O AMOR
Cantado em verso e prosa pelos poetas de todos os tempos, o amor continua sendo o farol que ilumina o caminho da evolução e da felicidade. Para o imortal poeta Luís de Camões, o amor é um fogo que arde sem se ver; já para o ilustre dicionarista Aurélio Buarque, é o sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa.
Paulo de Tarso escrevendo aos Coríntios diz que o amor tudo sofre, tudo padece e que ainda que ele falasse as línguas dos homens e mesmo a dos anjos, se não tivesse amor, seria como um sino que ressoasse...
Jesus falando com o apóstolo Pedro não lhe pede informação dos seus conhecimentos, nem dos seus raciocínios, mas pretende saber apenas se Pedro o ama, deixando transparecer que com o amor, todas as dificuldades se resolvem.
Pedro pergunta-Lhe: e quando nos retribuem com ingratidão? E o mestre bondosamente lhe diz: Pedro, o amor verdadeiro e sincero nunca espera recompensas. A renúncia é o seu ponto de apoio, como o ato de dar é a essência de sua vida.
O iluminado espírito Emmanuel assevera que as afeições familiares, os laços consanguíneos as simpatias naturais podem ser manifestações santas da alma, se as criaturas as elevarem no altar dos sentimentos superiores; porém, pela invigilância, belas amizades acabam em abismos de sombra.
Mostra ainda, o bondoso espírito, que a fraternidade pura é o mais sublime dos sistemas de relações entre as almas e no carreiro das encarnações os títulos afetivos modificam-se constantemente, pois o amor fraternal, sublime e puro que representa o objetivo superior do esforço de compreensão, é a luz imperecível que sobreviverá no caminho eterno.
Continua Emmanuel a falar que o amor é a lei própria da vida e todas as criaturas e todas as coisas se reúnem ao Criador, dentro do plano grandioso da unidade Universal. Para o benfeitor, Jesus representa para nós outros, a síntese do amor divino, e podemos considerar que da sua culminância espiritual, enlaçou no seu coração magnânimo, com a mesma dedicação, a Humanidade inteira, depois de realizar o amor supremo.
O amoroso e sábio espirito Joanna de Ângelis inicia seu livro “Amor, Sublime Amor”, dizendo que o amor é substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina e é um tesouro que quanto mais se divide, mais se multiplica e se enriquece na razão que mais se doa. Nunca perece e não se enfraquece e é imbatível, porque sempre triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.
Referências bibliográficas:
- Caminho Verdade e Vida. Chico Xavier/Emmanuel.
- Amor, Imbatível Amor. Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis.
- Boa Nova. Chico Xavier/Emmanuel.
- O Consolador.Chico Xavier/Emmanuel.
- O Novo Testamento. Tradução de Haroldo Dutra Dias.
Crispim
CONSCIÊNCIA E SERENIDADE
A consciência do bem sempre deve brilhar ao nosso derredor, porque é dessa luz que irá se alimentar aquele que realmente deseja um futuro melhor.
Dependerá do maior ou menor esforço que faça para dominar as más paixões.
Se porventura quiser evoluir, renuncie a essa área estacionária até que decida caminhar, porque a sua inatividade depois de um determinado tempo começa a se tornar um sacrifício de proporções difíceis de suportar, porque a verdade é que a lei da evolução tem urgência em toda a parte.
Aquele espírito que se obstina no mal, um dia deverá caminhar, porque despertará para uma nova realidade.
É isso justamente que favorece aquele que já tem o mínimo de boa vontade, até mesmo de curiosidade, por exemplo, todos falam que praticar o bem é uma coisa boa. Experimente que terá a resposta. Naturalmente que cada um pode fazer o que bem quiser, mas as consequências são inevitáveis.
Por outro lado, conheceu os grandes exemplos de espíritos que estavam no fundo do poço e através de atitudes heroicas de amor conseguiram dar um salto enorme no caminho da evolução.
Jesus sempre lembrou que se for fiel no pouco, o senhor,sobre o muito o colocará, ou seja, precisa ser provado com alguma qualidade e mérito, a fim de se forrar a uma derrota que leve ao caos.
Assim, a cada dia é um exemplo a ser seguido, dando um passo à frente.
Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
O SENTIMENTO ESSENCIAL
É claro que se necessita do mínimo para viver, embora muitas pessoas julgam que há necessidade do necessário e do supérfluo.
Em toda a parte há abundância de recursos, mas às vezes segregados em mãos improdutivas e com isso não atingem o grande objetivo. Mas pensando bem o que seria essencial ao homem para que vivesse feliz? Talvez muito pouco, mas ele continua magnetizado pela propaganda e inventa mil necessidades para sofrer.
Nunca está satisfeito com o muito que tem. Se porventura já tem o que lhe basta, mas vendo algo do companheiro de jornada um pouco melhor, agora já fica infeliz e deseja adquirir outro de preferência que seja melhor do que o do vizinho. Com isso faz dívida sem necessidade, depois se vê em apuros para pagar e com isso a paz foge pela janela e as dívidas batem a sua porta.
As prestações atrasam e seu nome vai para serviço de proteção ao crédito, sente-se constrangido faz mais empréstimos para quitar o anterior, com isso aumenta mais os seus compromissos. Quando podia viver em paz. E claro que todos necessitam ter uma ambição, diria, racional de melhorar de vida, mas diante de uma base real.
É natural que deseja melhor a vida, ter mais conforto, a ninguém é isso proibido e viver de maneira mais confortável e melhor, agora excesso que complica tudo.
Às vezes entra num túnel sem saída, por conta da ambição sente-se tentado a derrubar o outro. Nesse caso ninguém pode ser feliz? Fazendo os outros infelizes, o que não quiser para si não pode desejar ao outro, pois aquele outro é tão filho de Deus quanto ele.
Assim nesse torvelinho que se vive pode se desfrutar de momentos de paz e alegria, apesar das dificuldades e problemas, agora é possível que também aprenda com as próprias experiências ou com os próprios erros.
Às vezes tem pedido demais a Deus e feito de menos.
Muitos imaginam uma vida de riqueza com pouco esforço, somente querem o sucesso financeiro, quem sabe nessa existência querem desfrutar de avultados recursos, para isso não hesitam diante de nada, inclusive em prejudicar, ferir ou criar sérios problemas às outras pessoas.
Assim a simplicidade e a melhor opção, porque não considera necessidade sem que tenha um objetivo útil, quando a grande preocupação deveria ser com a vida espiritual, às vezes a essa não dá o devido valor, mas é o mais importante, porque permanente. Todavia observa que algumas pessoas passam vida toda correndo atrás de recursos financeiros e nunca estão satisfeitas.
Daí todo o tempo disponível aplicam na aquisição do mundo material, não tem tempo de investir no essencial, porque esta existência é algo tão precária, de uma hora para outra poderá estar de partida, porém esquecem. Foi por isso que Jesus veio ao mundo para abrir uma ponte para a vida imortal.
Talvez fosse algo incompreensível na época, e até hoje o é para um grande numero de pessoas, embora ele houvesse declarado formalmente, referindo-se a si mesmo “o filho do homem não tem uma pedra para recostar a cabeça”, e veio ao mundo para passar essa lição de amor e caridade.
Mas há um incompreensível apego aos valores materiais por parte de grande número de pessoas. Esses bens e valores seduzem os corações, por não compreender a essência da mensagem de Jesus que se refere à continuação da vida o oferece a lição simples para que no futuro possa estar melhor, que é o “amor e a caridade”, como norma absoluta de conduta.
Assim que é bom que se pergunte sempre o que e o essencial? Ter muito dinheiro, a consideração pública, a fama, mas voltar à pátria espiritual semelhante a náufrago que vaga a deriva no mar da vida, imaginando com toda esperança de salvar a sua pele.
Quando se questiona o que faz, fica mudo, quer a benesse do reino, mas sem trabalho e sem luta, mas com Jesus tudo seria diferente deve se propor a realizar uma ação generosa cada dia.
É claro que no começo é imprescindível fazer alguma coisa, embora não tenha esse hábito, talvez o mínimo, porém capaz de valer tanto. Mas alegria de praticar a caridade sem exigir, por certo será adquirir a ciência sublime de viver, viver para ser feliz, porque compreendeu que a maior felicidade está em fazer o bem ao próximo e isso será maior conquista.
Praticar o bem sempre é o essencial.
Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO RELIGIOSO
A evolução moral da humanidade tem como base o sentimento religioso inato da existência de Deus.16 Esta religiosidade natural de todo ser humano fez surgir no cenário terrestre múltiplas formas de experiência religiosa, caracterizadas pela concepção do sagrado e pela submissão aos poderes divinos.
Dessa forma, religião pode ser entendida como a crença na existência de um ente supremo como causa, fim ou lei universal. É [...] o sentimento divino que prende o homem ao Criador. As religiões são organizações dos homens, falíveis e imperfeitas como eles próprios; dignas de todo acatamento pelo sopro de inspiração superior que as faz surgir, são como gotas de orvalho celeste, misturadas com os elementos da terra em que caíram.18 Esclarece, porém, Emmanuel, que em face da Ciência e da Filosofia, [...] é o sentimento divino, cujas exteriorizações são sempre o Amor, nas expressões mais sublimes. Enquanto a Ciência e a Filosofia operam o trabalho da experimentação e do raciocínio, a Religião edifica e ilumina os sentimentos. As primeiras se irmanam na Sabedoria, a segunda personifica o Amor, as duas asas divinas com que a alma humana penetrará, um dia, nos pórticos sagrados da espiritualidade.14
Tais esclarecimentos abrangem tanto [...] as religiões dos povos primitivos quanto as formas mais complexas de organização de vários sistemas religiosos, embora variem muito os conceitos sobre o conteúdo e a natureza da experiência religiosa.10
O estudo da evolução do pensamento religioso classifica a religião em natural e em revelada. A religião natural indica que o homem traz consigo, desde a sua origem, a idéia da existência de um Ente Superior. Os fenômenos da natureza são cultivados nas religiões naturais. Neste contexto, a adoração a Deus [...] está na lei natural, pois resulta de um sentimento inato no homem. Por essa razão é que existe entre todos os povos, se bem que sob formas diferentes.7
Sabemos, por outro lado, que o tóxico do intelectualismo procura desacreditar esta ordem de idéias, dizendo [...] que o pensamento religioso é uma ilusão. Tal afirmativa carece de fundamento. Nenhuma teoria científica, nenhum sistema político, nenhum programa de reeducação pode roubar do mundo a idéia de Deus e a imortalidade do ser, inatas no coração dos homens. As ideologias novas também não conseguirão eliminá-las. A religião viverá entre as criaturas, instruindo e consolando, como um sublime legado.17
É importante destacar que o [...] Espiritismo é chamado a desempenhar imenso papel na Terra. Ele reformará a legislação ainda tão freqüentemente contrária às leis divinas; retificará os erros da História; restaurará a religião do Cristo [...]; instituirá a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai diretamente a Deus, sem se deter nas franjas de uma sotaina ou nos degraus de um altar. Extinguirá para sempre o ateísmo e o materialismo, aos quais alguns homens foram levados pelos incessantes abusos dos que se dizem ministros de Deus, pregam a caridade com a espada em cada mão, sacrificam às suas ambições e ao espírito de dominação os mais sagrados direitos da Humanidade.9
Em termos históricos, importa considerar que a [...] teologia cristã introduziu o termo “revelação” — manifestação de um mistério escondido — para definir a especificidade da fé cristã, dependente de um evento histórico: o nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Religião revelada estaria assim em oposição a religião natural, uma vez que esta corresponderia a uma atividade humana que poderia ser analisada pela Filosofia, Psicologia, Sociologia ou qualquer ciência específica de religião.11 No sentido especial da fé religiosa, a revelação se diz mais particularmente das coisas espirituais que o homem não pode descobrir por meio da inteligência, nem com o auxílio dos sentidos e cujo conhecimento lhe dão Deus ou seus mensageiros, quer por meio da palavra direta, quer pela inspiração. Neste caso, a revelação é sempre feita a homens predispostos, designados sob o nome de ‘‘profetas’’ ou ‘‘messias’’, isto é ‘‘enviados’’ ou ‘‘missionários’’, incumbidos de transmiti-la aos homens.2
As religiões reveladas são o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, respectivamente transmitidas por Moisés, Jesus e Maomé.
REFERÊNCIAS
2. ______. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 52. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 1, item 7, p. 24.
7. ______. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 91. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007, questão 652, p. 356.
9. ______. Obras póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 39. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, item: Futuro do Espiritismo, p.330.
10. ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL. São Paulo: Companhia Melhoramentos de São Paulo, 1995, volume 17, p. 9558.
11. ______. p. 9560.
14. ______. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007, questão 260, p. 157.
16. ______. Emmanuel. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 4 (A base religiosa), item:A experiência que fracassaria, p.36.
17. ______. Item: O sublime legado, p. 37.
18. ______. Item: Religião e religiões, p. 37.
ESDE
2008
PSICOGRAFIA
Meu querido filho!...
Desta outra margem da vida posso avaliar melhor o resultado de nossa jornada aí no plano físico, cercado de mil perigos, de mil situações que podem nos levar a ruína, porque se tem uma ampla visão do que realmente constitui prejuízo para nós. E caminha-se num campo minado e que a cada instante pode ser surpreendido por uma série de problemas que nem sequer suspeitava.
É nesse sentido que quero alertá-lo, pois que as companhias que convivem pode de uma hora para outra criar lhe sérios embaraços, inclusive comprometê-lo perante a vida.
Amigos que só pensam em se divertir, isto é, não estudam nem trabalham, vive somente às expensas dos pais não podem ser bons companheiros, pois é nesse mundo de competição quem não se especializa, nem luta por um lugar ao sol ficará para trás. Naturalmente que esse luta deve centrar sempre na honestidade e no respeito ao próximo. Não se conquista nada de real como sacrifício alheio. Cada um precisa justificar realmente que obra realizou, ou porque deixou de realizar tantas outras.
Cada um tem que Ter seu objetivo na vida, para que esta seja mais produtiva, pois que tem condições de se organizar realiza melhor e utiliza melhor o seu tempo.
A minha maior preocupação é que está desperdiçando com banalidades a melhor fase de sua vida, em cujo tempo poderia escrever uma página maravilhosa de sua caminhada. Preste atenção no caminho, não se deixe levar pela cabeça dos outros, vê que não pode ser assim que tudo obedece a uma lei sábia e justa, mas não contemplam os desatentos e descuidados dos reais valores da vida.
Lembra-se de seu pai lutou bravamente para lhe dar o melhor, que hoje desfruta, sem perceber que tanto trabalho difícil enfrentou para lhe oferecer essa oportunidade que só depende de você, porém é preciso lutar para conseguir os resultados. Chegou a um ponto que o seu futuro só depende de você, porque todos os fatores estão em seu favor, tem saúde, recursos para estudar nos melhores instituições de ensino, tem capacidade para enfrentar os mais variados tipos de profissão, mas está se deixando levar por fantasia de pessoas que não tem experiências da vida, por fantasia de pessoas que não o que pensar, não seja tolo a ponto de acreditar nessas coisas.
Sempre deixamos que tomassem suas decisões, porque assim poderia avaliar melhor suas possibilidades. Agora também queremos que você analise que futuro poderá oferecer esses seus amigos que não pensam nada sério, a não ser gastar o dinheiro dos seus pais em farras, tomando às vezes as atitudes mais inconseqüentes possíveis, sem saber que isso não o levarão a nada.
Já tem exemplos que pode bem avaliar. Lembra-se do Vaguinho, um rapaz inteligente, uma grande promessa para o futuro, por descuido entregou-se ao vício, o resto da história já sabe muito bem, vive igual a um mendigo pela rua, cada dia se degrada mais, pois que nem sabe hoje o que quer e tantos outros nossos conhecidos que trilharam pelo mesmo caminho acabaram dando-se mal, enfrentando o lado cão da vida, ou seja, tiveram problemas com a saúde, com a moral, inclusive alguns ficaram preso em casas de correção, no entanto saíram lá piores de lá, apreenderam o que não prestava e em pouco tempo lá estavam de volta.
Esta é a minha preocupação porque ninguém está livre de dar um mau passo, pois que caindo será difícil levantar-se, isto é, deve bem compreender quando está a caminho e pode mudar o seu roteiro, como diz o ditado popular “pense bem para não chorar depois”. Vimos pessoas respeitáveis cair de repente na sarjeta e não tiveram mais força de levantar-se. Muito freqüentemente acontecem essas coisas, portanto esteja sempre em alerta.
Ao finalizar quero dirigir lhe este apelo, para que se afaste dessas companhias, senão em breve estará nas mesmas condições deles. Você sempre foi um menino estudioso e educado, agora se encontra segregado a companhias nefastas para o seu futuro. Pois na semana passada aquele jovem seu amigo foi preso, passando maus momentos para justificar certas atitudes e seus ditos amigos simplesmente viraram lhe as contas, dizendo o fulano deu “bobeira” tem que pagar mesmo. Só que esqueceram que foram eles mesmos que incentivaram aquele menino entrar nesse beco sem saída, como se deu mal jogaram toda a culpa sobre ele.
Assim que chego ao final e rogo encarecidamente que me ouça antes que seja tarde demais.
Um grande abraço de sua mãe e amiga sempre reconhecida.
Cláudia
A VERDADE DE CADA UM
CARLO SABRANCHES
Não adianta esconder a própria verdade. Ela escapa por entre os dedos, revelando-se a quem tem olhos de ver. Verdade que se oculta, demora na revelação.
Há quem olhe para fora, à procura de respostas que na verdade estão dentro, na intimidade de si mesmo.
Uma história ilustra bem essa realidade.
Narra Mansour Chalita que Mullah Nasrudin, o homem santo sufista, exímio gracejador, atravessava frequentemente a fronteira entre a Turquia e a Grécia, montado em seu cavalo. 1
Sempre que cruzava a fronteira, levava uma sacola com pedras preciosas e outra com poções medicinais, pois tinha permissão legal para transportá-las.
Quando o guarda perguntava qual era o seu negócio, ele respondia: “Sou contrabandista”.
Todas as vezes, o guarda o revistava e nunca encontrava nada incomum. A cada viagem, Nasrudin ficava mais rico, e o guarda, cada vez mais desconfiado. Apesar de todas as revistas, feitas a cada vez com mais riqueza de detalhes, nunca encontrava nada.
Finalmente, o viajante se aposentou. Um dia, encontrou- -se em uma reunião social com o mesmo guarda da fronteira, que lhe perguntou: – Nasrudin, agora que você se aposentou e não pode ser processado, conte-me o que contrabandeava, que nunca encontramos e que lhe trouxe tanta riqueza.
Nasrudin respondeu tranquilamente: – Eu negociava cavalos!
Um segredo fica mais bem escondido quando é óbvio, e pode ser descoberto quando você para de pensar que ele está oculto.
Assim acontece com nossa saúde. É fácil dizer “tudo vai bem”, mesmo que o que esteja por trás das aparências não seja algo tão bom assim. E isso passa a ser um risco, quando está em jogo uma solução que precisa ser rápida, que preserve a vida e a integridade da pessoa.
Há quem esconda tanto a própria realidade, que acaba perdendo contato com a verdade que mora dentro de si.
Emmanuel alerta sobre esse aspecto, quando afirma:
Os reflexos dos sentimentos menos dignos que alimentamos voltam-se sobre nós mesmos, depois de convertidos em ondas mentais, tumultuando o serviço das células nervosas que, instaladas na pele, nas vísceras, na medula e no tronco cerebral, desempenham as mais avançadas funções técnicas [...]. 2
Mais adiante, na mesma página, o Benfeitor esclarece:
[...] que esses reflexos menos felizes, em se derramando sobre o córtex encefálico, produzem alucinações que podem variar da fobia oculta à loucura manifesta, pelas quais os reflexos daqueles companheiros[...]. nos atingem com sugestões destruidoras, diretas ou indiretas, conduzindo-nos a deploráveis fenômenos de alienação mental, na obsessão comum, ainda mesmo quando no jogo das aparências possamos aparecer como pessoas espiritualmente sadias”.3
Um dia, entenderemos que a manutenção da saúde não depende de remédios e drogas, mas de uma decisão interior, que nos remeta a um estado íntimo de saúde emocional. Para quem decidir viver nessa faixa psíquica, “cair de cama” será uma exceção, e não uma regra.
As verdades de nosso corpo espelham nossas opções mentais. Fugir da própria realidade pode ser uma solução passageira, mas, com o tempo, essa escolha silenciosamente vai impor uma solução melhor.
É mais interessante encontrar uma maneira de ser saudável, do que apenas estar saudável.
A decisão é nossa. Está em jogo nossa felicidade.
A questão é definir claramente o que podemos fazer para acionar nossos próprios mecanismos de melhoria, sem precisar depender de “remédios” que nem sempre estão ao nosso alcance.
Referência:
1 - MANSOUR, Chalita. Os mais belos pensamentos de todos os tempos. 2. ed. São Paulo: Ed. Acigi.
2 - XAVIER, Francisco C. Pensamento e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 15, p. 67.
3 - Idem, ibidem.
Reformador 2009
NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA
Mais uma vez, nosso País ver-se-á sacudido pelas grosseiras vibrações do carnaval.
Estranhas e perigosas formas de prazer mundano formam o leque de tentações típicas dos festejos momescos.
Daí a importância de uma profunda reflexão sobre as graves advertências feitas por nossos mentores em tão expressiva obra que, editada em 1982, não perdeu sua atualidade, embora sejam outras as personagens desses mesmos dramas.
Sempre atento, o autor espiritual acompanha a complexa estrutura de socorro as vítimas de cruéis obsessores que, na surdina, espreitam os imprevidentes que se multiplicam assustadoramente nesse período de tormentosos acidentes morais.
Sob a liderança enérgica e amorosa do venerável Bezerra de Menezes, grupos organizados de espíritos benfeitores desdobram-se na proteção de foliões, quase sempre jovens à cata de sensações, que sucumbem aos apelos do álcool, das drogas e do sexo livre.
Essas operações de apoio fraterno atendem às preces fervorosas dos entes queridos dessas presas fáceis que podem, ante o peso de influências deletérias, chegarem à insanidade mental e a crimes de diversos contornos.
Os primeiros capítulos tratam do nefando ato do aborto. O duelo mental entre a mãe irresponsável e o ser desejoso de reencarnar é de extrema angústia em cenários de sombras e desvarios, que culmina em terrível simbiose obsessiva, acarretando inenarráveis sofrimentos para ambos.
A benção da maternidade, que poderia escrever um épico de amor, dilui-se sob a cáustica do ódio, matriz de perturbações seculares.
Sempre sob a tutela de Bezerra, Manoel Philomeno de Miranda descreve, com detalhes surpreendentes, as inteligentes maquinações dos agentes das trevas na montagem das armadilhas onde caem os incautos.
Só os que se ligam às esferas superiores do pensamento conseguem escapar pelas vias iluminadas da oração.
Denuncia as táticas de perseguição em que o “vampirismo” é a ferramenta macabra desses processos demoníacos. Nesse intercâmbio psíquico de baixo nível faz-se a hipnose irresistível que produz as consequências nefastas em números crescentes, detectados pelas estatísticas que escandalizam nossa sociedade.
É tão alarmante o fenômeno, que a acumulação dessas forças degradantes formam “largas faixas de vibrações mais fortes(…)”. Segundo o autor, a espessura dessas faixas, sobre essas regiões, pode atingir alguns quilômetros acima da superfície do Planeta. É o produto da “fúria carnavalesca, irradiações dos que participam ativamente enlouquecidos(…)”.
Bezerra aconselha aos espíritas que meditem na necessidade de se ocupar o precioso tempo desses dias em atividades construtivas no campo da promoção social e do estudo doutrinário, dignificando a vida na busca dos valores espirituais, fugindo ao báratro dos apelos animalizados.
No capítulo 26, o iluminado benfeitor aborda “considerações e preparativos” para ressaltar a importância das casas espíritas nas atividades socorristas, mormente nas reuniões mediúnicas, na difícil tarefa do amparo cristão aos náufragos desse tempestuoso oceano de loucuras generalizadas, a fim de enlaçá-los, agressores e agredidos, nas suaves vibrações do perdão e da fraternidade.
“Nas Fronteiras da Loucura” é obra única no gênero, que deve ser alvo de acurado estudo individualizado ou em grupamentos formados por pessoas sinceramente interessadas no aprofundamento dos terríveis processos obsessivos, que se iniciam nos dias das mentirosas alegrias do carnaval e se estendem, por tempo indeterminado, levando ao agravamento do carma de grande massa humana, que podem chegar aos nossos lares fazendo tombar aqueles que se ligam aos nossos corações.
Autor espiritual: Manoel P. de Miranda
Médium: Divaldo P. Francocavalos!
Mundo Espírita
2008
TESTEMUNHO PESSOAL – O MAIOR DESAFIO DA ATUALIDADE
Quantas vezes você já se sentiu desafiado na vida?
Há momentos em que tudo parece se acabar. O mundo está contra nós. A situação complicada.
A conhecida Lei de Murphy entra em ação: “se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará”. A vida é bela para uns; porém, muitos estão fora desse elenco, pois a crise indica uma existência difícil. Estão vivendo maus momentos.
Aí dá aquela vontade de jogar tudo para o alto, abandonar o barco. Os pensamentos e expressões que nos vêm: eu não mereço nada disso; isso não é justo; tudo dá certo para fulano, para mim, tudo dá errado!
Não creio que só eu tenha passado por essa circunstância. Você já deve ter se sentido assim em alguma ocasião.
Mas, não vamos nos abater. Esse privilégio não é exclusivo. Outros também se sentem como a gente.
Por que será que algumas coisas desagradáveis ocorrem conosco? Por que quando tudo parece que vai mal, ainda pode piorar, trazendo desconforto e sofrimento?
Vivemos interessante momento de transição planetária. Isso mesmo: a Terra está se transformando. Mudanças climáticas, degelos, efeito estufa, terremotos, maremotos, erupções vulcânicas, desastres ambientais, enfim a lista é extensa… Tudo aponta para um período de transformações que pareciam estar aguardando o momento propício para se manifestar. E, agora, não desejam esperar mais.
A Natureza chegou a um limite e precisa extravasar sua potência criadora para continuar viva e oferecer condições de existência a seus habitantes.
É o prenúncio de que os tempos já chegaram…
Em mensagem recebida por Divaldo Franco em abril de 2010, Bezerra de Menezes afirma: “esses dias assinalam o período de transição do mundo de expiação e provas para o mundo de regeneração”. É uma excelente notícia, por um lado. Um novo mundo, melhor daquele em que vivemos, onde haja paz e fraternidade, união e solidariedade entre os povos, no qual o bem possa se manifestar afastando o mal, onde o entendimento e o amor empanem a ignorância e o ódio.
Por outro lado, essa revelação suscita preocupações. O portal oferece acesso ao novo mundo e já foi instalado na Terra. Será que estamos em condições de atravessá-lo?
Deus não deseja que nenhum de seus filhos se perca. O Criador tenciona resgatar o maior número possível de criaturas, ensejando-lhes o despertar para as desafiadoras realidades da Nova Era.
As chamadas “provas de fogo” surgem para testar se já estamos aptos à superação de uma etapa e preparados para enfrentar outras oportunidades mais complicadas.
Em vez de castigo ou punição, a Justiça Divina age com amor e bondade, oferecendo os elementos necessários ao processo de renovação interior pelo esforço próprio de cada ser humano. Sem privilégios ou favorecimentos de quaisquer ordens, há o mérito ou demérito pelas ações assertivas ou equivocadas dos habitantes desse mundo-escola, a Terra.
Para Joanna de Ângelis, “reclamar é perder tempo”. Daí, a necessidade de nos dedicarmos ao trabalho, com esforço e perseverança, para superarmos dificuldades que jazem na intimidade de nossos seres. São roupagens antigas a ser trocadas, revestidas pelo comportamento renovado da reforma íntima.
Se o plano terrestre está em mudança, nós também somos convocados à ‘alquimia interior’, pelo exercício do controle das más tendências e do empenho na transformação moral.
Agradeçamos o ensejo ofertado pela existência na escola terrestre, fazendo-nos dignos de habitá-la como orbe regenerado, em que todos vivam renovados na pureza de coração e na paz de consciência.
Editorial- FEBNET
QUE BUSCAIS?
“E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais?” — (JOÃO, capítulo 1, versículo 38.)
A vida em si é conjunto divino de experiências.
Cada existência isolada oferece ao homem o proveito de novos conhecimentos. A aquisição de valores religiosos, entretanto, é a mais importante de todas, em virtude de constituir o movimento de iluminação definitiva da alma para Deus.
Os homens, contudo, estendem a esse departamento divino a sua viciação de sentimentos, no jogo inferior dos interesses egoísticos.
Os templos de pedra estão cheios de promessas injustificáveis e de votos absurdos.
Muitos devotos entendem encontrar na Divina Providência uma força subornável, eivada de privilégios e preferências. Outros se socorrem do plano espiritual com o propósito de solucionar problemas mesquinhos.
Esquecem-se de que o Cristo ensinou e exemplificou.
A cruz do Calvário é símbolo vivo.
Quem deseja a liberdade precisa obedecer aos desígnios supremos. Sem a compreensão de Jesus, no campo íntimo, associada aos atos de cada dia, a alma será sempre a prisioneira de inferiores preocupações.
Ninguém olvide a verdade de que o Cristo se encontra no umbral de todos os templos religiosos do mundo, perguntando, com interesse, aos que entram:
“Que buscais?”
Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier
CÂNTICOS DE LOUVOR
Quando a vida começava no mundo, os pássaros sofriam bastante.
Pousavam nas árvores e sabiam voar, mas como haviam de criar os filhotinhos? Isso era muito difícil.
Obrigados a deixar os ovos no chão, viam-se, quase sempre, perseguidos e humilhados.
A chuva resfriava-os e os grandes animais, pisando neles, quebravam-nos sem compaixão.
E as cobras? Essas rastejavam no solo, procurando-os para devorá-Los, na presença dos próprios pais, aterrados e trêmulos.
Conta-se que, por isso, as aves se reuniram e rogaram ao Pai Celestial lhes desse o socorro necessário.
Deus ouviu-as e enviou-lhes um anjo que passou a orientá-las na construção do ninho.
Os pássaros não dispunham de mãos; entretanto, o mensageiro inspirou-os a usar os biquinhos e, mostrando-lhes os braços amigos das árvores, ensinou-os a transportar pequeninas migalhas da floresta, ajudando-os a tecer os ninhos no alto.
Os filhotinhos começaram a nascer sem aborrecimentos, e, quando as tempestades apareceram, houve segurança geral.
Reconhecendo que o Pai Celeste havia respondido às suas orações, as aves combinaram entre si cantar todos os dias, em louvor do Santo Nome de Deus.
Por essa razão, há passarinhos que se fazem ouvir pela manhã, outros durante o dia e outros, ainda, no transcurso da noite.
Quando encontrarmos uma ave cantando, lembremo-nos, pois, de que do seu coraçãozinho, coberto de penas, está saindo o eterno agradecimento que Deus está ouvindo nos céus.
Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei
A VISITA DE CASIMIRO
Depois do conselho de D. Maria João de Deus com respeito à Água da Paz, Chico sentiu o braço visitado pela influência de um novo amigo invisível. Tomou o lápis e o visitante escreveu para ele em Caracteres bem traçados e firmes:
Meu amigo, se desejas
Paz crescente e guerra pouca,
Ajuda sem reclamar
E aprende a calar a boca.
Quem seria o comunicante?
Depois de alguns momentos, o amigo espiritual identificou-se, assinando: Casimiro Cunha. Foi este o primeiro contacto entre o Médium e o mavioso poeta vassourense.
Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama
Referência Bibliográfica:
Casimiro Cunha - Poeta vassourense
Casimiro Cunha - Poeta fluminense, nascido em Vassouras - cidade serrana do Estado do Rio de Janeiro - a 14 de abril de 1880 e desencarnou em 1914.
Procedente de lar muito pobre, filho de Casimiro Augusto da Cunha e Maria dos Santos Cunha, teve uma única irmã, Leonor.
Órfão de pai aos 7 anos, freqüentou apenas o curso primário. Espírita convicto, torna-se cego de um olho aos 14 anos após acidente, vindo a perder completamente a outra visão aos 16 anos. Ainda jovem iniciou sua colaboração na imprensa vassourense. Foi um dos fundadores do Centro Espírita “Bezerra de Menezes” em Vassouras.
Desencarnado, continuou a brindar-nos com seus versos, através da mediunidade abençoada de Chico Xavier com “ Cartilha da Natureza ”, “ Cartas do Evangelho ”, “ Gotas de Luz ”, “ Juca Lambisca ” e participação em inúmeras antologias.
Hoje, Casimiro Cunha é o inspirador da Divulgação Braille Casimiro Cunha, departamento do GEEM - Grupo Espírita Emmanuel de São Bernardo do Campo, cujo objetivo é a divulgação da Doutrina Espírita para os deficientes visuais.
http://www.joseeduardomattos.com.br/
ESTEJAMOS CONTENTES
" Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes..” Paulo (I Timóteo, 6:8)
O monopolizador de trigo não poderá abastecer-se à mesa senão de algumas
fatias de pão, para saciar as exigências da sua fome.
O proprietário da fábrica de tecidos não despenderá senão alguns metros de pano para a confecção de um costume, destinado ao próprio uso.
Ninguém deve alimentar-se ou vestir-se pelos padrões da gula e da vaidade, mas sim de conformidade com os princípios que regem a vida em seus fundamentos naturais.
Por que esperas o banquete, a fim de ofereceres algumas migalhas ao companheiro que passa faminto?
Por que reclamas um tesouro de moedas na retaguarda, para seres útil ao necessitado?
A caridade não depende da bolsa. É fonte nascida no coração.
É sempre respeitável o desejo de algo possuir no mealheiro para socorro do próximo ou de si mesmo, nos dias de borrasca e insegurança, entretanto, é deplorável a subordinação da prática do bem ao cofre recheado.
Descerra, antes de tudo, as portas da tua alma e deixa que o teu sentimento fulgure para todos, à maneira de um astro cujos raios iluminem, balsamizem, alimentem e aqueçam.
A chuva, derramando-se em gotas, fertiliza o solo e sustenta bilhões de vidas.
Dividamos o pouco, e a insignificância da boavontade, amparada pelo amor, se converterá com o tempo em prosperidade comum.
Algumas sementes, atendidas com carinho, no curso dos anos, podem dominar glebas imensas.
Estejamos alegres e auxiliemos a todos os que nos partilhem a marcha, porque, segundo a sábia palavra do apóstolo, se possuímos a graça de contar com o pão e com o agasalho para cada dia, cabe-nos a obrigação de viver e servir em paz e contentamento.
Fonte Viva
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Emmanuel
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