NÃO VAI TER CARNAVAL
Por conta da pandemia, a recomendação é evitar as AGLOMERAÇÕES. Espero, sinceramente, que tenhamos mesmo um feriado de carnaval diferente em 2021. Infelizmente, nos últimos anos, o chamado carnaval, de uma forma geral, não tem sido uma confraternização saudável, mas um verdadeiro "vale-tudo". Uma espécie de sinal verde para enlouquecer em busca dos prazeres. São foliões fantasiados ou mascarados, que deixam de lado o equilíbrio e o bom senso, em nome de uma "felicidade" artificial e ilusória.
Segundo o autor espiritual, Bezerra de Menezes, Carnaval é festa que guarda vestígios da barbárie e do primitivismo ainda reinante entre nós, marcado pelas paixões do prazer violento. A folia em que pontifica o Rei Momo já foi um dia a comemoração dos povos guerreiros, festejando vitórias; foi reverência coletiva ao deus Dionísio, na Grécia clássica, quando a festa se chamava "bacanalia"; na velha Roma dos césares, fortemente marcada pelo aspecto pagão.
Na Idade Média, entretanto, é que a festividade adquiriu o conceito que hoje apresenta: o de que uma vez por ano é lícito extravasar, em homenagem aos falsos deuses do vinho e das orgias. Assim, em três ou mais dias de verdadeira loucura, as pessoas desavisadas se entregam ao descompromisso, exagerando nas atitudes, ao compasso de sons febris e vapores alucinantes. Está no materialismo a causa de tal desregramento, que prioriza apenas o corpo, o lado material da vida.
Nessas ocasiões, os exageros de toda sorte, em meio ao ambiente de drogas, bebedeiras, permissividade, constatam-se nos desvarios sexuais, que levam às doenças, paternidade e maternidade irresponsáveis, além dos tristes casos de violência criminosa, acidentes de trânsito, estupros, homicídios e suicídios. Ou seja, as consequências físicas, psicológicas e espirituais são graves.
Como nosso imperativo maior é a Lei de Evolução, um dia tudo isso, todas essas manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de inferioridade, desaparecerão da Terra. Em seu lugar, então, predominarão a alegria pura, a jovialidade, o júbilo real, a satisfação genuína do homem despertando para a beleza e a arte, sem agressão ou promiscuidade. Portanto, fica aqui uma sugestão: que tal usar esta folga do carnaval para orações, boas leituras, atividades e passeios saudáveis, enfim, estar com amigos e familiares, em contato com a natureza, em contato consigo mesmo, buscando realmente descansar e aproveitar bem este tempo extra? Fica a reflexão. Busquemos o equilíbrio sempre, em todas as ações. Paz e Luz.
Rodolfo Barreto
PSICOGRAFIA
O iluminado Allan Kardec, ilustre codificador da glamorosa doutrina dos Espíritos sentenciou que “Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo.”
Em O Livro dos Médiuns o valoroso codificador faz um estudo completo da mediunidade, onde explica e classifica todo tipo dessa faculdade, dentre elas, conta-nossobre a Psicografia, desde o seu princípio até seu desenvolvimento completo, que passou por vários meios até chegar às mãos dos médiuns.
O primeiro sistema pensado foi a cestinha de quinze a vinte centímetros de diâmetro, de madeira ou de vime, não importando qual fosse o material, que tinha um lápis passando pelo seu fundo e bem fixado, com o grafite voltado para baixo, para rabiscar ou escrever no papel. Com os dedos do médium apoiados levemente na borda da cestinha ela se punha em movimento espiral com o lápis escrevendo as palavras sem espaço entre elas; o que nem sempre facilitava a sua leitura. A cestinha, por girar sobre si, recebeu o nome de cesta-pião.
Através desse sistema o Espírito comunicante não mais precisaria usar de pancadas como na tiptologia para se comunicar. Várias outras maneiras foram utilizadas para se obter os mesmos resultados, como a cesta de bico,que tinha uma haste inclinada de aproximadamente dez centímetros na posição de mastro de embarcação e conseguia escrever separando as palavras.
Havia também uma mesinha de doze a quinze centímetros de comprimento por cinco a seis centímetros de altura com três pés, com um deles tendo um lápis adaptado e os dois outros pés com bola de marfim para deslizar mais facilmente sobre o papel. Outra adaptação era uma prancheta de quinze a vinte centímetros, quadrada, triangular ou oval com um furo oblíquo onde se introduzia um lápis e era apoiada pelo lápis em um dos lados e rodízios no outro lado.
Normalmente eram usadas duas pessoas para operar esses sistemas, mas apenas uma delas tinha de ser médium, e a psicografia assim obtida por esses mecanismos era chamada de psicografia indiretaem oposição à psicografia direta ou manual que mais tarde foi obtida pelas mãos dos médiuns.
O Espírito que se comunica atua sobre o médium, que sob essa influência move tais sistemas ou usa a própria mão, agora sob o controle do comunicante, deixando claro que não são as cestas, ou as mesinhas que são inteligentes, sendo apenas os instrumentos que foram usados pela inteligência, e que quando o lápis é segurado pela mão do médium, produz o mesmo efeito.
Antes dos estudos de Allan Kardec, quando não se tinha ainda ideias exatas sobre o assunto, saiam publicações dizendo sobre comunicações de uma cesta, de uma mesa ou de uma prancheta. Depois dos estudos do codificador ficou demonstrado o erro, a impropriedade e o caráter pouco sério que envolviatais publicações.
Continuando os estudos sobre a mediunidade Kardec discorre sobre tantas variedades quantas são as espécies de manifestações e cita como principais a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos.
Nós espíritas temos por obrigação conhecer a salutar doutrina do Espíritos, estudando as obras básicas da codificação que são: O Livro dos Espíritos; O Livro dos Médiuns; O Evangelho Segundo o Espiritismo; A Gênese ou Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismoe O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo.
Há ainda outras obras dignas de serem estudadas como: Obras Póstumas e as doze edições da Revista Espírita editadas por Allan Kardec, sendo o resumo anual de todo o trabalho da codificação, com o primeiro número em 1858 indo até 1869, ano do falecimento do magnânimo codificador da doutrina dos Espíritos.
Crispim.
Referência bibliográfica:
- O Livro dos Médiuns. Allan Kardec.
FASES
É sempre essa visão estreita do homem que o faz sofrer e iludir-se quanto ao real propósito por que foi colocado neste mundo de provas.
Está nesta escola para aprender as lições mais elementares da vida, como as mais profundas. Claro que para todas as situações há uma lei que tudo regulamenta, assim como aqui no mundo material. Tudo é regulado de maneira a oferecer opção a todas as criaturas.
Se realmente algo pretende, deve ir a luta e pedir que Deus o ajude. Assim age o homem sensato que pretende entender o mecanismo da vida.
É claro que sempre pode ser socorrido e encaminhado nessa direção ou noutra. Mas é essa uma questão que deve ser levada em conta, para que cada dia esteja mais consciente do possível diante das leis de Deus.
Tudo caminha dentro de uma ordem de ideias, por conta disso o bom senso deve nortear o homem de bem.
Mas a questão é que o homem sempre espera tanto de Deus. Talvez devesse ser assim mesmo, mas o problema que esquece, que se sofre é a resposta de Deus, pois decorre de suas ações insensatas de ontem e de hoje... Mostrando-lhe que não está no caminho certo.
A verdade é que espera sempre demais de Deus e tão pouco de si.
Deseja receber de Deus tudo, inclusive aquilo que é de sua responsabilidade conquistar através do trabalho.
Há inclusive uma crença que espera que Deus lhe dê prosperidade material, sem trabalho, infelizmente muitas pessoas se enganam porque realmente desconhecem o sentido moral das leis divinas.
Essa atitude dá uma falsa noção às criaturas. Porém há de se considerar que tudo caminha dentro da lógica, isto não se pode perder de vista. Cada época da vida é marcada por uma motivação, que também é natural. Num primeiro momento da vida consciente surge a adolescência: os sonhos, devaneios; depois a realidade da vida adulta; e mais tarde a reflexão da velhice.
Em cada fase uma esperança e uma expectativa que se deve bem respeitar.
Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
LIBERTE-SE
Alega que não é feliz. Mas qual é a causa? O mundo continua belo e maravilhoso lá fora. Por que não aproveita esse impulso da natureza e raciocina melhor. Mas por que é infeliz? Porque alguém lhe feriu o coração sensível. Ou porque não vê perspectiva para o seu dia de amanhã...
Certamente já deve ter pensado um dia de viver num mundo melhor, onde a luta transitória não fosse tão ferozmente disputada, nem as pessoas se engalfinhassem por coisas tão insignificantes.
Observa-se realmente tem pensado muito na vida e almeja uma resposta clara aos seus anseios íntimos, por é imprescindível que venha se socorrer daqueles sábios da espiritualidade, que lecionaram e lecionam com exemplos extraordinários esses desencontros da alma.
Diz um sábio hindu que certa feita um homem queria desesperadamente encontrar a felicidade. Num primeiro momento buscou nos valores transitórios o suporte para garantir-lhe aquela paz interior, depois de muito lutar conseguiu vencer todos os obstáculos e se tornar um homem riquíssimo.
Decorrido algum tempo, porém certa tarde percebeu naquele momento de íntima reflexão, agora sim estavam mais preocupados do que nunca, porque tinha compromisso em toda parte, além de que devia administrar aquela fortuna que lhes causava enormes preocupações.
Pensou consigo mesmo, mas não era isso que eu queria? Lembrou-se da sua infância pobre com recursos tão reduzido, mas tinha tempo para si e sua família, pensar, inclusive em Deus, naquelas criaturas que estavam ao seu redor, agora o dominava somente essa ambição de ganhar dinheiro, mais dinheiro, numa escala insaciável, quanto mais ganhava, mais queria.
Pensou consigo mesmo, e concluiu que não estava na direção certa, porque era escravo do que tinha, ficando, portanto prisioneiro de coisas até tão estranha. Pensou muito naquele dia, e a madrugada o encontrou ainda insone, pensando, pensando, o que de real adquirira naqueles anos todos de intensa luta.
Muito trabalho, aborrecimentos com fornecedores, empregados, com a família que reclamava atenção, pois que estava sempre ocupado demais para aumentar a sua fortuna, já imensa. Sentiu que era definitivamente prisioneiro de si mesmo.
Uma ideia começou lentamente a dominar-lhe o entendimento, mas em vez de escravo pudesse ser Senhor, aquele que somente manda. Pareceu àquela ideia algo que atendeu profundamente aos seus anseios, naquela mesma semana esteve naquela região o governador da providência. Fora muito festejado, só lá não esteve porque um enorme carregamento de especiarias chegaria ao armazém geral.
À noite recolhendo-se ao leio, em verdade invejou o governador daquela região que esteve, foi ovacionado pela população, por algumas obras que mandara fazer naquele local.
Ser um político influente não fora difícil, porque possuía uma enorme fortuna pessoal, pensou ser uma pessoa influente é da máxima importância, porque viveria livre para mandar, não se preocuparia com tantas coisas que um homem de negócio é obrigado.
Investiu parte de sua fortuna e conseguiu ser o próximo prefeito, fora momentos de grande euforia, estava visível no seu semblante, mas passaram-se uns dias, começara a pressão de todas as partes. Aqueles companheiros que o haviam ajudado na campanha política, agora queriam vantagens e mais vantagens, até incompatível com o decoro de um homem público.
Como homem prática que era, agiu rápido negando aquelas vantagens vergonhosas que pediam, criando, em consequência, um enorme círculo de inimizade. Além de que chegavam pedidos descabidos de toda parte, até mesmo daquelas pessoas que mais confiava, ao cabo de dois meses, sentia-se asfixiado pelo que conseguira vivenciar.
Pensou abandonar o posto, pior que faltava ainda quase três anos para completar o mandato e já começava a se arrepender de haver começado aquela nova etapa de sua vida. Além que não pudera dar mais atenção aos seus negócios particulares, e começara a desmoronar o seu império financeiro, de outro lado se via preso moralmente ao compromisso que assumira diante da população.
Agora devia prosseguir, mas a verdade que perdera a paz, mesmo porque não era possível atender pelo menos parte daquilo que de todo lugar chegava. Pedido e mais pedido de obra, porém o dinheiro da municipalidade era insuficiente.
Começou uma luta íntima muito grande, mas sentia-se novamente prisioneiro dos compromissos, não havia como recuar.
Mas nos bastidores as tramas se sucediam, cada dia surgia um boato que mais o desestabilizava. Embora a tudo procurasse dar uma resposta à altura, nem por isso conseguia convencer a população, e aquilo fora criando uma insatisfação popular que não lhe dava sossego, mas devia continuar naquela luta, se desistisse era pior.
A verdade que foram os piores anos de sua vida. Além de que no final do mandato o acusam de todas as desonestidades possíveis, ainda que houvesse perdido tudo do que tinha, mas assim havia palavras maldosas por toda à parte. Insinuavam que ele escondera muito dinheiro, dizendo que ficar pobre para iludir a população.
Mas depois daqueles anos de sofrimento naquele verdadeiro ninhal de cobras, pode finalmente sair daquele compromisso, mas completamente ferido por muitas insinuações que faziam sobre sua conduta moral, inclusive que deixara os cofres públicos vazios.
Nova gestão assumindo em seu lugar um daqueles que o mais achincalhara o seu nome e a sua conduta, mas naquele último dia consegui entregar tudo. E já prepara uma condução que o levaria de volta a sua antiga província, onde pretendia viver até o resto da vida, na situação mais simples, queria simplesmente libertar-se daquele mundo que o atormentava tanto, queria paz em seu coração.
Seus conhecidos do passado prepararam-lhe uma festa de boas vindas, tão simplesmente como na sua infância, naquele dia sim depois de muitos anos, acabou chorando, coisa que jamais fizera em toda a sua vida, chorar de emoção, por ser homenageado por pessoas tão simples que a ele nada pediam.
Naquela noite depois de recepção, também não conseguira dormir como naqueles momentos de grandes reflexões. O Sol já se apresentava no horizonte e ele ali estava, sentia uma satisfação íntima indizível, pois que não sentia mais pressão de ninguém, estava finalmente livre. Para ser um simples operário, um homem livre para voltar para casa toda tarde com o coração em festa, para viver de maneira simples, com as pessoas simples.
Pareceu finalmente que encontrara aquela felicidade que sonhara a vida inteira. Estava finalmente livre para sonhar e ser feliz, mas ainda raciocinava, mas porque sofrera tanto, andara por tantos lugares para voltar ao mesmo sítio que nascera. Ali estava a sua verdadeira felicidade, porém a procurara por muitos lugares, e por conta disso sofrera tanto. Estava finalmente livre, como sonhara, finalmente.
Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
CENTRO ESPÍRITA
CONCEITO
Segundo consta no documento ‘‘Adequação do Centro Espírita para o melhor atendimento de suas finalidades’’, produzido pelo Conselho Federativo Nacional - CFN, em 1975, o Centro Espírita, ‘‘[...] para bem atender às suas finalidades, deve ser um núcleo de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, com base no Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita’’12
Deve ser o local semelhante à ‘‘[...] casa de uma grande família, onde as crianças, os jovens, os adultos e os idosos tenham oportunidade de conviver, estudar e trabalhar.’’ 13
O Centro Espírita deve também:
- [...] proporcionar aos seus frenqüentadores oportunidades de exercitar o seu aprimoramento íntimo pela vivência do Evangelho [...];’’ 14 ‘‘criar condições para um eficiente atendimento a todos os que o procuram com o propósito de obter orientação, esclarecimento, ajuda ou consolação.’’15-
- [...] manter-se em clima de ordem, de respeito mútuo, de harmonia, de fraternidade e de trabalho, minimizando divergências e procurando superar o personalismo individual ou de grupo, a bem do trabalho doutrinário, propriciando a união de seus freqüentadores na vivência da recomendação de Jesus: ‘‘Amai-vos uns aos outros.’’16
- [...] caracterizar-se pela simplicidade própria das primeiras Casas do Cristianismo nascente, com total ausência de imagens, paramentos, símbolos, rituais, sacramentos ou outras quaisquer manifestações exteriores, tais como batizados e casamentos.17
Deve, ‘‘[...] na condição de sociedade civil, organizar-se não apenas para desenvolver com eficiência as atividades básicas, mas também para cumprir as suas obrigações legais.’’18
O Conselho Espírita Internacional aprovou, anos depois, o folder Divulgue o Espiritismo, uma nova era para a Humanidade, onde as orientações em referência complementam o conceito de Centro Espírita, segundo o entendimento espírita.10
Dentre as orientações dos Espíritos Superiores a respeito do Centro Espírita, destacamos as seguintes, proferidas por Emmanuel, que sintetizam os conceitos antes apresentados. Este benfeitor espiritual afirma que o Centro Espírita, que ele chama de templo, é, [...] na essência, um educandário em que as leis do Ser, do Destino, da Evolução e do Universo são examinadas claramente, fazendo luz e articulando orientação [...]. Prestigiará a ciência do mundo que suprime as enfermidades e valorizará o benefício da prece e do magnetismo curativo, no socorro aos doentes.Divulgará o conceito filosófico e a frase consoladora.
Propiciará o ensino, multiplicando o pão. Um templo espírita, revivendo o Cristianismo, é um lar de solidariedade humana, em que os irmãos mais fortes são apoio aos mais fracos e em que os mais felizes são trazidos ao amparo dos que gemem sob o infortúnio.21
OBJETIVOS
Os objetivos do Centro Espírita são, em essência, os mesmos do Movimento Espírita, isto é, o estudo, a divulgação ou difusão, e a prática do Espiritismo.
Não poderia ser de outro modo, por ser aquele – o Centro Espírita –, a unidade fundamental do Movimento Espírita. O Conselho Espírita Internacional, no folder Divulgue o Espiritismo, já mencionado, define como objetivos dos Centros, Grupos ou Sociedades Espíritas: [...] promover o estudo, a difusão e a prática da Doutrina Espírita, atendendo às pessoas que buscam esclarecimento, orientação e amparo para seus problemas espirituais, morais e materiais; [...] querem conhecer e estudar a Doutrina Espírita; [...] querem trabalhar, colaborar e servir em qualquer área de ação que a prática espírita oferece.10
À vista desses objetivos, pode-se dizer que, quando [...] consideramos os objetivos do Espiritismo, que outros não são senão os de esclarecer e instruir, de assistir e orientar, de melhorar e educar, e avaliamos a extensão dos dramas e conflitos, das tragédias e convulsões sociais por que passa a humanidade, compreendemos melhor o que significa a disseminação das luzes e bênçãos da Terceira Revelação pela superfície do Mundo, florescendo e frutificando em outros solos, em outros meios, sob outros céus, para preservação e defesa dos Espíritos Encarnados, tão desejosos e necessitados de felicidade e quase sempre sem condições de conquistá-la. Dirigir um Centro Espírita, com senso de responsabilidade e espírito de abnegação, conduzindo-o de acordo com os postulados kardequianos, é trabalho de sacrifício para o qual nem todos oferecem condições satisfatórias de adaptação e entrosamento, nem disposições de ânimo satisfatórias a enfrentar a realidade dos fatos ou os imprevistos das situações, fazendo o possível pelo engrandecimento da Casa. Por isso, é sempre louvável o vermos companheiros verdadeiramente dispostos a darem prosseguimento ao programa de edificação da Humanidade, aceitando incumbências que lhes foram cometidas pelos Espíritos do Senhor e empenhando-se ao máximo por darem a elas profícuo desempenho.
Deprequemos, portanto, ao Pai Celestial suas bênçãos para que os diretores das Sociedades Espíritas sejam bem sucedidos no exercício de suas funções, levando de vencida as dificuldades que se lhes antepuserem aos passos. O fato de uma Casa Espírita ser modesta e composta de pessoas simples é antes um título de recomendação, uma razão de crédito de confiança, do que um fator contrário ao seu bom conceito, pois a simplicidade é, por excelência, a característica essencial do Espiritismo. Isto não quer dizer que nós, como seus adeptos, não nos esforcemos por aprender mais, por estudar sempre, melhorando nossas condições morais e intelectuais, acentuando o trabalho de cultura da mente e do coração. Não podemos difundir a luz se não nos iluminarmos, nem dar se não cuidarmos do nosso suprimento próprio. E semelhante conquista só é possível nos Centros Espíritas verdadeiramente bem estruturados nos ensinamentos doutrinário-evangélicos da Codificação Kardequiana.
O que importa, em essência e em última análise, como condição primordial, é a natureza do trabalho cristão e o caráter de renovação do trabalhador empenhado na criteriosa execução do mesmo. Ante as necessidades que nos acossam e os problemas que nos rondam e desafiam, variáveis em natureza e extensão, é de todo imprescindível que estejamos deveras compenetrados da natureza de nossas responsabilidades doutrinário-administrativas e atentos ao esmerado cumprimento dos deveres delas decorrentes, a fim de fazermos jus às bênçãos dos nossos Maiores e podermos atender àqueles que algo esperam, efetivamente, dos Centros Espíritas.20
REFERÊNCIAS
10.FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. Divulgue o espiritismo, uma nova era para a humanidade. Documento aprovado pelo Conselho Espírita Nacional, CFN, (em 1996) e pelo Conselho Espírita Internacional, CEI, p. 3
13. ______. Item 5, p. 108,
14. ______. Item 6, p.108.
15. ______. Item 7, p.108.
16. ______. Item 8, p.108.
17. ______. Item 9, p. 108.
18. ______. Item 10, p. 108.
20. GAMA, Alberto Nogueira da. Nos centros espíritas. Reformador. Rio de Janeiro: FEB, v. 98, n. 1817, agosto, 1980, p. 245.
21. XAVIER, Francisco Cândido, VIEIRA, Waldo. Estude e viva. Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. 9. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. Cap 39 (Espíritas, meditemos - mensagem de Emmanuel), p. 222-223.
ESDE
2008
PSICOGRAFIA
Minha querida filha Dora!...
Ontem estive também nesta casa e algumas vezes até participei das conversas.
Apesar de tudo estou feliz com essa nova situação de sua vida. Olhe para trás sim, mas como um obstáculo superado. Não com tristeza ou mágoa, porque dentro das circunstâncias foi o melhor que pode fazer.
Agora é importante que se tranqüilize e trata de sua saúde. Repito não fique olhando para trás, é para frente que se caminha, organize a sua vida, faças as obrigações que você julga importante. Como se diz: a tempestade já passou. O que tinha que acontecer já aconteceu, reforme o telhado e seja feliz.
Muitas coisas ocorrem na vida que não se pode evitar, pois faz parte de nossa caminhada.
O importante é que tenha se esforçado para cumprir a sua parte, se muitas vezes não aconteceu como era de seu desejo, nem por isso vamos considerar aquele fato menos importante. A cada época da vida aos seus compromissos.
Muitas vezes pensou em desistir da luta, mas uma força sempre o impeliu para frente. Cada momento da vida também tem seus encantos não se pode negar.
Vive-se de saudades, mas também de esperanças, pois que sempre lutou pelo melhor, um dia certamente encontrará, algumas vezes na medida que se sonhou, mas na forma que mais convém.
Por maiores que sejam as dificuldades é preciso lutar, porque só vence quem luta. Se muitos foram os espinhos e não desistiu, naturalmente que não será agora. Muitos já desistiram, mas foi um grande erro, porque eram os últimos testes e depois de tantas lutas fracassaram no final, isto não é razoável, nem certo. Como se diz: "Não diga a Deus que tem muitos problemas, mas diga aos problemas que você tem um Deus" e siga em frente.
Naturalmente que gostaria de saber como estou. Direi que estou bem dentro das possibilidades, apesar das muitas dificuldades que enfrentei nos primeiros momentos desta transferência para esta outra margem da vida, mas o importante esta união, nas horas de dificuldades e tristezas, como também nas horas de alegria.
Quero dizer a querida neta Nirma que continue firme em seus ideais, em seu projeto de vida, que com o passar dos dias tudo vai chegando nos seus devidos lugares. Fé e trabalho removem qualquer obstáculo. O importante é fazer cada um a sua parte e bem feito que o resultado virá. O restante será com o tempo e a hora. Não sei se ainda se pode pedir mais paciência, mas essa é a receita, porque certas coisas, somente quando chega à hora é que realmente tudo chega nos eixos. Vá em frente, não desanime nunca diante das dificuldades, ocupe o seu tempo em tarefas dignas e enobrecedoras.
O bem que se realiza será sempre o amparo nas horas difíceis, por mais que muitas vezes a gente não perceba. Pensa que muitos episódios de nossa vida poderiam Ter sido bem piores e graças às migalhas que se pode espalhar, foram amenizados por aqueles mesmos que nós tivemos a felicidade de auxiliar.
Não se canse de fazer o bem. Não acredite em felicidade sem trabalho desinteressado em favor dos outros. Una trabalho e fé e terá a fórmula de ser feliz.
Dizem que meu tempo se esgotou e graças ao auxílio de bons amigos pode chegar até aqui para dirigir-lhes algumas palavras que foram muito gratas ao meu coração.
Fiquem com Deus.
Um grande abraço da mãe e servidora sempre reconhecida e também todos os nossos familiares queridos.
Adeus.
PREPAREMOS O
AMANHÃ FELIZ
O tempo que passa nos encontra atados aos deveres, às lutas, às realizações, enfim, como um fardo pertinente à condição expiatória do nosso mundo. É por demais comum esse modo de pensar.
Quase sempre se assevera que o nosso é um mundo de dores e de lágrimas sofridas, ou que, na Terra, tudo tem odor de tragédia e de lamentação.
Pensa-se, comumente, que a situação provacional do planeta imponha aos seus habitantes a convivência obrigatória com as frustrações contínuas, com as decepções ou desencantos com que tantos se enredam pelos caminhos.
Acresce-se, no rol de agruras atribuídas ao Orbe, que a cada dia vai se tornando mais difícil ter amigos verdadeiros, nessa escalada crescente de perfídias e de insinceridades.
Lamentam-se as situações desastrosas em que se chafurdaram tantas instituições familiares, dando a impressão de que o lar está falido como construção social de base.
Entretanto, fazemos coro com outros inumeráveis corações que têm o olhar voltado para o hemisfério da esperança e que se ajustam às polaridades do otimismo.
Sem contestação, encontramos pelas avenidas planetárias toda essa onda de dores, de lágrimas sofridas como os nefastos episódios das traições, do abandono, do desmazelo para com o bem, o que configura um contexto por demais preocupante, no que se refere às visões do mundo futuro.
Não deveremos enganar-nos com relação a esses quadros lamentáveis, desenhados com as cores fortes das expiações e dos negativos comprometimentos.
O que precisaremos considerar é que foi Jesus, o Cristo, que nos falou das bem-aventuranças alcançadas pelos que sofressem todas as agrestias terrestres com nobreza, embora os esporões de todas as árduas pelejas.
O futuro traria as bênçãos de felizes conquistas: de justiça, de fortuna moral, de consolo e de paz para todos os que conseguissem enfrentar com galhardia as torturantes provações com suas carências gerais.
Quando acompanhamos, com os olhos de ver, os acontecimentos humanos, conseguimos verificar a existência de famílias honradas, bem estribadas na ética do amor e do trabalho, oferecendo excelentes exemplos para toda a sociedade.
Achamos amigos plenamente identificados com a honestidade da convivência, estabelecendo parcerias embelezadas pelo sentimento da fraternidade.
Deparamos homens e mulheres operosos, dinâmicos, dedicados às leis de Deus de tal maneira que conseguem influenciar positivamente todos quantos se movimentem ao seu redor.
O mundo que experimentamos na atualidade é o mesmo que elaboramos com nossos feitos e não-feitos, com nossa luz e nossa sombra, sem que nos déssemos conta de que deveríamos retornar aos seus proscênios, mais cedo ou mais tarde, a fim de operar as correções cabíveis em nosso roteiro.
O conhecimento haurido nas fontes do Espiritismo dá-nos a certeza de que ninguém é vítima sobre o solo planetário, senão de si próprio.
Urge substituamos as longas horas de lamentação, de lamúrias, de desesperação ou de depressão, pelas atitudes que sejam capazes de ensementar a terra complexa dos corações com as sementes formosas da dignidade de viver, da boa vontade no agir, da responsabilidade perante toda e qualquer atitude tomada.
Deus não instalaria os seus bem-amados filhos num campo juncado de misérias ou de deficiências e necessidades, se isso não fosse importante e indispensável ao seu progresso, se tudo não fosse exigência da lei de causalidade, em sua divina perfeição.
Quando olharmos o nosso mundo, embora toda a sombra que sobre ele se espalha, vejamo-lo como o nosso lar planetário, belo e próprio para que possamos dar conta dos compromissos que engendramos em tempos propínquos ou longínquos, embasados em nosso livre-arbítrio.
A Terra é uma das moradas do Pai a mover-se na imensidão. Tratemos de fazer o nosso melhor trabalho, abraçando os nossos irmãos que se encontrem em nosso derredor, a fim de que, juntos, unificados no amor e no anseio de crescer, logremos construir as pontes da fraternidade entre os corações, transformando em regenerador o tempo de dores expiatórias em que nos encontramos na Humanidade.
Olympia Belém
(Mensagem psicografada por Raul Teixeira, em 6/11/2009, durante a Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional da FEB, em Brasília, DF.)
Reformador
Fevereiro/2010
JESUS E VIDA
“A turbulência vence a paz, o conflito domina o amor, a luta desigual substitui a fraternidade”.
“… Mas essas ocorrências são apenas o começo da grande transição”.
Estas frases, encontradas no primeiro capítulo da obra, são de impressionar. É o cenário do final dos tempos! Joanna mostra-nos que estamos às vésperas de transformações históricas.
Seu estilo, sempre comedido, ousa pela contundência de suas expressões, abordando com franqueza e energia os desvios de conduta de pessoas e instituições, como uma mãe amorosa diante de filhos invigilantes que se distraem no crime, sem perceberem que estão a caminho do calabouço. É um rasgo de dor!
Os demais capítulos, num total de 30, obedecem a mesma linha de orientação aos de boa-vontade.
Alguns deles tratam de temas ricos, pelo ineditismo e pela profundidade dos conceitos, como se observa em “Silêncio”, ao nos dizer: “Aprende a calar e a meditar, a harmonizar-te e a não perder a serenidade na multidão desarvorada e falante”.
Em “Armadilhas”, lamenta: “Infelizmente, ainda não há lugar, na atual sociedade, para pessoas sérias portadoras de projetos de enobrecimento para a humanidade”.
Com a coragem ética que lhe tipifica o caráter, a conhecida e lúcida benfeitora trata da delicada questão do ciúme e da traição, consequentes de perturbação, que estão comprometendo perigosamente os objetivos sagrados das diversas escolas do Cristianismo, incluindo a espírita, ao declarar “Em respeito à caridade”: “Fraternalmente sorrindo, disputando privilégios que se atribuem méritos, destaques, primazias, embora abraçando uma doutrina que preconiza a humildade, a renúncia, a abnegação, a compaixão… a caridade”. Recapitula, assim, a preocupação de “O Espírito de Verdade” contida na página “Os obreiros do Senhor”, capítulo XX, de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, há cento e quarenta e três anos, quando admoesta: “Impor silêncio aos vossos ciúmes e as vossas discórdias, a fim de que daí não venha dano para a obra. Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados pelo turbilhão.”
Nas demais páginas, temos a nítida certeza de que Joanna acompanha de muito perto e com preocupação as aflições diárias de nossa sociedade encarnada.
Basta-nos ler “Sofreguidão pelo poder”, “Ante a violência”, “Culto lamentável”, “Comportamentos esdrúxulos” para constatar esta realidade, resultante da multiplicidade dos dramas produzidos pela mente humana transitoriamente adoentada.
Em “Heroísmo verdadeiro”, encontramos enorme alento, a força necessária para prosseguir nas tarefas que abraçamos. Ela identifica os méritos legítimos que podemos obter na prática de atividades comuns junto à sociedade, à família, ao trabalho profissional, ao campo religioso, à vida de relação, entre outras, que, muitas vezes desprezíveis para o orgulho humano, podem ser a tábua de nossa redenção.
“Jesus e Vida” é sagrado roteiro para quem quer viver a vida com Jesus.
Autora espiritual: Joanna de Ângelis
Médium: Divaldo Pereira Franco
Publicação: Livraria Espírita Alvorada Editora
Mundo Espírita
Novembro /2015
QUE FAZEMOS DO MESTRE
A História registra que antes de Jesus ser morto por crucificação, ele foi submetido a uma sequência de julgamentos por parte das autoridades religiosas (clero judaico e membros do Sinédrio), administrativas (Herodes e representantes) e políticas (romanos, representado pela figura Pilatos). Foi também alvo de traição por parte de um dos membros do colégio apostolar que não compreendeu a magnitude da mensagem do Evangelho. Contudo, O mestre Nazareno viera ao mundo como o Messias aguardado, a fim de nos ensinar a vivência da Lei de Amor.
Ante tais ocorrências, a palavra injustiça é a que se destaca quando tomamos conhecimento de como ocorreu o julgamento de Jesus. Faliram os religiosos e os representantes oficiais da administração política. Emmanuel assinala a respeito: “Jesus Cristo!… Condenado sem culpa, vencido e vencedor… Profundamente amado, violentamente combatido! […].”[1]
Passados mais de dois mil anos, o Cristo continua a ser perseguido, e a indagação de Pilatos dirigida especialmente às autoridades religiosas ecoa ao longo do tempo e chega até nós: Pilatos perguntou: “Que farei de Jesus, que chamam de Cristo?” (Mateus, 27: 22). A resposta ainda nos cala fundo, sobretudo porque para significativa parcela dos habitantes do Planeta, a resposta ainda é a mesma: Todos responderam: “Seja crucificado!” (Mateus, 27: 23).
Verdade seja dita: somos uma humanidade que tarda em evoluir. Para que ocorra a implantação da Lei de Amor, teremos ainda que nos submeter a suplícios e manifestações de renúncias, à semelhança do Cristo, a fim de domarmos nossa índole equivocada e ainda avessa à Lei de Amor, Justiça e Caridade. A propósito, Emmanuel oferece preciosa análise da pergunta de Pilatos e que serve de oportuna reflexão para todos nós.
QUE FAZEMOS DO MESTRE?
Que farei então de Jesus, chamado o Cristo? ─ Pilatos (Mateus, 27:22)
Nos círculos do Cristianismo, a pergunta de Pilatos reveste-se de singular importância.
Que fazem os homens do Mestre Divino, no campo das lições diárias?
Os ociosos tentam convertê-lo em oráculo que lhes satisfaça as aspirações de menor esforço.
Os vaidosos procuram transformá-lo em galeria de exibição, através da qual façam mostruário permanente de personalismo inferior.
Os insensatos chamam-no indebitamente à aprovação dos desvarios a que se entregam, a distância do trabalho digno.
Grandes fileiras seguem-lhe os passos, qual a multidão que o acompanhava, no monte, apenas interessada na multiplicação de pães para o estômago.
Outros se acercam dEle, buscando atormentá-lo, à maneira dos fariseus arguciosos, rogando “sinais do céu”.
Numerosas pessoas visitam-no, imitando o gesto de Jairo, suplicando bênçãos, crendo e descrendo ao mesmo tempo.
Diversos aprendizes ouvem-lhe os ensinamentos, ao modo de Judas, examinando o melhor caminho de estabelecerem a própria dominação.
Vários corações observam-no, com simpatia, mas, na primeira oportunidade, indagam, como a esposa de Zebedeu, sobre a distribuição dos lugares celestes.
Outros muitos o acompanham, estrada afora, iguais a inúmeros admiradores de Galileia, que lhe estimavam os benefícios e as consolações, detestando-lhe as verdades cristalinas.
Alguns imitam os beneficiários da Judeia, a levantarem mãos-postas no instante das vantagens e a fugirem, espavoridos, do sacrifício e do testemunho.
Grande maioria procede à moda de Pilatos que pergunta solenemente quanto ao que fará de Jesus e acaba crucificando-o, com despreocupação do dever e da responsabilidade.
Poucos imitam Simão Pedro que, após a iluminação no Pentecostes, segue-o sem condições até à morte.
Raros copiam Paulo de Tarso que se ergue, na estrada do erro, colocando-se a caminho da redenção, passando por impedimentos e pedradas, até ao fim da luta.
Não basta fazer do Cristo Jesus o benfeitor que cura e protege. É indispensável transformá-lo em padrão permanente da vida, por exemplo e modelo de cada dia.
- [1] FEDERAÇAO ESPÍRITA BRASILEIRA. Reformador. Dezembro 1968. Mensagem de Emmanuel: Perante o Divino Mestre. p. 267.
- XAVIER, F. C. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. 100, p. 213-214.
Editorial do FEB.
Fevereiro/2020
DIFERENÇA
“Crês que há um só Deus: fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem.” (Tiago, 2:19)
A advertência do apóstolo é de essencial importância no aviso espiritual.
Esperar benefícios do Céu é atitude comum a todos.
Adorar o Senhor pode ser trabalho de justos e injustos.
Admitir a existência do Governo Divino é. Traço dominante de todas as criaturas.
Aceitar o Supremo Poder é próprio de bons e maus.
Tiago foi divinamente inspirado neste versículo, porque suas palavras definem a diferença entre crer em Deus e fazer-Lhe a Sublime Vontade.
A inteligência é atributo de todos.
A cognição procede da experiência.
O ser vivo evolve sempre e quem evolve aprende e conhece.
A diferenciação entre o gênio do mal e o gênio do bem permanece na direção do conhecimento.
O demônio, como símbolo de maldade, executa os próprios desejos, muita vez desvairados e escuros.
O anjo identifica-se com os desígnios do Eterno e cumpre-os onde se encontra.
Recorda, pois, que não basta a escola religiosa a que te filias para que o problema da felicidade pessoal alcance a solução desejada.
Adorar o Senhor, esperar e crer n’Ele são atitudes características de toda a gente.
O único sinal que te revelará a condição mais nobre estará impresso na ação que desenvolveres na vida, a fim de executar-lhe os desígnios, porque, em verdade, não adianta muito ao aperfeiçoamento o ato de acreditar no bem que virá do Senhor e sim a diligência em praticar o bem, hoje, aqui e agora, em seu nome.
Fonte Viva
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Emmanuel
UMA DÍVIDA PAGA PELO ALTO...
José, o irmão de Chico, que fora por muito tempo seu orientador e dirigia as sessões do “Luiz Gonzaga”, adoece gravemente, e, sob a surpresa de seus caros entes familiares, desencarna, deixando ao irmão o encargo de lhe amparar a família. Dias depois, o Chico verifica que o José lhe deixara também uma dívida, pois esquecera de pagar a conta da luz, na importância de onze cruzeiros. Isto era muito para o pobre médium, pois no fim de cada mês nada lhe sobrava do ordenado.
Pensativo, sentou-se à soleira da porta de sua casinha rústica e abençoada.
Emmanuel lhe diz:
— Não se apoquente, confie e espere.
Horas depois, alguém lhe bate à porta. Vai ver.
Era um senhor da roça.
— O senhor é o seu Chico Xavier?
— Sim. Às suas ordens, meu irmão.
— Soube que seu irmão José morreu. E vim aqui pagar-lhe uma bainha de faca que ele me fez há tempos. E aqui está a importância combinada.
Chico agradeceu-lhe.
E ficando só, abriu o envelope. Dentro estavam onze cruzeiros... para pagar a luz.
Sorriu, descansado, livre de um peso.
E concluiu para nós: — “Que bela lição ganhei”. E nós: — Também para os que sabem olhar para os lírios dos campos, que não temem o amanhã, porque sabem que ele pertence a Deus.
Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama
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