HONESTIDADE
O velho e bom dicionário Aurélio define a honestidade como a qualidade ou caráter de honesto; honradez; dignidade; probidade; decoro; decência; castidade; pureza;virtude, e honesto, como honrado; digno; probo; decente; íntegro.
Pois bem, essa é a virtude que os pais decentes esperam que seus filhos alcancem, para levarem uma vida justa e digna de se ter amigos, como já disse Vitor Hugo. A sociedade também espera de seus membros que tal virtude impere soberana, garantindo uma vida de relacionamento harmônico, pacífico e próspero.
O espírito Georges na revista Espírita de 1860 fala da moralidade daqueles que não a tem e chama-a de honestidade relativa que faz com que o ladrão não roube o lenço de seu camarada, mesmo ele tendo dois; que o comerciante não pede preço exagerado ao seu amigo e mesmo o traidor é fiel a alguém, provando que a luz divina nunca está completamente ausente do coração humano.
O Espírito Hammed na obra A Imensidão dos Sentidos fala que a perturbação interior pode jogar-nos, por muito tempo, na textura da escuridão,onde a alma infeliz se faz prisioneira dos inimigos externos e dos mais ferrenhos, os internos. São criaturas aprisionadas aos seus painéis íntimos e somadas às criaturas afins, desencarnadas ou não e são reservadas, insociáveis, envergonhadas, desprovidas de humor, no mais das vezes.
Propõe esse Espírito que para combatermos esse bloqueio mental ou emocional e a alucinação causada pela ideia fixa, precisamos aprimorar nossos sentimentos, abrandando nosso coração, pois teremos que voltar à naturalidade, eliminando passo a passo os excessos do formalismo social e religioso e os exageros das convenções que contrariam as leis naturais gerando perturbações e conflitos.
E conclui que a construção de nossa paz interior vem quando estabelecermos e cultivarmos a honestidade emocional em nossas relações, conosco e com os outros.
O sábio e bondoso Espírito Emmanuel diz-nos para nos apiedarmos dos enfermos e desesperados que se afundaram nas águas lodosas da miséria, ou que foram vitimados pelos flagelos públicos e cita o apóstolo Paulo ao recomendar a Timóteo o amparo espiritual que devemos aos que suportam a coroa esfogueante da autoridade, comandando, dirigindo, orientando, instruindo...
São esses nossos irmãos que conduzidos à eminência do poder e da fortuna, da administração ou daliderança,carregam provas e tentações de todo tipo e sofrem as vicissitudes queabalam lamentavelmente as coletividades que influenciam.
Assim como os pastores dementados que não entendem os deveres que lhes são próprios e passam por perturbações aflitivas que resvalam nas suas ovelhas, que sofrem então as calamidades e misérias morais, que atrasam a evolução e causam verdadeiros tormentos em suas vidas.
Pede ainda o esclarecido Espírito que não nos esqueçamos da oração por aqueles que nos dirigem, ajudando-os com as bênçãos para que desempenhem com zelo seus compromissos e que possamos viver a verdadeira caridade sob a inspiração da honestidade, que é a base da segurança em nossa vida.
Crispim
Referências bibliográficas:
- Revista Espírita Tomo III-1860. Allan Kardec.
- O Evangelho por Emmanuel. Comentário às Cartas de Paulo. Chico Xavier/Emmanuel.
- A Imensidão dos Sentidos. Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed.
A ARTE DE ESCREVER
Escrever é uma arte que se conquista pelo exercício.
Em tudo que escreva procure levar uma mensagem de paz e esperança para aqueles que estão à espera de algum argumento para alimentar seus corações e incentivos para continuar vivendo.
Na realidade todos são colocados em lugares estratégicos que mais atenda aos seus interesses, mesmo porque cada um está junto àqueles que necessitam conviver e todos precisam de estímulos para que vivam uma experiência produtiva e alegre, por isso o esforço de cada dia é muito importante.
Assim escreva uma mensagem de esperança aos tristes e aqueles que estão passando por crises emotivas e, por momentos sentem-se sem razão para viver e logo alerte os seus corações que apesar dos problemas que estão vivendo, ainda é a melhor opção.
Porque tem a oportunidade de vencer os seus desafios nessa nova existência que fora de sua escolha com conhecimento de causa, porque, a rigor todos são colocados diante de seus grandes problemas ou de seus dramas de ontem e de hoje, para com sabedoria e discernimento revolvê-los.
Por isso através da escrita, conte histórias edificantes que lembre situações análogaa a que estão vivendo, porém esses personagens foram capazes de enfrentar as dificuldades e sagraram-se vencedores, pelo empenho, dedicação e fé, mas acima de tudo, por manter a confiança absoluta na misericórdia de Deus.
Pois o bondoso Pai ofereceu-lhe a oportunidade bendita da reencarnação em que poderá equacionar os problemas intrincados de ontem que resultam na persistente consciência de culpa que lhe tirava a paz antes de renascer, e hoje goza dessa trégua para redimensionar os seus dramas do passado.
Assim que olhando a vida do ponto de vista espiritual tem mais encanto e beleza, porque não se circunscreve ao restrito mundo em que se vive, mas apresenta argumentos formidáveis para entender em profundidade a realidade dos fatos.
Assim que diante dessas relações pode encontrar caminhos que levem a tomar uma decisão mais clara sobre diversos assuntos. No entanto, não se esqueça do essencial, porque está consciente que nestes breves instantes aqui neste planeta de provas e expiações, onde deve dar testemunho que realmente entendeu a mensagem de Jesus.
Além de tudo, ainda colocou em pauta as grandes questões do seu destino, porque a verdade que tem tempo para tantas coisas aqui neste mundo, mas se esquece do principal, porque na hora de voltar para casa deve se perguntar, mas o que fiz da vida?
Assim que aproveite enquanto é tempo e reescreva a história de sua vida enquanto pode e está a caminho, não a deixe para depois. A vida não espera indefinidamente. Áulus.
Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
ALERTE O SEU CORAÇÃO
A cada dia erga-se pela manhã com um projeto de amor no coração. Planeje cada hora de sua vida para que seja bem aproveitada.
Cada momento que vive, nele pode gravar com atos generosos a sua presença nesse plano do mundo, onde fora chamado a viver.
Guarde sempre a certeza no coração que se passa por provações difíceis, ainda assim não se permita o desânimo, porque é verdade que também são nuvens passageiras a entenebrecer o seu coração, mas logo o sol da esperança brilhará outra vez.
Por esta razão continue a espalhar o bem ao redor de si, porque dessa semente que semeia todo o dia, é que nascerá o alimento que o fortalecerá naquele dia de sua maior aflição, por isso, jamais deixe de promover o bem, porque é a melhor ocupação para os seus dias vividos e o consolo para o seu coração generoso.
Nunca descreia do bem, ainda é a melhor proposta que participa, mesmo que em seu lugar nasça à ingratidão, não se importe, mesmo porque não lhe cabe avaliar por enquanto o resultado, mas é certo que haja ervas daninhas ao longo do percurso, ou algum lobo, a verdade é que o bem tem sempre o amparo infinito do Pai, mas o bem é a lei suprema, e quem o pratica será sempre o mais afortunado.
Assim, que prossiga ao longo do percurso praticando o bem e evitando o mal, porque um dia, longe de tantas perquirições receberá a resposta por haver praticado a santa lei do Pai, que sempre recomenda o amor e a caridade a beneficio deles mesmos.
Todavia muitos não entenderam esse propósito divino que sempre favorecerá aquele que pratica o bem sempre e deixa que o tempo corra implacável, que contando com os recursos admiráveis das boas obras, deixam ficar inativos.
Porém, mais tarde, talvez , tenham que chorar pelo irremediável tesouro perdido que é o tempo, e sem esperança hão de lamentar amargamente aqueles dias que se foram, por isso, alerte o seu coração ainda enquanto há tempo para fazer alguma cosia que possa contar em seu favor. Áulus.
Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
JESUS: GUIA E MODELO DA HUMANIDADE
Os Espíritos Superiores nos ensinam que Jesus é o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para nos servir de guia e modelo.4
Significa dizer que [...] Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.5
Jesus, cuja perfeição se perde na noite imperscrutável das eras, personificando a sabedoria e o amor, tem orientado todo o desenvolvimento da Humanidade terrena, enviando os seus iluminados mensageiros, em todos os tempos, aos agrupamentos humanos e, assim como presidiu à formação do orbe, dirigindo, como Divino Inspirador, a quantos colaboraram na tarefa da elaboração geológica do planeta e da disseminação da vida em todos os laboratórios da Natureza, desde que o homem conquistou a racionalidade, vem-lhe fornecendo a idéia de sua divina origem, o tesouro das concepções de Deus e da imortalidade do espírito, revelando-lhe, em cada época, aquilo que a sua compreensão pode abranger.10
Sabemos que raças [...] e povos ainda existem, que o desconhecem, porém não ignoram a lei de amor da sua doutrina, porque todos os homens receberam, nas mais remotas plagas do orbe, as irradiações do seu espírito misericordioso, através das palavras inspiradas dos seus mensageiros.11
Jesus [...] é a Luz do Princípio e nas suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo. Seu coração magnânimo é a fonte da vida para toda a Humanidade terrestre. Sua mensagem de amor, no Evangelho, é a eterna palavra da ressurreição e da justiça, da fraternidade e da misericórdia. Todas as coisas humanas passaram, todas as coisas humanas se modificarão. Ele, porém, é a Luz de todas as vidas terrestres, inacessível ao tempo e à destruição.8 Enviado de Deus, Ele foi a representação do Pai junto do rebanho de filhos transviados do seu amor e da sua sabedoria, cuja tutela lhe foi confiada nas ordenações sagradas da vida no Infinito. Diretor angélico do orbe, seu coração não desdenhou a permanência direta entre os tutelados míseros e ignorantes [...].9
REFERÊNCIAS
4. ______. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 91. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007, questão 625, p. 346.
5. ______. Questão 625 – comentário, p. 346.
9. ______. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007, questão 283, p. 168.
10. ______. Emmanuel. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. II (A ascendência do evangelho), p.25.
11. ______. Item: O Evangelho e o futuro, p. 28.
ESDE
2008
PSICOGRAFIA
Querida Mamãe!...
Com o coração cheio de saudade aproveito desta oportunidade para agradecer a senhora tudo que fez por mim, por aquela luta diária para me dar o melhor, mas foi todo em vão. Sofri muito vendo que embora lutasse muito não obteve o resultado que esperava, mas agora a senhora não há de crer que estou bem melhor. Aqueles momentos tormentosos já passaram. Sinto-me mais confortada, porque já não tenho mais que carregar o fardo do corpo. Estou mais leve até, muito embora ainda sinta algum desconforto, especialmente quando começo a pensar na vida que levava, mas graças à ajuda de amigos estou melhorando.
Estava tão ansiosa para mandar alguma notícia ou pelo menos desabafar um pouco, mas agora a senhora já sabe que a pior parte já passou, conseguiu-se vencer a prova. Agora, quero que tranqüilize o seu Espírito porque estou realmente bem.
Gostaria de mandar um grande abraço ao Joãozinho, que não me sai do pensamento, cuida bem dele mamãe.
Diga para Neuza que siga em frente que o caminho é por aí mesmo, sem estudo não se vai a lugar nenhum.
Vejo a senhora, minha mãe, lembrando o passado. As dificuldades, o sofrimento, a falta de recursos, isso me deixa muito aflita e amargurada. Não quero que sofra mais, passa um apagador nessas lembranças tristes porque não está sendo justa consigo mesma, lembrando esses sofrimentos e dificuldades isso a fará adoecer e porque vivenciar novamente esses acontecimentos através da lembrança tem mesmo é que dar graças a Deus por haver superados todos esses momentos difíceis olhe para frente, procure se distrair um pouco converse com as amigas, arranje algo extra para se ocupar, senão a senhora sempre ficará presa àquelas lembranças.
Olhe para frente, tenha certeza que estou bem, porque realmente estou é isso que é importante para senhora, então não há do que se lamentar, coragem, mulher, agora, o que importa é que se tranqüilize e seja feliz.
Um grande abraço da filha sempre reconhecida.
Maria
Aquele que passa por provação sempre merece o apoio de quem compreendeu o sentido do Evangelho Redivivo, porque de que adiantaria saber os ensinamentos de Jesus se não os aplicar. O Evangelho é um exemplo vivo para ser seguido, não somente para ser admirado. As aflições do próximo é um teste para quem se diga espírita, pois que representa a hora que deve dar testemunha de que assimilou a mensagem.
Se porventura surja uma ocasião de ser útil o faça sem perda de tempo, porque o Evangelho é uma lição viva e permanente. Viva o Evangelho porque ele descerrará muitas portas. Precisamos valorizar a mensagem do Evangelho, pois que ele será uma força atuante em nossa vida, quer seja uma inspiração em auxílio ao próximo, quer seja uma norma para a vivência diária e para a vida toda.
Assim se dispõe de tempo e condições não desperdice suas horas, mas aplique o na divulgação do Evangelho que é a luz que ilumina muitos caminhos, será também em sua vida, pois que à medida que o divulgue mais oportunidades surgirão para fazê-lo, se for fiel no pouco sobre o muito o colocarão, e será uma chance de ser reabilitar perante Jesus, que tanto fez e faz para que retorne ao seu redil, pois que o melhor pescador lança as suas redes envolvendo todos os corações generosos, atraindo os suavemente ao seu doce e terno convívio.
Uma frase é um livro quanto escrita com o coração.
Guarda a certeza no coração que estaremos sempre presentes, proporcionando os meios para levar adiante a tarefa que será de muito trabalho.
Ora sempre e continue firme no propósito de realizar o trabalho, porque auxílio não faltará.
Fique com Deus
Marcos Paulo
O APELO DE CÁRITAS
Numa manifestação registrada em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XIII, item 13, ed. FEB, diz a entidade:
Dei esta manhã o meu giro habitual e, com o coração amargurado, venho dizer-vos: Oh! meus amigos, que de misérias, que de lágrimas, quanto tendes de fazer para secá-las todas! Em vão, procurei consolar algumas pobres mães, dizendo-lhes ao ouvido: Coragem! há corações bons que velam por vós; não sereis abandonadas; paciência! Deus lá está; sois dele amadas, sois suas eleitas. Elas pareciam ouvir-me e volviam para o meu lado os olhos arregalados de espanto; eu lhes lia no semblante que seus corpos, tiranos do Espírito, tinham fome e que, se é certo que minhas palavras lhes serenavam um pouco os corações, não lhes reconfortavam os estômagos. Repetia-lhes: Coragem! Coragem! Então, uma pobre mãe, ainda muito moça, que amamentava uma criancinha, tomou-a nos braços e a estendeu no espaço vazio, como a pedir-me que protegesse aquele entezinho que só encontrava, num seio estéril, insuficiente alimentação. Alhures vi, meus amigos, pobres velhos sem trabalho e, em consequência, sem abrigo, presas de todos os sofrimentos da penúria e, envergonhados de sua miséria, sem ousarem, eles que nunca mendigaram, implorar a piedade dos transeuntes. Com o coração túmido de compaixão, eu, que nada tenho, me fiz mendiga para eles e vou, por toda a parte, estimular a beneficência, inspirar bons pensamentos aos corações generosos e compassivos. Por isso é que aqui venho, meus amigos, e vos digo: Há por aí desgraçados, em cujas choupanas falta o pão, os fogões se acham sem lume e os leitos sem cobertas. Não vos digo o que deveis fazer; deixo aos vossos bons corações a iniciativa. Se eu vos ditasse o proceder, nenhum mérito vos traria a vossa boa ação. Digo-vos apenas: Sou a caridade e vos estendo as mãos pelos vossos irmãos que sofrem.
Estas vigorosas afirmativas são do Espírito Cárita, piedosa religiosa martirizada em Roma.
Segundo o índice biográfico da Revista Espírita, de Allan Kardec, seria o mesmo que ditou a famosa “Prece de Cáritas”.
Não devemos ver na mensagem transcrita simplesmente um apelo à beneficência, mas o registro de lamentável realidade que somos chamados a modificar.
O falecido prefeito de Nova York, La Guardia, era famoso por suas tiradas filosóficas.
Costumava presidir, periodicamente, um tribunal onde eram julgados casos policiais simples.
Numa dessas sessões apresentaram-lhe um homem que fora surpreendido roubando um pão.
La Guardia julgou-o, considerou-o culpado e o condenou a pagar uma multa de cinquenta dólares. Depois, dirigindo-se à pequena multidão que lotava o recinto, sentenciou:
– Quanto aos presentes, estão todos condenados a pagar um dólar cada um, até atingir o limite da multa imposta ao réu, para que ela seja quitada e ele, libertado. Após breve pausa, enfatizou:
– Os senhores estão multados por viverem numa cidade onde um homem é obrigado a roubar pão para matar a fome.
O episódio de La Guardia é eloquente.
Permite-nos considerar que todos nós, habitantes de qualquer cidade do mundo, estamos sujeitos a uma sanção muito mais grave, a uma multa muito mais severa – a crônica insatisfação, a inquietação constante, os desajustes intermináveis, a frustração do anseio de felicidade...
Isso tudo por vivermos num mundo onde as palavras caridade, bondade, fraternidade, solidariedade, são enunciadas como virtudes raras, não como elementares deveres de convivência social, cujo exercício é indispensável ao equilíbrio de qualquer comunidade.
Dizem os Espíritos superiores que a felicidade do Céu é socorrer a infelicidade da Terra.
Diríamos nós que somente na medida em que nos preocuparmos em socorrer a infelicidade da Terra é que estaremos a caminho da felicidade do Céu.
Não há alternativa.
Podemos estar isolados da multidão aflita e sofredora, mas jamais estaremos bem, porquanto a infelicidade é o clima crônico dos que se fecham em si mesmos.
Mãos servindo são antenas que estendemos para a sintonia com as fontes da vida e a captação das bênçãos de Deus.
Por isso, manifestações como a de Cárita não podem morrer sem eco em nossos corações.
Há muita dor a amenizar, muita fome a saciar, muitas necessidades a atender...
Há muita gente precisando de nós!
Justificativas para a omissão sempre aparecem, mas facilmente desmontadas, amigo leitor, como podemos constatar em breve diálogo entre assíduos frequentadores de reuniões mediúnicas e o mentor que os convidava a participar do trabalho filantrópico, numa instituição espírita.
– Não tenho tempo!
– Tempo é uma questão de preferência.
– Até que gostaria de participar, mas estou adoentado!
– A prática do Bem é o melhor remédio para os males do corpo e da alma.
– Meu tempo passou. Estou com 75 anos!
– A ferrugem só atinge a enxada que deixou de trabalhar.
– Prometo para mais tarde.
– Amanhã haverá apenas espinhos em nosso caminho se não semearmos o bem agora!
Para finalizar, leitor amigo, uma observação interessante de um lidador espírita:
– É tão bom praticar o Bem, mas tão bom mesmo, que se o malandro soubesse disso, o faria por malandragem.
Reformador 2009
JOANA D’ARC MÉDIUM
Autor Léon Denis
Publicada em Paris, França, em 1912 e traduzida por Guillon Ribeiro, a obra aborda com impressionante riqueza de informações os fenômenos mediúnicos de voz direta, de vidência e de premonição na vida missionária de Joana d’Arc.
Inspirado pela própria Joana e com a lucidez que o notabilizou ao longo de mais de 60 anos a serviço da divulgação do Espiritismo, Léon Denis deu à “Donzela de Lorena” sua real dimensão no conturbado período da Guerra dos 100 anos, entre a França e a Inglaterra.
Existiam contradições gritantes entre os “místicos” e os “históricos”, como Anatole France, consagrado escritor francês, que estavam desfigurando a grandeza das ações da extraordinária heroína nesse conflito que mudaria os rumos da grande nação, preparando-a para os feitos do futuro, ao propiciar condições para o surgimento, mais tarde, do glorioso período do Iluminismo, que abriria as portas da liberdade do pensamento, a fim de que a Revelação Consoladora, por intermédio de Allan Kardec, pudesse erguer a bandeira alvinitente dos tempos novos.
Mais do que uma narrativa biográfica, “Joana d’Arc Médium” objetiva comprovar, de forma inconteste, a presença da Espiritualidade Superior influenciando as decisões da “Virgem Guerreira” nos grandes momentos de sua vida, desde os treze anos de idade, como no Castelo de Chinon, ao identificar o rei Carlos VII, que se disfarçou para testar seus poderes psíquicos.
Em seus depoimentos, no processo de condenação que lhe moveu o Tribunal da Inquisição, não hesitou afirmar corajosamente: “Vi São Miguel e os anjos com os olhos do meu corpo, tão perfeitamente como vos vejo agora”. “Abracei Santa Catarina e Santa Margarida. Rescendiam perfumes”.
O autor faz minucioso relato da trajetória transcendental desse nobre Espírito, desde o seu nascimento, na pobre casinha de Domrémy, até a sua execução cruel em 30 de maio de 1431, quando foi covardemente queimada em praça pública na cidade de Rouen, mostrando, de forma cabal, que a modesta e inculta camponesa nada poderia fazer sem a ajuda decisiva do Céu.
O amor de Joana pela Pátria, pela Humanidade e pelo Cristo emociona às lágrimas. Seu caráter é retratado com sentimento de veneração.
Posteriormente, depoimentos valiosos de generais e autoridades atestaram sua genialidade militar.
A Igreja, arrependida do grave erro cometido pela Inquisição, buscou reabilitá-la e a beatificou em 24 de abril de 1909, na Catedral de São Pedro, no Vaticano, em Roma, com enorme pompa, sob a direção do papa Pio X, diante de mais de 30.000 pessoas presentes. Em 1920 foi canonizada, recebendo o título de “santa”.
Denis conclui afirmando que “nas horas de crise e de provação, a Humanidade não fica abandonada a si mesma. A vida de Joana é uma das manifestações mais brilhantes da Providência Divina na história. Fortíssima comunhão existe entre os dois planos da vida visível e invisível”.
Ao espírita, o livro passa um sentimento arrebatador de fé verdadeiramente cristã.
Mundo Espírita
Abril/2011
NO REINO DAS BORBOLETAS
À beira de um pântano, uma borboleta pousou sobre um ninho de larvas e falou para as pequenas lagartas:
Olá. Sou irmã de vocês. Venho lhes dizer para ter esperança. Nem sempre ficarão coladas às ervas do pântano!
Esforcem-se para não sucumbir aos golpes da ventania que, de quando em quando, varre a paisagem.
Esperem! Depois do sono que as aguarda, todas acordarão com asas de puro veludo, refletindo o esplendor solar...
Então, não mais se arrastarão, presas ao solo úmido e triste. Adquirirão preciosa visão da vida, pois poderão subir muito alto e seu alimento será o néctar das flores...
Viajarão deslumbradas, contemplando o mundo, sob novo prisma!
Enquanto a mensageira fez ligeira pausa, ouviam-se exclamações admiradas:
Que misteriosa criatura!
Será uma fada milagrosa?
Nada possui de comum conosco...
Irradiando o suave aroma do jardim de onde viera, a linda visitante sorriu e continuou:
Não se iludam! Não sou uma fada celeste! Minhas asas são parte integrante da nova forma que a natureza lhes reserva.
Ontem, eu vivia com vocês. Amanhã viverão comigo! Flutuarão no imenso espaço, em voos sublimes em plena luz. Libertas do lodaçal, se elevarão felizes.
Conhecerão a beleza das copas floridas e o saboroso néctar das pétalas perfumadas. Contemplarão a altura e a amplitude do firmamento...
Logo após, lançando carinhoso olhar à família alvoroçada, abriu as asas coloridas e, voando com graciosidade, desapareceu no infinito azul.
Nisso, chegou ao ninho a lagarta mais velha do grupo e, ouvindo os comentários empolgados das companheiras jovens, ordenou irritada:
Calem-se e escutem! Tudo isso é insensatez, mentiras, divagações...
Não nos iludamos! Nunca teremos asas!
Somos lagartas, nada mais que lagartas. Sejamos práticas, no imediatismo da própria vida. Esqueçam-se de pretensos seres alados que não existem.
Precisamos simplesmente comer e comer... Depois vem o sono, a morte... E o nada... Nada mais...
As lagartas calaram-se, desencantadas.
Caiu a noite e, em meio à sombra, a lagarta chefe adormeceu, sem despertar no outro dia. Estava completamente imóvel.
As irmãs, preocupadas, observavam curiosas o fenômeno...
Depois de algum tempo, para espanto de todas, a ignorante e descrente orientadora surgiu como veludosa borboleta, de asas leves e ligeiras, a bailar no ar...
* * *
À semelhança da formosa borboleta que desceu às faixas escuras onde rastejavam suas irmãs lagartas, um dia, a Humanidade também recebeu a visita de um Ser Sublime, que veio trazer consolo e esperança.
Falou da vida triunfante para além do casulo físico.
Ele próprio, após desvencilhar-se do corpo físico, surgiu mais livre e mais brilhante que antes, mostrando-se aos discípulos, aos amigos.
Depois, com leveza, desapareceu na imensidão azul, diante de quinhentas testemunhas, admiradas, na distante Galileia...
Apesar do tempo transcorrido, ainda existem aqueles que preferem acreditar que o que nos espera para além da morte é o nada.
Não nos iludamos. Somos imortais. Viveremos.
Redação do Momento Espírita.
Jornal Mundo Maior
Agosto 2020
CONTENTAR-SE
“Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.” — Paulo. (FILIPENSES, capítulo 4, versículo 11.)
A vertigem da posse avassala a maioria das criaturas na Terra.
A vida simples, condição da felicidade relativa que o planeta pode oferecer, foi esquecida pela generalidade dos homens. Esmagadora percentagem das súplicas terrestres não consegue avançar além do seu acanhado âmbito de origem.
Pedem-se a Deus absurdos estranhos. Raras pessoas se contentam com o material recebido para a solução de suas necessidades, raríssimas pedem apenas o “pão de cada dia”, como símbolo das aquisições indispensáveis.
O homem incoerente não procura saber se possui o menos para a vida eterna, porque está sempre ansioso pelo mais nas possibilidades transitórias.
Geralmente, permanece absorvido pelos interesses perecíveis, insaciado, inquieto, sob o tormento angustioso da desmedida ambição. Na corrida louca para o imediatismo, esquece a oportunidade que lhe pertence, abandona o material que lhe foi concedido para a evolução própria e atira-se a aventuras de conseqüências imprevisíveis, em face do seu futuro infinito.
Se já compreendes tuas responsabilidades com o Cristo, examina a essência de teus desejos mais íntimos. Lembra-te de que Paulo de Tarso, o apóstolo chamado por Jesus para a disseminação da verdade divina, entre os homens, foi obrigado a aprender a contentar-se com o que possuía, penetrando o caminho de disciplinas acerbas.
Estarás, acaso, esperando que alguém realize semelhante aprendizado por ti?
Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier
NÃO TE PERTURBES
“E o mandamento que era para a vida, achei eu que me era para a morte.” Paulo (Romanos, 7:10)
Se perguntássemos ao grão de trigo que opinião alimenta acerca do moinho, naturalmente responderia que dentro dele encontra a casa de tortura em que se aflige e sofre; no entanto, é de lá que ele se ausenta aprimorado para a glória do pão na subsistência do mundo.
Se indagássemos da madeira, com respeito ao serrote, informaria que nele identifica o algoz de todos os momentos, a dilacerar-lhe as entranhas; todavia, sob o patrocínio do suposto verdugo, faz-se delicada e útil para servir em atividades sempre mais nobres.
Se consultarmos a pedra, com alusão ao buril, certo esclarecerá que descobriu nele o detestável, perseguidor de sua tranqüilidade, a feri-Ia, desapiedado, dia e noite; entretanto, é dos golpes dele que se eleva aos tesouros terrestres, aperfeiçoada e brilhante.
Assim, a alma. Assim, a luta.
Peçamos o parecer do homem, quanto à carne, e pronunciará talvez impropriedades mil. Ouçamo-lo sobre a dor e registraremos velhos disparates verbais. Solicitemos-lhe que se externe com referência à dificuldade, e derramará fel e pranto.
Contudo, é imperioso reconhecer que do corpo disciplinado, do sofrimento purificador e do obstáculo asfixiante, o espírito ressurge sempre mais aformoseado, mais robusto e mais esclarecido para a imortalidade.
Não te perturbes, pois, diante da luta, e observa.
O que te parece derrota, muita vez é vitória. E o que se te afigura em favor de tua morte, é contribuição para o teu engrandecimento na vida eterna.
Fonte Viva
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Emmanuel
DISCIPLINA
Nos fins de 1931, Chico, à tardinha, orava sob uma árvore junto ao açude, pitoresco local na saída de Pedro Leopoldo para o norte, quando viu, à pequena distância uma grande cruz luminosa. Pouco a pouco, dentre os raios que formava, surgiu alguém. Era um Espírito simpático, envergando túnica semelhante à dos sacerdotes, que lhe dirigiu a palavra com carinho.
Não se sabe o que teriam conversado naquele crepúsculo, mas conta o médium que foi esse o seu primeiro encontro com Emmanuel, na vida presente. E acentua que em certo ponto do entendimento, o orientador espiritual perguntou-lhe:
— Está você realmente disposto a trabalhar na mediunidade com o Evangelho de Jesus?
— Sim, se os bons Espíritos não me abandonarem... — respondeu o médium.
— Não será você desamparado, mas para isso é preciso que você trabalhe, estude e se esforce no bem — disse-lhe Emmanuel.
— E o senhor acha que eu estou em condições de aceitar o compromisso? — tomou o Chico.
— Perfeitamente, desde que você procure respeitar os três pontos básicos para o serviço.
Porque o protetor se calasse, o rapaz perguntou:
— Qual é o primeiro?
A resposta veio firme:
— Disciplina.
— E o segundo?
— Disciplina.
— E o terceiro?
— Disciplina.
O Espírito amigo despediu-se e o Médium teve consciência de que para ele ia começar uma nova tarefa.
Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama
UMA CARTA MATERNA
Meu filho, se procuras a bênção da felicidade, não te esqueças de que o Reino do Céu começa em nosso próprio coração e de que o primeiro lugar onde devemos trabalhar por ele é na própria casa onde vivemos.
A alegria verdadeira nem sempre é daqueles que dominam, mas nunca se aparta das almas generosas que aprendem a espalhar o bem.
Se queres que a tranqüilidade te acompanhe, busca ser útil.
Por que foges de teu pai, quando, cansado e abatido, mostra uma fisionomia preocupada?
Por que te afastas da mãezinha, quando observas o orvalho das lágrimas em seus olhos?
Aproxima-te deles e faze-lhes sentir que tens um coração compreensivo e amoroso.
Um fio d’água transforma o deserto em oásis. Um gesto de carinho opera milagres. Quanta gente espera construir o Reino de Deus, acendendo fogueiras de entusiasmo na praça pública e esquecendo no frio da indiferença aqueles que o Céu lhes confiou! ...
Guarda a paz contigo, a fim de que a possas distribuir.
Entre as paredes do lar, Deus situou a nossa primeira escola.
Se não sabemos exercer a tolerância e a bondade com cinco ou dez pessoas, que esperam pelo nosso entendimento e pelo nosso auxílio, debalde ensinaremos o caminho do bem-estar para os outros.
O primeiro degrau do Paraíso chama-se Gentileza. Aprende a ajudar para que outros te ajudem e, onde estiveres, serás sempre um valoroso operário na edificação do Reino Divino.
Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei
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