"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XIV - N. 163 * Campo Grande/MS *Agosto de 2019.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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           Se em alguns momentos sentir-se perplexo, quando surgir problemas supostamente insolúveis, lembre-se que em Deus está à chave desta e da outra vida, portanto tem razões de sobra para continuar acreditando que há em toda parte vida em abundância.

 

 

PRIMEIRAS ENCARNAÇÕES

 

            Será que nas primeiras encarnações da alma em corpos humanos na Terra, ela já desenvolve a consciência de seu estado e já sabe ver a diferença do bem e do mal, e nessas primeiras viagens terrestres consegue usar o seu livre-arbítrio?
            Allan Kardec o valoroso codificador da glamorosa doutrina dos Espíritos responde a essas dúvidas afirmando que a doutrina por si já nos orienta a respeito, mas mesmo assim volta a esclarecer que ignoramos absolutamente em que condições se dão as primeiras encarnações da alma e que isso é um dos princípios das coisas que estão nos segredos de Deus.
            Só sabemos que as almas são criadas simples e ignorantes, saindo todas do mesmo ponto de partida, o que é conforme a justiça. O seu desenvolvimento se dá passo a passo em inúmeras encarnações, onde o livre-arbítrio vai evoluindo pouco a pouco, como acontece com as crianças que no início não têm ainda como usar o livre-arbítrio de um dia para o outro e só mais tarde, depois de anos, vai gozar da plenitude de suas faculdades.
Com a progressão do livre-arbítrio vai crescendo também a responsabilidade, acompanhando o desenvolvimento da inteligência.
            É por esse motivo que o selvagem que ainda come seu semelhante é menos punido, menos castigado que o homem civilizado que comete uma simples injustiça.
Ainda por longos períodos a alma encarnada sofre influência exclusiva dos instintos de conservação, que vão gradativamente equilibrando-se com a inteligência, até que essa inteligência passe a dominar os instintos, quando então se dá o início da séria responsabilidade.
            Não há no desenvolvimento da alma, acaso ou fatalidade que determinem o bom ou o mau caminho que o Espírito segue no seu princípio. O Espírito permanece em estado inconsciente por inúmeras encarnações, até que a inteligência o habilite a ter responsabilidade real, quando age livremente e com conhecimento de causa.
            Essas primeiras encarnações não se dão mais na Terra, que recebia essas almas outrora, porém, agora que o planeta não é mais um mundo primitivo e sim mundo de provas e expiações, os nossos selvagens estão em progresso relativamente ao que eram antes que viessem encarnar por aqui.
            Não nos interessa quantas encarnações separam os selvagens do homem civilizado; isso pertence ao passado, que não sabemos quando iniciou. Só sabemos que somos imperfeitos, e que nossas imperfeições impedem-nos de gozar a felicidade e que nossa inteligência já é capaz de distinguir o bem do mal e por isso nossa responsabilidade é maior e não podemos mais dizer o que o Cristo disse: “Perdoai Senhor, porque não sabem o que fazem.”.

 

Referência bibliográfica: Revista Espírita 1864. Allan Kardec.

 

Crispim.

 

 

            TRABALHE SEMPRE

 

            O trabalho sempre traz alegria, porque dinamiza as forças da alma e parte exatamente desse ponto a ampliação da área de ação da mente que representa o nosso esforço em favor do progresso e do nosso crescimento interior.
            Essa ação direcionada para um fim nobre amplia os nossos horizontes, mostra a realidade que é preciso assimilar e experimentar, a fim de que se dê a cada atitude uma resposta consequente, mesmo porque já afirmava o apostolo Tiago: “a cada um de acordo com suas obras”, nada mais justo e mais alentador, pois aquele que mais luta, certamente é o tem maiores chances de progresso, além de desenvolver o potencial que tem e ampliar a visão do mundo.
            Ainda que persistam as dificuldades, tenha mais consciência dos valores que já tem e torne essas pessoas que trabalham pelo menos bem mais humanas, porque são capazes de avaliar as dificuldades dos outros, que muitas vezes essa se aproximação fosse sem trabalho, seria quase impossível.
            O trabalho sempre foi essa força que movimenta o mundo; onde existe o trabalho, existe alegria e a alegria sempre é a contrapartida que traz novas experiências, a fim de que cada um tenha mais consciência do papel que desempenha diante do mundo.
            A boa vontade faz maravilha; é isso justamente que conta na esteira da vida.
            Quanto mais lute, mais compreenderá que tudo caminha para um futuro melhor, quando se dispõe a servir, sem exigências.
            A cada dia que nasce são colocados a sua disposição vinte e quatro horas de com a sua vontade, pode realizar sempre o melhor.
            Mas quando surjam problemas não pode o trabalhador desanimar, mesmo porque o desânimo é um corrosivo que mina as melhores energias, por essas descrenças das leis que regem a vida pode cair, porém o trabalhador do Cristo que já entendeu sua mensagem torna-se prático, porque se não trabalhar pelo o seu futuro, o que será de seus dias?
            Já sabe que há tempo certo para voltar à pátria espiritual e deve retornar com algo de bom na bagagem, especialmente pelos esforços mobilizados pelo amor aos outros, caso contrário o que poderá alegar, depois de um planejamento minucioso da vida espiritual para que desse um passo a frente?
            Por isso não perca tempo e trabalhe sempre.

 

Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

PERIGO A VISTA

 

            O caminho é cheio de perigos. Muitas vezes se depara com trecho da estrada em que a natureza é completamente hostil. De outro lado o viajante da vida não estudou corretamente a carta geográfica ou pior, imagina que sabe o que não sabe e por conta dessa ignorância que carrega é fácil cair no despenhadeiro.
            Com isso aumenta muito mais as dificuldades e pode tornar-se inviável continuar a marcha, por não saber que é fundamental. Além disso, não considera o futuro nem tem maior cuidado para se conduzir, seja buscando no estudo, na meditação e acima de tudo, muito trabalho em favor do próximo, aliado à vigilância e a oração é que poderá ter mais êxito na grande travessia.
            Esses perigos que estão ao longo da estrada, às vezes surgem de fatos insignificantes quando não se previa e como também as opiniões de outros viajantes são completamente diferentes, mesmo porque a sua fase é outra na escala de valores e experiências.
             Daí tantos problemas que se enfrentam todos os dias. Às vezes das coisas mais simples chama a atenção que estão prestes a cair e precisa tomar providências. Esses perigos decorrem da própria ignorância do viajante que não mede as consequências de seus atos e mesmo do julgamento de alguns companheiros de jornada. No entanto não deixa de ser um alerta contra as ciladas e pode levar ao fracasso os mais belos projetos do viajante desprevenido.
            Cada criatura é uma individualidade. Não obstante ser semelhante na aparência e na forma de manifestação, certamente que ocorrem as mais diversas situações de acordo com o histórico da vida e da experiência porque passou em sua trajetória evolutiva.
            A cautela do caminhante por essas veredas perigosas e incertas que deve pesar com a máxima prudência, a fim de não cometer erros que muitas vezes terá que lamentar amargamente.
            Quando Jesus ensinou: “Orai e vigiai para não cair em tentação”, lembrou os perigos do caminho, pois que ninguém em verdade está isento de cometer grandes erros, como também é lógico que erros só cometem os que se dispõem a caminhar.
            Muitas vezes sofrem por uma grande causa, alguns pagam com a própria vida. Outros consistem em provações dolorosas, porque largaram o trabalho antes do fim da jornada. E depois encontraram companheiros que não ajudam e estão mais preocupadas com os seus valores materiais e, esses brinquedos os entretêm ainda, por isso, é difícil compreender certas atitudes de criaturas até bem formadas, mas que ainda não tem uma visão mais clara do caminho a percorrer.
            Porém seja como for todos podem cair em erros clamorosos por não compreender que o caminho é realmente possível, mas carregam consigo uma série de exigências a serem cumpridas.
            Luta-se muitas vezes por este ou aquele motivo, mas não se sabe agir em determinado momento da existência.
            Essas reações exacerbadas das pessoas trazem a reflexão muitos temas e precisam ser compreendidos, porque a queda motivada por uma falsa avaliação dos obstáculos, mas por outro lado ensinam que toda pessoa que não foi suficientemente prudente pode cair.
            Nunca existiu ninguém que não fosse testado nas suas fraquezas. O pior que a grande maioria caiu. Essa estatística triste representa a queda daquele que não soube se portar de maneira digna na hora decisiva da prova, por não ter um pouco de resistência diante das provações.
            Sempre homem com esse desejo de tudo conquistar, talvez seja essa motivação que o leve a ousar. Sem esse entusiasmo que sabem que nunca venceria certas barreiras e forma julgadas intransponíveis, mas com essas arremetidas arriscadas de alguns, com certeza fora possível colocar um novo patamar a compreensão dos limites do homem.
            Por isso que sempre tem a sua frente uma grande interrogação. O que fazer diante de determinado fato? É o desafio que irá marcar a sua trajetória de qualquer maneira. Mas certas pessoas ainda não pensam antes de agir.
            Mas ao homem compete o direito pessoal de estabelecer a sua meta. É claro que muitas vezes irá errar também, especialmente se trabalhar terá uma margem de acertos significativos, que também é preciso prudência a cada passo. Sempre é bom lembrar que aquelas pessoas que cometem erros são as que se dispõem a caminhar.  Realizam determinados projetos que  não dão resultados satisfatórios, mas seus erros abrem caminho para que outros sigam em frente.
            Os pioneiros às vezes passam por essas dificuldades quase que insuperáveis, mas tiveram a missão somente de abrir o caminho para que mais tarde outros passem.
            Assim também é a vida com o caminho repleto de perigos, pois que fatos aparentemente insignificantes e até banais mesmo podem levar a cometer muitos erros que resultarão em muitos sofrimentos.
            Essa atitude aparentemente precipitada pode carregar grandes erros, mas uma grande demora em agir, também causará perdas consideráveis. Assim que esta justa medida é difícil de compreender ainda.
            Dessa forma siga em frente e faça o melhor que possa, além de uma análise detalhada de sua vida interior poderá ajudar muito. Pode estar no lugar errado na hora errada, mas não necessariamente que não sirva de lição para a vida inteira.

 

Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

DESOBSESSÃO

 

            Algumas pessoas deploram que haja Espíritos maus. De fato, não é sem um certo desencanto que encontramos a perversidade neste mundo, onde só gostaríamos de encontrar seres perfeitos. Desde que as coisas são assim, nada podemos fazer: é preciso aceitá-las como são. É a nossa própria inferioridade que faz com que os Espíritos imperfeitos pululem à nossa volta; as coisas mudarão quando nos tornarmos melhores, como já ocorreu nos mundos mais adiantados. [...] Ver e compreender o mal é uma maneira de nos preservarmos contra ele.3
Todos possuímos desafetos de existências passadas e, no estágio de evolução em que ainda respiramos, atraímos a presença de entidades menos evolvidas, que se nos ajustam ao clima do pensamento, prejudicando, não raro, involuntariamente, as nossas disposições e possibilidades de aproveitamento da vida e do tempo. A desobsessão vige, desse modo, por remédio moral específico, arejando os caminhos mentais em que nos cabe agir, imunizando-nos contra os perigos da alienação e estabelecendo vantagens ocultas em nós, para nós e em torno de nós, numa extensão que, por enquanto, não somos capazes de calcular. Através dela, desaparecem doenças-fantasmas, empeços obscuros, insucessos, além de obtermos com o seu apoio espiritual mais amplos horizontes ao entendimento da vida e recursos morais inapreciáveis para agir, diante do próximo, com desapego e compreensão.9

1. PREVENÇÃO DAS OBSESSÕES


            Terapêuticas diversas merecem estudos para a supressão dos males que flagelam a Humanidade. Antibióticos atacam processos de infecção, institutos especializados examinam a patologia do câncer, a cirurgia atinge o coração para sanar o defeito cardíaco e a vacina constitui defesa para milhões. Ao lado, porém, das enfermidades que supliciam o corpo, encontramos, aqui e além, as calamidades da obsessão que desequilibram a mente. [...] Vemo-las instaladas em todas as classes, desde aquelas em que se situam as pessoas providas de elevados recursos da inteligência àquelas outras onde respiram companheiros carecentes das primeiras noções do alfabeto, desbordando, muita vez, na tragédia passional que ocupa a atenção da imprensa ou na insânia conduzida ao hospício. Isso tudo, sem relacionarmos os problemas da depressão, os desvarios sexuais, as síndromes de angústias e as desarmonias domésticas.8
            Assim, é necessário considerarmos que em todo processo patológico, seja do corpo físico ou da alma, a prevenção, ou a profilaxia, é a base de uma vida sadia. Profilaxia é o conjunto de medidas preventivas que evitem o aparecimento de doenças. No caso da obsessão sendo esta doença da alma , a profilaxia é de vital importância. Como vimos, existe a obsessão porque existe inferioridade em nós.4
            A prevenção da obsessão consiste na prática do bem e na confiança em Deus. Sendo assim, os Espíritos da Codificação nos orientam: [...] Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer: “Senhor! não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.”2 [...], a única profilaxia eficaz contra a obsessão é a do Evangelho. É praticar o bem e ser bom.”5

 

REFERÊNCIAS
2. ______. O livro dos espíritos. Tradução Guillon Ribeiro. 89. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007, questão 469, p. 280-281.
3. Revista Espírita. Jornal de estudos psicológicos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Poesias traduzidas por Inaldo de Lacerda Lima. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Ano 1958. Item: Obsidiados e subjugados, p. 414-415.
4. SCHUBERT, Suely Caldas. Obsessão e desobsessão. Quarta parte. Cap. 1 (Profilaxia das obsessões), p.187.
5. ______. p. 188.
8. ______. Item: Desobsessão, p. 17-18.
9. ______. Cap. 64 (Benefícios da desobsessão), p. 222.

 

ESDE
2008

 

 

PSICOGRAFIA

 

            Araci Plínio, pecuarista, nascida em Belfort Roxo, estado do Rio de Janeiro, em 1914. Protagonizou uma das maiores chacinas de pessoas num mesmo local. Longe de ser sua vontade. As próprias circunstâncias a que levaram a esse infausto acontecimento, que despedaçou tantos lares, complicou a vida de tanta gente, porém tudo aconteceu como forma de ressarcir imensos débitos contraído alhures, numa situação semelhante há muitos séculos atrás, mas que pelas leis de causa e efeito, se dera naquela época longínqua da história da vida naqueles personagens que se reuniram para prestar o seu testemunho que ninguém ficará impune as Leis de Deus, estabelecida com o fim de propiciar uma justiça distributiva  a cada um de acordo com suas obras, e tal se deu no momento justo, visando libertar certos vestígios de ódios acumulados naquelas mentes obstinadas,  como também a idéia de vingança acalentada por corações acumpliciados naquele dia, visto que, se dera de uma forma tão programada, que naquele dia a festa ocorreu a grande tragédia, porém que a imprensa dedicou poucas linhas, pois que há muito tempo grupos rivais se defrontaram no dia de um casamento. As pessoas ligas a Sra. Araci festejavam o casamento de sua filha, a jovem Eliane e o cavalheiro João das Neves, porém como havia muito tempo essa rixa, por motivos de terras e muitas outras pequenas questões, os familiares dos noivos, além dos preparativos da festa, também se preocuparam com um eventual ajuste de contas exatamente naquele dia, pois que estariam todos reunidos e deixaram homens preparados em lugares estratégicos, mas o público em geral não sabia de nada. Quando a festa ia em meio, de repente o grupo do Zé do Morro, chegou a festa atirando e acertando algumas das pessoas visadas, porém os homens da segurança devidamente instruídos revidaram de maneira violenta também a agressão matando outro tanto, daí então o grupo vendo massacrado começou a atirar de maneira indiscriminada, atingindo pessoas que nada tinham a ver e mesmo porque eles estavam encurralados, de forma que vendo que o plano que armaram não saíra como queriam, procuraram fazer o maior número de vítimas, a fim de prejudicar realmente ou vingar nos outros o que não conseguiram em seus rivais.
            Depois do tiroteio estavam espalhados pela casa vinte e dois corpos, além de que dezenas de feridos, inclusive mulheres e crianças que ficaram entre o fogo cruzado. Somente depois do acontecimento pode se avaliar o quanto fora cruel esse confronto, pois que até os noivos tão jovens ainda, morreram sem saber porque. Aquele dia prometia tanta alegria resultou numa grande tragédia, em que muitos pais de família foram mortos sem sentido, sem que tivesse qualquer problema com a origem do acontecimento que estavam ali só para festejar um acontecimento popular, mas encontraram a morte, porém este infausto acontecimento teve sua origem em recuado tempo da história, no tempo das cruzadas, que foi um tempo fértil em campanhas desastradas. Os protagonistas desta história participaram de uma grande chacina na condição de executores, num pequeno local da Itália, pois que imaginaram que uma pequena comunidade familiar havia ajudado os seus adversários e num dia de uma festa popular, também devidamente preparada escolheram exatamente uma festa popular para perpetrar os seus crimes. De repente irromperam no meio daquela comunidade matando a todos a fio de espada e sem saberem mesmo porque foram mortos.  E a força da lei um dia reuniu esses mesmos comparsas em lados opostos e também numa festa popular a fim de reavaliar o que fizera e que repercussão negativa causou a tantas pessoas inocentes. Agora ali estavam na condição de vítimas infelizes de outros rivais, eles mesmos, que o tempo resolveu ajustar as contas, visando o interesse de todos, ainda que diante de uma enorme chacina, que no final contando os que morreram depois somam trinta e oito pessoas, ainda ficaram ainda mais alguns com problemas de saúde devido aos ferimentos que sofreram.
            Assim que séculos se passaram e esses mesmos comparsas do passado vieram se reunir para que uns contra os outros se ressarcirem  do passado, com muita violência e insensatez.
            Também devemos registrar que a história se repetiu em sentido contrário até em situação extremamente parecida, pois que estavam numa festa popular, com muitas alegrias e descontração, em dado instante então surge inesperadamente para a maioria das pessoas, surgem pessoas atirando e matando uma série de pessoas que nada tinha a ver com o problema, pelo menos nessa existência. Mas eram todos envolvidos em massacre do passado que alei de causa e efeito revolveu reunir, objetivando a cumprir com a lei, como diz o provérbio popular “aqui se faz, aqui se paga”, curando a ferida pelo próprio mal que lhe deu origem.
            Assim que sempre ficou esse exemplo de tanto dor e tristeza, mas julgado necessário para cada um dos personagens  que participaram ou foram vítimas dessa tragédia de tamanha magnitude.
É comum que se esqueça rapidamente o mal que se praticou, mas aquele que recebeu as nossas maldades nunca esquece, e em permanente sintonia pelos fios invisíveis do pensamento está solicitando justiça, porque nada fica impune. Aos olhos do mundo muita coisa pode ficar encoberto, porém aos olhos do espírito eterno tudo tem o seu peso e as suas conseqüências, portanto, ninguém se iluda de que poderá subtrair-se a justiça, por esta ou aquela razão, porque as leis estão agindo, visando dar a um na medida de suas ações, de maneira a restabelecer o equilíbrio entre as partes.
            Portanto, todos devem pensar muito antes de agir, porque cedo ou tarde, ou nesta vida, ou numa outra, tudo que houver feito no mal, tanto quanto  virá a tona o bem realizado, a exigir reparação ou a recompensa pelo que foi realizado, por isso é importante se lute bravamente para não lesar a quem quer que seja, porém a lei sempre alcança o culpado onde ele estiver.
            Um alerta para todos que estão neste plano para que lance âncoras no bem e nele procure se apegar, porque a prática do bem, tem um valor inestimável com relação a nossa paz íntima, pois que quando está fazendo o bem ou preparando-se para realizá-lo, pois que aí mesmo terá aquilo que mais precisa para a jornada neste planeta de provas e expiações, mas a escola mais importante para a nossa felicidade.

 

 

SOFRIMENTO, ALAVANCA DO PROGRESSO

 

MAURO PAIVA FONSECA

 

            A Terra é planeta-escola, que abriga uma sociedade cujas características de imperfeição e fraqueza estão adequadas às necessidades de Espíritos carecedores de oportunidades, a lhes oferecerem meios de expungir do acervo pessoal as mazelas que impedem ascensão aos planos superiores da Eternidade.A vida de relação é, assim, valioso recurso para exercício dos elevados atributos intelectuais e morais da alma, com vistas à vida eterna, apanágio de todos os Espíritos, rumo à perfeição.
            As adversidades, os infortúnios, as dores em geral são meios de purificação da natureza espiritual que nos é própria, por isso, não deverão ser considerados punições, e sim, oportunidades redentoras, estimulando-nos os esforços, no caminho da própria libertação. Há que considerar, ainda, que ninguém mais nos impõe sofrimentos, senão nós próprios, criando, no pleno uso da liberdade e do livre-arbítrio, o determinismo que nos coloca diante dos inflexíveis efeitos da Lei Causal.
            As aflições que nos visitam objetivam estimular-nos o esforço, não somente para compreendê-las, mas também para envidarmos esforços concretos na sua erradicação, porque, embora a vida material nos pareça suficiente e completa em si mesma, na realidade visa o progresso da natureza eterna que nos é peculiar: a natureza espiritual.“Bem-aventurados os que sofrem porque serão consolados” (Mateus, 5:4), sentenciou Jesus. Como complemento dessa máxima, ensina-nos o divino             Mestre que a coragem, a resignação e humildade são as forças que otimizam a conquista do progresso, enquanto a revolta, a rebeldia, o orgulho e a fraqueza retardam-lhe o advento.
            Os resgates, expiações e provas a que estamos sujeitos, durante a vida material, são criações nossas.
            Os acontecimentos do presente estarão sempre com raízes no passado.
            Nossos agressores e adversários nada mais são que auxiliares da nossa evolução; instrumentos utilizados pelo automatismo da Lei,para que a justiça se cumpra.Eis por que a vingança será sempre um sentimento desprovido de sentido!             É como se estivéssemos destruindo um remédio amargo, que nos livrará de enfermidade pertinaz.
            Se quisermos bem aproveitar a oportunidade encarnatória, evitando a repetição de experiências mal-sucedidas, há que exercitarmos a capacidade de renúncia e o espírito de serviço, conquistando, através deles, o enriquecimento do acervo de realizações, com que retornaremos à Pátria Espiritual portando bagagem que nos situará no convívio dos justos.
            Os elementos para a consecução desse objetivo serão encontrados nos ensinamentos do Evangelho de Jesus, amplamente explicados pela Terceira Revelação, que é a Doutrina Espírita.

 

O Reformador
2008

 

 

O JOVEM ESPÍRITA E AS REDE SOCIAIS

 

            Muito se fala sobre a revolução que a internet causou na relação entre as pessoas. Alguns estudiosos analisam-na, como a possibilitar uma maior banalização e superficialidade na sociedade.
            Tanto os usuários quanto críticos costumam falar dessa nova forma de viver como sendo fictícia. Nós espíritas sabemos que o indivíduo é representado pelos pensamentos que emite independente da forma: telefone, carta, vídeo ou postagem.
            Não podemos analisar nossos dias, sem aceitar a rede de computadores como uma realidade. Compramos, vendemos, trabalhamos... na rede. Neste universo muito pouco mensurado, que é a internet, vemos em alta, o surgimento das redes sociais. A quantidade de usuários cresce absurdamente e passamos uma grande parcela de nosso tempo diário, nesses espaços, a exemplo da “febre do Facebook”. As pesquisas nos informam que são os jovens os campeões em acessos e tempo recorde.
            Ao pensarmos na qualidade dessas relações, vemos pessoas expressando-se de maneira paradoxal com a postura assumida fora das redes. São jovens tímidos, agindo de forma ostensiva. Indivíduos calmos e aparentemente pacíficos, fazendo apologia ao uso da violência. Nesses quadros ricos para a análise comportamental, vemos pessoas e educadores “endemoniando” a rede por possibilitar uma maior exposição.
            Ao consultarmos a literatura espírita, perceberemos que vivemos tempos em que o homem é levado a mais amplo uso do livre-arbítrio, para que, com mais liberdade de ação, possa fazer suas escolhas e eleger suas experiências, rumo ao equilíbrio. Sendo assim, a rede é só mais uma ferramenta. Se o indivíduo se coloca, mesmo que através de uma imagem
fictícia, é o material interior de que ele dispõe.
            Nós, jovens espíritas, educadores, precisamos encontrar nesta ferramenta as multipossibilidades de nos sensibilizarmos para a construção da Nova Era. Precisamos estudar melhor o tempo que passamos nas redes e a qualidade de nossa influência. Lembremos as palavras do apóstolo Paulo aos Coríntios: “Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?” O bem em nós precisa ser corajoso diante da ignorância que vige.
            Jovens espíritas! Lembremo-nos das palavras de Jesus: “Vós sois a luz do mundo, o sal da terra.” É hora de moralizarmos a sociedade. Moralizarmos nossas ações. Sejamos o pouco de fermento, suficiente para transformar nossos companheiros de ação.

           

            Lucas Strobel é estudante e trabalhador espírita

 

REFERÊNCIAS
1 XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 36.ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2009. Cap. 76, “Fermento Espiritual”, p. 201-201. “Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?”, I Cor. 5:6.
2 FRANCO, Divaldo. Responsabilidade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada. Cap. 1, “Critério de Observação”.

 

Revista Cultura Espírita
2013

 

 

TRAGÉDIAS DO COTIDIANO

 

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista

 

            Prosseguem na sua faina interminável as tragédias do cotidiano, ceifando vidas de maneira perversa e descontrolada. No Mar Mediterrâneo continuam a ser abandonadas as vítimas dos países dilacerados pelas guerras cruéis, como recentemente mais de 1.500 foram resgatadas pela Itália, quando buscavam oportunidade nova de vida na Europa exausta e com excesso de população.
            Em toda parte avolumam-se os atos de violência e de desespero em que existências louçãs ou não experimentam o gume que lhes ceifam a oportunidade de desenvolvimento.
            E por mais se apresentem excruciantes, sempre surgem formas novas de extinção da vida, de maneira hedionda. Foi a ocorrência fatídica na Barra da Tijuca, conforme noticiou angustiada a Imprensa do país há poucos dias. Referimo-nos à família que foi destroçada, crê-se que pelo chefe do clã, cavalheiro honrado, desfrutando de respeitável posição socioeconômica, com esposa bela e filhos lindos. A senhora, possivelmente dormindo, foi assassinada a faca, e as duas crianças, seus filhos, foram atirados da janela do alto edifício com o próprio genitor. Apesar de acostumados com os dramas trágicos, essa calamidade surpreendeu, não apenas aos amigos, familiares e moradores do bairro, bem como toda a sociedade que lhe tomou conhecimento.
            Que estado de desespero ou de consciência alterada leva alguém a cometer tantos e tão hediondos crimes? Quais as razões, se é que existem razões para ações de tal porte, que induzem a criatura humana a matar de maneira quase inconcebível?
            Por mais que se encontrem fatores psicológicos, sociológicos, econômicos ou de outro porte, vale a pensar que “a criatura moderna perdeu o endereço de Deus” e, em consequência, perdeu o próprio também. A falta de fé na imortalidade reduz a vida na Terra a uma experiência sem sentido nem significado.
            Torna-se necessário que se volte a Deus e à fé religiosa, seja qual for, para evitar-se tragédias de tal magnitude.

 

Publicado no jornal A TARDE, de 8 de setembro de 2016.

 

 

POR CRISTO

 

“E se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha
conta.” — Paulo. (FILIMON, capítulo 1, versículo 18.)

 

            Enviando Onésimo a Filêmon, Paulo, nas suas expressões inspiradas e felizes, recomendava ao amigo lançasse ao seu débito quanto lhe era devido pelo portador.
            Afeiçoemos a exortação às nossas necessidades próprias.
            Em cada novo dia de luta, passamos a ser maiores devedores do Cristo.
            Se tudo nos corre dificilmente, é de Jesus que nos chegam as providências justas. Se tudo se desenvolve retamente, é por seu amor que utilizamos as dádivas da vida e é, em seu nome, que distribuímos esperanças e consolações.
            Estamos empenhados à sua inesgotável misericórdia.
            Somos dEle e nessa circunstância reside nosso título mais alto.
            Por que, então, o pessimismo e o desespero, quando a calúnia ou a ingratidão nos ataquem de rijo, trazendo-nos a possibilidade de mais vasta ascensão?
            Se estamos totalmente empenhados ao amor infinito do Mestre, não será razoável compreendermos pelo menos alguma particularidade de nossa dívida imensa, dispondo-nos a aceitar pequenina parcela de sofrimento, em memória de seu nome, junto de nossos irmãos da Terra, que são seus tutelados igualmente?
            Devemos refletir que quando falamos em paz, em felicidade, em vida superior, agimos no campo da confiança, prometendo por conta do Cristo, porqüanto só Ele tem para dar em abundância.
            Em vista disso, caso sintas que alguém se converteu em devedor de tua alma, não te entregues a preocupações inúteis, porque o Cristo é também teu credor e deves colocar os danos do caminho em sua conta divina, passando adiante.

 

Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

 

 

EXISTÊNCIA DE DEUS

 

            Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou:
            — Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?
            O crente fiel respondeu:
            — Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.
            — Como assim? — indagou o chefe, admirado.
            O servo humilde explicou-se:
            — Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?
            — Pela letra.
            — Quando o senhor recebe uma jóia, como éque se informa quanto ao autor dela?
            — Pela marca do ourives.
            O empregado sorriu e acrescentou:
            — Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?
            — Pelos rastros — respondeu o chefe, surpreendido.
            Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a Lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:
            — Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!
            Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também.

 

Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei

 

 

UM ENSINAMENTO QUE FICOU

 

            A luta ia acesa.
            Trabalhos. Dificuldades. Incompreensões.
            Chico, ao lado de José Xavier, perseverava...
            Uma noite, porém, experimentava enorme fadiga. E à hora da reunião, perguntava a si mesmo:
            — Valia a pena combater? Por que dedicar-se à mediunidade se Jesus já estivera no mundo e, tudo ensinando, não fora compreendido? Não seria melhor entregar a Nosso Senhor a Terra com tudo o que pertence à vida dos homens?
            Foi então que a mãezinha desencarnada recomendou-lhe que abrisse o Novo Testamento, o que Chico fez pela primeira vez, esclarecendo-lhe que o Evangelho tem sempre uma resposta para nossas dúvidas.
            O filho abriu o Código Divino, ao acaso, e leu no versículo 1, do livro dos Atos dos Apóstolos; “... no primeiro livro, ó Teófilo, relatei todas as coisas que Jesus começou a fazer e ensinar”.
            A entidade carinhosa, acordando-o para o dever a cumprir, observou:
            — Reparou, meu filho? Pela narração dos Apóstolos, ficamos sabendo que o Evangelho relata as maravilhas que Jesus começou a fazer e a ensinar... Aprendamos a cooperar com Ele, porque ainda estamos muito longe da conclusão do Reino de Deus na Terra que Nosso Senhor está construindo.
            E o ensinamento ficou, exigindo meditação...

 

Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama

 

 

NA GRANDE ROMAGEM

 

“Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que
havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia..”
Paulo (Hebreus, 11:8)

 

            Pela fé, o aprendiz do Evangelho é chamado, como Abraão, à sublime herança que lhe é destinada.
            A conscrição atinge a todos.
            O grande patriarca hebreu saiu sem saber para onde ia...
            E nós, por nossa vez, devemos erguer o coração e partir igualmente.
            Ignoramos as estações de contacto na caminhada enorme, mas estamos informados de que o nosso objetivo é Cristo Jesus.
            Quantas vezes seremos constrangidos a pisar sobre espinheiros da calúnia? Quantas vezes transitaremos pelo trilho escabroso da incompreensão? Quantos aguaceiros de lágrimas nos alcançarão o espírito? Quantas nuvens estarão interpostas, entre o nosso pensamento e o Céu, em largos trechos da senda?
            Insolúvel a resposta. Importa, contudo, marchar sempre, no caminho interior da própria redenção, sem esmorecimento.
            Hoje, é o suor intensivo; amanhã, é a responsabilidade; depois, é o sofrimento e, em seguida, é a solidão...
            Ainda assim, é indispensável seguir sem desânimo.
            Quando não seja possível avançar dois passos por dia, desloquemo-nos para diante, pelo menos, alguns milímetros...
            Abre-se a vanguarda em horizontes novos de entendimento e bondade, iluminação espiritual e progresso na virtude.
            Subamos, sem repouso, pela montanha escarpada:
            Vencendo desertos...
            Superando dificuldades...
            Varando nevoeiros...
            Eliminando obstáculos...
            Abraão obedeceu, sem saber para onde ia, e encontrou a realização da sua felicidade.
            Obedeçamos, por nossa vez, conscientes de nossa destinação e convictos de que o Senhor nos espera, além da nossa cruz, nos cimos resplandecentes da eterna ressurreição.

 

Fonte Viva
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Emmanuel

 

 

ORAÇÃO DA MANHÃ

 

Senhor, no início deste dia,
venho pedir-Te saúde,
força, paz e sabedoria.
Quero olhar hoje o mundo
com olhos cheios de amor,
ser paciente, compreensivo,
manso e prudente;
ver, além das aparências,
teus filhos como Tu mesmo os vês,
e assim não ver senão o bem em cada um.
Fecha os meus ouvidos a toda a calúnia.
Guarda a minha língua de toda a maldade.
Que só de bênçãos se encha o meu espírito.
Que eu seja tão bondoso e alegre,
que todos quantos se aproximarem de mim,
sintam a tua presença.
Senhor, reveste-me da tua beleza,
e que, no decurso deste dia,
eu Te revele a todos.
Ámen.

 

Referência:
https://www.preces.net/oracoes-da-manha/

 

 

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado nº 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.