"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XV - N. 177 * Campo Grande/MS *Outubro de 2020.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

Luzes_do_Amanhecer_177.pdf
Click Aqui - Para Baixar


 

        

       Ponto final. Não é o fim, mas pode ser o recomeço de uma nova etapa bem diferente da anterior.

 

 

A INVEJA

 

            Diz o velho e bom dicionário Aurélio que inveja é desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem. Desejo violento de possuir o bem alheio, e por extensão, alguém também pode ser o objeto de inveja de outra pessoa.
            Nossas emoções, por elas mesmas não podem definir quem somos, pois quando eventualmente sentimos uma ponta de inveja, não quer dizer que somos indivíduos maus, mal caráter, da mesma maneira que não podemos ser considerados santos, por alguma boa ação que fizermos.
            É claro que certos sentimentos negativos devem ser trabalhados, colocando em prática nossa transformação íntima, mudando o mal sentimento emadmiração, e aos poucos irmos livrando-nos de nossas imperfeições morais... mesmo porque, a doutrina Espírita nos ensina que a cada imperfeição eliminada, é uma dor a menos em nossa vida; é um motivo a menos de sofrimento.
            O sentimento de inveja é quase sempre a maneira que a inferioridade acha para homenagear o merecimento de alguém. O próprio Allan Kardec, o mui digno codificador da glamorosa doutrina dos Espíritos estudou os “médiuns invejosos: aqueles que veem com despeito os outros médiuns, melhor apreciados e que lhes são superiores.”
            Para o Espírito Odilon Fernandes, ainveja entre os médiuns é tida como uma manifestação inferior da personalidade dos mesmos e é sem dúvida, uma característica dos espíritos que esbarram em suas próprias imperfeições, sendo um contrassenso, pois os que se envolvem em querelas similares, demonstram quão longe estão da vivência do Evangelho.
            Já disseram que o invejoso quando não logra ser do tamanho do outro, na tentativa de se nivelar à estatura, procura cortar-lhe as pernas... lamenta o Espírito Dr. Inácio Ferreira que infelizmente a inveja ainda é um sentimento bem presente no coração afastado do Senhor e aconselha que se o invejoso usasse a energia mental que despende na crítica maledicente a quem trabalha e faz, dirigisse tais recursos para realizar o melhor ao seu alcance, construiria bem mais do que tudo o que em vão procura jogar por terra.
            Os mercenários da fé, que abusam da credulidade dos fiéis, os fanáticos que não hesitariam em atear fogo à Terra para que suas ideias prevalecessem, os que padecem delírios esquizofrênicos de grandeza espiritual, vaidosos e supondo-se donos exclusivos da verdade e lutam para impor com violência o Evangelho e promovem a separatividade  em nome do Cristo; esses enfrentarão uma terrível justiça no dizer de Erasto, discípulo de Paulo.
            E o apóstolo Paulo em advertência por carta aos filipenses pediu para se distinguir entre os que pregavam a Cristo por inveja e porfia daqueles que o faziam de boa mente, com sinceridade de convicção, pois o verdadeiro embaixador do Evangelho é sempre um homem de paz, tolerante, fraterno destacando-se naturalmente sua bondade e sabedoria.

 

Crispim.

 

Referências bibliográficas:
- A Imensidão dos Sentidos. Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed.
- Mediunidade. Perguntas e Respostas. Carlos A. Baccelli/Odilon Fernandes.
- Saúde Mental à Luz do Evangelho/ Carlos A. Baccelli/Dr. Inácio Ferreira.

 

 

AGE BEM ENQUANTO HÁ TEMPO

 

            Esquece a ofensa e prática o bem.
            Tem fé no futuro e trabalha no presente.
            Observa os fatos da Natureza e amplia os conhecimentos.
            Constrói dentro de si argumentos verdadeiros e espalha o bem ao seu derredor.
            Tem fé no futuro e valorize o presente.
            Lembre-se que já tem talentos a sua disposição, no entanto, às vezes não avalia muito bem que é preciso que se coloque a serviço da grande causa proposta por Jesus, porque, a rigor, renasceu nas condições ideais para fazer o melhor.
            Por isso urge que trabalhe para que desenvolva o potencial que carrega dentro de si, pois que se adiar muito para fazer o bem, talvez quando decida, seja tarde demais e não venha se questionar, porque naqueles dias de sol que tinha tantas oportunidades, não as aproveitou.
            Urge que corra neste entardecer da existência, a fim de que não olhe com tristeza e preocupação seus dias idos e vividos, que não voltam mais, e um profundo arrependimento venha bater em seu coração, já sem remédio.
            Quando fixar os olhos cansados no horizonte com enorme vontade de chorar, por haver desperdiçado tão boas oportunidades que detinha em suas mãos, mas quando podia, sempre adiava, ou inventava desculpa para não exercer determinadas possibilidades que sabia que tinha, mas sempre procurava uma justificativa para não ter responsabilidade.
            É bom lembrar que sabendo dos talentos que tinha e em buscas dos quais muitos pessoas bateram a sua porta, mas sempre estava ocupado e os despedia sem lhes prodigalizar-lhes sequer uma palavra amistosa, ou orientava alguém para dizer que não estava ou que não podia atender.
            Lembre-se que talvez naquele dia de sua maior aflição, também Ele diga, afaste-se de mim homem mau e preguiçoso, pois que quando encaminhava alguns daqueles meus tutelados que mais sofriam para beneficiar das sobras de sua mesa, também lhe batia a porta e despedia-lhes sem sequer uma palavra de carinho.
            Por isso não esqueça, talvez em breve chegará a sua vez de pedir, aliás, de implorar o mesmo amparo que negava os outros, e não saberá precisar por tanto tempo deva esperar por uma oportunidade. É da lei, daquilo que planta, disso colherá. Áulus.

 

Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

CAMINHOS

 

            Gostaria de escrever algo que tivesse o perfume das flores silvestres das quais as abelhas sugam o néctar e levam para as suas colméias e o transformam  em preciso mel.
            Ainda que tivesse a miragem das águas mansas que viajam na imensa planície e passam pelas quedas das pequenas cachoeiras, sempre catando,  sem reclamar.
            O ipê amarelo que se destaca na imensidão da mata ao longe. O cantar das aves nativas, dos campos sem fim que se avista no horizonte, das lagoas e corixos que se estendem na imensidão do Pantanal.
Talvez ouvir a voz dos que partiram sem esperança de voltar, dos que sofrem resignados por não encontrar a justiça em suas ações, dos que sobram cargas de aflições por viverem sem um lar. Por razoes muito simples, de outra feita do lar se evadiram e da presença daquelas pessoas que mais os amaram.
            Talvez ouvir as palavras da pessoa que se ama, mas que já se transferiu para outra dimensão da existência. De ouvir a voz daquelas criaturas que sofrem por falta de bons exemplos para indicar o caminho do se deve fazer. Talvez ouvir a voz dos excluídos, mas também dos vencedores, dos miseráveis e dos poderosos, de homens e mulheres que viveram ontem os seus sonhos ou os seus pesadelos.
Mas também ouvir os argumentos de menor ou maior importância daqueles que perseveram com suas conquistas e como também daqueles que passaram por muitos sacrifícios para manter a sua decisão de fazer o bem. Por certo que renasceram para cumprir um pequeno papel, mas extremamente importante e que apesar de tudo conseguem levar até o fim.
            Talvez ouvir com encantamento o canto dos pássaros pela madrugada, pensando que o Sol nascerá outra vez trazendo vida e esperança a terra árida, onde cada um poderá cumprir o seu papel.
            Assim que na acústica da alma se reflita o bem daqueles que sonharam com um mundo melhor, não entanto não tiveram forças de construí-lo; dos que sonharam com o reino de Deus, mas não foram capazes de construí-lo no próprio coração.
            Daqueles outros que sonharam com a felicidade, mas não tiveram coragem de procurá-la junto aos que sofrem e padecem. Todavia caíram diante dos valores enervantes do mundo, colhendo hoje a contragosto a decepção e o desencanto.  porque não cumpriram com os compromissos mais sérios e o futuro os aguarda de acordo com o que se fizeram merecedores.
            Talvez batam a sua porta os remorsos de quando tiraram a paz dos outros, sem atinar que poderiam ter luz no próprio lar, mas sem apagar a do vizinho. Na realidade plantaram ao longo do caminho somente ervas daninha e pela lei de causa e efeito a colheita será obrigatória um dia, porque esse é a resposta justa.
            Daqueles que se despediram do mundo carregados de aflições que eles mesmos colocaram sobre seus ombros por imprevidentes. Porque não pensaram no direito do próximo, algo que jamais deveriam afrontar, enfim a paz que poderiam propiciar aqueles órfãos de afeto, que pediam migalhas de sua mesa farta, diante aqueles corações amargurados por tanto sofrimento, mas tudo recusaram.
            Enfim, histórias simples que fossem um bom exemplo para ser divulgado.

 

Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

AS BASES DA DOUTRINA CRISTÃ

 

            A mensagem cristã está sintetizada nestes ensinamentos: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento. Esse é o grande e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os profetas. Mateus, 22:37-40.6
            Tais orientações nos fazem refletir que a prática do bem, pela vivência da caridade, é a condição necessária para alcançarmos o reino dos céus anunciado por Jesus, amando a Deus e ao próximo. Caridade e humildade, tal a senda única da salvação. Egoísmo e orgulho, tal a da perdição. Este princípio se acha formulado nos seguintes precisos termos: “Amarás a Deus de toda a tua alma e a teu próximo como a ti mesmo; toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” E, para que não haja equívoco sobre a interpretação do amor de Deus e do próximo, acrescenta: “E aqui está o segundo mandamento que é semelhante ao primeiro”, isto é, que não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem amar o próximo sem amar a Deus. Logo, tudo o que se faça contra o próximo o mesmo é que fazê-lo contra Deus. Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: Fora da caridade não há salvação.3
Estamos cientes de que a melhoria moral do ser humano não acontece de uma hora para outra. Exige esforço, perseverança e superação de inúmeros obstáculos, surgidos ao longo da caminhada evolutiva. Entretanto, consoante as promessas do Cristo, estaremos sempre guardados no seu imenso amor que nos concederá, ao final, o reino dos céus, base da nossa imorredoura felicidade.
            A propósito, relata o Espírito Humberto de Campos que, durante elucidativa conversa com Zebedeu, pai dos apóstolos Tiago e João, Jesus teria afirmado: a mensagem da Boa Nova é excelente para todos; contudo, nem todos os homens são ainda bons e justos para com ela. É por isso que o Evangelho traz consigo o fermento da renovação e é ainda por isso que deixarei o júbilo e a energia como as melhores armas aos meus discípulos. Exterminando o mal e cultivando o bem, a Terra será para nós um glorioso campo de batalha. Se um companheiro cair na luta, foi o mal que tombou, nunca o irmão que, para nós outros, estará sempre de pé. Não repousaremos até o dia da vitória final. Não nos deteremos numa falsa contemplação de Deus, à margem do caminho, porque o Pai nos falará através de todas as criaturas trazidas à boa estrada; estaremos juntos na tempestade, porque aí a sua voz se manifesta com mais retumbância. Alegrar-nos-emos nos instantes transitórios da dor e da derrota, porque aí o seu coração amoroso nos dirá: “Vem, filho meu, estou nos teus sofrimentos com a luz dos meus ensinos!”
Combateremos os deuses dos triunfos fáceis, porque sabemos que a obra do mundo pertence a Deus, compreendendo que a sua sabedoria nos convoca para completála, edificando o seu reino de venturas sem-fim no íntimo dos corações.7
            Partindo das concepções do Judaísmo sobre Deus e a justiça divina, Jesus nos transmite, então, o maior código de moralidade, jamais imaginado existir no Planeta, ensinando e exemplificando, ele mesmo, a lei de amor em sua plenitude. Dessa forma, Jesus [...] não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, isto é, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens. Por isso é que se nos depara, nessa lei, o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo, base da sua doutrina. Quanto às leis de Moisés, propriamente ditas, ele, ao contrário, as modificou profundamente, quer na substância, quer na forma.1 Mas, o papel de Jesus não foi o de um simples legislador moralista, tendo por exclusiva autoridade a sua palavra. Cabia-lhe dar cumprimento às profecias que lhe anunciaram o advento; a autoridade lhe vinha da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina. Ele viera ensinar aos homens que a verdadeira vida não é a que transcorre na Terra e sim a que é vivida no reino dos céus; viera ensinar-lhes o caminho que a esse reino conduz, os meios de eles se reconciliarem com Deus e de pressentirem esses meios na marcha das coisas por vir, para a realização dos destinos humanos. Entretanto, não disse tudo, limitando-se, respeito a muitos pontos, a lançar o gérmen de verdades que, segundo ele próprio o declarou, ainda não podiam ser compreendidas.2
            A mensagem cristã, cedo ou tarde, triunfará: O Evangelho do Divino Mestre ainda encontrará, por algum tempo, a resistência das trevas. A má-fé, a ignorância, a simonia, o império da força conspirarão contra ele, mas tempo virá em que a sua ascendência será reconhecida. Nos dias de flagelo e de provações coletivas, é para sua luz eterna que a Humanidade se voltará, tomada de esperança. Então, novamente se ouvirão as palavras benditas do Sermão da Montanha e, através das planícies, dos montes e dos vales, o homem conhecerá o caminho, a verdade e a vida.11

 

REFERÊNCIAS
2. ______. Item 4, p. 58-59.
3. ______. Cap. 15, item 5, p. 277.
6. A BÍBLIA DE JERUSALÉM. Diversos tradutores. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Editora Paulus, 2002. Evangelho segundo Mateus, 22:37-40.
7. XAVIER, Francisco Cândido. Boa nova. Pelo Espírito Humberto de Campos. 35. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 4 (A Família Zebedeu), p. 35-36.
11. ______. Item: O Evangelho e o futuro, p. 28.

ESDE
2008

 

 

PSICOGRAFIA

 

            Querida Janaína!...

            Sinto-me feliz por haver lembrado de mim e graças ao concurso de amigos pude chegar até aqui, pelo menos para agradecer este gesto carinhoso de sua parte.
            Naturalmente que sente uma imensa vontade de saber como me encontro hoje e o que realmente aconteceu nesse suposto descuido de minha parte.
            Ocorre que muitos acontecimentos da vida se dão em respostas as nossas atitudes do passado, que ainda grande parte das pessoas não entendem, porém devo esclarecer que os fatos mais importantes já são previamente determinados antes de ingressar no corpo denso, isto corresponde aos nossos interesses mais urgentes, visando o nosso equilíbrio futuro, e muitas vezes com o nosso consentimento. Em muitos casos acontece que se vive com muita intensidade a vida da matéria, esquece temporariamente os compromissos, mas a lei vigilante sempre agindo em nosso favor, encarrega-se de promover o nosso retorno quando chega o momento previsto, comigo não foi diferente.
            Num primeiro momento não conseguia entender o que realmente havia acontecido, sabia que passara por um perigo, porém não tinha consciência do que realmente aconteceu, pois que continuava vivo, afinal nada havia mudado.
            Mais tarde quando compreendi o que realmente aconteceu, o desespero tomou conta do meu coração, como se fosse um pássaro abatido por um tiro certeiro em pleno vôo, na plenitude de minhas forças físicas, aliás, uma armadilha do destino, pensava, então, a dor, a inconformação de haver deixado a namorado, os amigos, os pais e familiares, prematuramente. A dor se instalou no meu coração e deixei-me ficar por longo tempo preso à descrença e a revolta, às vezes ficava na vizinhança no lar cabisbaixo e triste, imaginando mil coisas que pudesse minorar minha imensa dor e mágoa, assim que eu vivi longas noites escuras e sombrias em que a esperança não me visitava o coração. Chorei, gritei e um dia que a dor se fazia maior pela saudade, parece que meu coração se abriu e pude finalmente rezar, pedir a Deus com toda a intensidade de minha alma que me perdoasse que precisava pelo menos ter acesso à esperança, coisa que nunca havia feito.             Amigos prestimosos se acercaram de minha e ofereceram a sua ajuda e era exatamente esse apoio que mais precisava naquele momento, e compreendi que era um náufrago, mas que nada havia perdido o rumo, mas perderia sim, se continuasse a viagem, porque o meu porto era ali e havia de fato desembarcado, a princípio não entendi muito os costumes do lugar, mas aos poucos fui me adaptando, e reconheci que a viagem não fora tão ruim, como a princípio supunha, até de certo modo cumprira o roteiro programado, então a compreensão foi devagarinho se estabelecendo em meu coração e pude compreender a razão dessa viagem, bem como as suas conseqüências. Não sei se me fiz entender, mas este retorno compulsório já havia sido programado por nossa vontade, objetivando resolver certas pendências que o tempo trouxe de volta.
            Tenho recebido a suas vibrações de paz e carinho através das preces e pensamentos, que tem sido para mim, como se estivesse no deserto preste a desfalecer de sede e de repente alguém chegasse aos meus lábios um pouco de água pura para saciar a sede e em breves instantes senti-me reanimado e esperançoso e voltei os olhos para o futuro cheio de fé e esperança.
            Consciente que nossos caminhos se bifurcaram, pois que foi considerado necessário que seguisse o meu roteiro e você o seu, entretanto, devo lembrar que sou muito grato por tudo, e quero que me perdoe se alguma vez magoei o seu coração, porque muitas vezes agimos sem o devido cuidado e sem querer ferimos alguém que era o que menos queríamos.
            Portanto, aqui está algumas palavras e quero desejar lhe muita paz e felicidade, pois você realmente merece.
            Já é hora de me retirar.
            Quero deixar um forte abraço do amigo e irmão sempre reconhecido.

 

Anderson

 

 

O TRABALHO DE UNIFICAÇÃO

 

            O trabalho de unificação do Movimento Espírita que, no Brasil, foi iniciado pela Federação Espírita Brasileira, a partir de 1884, e que encontrou em Bezerra de Menezes o seu orientador e estimulador, tem, na assinatura do Pacto Áureo, ocorrida em 5 de outubro de 1949, um dos seus momentos mais destacados por representar o propósito sincero de instituições e pessoas empenhadas em promover a união dos espíritas com vistas ao trabalho de difusão dos ensinos da Doutrina Espírita.
            Dentre as inúmeras oportunidades de aprender que esses sessenta anos de atividades sob a égide do referido Acordo nos apresentaram, destacam-se a nosso ver duas lições.
            A primeira é a que nos ensinou que a tarefa principal das Instituições Federativas é a de desenvolver todo um trabalho de apoio aos grupos e centros espíritas no sentido de proporcionar aos mesmos as condições de bem realizarem as atividades para as quais estão destinados. Por este caminho, poderemos chegar mais rapidamente ao resultado previsto por Allan Kardec ao observar: “Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, podem, desde já, formar o núcleo da grande família espírita, que um dia consorciará todas as opiniões e unirá os homens por um único sentimento: o da fraternidade, trazendo o cunho da caridade cristã”.1
            A segunda é constatar que a filosofia que norteia o trabalho de unificação é nova, como novo também é o Espiritismo. Assenta-se nos princípios de fraternidade, solidariedade, liberdade e responsabilidade que a Doutrina Espírita preconiza, ensinando-nos que para realizar esse trabalho é necessário despojarmo-nos de todo personalismo, tratando os nossos companheiros em total condição de igualdade, vivenciando a caridade no seu sentido mais amplo de benevolência, indulgência e perdão, e aprendendo a servir como o Evangelho nos ensina:“Quem quiser ser o maior, este sirva aos demais”.2
            Esforçando-nos por colocar em prática essas duas lições, estaremos realmente colaborando para a difusão da Doutrina Espírita, conforme observa o Espírito de Verdade: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra’, porquanto o Senhor lhes dirá: ‘Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!”.3

 

REFERÊNCIA
1 - KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Cap. 29, item 334. Ed. FEB.
2 - MATEUS, 20: 20 a 28.
3 - KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. 20, item 5. Ed. FEB

 

Reformador 2009

 

 

DEVASSANDO O INVISÍVEL

 

            Entre os benfeitores que orientaram a obra estão: Charles, Bezerra de Menezes, Léon Denis, Inácio Bittencourt e Léon Tolstoi.
            Seus primordiais objetivos são os de chamar a atenção para fatos relacionados ao Mundo Espiritual e ações positivas ou negativas de agentes desencarnados, que operam invisíveis aos nossos olhos.
            Dentre os aspectos interessantes e orientadores de nossa formação doutrinária, encontramos revelações que nos despertam para os cuidados que devemos te ao longo de nossas existências. “Nas Regiões Inferiores”, “Mistificadores – Obsessões””, “Sutilezas da Mediunidade” dão-nos uma dimensão preocupante, se não exercitarmos o “vigiai e orai”, aliado ao estudo metódico e aprofundado da Doutrina Espírita.
            Com base no capítulo XIV, de “A Gênese”, descreve-nos “Como se trajam os Espíritos”, com a sustentação de “O Livro dos Médiuns”, capítulo VIII, “Do Laboratório do Mundo Invisível”.
            Exalta a presença de Joana d’Arc no tumultuado período inquisitorial.
            Submetida a interrogatório a donzela de Órleans, como registra a história, mostrou a grandeza de seu gênio. Perguntaram: “São Miguel te desnudo?”
            Confundiu o perverso carrasco, respondendo com sua fé inquebrantável: “Pensas que Deus não tem com que vesti-lo?”
            Quando trata de “Frederico Chopin, na Espiritualidade”, ele, que foi um dos mais notáveis músicos de todos os tempos na Terra, faz a surpreendente revelação que pretende reencarnar no Brasil, após o ano 2.000 em diante, para compor com a radiosa falange de entidades ligadas à Arte para sublimá-la e que a “dita falange será como que capitaneada por Victor Hugo, Espírito experiente e orientador (a quem se acha ligado por afinidades espirituais seculares) capaz de executar missões dessa natureza”.
            Desdobrada e levada às regiões inferiores, Yvonne se surpreende com os quadros lastimáveis que lhe são dados a contemplar. Ambientes perversos, planos pavorosos de vingança, agressões impensáveis, ações criminosas contra seres encarnados, minuciosamente planejados, são ali desenvolvidos.
            Apavorada com o que via, exclamou: “Mas… como poderão persistir em tal procedimento contra os homens?”
            É imediatamente socorrida pelo elevado mensageiro presente:
            “-Minha querida irmã! – explicou veemente –, será a sociedade deixar um órfão, ou um filho de pais miseráveis ou delinquentes, criar-se ao abandono, pelas ruas… E a sociedade o faz, agora, e o fez com estes mesmos que estás vendo aqui… Monstruosidade será também omitir providência humanitária para que o jovem abandonado, ou o pobre, se instrua, eduque e habilite de  modo a furtar-se à humilhação da ignorância, prendando-se na escola do dever e da honestidade…
            No entanto, estes que aqui vemos foram banidos pela sociedade, que lhes não facilitou escola, nem educação, nem exemplos bons, senão a dureza de coração com que os tratou… Não se instruíram porque não tiveram meios de remunerar os professores, e as escolas públicas nem sempre são acessíveis aos deserdados, como estes foram… Não puderam educar-se porque o lar é que modela os caracteres, e eles, desde a infância, viveram perambulando pelas ruas…Tal como os vemos, são ainda frutos da sociedade… Sua impiedade foi libada na impiedade que receberam… Tornaram-se criminosos inveterados, na Terra e no Além, porque foram vítimas do crime do egoísmo da sociedade… Portanto, pertencem à sociedade terrena, esta é afim com eles e eles vivem nos ambientes que lhes convém…”

 

REFERÊNCIA
- Autoria Espiritual: Benfeitores diversos
- Médium: Yvonne A. Pereira
- Editora: Departamento Editorial da FEB

 

Mundo Espírita
Junho/2009

 

 

O VALOR DO TEMPO

 

            É impressionante constatar como alguns de nós invertemos a escala de valores.
            Uma dessas inversões é a que se refere ao tempo.
            Costumamos afirmar que tempo é dinheiro.
            Quando pensamos assim, corremos o risco de nos transformarmos em máquinas de produzir lucros. Cada minuto é importante para cumprir metas estabelecidas, visando apenas resultados financeiros.
            Acabamos por nos dedicarmos ao trabalho em demasia, entendendo que feriados, férias, repouso são total e absoluta perda de tempo.
            Consequentemente, de dinheiro.
            É importante lembrar que somos gente, seres humanos. Somos pais, esposos, filhos, amigos.
            A vida não deve se resumir em conseguir títulos, dinheiro, propriedades.
            Existem outros valores mais preciosos que não podemos, de forma alguma, desprezar ou desconsiderar.
            Muitos de nós somente nos damos conta da riqueza do casamento depois da separação, quando descobrimos que perdemos o grande amor da nossa vida por causa das muitas horas dedicadas exclusivamente ao trabalho.
            Tempo também existe para ser investido na conquista e manutenção das amizades, que nos garantem um ombro amigo quando dele necessitamos.
            Será que já paramos para aquilatar o valor de um amigo verdadeiro?
            Precisamos avaliar, de fato, quais as metas pelas quais estamos lutando.
            É importante pensar na conquista da felicidade, que nem sempre o dinheiro proporciona.
            É importante repensar o valor do tempo.
            A autorrealização é uma meta indispensável que pode ser alcançada com a boa utilização do tempo.
            Trabalhar é importante e necessário para o progresso geral e individual. Contudo, imprescindível é sentir prazer no que fazemos.
            Muitos de nós passamos a vida procurando nos sentir importantes para termos a sensação do sucesso.
            Porém, sucesso sem qualidade de vida não é sucesso, é ilusão.
            E qualidade de vida é ter a consciência tranquila por não violar as leis, por não trapacear, por não nos corrompermos nem corromper a ninguém.
            Qualidade de vida é conviver em harmonia com a família, com os amigos, consigo mesmo.
            Importante avaliarmos, com muita atenção, essa proposta enganosa de que tempo é dinheiro, que nos leva a programar formas de enriquecer os bolsos e engordar as contas bancárias.
            Não caiamos nessa armadilha. Usemos o tempo que Deus nos empresta para construir a nossa verdadeira felicidade e a daqueles que nos rodeiam.
                                                                             *   *   *
            A profissão é instrumento de progresso e realização do ser humano. Deve servir para a construção de algo bom e útil em prol da sociedade em que vivemos.
            Nem sempre ganhar dinheiro proporciona essa realização.
            O médico sanitarista Oswaldo Cruz não estava preocupado com o contracheque quando travou uma batalha com a febre amarela e descobriu sua vacina.
            O compositor Villa Lobos não compôs suas melodias de olho na conta bancária.
            E se Albert Einstein tivesse a ilusão de que tempo é dinheiro, jamais teria legado à Humanidade o fruto de suas pesquisas científicas.
            Pensemos nisso e lembremos: Tempo é oportunidade.

 

Redação do Momento Espírita.
Jornal Mundo Maior
Setembro/2020

 

 

O MUNDO E O MAL

 

“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 17, versículo 15.)


                  
            Nos centros religiosos, há sempre grande número de pessoas preocupadas com a idéia da morte. Muitos companheiros não crêem na paz, nem no amor, senão em planos diferentes da Terra. A maioria aguarda situações imaginárias e injustificáveis para quem nunca levou em linha de conta o esforço próprio.
            O anseio de morrer para ser feliz é enfermidade do espírito.
            Orando ao Pai pelos discípulos, Jesus rogou para que não fossem retirados do mundo, e, sim, libertos do mal.
            O mal, portanto, não é essencialmente do mundo, mas das criaturas que o habitam.
            A Terra, em si, sempre foi boa. De sua lama brotam lírios de delicado aroma, sua natureza maternal é repositório de maravilhosos milagres que se repetem todos os dias.
            De nada vale partirmos do planeta, quando nossos males não foram exterminados convenientemente. Em tais circunstâncias, assemelhamo-nos aos portadores humanos das chamadas moléstias incuráveis. Podemos trocar de residência; todavia, a mudança é quase nada se as feridas nos acompanham. Faz-se preciso, pois, embelezar o mundo e aprimorá-lo, combatendo o mal que está em nós.

 

Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

 

 

CRISTO E NÓS

 

            “E disse-lhe o Senhor em visão: — Ananias! E ele respondeu: — Eis-me aqui, Senhor!” (Atos dos Apóstolos, 9:10)

            Os homens esperam por Jesus e Jesus espera igualmente pelos homens.
            Ninguém acredite que o mundo se redima sem almas redimidas.
            O Mestre, para estender a sublimidade do seu programa salvador, pede braços humanos que o realizem e intensifiquem. Começou o apostolado, buscando o concurso de Pedro e André, formando, em seguida; uma assembléia de doze companheiros para atacar o serviço da regeneração planetária.
            E, desde o primeiro dia da Boa Nova, convida, insiste e apela, Junto das almas, para que se convertam em instrumentos de sua Divina Vontade, dando-nos a perceber que a redenção procede do Alto, mas não se concretizará entre as criaturas sem a colaboração ativa dos corações de boa-vontade.
            Ainda mesmo quando surge, pessoalmente, buscando alguém para a sua lavoura de luz, qual aconteceu na conversão de Paulo, o Mestre não dispensa a cooperação dos servidores encarnados. Depois de visitar o doutor de Tarso, diretamente, procura Ananias, enviando-o a socorrer o novo discípulo.
            Por que razão Jesus se preocupou em acompanhar o recém convertido, assistindo-o
em pessoa? É que, se a Humanidade não pode iluminar-se e progredir sem o Cristo, o Cristo não dispensa os homens na obra de soerguimento e sublimação do mundo.
            "Ide e pregai".
            "Eis que vos mando".
            "Resplandeça a vossa luz diante dos homens".
            "A Seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros".
            Semelhantes afirmativas do Senhor provam a importância por ele atribuída à contribuição humana.
            Amemos e trabalhemos, purificando e servindo sempre.
            Onde estiver um seguidor do Evangelho aí se encontra um mensageiro do Amigo Celestial para a obra incessante do bem.
            Cristianismo significa Cristo e nós.

 

Fonte Viva
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Emmanuel

 

 

A INESQUECÍVEL PERGUNTA

 

            O PARNASO DE ALÉM TÚMULO, com carinhoso entusiasmo de Manoel Quintão, foi lançado em julho de 1932. E no mesmo mês, o padre Júlio Maria, de Manhumirim, em Minas, no seu jornal “O Lutador ”, escreveu áspera crítica, condenando o livro e o médium. Dentre outras coisas dizia que o Chico devia possuir uma pele de rinoceronte para caber tantos Espíritos.
            Os comentários irônicos e as acusações gratuitas eram tantos que o médium, inexperiente e muito jovem ainda, se sentiu demasiadamente chocado e foi constrangido a buscar o leito.
            “Então, a luta era aquela? — pensava, com dor de cabeça. —Valia a pena ser médium e ficar exposto, assim, ao juízo temerário dos outros? Seria justo agüentar aqueles xingatórios
quando estava possuído das melhores intenções?”
            Por mais de duas horas se via em semelhante contenda íntima, quando viu Emmanuel ao seu lado. Contou ao Mentor o que se passava e supôs que o espírito amigo o acariciaria sem restrições.
            Emmanuel, porém, de pé, com severa fisionomia, falou-lhe firme:
            — Mas eu não vejo razão para solenizar este assunto.
            — Entretanto, o senhor está vendo... O padre disse que eu tenho uma pele de rinoceronte... — clamou o Médium.
            — Se não tem, precisa ter — disse-lhe o protetor — porque se você quiser cultivar uma pele muito frágil, cairá sempre com qualquer alfinetada e não nos seria possível a viagem da mediunidade nos caminhos do mundo...
            — Contudo, temos o nosso brio, a nossa dignidade — acrescentou o Chico — e é difícil viver com o desrespeito público.
            Foi então que Emmanuel o fitou com mais firmeza e exclamou:
            — Escute. Se Jesus que era Jesus, saiu da Terra pelos braços da cruz, você é que está esperando uma carruagem para viver entre os homens?
            Quando ouviu a pergunta, o Chico levantou-se de um pulo e começou a reajustar-se.

 

Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama

 

 

SEJA FEITA A TUA VONTADE,

ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU

 

            Na construção de uma casa sólida e confortável, há sempre um plano do arquiteto para ser obedecido.
            Os operários precisam consultar as linhas demarcadas para não irem além de suas funções e a fim de não cometerem impropriedades que prejudicariam a obra.
            O carpinteiro não deverá perturbar o pintor e o pintor deverá respeitar o vidraceiro.
            Assim também, nos serviços de elevação espiritual do homem e do mundo, é necessário procurarmos a Vontade do             Senhor para que os Desígnios Divinos sejam devidamente executados.
            Sabemos que o bem para todos é o projeto da Eterna Sabedoria para as criaturas e, por isso mesmo, se nos prezamos da condição de trabalhadores educados para a justa prestação de serviço, é in dispensável saibamos realizar a nossa parte, na concretização do projeto divino, sem perturbar os nossos irmãos.
            Estejamos convictos de que se cada um de nós cumprir a obrigação que lhe compete, no plano do Eterno Bem, oferecendo a cada dia o melhor que pudermos, estaremos indiscutivelmente atendendo às determinações do Nosso Pai Celestial.

 

Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei

 

 

A CARIDADE

 

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista

 

            Nestes dias tempestuosos, com a repetição de desastres e calamidades de todos os tipos, a Caridade é convidada a visitar-nos em regime de emergência.
            O Apóstolo Paulo denominou-a com a maior das virtudes, especialmente em referência à Fé e à Esperança, isto porque a Caridade as engloba em seu sublime desiderato.
            Quando falham os sentimentos conhecidos no comportamento dos seres humanos, o Evangelho de Jesus nos convoca à prática da Caridade para com eles, ampliando o seu valor a tudo quanto existe.
            Desta forma, a Caridade abarca o amor na sua mais elevada expressão. Não se trata de uma fundamentação religiosa, mas conquista de uma excelente virtude de integração da criatura na Criação.
            Confunde-se, invariavelmente, a Caridade com a esmola, o doar de valores e coisas que já não servem e mantêm aqueles que a recebem em situação deplorável de necessidade.
            O verdadeiro objetivo da Caridade é o de dignificar aquele que é beneficiado, assim como se engrandece no silêncio e no anonimato daqueloutro que a exerce.
            Em razão disso, a Caridade pode ser material e espiritual, no seu aspecto enobrecedor de natureza moral. Bem orientada, socorre a fome, a sede, a nudez, a enfermidade, mas também ilumina o desconforto moral, o abandono afetivo, a loucura das paixões dissolventes, as situações de abandono, sem olvidar a iluminação das consciências.
            Nunca se perverte, nem depende de nada, exceto de ser vivenciada com naturalidade, arrancando o necessitado da situação em que padece, concedendo-lhe recursos morais para levantar-se da queda e recomeçar a avançar na jornada mil vezes.
            Quando as criaturas compreendermos que somos interdependentes umas das outras, e que a solidão, a distância entre os seres humanos são estados patológicos ou filhos rebeldes da ignorância assim como do orgulho vão, desaparecerão as diferenças de classes, as presunçosas manifestações do preconceito de qualquer natureza, porque todos serão vistos como irmãos em estágios diferentes da evolução, todos trabalhando para a sua ascensão moral e construção do mundo de legítima fraternidade.
            A evolução do pensamento nas suas manifestações éticas, culturais, científicas, civilizatórias tem como alvo a união de todas as criaturas, mesmo animais e vegetais em harmonia, que se pode considerar sinfônica, pois que, cada qual, como se fosse um instrumento musical, é indispensável, portador de importância igual a todos demais.
            Qualquer expressão restritiva na conduta humana em relação ao seu próximo é atraso moral que a Caridade corrige.
            Nesta hora de pandemia virótica, em que predomina a pandemia da miséria moral de mulheres e homens mesquinhos, eles nos merecem o espírito de Caridade, para serem menos infelizes.

 

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 9 de julho de 2020.
Editorial FEB

 

 

 

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado nº 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.