já chegaram…
           Em mensagem recebida por Divaldo Franco em abril de 2010, Bezerra de Menezes afirma: “esses dias assinalam o período de transição do mundo de expiação e provas para o mundo de regeneração”. É uma excelente notícia, por um lado.            Um novo mundo, melhor daquele em que vivemos, onde haja paz e fraternidade, união e solidariedade entre os povos, no qual o bem possa se manifestar afastando o mal, onde o entendimento e o amor empanem a ignorância e o ódio.
           Por outro lado, essa revelação suscita preocupações. O portal oferece acesso ao novo mundo e já foi instalado na Terra. Será que estamos em condições de atravessá-lo?

           Deus não deseja que nenhum de seus filhos se perca. O Criador tenciona resgatar o maior número possível de criaturas, ensejando-lhes o despertar para as desafiadoras realidades da Nova Era.
           As chamadas “provas de fogo” surgem para testar se já estamos aptos à superação de uma etapa e preparados para enfrentar outras oportunidades mais complicadas.
           Em vez de castigo ou punição, a Justiça Divina age com amor e bondade, oferecendo os elementos necessários ao processo de renovação interior pelo esforço próprio de cada ser humano. Sem privilégios ou favorecimentos de quaisquer ordens, há o mérito ou demérito pelas ações assertivas ou equivocadas dos habitantes desse mundo-escola, a Terra.
           Para Joanna de Ângelis, “reclamar é perder tempo”. Daí, a necessidade de nos dedicarmos ao trabalho, com esforço e perseverança, para superarmos dificuldades que jazem na intimidade de nossos seres. São roupagens antigas a ser trocadas, revestidas pelo comportamento renovado da reforma íntima.
           Se o plano terrestre está em mudança, nós também somos convocados à ‘alquimia interior’, pelo exercício do controle das más tendências e do empenho  na transformação moral.
Agradeçamos o ensejo ofertado pela existência na escola terrestre, fazendo-nos dignos de habitá-la como orbe regenerado, em que todos vivam renovados na pureza de coração e na paz de consciência.

 

Editorial- FEBNET

 

 

ENDIREITAI OS CAMINHOS

 

“Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.” — João Batista. (JOÃO, capítulo 1, versículo 23.)

 

           A exortação do Precursor permanece no ar, convocando os homens de boa-vontade à regeneração das estradas comuns.
           Em todos os tempos, observamos criaturas que se candidatam à fé, que anseiam pelos benefícios do Cristo. Clamam pela sua paz, pela presença divina e, por vezes, após transformarem os melhores sentimentos em inquietação injusta, acabam desanimadas e vencidas.
           Onde está Jesus que não lhes veio ao encontro dos rogos sucessivos? Em que esfera longínqua permanecerá o Senhor, distante de suas amarguras?
           Não compreendem que, através de mensageiros generosos do seu amor, o Cristo se encontra, em cada dia, ao lado de todos os discípulos sinceros.
           Falta-lhes dedicação ao bem de si mesmos. Correm ao encalço do Mestre Divino, desatentos ao conselho de João: “endireitai os caminhos”.
           Para que alguém sinta a influência santificadora do Cristo, é preciso retificar a estrada em que tem vivido. Muitos choram em veredas do crime, lamentam-se nos resvaladouros do erro sistemático, invocam o céu sem o desapego às paixões avassaladoras do campo material. Em tais condições, não é justo dirigir-se a alma ao Salvador, que aceitou a humilhação e a cruz sem queixas de qualquer natureza.
           Se queres que Jesus venha santificar as tuas atividades, endireita os caminhos da existência, regenera os teus impulsos. Desfaze as sombras que te rodeiam e senti-Lo-ás, ao teu lado, com a sua bênção.

 

Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

 

 

PAI NOSSO, QUE ESTÁS NOS CÉUS

 

           Quando Jesus começou a prece dominical, satisfazendo ao pedido dos companheiros que desejavam aprender a orar, iniciou a rogativa, dizendo assim:
           — Pai Nosso, que estás nos céus...
           O Mestre queria dizer-nos que Deus, acima de tudo, é nosso Pai.
           Criador dos homens, das estrelas e das flores.
           Senhor dos céus e da Terra.
           Para Ele, todos somos filhos abençoados. Com essa afirmativa, Jesus igualmente nos explicou que somos no mundo uma só família e que, por isso, todos somos irmãos, com o dever de ajudar-nos uns aos outros.
           Ele próprio, a fim de instruir-nos, viveu a fraternidade pura, auxiliando os homens felizes e infelizes, os necessitados e doentes, mostrando-nos o verdadeiro caminho da perfeição e da paz.
           Na condição de aprendizes do nosso Divino Mestre, devemos seguir-lhe o exemplo.
           Se sentirmos Deus como Nosso Pai, reconheceremos que os nossos irmãos se encontram em toda parte e estaremos dispostos a ajudá-los, a fim de sermos ajudados, mais cedo ou mais tarde. A vida só será realmente bela e gloriosa, na Terra, quando pudermos aceitar por nossa grande família a Humanidade inteira.

 

Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei

 

 

MESA DE CR$ 15,00...

 

           O Chico estava empregado na venda do Sr. José Felizardo.
           Ganhava Cr$ 60,00 por mês (sessenta cruzeiros). Mal dava para ajudar a família. Apenas lhe sobrava, quando sobrava, meia dúzia de centavos.
           Uma de suas irmãs, que o auxiliava no expediente do lar, falou-lhe, certa vez, da necessidade que estavam de uma mesa para a sala de jantar, pois a que possuíam era pequena e estava velha, a pedir substituição. E alvitrou-lhe:
           — A vizinha do lado tem uma que nos serve. Vende-a por Cr$ 15,00. Mas como a pagaremos se não possuo e nem me sobra esta quantia, no fim de cada mês?
           A vizinha, dona da mesa, soube das dificuldades do Chico e. desejando ajudá-lo, propôs-lhe vender o entressonhado móvel à razão de 1 cruzeiro por mês, em quinze prestações mensais.
           O Chico aceitou e a mesa foi comprada. Pagou-a com sacrifício.
           Ficou sendo uma mesa abençoada.
           E foi sobre ela que, mais tarde, entendeu com Emmanuel a lição do pão e dos demais alimentos, verificando em tudo a felicidade do pouco com Deus.

 

Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama

 

 

MODO DE FAZER

 

" De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus..” Paulo (Filipenses 2:5)

 

           Todos fazem alguma coisa na vida humana, mas raros não voltam à carne para desfazer quanto fizeram.
           Ainda mesmo a criatura ociosa, que passou o tempo entre a inutilidade e a preguiça, é constrangida a tornar à luta, a fim de desintegrar a rede de inércia que teceu ao redor de si mesma.
           Somente constrói, sem necessidade de reparação ou corrigenda, aquele que se inspira no padrão de Jesus para criar o bem.
           Fazer algo em Cristo é fazer sempre o melhor para todos:
           - Sem expectativa de remuneração.
           - Sem exigências.
           - Sem mostrar-se.
           - Sem exibir superioridade.
           - Sem tributos de reconhecimento.
           - Sem perturbações.
           Em todos os passos do Divino Mestre, vemo-lo na ação incessante, em favor do indivíduo e da coletividade, sem prender-se.
           Da carpintaria de Nazaré à cruz de Jerusalém, passa fazendo o bem, sem outra paga além da alegria de estar executando a Vontade do Pai.
           Exalta o vintém da viúva e louva a fortuna de Zaqueu, com a mesma serenidade.
           Conversa amorosamente com algumas criancinhas e multiplica o pão para milhares de pessoas, sem alterar-se.
           Reergue Lázaro do sepulcro e caminha para o cárcere, com a atenção centralizada nos Desígnios Celestes.
           Não te esqueças de agir para a felicidade comum, na linha infinita dos teus dias e das tuas horas. Todavia, para que a ilusão te não imponha o fel do desencanto ou da soledade, ajuda a todos, indistintamente, conservando, acima de tudo, a glória de ser útil, "de modo que haja em nós o mesmo sentimento que vive em Jesus Cristo".

 

Fonte Viva
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Emmanuel

 

BRINQUEDO DE ESCONDER

 

           Num Caderno antigo, uma criança escreve: Mãe, como eu gosto de você.
           E que saudade tenho de você. Pareço me ver, pequeno, ensaiando os passos. Um pé aqui, outro ali. Balançava e caía.
           Bastava fazer beicinho para chorar e sentia os seus braços me erguendo, me abraçando e dizendo: “Não foi nada. Continue Andando.”
           Lembro das tantas brincadeiras que fazíamos juntos. Eu correndo e você fingindo que corria para me alcançar. De repente, me agarrava e suspendia em seus braços.
           Eu me sentia como alguém que estivesse no topo do mundo, mais alto do que os demais. Olhando tudo de cima.
           Mas, o brinquedo que eu mais gostava era o de esconde-esconde. Eu me escondia atrás da cortina e você demorava para me encontrar, andando de um para o outro lado, perguntando: “Onde estará aquele menino?!
           E eu ficava ali, achando muita graça. Nem me dava conta de que os meus pés me denunciavam de longe onde me escondia.
           Quando era você que me se escondia, eu procurava naqueles mesmos esconderijos que eu conhecia.
           Às vezes, demorava um pouco para encontrar você. EU ficava triste. Pensava: “Mamãe foi embora.”
           Nessa hora, você aparecia, saindo detrás da porta entreaberta ou do sofá da sala, sorrindo. E tudo ficava bem.
           Eu era uma criança feliz. Muito Feliz.
           Ate o dia em que você inventou uma brincadeira diferente. Você ficou quieta, muda, não falava.
           Muita gente veio em casa. Mexeram com você, falaram. Mas você continuou forme. Não se mexeu, não falou.
           Pensei: “Acho que mamãe esta brincando de estátua. E que estátua verdadeira ela está imitando.”
           Depois, vieram outras pessoas e colocaram você em um carro feio, preto, que eles tentaram enfeitar com flores. Continuou feio.
           Alguém me disse: “Não fique triste. Sua mãe foi se esconder.”
           Então fui procurar e procurar. Tentei descobrir onde o carro levara você. Andei muito e fui olhando atrás de cada árvore, de cada arbusto.
           Fiquei com muita raiva daquele jogo de estátua e da brincadeira de esconde-esconde.
           Ainda espero que você volte, minha mãe, para eu poder sorrir outra vez.
           Onde você está, mamãe?

***

           Quanta dor na escrita de um menino a quem não foi explicado o fenômeno da morte.
           A morte, dolorosa sim, por se constituir o desaparecimento físico da pessoa amada, deveria ser matéria a ser lecionada, desde a mais tenra idade.
           Isso porque não há nada mais certo na vida. Quem nasce, morre, mais cedo ou mais tarde.
           Por vezes, no intuito de não querer traumatizar os pequenos, os enganamos, dizendo que a pessoa viajou, que foi passear.
           Isso os deixa na ansiedade da espera. Uma espera interminável.
           Quão melhor seria que lhes ensinássemos a respeito da vida que nunca morre. Que lhes disséssemos que quando morre alguém querido, ele continua conosco, em nosso coração.
           Que poderão falar com ele, lhe endereçar as suas preces, lhe dizer do que sentem e como sentem.
           Com certeza, tudo seria mais suave e, na sequência dos anos, a morte perderia seus dolorosos véus negros de mistério.
           Pensemos nisso.

 

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Brinquedo de Escondê, de Lulu Benencase, do Boletim Informativo FAEP, nº 1388

 

Mundo Espírita 2017.

 

 

ORAÇÃO DO AMANHECER


           Senhor, no silêncio deste dia que amanhece, venho pedir-te saúde, força, paz e sabedoria.
           Agradeço de coração a maravilhosa noite de descanso, o qual meu corpo foi velado pelos seus olhos.
           Quero olhar hoje o mundo com olhos cheios de amor, ser paciente, compreensivo, manso e prudente.
           E que durante o dia eu possa perdoar e ser perdoado pelos erros, pois somos fracos e pecadores.
           Ver além das aparências teus filhos como tu mesmo os vês, e assim não ver senão o bem em cada um.
           Cerra meus ouvidos a toda calunia, guarda minha língua de toda a maldade, que só de benção se encha meu espírito, que eu seja tão bondoso e alegre que todos quanto se achegarem a mim sintam a tua presença.
           Senhor, reveste-me de tua beleza, reveste-me de benevolência e que no decurso deste dia eu te revele a todos.

Amém

 

Autor Desconhecido

 

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
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