A DOUTRINA ESPÍRITA E DEUS
Diz a Gênesis no seu capítulo primeiro, versículos primeiro e segundo, sobre a criação de Céu e da Terra, que no princípio Deus criou o Céu e Terra, e a Terra era vazia, e o Espírito de Deus movia-se sobre a face das águas.
O excelso Senhor de todos os Espíritos, Jesus, em várias passagens de seu Evangelho apresenta-nos Deus como o Pai que está nos céus1 contrapondo-se ao Deus cheio de qualidades, mas rancoroso e vingativo apresentado por Moisés.
O insigne Allan Kardec em sua iluminada obra O Livro dos Espíritos, (LE), na primeira questão proposta aos Espíritos superiores que ditaram a benfazeja Doutrina Espírita inquire sobre a Divindade, perguntando, sem fazer juízo anterior, “O que é Deus?”, ao que responderam os bondosos Espíritos, ser “... a inteligência suprema,causa primária de todas as coisas.”
Buscando novas provas da existência de Deus o nobre codificador da salutar doutrina, na quarta questão (LE) pergunta onde encontrar tais provas e recebe a instrução de usar o mesmo axioma da ciência que diz não haver efeito sem causa e ao mesmo tempo, procurar a causa de tudo o que não foi feito pelo Homem e usando a razão, concluir.
Desenvolvendo esse raciocínio de que todo efeito tem uma causa, mais o fato de as obras da natureza, como produtos de forças naturais que se atarem e se repelem por força de lei, serem também efeitos, tendo,portanto uma causa; sendo esses efeitos inteligentes, a causa geradora, com mais razão, só pode ser inteligente.
Querendo ainda compreender a natureza íntima de Deus o iluminado pesquisador Allan Kardec, na décima questão e seguintes do (LE) recebe o aviso de que por enquanto, enquanto lhe falte um sentido, um entendimento e uma completa depuração da matéria, não será possível ao homem compreender a natureza de Deus, coisa que só virá com a sua própria perfeição, conforme referiu-se o Mestre Jesus2quando nos exortou a sermos perfeitos como o Pai celestial é perfeito.
- Evangelho de Mateus, 10:33 e 11:25-27 2) Evangelho de Mateus 5:48
Não podendo o ser humano penetrar na essência da Divindade, pode, pelo raciocínio, conhecer alguns dos seus atributos, que devem ser todos elevados a um grau infinito, sem o quê não seria Deus, haja vista que poderia haver outro ser que teria tais qualidades mais elevadas e seria esse ser então o Criador.
A esclarecedora Doutrina Espírita discorre sobre esses atributos do foco criador e mantenedor do Universo e de tudo o que nele existe, enumerando algumas qualidades e lembrando-nos que, além disso, existem coisas e inteligência acima da maior inteligência do nosso Planeta e informa-nos que:
- Deus é a suprema e soberana inteligência, contraposta à inteligência humana que é limitada, pois nãopode fazer nem compreender tudo o que existe;
- Deus é eterno, entendendo por eterno o que não teve início nem terá fim, pois poderia, ou ter saído do nada, que nada cria, ou ter havido outro ser anteriormente à sua criação, ou após seu termo, se assim eterno não fosse;
- Deus é imutável, pois se mudasse, fatalmente suas leis que regem o Universo também se alterariam, e o mundo seria instável;
- Deus é imaterial, com sua natureza diferindo de tudo o que entendemos por matéria, não estando sujeito às suas transformações;
- Deus é Todo-Poderoso, dono do supremo poder, não havendo outro ser que o iguale e muito menos que o supere; pois se isso ocorresse, esse que o superasse seria Deus;
- Deus é soberanamente justo e bom, revelando sua sabedoria nas pequenas como nas grandes coisas, atestando sua infinita justiça e infinita bondade; uma não podendo existir num grau infinito sem a outra num mesmo grau;
- Deus é infinitamente perfeito, causa que impede outro ser de superá-lo, pois se um dos seus atributos sofresse qualquer diminuição ou acréscimo, haveria um ser mais perfeito, que seria Deus;
- Deus é único, como consequência de sua infinita perfeição, pois havendo dois seres com tais qualidades, das duas uma: ou seriam confundidos em suas identidades, ou não teriam igualdade perfeita, não tendo então a soberana autoridade, ou seja: Deus só pode ser Deus se não for superado em qualquer coisa que seja.
A consoladora Doutrina Espírita condensa então os atributos da Divindade, apresentando resumidamente Deus como a suprema inteligência, único, eterno, imutável, imaterial, Todo-Poderoso, soberanamente justo e bom, infinito em todas as suas perfeições, sem poder ser outra coisa.
A solicitude de Deus para com suas criaturas é a Providência Divina, estando em toda parte, a tudo presidindo com seu fluido inteligente ocupando todo o Universo; não existindo um ser, por menor que seja, que não esteja saturado desse fluido e sob Suas vistas.
Se os próprios Espíritos elevados têm o dom da ubiquidade, da irradiação, como restringiremos a suprema capacidade do Criador em estar em todos os lugares?
E Jesus disse-nos que seu Reino está entre nós, dentro de nós, em nossos corações, alertando-nos que onde estiver nosso tesouro, ali estará nosso coração.
Referências bibliográficas:
- O Livro dos Espíritos. Tradução Salvador Gentile. Araras/SP. IDE, 85ª Edição, 1994. ALLAN KARDEC.
- A Gênese. Tradução Salvador Gentile. Allan Kardec.
- A Bíblia Sagrada, Gênesis. 1969. SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL.
Crispim
CADA DIA
Cada dia que amanhece é uma oportunidade que lhe é oferecida para que aumente os seus créditos diante da Contadoria Divina, mesmo porque cada um de nós, deve dar conta dos talentos que recebera e feliz aquele que se apressa em fazê-los produtivos.
Talvez possa até pensar na insignificância das possibilidades que pode repassar aos outros e de repente se questionar: mas é tão pouco que posso oferecer? Pode até ser consoladora em tese essa observação, mas a questão de sermos úteis aqui no mundo é uma necessidade imperiosa e depende também de exercitar-se, porque o exercício na prática da caridade é fundamental para sedimentar no coração essa virtude por excelência.
Até mesmo estender a mão ao desconhecido é um gesto de carinho e acolhimento, mas também pode ser um incentivo, a fim de que alguém desesperado possa sentir estimulo e acreditar na vida. Dessa forma aumentar-lhe a autoestima e com esse pequeno gesto pode tomar uma iniciativa animadora para conduzir a sua vida.
Talvez uma moeda de pequeno valor que passe a alguém que bate a sua porta represente tão pouco, mas pode ser um incentivo a alguém que já recebeu tantas portas na cara e talvez seja o um único tratamento que recebera com bondade naquele dia.
Talvez um pequeno gesto amistoso de compreensão ante alguns deslizes do próximo, pode dizer que ele precisa mudar, enfrentando, com isso uma completa mudança em suas atitudes.
Assim, que tudo caminha para que cada dia compreenda melhor, o que precisa fazer e com isso, conseguirá seguir em frente com mais segurança diante dos desafios da vida.
Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
O TRABALHADOR NO BEM
Às vezes algumas pessoas não dão o devido valor ao trabalho no bem, em tudo colocam dificuldades e não o compreendem como algo tão valioso sob todos os pontos de vista.
O trabalho do bem protege aqueles que a ele se dedicam contra as tentações e as ciladas do caminho, da depressão, dos desequilíbrios emotivos, como pode trocar um grande mal por um menor, transformar dívida do campo moral quase impagável em prestações suaves para que em encarnações sucessivas possa quitá-la.
O Espírito iluminado Emmanuel lembra que quando o cobrador encontra o devedor no trabalho do bem, adia a cobrança por tempo indeterminado. Além das inúmeras vantagens de promover de certa forma o bem no próprio lar, porque é do bem que faz é que retira o estímulo mais precioso para viver. Quantos companheiros que senão estivessem no trabalho libertador do Cristo, não estaria numa situação deplorável?
É extremamente significativa a história de José Xavier, irmão do estimado médium Chico Xavier.
José Xavier, companheiro das lides espíritas no Centro Espírita “São Luiz Gonzaga” na cidade mineira de Pedro Leopoldo, mas em sua vida particular exercia a profissão humilde de sapateiro. Como ocorriam pessoas de todo o Brasil para falar com Chico Xavier, mas o Sr. Jovino, superior hierárquico de Chico na Fazenda Modelo, não permitia que as pessoas lá o procurassem. É perfeitamente compreensível, pois que seria uma romaria sem fim àquela instituição.
Assim que durante o dia era recebido por Jose Xavier no seu pequeno recinto de trabalho, conversava e entretinha as pessoas contando histórias e exemplos que já vivera naquela experiência tão fecunda junto ao irmão. Levando consolo e esperança a tantos corações amargurados pelos reveses da vida, para que à noite pudessem pedir um conselho, uma sugestão, uma entrevista, ou então amigos que queriam simplesmente cumprimentá-lo, que vinham de longe.
Assim que nesse trabalho simples e anônimo se passaram doze anos, conversas edificantes, exemplos marcantes, histórias de profunda vivencia cristã, que ouvira e vivera intensamente junto a tantas pessoas amarguradas por tantos sofrimentos e naturalmente muitas informações dos benfeitores espirituais.
Mas um dia fora acometido uma síncope sem um sintoma definido e foi rapidamente definhando entrando em coma o que pôs em pânico toda a família, diante do inusitado da situação.
Chico Xavier recorreu ao seu grande benfeitor Emmanuel, este ponderou que seu irmão deveria de acordo com as leis de causa e efeito, nos últimos anos de sua vida terrena ficaria segregado num manicômio por dozes anos.
Mas devido ao trabalho que fizera junto aquelas pessoas que o procuravam e de alguma forma dera-lhes o atendimento possível e acolhimento em respostas aos seus dramas particulares os atendeu em seu humilde local de trabalho, faria um requerimento à vida superior, se fosse atendido, ele desencarnaria de imediato.
E partiu, mais tarde retorno e notificou ao Chico que sua solicitação fora atendida e que ele desencarnaria em seguida e tal ocorreu, deixando inconsoláveis os seus familiares e amigos.
Dois anos depois, numa tarde o seu querido irmão se apresenta ao Chico que ficou muito feliz com a sua presença, mas notando-lhe o ar sombrio, pergunta-lhe como estava acontecendo.
José Xavier responde que continuava ainda muito preso ao mundo material e isto lhe pesava muito.
Chico Xavier intuído pela vida superior lembra-se que ele era um devoto de São Luiz Gonzaga. Inclusive em homenagem a ele colocara o nome do centro espírita da cidade e recorresse a ele, em breves dias haveria uma procissão e homenagem a esse Santo na cidade e que ele rogasse para que o socorresse.
De fato no dia da procissão lá estava José Xavier e de joelhos rogou o amparo desse espírito iluminando, quando de repente começou a ver um tórax enorme que parece que encobria todo o espaço a sua frente, e colocou sobre ele a sua mão enorme que o encobriu por completo.
Daquele dia em diante parece que seu corpo ficou leve como uma pluma.
Conclusão: Quando Jesus respondeu ao doutor da lei quanto aos meios de conquistar a felicidade na vida imortal, lembrou ao doutor da lei que “em amar a Deus e ao próximo como a si mesmo se resumia toda a lei (Dez Mandamentos) e os profetas”.
Mas aquele doutor da lei quis ainda saber quem era “o próximo”, então o Mestre conta a parábola do “Bom Samaritano”, que é uma das jóias mais preciosas do pensamento cristão, pois que aquele samaritano que era considerado pessoa desclassificada pelos judeus até se recusavam a manter amizade com eles.
Mas diante da dor do próximo surgiram três personagens: o sacerdote que pela própria condição devia se comparecer do próximo, mas narra o Evangelho que ele passou de largo, da mesma forma o Levita, cuja tribo guardava os Dez Mandamentos e toda a lei de Moisés, também passou de largo. Porém o samaritano se compadeceu daquele homem caído à beira da estrada e prestou-lhe a assistência necessária.
Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Tagore
Otacir Amaral Nunes
A ORIGEM DIVINA DO DECÁLOGO
O caráter essencial da revelação divina é o da eterna verdade. Toda revelação eivada de erros ou sujeita a modificação não pode emanar de Deus. É assim que a lei do Decálogo tem todos os caracteres de sua origem, enquanto que as outras leis moisaicas, fundamentalmente transitórias, muitas vezes em contradição com a lei do Sinai, são obra pessoal e política do legislador hebreu. 6 A Lei de Deus está formulada nos Dez Mandamento ou Decálogo. Nela [...] há duas partes distintas: a Lei de Deus [...] e a lei civil ou disciplinar [...]. Uma é invariável; a outra, [...] se modifica com o tempo; Mas, nem por isso os dez mandamentos de Deus deixavam de ser um como frontispício brilhante, qual farol destinado a clarear a estrada que a Humanidade tinha de percorrer. A moral que Moisés ensinou era apropriada ao estado de adiantamento em que se encontravam os povos que ela se propunha regenerar, e esses povos, semi-selvagens quanto ao aperfeiçoamento da alma, não teriam compreendido que se pudesse adorar a Deus de outro modo que não por meio de holocaustos, nem que se devesse perdoar a um inimigo. Notável do ponto de vista da matéria e mesmo do das artes e das ciências, a inteligência deles muito atrasada se achava em moralidade e não se houvera convertido sob o império de uma religião inteiramente espiritual. Era lhes necessária uma representação semimaterial, qual a que apresentava então a religião hebraica. Os holocaustos lhes falavam aos sentidos, do mesmo passo que a idéia de Deus lhes falava ao espírito. 5
Moisés [...] foi inspirado a reunir todos os elementos úteis à sua grandiosa missão, vulgarizando o monoteísmo e estabelecendo o Decálogo, sob a inspiração divina, cujas determinações são até hoje a edificação basilar da Religião da Justiça e do Direito [...].11
Os Dez Mandamentos da Lei de Deus são os seguintes: 2
I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros. – Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.
II. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus.
III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.
IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.
V. Não mateis.
VI. Não cometais adultério.
VII. Não roubeis.
VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.
IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.
X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam.
É de todos os tempos e de todos os países essa lei e tem, por isso mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis que Moisés decretou, obrigado que se via a conter, pelo temor, um povo de seu natural turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater arraigados abusos e preconceitos, adquiridos durante a escravidão do Egito. Para imprimir autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina, conforme o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem precisava apoiar-se na autoridade de Deus; mas, só a idéia de um Deus terrível podia impressionar criaturas ignorantes, em as quais ainda pouco desenvolvidos se encontravam o senso moral e o sentimento de uma justiça reta. É evidente que aquele que incluíra, entre os seus mandamentos, este: “Não matareis; não causareis dano ao vosso próximo”, não poderia contradizer-se, fazendo da exterminação um dever. As leis moisaicas, propriamente ditas, revestiam, pois, um caráter essencialmente transitório. 3
REFERÊNCIAS
2. ______. p. 56-57.
3. ______. p. 57-58.
4. ______. Item 9, p. 61-62.
5. ______. p. 62.
6. ______. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 52. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap.1, item 10, p. 26-27.
11. ______. Emmanuel. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 2 (A ascendência do evangelho), item: A lei moisaica, p. 27.
ESDE
2008
PSICOGRAFIA
O sono vem trazer ao corpo o repouso e ao mesmo tempo em que o Espírito se liberta e vai juntar-se aos seus entes queridos, ou ainda irá buscar outros espíritos afins que corresponda aos seus íntimos anseios. Assim quando se prepara para dormir deve logo pensar, que “onde está o seu tesouro ali estará o seu coração”, de acordo com a freqüência que viva irá ao encalço de outros espíritos que atuam na mesma faixa, quando o corpo estiver adormecido, portanto, se deseja boas companhias, logo pense como vive e age, pois que poderá ter surpresa desagradável. As ditas amizades poderão sugerir lhes pensamentos mais tarde, quando no estado de vigília, em forma de intuição ou mesmo sugestões para este ou aquele procedimento, que muitas vezes não corresponde às regras da boa conduta.
Se realmente deseja viver em paz escolha as suas amizades, isto tanto vale para o plano físico como também para o plano espiritual, de acordo com a maneira de agir encontrará “amigos” que agem na mesma faixa, para o bem ou para o mal.
Faça de cada noite um aprendizado que poderá retemperar suas energias, assistindo palestras e instruções para que quando no corpo denso possa realmente relembrar lições maravilhosas, que o auxiliarão na vida transitória a ter melhor discernimento e compreensão.
Cultiva pensamentos bons e positivos para que sua vida possa ter uma dinâmica compatível com o que há de melhor. Seja feliz na configuração que Deus lhe deu, não ambicione mais que o necessário no campo das sensações, não acumule tesouros perecíveis, não julgue mal ninguém, todos podem ser pessoas interessantes do ponto de vista de experiência e convívio, de tudo busque extrair o melhor, como também procure ser melhor a cada dia, porque a vida dará na medida que pelos outros fizer, por isso lembra o Evangelho: “Não se vindima uvas de espinheiros”, tudo obedece a uma Lei sábia e justa, portanto, se deseja a paz e a felicidade, procure na medida do possível, também proporcionar aos outros o mesmo, pois que assim agindo, também se fará merecedor daquilo que semear, é a lei de Deus agindo em nosso favor.
A sabedoria reside justamente em compreender exatamente essas coisas.
Caminha com teus pés, porque o tempo exige que faças o teu esforço em prol do bem. De cada servo será exigido na medida de suas possibilidades. Não creias em vitória sem luta. Nunca desprezes as pequenas oportunidades, pois que somente exercendo os pequenos encargos é que te habilitarás a conquistar os grandes. Se porventura quiseres uma missão de envergadura prepara-te convenientemente a fim de que não fracasses. Siga em frente, na certeza que o ensejo não faltará, porque todo aquele que bate, cedo ou tarde abrir-se-lhe-á a oportunidade, pois no ato de bater já cria situação favorável para que se encontre o que se espera.
Trabalhe, faça-se merecedor do bem que realmente desejas, como exercer um trabalho importante, deves te preparar. Como pedir aos céus recursos se não usa nem os que têm, esgotes as suas possibilidades e somente aí peças mais recursos e com certeza serás suprido, mas não agora, trabalhe.
Um amigo sempre presente
TRAJETÓRIA DESAFIADORA
Filhos da Alma:
Que Jesus nos abençoe.
Repetimos a trajetória do Cristianismo primitivo. O solo que espera ensementação ainda necessita de adubo e de arroteamento.
Não estranhemos as dificuldades e os desafios.
Jesus, que representa a estrela de primeira grandeza da Terra, não transitou por estradas asfaltadas, nem sorveu o precioso licor da amizade e do respeito. Sofreu perseguições sem nome, vivendo testemunhos indescritíveis.
Por isso, Ele nos disse: No mundo somente tereis aflições. [João, 16:33.]
Que sejamos afligidos, mas que não nos tornemos afligentes, impondo-nos a carga dos testemunhos, que conduzamos com elevação ao calvário libertador.
Vendo-vos, filhos da alma, reencetando a jornada que ficou interrompida no passado, em face do desequilíbrio e das lamentáveis posturas humanas, alegramo-nos, porque palmilhais a estrada da redenção com entusiasmo, com amor.
Vivei o Evangelho conforme a interpretação da Doutrina Espírita, e exultai.
Vossas dores são nossas dores, vossas ansiedades e sofrimentos íntimos são nossos, meus filhos.
Jesus compartilha, antecipando as inefáveis alegrias do amanhã ditoso, após vencido o portal do túmulo.
Avançai, seareiros da luz!
Nada vos impeça a glorificação do ideal que vibra e que se expande através de vós.
Jesus nos espera, avancemos.
Amigo Jesus:
Tu que és o companheiro daqueles que não têm companheiros, que és o médico dos excluídos da sociedade terrena, enfermos da alma e do corpo, que és o guia do planeta terrestre, que foi atirado no éter cósmico sob Teu comando, recebe a nossa gratidão por estes dias de júbilos e de reflexões.
Aceita a pobreza em que nos encontramos, aguardando a fortuna que ofereces aos que Te servem.
Agradecidos, Senhor, rogamos que nos abençoes e aos irmãos e amigos de retorno às suas tarefas, para que sejam fiéis até o momento da libertação.
Muita paz, meus amigos.
Com o carinho dos Espíritos- -espíritas aqui presentes, o amigo paternal e humílimo de sempre. Bezerra
(Mensagem psicofônica recebida por Divaldo Pereira Franco, no encerramento do Curso promovido pelo Conselho Espírita Internacional (CEI), em Liège, Bélgica, no dia 7 de junho de 2009, em seguida à 13ª Reunião Ordinária do CEI.)
Reformador 2009
DOR SUPREMA
Por Marco Antonio Negrão
Há, no sul da Europa, um país afamado, de céu sempre azul, clima suave, frutas deliciosas, separado de outras nações fronteiriças por elevadas serranias – balizas de granito e neve – os Alpes – parecendo pedestais da estátua de um Prometeu invisível, erigida por arquitetos visionários, a fim de que pudesse ele escalar o Infinito constelado, para lhe roubar as luzes inextinguíveis e resplandecentes dos astros, para, de seus blocos, poder plasmar as efígies dos heróis e dos deuses imortais…
Assim, o Espírito Vitor Hugo inicia o quarto romance ditado mediunicamente a Zilda Gama, editado pela Federação Espírita Brasileira.
Em parágrafo adiante, esclarece: Já sabeis, leitor amigo e perspicaz, que me refiro à Itália, a pátria maravilhosa de Alighieri, de Da Vinci, de Cícero, de Petrarca, de Marco Aurélio… e reporta o leitor aos dias do reinado de Júlio César, que viveu entre 100 a. C a 44 a. C., para o início da sua narrativa.
O enredo desse romance se desdobra antes e depois da vinda do Cristo, na poderosa Itália dos Césares, onde, de permeio com a devassidão e a crueldade, se destacam exemplos de nobre heroísmo, que comovem e despertam a admiração do leitor. Dor Suprema relata diferentes encarnações dos personagens e a continuidade de suas existências, interligadas por sentimentos de amor e ódio, de forma a demonstrar o processo de evolução da alma humana, comprovando a inexorável Justiça Divina, retratada na lei de causa e efeito.
A obra compreende nove livros, divididos em diversos capítulos. Com a mesma verve de Os miseráveis, aquele especial dom de descrever a miséria e a dor, denunciando a torpeza de almas que no mundo utilizam seu poder para a opressão e a crueldade, o autor espiritual inicia relatando as desventuras de Clotilde Moréti, obrigada a se consorciar com o cruel e sanguinário Numa Tarquínio.
Infelizmente, Clotilde se permite a fuga, em noite de desespero, pela falsa porta do suicídio, iniciando ali uma cruzada de dores ainda maiores, ela que estava prestes a consumar seu resgate, houvesse aguardado apenas mais algumas horas…
Fatalidade de nascimento, preconceitos de raça, ódio inatos, catástrofes políticas, tudo isso, que faz o tormento e a ilusória felicidade do mundo, perpassa nessa obra mediúnica, cujas personagens vivem com padrões indeléveis e inconfundíveis.
As tramas, os desencantos, as consequências das ações e reações, o livre-arbítrio, as provas e as expiações, levando a efeito o seu processo educativo e despertador da conscientização do trabalho no bem. É o passo ajustado para a humanidade atingir o progresso moral.
Os personagens do livro acreditam na Lei das Reencarnações e, para dar um cunho de verossimilhança, uma vez que viveram em eras pregressas antes do advento da chegada do Espiritismo na Terra, a médium transcreve em nota final, trechos de conferência proferida, em 1925, no templo de Ebenézer, no Maranhão, pelo Dr. Correia de Araújo:
A reencarnação é uma doutrina antiquíssima e tão universal como a doutrina da imortalidade de que é corolário lógico.
Os gregos criam que as almas, depois de alguns séculos, bebiam água do Letes para esquecimento das suas vidas passadas, e voltavam em seguida à Terra.
E conclui: Não devem, pois, causar surpresa aos leitores de Dor Suprema os fenômenos nela descritos, tratando-se de Espíritos evolvidos e que já possuíam conhecimentos das religiões do Oriente e da doutrina pitagórica, que antecedeu o advento do Cristianismo. Lembre-se também de que suas palavras foram ditadas pelo emérito reencarnacionista, Victor Hugo, com a lucidez que lhe é peculiar. Relatou ele o que, certamente, observou através dos séculos, pois o seu espírito fúlgido, de grande tirocínio, deve ter sido habitante deste planeta desde épocas imemoriais … Eu nelas creio com fé inabalável.
O contato, em existência posterior, com o Apóstolo Pedro e algumas descrições de reuniões dos tempos primitivos do Cristianismo igualmente são descritas, bem assim a morte de Pedro e menção à de Paulo de Tarso.
O despertar na Espiritualidade de Pedro, o seu reencontro com Jesus iniciam o livro oitavo, com diálogos comovedores.
E se a obra encerra com a morte coletiva violenta, na qual se encontram personagens que, com lágrimas e resignação, haviam resgatado seus equívocos, alude ao plano espiritual em descrição poética:
A neblina viva e luminosa – constituída por miríades de almas libertas em um só instante – alçou-se, dos escombros fumegantes, tomou formas humanas e, algumas destas atingiram o Espaço, alçadas, naves de luz e névoas, escoltadas pelos Mensageiros siderais, a fim de que despertassem em alguma ditosa Região do Universo – conforme as conquistas espirituais efetuadas no Planeta das Lágrimas… tornando-se, desse modo, habitantes da Criação, cujas Pátrias não têm limites, nem fronteiras.
Uma lição de perseverança, otimismo e, sobretudo de que por mais se sofra, Deus está sempre atento e, embora nem sempre nos demos conta, Sua providência e Seu amor nos acompanham os passos.
Mundo Espírita
Setembro/2015
NOSSA DÁDIVA
O sol buscava a linha do horizonte e o manto escuro da noite já se espalhava pelos campos, quando o trabalhador deixou a lavoura e tomou o caminho de volta para casa.
Caminhava a passos largos com a colheita do dia às costas, quando notou que, em sentido contrário, vinha luxuosa carruagem revestida de estrelas.
Contemplando-a fascinado, viu-a parar junto dele e, quase assustado, reconheceu a presença do Senhor do Mundo, que saiu dela e estendeu-lhe a mão a pedir-lhe esmolas...
O quê? Refletiu espantado. O Senhor da Vida a rogar auxílio a mim, que nunca passei de mísero escravo na aspereza do solo?
Mas, como o Senhor continuava esperando, mergulhou a mão no alforje de trigo que trazia e entregou ao Divino Pedinte apenas um grão da preciosa carga.
O Senhor agradeceu e partiu.
Quando, porém, o pobre homem do campo voltou a si do próprio assombro, observou que doce claridade vinha do alforje poeirento...
O grão de trigo, do qual fizera sua dádiva, tornara à sacola transformado em uma pedra de ouro luminescente...
Deslumbrado gritou:
Louco que fui!... Por que não dei tudo o que tenho ao Senhor da Vida?
* * *
O apólogo retrata um pouco da atual realidade da Terra.
Quando o materialismo compromete edificações veneráveis da fé, no caminho dos homens, o Cristo pede cooperação para a sementeira do Seu Evangelho, junto ao Seu rebanho sofrido.
No entanto, nós costumamos agir como o lavrador.
Não estamos dispostos a ofertar a nossa dádiva em benefício do bem comum. E quando fazemos, damos apenas uma pequena migalha.
O Senhor da Vida não necessita das coisas materiais porque todas lhe pertencem, no entanto, solicita a nossa autodoação em prol da edificação de um mundo moralmente melhor.
Assim como o verme executa sua tarefa embaixo do solo, a chuva e o vento fazem seu papel no contexto da natureza.
Assim como o sol, a lua e os demais astros trabalham para que haja harmonia no Universo...
Assim como as abelhas e outros insetos fazem a tarefa da polinização, possibilitando a fecundação da vida... assim também o Senhor da Vida espera de nós a dádiva da polinização do Seu amor junto aos Seus filhos.
A pequena dádiva da paciência e da tolerância...
A esmola convertida em salário justo, dignificando o homem...
Uma migalha de afeto doada com sinceridade...
O sorriso capaz de despertar a alegria em alguém....
Um minuto de atenção a um enfermo solitário...
A palavra sincera capaz de esclarecer e consolar...
Uma semente de esperança plantada no coração de alguém que sofre... São nossas pequenas dádivas que se converterão em luz a iluminar nossa própria caminhada.
* * *
O Senhor da Vida está sempre a solicitar a nossa colaboração para que Seus objetivos nobres se concretizem na face da Terra.
Sabedores de que nossas pequenas dádivas se converterão em tesouros eternos, não as economizemos como o lavrador. Agindo assim não teremos que dizer:
Louco que fui!... Por que não dei tudo o que tenho ao Senhor da Vida?
Jornal Mundo Maior
Julho 2020
ESCRITORES
“Guardai-vos dos escribas que gostam de andar com vestes compridas.” — Jesus. (MARCOS, capítulo 12, versículo 38.)
As letras do mundo sempre estiveram cheias de “escribas que gostam de andar com vestes compridas”.
Jesus referia-se não só aos intelectuais ambiciosos, mas também aos escritores excêntricos que, a pretexto de novidade, envenenam os espíritos com as suas concepções doentias, oriundas da excessiva preocupação de originalidade.
É preciso fugir aos que matam a vida simples.
O tóxico intelectual costuma arruinar numerosas existências.
Há livros cuja função útil é a de manter aceso o archote da vigilância nas almas de caráter solidificado nos ideais mais nobres da vida. Ainda agora, quando atravessamos tempos perturbados e difíceis para o homem, o mercado de idéias apresenta-se repleto de artigos deteriorados, pedindo a intervenção dos postos de “higiene espiritual”.
Podereis alimentar o corpo com substâncias apodrecidas?
Vossa alma, igualmente, não poderá nutrir-se de ideais inferiores, na base da irreligião, do desrespeito, da desordem, da indisciplina.
Observai os modelos de decadência intelectual e refleti com sinceridade na paz que desejais íntima-mente, Isso constituirá um auxílio forte, em favor da extinção dos desvios da inteligência.
Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier
FRATERNIDADE
“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.” Jesus (João, 13:35)
Desde a vitória de Constantino, que descerrou ao mundo cristão as portas da hegemonia política, temos ensaiado diversas experiências para demonstrar na Terra a nossa condição de discípulos de Jesus.
Organizamos concílios célebres, formulando atrevidas conclusões acerca da natureza de Deus e da Alma, do Universo e da Vida.
Incentivamos guerras arrasadoras que implantaram a miséria e o terror naqueles que não podiam crer pelo diapasão da nossa fé.
Disputamos o sepulcro do Divino Mestre, brandindo a espada mortífera e ateando o fogo devorador.
Criamos comendas e cargos religiosos, distribuindo o veneno e manejando o punhal.
Acendemos fogueiras e erigimos cadafalsos, inventamos suplícios e construímos prisões para quantos discordassem dos nossos pontos de vista.
Estimulamos insurreições que operaram o embate de irmãos contra irmãos, em nome do Senhor que testemunhou na cruz o devotamento à Humanidade inteira.
Edificamos palácios e basílicas, famosos pela suntuosidade e beleza, pretendendo reverenciar-lhe a memória, esquecidos de que ele, em verdade, não possuía uma pedra onde repousar a cabeça.
E, ainda hoje, alimentamos a separação e a discórdia, erguendo trincheiras de incompreensão e animosidade, uns contra os outros, nos variados setores da interpretação.
Entretanto, a palavra do Cristo é insofismável.
Não nos faremos titulares da Boa Nova simplesmente através das atitudes exteriores.
Precisamos, sim, da cultura que aprimora a inteligência, da justiça que sustenta a ordem, do progresso material que enriquece o trabalho e de assembléias que favoreçam o estudo; no entanto, toda a movimentação humana, sem a luz do amor, pode perder-se nas sombras.
Seremos admitidos ao aprendizado do Evangelho, cultivando o Reino de Deus que começa na vida íntima.
Estendamos, assim, a fraternidade pura e simples, amparando-nos mutuamente... Fraternidade que trabalha e ajuda, compreende e perdoa, entre a humildade e o serviço que asseguram a vitória do bem. Atendamo-la, onde estivermos, recordando a palavra do Senhor que afirmou com clareza e segurança:
— "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros."
Fonte Viva
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Emmanuel
HISTÓRIA DE UM SONETO
Em 1931, desencarnara um amigo do Chico, em Pedro Leopoldo. Cavalheiro digno, católico muito distinto e pai de família exemplar. O médium acompanha o enterro.
Na cidade, da igreja ao Cemitério, é longo o percurso. Um padre presente abeira-se
Do rapaz e pergunta:
— Então, Chico, dizem que você anda recebendo mensagens do outro mundo...
— É verdade, reverendo. Sinto que alguém me ocupa o braço e se serve de mim para escrever...
— Tome cuidado. Lembre-se de que o Espírito das Trevas tem grande poder para o mal.
— Entretanto, padre, os Espíritos que se comunicam somente nos ensinam o bem.
O sacerdote retirou um papel em branco da intimidade de um livro que sobraçava e convidou:
— Bem, Chico, estamos no Cemitério, acompanhando um amigo morto... Tente alguma coisa. Vejamos se há aqui algum Espírito desejando escrever.
Chico recebe o papel e concentra-se.
Em poucos instantes, sente o braço tomado pela força espiritual e psicografa a poesia aqui transcrita:
ADEUS
O sino plange em terna suavidade,
No ambiente balsâmico da igreja;
Entre as naves, no altar, em tudo adeja
O perfume dos goivos da saudade.
Geme a viuvez, lamenta-se a orfandade;
E a alma que regressou do exílio beija
A luz que resplandece, que viceja,
Na catedral azul da imensidade...
“Adeus, Terra das minhas desventuras...
Adeus, amados meus...“ —diz nas alturas...
A alma liberta, o azul do céu singrando...
— Adeus... —choram as rosas desfolhadas,
— Adeus... —clamam as vozes desoladas
De quem ficou no exílio soluçando...
Auta de Souza
Este soneto foi incorporado ao PARNASO DE ALÉMTÚMULO.
Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama
FÉ E PERSEVERANÇA
Três rapazes suspiravam por encontrar o Senhor, a fim de fazer-lhe rogativas.
Depois de muitas orações, eis que, certa vez, no campo em que trabalhavam, apareceu-lhes o carro do Senhor, guiado pelos anjos.
Radiante de luz, o Divino Amigo desceu da carruagem e pôs-se a ouvi-los.
Os três ajoelharam-se em lágrimas de júbilo e o primeiro implorou a Jesus o favor da riqueza. O Mestre, bondoso, determinou que um dos anjos lhe entregasse enorme tesouro em moedas, O segundo suplicou a beleza perfeita e o Celeste Benfeitor mandou que um dos servidores lhe desse um milagroso ungüento a fim de que a formosura lhe brilhasse no rosto. O terceiro exclamou com fé:
— Senhor, eu não sei escolher... Dá-me o que for justo, segundo a tua vontade.
O Mestre sorriu e recomendou a um dos seus anjos lhe entregasse uma grande bolsa.
Em seguida, abençoou-os e partiu...
O moço que recebera a bolsa abriu-a, ansioso, mas, oh! desencanto!... Ela continha simplesmente uma enorme pedra.
Os companheiros riram-se dele, supondo-o ludibriado, mas o jovem afirmou a sua fé no Senhor, levou consigo a pedra e começou a desbastá-la, procurando, procurando...
Depois de algum tempo, chegou ao coração do bloco endurecido e encontrou aí um soberbo diamante. Com ele adquiriu grande fortuna e com a fortuna construiu uma casa onde os doentes pudessem encontrar refúgio e alivio, em nome do Senhor.
Vivia feliz, cuidando de seu trabalho, quando, um dia, dois enfermos bateram à porta. Não teve dificuldade em reconhecê-los. Eram os dois antigos colegas de oração, que se haviam enganado com o ouro e com a beleza, adquirindo apenas doença e cansaço, miséria e desilusão.
Abraçaram-se, chorando de alegria e, nesse instante, o Divino Mestre apareceu entre eles e falou:
— Bem-aventurados todos aqueles que sabem aproveitar as pedras da vida, porque a fé e a perseverança no bem são os dois grandes alicerces do Reino de Deus.
Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei
PAI NOSSO ESPÍRITA
Pai Nosso que estais nos céus, na terra, em todos os mundos espirituais, santificado e bendito seja sempre o vosso nome, mesmo quando a dor e a desilusão ferirem nosso coração, bendito sejas.
O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje Pai, dai-nos o pão que revigora as forças físicas, mas dai-nos também o pão para o espírito.
Perdoai as nossas dívidas, mas ensinai-nos antes a merecer o vosso perdão, perdoando aqueles que tripudiam sobre nossas dores, espezinham nossos corações e destroem nossas ilusões. Que possamos perdoá-los não com os lábios e sim com o coração.
Afastai do nosso caminho todo sentimento contrário a caridade.
Que este Pai Nosso seja dadivoso para todos aqueles que sofrem. Como espiritas encarnados ou desencarnados.
Que uma partícula deste Pai Nosso vá até os cárceres, onde alguns sofrem merecidamente, mas outros, pelo erro judiciário.
Que vá até os hospícios iluminando os cérebros conturbados que ali se encontrão. Que vá aos hospitais, onde muitos choram e sofrem sem o consolo da palavra amiga.
Que vá a todos aqueles que nesse momento transpõe o pórtico da vida terrena para a espiritual para tenham um guia e o vosso perdão.
Que esse Pai Nosso vá até os lupanares e erga estas pobres infelizes criaturas que para ali foram tangidas pela fome, dando-lhes apoio e fé.
Que vá até o seio da terra onde o mineiro esta exposto a grande perigo, e que ele findo o dia possa voltar ao seio de sua família.
Que este Pai Nosso vá até os dirigentes das nações para que evitem a guerra e cultivem a Paz.
Tende piedade dos órfãs e viúvas. Daqueles que até esta hora não tiveram uma pedaço de pão. Tende compaixão dos navegadores dos ares, dos que lutam com os vendavais no meio do mar bravio. Tende piedade da mulher que abre olhos do ser à vida.
Que a Paz e a Harmonia do Bem fiquem entre nós e estejam com todos.
Amém
Autor desconhecido
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