MUNDO DE REGENERAÇÃO
Na escada da evolução dos mundos nossa querida Terra encontra-se ainda no segundo degrau, mundo de expiação e provas, sendo superior apenas aos mundos primitivos, mas estamos vivenciando, graças a Deus, a Transição Planetária que nos colocará nos mundos de regeneração.
Muito se discutiu sobre isso e chegou-se mesmo a se considerar que essa transição dar-se-ia através de desastres geodésicos, verdadeiras catástrofes com terremotos, tsunamis e até guerras com petardos nucleares dizimando milhões de seres vivos, com grande número de desencarnes coletivos e ainda com pandemias, que sem guerras, tiram tantas vidas, atendendo também às leis soberanas do criador.
As grandes calamidades sempre ocorreram na Terra, mas agora estão sendo mais frequentes e acontecendo mais rapidamente. Essas desencarnações ocorrem dentro da grande lei de causa e efeito, ou como também se fala, lei de ação e reação, observando que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
A fé sincera é empolgante e contagiosa e como inspiração divina desperta os instintos nobres que levam o homem ao bem, que é a base da regeneração, que será de natureza moral, facultandoao ser humano a mudança comportamental, combatendo os vícios e instalando a vigência do dever bem cumprido, da justiça equânime, da ordem pacífica e do amor.
Muitos espíritos transitando nas trevas foram e estão sendo liberados para reencarnação na Terra, que será para eles a prova definitiva que poderá libertá-los, se fizerem por merecer, ou caso contrário enviá-los a planetas ainda inferiores à Terra para expiarem e também contribuírem para o avanço de tais planetas.
A providência divina cuida bem todos seus filhos e já encaminhou também para reencarnação na Terra, espíritos altamente evoluídos para auxiliarem ao lado de nobres missionários do sentimento, da caridade, da inteligência nesse processo muito delicado de Regeneração da Humanidade para alterarem o quadro aflitivo e possibilitando oestabelecimento do Reino de Deus nos corações.
Os mundos regeneradores, onde o bem sobrepuja o mal, servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. Nesses mundos a humanidade experimenta as nossas mesmas sensações e desejos, mas não sofrem mais paixões desordenadas que ainda nos escravizam e já não sentemos malefícios do orgulho, da inveja e do ódio, que calam nosso coração, torturam-nos e sufocam-nos.
Nos mundos de regeneração o homem se sujeita às leis que regem a matéria e ainda não existe a felicidade perfeita, mas existe o nascimento dela, e o amor prevalece, com as relações sociais experenciando a igualdade, a fraternidade e o amor, e todos reconhecem Deus e tentam chegar a Ele, respeitando e cumprindo Suas leis, suportando novas provas, sem as dolorosas angústias da expiação, que ficou para trás nos mundos de expiação e provas.
Cuidemos de fixarmo-nos na boa moral, porque nos mundos regeneradores o homem também pode falir, se ainda não se libertou completamente de todo mal e não se firmou no bem, então recairá nos mundos de expiação, onde provas mais severas e terríveis o esperam.
Fiquemos com Jesus que nos ensinou, na parábola do filho pródigo, que Deus ama, e quem ama, não deseja a condenação, mas a regeneração.
Crispim
Referências bibliográficas:
- O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec.
- Transição Planetária. Divaldo Pereira Franco/Manoel Philomeno de Miranda.
- Planeta Terra em Transição. Izoldino Resende/Ismael.
O ESFORÇO É IMPRESCINDIVEL
Quanto mais lute, mais encontrará ensejo de se elevar ao patamar que deseja. Porém esse sonho pode demorar para ocorrer o seu desfecho, mas é certo que nunca o perderá no que se refere ao essencial, aliás, pode ser razoável de repente encontrar os meios de realizá-lo.
Assim, aquele que tiver mais boa vontade para se colocar em condições de servir, é lógico que com mais facilidade pode encontrar o caminho..
Não é sem razão que muitos se propõem a servir com muito amor a causa do bem.
Diante da vida está sendo colocado na condição daquele que corre para alcançar o seu objetivo, por ser imprescindível a sua própria felicidade.
Quando se está convencido que o amor é importante, logo se será levado a superar certos acontecimentos com a expectativa de fazer algo melhor.
Hoje é um dia importante para todos, assim também que o amor é fundamental. Não se pode continuar a esperar demais das pessoas que se ama, porque a vida sempre traz as suas possibilidades reais a cada um.
Desta forma espere mais de si, dê o seu testemunho de amor e solidariedade, que deve ser a tônica clara e segura do que pretende.
Isso em verdade sempre traz a possibilidade de se colocar um observador de si mesmo.
Se já fora capaz de perceber que o exercício no campo moral é muito importante, pois é ele que apura as qualidades enobrecedoras da alma, em qualquer lugar continue a lutar por dias melhores, de olhar com amor a causa do bem.
Assim, que seja sempre agradecido à vida pelo amor que consiga passar aos outros, pois esse sentimento promove aquele que o pratica.
O amor é o essencial em qualquer parte. Não se deixe iludir por promessas, mas lute e muito para conquistar a quota de trabalho enobrecedor que o promova diante de si mesmo.
Aquele homem supostamente menos dotado de recursos, não recebeu menos, nem quer dizer que seja menos favorecido, mas demonstra que ele tem a capacidade criativa, mas esta só se desenvolve com muito trabalho e amor ao próximo..
Nisso não há demérito nenhum, mas um apoio tácito ao seu entusiasmo. Mesmo porque é uma questão de sabedoria e consciência que tudo caminha de maneira satisfatória.
Em tudo o amor é fundamental para qualquer um. Hoje tem as suas opiniões, amanhã, talvez, será compelido a mudar o seu ponto de vista e deve estar aberto a conhecer outro lado da questão, porque somente assim poderá cumprir a sua parte com o êxito esperado.
Em frente.
Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
O CAMINHO QUE ESCOLHEU
É verdade que cada dia é uma nova experiência onde também recolhe do bem que espalhara na véspera.
Em nenhum lugar estará só, mesmo onde imagine que esteja na mais completa solidão, sempre alguém o assiste, muito embora, muitas vezes também até não queira participar do convívio de ninguém. Mesmo assim, nunca estará só.
O que poderia expressar do fundo de minha alma, ou que mensagem poderia deixar aos outros que ficaram ou mesmo ainda hão de vir?
Verdade que pelos próprios recursos seria quase impossível. Mas busca na mensagem de Jesus o amparo desse sonho “busca e acharás”, certamente que mesmo nas entrelinhas encontrará o apoio para satisfazer os anseios do seu coração. A vida a se expressar com os recursos disponíveis.
Mas se ainda detém algum ressentimento em seu coração, primeiro vai e perdoa de todo o seu coração, com toda a sua alma, aquele alguém que o tenha ferido. Isto lhe será de grande valia. Porém não espere demais. Escolhe entre as alternativas possíveis.
Se já tem algo em mente, comece a escrever que será auxiliado na medida do possível. Como a dizer que é importante fazer a sua parte.
Seja sempre discreto em sua aplicação, buscando sempre o tom certo. Como também não se exaspere diante das dificuldades.
Muitas coisas somente o tempo será capaz de dimensionar e colocar na proporção exata.
Não despreze a minúscula possibilidade de ser útil. Não se exponha ao Sol demais. Conserve a serenidade em qualquer circunstância, abrindo assim um canal para receber o conforto que necessita.
O arbusto simples fora criação de milênios, na lenta experimentação das forças superiores.
Conquanto não perceba tudo evolui, num lento caminhar para perfeição. Até aquelas criaturas mais bizarras, elas também terão o seu futuro de esplendor, pois que se assim Deus quiser é porque atende ao seu Divino Sentimento, e ali o bem estará estampado em sua plenitude.
Procure estar atento para que possa ouvir a sugestão de amigos mais experientes, que podem dar-lhe o apoio que necessita.
Às vezes é difícil compreender certas determinações, porque não vê a razão profunda de cada coisa, para que não fique mais difícil, tenha confiança. Mesmo porque a vida já não comporta mais delonga, agora chegou o momento de trabalhar, ainda que sob as condições mais adversas.
Assim que aproveite bem os seus dias, que ainda lhe restam, porque a vida corre célere e pode não dar tempo par cumprir o mínimo do programa.
Quanto tempo perdido em coisas inúteis. Porque não representa nenhum aprendizado, conversa repetida, sem levar nenhuma informação, ou mesmo abrir uma perspectiva para se olhar o futuro, é extremamente desgastante.
Valorize seus momentos aqui neste plano.
Consolar e consolar. Ainda essa é a mensagem do Evangelho que mais precisa ser enfatizada. Porque muitas vezes o desespero, a dor, toma conta daquela criatura, já fragilizada.
Bem pouco tem feito. Mas siga em frente pelo menos garantindo a sua parte.
Conserve o coração em paz. Não despreze a côdea de pão que caiu no chão, minúsculos organismos necessitam deles.
Certamente que não pode avaliar o quanto pode a boa vontade.
A escolha é sua. Nem mais nem menos, mas a medida certa. É difícil avaliar o caminho percorrido, quando não se realiza quase nada. Em cada momento se percebe uma coisa que poderia ter sido feita, mas não se realizou.
Por isso urge caminhar por entre urzes e espinhos.
A derradeira esperança para quem para que fez tão pouco, é ainda ter feito esse pouco.
Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
A ABRANGÊNCIA DO ESPIRITISMO
Allan Kardec, no item V da Conclusão de O Livro dos Espíritos, apresenta argumentação que descortina, de forma clara, a abrangência do Espiritismo.
Suas palavras, embora retratando a realidade da época, resistem, pela força da lógica, o perpassar dos tempos:
Os que dizem que as crenças espíritas ameaçam invadir o mundo, proclamam, “ipso facto”, a força do Espiritismo, porque jamais poderia tornar-se universal uma idéia sem fundamento e destituída de lógica. Assim, se o Espiritismo se implanta por toda parte, se, principalmente nas classes cultas, recruta adeptos, como todos facilmente reconhecerão, é que tem um fundo de verdade. Baldados, contra essa tendência, serão todos os esforços dos seus detratores e a prova é que o próprio ridículo, de que procuram cobri-lo, longe de lhe amortecer o ímpeto, parece ter-lhe dado novo vigor, resultado que plenamente justifica o que repetidas vezes os Espíritos hão dito: ‘‘Não vos inquieteis com a oposição; tudo o que contra vós fizerem se tornará a vosso favor e os vossos maiores adversários, sem o quererem, servirão à vossa causa. Contra a vontade de Deus não poderá prevalecer a má-vontade dos homens.’’
Por meio do Espiritismo, a Humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral, que lhe é conseqüência inevitável. Não mais, pois, vos espanteis da rapidez com que as idéias espíritas se propagam. A causa dessa celeridade reside na satisfação que trazem a todos os que as aprofundam e que nelas vêem alguma coisas mais do que fútil passatempo. Ora, como cada um o que acima de tudo quer é a sua felicidade, nada há de surpreendente em que cada um se apegue a uma idéia que faz ditosos os que a esposam.
Três períodos distintos apresenta o desenvolvimento dessas idéias: primeiro, o da curiosidade, que a singularidade dos fenômenos produzidos desperta; segundo, o do raciocínio e da filosofia; terceiro, o da aplicação e das conseqüências. O período da curiosidade passou; a curiosidade dura pouco. Uma vez satisfeita, muda de objeto. O mesmo não acontece com o que desafia a meditação séria e o raciocínio. Começou o segundo período, o terceiro virá inevitavelmente. O Espiritismo progrediu principalmente depois que foi sendo mais bem compreendido na sua essência íntima, depois que lhe perceberam o alcance, porque tange a corda mais sensível do homem: a da sua felicidade, mesmo neste mundo. Aí a causa da sua propagação, o segredo da força que o fará triunfar.
Enquanto a sua influência não atinge as massas, ele vai felicitando os que o compreendem. Mesmo os que nenhum fenômeno têm testemunhado dizem: ‘‘à parte esses fenômenos, há a filosofia, que me explica o que nenhuma outra me havia explicado. Nela encontro, por meio unicamente do raciocínio, uma solução racional para os problemas que no mais alto grau interessam ao meu futuro. Ela me dá calma, firmeza, confiança; livra-me do tormento da incerteza.’’ Ao lado de tudo isto, secundária se torna a questão dos fatos materiais. Quereis, vós todos que o atacais, um meio de combatê-lo com êxito? Aqui o tendes. Susbstituí-o por alguma coisa melhor; indicai solução mais filosófica para todas as questões que ele resolveu; dai ao homem outra certeza que o faça mais feliz, porém compreendei bem o alcance desta palavra “certeza”, porquanto o homem não aceita como “certo”, senão o que lhe parece “lógico”. Não vos contenteis com dizer: isto não é assim; demasiado fácil é semelhante afirmativa.
Provai, não por negação, mas por fatos, que isto não é real, nunca o foi e não pode ser. Se não é, dizei o que o é, em seu lugar. Provai, finalmente, que as conseqüências do Espiritismo não são tornar melhor o homem e, portanto, mais feliz, pela prática da mais pura moral evangélica, moral a que se tecem muitos louvores, mas que muito pouco se pratica. Quando houverdes feito isso, tereis o direito de o atacar.
O Espiritismo é forte porque assenta sobre as próprias bases da religião: Deus, a alma, as penas e as recompensas futuras; sobretudo, porque mostra que essas penas e recompensas são corolários naturais da vida terrestre e, ainda, porque, no quadro que apresenta do futuro, nada há que a razão mais exigente possa recusar. Que compensação oferecereis aos sofrimentos deste mundo, vós cuja doutrina consiste unicamente na negação do futuro? Enquanto vos apoiais na incredulidade, ele se apóia na confiança em Deus; ao passo que convida os homens à felicidade, à esperança, à verdadeira fraternidade, vós lhes ofereceis o ‘‘nada’’ por perspectiva e o ‘‘egoísmo’’ por consolação. Ele tudo explica, vós nada explicais. Ele prova pelos fatos, vós nada provais. Como quereis que se hesite entre as duas doutrinas? 5
Essas palavras de Kardec deixam entrever o grande alcance social da Doutrina Espírita. Acreditar, porém, que [...] o Espiritismo possa influenciar sobre a vida dos povos, facilitar a solução dos problemas sociais é ainda muito incompreensível para as idéias da época. Mas, por pouco que se reflita, seremos forçados a reconhecer que as crenças têm uma influência considerável sobre a forma das sociedades. Na Idade Média, a sociedade era a imagem fiel das concepções católicas. A sociedade moderna, sob a inspiração do materialismo, vê apenas no Universo a concorrência vital, a luta dos seres, luta ardente, na qual todos os apetites estão em liberdade. Tende a fazer do mundo atual a máquina formidável e cega que tritura as existências, e onde o indivíduo não passa de partícula, ínfima e transitória, saída do nada para, em breve, a ele voltar. Mas, quanta mudança nesse ponto de vista, logo que o novo ideal vem esclarecer-nos o ser e regular-nos a conduta! Convencido de que esta vida é um meio de depuração e de progresso, que não está isolada de outras existências, ricos ou pobres, todos ligarão menos importância aos interesses do presente. Em virtude de estar estabelecido que cada ser humano deve renascer muitas vezes sobre este mundo, passar por toda as condições sociais, sendo as existências obscuras e dolorosas então as mais numerosas e a riqueza mal empregada acarretando gravosas responsabilidades, todo homem compreenderá que, trabalhando em benefício da sorte dos humildes, dos pequenos, dos deserdados trabalhará para si próprio [...]. Graças a essa revelação, a fraternidade e a solidariedade impõem-se; os privilégios, os favores, os títulos perdem sua razão de ser. A nobreza dos atos e dos pensamentos substitui a dos pergaminhos. Assim concebida, a questão social mudaria de aspecto: as concessões entre classes tornar-se-iam fáceis e veríamos cessar todo o antagonismo entre o capital e o trabalho. Conhecida a verdade, compreender-se-ia que os interesses de uns são os interesses de todos e que ninguém deve estar sob a pressão de outros. Daí a justiça distributiva, sob cuja ação não mais haveria ódios nem rivalidades selvagens, porém, sim, uma confiança mútua, a estima e a afeição recíprocas; em uma palavra, a realização da lei de fraternidade, que se tornará a única regra entre os homens. Tal é o remédio que o ensino dos Espíritos traz à sociedade.8
Desse modo, certo é dizer-se que, ministrando [...] a prova material da existência e da imortalidade da alma, iniciando-nos em os mistérios do nascimento, da morte, da vida futura, da vida universal, tornando-nos palpáveis as inevitáveis conseqüências do bem e do mal, a Doutrina Espírita, melhor do que qualquer outra, põe em relevo a necessidade da melhoria individual. Por meio dela, sabe o homem donde vem, para onde vai, por que está na Terra; o bem tem um objetivo, uma utilidade prática. Ela não se limita a preparar o homem para o futuro, forma-o também para o presente, para a sociedade. Melhorando-se moralmente, os homens prepararão na Terra o reinado da paz e da fraternidade.
A Doutrina Espírita é assim o mais poderoso elemento de moralização, por se dirigir simultaneamente ao coração, à inteligência e ao interesse pessoal bem compreendido. Por sua mesma essência, o Espiritismo participa de todos os ramos dos conhecimentos físicos, metafísicos e morais.6
REFERÊNCIAS
5. ______. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro.91. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Conclusão: item V, p. 541-544.
6. ______. Obras póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 39. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Credo espírita: Preâmbulo, p. 421-427.
8. DENIS, Léon. Depois da morte. Tradução de João Lourenço de Souza. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Quinta arte (O caminho reto), cap. 55 (Questões sociais), p. 314-315.
ESDE
2008
PSICOGRAFIA
A clara alusão que se faz da vida futura, dá a certeza que se precisa lutar com otimismo pela transformação interior, pois que de posse desses conhecimentos pode o homem viver em paz, com os pés sobre a Terra, porém com os olhos voltados para a vida espiritual.
Em muitos casos a vida futura surge como a alternativa mais racional, de vez que trás os argumentos mais convincentes de que a eternidade da vida é uma realidade e que precisa ser considerada em primeiro plano, após, então, os demais atos da vida transitória que corroboram com esse fundamento, que deve ser o objetivo da maior importância em nossa existência.
Muitas vezes nem se entende porque essa resistência das pessoas em imaginar que podem ser felizes sem o trabalho em favor dos outros, parecem que acham tão difícil. Impossível que não exista tempo disponível, que vão perder de ganhar mais dinheiro, que estão cansados para estarem ausentes do trabalho que poderia lhe dar as maiores esperanças para o futuro.
Depois de muito tempo, quando não tem mais forças físicas, às vezes as doenças já minaram suas forças orgânicas e jazem sobre um leito de dor, ficam a fazer mil conjecturas. Porque não fiz isto ou porque fiz aquilo? Ah! Se tivesse sido mais aplicado em minhas tarefas, talvez não acontecesse o que está acontecendo hoje comigo? Se tivesse tido mais paciência com meus filhos? Se tivesse perdoado meus parentes quem sabem tivessem alguém para estar ao meu lado nesse momento de dor, se não guardasse ressentimentos poderia o fulano ou a fulana morrer sem guardar profunda mágoa por mim, mas agora já velho e doente o que posso fazer? Esperar a morte chegar sem esperança de dias melhores? Se durante a vida não fiz nada que pudesse me alegrar hoje, que será do meu futuro? Quando adentrar nesse mundo desconhecido. O que me aguardará? Se todas as indicações informam que a vida continua. O que poderei alegar em meu favor. Poderia sim ter sido outro o meu destino, pois que passara a vida inteira ao lado de pessoas que podiam me oferecer as melhores condições, ou pelo menos ter um consolo na minha velhice desamparada, mas não, zombava de tudo e de todos, supunha-me superior. Tinha dinheiro que me dava uma sensação de onipotência. Tudo estava ao meu alcance, mas tudo foi um momento efêmero, logo a doença se instalou em meu organismo, oriundas de minhas paixões mal conduzidas, fazendo de mim um homem amargo e revoltado com tudo e com todos.
Parece que tudo me irritava até mesmo as brincadeiras de crianças inocentes.Pedia logo que as retirasse imediatamente de onde eu estava.
Todo o procedimento das pessoas me irritava se era alegre e feliz com a vida, chamava o de irresponsável e se amargos como eu, reprovava, achando que estavam muito melhor que eu e ainda estavam reclamando. Se ainda tinha um pouco de recursos para Ter alguém para me auxiliar, pois que estava sempre doente. Ninguém suportava as minhas impertinências e maldades, de maneira que ia ficando cada vez mais só. Aqueles amigos de outros tempos devido ao meu procedimento agressivo deixaram de freqüentar a minha casa. Os subalternos queriam distância de mim. Depois de determinado tempo foi ficando muito difícil arranjar alguém que pelo menos falasse comigo, passava semanas sem ter com quem falar uma única palavra, a não ser para alguém que me ajudasse a levantar ou me alimentar.
Porém, sobrou tempo para pensar na vida. Recapitulei a minha existência desde a juventude, tivera momentos felizes e alegres, conhecera muitas pessoas interessantes, mas meu procedimento afastava as pessoas de meu convívio. Quando tinha bastante dinheiro as pessoas até me toleravam, ou pelo menos eram complacentes comigo, mas as minhas atitudes reiteradas na indelicadeza e inconseqüência foram criando uma certa animosidade contra mim. Não sabia me dirigir a ninguém sem que fosse com uma palavra ofensiva ou debochada, querendo parecer engraçado.
Pude nesse tempo rever cada ato de minha vida, só com muita dificuldade eu comecei a reconhecer que muitas vezes cometera certas atitudes absurdas, não seria possível que alguém me perdoasse simplesmente, pois que tinha uma requintada maldade, aliada ao espírito vingativo. Se pudesse tomar alguma coisa ou algum bem fazia sem o menor constrangimento e ainda me julgava experto. Pagar conta era o que não fazia.
Assim que findei os meus dias, só e abandonado, sem uma viva alma para estar comigo nos últimos momentos de minha existência física.
PARA VIVER BASTANTE
Honra a teu pai e a tua mãe,para que se prolonguem os teus dias na Terra, que o Senhor, teu Deus, te dará.
Curioso, amigo leitor, o quarto mandamento da Lei, recebido por Moisés (Êxodo, 20:12).
Ele condiciona a longevidade ao empenho por honrar os genitores.
Não parece compatível com a lógica.
Muitos homens há que os maltratam e desrespeitam. Omissos, não lhes prestam assistência, nem lhes dão atenção.
Não obstante, alcançam expressiva longevidade.
Há filhos carinhosos e diligentes.
Atenciosos, cuidam de seu bem-estar.
Entretanto, logo desencarnam.
Não obstante, aparentemente contraditório, o quarto mandamento exprime algo ponderável.
Consideremos que honrar pai e mãe seria não fazer nada que os infelicite ou cause constrangimento.
Alguns exemplos:
Os vícios, a desonestidade, os excessos, o desregramento, a promiscuidade, os desatinos, a indisciplina, a agressividade, a ambição, a mentira…
Se nos orientarmos no sentido de não decepcioná-los, de não contrariar suas expectativas a nosso respeito, buscaremos sempre o melhor comportamento, no intuito de fazê-los felizes, sustentando neles a convicção de que seus filhos são gente do bem.
Lembro a experiência de uma jovem virtuosa, assediada por um rapaz, que, aproveitando-se do fato de que ela simpatizava com ele e o achava atraente, queria iniciar um relacionamento afetivo mais íntimo.
Ela reagiu, incisiva:
– Amo muito meus pais e jamais lhes daria o desgosto de constatar que estou confundindo namoro com sexo.
Se quisermos fazer felizes nossos genitores, certamente cultivaremos a compreensão e a caridade; exercitaremos a oração e a reflexão; seremos cordatos e diligentes.
Tudo para honrar os pais.
Resultado:
Teremos um comportamento disciplinado e virtuoso, que nos sustentará o equilíbrio físico e psíquico.
E mais:
Afinaremos o padrão vibratório.
Estaremos favorecendo a sintonia com mentores espirituais que nos ajudarão a superar influências negativas, perigos e tentações.
Assim, salvo programas cármicos, se honrarmos nossos pais, tenhamos uma certeza:
Serão prolongados os dias que o Senhor nos dará para as experiências redentoras na escola terrestre, habilitando-nos a um retorno feliz à pátria verdadeira, quando chegar a nossa hora.
Com relação à perspectiva de retorno à vida espiritual, diz Benjamin Franklin (1706-1790):
Todos querem o céu, mas ninguém deseja morrer.
As religiões de um modo geral falam sobre a vida espiritual, as recompensas celestes para os bons...
O Espiritismo desdobra nossa visão e nos mostra as moradas além-túmulo, onde viveremos bem melhor, sem a pesada armadura de carne, que inibe nossas percepções.
Entretanto, caro leitor, mesmo no meio espírita, poucos encaram com naturalidade o retorno.
Entranhamo-nos na vida física de tal forma, envolvidos com a família, os negócios, os prazeres, os interesses materiais, que nos recusamos até mesmo a admitir essa possibilidade.
Doentes graves, que estão mais para lá do que para cá, como se costuma dizer, alimentam esperanças, envidam esforços para afugentar a visitante indesejável.
Com isso, apenas prolongam seus sofrimentos, em longa agonia.
Durante algumas semanas visitei um senhor que sofrera um AVC, Acidente Vascular Cerebral.
Paciente terminal, já não falava.
Comunicava-se precariamente por gestos.
Os médicos recomendaram que fosse levado para o seu lar, a fim de morrer junto à família, pois nada mais se podia fazer por ele.
Estava morrendo.
Mas, contrariando as expectativas, ele não morria.
Em algumas regiões no Norte, há a figura do ajudador, um especialista que, com rezas, cantos e palavras cabalísticas, procura convencer o candidato a defunto de que é chegada a hora de defuntar.
Pois é, leitor amigo, cometi uma de ajudador. Lia para ele textos em O Evangelho segundo o Espiritismo relacionados com a imortalidade.
Ao comentar, enfatizava que na Espiritualidade está nossa pátria; que o retorno é um alívio para o Espírito preso ao corpo enfermo e cheio de limitações.
Ainda lúcido, o paciente ouvia tudo atentamente. Já não falava, mas, invariavelmente, respondia com um gesto significativo: erguia a mão e a movimentava vigorosamente, em gesto de negação.
Não! Não queria morrer!
O corpo estava a expulsá-lo, mas ele se apegava com todas as forças que lhe restavam, como alguém que se recusa a deixar uma casa em ruínas.
Uma historinha, leitor amigo, para finalizar:
Isabel Fiel, enteada de Robert Louis Stevenson (1850-1894), grande escritor americano, conta que certa noite ele leu para a família uma prece para dormir que acabara de escrever:
Senhor, quando o dia voltar…
Fazei com que despertemos trazendo no coração e no rosto a alegria das alvoradas, dispostos ao trabalho, felizes se de felicidade for o nosso quinhão...
Resignados e corajosos, se nos couber nesse dia uma parcela de sofrimento.
Após a noite de sono, todos despertaram da forma preconizada naquela oração, felizes e bem-dispostos, sem imaginar que ele os preparara para enfrentarem uma parcela de sofrimento.
Naquele dia o grande escritor faleceu subitamente, com serenidade e sem sofrimento.
Reformador
Janeiro/2010
O AMOR COMO SOLUÇÃO
Há 150 anos, quando O Livro dos Espíritos foi lançado, poucos puderam compreender a afirmativa dos benfeitores, na resposta dada à questão 793, ao nos advertir que “só teremos o direito de nos dizermos civilizados quando de nossa Sociedade houvermos banido os vícios que a desonram e passarmos a viver como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então seremos apenas povos esclarecidos, que terão percorrido a primeira fase da civilização”.
A obra O Amor como Solução, vem agregar valores novos ao entendimento desse conceito sociológico expendido pela Doutrina Espírita.
Com exatas 200 páginas, em que se distribuem 30 capítulos, o Espírito Joanna de Ângelis deixa vazar a sua impressionante facilidade de retratar os atribulados cenários da existência no mundo.
A “arrogância”, que é um dos flagelos na vida de relação entre as criaturas, ela traduz como a “síndrome de tormento interior e de insegurança emocional, que se desloca em forma de falsa superioridade”. Nada mais verdadeiro! Esse sentimento grotesco, antítese da humildade cristã, a todos sufoca, desfigurando o caráter coletivo da Humanidade.
Exemplifica com a imagem tristemente célebre de Jesus perante Pilatos, no Pretório. O primeiro, na sua “aflitiva condição de vítima” e o segundo, no exercício da arrogância, “no fastígio da mentira”.
Mais adiante, ela nos traz considerações valiosas sobre “simplicidade e pureza de coração”, explicitando, em particular para os “cristãos espíritas modernos que olvidam Jesus, dele utilizando-se somente para brilhar e serem conhecidos”, que Jesus é a expressão máxima de desinteresse e pureza. Fora disso, é praticar a iniquidade a que o Mestre respondeu de forma lapidar: “Afastai-vos de mim”, ao falar da “porta estreita”, concitando-nos à vigilância (Lucas, XIII, 23 a 30).
Capítulos como “Libertação”, “Sacrifícios do Amor”, “Doenças da Alma”, “Opção pelos Pobres”, “Realização Pessoal”, “A Canção da Imortalidade” e “Paz na Terra” projetam o leitor para uma dimensão extraordinária de novas reflexões, como nunca, oportuníssimas.
Sabemos que os jardins florescem quando a primavera os acolhe em seu regaço de cores e perfumes; que as ideias proliferam quando os seres amadurecem na ânsia do crescimento interior e que os livros permanecem quando ajustados aos clamores de muitos em suas necessidades imediatas, tanto quanto a vacina é buscada mais intensamente nos surtos epidêmicos.
O Amor como Solução é um hinário de esperanças onde o Espírito Joanna faz a anatomia da dor, para exaltar a importância desse sentimento que é a força nutriente do Universo. Veio para ficar!
Fica claro que no contraste dos fardos, o de Jesus é o mais leve, bem mais fácil de carregar e que se a caminhada com ele ainda é áspera, sem ele, tende a piorar!
REFERÊNCIA
Autora Espiritual: Joanna de Ângelis
Médium: Divaldo Franco
Publicação: Livraria Espírita Alvorada Editora
Mundo Espírita
Fevereiro /2011
MARIA DE NAZARÉ
Disse, então, Maria: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim que se cumpra em mim segundo tua palavra”. (Lucas, 1:38 – Bíblia de Jerusalém).
As referências históricas a respeito de Maria de Nazaré ─ forma helenizada do nome hebraico Miriã1 que significa Senhora da Luz ─ são escassas e se restringem “[…] às narrativas sobre a infância do Cristo, nos evangelhos de Mateus e Lucas. […].” 1
Ali apendemos que quando foi feito o anúncio angélico do nascimento de Jesus, Maria estava vivendo em Nazaré da Galileia, e estava noiva de um carpinteiro chamado José (Lc 1: 26s). Lucas nos informa que José era da descendência de Davi. […], e, embora nenhuma menção seja feita sobre a linhagem de Maria, é possível que ela teria vindo da mesma linhagem, especialmente se, conforme parece provável, a genealogia de Cristo, em Lucas 3, deva ser traçada através da sua mãe. […]. 2
O evangelista Lucas traça a genealogia de Jesus a partir do nome de sua mãe, Maria de Nazaré que, segundo a tradição do judaísmo, é a genitora quem transmite o nome da família aos filhos (diferentemente da tradição ocidental, na qual o nome da família é fornecido pelo genitor). A genealogia de Jesus, segundo o evangelho de Mateus focaliza José, descendente do rei Davi, ao considerar a antiga profecia de que o Messias viria da linhagem dessa tribo israelense.
Segundo outro registro de Lucas, assim que Maria se viu grávida, ela teria viajado para uma pequena cidade, nas montanhas de Judá, a fim de visitar a sua parenta Isabel que, também se encontrava grávida, mas de 6 meses, daquele que seria conhecido como João Batista, cognominado O Precursor. Quando ambas se encontraram, Maria saudou a parenta e, de imediato, Isabel foi envolvida por profunda emoção, a ponto de sentir o filho estremecer no seu ventre, fazendo com que, sob inspiração, respondesse à Maria com estas palavras: “Bendita é tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” 3
Após o nascimento de Jesus em humilde estrebaria, em Belém de Judá, a família fixou residência em Nazaré, na Galileia. Pouco tempo depois, porém, e sob orientação do mesmo anjo que anunciara a concepção de Maria, a sagrada família foge para o Egito, a fim de escapar a fúria insana do rei Herodes que ordenou a morte de todas as crianças com até dois anos de idade. Com a morte de Herodes (ano 4 da nossa era), José, Maria e Jesus retornam à pequena e obscura Nazaré (Mt2:23), atendendo os alertas de segurança do anjo do Senhor, pois, a despeito da morte de Herodes, ainda havia perigos, visto que o rei atual, Arquelau, era igualmente cruel.
Maria de Nazaré, a amada e sublime mãe de Jesus, é reverenciada como o exemplo de amor e dedicação, de renúncia e sacrifício.
No Espiritismo […] também aprendemos a reconhecer em Maria uma Entidade evoluidíssima, que já havia conquistado, há [mais de] 2000 anos, elevadas virtudes, tornando-a apta a desempenhar na crosta terrestre tão elevada missão, recebendo em seus braços o Emissário de Deus que se fez menino para se transformar “no modelo da perfeição moral que a Humanidade pode pretender sobre a Terra”. Além do que se conhece nas antigas tradições religiosas, especialmente no Novo Testamento, encontramos na literatura espírita outros importantes dados biográficos de Maria, que vieram até nós por via mediúnica, naturalmente extraídos de arquivos fidedignos do mundo espiritual, revelando-nos que ela continua até hoje zelando com muito carinho pela humanidade terrestre, encarnada e desencarnada.4
Maria de Nazaré, por ser um Espírito portador de grandes conquistas evolutivas e virtudes, e consciente da tarefa que deveria realizar na obra do Cristo, curva-se, humilde ante os desígnios celestiais, agindo sempre com prontidão, como que repetisse, vida a fora, a resposta que deu ao anjo quando, em nome do Pai, este lhe anuncia que seria a mãe de Jesus, o Salvador: “Eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas, 1:38).
Mesmo diante da dolorosa e indescritível dor, ao ver o filho ser perseguido e crucificado, jamais perdeu a confiança em Deus, aceitando com divina renuncia. Com a personalidade forjada sob o guante do amor maior, Maria passa a se dedicar aos sofredores, como registra Yvonne Pereira no livro Memórias de um suicida. A obra descreve a amorosa e eficiente assistência aos suicidas pela mãe de Jesus, atuando diretamente, e sobretudo, por intermédio da Legião dos Servos de Maria, organização vinculada ao Hospital Maria de Nazaré. 5
Em diversas outras obras espíritas encontramos referências dos orientadores espirituais à sublimidade do Espírito Maria de Nazaré e a sua dedicação aos Espíritos que sofrem, encarnados e desencarnados. Lembramos, a propósito, a reverência que o Espírito Bittencourt Sampaio faz à mãe de Jesus nesta tocante oração:
Anjo dos bons e Mãe dos pecadores,
Enquanto ruge o mal, Senhora, enquanto
Reina a sombra da angústia, abre o teu manto,
Que agasalha e consola as nossas dores.
Nos caminhos do mundo, há treva e pranto.
No infortúnio dos homens sofredores,
Volve à Terra ferida de amargores
O teu olhar imaculado e santo!
Ó Rainha dos anjos, meiga e pura,
Estende tuas mãos à desventura
E ajuda-nos, ainda, Mãe piedosa!
Conduze-nos às bênçãos do teu porto
E salva o mundo em guerra e desconforto,
Clareando-lhe a noite tormentosa… 6
Referências
- DOUGLAS, J.J. (Organizador). O novo dicionário bíblico. João Bentes. 3. ed. Vila Nova: São Paulo, 2006. Verbete Maria, p. 838.
────. p. 838-839.
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BÍBLIA DE JERUSALÉM. Coordenadores da edição em língua portuguesa: Gilberto da Silva Gorgulho; Ivo Storniolo e Ana Flora Anderson. Diversos tradutores. 1 ed. 13 imp. Nova edição, revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2019. Evangelho segundo Lucas, 11787-1788.
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ANUÁRIO ESPÍRITA. Diversos autores. Ano XXIII, nº 23. Araras: IDE, 1986. Item: Fatos mediúnicos (Notícias de Maria, mãe de Jesus), p. 13.
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PEREIRA, Yvonne A. Memórias de um suicida. Pelo Espírito Camilo Candido Botelho. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Primeira parte, capítulos: Os réprobos e No hospital Maria de Nazaré, item: Departamento de vigilância, p. 39-102.
- XAVIER, Francisco Cândido. Mãe. Por diversos Espíritos. 3. ed. Matão, SP. Casa Editora O Clarim. 1974. Item: Súplica à Mãe Santíssima – mensagem de Francisco Leite de Bittencourt Sampaio -, p. 43.
Editorial do FEB.
Dezembro/2020
NUVENS
“E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, a ele ouvi.” — (LUCAS, capítulo 9, versículo 35.)
O homem, quase sempre, tem a mente absorvida na contemplação das nuvens que lhe surgem no horizonte. São nuvens de contrariedades, de projetos frustrados, de esperanças desfeitas.
Por vezes, desespera-se envenenando as fontes da própria vida.
Desejaria, invariavelmente, um céu azul a distância, um Sol brilhante no dia e luminosas estrelas que lhe embelezassem a noite.
No entanto, aparece a nuvem e a perplexidade o toma, de súbito.
Conta-nos o Evangelho a formosa história de uma nuvem.
Encontravam-se os discípulos deslumbrados com a visão de Jesus transfigurado, tendo junto de si Moisés e Elias, aureolados de intensa luz.
Eis, porém, que uma grande sombra comparece. Não mais distinguem o maravilhoso quadro.
Todavia, do manto de névoa espessa, clama a voz poderosa da revelação divina: “Este é o meu amado Filho, a ele ouvi!”
Manifestava-se a palavra do Céu, na sombra temporária.
A existência terrestre, efetivamente, impõe angústias inquietantes e aflições amargosas. É conveniente, contudo, que as criaturas guardem serenidade e confiança, nos momentos difíceis.
As penas e os dissabores da luta planetária contêm esclarecimentos profundos, lições ocultas, apelos grandiosos. A voz sábia e amorosa de Deus fala sempre através deles..
Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier
APASCENTA
“Apascenta as minhas ovelhas.” J esus (João, 21:17)
Significativo é o apelo do Divino Pastor ao coração amoroso de Simão Pedro para que lhe continuasse o apostolado.
Observando na Humanidade o seu imenso rebanho, Jesus não recomenda medidas drásticas em favor da disciplina compulsória.
Nem gritos, nem xingamentos.
Nem cadeia, nem forca.
Nem chicote, nem vara.
Nem castigo, nem imposição.
Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.
Nem lamentação, nem desespero.
“Pedro, apascenta as minhas ovelhas!”
Isso equivale a dizer: — Irmão, sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.
Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição benéfica surgirá depois.
Ajuda ao próximo, ao invés de vergastálo.
Educa sempre.
Revelate por trabalhador fiel.
Sê exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágei que te acompanham os passos.
Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.
Não analises, destruindo.
O inexperiente de hoje pode ser o mentor de amanhã.
Alimenta a "boa parte" do teu irmão e segue para diante.
A vida converterá o mal em detritos e o Senhor fará o resto.
Fonte Viva
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Emmanuel
O PEQUENO ABORRECIMENTO
Um moço de boas maneiras, incapaz de ofender os que lhe buscavam o concurso amigo, sempre meditava na. Vontade de Deus, disposto a cumpri-la.
Certa vez, muito preocupado com o horário, aproximou-se de um pequeno ônibus, com a intenção de aproveitá-lo para a travessia de extenso trecho da cidade em que morava, mas, no momento exato em que o ia fazer, surgiu-lhe à frente um vizinho, que lhe prendeu a atenção para longa conversa.
O rapaz consultava o relógio, de segundo a segundo, deixando perceber a pressa que o levava a movimentar-se rápido, mas o amigo, segurando-lhe o braço, parecia desvelar-se em transmitir-lhe todas as minudências de um caso absolutamente sem importância.
Contrafeito com a insistência da conversação aborrecida e inútil, o jovem ouvia o companheiro, por espírito de gentileza, quando o veículo largou sem ele.
Daí a alguns minutos, porém, correu inquietante notícia.
A máquina estava sendo guiada por um condutor embriagado e precipitara-se num despenhadeiro, espatifando-se.
Ouvindo com paciência uma palestra incômoda, o moço fora salvo de triste desastre.
O jovem refletiu sobre a ocorrência e chegou à conclusão de que, muitas vezes, a Vontade Divina se manifesta, em nosso favor, nas pequenas contrariedades do caminho, ajudando-nos a cumprir nossos mais simples deveres, e passou a considerar, com mais respeito e atenção, as circunstâncias inesperadas que nos surgem à frente, na esfera dos nossos deveres de cada dia.
Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei |