"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XIV - N. 166 * Campo Grande/MS *Novembro de 2019.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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         Avalie cada ato de sua vida e nunca menos preze a mínima possibilidade de fazer o bem.

 

AVISOS NA HORA, OU ANTES, DA MORTE

 

            É bem provável que muita gente já soube, ou já recebeu avisos na hora da morte de um ser querido. Avisos dados por quem morreu e que podem vir de diversas formas, como em sonho, em comunicação mediúnica, ou de outra maneira.
            O ilustre codificador da gloriosa doutrina dos Espíritos relata na Revista Espírita de 1868 um caso de aviso, com a manifestação recebida antes da morte. A senhora Angelina de Ogépressentiu a morte de seu pai, que viria morar com ela, num quartinho especialmente preparado para recebê-lo.
            Seis meses antes da chegada de seu pai, pressentiu que quem deitasse naquela cama, lá morreria. Ao entrar no quarto para orar, julgou ter visto alguém amortalhado, mas não viu ninguém ao levantar a coberta e sentiu sua mão direita apertada, ouvindo ainda suspiros.
            Algum tempo depois, quando seu pai morreu, ouviu os mesmos suspiros, com seu pai tomando sua mão e apertando-a, como sentira seis meses antes.
            O grande pesquisador espírita Ernesto Bozzano em sua monumental obra “Fenômenos Psíquicos no Momento da Morte”, diz que esses fenômenos são muito mais complexos do que parecem, estendendo-se dos casos de percepção telepática, de lucidez e de telestesia, até os de precognição e ainda os episódios sensacionais de visões estáticas e panorâmicas, além dos bastante impressionantes casos de percepção de fantasmas dos mortos.
            Esses casos de aparição de Espíritos junto ao doente são tão comuns que é cultura popular que quando o moribundo fala com “seus mortos”, não há mais a esperança de cura.
            O pesquisador classifica em seis categorias os casos de aparição de pessoas que já morreram e têm ligações com o doente.
            Na primeira categoria ficam os casos em que as aparições são percebidas apenas pelo moribundo e se referem a pessoas falecidas e com conhecimento dele. Elenca nessa categoria vinte e quatro casos narrados por pessoas envolvidas com os doentes e por outros pesquisadores e também casos publicados nos jornais da época.
            As aparições de defuntos percebidas apenas pelo doente, mas sem que este tenha conhecimento do falecimento, estão na segunda categoria. Nesse caso os seus assistentes podem ter ou não conhecimento do acontecido. Foram narrados seis casos esclarecedores.
            A terceira categoria é a que outras pessoas, juntamente com o agonizante, percebem o mesmo fantasma do defunto. Apontados oito casos justificativos.
            Na quarta categoria ficam os casos de aparições no leito de morte, coincidindo com confirmações obtidas mediunicamente. Essa categoria é considerada a mais importante do ponto de vista científico, porque são aplicados aos fenômenos os métodos de investigação experimental. Listados sete casos esclarecedores.
            Na quinta categoria ficam os casos nos quais os familiares dos moribundos são os únicos a perceberem os fantasmas dos defuntos. São os casos raros e foram apresentados oito casos tirados dos jornais e de pessoas envolvidas.
            Na sexta e última categoria ficam os exemplos de aparições de defuntos produzidas pouco depois da morte e percebidas na mesma casa do cadáver. São casos ainda mais raros e é apresentado apenas um caso de conhecimento do pesquisador, tirado dos “Proceedings of the S.P.R”.
            Do exposto conclui-se que os episódios têm valor demonstrativo pela força de seus modos de manifestação, eliminando as hipóteses alucinatórias e telepáticas, dando margem às explicações espíritas ao conjunto dos fatos, para muitas dessas aparições.

Referências Bibliográficas:
- Revista Espírita 1868. Allan Kardec.
- Fenômenos Psíquicos no Momento da Morte. Ernesto Bozzano.

 

Crispim.

 

PONTO DE EQUILÍBRIO

 

            É sempre aconselhável que se mantenha distante de qualquer discussão que não lhe diga respeito, mesmo porque não é parte interessada.
            De outro lado deve ter uma mente que tem já seus compromissos claramente definidos e não deve pensar em outros que estão distante de sua área de ação.
            A verdade É que está sendo testado sempre, mas o importante é que mantenha o foco no ideal que abraçou. Mesmo diante das dificuldades, não se desespere, é sempre uma medida certa, porque para tudo há seu tempo.
            Está sendo testado diariamente em seus valores, mesmo porque já está inserido nesse novo contexto, por isso deve trabalhar com entusiasmo para superar suas deficiências, que são muitas.
Pode estar muito distante do trabalho que precisa realizar, a fim de completar o seu estágio, mas que tem urgência, porque a vida não espera; pode de repente ser chamado à pátria espiritual, e deverá lá apresentar com brevidade.
            Mas, não desista de seu sonho nem de suas possibilidades, por isso é importante que trabalhe muito, dessa forma adquirirá respaldo para libertar-se e com isso desenvolver o seu potencial ou mesmo para convencer-se de certos detalhes do caminho.
            O incerto pode acontecer como o certo pode não ocorrer, assim prudência sempre é importante.
            A vida se completa quando atinge o seu objetivo. Mas se nada espera da vida, vale quanto pesam os obstáculos, porque estes também são experiências.
            Às vezes é difícil avaliar o caminho a ser percorrido, mas agora o que importa é a opção que faça, com vista a encontrar um ponto de apoio no que faz ou realiza, porque ali pode encontrar o que procurou a vida inteira.
            Equilibre-se com cuidado, é preciso em momentos até ousar, porque não ter esperança é o pior que pode acontecer. Acredite na vida, assim poderá fazer alguma coisa.

 

Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

O MAIS NOBRE SENTIMENTO

 

            O amor é importante. Sem esse sentimento o homem se brutaliza. Esquece sua origem e se torna irracional, porque abdica do sentimento mais sublime que poderia esperar.
            Com esse sentimento no coração em qualquer lugar encontrará motivação para viver, desde que tenha muito amor para dar. A ausência desse sentimento é a causa de tantos sofrimentos.
            O Evangelho relembra que esse sentimento deve “ser cultivado como se cultiva o campo”, porque toda riqueza futura depende dele. Por essa razão que é preciso cercá-lo de cuidados e sabedoria, a fim de que possa dar os frutos que espera. O amor tudo compreende e tudo espera, pois já sabe que esse sentimento é a matriz de quase todos os outros.
            É esse sentimento que induz o homem  a caridade, aliás, esse sentimento em ação se transforma em caridade que é o amor materializado em trabalho em favor do próximo. Quem se dispõe a amar ao próximo como a si mesmo, é capaz também de compreender toda extensão desse sentimento e está na origem do homem e com ele vive em estado latente.
             Muitas vezes se mistura à paixão, mas com o desenvolvimento dos sentimentos que lhe dá a personalidade e permite ser a fonte mais completa dos sentimentos que povoam o coração do homem.
            Quanto mais evolui o Espírito mais o amor se depura, porque vai compreender que é a força mais poderosa que o impulsiona à frente.
            Quando a criatura estiver persuadida de que esse sentimento é a sua maior força, certamente é porque compreendeu que tudo caminhará de maneira mais fácil, pois  “o amor é o requinte dos sentimentos” e essa chama  direcionará  na caminhada evolutiva.
            Estará  convencido que somente com muito amor no coração poderá compreender que é um espírito imortal e ainda se debate em consequência dos seus erros de hoje e de ontem, porém sabe que uma força soberana orienta o seu destino. E mais por ordem de um Pai bom, Justo e Misericordioso que legou a criatura à possibilidade de se aperfeiçoar pelo esforço próprio, dando lhe o roteiro e pede que o siga.
            Assim que a oportunidade é oferecida a cada um para que realize a sua reforma íntima e faça assim cristalizar no coração esse sagrado sentimento, que é a essência do próprio Deus, como fala o evangelista João: “Deus é amor”, em sua  definição mais clara.
            Se presentemente está neste campo de provas é para aprender essas coisas mais elementares e ao mesmo tempo imprescindíveis à felicidade.
            Nunca é demais lembrar que terá a sua frente muitas opções para a escolha daquela possibilidade que melhor se adapte a escolha a maneira de encarar a sua situação. Mas é de suma importância e  o amor que deve colocar em cada ato que pratique. Essa maneira de ser que faz a diferença, pois que tudo essa sendo levando em consideração, quando se dispõe a servir com largueza de coração.
            Abrace esse sentimento com muita boa vontade, porque lhe dará as mais doces alegrias que jamais sonhou.
            O exemplo maior desse amor o tem na figura magnânima de Jesus, que não obstante a ferocidade das criaturas que o crucificaram e tramarem contra Ele, nem assim os deixou de amar, porque no fundo sabia que eram homens inconsequentes, ainda presos aos valores do mundo transitórios.
            De fato não poderiam ainda compreender  importância do amor em suas vidas, daí renascerem naqueles momentos e lhes trouxeram amargas consequências, porque quem pratica o mal, logo cria para si um roteiro de dor. Perdurará até que venha renascer muitas vezes entre as próprias vítimas de seu duro coração, mesmo porque é junto deles que colherá  da sementeira que semeou.
            Essa situação que muitas pessoas não compreendem. No entanto embaladas por valores outros, de repente cai no despenhadeiro do crime e do vício, depois terão que amargar dores e sofrimentos sem conta, exatamente por haver relegado a um segundo plano o amor, quando deviam cultivá-lo com o maior empenho.
            Quando movido pela paixão, certamente que podem cometer erros, mas isso não invalida o trabalho no bem que fizera naqueles dias mais afortunados de suas existências. Pode estacionar ao longo do caminho, depois renascerá para ressarcir e com isso se atrasa no caminho da evolução.
            Todo ato contrário ao amor gera sofrimento. Assim que tudo caminha para a sublimação desse sentimento. Feliz aquele que mais compreende essa posição e tudo faz para se colocar em condições de servir, daí ainda ressoa naqueles ouvidos afortunados de entendimentos, aquele que quiser ser o maior que seja o servidor de todos.
            Assim alerte o seu coração enquanto é tempo. Se ainda não despertou para dessa grave questão do destino, onde poderá resolver aqueles problemas de sua vida pregressa e mesmo da vida presente. Especialmente se convive com pessoas que não compreendem que esse resgate deve ser feito no decurso da existência, para que a transferência à outra vida de repente se concretize e retorne a vida espiritual com uma margem de segurança.
            Por isso se apresse com essa postura, pois é urgente essa atitude diante da vida.
            É isso justamente que deve contribuir para o bem de todos, ou seja, o amor em abundância em todos os corações, pois  iluminará sempre o caminho do homem. Áulus.

 

Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

EXPERIÊNCIAS SIGNIFICATIVAS DURANTE O SONO

 

            Os casos assinalados abaixo e inúmeros outros ocorridos ao longo da história da Humanidade demonstram claramente a importância deste período de aparente repouso, e que mais não é do que bendita oportunidade de relacionamento com o mundo dos Espíritos. Compete a nós bem aproveitá-la para o nosso crescimento espiritual, uma vez que, conforme assinalam os Espíritos Superiores: O sono [...] influi mais do que supondes na vossa vida. Eleve, pois, aquele que se ache compenetrado desta verdade, o seu pensamento a Deus, quando sinta aproximar-se o sono, e peça o conselho dos bons Espíritos e de todos cuja memória lhe seja cara, a fim de que venham juntar-se-lhe, nos curtos instantes de liberdade que lhe são concedidos, e, ao despertar, sentir-se-á mais forte contra o mal, mais corajoso diante da adversidade.

Caso 01 - Recordação de existência passada


            Emmanuel, no livro Há Dois Mil Anos, refere um outro tipo de experiência através do sono: a recordação de existência passada. Trata-se do sonho de Públio Lentulus, registrado no início da mencionada obra. Eis pequena parte do relato de Públio a seu amigo Flamínio: Recolhi-me cedo e, quando parecia divisar junto de mim a imagem de Têmis [deusa romana da Justiça], que guardamos no altar doméstico, considerando as singulares obrigações de quem exerce as funções da justiça, senti que uma força extraordinária me selava as pálpebras cansadas e doloridas. No entanto, via outros lugares, reconhecendo paisagens familiares ao meu espírito, das quais me havia esquecido inteiramente.
Realidade ou sonho, não o sei dizer, mas vi-me revestido das insígnias de cônsul, ao tempo da República. Parecia-me haver retrocedido à época de Lúcio Sergius Catilina, pois o via a meu lado, bem como Cícero, que se me afiguravam duas personificações, do mal e do bem. Sentia-me ligado ao primeiro por laços fortes e indestrutíveis, como se estivesse vivendo a época tenebrosa da sua conspiração contra o Senado, e participando, com ele, da trama ignominiosa que visava à mais íntima organização da República. Prestigiava-lhe as intenções criminosas, aderindo a todos os seus projetos com a minha autoridade administrativa, assumindo a direção de reuniões secretas, onde decretei assassínios nefandos.... [...]
Todavia, o que mais me humilhava nessas visões do passado culposo, como se a minha personalidade atual se envergonhasse de semelhantes reminiscências, é que me prevalecia da autoridade e do poder para, aproveitando a situação, exercer as mais acerbas vinganças contra inimigos pessoais, contra quem expedia ordens de prisão, sob as mais terríveis acusações.

Caso 02 - Um caso de premonição


            Os exemplos de experiências relevantes através do sono multiplicam-se, tanto nas obras mediúnicas como nas voltadas para as pesquisas científicas. Dentre essas últimas, pode ser colhido, na obra A Morte e o Seu Mistério, este interessante caso, relatado a Camille Flammarion pelo conceituado pesquisador, Sr. Frederico Passy: Não a encontrei [a presente narrativa], [...] na sua obra O Desconhecido e tenho a certeza de que o interessará, pois procede dum escritor escrupuloso, dum homem de integridade incontestável, o quaker Etienne de Grelet. Dou ao senhor a narrativa, tal qual como a transcrevi da relação da sua viagem à Rússia. Durante a sua permanência em S. Petersburgo, a Condessa Toutschkoff contou ao quaker viajante o seguinte: Uns três meses antes da entrada dos franceses na Rússia [invasão de Napoleão Bonaparte], o general, seu marido, estava com ela no seu domínio de Toula. Achando-se num hotel, em cidade desconhecida, ela sonhou que seu pai entrara, levando o filho único pela mão e dizendo-lhe estritamente: – A tua felicidade acabou. Teu marido caiu. Caiu em Borodino. Acordou muito perturbada, mas, vendo seu marido junto dela, compreendeu que sonhava e adormeceu novamente. O mesmo sonho se repetiu, e ela sentiu tanta tristeza que levou muito tempo a recuperar a serenidade. O sonho voltou terceira vez. Experimentou tão grande angústia que despertou seu marido, perguntandolhe:
– Onde é Borodino? Ele não o sabia. Durante a manhã, ambos, com seu pai, se puseram a procurar este nome no mapa, sem encontrá-lo. Borodino era então lugar muito obscuro; mas tornou-se depois afamado, pela batalha sangrenta que se feriu nas suas cercanias. Entretanto, a impressão causada, na condessa, era profunda, e grande sua inquietação... O teatro da guerra era longe então, mas rapidamente se aproximou. Antes da chegada dos exércitos franceses a Moscou, o General Toutschkoff foi posto à testa do exército russo de reserva. Certa manhã, o pai da condessa, levando seu filho pela mão, entrou no quarto do hotel em que ela se hospedara. Estava triste, como a condessa o tinha visto em seu sonho, e dizia-lhe: – Ele caiu, ele caiu em Borodino. A condessa viu-se, como no sonho que tivera, no quarto, cercada dos mesmos objetos. Seu marido foi, efetivamente, uma das numerosas vítimas da renhida batalha que se pelejou perto do rio de Borodino, que deu o seu nome a uma aldeia.

 

ESDE
2008

 

 

PSICOGRAFIA

 

            Querida mãe!
            Eu estou bem graças a Deus. Agora também feliz porque arranjei alguém para mandar uma carta para a senhora. Isto me alegra muito.
            Vive muito preocupada até hoje com o que se passou comigo. Acho que até é justa a sua preocupação. Mas quero lembrar que a situação daqui não é ruim como supõe, embora a saudade dos familiares e dos momentos vividos sejam sempre lembrados com muita emoção, conquanto reine entre as pessoas ignorância quanto à realidade daqui, não representa um mundo à parte, mas uma seqüência do mundo físico, como já dizia alguém “a natureza não dá salto”. O que ocorre é que as condições são outras pela própria natureza do nosso corpo espiritual. Mas continua em nossos arquivos todas as lembranças acumuladas, até mesmo aquelas que supúnhamos esquecidas para sempre, se as buscarmos elas emergem com todas a nitidez.
            Quero dizer a querida mãezinha que continuo sendo a filha que sempre fui e não deve guardar mágoa de ninguém pelo acontecido, porque já havia soado a hora de meu retorno e ninguém poderia impedir essa determinação do plano superior, embora o meio que usou a providência divina lhe pareceu um tanto violento, entretanto sempre tenho recebido todo amparo que necessito, devo esclarecer que às vezes a gente semeia o mau grão, depois se esquece, porém cedo ou tarde chega a ordem de colheita, daí então a lei natural age em nosso favor, para libertar tirando-nos a vida, ainda que pareça paradoxal é assim mesmo, a cada um de acordo com as suas obras, porque a verdadeira vida não se processa sobre a Terra, daí o enorme erro que muitos incorrem, imaginando que nas ruas escuras do plano físico, encontram-se todas as possibilidades e todos os recursos para que a criatura encontra a sua felicidade, e que muitos pensam que não se deve perder um instante para satisfazer as suas paixões.
            Do lado de cá posso avaliar com mais segurança o que me convinha e o que realmente me convém hoje. Olha-se daqui com os olhos do espírito, como quais têm mais condições de avaliar cada detalhe, a fim de que se possa fazer a melhor opção.
Sorria, minha mãe, a vida deve ser vivida, a sua Kika continua a ser aquela pessoa sorridente que sempre foi, não há motivos para tantas lágrimas. Se eu tivesse ficado talvez não fosse o melhor caminho, que poderia o mundo me dar, se quem sabe mais me requisitara na hora certa, pois que já estava concluído o meu pequeno estágio nessa escola aí no plano físico. Conquanto a dor se tenha feito morada em seu coração, deve pensar assim: “Se Deus que é bom quis assim é o melhor para todos”. Não se culpe, ou creia que não fez tudo por mim. Às vezes pensa. Ah se eu tivesse feito isto ou aquilo por ela, talvez fosse melhor. Não fique com esses pensamentos torturando o seu generoso coração.
            Quero repetir que estou bem e feliz com isto que tenho aqui, porque convivo com tantas pessoas maravilhosas e aprendo cada dia uma coisa para melhorar ainda mais.
            Às vezes acompanho papai em seus pensamentos, principalmente aqueles dias que e leva a cadeira e senta ao lado da casa, fica a pensar que seria bem diferente se eu estivesse ainda aí, porém devo esclarecer que não seria melhor, porque já havia terminado o meu tempo, como diz o poeta é bom enquanto dura. Foi maravilhosa essa convivência, porém surgiu uma necessidade maior, daí do meu retorno compulsório, que não houve medida que pudesse obstar o meu retorno.
            Tirem essas nuvens dos corações, olhem para frente e sejam felizes. A vida continuará sempre é uma questão de tempo somente, porque vocês sendo felizes. Eu também serei.
            As minhas irmãs que continuem as suas lutas, pois que estudando as portas vão aos poucos se abrindo e desejo que elas tenham toda a felicidade do mundo, que possam realmente encontrar o tal de “príncipe encantado” que realmente venha encantar as suas vidas como elas realmente merecem.
            Ao meu irmãozinho Josias que estude muito, porque sem estudo a vida fica muito mais difícil nos dias de hoje, não perca tempo se aplique com muita determinação ao estudo.
            Quero dizer por fim que tenham muita fé e confiança em Deus, pois que Ele sabe o que é melhor para cada um de nós, assim que vou chegando ao fim, desejando muita paz e alegria a todos.
            Da filha muito reconhecida por tudo que tem feito por mim, meu pai e irmãs e irmão, um grande abraço para todos.
            E que Jesus os abençoe sempre.

Luciana – Kika

 

LETARGIA, CATALEPSIA,
MORTES APARENTES

 

CHRISTIANO TORCHI

 

            A catalepsia e a letargia foram classificadas por Kardec como faculdades de emancipação ou desdobramento da alma.Geralmente, durante o surto, os letárgicos e os catalépticos ficam imobilizados, vendo e ouvindo o que acontece ao redor, sem poder exprimir-se, o que lhes dá uma sensação de impotência e muito desconforto, isto é, guardam, em espírito, consciência de si, mas não podem comunicar-se.
            Em nota à questão 424 de O Livro dos Espíritos, Kardec estabelece a diferença entre uma e outra, explicando que, embora repousem sobre o mesmo princípio (perda temporária da sensibilidade e do movimento), a letargia é um estado bem mais agudo, porque “[...]a suspensão das forças vitais é geral e dá ao corpo todas as aparências da morte”, ao contrário da catalepsia, na qual a paralisação é “localizada, podendo atingir uma parte mais ou menos extensa do corpo”físico, mas permitindo “que a inteligência se manifeste livremente”. E conclui:“A letargia é sempre natural; a catalepsia é, por vezes, magnética”.1 (Grifo nosso.)
            Alguns neurocientistas e psiquiatras, despreocupados com a questão do Espírito e com as gradações do fenômeno, designam-no simplesmente de catalepsia, associando-o aos “distúrbios do sono”. Sem determinar, com segurança, a causa de tais distúrbios, especulam que eles podem ter origem em traumatismos cranianos ou em manifestações de esquizofrenias ou histerias, neste último caso relacionadas a choques emocionais.2
            Nas formas menos agudas, a catalepsia acomete, com relativa freqüência, muitas pessoas, durante a noite, embora nem sempre seja notada por aquele que dorme, evento designado por alguns pesquisadores de “paralisia do sono” ou “paralisia noturna”.
            O Espiritismo oferece grande contribuição para a compreensão do fenômeno, porquanto o acontecimento está associado à existência e à complexidade da alma.Muitas vezes, os que experimentam tais surtos crêem-se vítimas de pesadelos ou sonhos, porque, nesses transes, não raro se vêem fora do corpo e entram em contato com outros Espíritos,
bons ou maus, conforme suas afinidades.Certos pesquisadores encarnados, muitos deles céticos ou alheios à questão espiritual, interpretam tais eventos como alucinações.
            Nos casos mais agudos, denominados letargia pelo Espiritismo, há o risco de, acreditando-se morta a pessoa, haver o sepultamento do seu corpo sem que tenha efetivamente morrido, o que se descobre após a exumação do cadáver.
Alguns desses fenômenos estão descritos no Novo Testamento (Lucas, 7:11-17 [o filho da viúva de Naim] e Mateus, 9:23-26 [a filha de Jairo]), sendo o caso mais conhecido o da ressurreição de Lázaro, em João, 11:1-45.
            O estudo do perispírito é de fundamental importância para a compreensão deste e de outros episódios de ordem espiritual, por ser ele o intermediário entre o Espírito e o corpo físico, como reportado por Kardec em A Gênese, nos itens 29 e 30, Catalepsia. Ressurreições, do capítulo XIV.
            A determinação do momento da morte do indivíduo nem sempre é fácil, particularmente na faixa etária pediátrica, que envolve questões biológicas, éticas,morais, legais e socioculturais.
O conceito de morte vem sofrendo modificações, nos últimos tempos, em decorrência do desenvolvimento, pela Medicina, de novas técnicas de ressuscitação e suporte avançado para o atendimento a doentes criticamente enfermos, proporcionando a modernização do diagnóstico da morte.
            Atualmente,a morte cerebral ou a morte do encéfalo, conjunto de centros nervosos que comanda as demais funções do organismo humano, é o critério científico de diagnóstico do encerramento da vida, aceito pela comunidade científica, e não mais simplesmente a interrupção da atividade cardíaca ou respiratória.
Por isso, hoje em dia, pelo menos nas regiões mais desenvolvidas, é remota a probabilidade de uma pessoa ser sepultada viva, sobretudo se, na realização do diagnóstico da morte, forem seguidos os procedimentos clínicos e complementares recomendados pelo Conselho Federal de Medicina.
            A morte é um processo complexo, lento e gradual. A vida não pode ser entendida pela simples presença de sinais vitais isolados em órgãos e tecidos, mas sim de elementos vitais estruturados que, em conjunto, formam a concepção de pessoa.
            Entretanto, uma vez cessadas, irreversivelmente, as funções de todo o encéfalo, incluindo o tronco cerebral, não há qualquer possibilidade de reanimar o indivíduo, e em pouco tempo todos os demais órgãos interromperão o funcionamento.
Se o indivíduo estiver acometido do transe letárgico ou cataléptico, seu despertamento poderá ser feito com a ajuda de preces e/ou por meio da ação magnética (passes), desde que o socorro seja prestado antes da degeneração irreversível das células.
            Não é raro ouvirmos relatos, inclusive pela mídia,3 sobre pessoas que foram declaradas mortas e depois “ressuscitaram” durante o velório.
            Yvonne do Amaral Pereira (1906-984), notável médium brasileira, desde criança apresentava esses sintomas e, graças ao uso correto de sua mediunidade, a chamada “mediunidade com Jesus”, transformou essas faculdades em sublime fonte de bênçãos. Em seu livro Recordações da Mediunidade, editado pela FEB,Yvonne narra, com riqueza de
detalhes, no capítulo “Faculdade nativa”, um desses acessos que teve, quando, contando menos de um mês de idade, foi dada como morta.
            Fiando-se nas conhecidas passagens do Novo Testamento, há aqueles que ainda acreditam que Jesus promoveu a ressurreição, isto é, devolveu a vida a pessoas que já teriam morrido. Contudo, analisando a passagem evangélica, em que é reportada a suposta morte da filha de Jairo, notem o que Jesus disse:“Retirai-vos, porque não está morta a menina, mas dorme [...]”. (Mateus, 9:24.) (Grifo nosso.)
            Em realidade, essas pessoas foram despertadas por Jesus de um transe cataléptico ou letárgico, viveram mais um tempo e depois, como todo mundo, tiveram que enfrentar a morte biológica. Entretanto,muitos religiosos preferem interpretar tais fatos como milagres, satisfazendo, assim, o seu apreço pelo maravilhoso.
            O Espiritismo demonstrou que esses e outros feitos de Jesus são de ordem natural, uma vez que resultam da ação espiritual sobre os fluidos, pelo pensamento e pela vontade.4
            Intuitivo, também, é que Deus, a suprema inteligência, não permitiria a revogação das leis que Ele próprio criou, com o objetivo de convencer homens incrédulos, céticos e ignorantes.
            No que tange, especificamente, aos aspectos mais perturbadores da catalepsia e da letargia, reportamo-nos aos lúcidos ensinamentos do Dr. Bezerra de Menezes:
            “Tais acidentes são próprios do carreiro da evolução, e enquanto o homem não se integrar de boa mente na sua condição de ser divino, vibrando satisfatoriamente no âmbito das expansões sublimes da Natureza,mecanicamente estará sujeito a esse e demais distúrbios.5 Segue-se que, para a lei da Criação, a chamada morte não só não existe como é considerada fenômeno natural, absolutamente destituído da importância que os homens lhe atribuem, exceção feita aos casos de suicídio e homicídio. [...]
....................................................
            “A provocação desses fenômenos nada mais é que a ação magnética anestesiando as forças vibratórias até ao estado agudo, e anulando, por assim dizer, os fluidos vitais, ocasionando a chamada morte aparente, por suspender-lhe, momentaneamente, a sensibilidade, as correntes de comunicação com o corpo carnal, qual ocorre no fenômeno espontâneo, se bem que o fenômeno espontâneo possa ocupar um agente oculto, espiritual, de elevada ou inferior categoria. Se, no entanto, o fenômeno espontâneo se apresentar freqüentemente e de forma como que obsessiva, a cura será inteiramente moral e psíquica, com a aproximação do paciente aos princípios nobres do Evangelho moralizador e ao cultivo da faculdade sob normas espíritas ou magnéticas legítimas, até ao seu pleno florescimento nos campos mediúnicos”.6
Quando bem orientadas e aproveitadas, a catalepsia e a letargia, “que mais não são do que manifestações da vida espiritual”,7 podem ser utilizadas como faculdades mediúnicas de enorme potencial, de onde são extraídos grandes ensinamentos e revelações em torno da alma, advindo daí novos conhecimentos científicos em prol da Humanidade.
Tais ocorrências evidenciam a existência de algo no ser humano independente da matéria, no caso, o Espírito, o que tem compelido os cientistas a buscarem um novo paradigma para o tratamento e a  solução dos problemas que afligem o ser humano.

 

Referências:
1KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. 91. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Parte segunda, cap. VIII, comentário de Kardec à questão 424.
2REVISTA SUPERINTERESSANTE. n. 176. Disponível em: http://super.abril.com.br-/superarquivo/2002/conteudo_120294.shtml
3Disponível em: http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI2268585-EI1141,00.html
4Para mais informações, consulte o capítulo XIII, de A gênese, sob o título “Caracteres dos milagres”.
5Além desses fatores, encontramos na lei de causa e efeito a gênese de tais distúrbios, como se infere do testemunho do Espírito Antonio B... registrado em O céu e o inferno, no capítulo VIII, sob o título Enterrado vivo. – A pena de talião.
6PEREIRA, Yvonne do A. Recordações da mediunidade. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Cap. 1, p. 17, 19-20.
7KARDEC, Allan. A gênese. 52. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. XIV, subtítulo II. Explicação de alguns fenômenos considerados sobrenaturais, item 23.

 

O Reformador
2008

 

 

O COMPANHEIRO

 

            “Não devias tu igualmente ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?” — Jesus. (MATEUS, capítulo 18, versículo 33.)

            Em qualquer parte, não pode o homem agir, isoladamente, em se tratando da obra de Deus, que se aperfeiçoa em todos os lugares.
            O Pai estabeleceu a cooperação como princípio dos mais nobres, no centro das leis que regem a vida.
            No recanto mais humilde, encontrarás um companheiro de esforço.
            Em casa, ele pode chamar-se “pai” ou “filho”; no caminho, pode denominar-se “amigo” ou “camarada de ideal”.
            No fundo, há um só Pai que é Deus e uma grande família que se compõe de irmãos.
            Se o Eterno encaminhou ao teu ambiente um companheiro menos desejável, tem compaixão e ensina sempre.
Eleva os que te rodeiam.
            Santifica os laços que Jesus promoveu a bem de tua alma e de todos os que te cercam.
            Se a tarefa apresenta obstáculos, lembra-te das inúmeras vezes em que o Cristo já aplicou misericórdia ao teu espírito. Isso atenua as sombras do coração.
            Observa em cada companheiro de luta ou do dia uma bênção e uma oportunidade de atender ao programa divino, acerca de tua existência.
            Há dificuldades e percalços, incompreensões e desentendimentos? Usa a misericórdia que Jesus já usou contigo, dando-te nova ocasião de santificar e de aprender.

 

Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

 

 

PENSAMENTOS

 

- Deus é nosso Pai.
- Somos irmãos uns dos outros.
- Jesus é o Divino Mestre que Deus nos enviou.
- A oração é o meio imediato de nossa comunhão com o Pai Celestial.
- Nossos melhores pensamentos procedem da inspiração do Alto.
- A presença de Deus pode ser facilmente observada na bondade permanente
e na inteligência silenciosa da Natureza que nos cerca.
- Devemos amar-nos uns aos outros.
- A voz divina pode ser reconhecida nos bons conselhos.
- Sempre que ajudarmos, seremos ajudados.
*
Em nossa terna Mãezinha,
Cheia de santa afeição,
Sentimos que Deus nos fala
No fundo do coração.

 

Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei

 

 

A PERGUNTA DE TIMBIRA

 

            Joaquim Tímbira era uma das entidades que se comunicavam frequentemente nas sessões dos irmãos Xavier. Companheiro espiritual, simples e bom, estava sempre disposto a auxiliar com a sua experiência nos trabalhos, em favor dos obsidiados.
            Houve uma ocasião em que apareceu uma jovem perseguida por diversas entidades da sombra e, à noite, obsessores, em falanges, tomavam-lhe a boca, derramando fel e veneno em forma de palavras.
José doutrinava os visitantes conturbados. Iam muitos e muitos vinham. E o dirigente conversava, conversava. Numa das reuniões, Joaquim Timbira incorpora-se no Chico e aconselha:
            — José, meu filho, convém ensinar o bom caminho aos irmãos sofredores, entretanto, é preciso doutrinar igualmente a médium. É necessário que a mocinha estude, compenetrando-se dos seus deveres.
            — Mas não será caridade necessária doutrinar os espíritos infelizes?
            — Sim, sim...
            — Então? — insistiu José Xavier — penso que estou certo, procurando encaminhar à verdade nossos irmãos vitimados pela ignorância e pelo sofrimento. Devem eles ser atendidos em primeiro lugar.
Joaquim Timbira fez uma longa pausa como quem refletia com segurança para responder e considerou:
            — José, toda a caridade feita com boa intenção é louvável diante do Céu, mas que será melhor? Curar feridas ou espantar moscas?
            E a pergunta do amigo espiritual ficou gravada por valiosa lição.

 

Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama

 

 

ACEITA A CORREÇÃO

 

“E, na verdade, toda correção, no presente, não parece
ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto
pacífico de justiça nos exercitados por ela..”
Paulo (Hebreus, 12:11)

 

            A terra, sob a pressão do arado, rasga-se e dilacera-se, no entanto, a breve tempo, de suas leiras retificadas brotam flores e frutos deliciosos.
            A árvore, em regime de poda, perde vastas reservas de seiva, desnutrindo-se e afeando-se, todavia, em semanas rápidas, cobre-se de nova robustez, habilitando-se à beleza e à fartura.
            A água humilde abandona o aconchego da fonte, sofre os impositivos do movimento, alcança o grande rio e, depois, partilha a grandeza do mar.
            Qual ocorre na esfera simples da Natureza, acontece no reino complexo da alma.
            A corrigenda é sempre rude, desagradável, amargurosa; mas, naqueles que lhe aceitam a luz, resulta sempre em frutos abençoados de experiência, conhecimento, compreensão e justiça.
            A terra, a árvore e a água suportam na, através de constrangimento, mas o Homem, campeão da inteligência no Planeta, é livre para recebê-la e ambientá-la no próprio coração.
            O problema da felicidade pessoal, por isso mesmo, nunca será resolvido pela fuga ao processo reparador.
Exterioriza-se a correção celeste em todos os ângulos da Terra.
            Raros, contudo, lhe aceitam a bênção, porque semelhante dádiva, na maior parte das vezes, não chega envolvida em arminho, e, quando levada aos lábios, não se assemelha a saboroso confeito. Surge, revestida de acúleos ou misturada de fel, à guisa de remédio curativo e salutar.
            Não percas, portanto, a tua preciosa oportunidade de aperfeiçoamento.
            A dor e o obstáculo, o trabalho e a luta são recursos de sublimação que nos compete aproveitar.

Fonte Viva
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Emmanuel

 

 

A VIDA GLORIOSA

 

            Nada mais pungente e doloroso do que contemplar-se um corpo sem vida, distendido à nossa frente, em silêncio perturbador.
            Aqueles olhos que brilhavam e transmitiam expressões variadas, os lábios que enunciavam palavras, os braços operosos e os movimentos com calor irradiante estão agora paralisados pela terrível constrição da morte.
            O enigmático fenômeno que interrompeu a existência orgânica terminou por triunfar sobre a vida gloriosa, rica de bênçãos e encantamentos, de pensamentos grandiosos que modificaram a estrutura do planeta e facultaram conquistas dantes jamais imaginadas.
            Agora se apresentam inermes, em processo de decomposição, e logo mais terríveis modificações substituirão o antigo sorriso, a beleza, a vivacidade e o encantamento existenciais.
            Essa fatalidade de aparência destruidora tem sido a razão de estudos e dramas que esfacelam sentimentos e civilizações.
            No entanto, constitui um dos mais belos capítulos existenciais, em razão do seu significado profundo e nem sempre compreendido.
            É natural que tudo que nasça morra, vibrando durante um ciclo de energia a que denominamos como existência.
            Não fosse assim, o caráter que se lhe desse de indestrutibilidade constituiria inimaginável desar, em razão da própria transitoriedade do mundo físico.
            Se, de um lado, a dor da saudade é quase insuportável, a permanência de uma doença irreversível por todo o sempre constituiria uma desgraça imensurável.
            O envelhecimento natural com a perda das faculdades que constituem os períodos iniciais se transformariam numa carga impossível de ser suportada. A superpopulação dos incapacitados para viver terminaria em tentativas alucinadas de destruição coletiva e desvarios de todo porte.
            Impensável essa hipótese absurda de vida.
vDesse modo, o fenômeno da morte merece mais acuradas reflexões, proporcionando estabilidade emocional e compreensão mental, especialmente se for considerada a realidade da existência do Espírito, que sobrevive ao processo celular depois da atividade que lhe diz respeito na experiência material.
            Ninguém morre, porque todas as transformações fazem parte do projeto da evolução eterna.
            O ser humano, de forma alguma, é o corpo de que se utiliza.
            Criado por Deus simples e ignorante, o Espírito evolve por etapas até alcançar a plenitude a que se encontra destinado.
            Tudo quanto existe permanece em movimento de transformações, do grosseiro para o sutil em incessantes modificações.
            O Espírito possui a essência da vida e se desenvolve através de experiências que o fazem alcançar os mais elevados patamares da angelitude.
            Em razão disso, é importante o processo de crescimento moral e intelectual durante a vilegiatura orgânica.
Desde o momento quando adquire a razão, o conhecimento, as emoções, torna-se responsável pelas futuras experiências a que será submetido, passando pelas vicissitudes ou aquisições nobres de que se fez responsável.
            As Divinas Leis estabelecem os códigos de evolução, e cada qual assume a responsabilidade de atendê-las.
            Mediante o entendimento dessas ocorrências, torna-se fácil e ditoso o esforço de autoiluminação, que constitui a meta a que cada qual está submetido.
            Sob esse aspecto, a reflexão em torno da existência física e da sua temporalidade prepara o Espírito para o momento inevitável da desencarnação.
            Cada qual desencarna conforme experienciou a existência, prosseguindo de acordo com os hábitos que foram cultivados no corpo físico.
            Somente a matéria se transforma, cedendo lugar a novas experiências evolutivas no processo de crescimento para Deus.
            Em todas as épocas da Humanidade a Vida ofereceu informações sobre a imortalidade do ser, nos variados cultos e através dos missionários do bem, que se encarregaram de anunciar a perenidade do existir.
            Dentre todos, Jesus foi quem melhor demonstrou essa realidade, voltando do túmulo para confortar os amigos que ficaram na retaguarda, assim confirmando os Seus enunciados.
            Vive, portanto, com a certeza da tua indestrutibilidade, laborando com alegria e vencendo, etapa a etapa, os desafios existenciais.
            A morte não interromperá os teus projetos, que continuarão após o decesso celular.
            Vive com a tranquila segurança de que continuarás conforme os padrões da tua evolução.
            Diante da morte de um ser querido, permanece confiante no Amor de Deus.
            Não deplores, portanto, aqueles seres amados que a morte arrebatou dos teus sentidos físicos, porque eles continuam estuantes de vida, esperando por ti, ajudando-te ou não conforme as possibilidades que os caracterizam.
            Acarinha as emoções da saudade, ternura e gratidão, lembrando-te de Jesus retornando da morte em ressurreição luminosa para demonstrar-nos com o Seu exemplo a grandeza do Amor do Pai Celestial.
            Aguarda a oportunidade de comunicar-te com o ser amado, fazendo todo o bem que te esteja ao alcance e, em sua memória, ama a tudo e a todos, tornando-te digno do reencontro feliz.

 

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na tarde de 1º.9.2017, no Rio de Janeiro

 

Mundo Espírita 2017.

 

 

ORAÇÃO PARA PEDIR BONDADE

 

Senhor, viemos pedir-te a paz, a sabedoria e a bondade.
Queremos olhar o mundo com os olhos cheios de amor.
Queremos ser pacientes e compassivos.
Queremos ver teus filhos como tu mesmo os vês.
E por isto, queremos ver o bem em todos.
Senhor, fecha nossos olhos a toda maldade.
Guarda a nossa língua de toda calúnia.
Que nossas palavras sejam só de bençãos.
Que sejamos tão bondosos e alegres que todos os que
se aproximarem de nós sintam a tua presença.
Reveste-nos de tua beleza Senhor, e que, no decurso deste dia,
nós te revelemos a todos os nossos irmãos.

ASSIM SEJA
Autor desconhecido

 

Referência:
https://www.mensagemespirita.com.br/oracao/81/oracao-para-pedir-bondade

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado nº 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.