"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XIV - N. 167 * Campo Grande/MS *Dezembro de 2019.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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                     O amor é a força mais poderosa do Universo, pois graças a ele há uma grande harmonia em tudo, até a aparente desordem, sugere que algo mais grandioso está para acontecer.

 

 

FIDELIDADE DOUTRINÁRIA

 

            Já disse o grande espírita Vianna de Carvalho que o livro teve sua origem na velha China, ordenando os pensamentos e fastos históricos mediante a utilização de papel e passou por várias etapas de desenvolvimento, até chegar à impressão gráfica, tornando-se indispensável à humanidade, contribuindo enormemente com o desenvolvimento das criaturas pelos séculos e séculos.
            Adianta ainda que o livro tem sido repositório da sabedoria dos tempos, dos registros públicos da história, das narrações comovedoras, trágicas, heroicas, místicas, líricas e humorísticas da Humanidade.
Destaca, entre os livros nobres, O Livro dos Espíritos, como grandiosa síntese do pensamento que desceu do céu para iluminar as consciências terrestres na busca da imortalidade triunfante.
            Há, porém, entre os espíritas, adeptos conservadores que negam contribuições que vêm das modernas experiências científicas, enquanto outros propõem adaptações aos tempos atuais, adulterando os valiosos conceitos, alegando, falsamente, que estão superados.
            O glorioso codificador da doutrina Espírita, Allan Kardec, asseverou que o Espiritismo sempre será atual, pois estará conforme a evolução da ciência, e quando esta provar algum erro de seus postulados, será descartado tal erroe assumido o que está provado.
            Daí conclui-se que o espiritismo deve ser divulgado tal qual foi apresentado por Kardec, sem adaptações nem acomodações de conveniência para se conseguir novos adeptos, haja vista que o espiritismo não faz proselitismo, isto é, não vai de porta em porta em busca de fieis, mas,para quem o procura, tem resposta lógica e convincente.
            Espiritismo é doutrina fundamentada na razão, que veio da observação dos fatos em laboratório, possuindo estrutura própria que resiste a quaisquer investidas e lutas, sem necessidade de acompanhar modismos e modernismosque visam a adaptá-la a caprichos.
            A pretextos de cultura espírita querem abandonar o estudo de seus postulados e adotar programas com os quais a doutrina não tem compromisso algum.
            É de se notar que as atuais conquistas das ciências psíquicas confirmam os ensinamentos da doutrina, ao invés de contradizê-los.
            Alerta, o ilustre espírita, ser indispensável avigilância de todos os espíritas sinceros, para que a erva daninha das seitas e da sutil invasão de teses estranhas não predomine em sua área, acabando por asfixiar a boa planta que é, cuja mensagem dispensa as propostas reformadoras que vêm da precipitação e do desconhecimento de seus ensinamentos.

 

Referência bibliográfica: Luzes do Alvorecer. Divaldo P. Franco/Vianna de Carvalho.

 

Crispim.

 

 

MOMENTO DE DECISÃO

 

            É difícil sustentar ponto de vista em que não se acredita, por isso que a fé raciocinada induz a criatura a tomar uma direção mais consequente na vida.
            Se porventura espera algo melhor além desta vida, logo deve se qualificar para que possa realmente nela adentrar com algum mérito e conhecimento, mesmo porque é um mundo totalmente diferente quanto aos reais valores e também, os interesses são outros.
            Alem de que, nesse outro departamento da vida não têm curso os valores materiais, muito menos qualquer interesse, como também a inferioridade ou a superioridade têm outros parâmetros de julgamento. Pode ser o homem mais simples aqui, lá ser uma personalidade de grande destaque, como alguém de destaque social neste plano, lá não passar de um ser de ínfima condição, porque são considerados do ponto de vista dos valores de ordem moral. 
            Por isso, se almeja um mundo melhor depois de deixar esse corpo transitório, trabalhe muito mais, a fim de se esclarecer, porque talvez, não avalie com profundidade o que realmente conta, porque são tantas as exigências durante a encarnação, que talvez tenha esquecidos certos pormenores.
            Por isso, meu filho, avalie cada gesto, porque são tantos os que voltam para outra margem da existência ignorando os princípios mais elementares tem curso além das fronteiras físicas, mas especialmente por haver se imergido na matéria de tal forma e que não podem fazer outra referência a não ser aos valores materiais.
            São tantos os que aportam no mais além, sem noção sequer que já não pertencem mais ao mundo material, inclusive ficam por muito tempo imaginando ainda que continuam sua vida transitória. Às vezes em alguns casos levam muitos anos para se aperceberem da situação, mesmo porque se comprazem em algumas delas.
            Assim, que valorize cada minuto para se fazer mais humano e caridoso com o próximo, porque é justamente neste gesto que está o grande filão onde poderá garimpar os recursos que o manterão na outra margem da vida com mais segurança.
            É verdade que está sendo colocado a sua frente um tesouro de informações, o qual deve aproveitar para o seu progresso.
            Por isso, que continue lutando e procurando fazer o melhor, porque dessa decisão dependerá estar melhor no futuro. Jesus ouvindo o questionamento de Nicodemos responde que “ninguém pode ver o reino dos céus se não nascer de novo”, mostra que a experiência no corpo físico é indispensável.
            A reencarnação sempre representa a terapia saneadora dos desequilíbrios emotivos em que muitas vezes ferimos o próximo, sem saber que o pior que se podia fazer contra si é ferir os outros, especialmente aquele que vive ao seu derredor.
            Qualquer que seja a situação continue lutando muito por se melhorar, porque mais tarde pode falar o pão que nega aos outros. Tendo condições de auxiliar, auxilio com a máxima urgência.
            Alerte o seu coração e caminhe enquanto é tempo, para que não sobrevenham os seus momentos de penúria e miséria que podem ser evitados. Áulus.

 

Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

LIBERDADE É O SONHO MAIOR

 

            Liberte-se de tantas coisas que traz consigo que dificultam a sua caminhada.
            Aquele ressentimento que há tanto tempo carrega no coração sem conseguir esquecer um dia sequer, considere que a vida é tão breve e também a sua grande oportunidade de mudar o seu destino e não pode desperdiçar esse lugar no seu coração trazendo algo corrosivo que destrói os seus melhores sentimentos.
            E esse ressentimentos guardado por tanto tempo vai se transformando em enfermidade que passa para o corpo físico, trazendo-lhe mais sofrimentos ainda e resulta naquela doença que ninguém descobre a causa, por mais que recorra a especialistas. Ninguém pode encontrar a solução para esse grave problema, porque você o guarda dentro de si e o alimenta cada dia que relembra aquele acontecimento, com isso gerando mais negativismo sobre si.
            Assim considere todas estas situações, onde existe esse quisto de malquerença e procure de todos os meios de extirpá-lo, porque esse tóxico pode lhe trazer tanto mal ainda.
            Aliás, deve fazer um propósito de desalojar do seu coração todo o sentimento que não construa alto positivo e bom no campo dos sentimentos, até a tristeza sistemática constitui um agravante para a sua saúde física e mental.
            Liberte-se de toda a ideia que não traga algo positivo a sua vida e deve adotar como uma grande meta, porque viverá melhor.
            Os problemas que dificultam os seus dias na maioria das vezes foram criados por você mesmo e deseja algumas vezes atribuir aos outros.
            Considere a vida preciosa demais do ponto de vista espiritual, para que perca tempo com sentimentos e ideias de menor importância.
            Viva as grandes emoções com alegrias e discernimento e com isso impeça que ideias negativas penetrem na intimidade do seu coração  e  com isso geram desconfortos em sua maneira de viver e de ser, por isso vigilância sempre sobre as suas atitudes.
            É bom lembrar que tem um imenso tesouro em suas mãos, mas ele tem prazo para acabar – que é a sua vinda no mundo físico -,  se não o aproveitar para o seu adiantamento espiritual, pode retornar tão pobre quanto antes. O tempo urge para que tome uma decisão muito séria e nesse caso faça a melhor escolha.
            De um lado exclua do coração tudo que é mau e negativo e substitua por sentimentos enobrecidos. Lembre-se de  que o próprio Jesus afirmou: “onde estiver o seu tesouro ai estará o seu coração”, logo enriqueça esse manancial e  poderá retirar recursos sem se empobrecer e de outro lado, pratique em larga escala o amor e a caridade, porque fazer o bem é norma invariável de conduta para encontrar a felicidade.

 

Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

SONAMBULISMO

 

            De acordo com o Espiritismo, o sonambulismo natural é [...] um estado de independência do Espírito, mais completo do que no sonho, estado em que maior amplitude adquirem suas faculdades. A alma tem então percepções de que não dispõe no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito. No sonambulismo, o Espírito está na posse plena de si mesmo. Os órgãos materiais, achando-se de certa forma em estado de catalepsia, deixam de receber as impressões exteriores. Esse estado se apresenta principalmente durante o sono, ocasião em que o Espírito pode abandonar provisoriamente o corpo, por se encontrar este gozando do repouso indispensável à matéria. Quando se produzem os fatos do sonambulismo, é que o Espírito, preocupado com uma coisa ou outra, se aplica a uma ação qualquer, para cuja prática necessita de utilizar-se do corpo. Serve-se então deste, como se serve de uma mesa ou de outro objeto material no fenômeno das manifestações físicas, ou mesmo como se utiliza da mão do médium nas comunicações escritas.1 Os fenômenos do sonambulismo natural se produzem espontaneamente e independem de qualquer causa exterior conhecida. Mas, em certas pessoas dotadas de especial organização, podem ser provocados artificialmente, pela ação do agente magnético. O estado que se designa pelo nome de sonambulismo magnético apenas difere do sonambulismo natural em que um é provocado, enquanto o outro é espontâneo. O sonambulismo natural constitui fato notório, que ninguém mais se lembra de pôr em dúvida, não obstante o aspecto maravilhoso dos fenômenos a que dá lugar. Por que seria então mais extraordinário ou irracional o sonambulismo magnético? Apenas por produzir-se artificialmente, como tantas outras coisas? [...].5
            Em verdade, para [...] o Espiritismo, o sonambulismo é mais do que um fenômeno psicológico, é uma luz projetada sobre a psicologia. É aí que se pode estudar a alma, porque é onde esta se mostra a descoberto. Ora, um dos fenômenos que a caracterizam é o da clarividência independente dos órgãos ordinários da vista. Fundam-se os que contestam este fato em que o sonâmbulo nem sempre vê, e à vontade do experimentador, como com os olhos. Será de admirar que difiram os efeitos, quando diferentes são os meios? Será racional que se pretenda obter os mesmos efeitos, quando há e quando não há o instrumento? A alma tem suas propriedades, como os olhos têm as suas. Cumpre julgá-las em si mesmas e não por analogia. De uma causa única se originam a clarividência do sonâmbulomagnético e a do sonâmbulo natural. É um atributo da alma, uma faculdade inerente a todas as partes do ser incorpóreo que existe em nós e cujos limites não são outros senão os assinados à própria alma. O sonâmbulo vê em todos os lugares aonde sua alma possa transportar-se, qualquer que seja a longitude.
No caso de visão a distância, o sonâmbulo não vê as coisas de onde está o seu corpo, como por meio de um telescópio. Vê-as presentes, como se se achasse no lugar onde elas existem, porque sua alma, em realidade, lá está.             Por isso é que seu corpo fica como que aniquilado e privado de sensação, até que a alma volte a habitá-lo novamente. Essa separação parcial da alma e do corpo constitui um estado anormal, suscetível de duração mais ou menos longa, porém não indefinida.
            Daí a fadiga que o corpo experimenta após certo tempo, mormente quando aquela se entrega a um trabalho ativo.6
Note-se, contudo, que o [...] poder da lucidez sonambúlica não é ilimitado. O Espírito, mesmo quando completamente livre, tem restringidos seus conhecimentos e faculdades, conforme ao grau de perfeição que haja alcançado. Ainda mais restringidos os tem quando ligado à matéria, a cuja influência está sujeito.
            É o que motiva não ser universal, nem infalível, a clarividência sonambúlica.
            E tanto menos se pode contar com a sua infalibilidade, quanto mais desviada seja do fim visado pela natureza e transformada em objeto de curiosidade e de experimentação. No estado de desprendimento em que fica colocado, o Espírito do sonâmbulo entra em comunicação mais fácil com os outros Espíritos encarnados, ou não encarnados, comunicação que se estabelece pelo contato dos fluidos, que compõem os perispíritos e servem de transmissão ao pensamento, como o fio elétrico. O sonâmbulo não precisa, portanto, que se lhe exprimam os pensamentos por meio da palavra articulada. Ele os sente e adivinha. É o que o torna eminentemente impressionável e sujeito às influências da atmosfera moral que o envolva.7
            Como se sabe, em [...] cada uma de suas existências corporais, o Espírito adquire um acréscimo de conhecimentos e de experiência. Esquece-os parcialmente, quando encarnado em matéria por demais grosseira, porém deles se recorda como Espírito. Assim é que certos sonâmbulos revelam conhecimentos acima do grau da instrução que possuem e mesmo superiores às suas aparentes capacidades intelectuais.
Portanto, da inferioridade intelectual e científica do sonâmbulo, quando desperto, nada se pode inferir com relação aos conhecimentos que porventura revele no estado de lucidez. Conforme as circunstâncias e o fim que se tenha em vista, ele os pode haurir da sua própria experiência, da sua clarividência relativa às coisas presentes, ou dos conselhos que receba de outros Espíritos. Mas, podendo o seu próprio Espírito ser mais ou menos adiantado, possível lhe é dizer coisas mais ou menos certas. Pelos fenômenos do sonambulismo, quer natural, quer magnético, a Providência nos dá a prova irrecusável da existência e da independência da alma e nos faz assistir ao sublime espetáculo da sua emancipação.8
            A literatura espírita é plena de fatos de sonambulismo. Como exemplificação, eis o relato de um deles, nas próprias palavras de Allan Kardec, conforme consta na Revista Espírita: Residindo em Bercy, na Rua Charenton, 43, o Sr. Marillon havia desaparecido desde o dia 13 de janeiro último. Todas as pesquisas para descobrir o seu paradeiro foram infrutíferas; nenhuma das pessoas na casa das quais estava habituado a ir o tinham visto; nenhum negócio podia motivar sua ausência prolongada. Por outro lado, seu caráter, sua posição e seu estado mental afastavam qualquer idéia de suicídio. Restava a possibilidade de que tivesse sido vítima de um crime ou de um acidente; nesta última hipótese, porém, teria sido facilmente reconhecido e levado para sua casa, ou pelo menos, despachado para o necrotério. Todas as probabilidades apontavam, pois, para um crime, nele se firmando o pensamento, tanto mais quanto o Sr. Marillon havia saído para fazer um pagamento. Mas onde e como o crime havia sido cometido? Ninguém o sabia. Sua filha recorreu, então, a uma sonâmbula, a Sra. Roger que em muitas outras situações semelhantes dera provas de notável lucidez, que nós mesmos constatamos.
            A Sra. Roger seguiu o Sr. Marillon desde a saída da casa dele, às três horas da tarde,até cerca de sete horas da noite, quando ele se dispunha a voltar. Viu-o descer às margens do Sena para satisfazer a uma urgente necessidade, sendo aí acometido de um ataque de apoplexia. Ela descreveu tê-lo visto cair sobre uma pedra, abrir uma fenda na fronte e depois rolar dentro d’água; não se tratou, pois, nem de suicídio, nem de crime; ainda havia dinheiro e uma chave dentro do bolso de seu paletó.
            A sonâmbula indicou o local do acidente, acrescentando que o corpo não mais se encontrava no local, em virtude de ter sido arrastado facilmente pela correnteza.
            Encontraram-no, com efeito, no local assinalado. Tinha a ferida indicada na fronte, a chave e o dinheiro estavam no bolso e a posição de suas roupas indicava claramente que a sonâmbula não se havia enganado quanto ao motivo que o levara à beira do rio. Diante de tantos detalhes, perguntamos onde se poderia ver a transmissão de um pensamento qualquer.11

 

REFERÊNCIAS
5. ______. Questão 455, p. 269-270.
6. ______. p. 270-271.
7. ______. p. 271-272.
8. ______. p.272-273.
11. ______. Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Poesias traduzidas por Inaldo Lacerda Lima. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Ano I, novembro de 1858, n. 11 (Independência Sonambúlica), p. 473-474.

 

ESDE
2008

 

 

PSICOGRAFIA

 

Senhor Jesus!

 

            É com muita dor de consciência que estou aqui para dizer o quanto me arrependo do que fiz, pois que estava cego e não poderia compreender o que representa o perdão. Era coisa para mim impossível de se concretizar em meu coração, daí ter cometido aquele crime nefando conta o meu irmão. Logo depois desse infausto acontecimento sentia que realmente cometera um ato condenável, porque já naquele dia, sentia o remorso, o desespero. Lembrei do meu irmão criança, quanto brincávamos juntos, a escola, tantas vezes ele me ajudou nas tarefas escolares, tantas vezes ele me ajuda nas obrigações que nosso pai determinava e de repente julguei-me ofendido e desferi lhe uma violenta facada, um único golpe, porém fatal. Vi pela última vez caído numa poça de sangue. Cena que não esqueci até hoje, aliás, me acompanha sempre, que povoa os meus sonhos ou pesadelos, com essa cena que nunca mais queria ver, porém ela me persegue dia e noite, noite e dia, como para tornar a minha punição maior. Algumas vezes imagino que poderia conciliar o sono, mas imerge do meu subconsciente aquela cena. Às vezes ouço ainda, a palavra, assassino, matou o seu irmão, parece que a voz sai de dentro de mim.
            Tenho buscando de todos os meios para fugir dessa cena que me acompanha. Algumas vezes vejo meu irmão, perguntando, por que fez isso comigo, era tão jovem, queria viver mais, por que? Tento fugir, porque não tenho resposta, quero me esconder em algum lugar que ninguém possa me ver, mas esse fantasma me persegue, não sei se criado por minha imaginação culpada. Às vezes penso morrer definitivamente para ver se me esqueço, mas tudo em vão.
            Esta é a razão por que venho pedir a ajuda do senhor, pois que pedi tantas vezes perdão dos meus pecados e ao meu próprio irmão, mas agora estou sentindo que poderá me perdoar e isso me dará uma certa esperança, de recomeçar uma nova vida, que possa trabalhar pela minha recuperação, ou seja, vou reencontrar o meu irmão em outra existência para que possa ressarcir esse enorme mal que lhe causei e também a mim próprio. Talvez venha receber como filho, quero recuperar o tempo perdido. Trabalhando mais e compreendendo mais.
            Não quero fugir de meus compromissos, quero simplesmente cumprir fielmente com todas as determinações superiores que o meu caso requer, se for concedida uma chance não terei qualquer dúvida em meu coração, porque é isso exatamente o que mais quero.
            Enquanto essa autorização não chega espero aqui encontrar refúgio para me refazer das minhas quedas, poderei descansar o meu coração oprimido por tantos remorsos.  Lembro que desencarnei bastante idoso, mas aquela cena nunca me saiu da memória, em momentos de alegria com minha família sempre sentia essa sombra em meu coração e depois que retornei para cá, aumentou ainda mais a angústia e o arrependimento. Queria também perdoar, mas perdoar infinitamente, para que o meu irmão me concedesse a esmola do perdão, perdão esse que me iria me tirar da prisão que me encontro, ser esse continuo prisioneiro de mim mesmo, até que ele decida retirar de sobre mim a sua justiça e possa assim a me comprometer a pagar até o último centavo do imenso mal que lhe causei.
            Este encontro foi muito importante, porque consegui vislumbrar essa possibilidade, e isso já eu sinto antecipadamente em meu coração atormentado. Não quero passar nem mais um dia ainda preso a grilhões inquebráveis que por tantos anos me prenderam. Nunca poderia imaginar que fosse sofrer tanto, a ponto de carregar esses grilhões por tanto tempo e fazer parte do meu quotidiano, mas agora vejo, pela primeira vez a possibilidade de estar livre novamente. Será a minha alforria, representará minha maior alegria.
            Quero rogar a Jesus que não me deixe fracassar, porque esta oportunidade tão desejada por tanto tempo, e somente agora o ensejo se me apresentou e não quero deixar que escape.
            Nunca imaginei que num lugar tão singelo pudesse encontrar a resposta para todas as minhas indagações íntimas, porque já gritei por socorro dia e noite, nenhuma viva alma me acolheu, somente ouvia sarcasmo e zombaria em resposta as minhas súplicas, mas aqui finalmente sinto que algo para mim se transformou para sempre.
            Agora é esperar e orar muito para que possa por fim começar o caminho de volta do filho pródigo, que esbanjou os valores que seu pai lhe confiara, depois de haver dissipado todos os bens, bateu a sua porta o arrependimento, o que o generoso coração de pai o recebeu com alegria, aceitando o novamente em sua casa, depois de tanto tempo no exílio e sofrimento.
            Para dizer que minhas preces foram ouvidas e que a misericórdia de Deus me alcançou.

Rui

 

 

HISTÓRIAS DE NATAL

 

MARTA ANTUNES MOURA

 

            A Literatura transmite conhecimentos e tradições culturais de um povo por meio de textos, escritos em verso e em prosa, elaborados de acordo com os três gêneros literários conhecidos: o lírico, que sabe desnudar emoções e idéias existentes na intimidade do ser; o épico, no qual aparece a figura de um narrador que conta uma história, na forma de romance, conto, crônica, novela, fábula, ensaio; o dramático, que expõe conflitos existenciais.
            A Literatura pode ser ficcional ou não ficcional, desenvolvendo temas de interesse restrito e os que são preferidos pela maioria das pessoas, também chamados universais. O Natal, sem dúvida, enquadra-se nesta última categoria.
Raríssimos escritores não escreveram sobre o Natal. Nos acervos da literatura mundial existem histórias que atendem a todas as preferências e níveis culturais.
            Algumas são pungentes, que enlevam e emocionam profundamente. Entre estas destacamos: “Um Conto de Natal” (A Christmas Carol), do inglês Charles Dickens (1812-1870), que enfatiza a solidariedade; “Conto de Natal” (Conte Du Noël), do escritor francês Guy de Maupassant (1850-1893), que descreve uma influência obsessiva e a cura subseqüente, decorrente do poder da fé; “O Suave Milagre”, do lusitano Eça de Queiroz (1845-1900), que assinala o imenso amor de Jesus, retratado em tocante acontecimento ocorrido na antiga Palestina; “Jesus”, do escritor brasileiro Humberto de Campos (1886-1934), que demonstra a capacidade de renúncia de Jesus, percebida desde a sua infância; “O Pároco”, de Coelho             Neto (1864-1934), outro escritor brasileiro, que relata o aparecimento de um fantasma, devotado padre que retorna anualmente à sua paróquia para celebrar a missa de Natal e abençoar a comunidade à qual serviu por anos a fio.
Há outras histórias mais modestas, revestidas de delicada simplicidade, mas escritas por mestres, são muito requisitadas pelos leitores. Citamos dois exemplos apenas: “O Presente dos Magos”, belo conto natalino redigido pelo escritor Wiliam S. Porter (1862-1910), considerado o “Maupassant americano”, que põe em relevo a grandeza do sacrifício em favor das pessoas amadas. “A Carta de Saint Claus”, de Mark Twain, pseudônimo do escritor e pensador estadunidense Samuel Langhorne Clemens (1835-1910), dirigida a Susie, filha do autor. A carta evidencia afeto e cuidados paternos, transmitidos com bom humor e gentileza.
            Se o tema Natal fascina e estimula  a criatividade dos escritores,percebe-se também o desejo comum em demonstrar que a essência da bondade, da fraternidade e da caridade, sintetizada na figura do Cristo, faz parte da natureza espiritual do homem, por mais distante que este se encontre desta realidade.
            De acordo com tais critérios, a obra Antologia Mediúnica do Natal, psicografia de Francisco Cândido Xavier, publicada pela Federação Espírita Brasileira desde 1967 (a última edição é a quinta, de 2002), deve ser lida e relida. Trata-se de um repertório de mensagens lindas, tocantes, zelosamente escritas segundo o estilo e as possibilidades literárias de cada autor espiritual, com a finalidade de homenagear, reverenciar e agradecer a Jesus, nosso Mestre e Senhor. O livro, na verdade, é um achado: simples e sublime; modesto e profundo. Por isto não deve ficar na prateleira, acumulando poeira, mas ser amplamente divulgado, presenteado a amigos e parentes, incentivando a sua leitura e o seu estudo. A obra possui 80 capítulos distribuídos em 219 páginas, nas quais encontramos um prefácio de Emmanuel e 87 mensagens mediúnicas transmitidas por 26 Espíritos. Com certeza,muitos desses ditados encontram-se esparsos em outros livros, mas, mesmo assim, a Antologia não perde seu encanto e beleza.
            Os autores espirituais, citados na ordem alfabética que se segue, enriquecem o tema Natal de forma diversificada, pelo número de mensagens e pelo tipo de enfoques: Amaral Ornellas (3 mensagens), António Corrêa D’Oliveira (1 mensagem), Aparecida (1 mensagem), André Luiz (3 mensagens),Arlindo Costa (1 mensagem), Auta de Souza(1 mensagem), Bezerra de Menezes (1 mensagem), Cármen Cinira (4 mensagens), Casimiro Cunha (8 mensagens), Cornélio Pires (2 mensagens), Emmanuel (25 mensagens), Eurípedes Barsanulfo (1 mensagem), Francisca Clotilde (1 mensagem), Francisco de Monte Alverne (1 mensagem), Humberto de Campos ou Irmão X (13 mensagens), Irene S. Pinto (2 mensagens), Jésus Gonçalves (2 mensagens), João de Carvalho (1 mensagem), João de Deus (3 mensagens), Leôncio Correia (1 mensagem), Maria Dolores (2 mensagens), Marta (1 mensagem), Meimei (5 mensagens), Neio Lúcio (2 mensagens), Olavo Bilac (1 mensagem) e Rodrigues de Abreu (1 mensagem).
            Os escritos de Emmanuel, plenos de sabedoria e respeito, destacam alguns atributos divinos de Jesus que o credenciam como Guia e Modelo da Humanidade: a humildade, a generosidade, o exemplo, a benevolência, o trabalho, a luz, a justiça, o sacrifício, os prodígios espirituais, a verdade, a fé, a alegria, os cuidados, a dedicação, o amor... Colocados à disposição da Humanidade sofredora e perdida, a fim de que ela encontre o caminho definitivo da felicidade.
Humberto de Campos ou Irmão X, o artesão da palavra, delineia características da sublime personalidade do Amigo Maior, a quem se curva em ardorosa gratidão.
            Casimiro Cunha, simples e gentil, saúda o Mestre inesquecível, endereçando-lhe pedido de perdão pelos erros e desvarios da Humanidade, tutelada do seu amor fraternal.
            Meimei, doce Meimei, com bondade, recorda o poder da gentileza e a necessidade de amparar os que sofrem, em nome de Jesus.
            Os poemas de Amaral Ornellas, João de Deus, Olavo Bilac, Cornélio Pires, Jésus Gonçalves e Leôncio Correia, expressos na perfeição dos sonetos ou na modéstia das trovas e rimas, refletem apreço e amor ao Cristo, sentimentos que parecem flutuar ao ritmo suave da métrica que embala as produções.
            André Luiz, com sua linguagem formal-lógica, e Neio Lúcio, com as suas encantadoras fábulas, revelam, cada um, o poder criativo que possuem para exaltar o espírito do Natal.
            O pensamento de Bezerra de Menezes e o de Eurípedes Barsanulfo estão escritos em poucas frases, mas revelam irrestrita fidelidade a Jesus e, como gotas de luz e verdade, mostram o Cristo como Governador da Terra e anjo tutelar da Humanidade.
            As conhecidas poetisas Cármen Cinira, Maria Dolores, Irene S. Pinto, Auta de Souza e Francisca Clotilde cantam, e encantam, pois os seus versos se acham impregnados de sentimentos puros e emoções superiores. Em cada poema, um apelo irresistível: servir ao Cristo pelas trilhas da caridade e do amor ao próximo.
            Autores anônimos, ou pouco conhecidos, como Aparecida, Arlindo Costa, António Corrêa D’ Oliveira, Francisco de Monte Alverne, João de Carvalho, Marta e Rodrigues de Abreu, marcaram presença, deixando registrados agradecimentos, louvores e súplicas sinceros.
            Antologia Mediúnica do Natal, recebida pela abençoada mediunidade de Chico Xavier, é um tributo de Amor ao Cristo, Orientador Maior a quem devemos tudo de bom que somos e possuímos. Ainda que a nossa imperfeição espiritual não nos permita seguir-lhe os passos, nem pôr em prática as suas lições eternas, que pelo menos uma vez no ano lhe prestemos homenagem verdadeira e, de coração aberto, saibamos agradecer-lhe as inúmeras bênçãos que Ele cumula sobre nossa existência.
            É importante não deixar passar despercebida essa data, realizando algo de bom e de útil em benefício do próximo, buscando ilustração, se preciso for, nos exemplos fornecidos pelos Espíritos que escreveram a Antologia Mediúnica do Natal.
            A propósito, Emmanuel esclarece: É por isso que todos nós, ano a ano, somos induzidos, sem distinção de credo e raça, a cultivar o poder da fraternidade, uns diante dos outros, pelo menos um dia – o Dia de Natal –, transformando o mundo, por algumas horas, em Reino de Amor, prelibando as alegrias do Bem Eterno que nos governará de futuro, a repetir com as vozes milenárias dos anjos: – Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os Homens!...1, 2

 

REFERÊNCIAS:
1-XAVIER, Francisco Cândido. Antologia mediúnica do natal. Por Espíritos diversos. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Cap. 80, p. 219.
2-Lucas, 2:14.

 

O Reformador
2008

 

 

AMOR... AMOR?

 

Ana Guimarães (RJ)

 

            Não se duvida de que seja das mais belas palavras do nosso vocabulário, todavia ficamos na dúvida de que saibamos, realmente, o significado dela.
            Diante das incongruências que se verificam no seu uso, a pergunta é: “Nós a conhecemos?”
            Certamente, poderíamos ter boa quantidade de respostas, mas seriam corretas? Conseguiríamos equacioná-las? No cipoal das interpretações, qual seria a correta definição?
            Percebo que temos, ainda no mundo, uma quantidade de incógnitas difíceis de resolver, apesar do avanço das ciências exatas.
            Por que as desigualdades sociais?
            Por que as diversidades de raças?
            Por que o câncer e o aborto, a lepra, o fogo selvagem...?
            Poderíamos responder a tudo filosofando sobre a ignorância do homem, o mau uso que faz de sua reencarnação, a sua incapacidade de uma convivência pacífica, provocando inarmonias que se revertem em separatismo. Para tal, temos a riqueza de palavras e o potencial humano de encontrar motivos e razões para tudo.
            Todavia seriam respostas corretas?
            Não sei! Sei que, acima de tudo, pontifica a Inteligência
            Suprema e, com Ela, o Amor em sua total plenitude.
            Aí nos quedamos na indagação: “Por que permite Deus tudo isso?”
            A viagem se torna longa demais para os jovens pés do ser humano; então buscamos atalhos que nos facultem uma compreensão racional, segundo nossos preceitos de racionalidade, acomodando a nossa visão e dando impulso à melhor compreensão dos objetivos da vida.
            Deus é amor! Na dificuldade de compreendê-Lo, melhor encontrar um método que facilite. Facilita? Não sei; melhor fazermos tentativas. E o homem faz essas tentativas.
            De que forma? Vejamos: fragmentando a palavra, talvez encontremos seu real significado. Enveredando por esse campo, vamos encontrar, segundo a compreensão humana, as diversas facetas do amor: amor fraterno; amor paterno; amor materno; amor filial... Qual seria o sentimento mais próximo, ou o que condiz com a verdade?
            É um longo caminho! Melhor iniciarmos a jornada pelo roteiro mais próximo – resposta à pergunta 919 de O Livro dos Espíritos: “Conhece-te a ti mesmo”. Oh! Deus, também não é caminho fácil, não existe facilidade para os que honestamente desejam crescer; podemos, sim, ter força de vontade, perseverança e marchar na convicção de que nunca estaremos sozinhos.
            De uma coisa tenhamos certeza: na tentativa de nos conhecermos, iremos conhecendo melhor as dificuldades do próximo, aprendendo, assim, a desculpar, compreender, conviver pacificamente. A vida se tornará mais plena e o mundo melhor.
            E o amor? Ah! O amor... Bem, esse será outro assunto.

 

Bibliografia
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 93.ed. 1.imp. (Edição Histórica). Brasília: Federação Espírita Brasileira, 2013.

 

Revista Cultura Espírita
2018

 

 

PROBLEMA E SOLUÇÃO

 

Geraldo Campetti Sobrinho

 

            O problema surge em nossa vida como oportunidade de solução.
            A solução do problema dependerá de nossa atitude perante a situação vivenciada.
            Temos, nesse caso, três alternativas: desesperarmo-nos, entendendo a solução como praticamente impossível; sermos indiferentes, fugindo da situação e evitando qualquer confronto direto ou indireto; ou encarar de frente a questão, esforçando-nos para fazer o melhor ao nosso alcance, recorrendo ao auxílio externo, se necessário.
            Não há dúvida de que esta última opção é preferível às demais. Melhor enfrentar que fugir ou se desesperar, criando uma “tempestade num copo d’água”.
            Teoricamente, analisando-se apenas pelo raciocínio lógico, esse é o caminho a seguir, a postura a assumir.
            O difícil, entretanto, é que a questão também envolve aspectos  emocionais, exigindo equilíbrio do ser humano para tratar serenamente todas as situações da vida.
            A emoção dá “sabor” à vida. Mas, também complica demasiadamente nossa situação, quando não a utilizamos em favor próprio e do semelhante com o qual lidamos diariamente.
            Equilibrar as emoções é empregar a inteligência para viver feliz, ou pelo menos, mais harmonizado consigo mesmo, com Deus e com o próximo.
            A existência é rica em oportunidades de autoeducação. O processo é gradativo e exige esforço constante. Mas, é passível de se efetivar exitosamente. Depende de nossa vontade em querer e em perseverar no campo de batalha, no qual o mais difícil adversário reside dentro de nós mesmos.
            Procuremos, assim, enfrentar os problemas da vida com ânimo, a fim de conquistarmos as vitórias parciais na experiência física que haverão de nos conduzir ao êxito final sobre nossos defeitos e inseguranças.
            Não estamos sós! A ajuda de bondosos amigos, visíveis e invisíveis, nos chegam a todo instante.
            Prossigamos na luta. A vitória é certa ao final da jornada. O tempo para isso só depende de nós.

 

Editorial- FEBNET

 

 

CAMINHOS RETOS

 

            “E ele lhes disse: Lançai a rede para a banda direita do barco e achareis.” — (JOÃO, capítulo 21, versículo 6.)

            A vida deveria constituir, por parte de todos nós, rigorosa observância dos sagrados interesses de Deus.
            Freqüentemente, porém, a criatura busca sobrepor-se aos desígnios divinos.
            Estabelece-se, então, o desequilíbrio, porque ninguém enganará a Divina Lei. E o homem sofre, compulsoriamente, na tarefa de reparação.
            Alguns companheiros desesperam-se no bom combate pela perfeição própria e lançam-se num verdadeiro inferno de sombras interiores. Queixam-se do destino, acusam a sabedoria criadora, gesticulam nos abismos da maldade, esquecendo o capricho e a imprevidência que os fizeram cair.
            Jesus, no entanto, há quase vinte séculos, exclamou:
            “Lançai a rede para a banda direita do barco e achareis.”
            Figuradamente, o espírito humano é um “pescador” dos valores evolutivos, na escola regeneradora da Terra. A posição de cada qual é o “barco”. Em cada novo dia, o homem se levanta com a sua “rede” de interesses. Estaremos lançando a nossa “rede” para a “banda direita”?
            Fundam-se nossos pensamentos e atos sobre a verdadeira justiça?
            Convém consultar a vida interior, em esforço diário, porque o Cristo, nesse ensinamento, recomendava, de modo geral, aos seus discípulos: “Dedicai vossa atenção aos caminhos retos e achareis o necessário.”

 

Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

 

 

SANTIFICADO SEJA O TEU NOME

 

            O apostolado de Jesus foi uma constante santificação do nome de Deus.
            Por isso, o Mestre não se limitou a dizer «Santificado seja o teu nome», na oração dominical.
            Procurou, ele mesmo, louvar o Pai Celeste, distribuindo o contentamento e a paz, com todos.
            Se ele quisesse, poderia ter permanecido isolado, em algum lugar de sua predileção, para viver em pensamentos sublimes, glorificando o Todo-Poderoso com as suas meditações e com as suas preces, mas o Benfeitor Divino sabia que a mais elevada maneira de santificar a Eterna Bondade é auxiliar os outros, para que os outros também compreendam que             Nosso Pai do Céu vive interessado em nossa elevação e em nossa felicidade.
            Assim entendendo, Jesus amparou os velhos e as crianças, os necessitados e os doentes, os fracos e os sofredores, amando e ajudando sempre.
            Santificando as suas relações com Deus, espalhou a esperança e a caridade na Terra, enriquecendo os homens de fraternidade e alegria.
            Tudo o que temos, tudo o que vemos, tudo o que recebemos e sentimos pertence a Deus, Nosso Pai, que tudo engrandece e aperfeiçoa, em nosso benefício. Por essa razão, devemos lembrar que estaremos santificando o nome de Deus sempre que estivermos realizando o melhor que possamos fazer.

 

Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei

 

 

O REMÉDIO

 

            Chico, nessa noite, estava muito fatigado, quando à hora da prece costumeira, aparece-lhe Dona Maria João de Deus.
            — Minha mãe, — roga ao espírito carinhoso — como fazer para alcançar a vitória no cumprimento de meus deveres?
            — Meu filho, só conheço um remédio: servir.
            — Mas e as dificuldades de entendimento com os outros? Como espalhar as bênçãos do Espiritismo com quem não as deseja, se, às vezes, oferecendo o melhor que possuímos, apenas recolhemos pedradas?
            — Servir é a solução.
            — Entretanto, há pessoas que nos odeiam gratuitamente. Malsinam-nos as melhores intenções detestam-nos sem motivo e dificultam-nos o mínimo trabalho. Que me diz a senhora?
            Julga que existe algum recurso para fazer a paz entre elas e nós?
            — Sim, há um recurso: servir sempre.
            — Então, a senhora considera que, para todos os males da vida, esse é o remédio?
            — Sim, meu filho, remédio essencial. Sem que aprendamos a servir, ainda mesmo quando tenhamos boas intenções, tudo em nós será simples palavras que o mundo consome. E, depois de semelhante receita, o Espírito de Dona Maria retirou-se como quem não tinha outro remédio a ensinar.

 

Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama

 

 

ACEITA A CORREÇÃO

 

Pelos frutos “Por seus frutos os conhecereis..” Jesus (Mateus, 7:16)

 

            Nem pelo tamanho.
            Nem pela configuração.
            Nem pelas ramagens.
            Nem pela imponência da copa.
            Nem pelos rebentos verdes.
            Nem pelas pontas ressequidas.
            Nem pelo aspecto brilhante.
            Nem pela apresentação desagradável.
            Nem pela antiguidade do tronco.
            Nem pela fragilidade das folhas.
            Nem pela casca rústica ou delicada.
            Nem pelas flores perfumadas ou inodoras.
            Nem pelo aroma atraente.
            Nem pelas emanações repulsivas.
            Árvore alguma será conhecida ou amada pelas aparências exteriores, mas sim pelos frutos, peja utilidade, pela produção.
            Assim também nosso espírito em plena jornada...
            Ninguém que se consagre realmente à verdade dará testemunho de nós pelo que parecemos, pela superficialidade de nossa vida, pela epiderme de nossas atitudes ou expressões individuais percebidas ou apreciadas de passagem, mas sim pela substância de nossa colaboração no progresso comum, pela importância de nosso concurso no bem geral.
            — "Pelos frutos os conhecereis" — disse o Mestre.
            — "Pelas nossas ações seremos conhecidos" — repetiremos nós.

 

Fonte Viva
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Emmanuel

 

 

PRECE NO NATAL

 

            Querido e amado mestre Jesus, quando estivermos reunidos para comemorarmos teu aniversário, deixe que as luzes de teu sublime coração iluminem os corações de todos nós.
            Que a tua paz viceje nos lares desequilibrados, onde a tua palavra ainda não vem. Que teu amor domine os corações arredios, e que o perdão seja o principal presente nas árvores enfeitadas de cor e de luzes, que nossas crianças sejam acolhidas por mão generosas, que nossos jovens recebam a iluminação de fé na escolha do melhor caminho, que nossos velhinhos recebam a benção de tua alegria;
            Mestre amado que este dia seja o marco de renovações pela inspiração de teu espírito, como humildes visitantes de tua manjedoura de paz , queremos abrir nosso corações aflitos e na generosidade de tua luz, te visitamos em pensamento para te desejar festivos Feliz Natal.

 

Referência:
https://www.mensagemespirita.com.br/mensagem-em-video/224/prece-no-natal

 

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado nº 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.