"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XIV - N. 164 * Campo Grande/MS *Setembro de 2019.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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            Por muitos séculos tem lutado no mundo, mas o orgulho realizou o trabalho de restringir a sua importância.
            Não fazer o mal já é alguma coisa importante, mas esta só será completa quando praticar o bem em favor do próximo.

 

 

FLUIDOS ESPIRITUAIS

 

            Entre os estudos que o magnífico professor Allan Kardec desenvolveu sobre o mundo espiritual, destaca-se o estudo sobre os fluidos materiais e espirituais expostos na obra da codificação, A Gênese. Assunto também tratado por Espíritos superiores como Emmanuel, entre outros.
            Segundo tais estudos, o fluido espiritual é o veículo do pensamento e é um dos estados do fluido cósmico universal, representando a atmosfera dos seres espirituais, constituindo a matéria do mundo espiritual.
            O fluido cósmico universal é a matéria elementar primitiva, cujas modificações constituem as incontáveis variedades dos corpos da natureza. Esse fluido, como princípio elementar, apresenta-se em dois estados distintos: o de eterização ou de imponderabilidade, no seu estado normal; e o de materialização ou de ponderabilidade.
            Entre esses dois estados há o ponto intermediário onde o fluido se transforma em matéria tangível, palpável, de maneira gradual e não bruscamente. Os fluidos mais pertos da materialidade são os menos puros e compõem a atmosfera espiritual terrestre.
            Os Espíritos atuam sobre os fluidos através do pensamento e da vontade, podendo se fazer visíveis ao encarnado que possua a vista psíquica, podendo ainda plasmar múltiplas aparências, relativas às suas inúmeras encarnações.
            O perispírito é o corpo fluídico dos Espíritos que se irradia em torno do corpo físico, e é um dos produtos mais importantes do fluido cósmico,sendo o traço de união, ligando o mundo espiritual ao mundo corporal. Pela sua expansão o Espírito encarnado relaciona-se com outros encarnados e também com os Espíritos livres, fora do corpo físico.
            Kardec aponta que o fluido cósmico vindo da fonte universal se individualiza em cada ser com propriedade que o distingue entre todos, e nem a morte é capaz de apagá-lo, com cada um de nós carregando consigo sua atmosfera fluídica, como o caracol leva sua concha.
            Da particularidade de cada fluido resulta harmonia ou desacordo, com tendência a se unir ou se evitar, com atração ou repulsão, isto é, com simpatia ou antipatia que se sente sem causas conhecidas.
            Lembra o ilustre Espírito Emmanuel que o globo terrestre é um grande magneto, governado pelas forças positivas do Sol e que toda matéria tangível, não passa de uma condensação de energia dessas forças, e tal condensação se verifica sob a influência do princípio espiritual, existindo antes de todas as combinações químicas e moleculares.
            Esclarece ainda que há fluidos materiais e espirituais e que as ondas eletrônicas vindo do Sol são chamadas de afinidade, magnetismo, atração, e nas correntes, filhas da alma, são conhecidas por misericórdia, simpatia, piedade e amor e aconselha a não se confundir as ondas eletrônicas com os fluidos de natureza espiritual, pois aquelas são subordinadas a estas, que são as forças renovadoras do Universo.Enquanto as primeiras são passíveis e inconscientes, as correntes fluídicas do mundo espiritual são vibrações da alma consciente nasua imortalidade, sendo a força eterna e transformadora do mundo, com uma só lei regendo a vida na sua substância.E é dentro dessa lei que liga a Criação ao seu Criador que transcorre o drama da evolução do Espírito imortal.

Referências bibliográficas:
•          A Gênese. Allan Kardec.
•          Obras Póstumas Allan Kardec.
•          Emmanuel.Chico Xavier/Emmanuel.
•          Perispírito. Zalmino Zimmermann.

Crispim.

 

             TODOS SÃO CHAMADOS

 

            Todos são chamados ao trabalho do Cristo, porque é preciso que o amor seja o objetivo da ação daqueles que dizem segui-lo, pois que no amor a energia se educa e oferece ensejo àqueles que o praticam em condições plenas de serem felizes.
            Fora erro supor que Jesus estivesse aqui somente para apresentar sua nova concepção de vida sem que fosse consequente, isto é, que não devesse ser uma nova luz para todos, com novo ponto de partida, uma nova descoberta em face do Pai.
            À medida que os filhos crescem, o Pai vai desvendando caminho do porvir, pois de acordo com a evolução, será também o acesso a informações mais aproximadas da realidade.
            Assim, a cada passo, uma avaliação melhor do caminho a percorrer, pois que a vida sempre traz alegria de todos que gravitam no espaço da Terra, sempre no objetivo de um mundo mais venturoso, e com a revelação da atualidade pode-se continuar diante do argumento que os façam melhores, mais respeitosos dos diretos alheios.
            Dessa forma a vida sempre oferecendo ensejo para todos os filhos de Deus mais esclarecidos e mais conscientes quanto ao futuro que os espera.
            Antigamente era a lei dura e inflexível, depois o amor, agora a caridade, mostrando que a lei se transformou em amor - daí a lei do amor proposta pelo Cristo -, depois o amor transformou-se em caridade, mostrando, assim uma sequência de informações apropriadas ao estágio evolutivo do mundo.
             Num primeiro momento as tábuas da lei no Monte Sinai, em seguida Jesus pessoalmente trouxe a lei do amor e depois conforme promessa dele mesmo a presença do Espírito da Verdade que trouxe a lei da caridade.
            Assim, que convivem harmoniosamente hoje as três bases da revelação, a lei transformou-se em amor, o amor em caridade.
            Por isso, meu filho, preste atenção e não se deixe impressionar, mas trabalhe quotidianamente para construir um futuro melhor.
            Em frente.

 

Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

FLORES DA PRIMAVERA

 

            A estação das flores finalmente chegou, trazendo o colorido de variados matizes, muitas destas com o seu inebriante perfume. Em tudo há alegria e renovação, também nos corações desabrocham por toda a parte os melhores sonhos de felicidade. É uma época muito especial do ano e da vida.
            A vida também é assim como as estações do ano, onde num primeiro momento tudo é  esperança - é a primavera da vida -, onde a alegrias e os sonhos predominam nas mentes juvenis. Nesse momento os sonhos alcançam os seus extremos, onde tudo é possível até o impossível  faz parte desse momento da vida. O Céu é o limite para sonhar, onde a vida promete as maiores conquistas, como se falassem a sorte está lançada.
Depois ocorre a outra estação é o verão que a vida apresenta-se na sua maior exuberância. Favorecido pelo calor das paixões, das grandes decisões, onde deve enfrentar os desafios de lutas também até o seus limites e o vigor físico alcança o auge, é à força das ideias e das convicções, onde se moldam em definitivo as vibras do caráter e se realiza no campo profissional. 
            Muito mais tarde chega o outono, da reflexão e talvez colher os frutos, onde já se olha o mundo com mais sabedoria e encontra as grandes respostas, onde muitas ilusões já não cabem mais na sua mente nem no seu coração.
            Amadurecido pela experiência, já tem mais certezas, mas especialmente do que não deve fazer como prejudicial ao seu próprio progresso moral. É a época da maturidade, onde sob outro olhar observa a vida, onde já é capaz de dizer mais jovens; “meninos eu vi”, para não deixar dúvida quanto a sua experiência.
            Depois chega o inverno, a estação mais fria, onde deve olhar sob as cobertas que se agasalhar do frio do entardecer. Onde surgem as dificuldades do corpo e muitas vezes da mente, talvez para que a alma possa se libertar com mais facilidade do véu material, porque tudo é sábio nas leis de Deu, onde alguns antecipam a colheita dos frutos de sua plantação.
            Nessa altura há outro olhar sob o mundo e as pessoas, enfim são os últimos retoques para empreender a viagem de volta ao grande lar, e tudo se cumpra conforme o estabelecido pela Divina Providência, talvez um último gesto de perdão para si mesmo e também perdoar os outros.
            Agora no final da tarde fará um resumo prévio de tudo que fizera nessa aventura maravilhosa de viver, pois através da reencarnação tivera condição de rever certos pontos de vistas, encontrar com os desafetos de ontem, pagando-lhe algumas vezes parte de suas dívidas, ou mesmo quitando até os últimos centavos.
            Mas também lançando bases para um futuro cada vez melhor quanto deverá estar feliz neste final de existência, já sente a alegria  de retornar a casa do Pai. Talvez para rever os afetos que lá o aguardam, porque aqui os laços estão tão fracos que a qualquer momento podem se romper e já não vê a hora de arranjar asas para voar a outra dimensão onde o esperam com alegria e o caminho de abre... A outra vida... é o fim da jornada.
            E algo ficou no  daquele final de tarde feliz, é a certeza de que valeu a experiência de viver.

 

Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

SONO E SONHO: DIFERENÇA ENTRE UM E OUTRO

 

            O Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.2
            Em resposta à questão 402 de O Livro dos Espíritos, dizem os Orientadores Espirituais que se pode julgar a liberdade do Espírito durante o sono pelos [...] sonhos. Quando o corpo repousa, [...] tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potencialidade e pode pôr-se em comunicação com os demais Espíritos, quer deste mundo, quer do outro. [...] O sono liberta a alma parcialmente do corpo. Quando dorme, o homem se acha por algum tempo no estado em que fica permanentemente depois que morre. Tiveram sonos inteligentes os Espíritos que, desencarnando, logo se desligam da matéria. Esses Espíritos, quando dormem, vão para junto dos seres que lhes são superiores. Com estes viajam, conversam e se instruem. Trabalham mesmo em obras que se lhes deparam concluídas, quando volvem, morrendo na Terra, ao mundo espiritual. [...] Isto, pelo que concerne aos Espíritos elevados. Pelo que respeita ao grande número de homens que, morrendo, têm que passar longas horas na perturbação, [...] esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que aqui tanto se deleitam.3
            Mais adiante, na mesma questão, assinalam: O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Notai, porém, que nem sempre sonhais. Que quer isso dizer? Que nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que haveis visto, enquanto dormíeis. É que não tendes a alma em pleno desenvolvimento de suas faculdades. Muitas vezes, apenas vos fica a lembrança da perturbação que o vosso Espírito experimenta à sua partida ou no seu regresso, acrescida da que resulta do que fizestes ou do que vos preocupa quando despertos. A não ser assim, como explicaríeis os sonhos absurdos, que tanto os sábios, quanto as mais humildes e simples criaturas têm? Acontece também que os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes. Em suma, dentro em pouco vereis vulgarizar-se outra espécie de sonhos. Conquanto tão antiga como a de que vimos falando, vós a desconheceis. Refiro-me aos sonhos de Joana, ao de Jacob, aos dos profetas judeus e aos de alguns adivinhos indianos. São recordações guardadas por almas que se desprendem quase inteiramente do corpo [...].4
            Assim, os [...] sonhos são efeito da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida que se alonga até aos mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que traz à memória acontecimentos da precedente existência ou das existências anteriores. As singulares imagens do que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeados de coisas do mundo atual, é que formam esses conjuntos estranhos e confusos, que nenhum sentido ou ligação parecem ter. A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas que apresenta a recordação incompleta que conservamos do que nos apareceu quando sonhávamos. É como se a uma narração se truncassem frases ou trechos ao acaso. Reunidos depois, os fragmentos restantes nenhuma significação racional teriam.5
            Kardec pergunta aos Espíritos Superiores por que não nos lembramos sempre dos sonhos. Eles respondem o seguinte: Em o que chamais sono, só há o repouso do corpo, visto que o Espírito está constantemente em atividade. Recobra, durante o sono, um pouco da sua liberdade e se corresponde com os que lhe são caros, quer neste mundo, quer em outros. Mas, como é pesada e grosseira a matéria que o compõe, o corpo dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais.6
            A fim de que haja a emancipação do Espírito, porém, não há necessidade de o sono ser completo. Basta [...] que os sentidos entrem em torpor para que o Espírito recobre a sua liberdade. Para se emancipar, ele se aproveita de todos os instantes de trégua que o corpo lhe concede. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, tornando-se tanto mais livre, quanto mais fraco for o corpo.7 Dessa forma, estando [...]entorpecido o corpo, o Espírito trata de desprender-se. Transporta-se e vê. Se já fosse completo o sono, haveria sonho.8

 

REFERÊNCIAS
2. ______. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 91. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006, questão 401, p. 249.
3. ______. Questão 402, p. 250-251.
4. ______. p. 251-252.
5. ______. p. 252.
6. ______. Questão 403, p. 252-253.
7. ______. Questão 407, p. 255.
8. ______. Questão 409, p. 255.

 

ESDE
2008

 

 

PSICOGRAFIA

 

            Carta a um Amigo.

            Caro Amigo!

            Bem sei que nada espera além da vida do plano físico, mas se fomos amigos por tanto tempo e dessa amizade tiveram muitos momentos descontraídos, conquanto a divergência sobre muitos pontos de vistas, mas cultivou-se uma amizade sadia por longos anos e sedimentada pela demonstração de apreço de sempre, especialmente naqueles momentos difíceis de minha vida, porém sempre guardei minhas convicções mais sinceras sobre a vida após a morte, pois que tinha plena certeza de que a vida continuava e encaminhei os meus passos nesse sentido, sempre vislumbrei essa realidade maravilhosa que se me afigurava maravilhosa e ao mesmo tempo extraordinária sobre todos os pontos de vistas. Desde a vida no plano físico foi uma fonte de alegria e esperança, também de coragem e compreensão com as situações adversas que enfrentei, principalmente naqueles momentos da doença que se manifestou com toda a força, provocando em meu organismo uma devastação considerável, que em meio de fazer frente a tal doença insidiosa, vim a desencarnar ainda muito novo, ou seja, trinta e seis anos de idade, e decorrido todo esse tempo, acho que me vejo na obrigação moral de alertá-lo quanto a situação aqui na outra margem da vida, conquanto tivesse uma vida difícil, cercada de provas acerbas, nem por isso, graças a Deus não perdi o rumo. Guardei a fé sincera baseada nas boas obras, ainda que me sinta constrangido em declarar esse pormenor de minha vida, porque todos são ciosos de divulgar as pequenas migalhas que espalham, mas exatamente estas foram o meu ponto de sustentação nas horas mais difíceis, pois se passava por aquela situação é porque perante as leis de Deus era necessário e estava plenamente consciente. E isso justamente meu dava força para superar os problemas que enfrentava.
            Qual não foi minha surpresa ao chegar aqui, pois que sempre vivera somente buscando cumprir o meu dever, que a consciência impunha. Pensava sempre que devia fazer sempre o melhor, o pior não vai acontecer, sempre buscasse fazer o melhor. Mas chegando aqui fui saudado por amigos que em alguns momentos de minha vida pude ajudar, por uma razão ou outra. Não acredita que eles  estavam a minha espera para dar as boas vindas, além daquele que sempre me acompanhava durante a permanência no plano físico. Direi que decorrido aquele tempo de readaptação a nova realidade, fui convidado para trabalhar em equipe que socorre os irmãos recém desencarnados, e tenho ouvido histórias formidáveis sobre espíritos heróicos que enfrentaram lutas dificílimas no plano físico, com trabalho e abnegação e respeitos aos outros, que tudo fizeram para se educar, que jamais lesaram quem quer que fosse, alguns até perderam a indumentária física para não prejudicar a ninguém, que ocupavam todo o seu tempo em fazer o bem, ainda que a custa de sacrifícios e provas difíceis de suportar, mas aprenderam lições formidáveis. Nunca esqueci do amigo, hoje já o vejo com idade avançada, já perdera muitas ilusões e arroubos próprios da juventude e verifico que tem mudado muito, porém até agora não em compreendido realmente qual é a finalidade da vida e que o aguarda depois dessa noite do plano físico, direi somente que aqui existem coisas sublimes que nada existe em termos de comparação com os pequenos valores aí da Crosta, que não há vocábulo aí para retratar estas maravilhas, mas para se conquistar essas possibilidades aqui tem que, como falam na gíria popular “suar a camisa”  no trabalho em favor dos outros, pois que esta será a única credencial imprescindível ao livre trânsito aqui, porém não se iluda homem, pois que sem o trabalho humilde da caridade em favor dos menos favorecidos, ninguém terá o respaldo necessário para adentrar se nestas morada mais feliz. Em vista da nossa amizade e por todo que fez por mim e por minha família, senti-me na obrigação moral de alertá-lo para que aproveite o restante de sua vida, dedicando-se ao trabalho desinteressado em favor do próximo, especialmente aquelas famílias que vivem na periferia da cidade, as quais faltam tudo, porque pode fazer muito por elas. Recursos e disposição nunca lhe faltarão, pois que mais tarde pode a enfermidade o surpreender  e venha a deplorar o tempo perdido, mas sem remédio, pois que o tempo já passara, o que seria lamentável.
            Assim prezado amigo satisfiz a vontade de meu coração ao trazer esse pequeno lembrete, mas de grande importância para a vida futura, ainda uma vez, a caridade é a credencial maior para que vivenciou suas experiências no plano físico e pode exercê-la e dar assim por cumprida a sua tarefa, sem isso, é iludir-se, portanto, otimismo e confiança, porque o trabalho renova, edifica e cria novas esperanças e possibilidades para o destino eterno do espírito.
                Do amigo sempre reconhecido.

 

VISITAS ESPÍRITAS ENTRE
PESSOAS VIVAS

 

CHRISTIANO TORCHI

 

            O tema “Visitas espíritas entre pessoas vivas” é uma seqüência do estudo sobre “O sono e os sonhos”, encartado no capítulo VIII, do Livro Segundo de O Livro dos Espíritos, sob o título “Emancipação da Alma”. Pelo sono o Espírito se desdobra. 1 Já os sonhos constituem as lembranças mais ou menos nítidas de fatos ocorridos durante o sono, período em que o Espírito, freqüentemente, entra em contato com outros seres.
            Os princípios analisados sob o título “O sono e os sonhos” se aplicam ao presente estudo, com a diferença de que, neste, o intercâmbio se dá entre os chamados “vivos”, isto é, entre encarnados.
            Existe outra variedade do fenômeno, menos freqüente, em que o Espírito encarnado, durante o próprio sono, visita outro encarnado acordado, podendo o visitante ser ou não visto pelo visitado. No caso de o visitante tornar-se visível ao visitado, o fenômeno é designado como “bilocação” ou “bicorporeidade”, espécie do gênero “ubiqüidade”,2 que é a faculdade de estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo, na acepção do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
            Sendo o Espírito uma unidade indivisível, a ele é impossível estar em dois ou mais lugares simultaneamente, contudo, esta indivisibilidade não o impede de irradiar seus pensamentos para diversos lados e poder assim manifestar-se em muitos pontos, sem se haver fracionado, como acontece com a luz, que esparrama seus raios à sua volta. Entretanto, nem todos os Espíritos irradiam com a mesma potência. A capacidade de irradiação está diretamente ligada ao desenvolvimento de cada um.
            Uma pessoa, encontrando-se adormecida, ou num estado de êxtase leve ou profundo, pode, em Espírito, semidesligado do corpo, aparecer, falar e mesmo tornar-se tangível a outras pessoas. E, de fato, poder-se-á comprovar que estava em dois lugares ao mesmo tempo. Só que em um lugar estava o corpo físico, noutro o Espírito revestido pelo seu perispírito, momentaneamente visível e tangível.
            A bicorporeidade, embora seja um acontecimento importante, tem sido ignorada por muitos, como se fosse, sempre, produto da imaginação, impressão que é reforçada pelo fato de que, na maioria das vezes, pouca ou nenhuma lembrança guardamos do que se passa durante o desdobramento, como elucida Gabriel Delanne.3  Isso demonstra o quanto desconhecemos a própria natureza espiritual e os nossos potenciais.
            Segundo o Espírito André Luiz, em obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, ainda temos muita dificuldade para compreender os mecanismos das alterações da cor, densidade, forma, locomoção e ubiqüidade do corpo espiritual (perispírito), por não dispormos, na Terra, de mais avançadas noções acerca da mecânica do pensamento. 4
            Kardec explica como se dá a bicorporeidade, concluindo que, por mais extraordinário seja tal evento, como todos os outros, se enquadra na “ordem dos fenômenos naturais, pois que decorre das propriedades do perispírito [...]”.5
Indicamos para consulta o terceiro volume da Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos –, março de 1860, editada pela FEB, no qual desponta uma experiência realizada por Kardec, promovida com um encarnado (Dr. Vignal), membro da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, que foi invocado durante o sono, de cujo exemplar colhemos interessantes observações comparativas entre as sensações de um “vivo” e de um “morto”, sobre as suas faculdades de ver, ouvir e perceber as coisas, entre outras informações importantes. 6
            Excetuando-se a bicorporeidade, assim como a visita entre encarnados e desencarnados, o encontro de pessoas encarnadas durante o sono é também um fato bem corriqueiro, do qual nem sempre nos damos conta, como vimos, devido à amnésia após o despertamento do sono.
            Gustave Geley (1865-1924), cientista renomado, ex-diretor do Instituto Metapsíquico de Paris, médico em Nanci, com base em suas incansáveis pesquisas, assim conceituou morte e vida, fenômenos intrinsecamente ligados ao tema ora em estudo:

            “A desencarnação é um processo de síntese, síntese orgânica e síntese psíquica.
            A encarnação é um processo de análise. É a subdivisão da consciência em faculdades diversas, e do sentido único em sentidos múltiplos, para facilitar seu exercício e conduzir seu desenvolvimento.” 7 (Grifos nossos.)

            As circunstâncias que levam os Espíritos a se buscarem durante o sono é algo semelhante ao que se dá na Terra, quando temos vontade de visitar nossos familiares, parentes e amigos, com a diferença de que, nos encontros espirituais, estamos despojados da máscara do corpo de carne e, de certa forma, despojados dos papéis provisoriamente executados na vida de relação social.
            No estado do sono, o Espírito fica preso ao corpo por uma espécie de fio condutor ou filamento, 8 designado por Kardec como “rastro luminoso”9 ou “laço fluídico”, 10 por meio do qual passam as impressões e as vontades da alma até o cérebro do encarnado.
            O mesmo processo se dá nas outras formas de desdobramento, conscientes ou não, como no caso, por exemplo, dos fenômenos mediúnicos, em que o médium empresta seu organismo físico para as entidades se comunicarem por meio da fala (psicofonia) ou pela escrita (psicografia). Portanto, os Espíritos que não apresentam esse laço ou cordão fluídico estão desencarnados.
            Há vários relatos na literatura espírita sobre a visita entre pessoas vivas, durante o sono ou desdobramento, como, por exemplo, nos episódios narrados por Kardec em O Livro dos Médiuns, 11 em especial os casos de Santo Afonso de Liguori e Santo Antônio de Pádua.
            Estes dois últimos foram retirados, como diz Kardec, não das lendas populares, mas da história eclesiástica:

            Santo Afonso de Liguori foi canonizado antes do tempo prescrito, por se haver mostrado simultaneamente em dois sítios diversos, o que passou por milagre.
            Santo Antônio de Pádua estava pregando na Itália [...] quando seu pai, em Lisboa, ia ser supliciado, sob a acusação de haver cometido um assassínio. No momento da execução, Santo Antônio aparece e demonstra a inocência do acusado. Comprovou-se que, naquele instante, Santo Antônio pregava na Itália, na cidade de Pádua.12

            No homem, a vida se apresenta como se fosse uma moeda de duas faces: a do corpo e a da alma, duas fases de uma só existência. Na primeira, o Espírito está constrangido pelo esquecimento em virtude dos laços carnais, sendo que a influência da matéria é tão grande que, muitas vezes, nem se dá conta de que é um Espírito imortal. Na segunda, vendo-se livre dos laços físicos, as faculdades do Espírito ampliam-se e, conforme o caso, ele pode ajuizar um pouco melhor da sua situação de ser imortal, circunstância que influi grandemente nas suas decisões, durante a vigília.
            Como a primazia é da alma, por preexistir e sobreviver ao corpo, o Espírito, durante a encarnação, sente-se um “prisioneiro” ou “exilado” no organismo físico, razão pela qual aproveita todas as brechas ou os momentos de desprendimento para se retemperar no mundo espiritual, onde se encontra com os seus semelhantes, para os quais é atraído por afinidades e por interesses acalentados no íntimo, de acordo com o seu estágio evolutivo.
            Aquele que se deu conta desta realidade, antes de se entregar ao repouso noturno, procure fazer uma prece, de modo a ter um repouso tranqüilo, oportunidade em que poderá, nesses instantes de liberdade, haurir forças e consolo para continuar lutando pelo próprio progresso, “e, ao despertar, sentir-se-á mais forte contra o mal, mais corajoso diante da adversidade”. 13

Referências:
1 - MIRANDA, Hermínio C. Sobrevivência e comunicabilidade dos espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 2o02. Cap. 8, p. 161. Apud O espiritismo de A a Z.
2 - KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Ed. Comemorativa do Sesquicentenário. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Questões 88a, 92a e 137.
3 - DELANNE, Gabriel. A alma é imortal. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Primeira Parte, cap. IV, item Algumas observações, p. 112.
4 - XAVIER, Francisco C.; VIEIRA, Waldo. Evolução em dois mundos. Pelo Espírito André Luiz. 25. ed. 1a reimpressão. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Segunda Parte, cap. 3, p. 216.
5 - KARDEC, Allan. Obras póstumas. 40. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Primeira Parte, Aparição de pessoas vivas. Bicorporeidade, item 32.
6______. Revista espírita: jornal de estudos psicológicos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Ano III (1860). 3. ed. 1a reimpressão. Rio de Janeiro: FEB, 2007. “Estudo sobre o espírito de pessoas vivas”.
7 - TIMPONI, Miguel. A psicografia ante os tribunais: no seu tríplice aspecto: jurídico, científico, literário. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1999. Capítulo “Na França”, p. 134.
8 - XAVIER, Francisco C. Nosso lar. Pelo Espírito André Luiz. 59. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 33, p. 215-216.
9 - KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. 80. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Parte Segunda, cap. VII, item 118, p. 163.

 

O Reformador
2008

 

 

VOCÊ ESTÁ SORRINDO

 

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista

 

            Neste báratro em que estamos vivendo, quando os valores éticos e morais, tanto quanto os sentimentos de beleza e compreensão, parecem haver desaparecido, vale a pena recordarmos de que há muita lição de vida chamando-nos à ordem e ao amor.
            Recordo-me de uma cena que me foi narrada por uma querida amiga, que se passou numa feira livre em Porto Alegre. Subitamente uma senhora, que se dizia empregada doméstica, começou a chorar e a lamentar-se:
            – Que será de mim? Fui roubada… A carteira com dinheiro da feira desapareceu e a patroa não acreditará em mim…
            Houve uma consternação em seu entorno. Nesse momento, um pivete, como eram chamados então, os meninos de rua, gritou, exultante:
            – Calma, senhora! Eu achei a sua carteira… E a entregou.
            A senhora, ainda em lágrimas, examinou o conteúdo e após disse:
            – É uma pena eu não poder recompensá-lo, porque este dinheiro não é meu. O garoto, que fora certamente o usurpador, respondeu, jovial:
            – Não precisa, você está sorrindo…

            Não há muito, numa cidade da África do Sul, sucedeu-me algo muito curioso. Descemos com os amigos para o desjejum e subitamente ouvi uma voz pedindo-me para abraçar um garçom. Relutei, achando estranha a solicitação. Quando, porém, ele se acercou de mim, pedi-lhe algo especial e ele disse que o faria. Naquele instante eu o abracei. Tomado de susto, ele tentou desembaraçar-se e perguntou-me, intrigado:
            – Por que o senhor me está abraçando?
Eu respondi-lhe com tranquilidade:
            – Em razão da sua gentileza.
            Ele, então, acrescentou:
            – Mas eu sou pago para isso…
            Eu sorri e nada mais acrescentei.
            O meseiro serviu-me, conforme eu havia solicitado, e depois indagou-me pelo meu nome, etc. Respondi-lhe com bonomia.
            No dia seguinte não desci ao desejum e ele perguntou aos amigos por que eu não o havia feito. Explicaram que eu estava com indisposição estomacal.
            De imediato ele foi ao nosso apartamento levando chá, torradas e bolachas, sem que fossem solicitados. Estranhei, mas pedi-lhe para entrar. Sugeri que se sentasse. Logo depois ele voltou a perguntar-me qual a razão do meu gesto. Após explicar-lhe, ele me elucidou:
            – Não mais existe aqui legalmente o apartheid. No entanto, ele permanece. Eu tenho 42 anos e nunca nenhum branco deu-me a mão, quanto mais abraçar-me. Sempre fui visto como uma coisa, um lixo… Mas ontem senti-me gente e quero agradecer-lhe. Narrou-me a sua história, o câncer de próstata que estava padecendo e programando suicidar-se…             Ante o abraço recebido, ele sentiu-se cidadão, gente, e iria lutar.
            No dia seguinte, quando eu estava de saída, ele veio agradecer com a família, e eu lhe respondi:
            – Não é necessário nada. Você está sorrindo!

 

Façamos alguém sorrir hoje!

 

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, de 21 março de 2019.

 

Editorial- FEBNET

 

 

PURIFICAÇÃO ÍNTIMA

 

“Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações.”
 (TIAGO, capítulo 4, versículo 8.)

            Cada homem tem a vida exterior, conhecida e analisada pelos que o rodeiam, e a vida íntima da qual somente ele próprio poderá fornecer o testemunho.
            O mundo interior é a fonte de todos os princípios bons ou maus e todas as
expressões exteriores guardam aí os seus fundamentos.
            Em regra geral, todos somos portadores de graves deficiências íntimas, necessitadas de retificação.
            Mas o trabalho de purificar não é tão simples quanto parece.
            Será muito fácil ao homem confessar a aceitação de verdades religiosas, operar a adesão verbal a ideologias edificantes... Outra coisa, porém, é realizar a obra da elevação de si mesmo, valendo-se da auto-disciplina, da compreensão fraternal e do espírito de sacrifício.
            O apóstolo Tiago entendia perfeitamente a gravidade do assunto e aconselhava aos discípulos alimpassem as mãos, isto é, retificassem as atividades do plano exterior, renovassem suas ações ao olhar de todos, apelando para que se efetuasse, igualmente, a purificação do sentimento, no recinto sagrado da consciência, apenas conhecido pelo aprendiz, na soledade indevassável de seus pensamentos. O companheiro valoroso do Cristo, contudo, não se esqueceu de afirmar que isso é trabalho para os de duplo ânimo, porque semelhante renovação jamais se fará tão-somente à custa de palavras brilhantes.

 

Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

 

 

PRESENÇA DIVINA

 

            Um homem, ignorante ainda das Leis de Deus, caminhava ao longo de enorme pomar, conduzindo um pequeno de seis anos.
            Eram Antoninho e seu tio, em passeio na vizinhança da casa em que residiam.
            Contemplavam, com água na boca, as laranjas maduras, e respiravam, a bom respirar, o ar leve e puro da manhã.
            A certa altura da estrada, o velho depôs uma sacola sobre a grama verde e macia e começou a enchê-la com os frutos que descansavam em grandes caixas abertas, ao mesmo tempo que lançava olhares medrosos, em todas as direções.
            Preocupado com o que via, Antoninho dirigiu-se ao companheiro e indagou:
            — Que fazes, titio?
            Colocando o indicador da mão direita nos lábios entreabertos, o velho respondeu:
            — Psiu!... psiu!...
            Em seguida, acrescentou em voz baixa:
            — Aproveitemos agora, enquanto ninguém nos vê, e apanhemos algumas laranjas, às escondidas.
            O menino, contudo, muito admirado, apontou com um dos pequenos dedos para o céu e exclamou:
            — Mas, o senhor não sabe que Deus nos está vendo?
            Muito espantado, o velho empalideceu e voltou a recolocar os frutos na caixa, de onde os havia retirado, murmurando:
            — Obrigado, meu Deus, por haveres despertado a minha consciência, pelos lábios de uma criança.
            E, desde esse momento, o tio de Antoninho passou a ser realmente outro homem.

 

Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei

 

 

A LIÇÃO DA SÚPLICA

 

            Certa noite, o Chico alquebrado pelos obstáculos, orava, antes do sono, rogando a Jesus múltiplas medidas e soluções para os problemas que o apoquentavam. Mais de quarenta minutos já havia empregado no petitório, quando lhe surgiu Dona Maria João de Deus que lhe falou bondosa: — Meu filho, faça suas orações, porque sem a prece não conseguimos a renovação de nossas forças espirituais, entretanto, não será por muito falar que você será atendido.
            — Então, como devo fazer em minhas súplicas? — perguntou o Médium desapontado.
            — Você sabe que Jesus também pede alguma coisa de nós... — disse o espírito maternal.
            — Sim, Nosso Senhor recomenda-nos humildade, paciência, fé, bom ânimo, caridade e amor ao próximo no cumprimento de nossos deveres.
            — Pois, façamos o que Jesus nos pede e Jesus fará por nós o que lhe pedimos. Está certo?
            E o Chico recebendo a lição aprendeu que orar não é falar e mover os lábios, indefinidamente.

 

Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama

 

 

CADA QUAL

 

 “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo..”
Paulo (I Coríntios, 12:4)

 

            Em todos os lugares e posições, cada qual pode revelar qualidades divinas para a edificação de quantos com ele convivem.
            Aprender e ensinar constituem tarefas de cada hora, para que colaboremos no engrandecimento do tesouro comum de sabedoria e de amor.
            Quem administra, mais freqüentemente pode expressar a justiça e a magnanimidade.
            Quem obedece, dispõe de recursos mais amplos para demonstrar o dever bem cumprido.
            O rico, mais que os outros, pode multiplicar o trabalho e dividir as bênçãos.
            O pobre, com mais largueza, pode amealhar a fortuna da esperança e da dignidade.
            O forte, mais facilmente, pode ser generoso, a todo instante.
            O fraco, sem maiores embaraços, pode mostrar-se humilde, em quaisquer ocasiões.
            O sábio, com dilatados cabedais, pode ajudar a todos, renovando o pensamento geral para o bem.
            O aprendiz, com oportunidades multiplicadas, pode distribuir sempre a riqueza da boavontade.
            O são, comumente, pode projetar a caridade em todas as direções.
            O doente, com mais segurança, pode plasmar as lições da paciência no ânimo geral.
            Os dons diferem, a inteligência se caracteriza por diversos graus, o merecimento apresenta valores múltiplos, a capacidade é fruto do esforço de cada um, mas o Espírito Divino que sustenta as criaturas é substancialmente o mesmo.
            Todos somos suscetíveis de realizar muito, na esfera de trabalho em que nos encontramos.
            Repara a posição em que te situas e atende aos imperativos do Infinito Bem. Coloca a Vontade Divina acima de teus desejos, e a Vontade Divina te aproveitará.

 

Fonte Viva
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Emmanuel

 

 

PRECE DE CÁRITAS

 

Deus, nosso Pai, que tendes Poder e Bondade,
dai a força aquele que passa pela provação,
dai a luz aquele que procura a verdade,
ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
DEUS! Dai ao viajor a estrela guia,
ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai! Dai ao culpado o arrependimento,
ao Espírito a verdade, à criança o guia,
ao órfão o pai.
Senhor! Que Vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes.
Piedade, Senhor, para aqueles que Vos não conhecem,
esperança para aqueles que sofrem.
Que a Vossa bondade permita aos Espíritos consoladores,
derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé.
DEUS! Um raio, uma faísca do Vosso amor, pode abrasar a Terra;
deixai-nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita,
e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmarão.
Um só coração, um só pensamento subirá até Vós,
como um grito de reconhecimento e de amor.
Como Moisés sobre a montanha, nós
Vos esperamos com os braços abertos,
oh! Bondade, oh! Beleza, oh! Perfeição,
e queremos de algum modo alcançar a Vossa misericórdia.
DEUS! Dai-nos a força de ajudar o progresso, a fim de subirmos até Vós,
dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão;
dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Santíssima Imagem.
Assim é, e assim será!

 

 

 

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado nº 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.