"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XVI - N. 183 * Campo Grande/MS * Abril de 2021.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

Luzes_do_Amanhecer_183.pdf
Click Aqui - Para Baixar


 

        Espalhe bondade e compaixão no caminho alheio, pois que somente estas lhes serão a herança mais valiosa que poderá desfrutar. Áulus

 

 

INFLUÊNCIA DO MEIO

 

            O tema mediunidade é de grande importância no meio espírita, mas ainda há muitas pessoas que por falta de estudo ignoram coisas que já são sabidas, graças ao esforço de Allan Kardec, o sistematizador da doutrina Espírita, que em O Livro dos Médiuns fez um estudo, que se pode dizer, completo sobre essa fantástica faculdade.
            Vamos nos ater apenas em um dos tópicos estudados pelo glorioso codificador do Espiritismo, que é a influência do meio nas comunicações mediúnicas. Já de saída diz Kardec que os Espíritos que cercam o médium o auxiliam, tanto para o bem, como para o mal e que mesmo que o médium tenha má vontade, os Espíritos mais elevados podem, se lhes for conveniente, comunicar-se com ele, mau grado a imperfeição do medianeiro e do meio, mantendo-se completamente estranhos ao fato.
            A dúvida sobre a participação dos Espíritos superiores em reuniões fúteis foi resolvida com o esclarecimento que tais espíritos não vão às reuniões onde sabem que que a presença deles é inútil e preferem os meios pouco instruídos, mas onde haja sinceridade, mesmo que se encontrem instrumentos medíocres, aos meios instruídos onde domina a ironia e é necessário que se fale aos ouvidos e aos olhos, coisas feitas  pelos Espíritos batedores e zombeteiros, pois convém que os que se orgulham de sua ciência, sejam humilhados pelos Espíritos menos instruídos e menos adiantados.
            Aos Espíritos inferiores não lhes é interditado as reuniões sérias, onde conservam-se silenciosos para que aproveitem os ensinos ministrados. É erro certo crer que é necessário ser médium para atrair Espíritos, que povoam o espaço e os temos ao lado, observando-nos, intervindo em nossas reuniões, acompanhando-nos ou evitando-nos se os atraímos ou os repelimos.
            Não é a faculdade mediúnica que atrai os Espíritos, ela não influencia em nada, sendo apenas um meio de comunicação. Para recebermos comunicações de ordem elevada, nem sempre basta uma assembleia séria, pois há pessoas que nunca riem e não têm puro o coração, e é o coração principalmente que atrai os bons Espíritos.
            Nenhuma condição moral impede as comunicações espíritas, porém as más condições atraem os Espíritos que lhe são semelhantes, que enganam e bajulam os preconceitos. As comunicações então refletem as condições dos Espíritos que assistam a reunião, que influenciam para o bem ou para o mal.
            E Allan Kardec resume: “as condições do meio serão tanto melhores quanto mais homogeneidade houver para o bem, mais sentimentos puros e elevados, mais desejo sincero de instrução, sem ideias preconcebidas”.

Crispim.

Referência bibliográfica:

  • O Livro dos Médiuns. Allan Kardec. Questões 231 a 233.

 

 

É PRECISO LEMBRAR SEMPRE

 

            Quando não se lembra das coisas boas, logo deve pensar que não viveu, pois que estas alimentam os dias vindouros.
            Mas quando esquece as coisas más, é que é edificado no bem, especialmente quando tinha até o direito de reclamar e não o fez, em favor da paz dos outros. 
            Por isso, preste atenção naquele momento que precisa lembrar mais fortemente dos compromissos, pois estes que o tornarão melhor, especialmente quando se exercita na caridade, nessa nobre tarefa de servir.
            Sempre há um motivo a mais para seguir em frente.
            Por maiores que sejam as dificuldades do caminho, nem por isso desista de ser bom e generoso, sempre existe algo positivo que pode ser levado adiante. Desistir, nunca, seguir em frente é a atitude corajosa daquele que valoriza os seus dias aqui neste plano.
            É de se notar que muita coisa ainda precisa de mais um retoque para se apresentar na verdadeira configuração que lhe é própria, especialmente quando servem para superar os obstáculos que dificultam o caminho do próximo.
            Quantos já caíram ao longo da estrada por falta de decisão em reformular seus conceitos. É preciso estar disposto a realizar essa reforma interior tão decantada até na hora do retorno à vida espiritual.
            De tempo em tempo é necessário compreender que para se adequar a novas possibilidades também é necessário mudar o foco das concepções, isto é, redirecionar nossos passos em direção à mensagem consoladora do Cristo.
            Quando estiver a ponto de explodir, lembre-se que somente vence aquele que luta até o fim, sem desanimar e sem reclamar das dificuldades de percurso, caso contrário aquele projeto maior pode não ser realizado.
            É importante que busque os resultados que espera, mas sempre procurando se aperfeiçoar no campo dos sentimentos. Certamente que vencerá as provas aquele que mais decisão tiver em sua mente… e no seu coração, até o fim.

 

Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

ESPERAR COM PACIÊNCIA

 

            Quanto mais lute, mais força encontrará dentro de si.
            A vida é uma permanente troca de energias como o meio em que se vive, talvez para ensinar a solidariedade. Em tudo se recebe a cooperação e o apoio, do ar invisível os pulmões retiram o oxigênio que mantém a vida em funcionamento. O sol estabelece a regularidade do mundo, sem ele a vida como se entende deixaria de existir.
            Em tudo a providência auxilia para que tudo caminhe em base sólida. Quanto mais dê de si, mais a vida lhe dará. A lei da compensação. Tudo se renova para atender a voz do alto. Fala o sábio que não cai à folha de uma árvore sem que Deus o permita.
            É isso justamente que mais importa. É que continue lutando ainda que não veja nenhum resultado palpável a sua frente. Mas a fé o guiará, mostrando que se age no bem, certamente que Deus também fará a parte Dele.  Assim que cumpra o seu papel.
            Esta escola bendita chamada terra, em verdade é que representa o Eldorado de nossos sonhos, porque é justamente aqui que se realize o progresso possível para este plano. Muitas lágrimas e muitas tristezas já fizeram parte de seus dias, por siso pode tirar suas próprias conclusões.
            É importante que reconheça  que precisa aplicar-se ao máximo em compreender a sua tarefa. Pequena sim, mas necessária para que implante em seu coração uma nova maneira de olhar o mundo.  
            Se outros participam do seu trabalho, trate-os com bondade e sabedoria, incentive-os porque eles possam levar a sua boa lição para o resto da vida.
            Consciente daquilo que faz, espalhe bondade em seu redor, porque somente assim poderá colher o fruto do seu trabalho. 
            Nem que seja migalha que espalhe em seu redor. Às vezes as migalhas representam muita coisa. Só pode tomar uma refeição de cada vez, por mais que tenha imensos celeiros de alimentos e colha os frutos sazonados da árvore frutífera plantada ontem, mas já sabe que não se colhe uva de espinheiro, por isso que se preocupe com a sementeira.
            É importante que mantenha a calma, mesmo no calor das paixões, para que conserve a lucidez do bom discernimento. Muito se fará quando estiver com todas as condições, mas por hora conte com as possibilidades que tem.  
            Se já bastam a cada dia as suas dores, portanto não cogite de aumentá-las ainda mais. Sê paciente consigo mesmo. Às vezes a atitude mais sábia é esperar. Se porventura o rio estiver na sua maior enchente, é melhor que saiba que existe muita coisa que pode ser destruída, mas se porventura quiser vencer essas águas perigosas pode sucumbir também e sem a vida não chegará a lugar nenhum.
            Espere que o tempo melhore e posse com segurança para outra margem do rio sem perigos. A prudência também é fundamental.  

 

Lições De Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

PREFÁCIO DE O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO

 

            A mensagem que se segue, transmitida pelo Espírito de Verdade, representa o prefácio de O evangelho segundo o espiritismo.
            Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.
            Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.
            As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e o cântico dos anjos se lhes associa. Homens, nós vos convidamos ao divino concerto. Tomai da lira; que vossas vozes se unam e que, num hino sagrado, elas se estendam e vibrem de um extremo a outro do Universo.
            Homens, irmãos a quem amamos, estamos juntos de vós. Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: “Senhor! Senhor!” e podereis entrar no Reino dos Céus.47

INTERPRETAÇÃO DA MENSAGEM DO ESPÍRITO DE VERDADE

            Nessa comunicação mediúnica se destacam algumas ideias:
            1) Os Espíritos que receberam a incumbência de transmitir o Espiritismo à Humanidade encarnada na Terra organizaram-se em poderosa e disciplinada equipe (“qual imenso exército”), sob a coordenação e Tema 3 – O evangelho segundo o espiritismo: prefácio e introdução supervisão do Cristo. Essa equipe era constituída de entidades espirituais superiores, consideradas “as virtudes dos céus”.
            Virtude é o mesmo que qualidade ou valor moral; é a disposição de um indivíduo de praticar o bem, inata ou adquirida por educação. O homem de bem é necessariamente virtuoso. “Céus ou Céu” diz respeito ao espaço sideral ou cósmico, ou, no que diz respeito às tradições religiosas, traz o sentido de coisas celestes ou coisas de Deus. Quando escrito em maiúscula,
            Céu traduz-se por Providência Divina.
            Uma curiosidade: a palavra céu, shamayim do hebraico ou shemayin do aramaico, é traduzida como “coisa erguida”, “expansão”. A primeira forma aparece 419 vezes, e a segunda forma 38 vezes, sendo encontradas em 31 livros do Antigo Testamento. No Novo Testamento (também denominado Escrituras gregas, porque foram escritas na língua grega), temos a palavra ouranós que, literalmente, significa céu, e que é citada 280 vezes, de Mateus ao Apocalipse.
            Em outras ocasiões, a expressão tà epouránia, que se traduz como “coisas celestes” é a utilizada. Trata-se, portanto, de palavra de ocorrência comum.
            2) Outra ideia: o Espiritismo surgiu no momento previamente programado por Jesus, partindo-se do princípio de que a Humanidade, de forma ampla, já revelava condições intelectuais e morais para entender, em espírito e verdade, a mensagem do Mestre Nazareno. Este aprendizado seria posto em prática ao longo dos séculos seguintes, constituindo uma era de transformação espiritual do ser humano, em que as trevas da ignorância cederiam lugar à luz do entendimento espiritual: “Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos”.
            3) Os Espíritos superiores: “As grandes vozes do Céu” — sentido de Providência Divina —associados aos Espíritos puros, “e o cântico dos anjos se lhes associa”, anunciariam a mensagem em todas as partes do mundo por meio de inúmeros e variados fenômenos mediúnicos, a fim de despertar a atenção dos habitantes do planeta: “num hino sagrado, elas se estendam e vibrem de um extremo a outro do Universo”. Kardec afirma: “Por meio do Espiritismo, a Humanidade deve entrar numa nova fase, a do progresso moral, que é a sua consequência inevitável. Não mais, pois, vos espanteis da rapidez com que as ideias espíritas se propagam [...].”
            4) A última ideia da mensagem fornece condições para alcançar o Reino dos Céus (perfeição espiritual): amor mútuo e amor a Deus, cumprindo a Sua Vontade: “Homens, irmãos a quem amamos, estamos juntos de vós.
Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: ‘Senhor! Senhor!’ e podereis entrar no Reino dos Céus”.

 

Livro Evangelho Redivivo
FEB

 

 

PSICOGRAFIA

 

            É comum ouvir alguém falar, “a felicidade não foi feita para mim”, partindo essa frase da boca de muita gente, mas invariavelmente espera que esta aconteça com por um passe de mágica. Não compreende que terá que conquistá-la pelo próprio esforço. Como poderá surgir essa tal felicidade inopinadamente, se quem a deseja não faz por onde. A felicidade é algo que deve ser merecido, assim como o trabalhador diligente e aplicado recebe o seu salário, mas a felicidade não pode ser fruto da ociosidade, nem a pode encontrar que não a procura.
            O homem desde que toma consciência de si mesmo, sai em busca da felicidade, e às vezes a busca a vida inteira, mas não a procura onde ela está, pois que a felicidade não pode estar nas coisas fugidias do mundo, como a consideração social, os recursos materiais, de vez que essas coisas são estranhas a própria pessoa, como a posse de algo material poderá nos dar a felicidade permanente, se estas coisas são tão estranhas a nossa natureza íntima e um dia fatalmente vou Ter que me separar dela, então a minha felicidade será esquecida, perderei a felicidade, exatamente quando mais precisava porque vou para um lugar que não sei o que me aguarda e os meus recursos materiais de que servirão para mim? Se lá não serão aceitos, mesmo porque não terão utilidade nenhuma. Será que a felicidade no lugar certo?  Será essa a felicidade que a busquei com tanta avidez nas coisas materiais, mas que presentemente nada me serve.
            A fortuna serviu para mim quando estava encarnado, comprou tantas coisas, mas agora ela ficará no mundo com minhas ilusões. Nada poderei levar, porque aqui não se pode comprar nada com esses valores, o que farei? Se me sinto completamente sem recursos, terei que mendigar neste outro mundo. Naquele que eu vivera sou pensei em mim, em satisfazer minha vaidade e capricho, nada mais.
            Aqui também sou tratado de acordo com minhas posses e como não tenho nada, desses valores considerados importantes, sou relegado ao abandono, coisa curiosa! Pois que lá era tratado com tanta deferência e consideração. Seria em razão do dinheiro somente que possuía? Só sei que sinto me completamente deslocado neste lugar, terei que fatalmente que mendigar até me humilhar àqueles mesmos que muitas vezes não dei a mínima importância, pois que não era da classe social que pertencia.
            Agora dependo deles para as mínimas coisas, isso não é uma brincadeira de mau gosto?  Onde estão meu poder e minhas amizades influentes? Não é possível o que estão fazendo comigo? Afinal não conheceu o Coronel Belarmino, influente homem de negócios, cujo nome todos pronunciavam com respeito. Agora não me dão a mínima importância, às vezes mal falam comigo quando vou reclamar alguma coisa que tenho o legítimo direito, na condição de Coronel Belarmino. Vivia muito tranqüilo no Sul da Bahia. Que tive muitos escravos a minha disposição. Agora justamente um “negro” que me dá as ordens e qualquer coisa que quero depende de autorização dele, se ele não consentir nada feito. Este mundo está de cabeça para baixo, ou eu que estou ficando louco. Onde já se viu uma coisa dessas, ou será um pesadelo.
            Se vão reclamar maus tratos, encontrarão má vontade em todos. Só escuto zombarias a meu respeito, como soubessem o meu nome, dizem: “seu coroné”, tu não tá bom das pernas, nem da cabeça. Seu coroné porque o sinhô está reclamando afinal, se a sua parte nem começou ainda. Aqui não tem juiz que se vende, nem consideração para que surrupiou o suar alheio, ou nunca respeitou a dor do próximo, que seu tempo de atividade passou, agora chegou a sua vez de pagar até o último centavo. Para avivar a sua memória vai desfilar diante do “coroné” todas as suas atrocidades e “o coroné”, irá lavrar a sua própria sentença, porque cada cena irá reviver cada dor infligida ao próximo, pois que terá oportunidade de rever claramente cada ato seu e não poderá pretextar ignorância, nem dizer que a pena não é merecida. Se foi lhe dado poder e fortuna, a finalidade era de auxiliar o próximo, mas pelo contrário o esmagou com sua soberba e maldade, agora tem o resultado do que plantou, nada mais justo. E serão longos anos de padecimentos para que assimile a maldade que praticou contra tantos. Em breves minutos será entregue ao juiz de sua consciência onde está inscrito o Código da Lei, e mediante os considerando da Lei será lavrada a sentença e então começara imediatamente a cumprir a pena e pela enormidade dos crimes que perpetrara, a pena não será branda.  Se Revista de coragem para enfrentar tudo, porque se foi capaz de fazer tanto mal, podendo não fazê-lo, agora a se bastante responsável para suportar as provações que o aguardam. A cada um de acordo com suas obras.
            Lembre-se de que na vida teve os bens que desfrutara abundantemente e valeu-se deles para suas supostas conquistas. E muitos daqueles que o serviram só colheram misérias e maus tratos, deve compreender que cada um está colhendo a felicidade que plantou.
            Adeus.

 

REFORMA ÍNTIMA:
QUEM PRECISA?

 

Semper ascendens: 1 “De muito longe venho, em surtos milenários; vivi na luz dos
sóis, vaguei por mil esferas e, preso ao turbilhão dos motos planetários, fui lodo
e fui cristal, no alvor de priscas eras. Mil formas animei, nos reinos multifários:
fui planta no verdor de frescas primaveras e, após desenvolver impulsos
embrionários, galguei novos degraus: fui fera dentre as feras. Depois que em
mim brilhou o facho da razão, fui o íncola feroz das tribos primitivas e como
tal vivi, por vidas sucessivas. E sempre na espiral da eterna evolução, um dia
alcançarei, em planos bem diversos, a glória de ser luz, na Luz dos universos”2.

Ivone Molinaro Ghiggino

 

            Espíritos que somos, fomos todos criados “simples e ignorantes, isto é, sem saber”,3 devendo, através das múltiplas chances encarnatórias, conhecer a verdade e palmilhar a estrada da evolução rumo à perfeição, o que nos proporcionará “a pura e eterna felicidade”,4 que é nossa destinação.
            Jesus, há mais de dois mil anos, ensinou-nos o Mandamento do Amor, base indispensável para qualquer melhoria individual e coletiva. A seguir, com as importantes parábolas, Ele nos exemplificou quais atitudes devemos ou não tomar. E, como roteiro seguro, receita para essa escalada luminosa rumo ao progresso, legou-nos as Bem-aventuranças, verdadeiro “coração” do Sermão da Montanha: aí, nessas pérolas inigualáveis de sabedoria e doçura, encontramos, em maravilhosa simplicidade, os recursos íntimos que devemos desenvolver em nós a fim de capacitar-nos para pensar, sentir e agir no bem.
            Mais tarde, em pleno século XIX, a Doutrina Espírita veio, com a permissão de Deus e sob a orientação do Cristo, recordar-nos seus ensinos, enfatizando a necessidade de que os sigamos para sermos realmente felizes, o que é o anseio de toda a Humanidade.
            Assim, com esclarecimentos detalhados, é-nos sinalizada, como imprescindível, a nossa reforma íntima, único meio de alcançarmos nossas metas de júbilo e pureza. Aliás, Jesus já nos animava a encetar essa reconstrução interior, ao afirmar:             “Vós sois a luz do mundo.5 Vós sois o sal da terra”.6
            E nós, como estamos?
            Apesar de todas essas informações, de todos esses avisos, muitos de nós ainda estamos claudicantes nesse mister, às vezes até caminhando invigilantes, descuidados, esquecendo que, embora o progresso seja uma lei divina, nós somos seres inteligentes: “o princípio inteligente do Universo”,7 capazes de alcançar patamares evolutivos superiores, mais ou menos rapidamente, conforme o uso que façamos de nosso livre-arbítrio. Por que é tão difícil praticarmos com autenticidade a Lei de Amor?
            Para algumas pessoas, a palavra “amor” encerra tanta grandeza, tanta sensação de incomensurável, que não raro se sentem “esmagadas” e incompetentes ante esse peso, praticamente desistindo dessa inadiável empreitada.
            Todos nós precisamos entender que “reformar” significa “novamente dar forma a alguma coisa”, “modificá-la para melhor”, e, porque não, “retocá-la”, “embelezá-la”... É higienizarmos nosso interior, sanando-o de miasmas pestilenciais, eliminando sombras persistentes, as quais, desavisadamente, permitimos que nos invadissem, e que insistem em querer ocultar a luz da verdade que irá nos libertar.
            Um bom amigo nosso (Milton Menezes), em suas explanações em tarefas espíritas, costuma alertar a seus ouvintes de que, se não nos achamos aptos ainda a cultivar o amor incondicional, devemos dedicar-nos corajosa e persistentemente a semear e cultivar os “filhotes do amor” (respeito, paciência, tolerância, humildade, simplicidade etc.). Desse modo, embora enfrentando numerosas dificuldades individuais, iremos paulatinamente eliminando erros e edificando virtudes, as quais nos levarão ao Amor Incondicional, semelhante ao de Jesus.
            Por conseguinte, ouçamos a voz de Jesus em nós, e, com perseverança, anulemos conscientemente os adornos enganosos do Homem Velho, que nos cerceiam a evolução, e dediquemo-nos a esculpir em nós mesmos o Homem Novo, tornado-nos Cidadãos do Universo, dignos filhos amados de nosso Pai.
            Não tenhamos dúvida de que, então, estaremos transformando a Terra realmente num mundo azul, belo e evangelizado. Recordemos as palavras judiciosas do Dalai Lama:
            Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. [...]8

 

REFERÊNCIA
1 - Latim: “Sempre ascendendo”.
2 - ROMANELLI, Rubens C. Primado do espírito, 3. ed. Belo Horizonte: Ed. Síntesi, 1965. Tópico III – Temas Filosóficos: Evolução, p. 55.
3 - KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 91. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Q. 115.
4 Idem, ibidem.
5 - MATEUS, 5:14. Bíblia sagrada (CD- -ROM). Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1996.
6 - MATEUS, 5:13. Idem.
7 - KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 91. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Q. 23.
8 - Disponível em: <www.pensador.info/ autor/Dalai_Lama/>

 

Reformador
Fevereiro/2010

 

 

PERTURBAÇÕES ESPIRITUAIS

 

            Este livro é um breve relato em torno do intercâmbio entre as duas esferas da vida, especialmente cuidando das perturbações espirituais resultantes da suprema ignorância que se permitem os Espíritos infelizes, na sua luta inglória contra o Mestre Jesus e Sua Doutrina.
            De alguma forma, faz parte da série que foi iniciada por Manoel Philomeno de Miranda, Espírito, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco, com o livro Transição planetária e o Amanhecer de uma era nova, abordando os desafios modernos em forma de obsessões coletivas e individuais, especialmente nas Sociedades Espíritas sérias dedicadas à renovação da sociedade, bem como nos grupamentos humanos que se dedicam ao progresso e à felicidade das criaturas.
            Jesus vela pela barca terrestre e condu-la com segurança ao porto de abrigo, sendo infrutuosas todas as tentativas de dificultar-Lhe o ministério de amor e de misericórdia.
            É intuito do nobre benfeitor, com essa obra, alertar os companheiros inadvertidos ou descuidados dos deveres espirituais assumidos antes do renascimento carnal, quanto às suas responsabilidades morais na condição de trabalhadores da última hora, comprometidos com os benfeitores da Humanidade que neles confiam.
            Em dezessete capítulos, desfilam situações inusitadas, chocantes algumas, propondo-nos a reflexionar se, eventualmente, em nossas Casas Espíritas um ou outro desses fatos não vem ocorrer, mercê da fofoca, da calúnia, do descomprometimento com a Causa Espírita.

            A publicação é da Livraria Espírita Alvorada Editora.

 

Mundo Espírita
Janeiro /2016

 

 

ISOLAMENTO SOCIAL

 

Colunista Marta Antunes de Moura

 

            Os Espíritos orientadores da Codificação Espírita informam que a vida em sociedade é lei da Natureza, pois “Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.”1
            Tal orientação está de acordo com o conceito biológico de que o homem é por natureza um animal gregário. Conceitua-se gregarismo como o processo evolutivo comum aos animais, inclusive ou principalmente observado na espécie humana:
            O gregarismo é uma estratégia protetora observada em diversos grupos de animais que se agrupam em populações mais ou menos estruturadas, permanentes ou temporárias, visando a proteção dos indivíduos que a compõem. É distinta de multidão, na medida em que esta última é um agrupamento espontâneo e esporádico que se produz devido ao efeito de estímulos ambientais.”2
            Nesse sentido, o isolamento social surge no cenário humano como algo que caminha em sentido contrário à constituição bio-psico-social humana. Entretanto, é necessário considerar que, sob determinadas condições, o isolamento social não só é indicado como importante à manutenção da saúde orgânica e mental dos indivíduos.  É o tipo de isolamento que   independe da solidão, mas que pode ser a ela vinculada.
            Em termos conceituais o isolamento social caracteriza o comportamento de uma pessoa que deixa de participar, voluntariamente, ou não, de qualquer atividade social. Pode ser voluntário ou involuntário. No primeiro, a pessoa afasta-se do convívio humano por conta própria, seja porque possui limitações físicas e/ou  psicológicas, ou, porque revela sentimento de não identificação com determinado grupo social.  No segundo, o isolamento social não é voluntário, mas imposto. É importante destacar  que, quando o isolamento é voluntário, ele é motivado por uma decisão individual, na qual a pessoa decide isolar-se do convívio com a sociedade. Quando o isolamento é involuntário, ele se estabelece por uma força maior, imposta pelo Estado ou de situações diversas, em que há uma ordem que impõe o isolamento. 3
            Há dois principais fatores que justificam o isolamento social obrigatório:
            Guerras — os civis são obrigados a isolar-se em casa ou em abrigos por medida de segurança.
            Questões sanitárias  ocorrência de doenças graves, infecciosas e transmissíveis que, em reduzido período pode conduzir a população a elevadas taxas de mortalidade. É a situação que a humanidade planetária enfrenta agora com a pandemia pelo Covid-19.
            São situações especificas e temporárias que, cessadas as causas geradoras, volta-se à normalidade da convivência social. Para a Doutrina Espírita o isolamento absoluto, é contrário à Leis da Natureza, “[…] pois os homens buscam instintivamente a sociedade e todos devem concorrer para o progresso, ajudando-se mutuamente.” 4
            O isolamento voluntário encontra-se, em geral, relacionado a enfermidades físicas, mentais e psicológicas que podem, efetivamente,    contribuir para a solidão e o isolamento social, tais como:  imobilidade  física, parcial ou total, e decorrentes de acidentes em casa, no trânsito e na via pública;  AVC (acidente vascular cerebral) e outras enfermidades; traumas psicológicos; estado contínuo de ansiedade, pânico, desespero, depressão, desamparo, culpa, tristeza, raiva; e distúrbios psíquicos.
            O isolamento involuntário ou obrigatório, por guerras ou doenças, caracterizam ocorrências que marcam o estágio evolutivo em que a humanidade terrestre se encontra. As doenças, sobretudo indicam que em maior ou menor grau, somos Espíritos enfermos. Daí o Espírito Emmanuel nos aconselhar agir com ponderação e discernimento ante as enfermidades existentes no mundo:
            Não observes os semelhantes pelo caleidoscópio das aparências.
            É necessário reconhecer que todos nós, Espíritos encarnados e desencarnados em serviço na Terra, ante o volume de débitos que contraímos nas existências passadas, somos doentes em laboriosa restauração.
            O mundo não é apenas a escola, mas também o hospital em que sanamos desequilíbrios redicivantes, nas reencarnações regenerativas, por meio do sofrimento e do suor, a funcionarem por medicação compulsória.
[…].
Todos somos enfermos pedindo alta.
            Compadeçamo-nos uns dos outros, a fim de que saibamos auxiliar.5

 

REFERÊNCIAS 

  • KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 4 ed. 2 imp. Brasília: FEB, 2013. Questão 766, p. 333.
  • https://pt.wikipedia.org/wiki/Gregarismo Acesso em 4 de março de 2021. In Felipe Canuto Miranda. «O Gregarismo». Lepidoptera. Consultado em 3 de maio de 2013.
  • Isolamento Social: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/ Acesso em 22 de maio de 2018.
  • KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 4 ed. 2 imp. Brasília: FEB, 2013. Questão 767, p. 333.
  • XAVIER, Francisco Cândido. Justiça divina. Pelo Espírito Emmanuel. 14 ed. 3 imp. Brasília: FEB, 2013. Cap. 48, p. 114.

 
Editorial do FEB.
Março/2021

 

 

COMER E BEBER

 

            “Então, começareis a dizer: Temos comido e bebido na tua presença e tens ensinado nas nossas ruas.” — Jesus. (LUCAS, capítulo 13, versículo 26.)

 

            O versículo de Lucas, aqui anotado, refere-se ao pai de família que cerrou a porta aos filhos ingratos.
            O quadro reflete a situação dos religiosos de todos os matizes que apenas falaram, em demasia, reportando-se ao nome de Jesus. No dia da análise minuciosa, quando a morte abre, de novo, a porta espiritual, eis que dirão haver “comido e bebido” na presença do Mestre, cujos ensinamentos conheceram e disseminaram nas ruas.
            Comeram e beberam apenas. Aproveitaram-se dos recursos egoisticamente. Comeram e acreditaram com a fé intelectual. Beberam e transmitiram o que haviam aprendido de outrem.
            Assimilar a lição na existência própria não lhes interessava a mente inconstante.
            Conheceram o Mestre, é verdade, mas não o revelaram em seus corações. Também Jesus conhecia Deus; no entanto, não se limitou a afirmar a realidade dessas relações. Viveu o amor ao Pai, junto dos homens. Ensinando a verdade, entregou-se à redenção humana, sem cogitar de recompensa.
            Entendeu as criaturas antes que essas o entendessem, concedeu-nos supremo favor com a sua vinda, deu-se em holocausto para que aprendêssemos a ciência do bem.
            Não bastará crer intelectualmente em Jesus. É necessário aplicá-lo a nós próprios.
            O homem deve cultivar a meditação no círculo dos problemas que o preocupam cada dia. Os irracionais também comem e bebem. Contudo, os filhos das nações nascem na Terra para uma vida mais alta.

 

            Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

 

 

A RETRIBUIÇÃO

           

            " Pedro disse-lhe:
            — E nós que deixamos tudo e te seguimos que receberemos?" (Mateus, 19:27)

 

            A pergunta do apóstolo exprime a atitude de muitos corações nos templos religiosos.
            Consagra-se o homem a determinado círculo de fé e clama, de imediato:
            — "Que receberei?"
            A resposta, porém, se derrama silenciosa, através da própria vida.
            Que recebe o grão maduro, após a colheita?
            O triturador que o ajuda a purificar-se.
            Que prêmio se reserva à farinha alva e nobre?
            O fermento que a transforma para a utilidade geral.
            Que privilégio caracteriza o pão, depois do forno?
            A graça de servir.
            Não se formam cristãos para adornos vivos do mundo e sim para a ação regeneradora e santificante da existência.
Outrora, os servidores da realeza humana recebiam o espólio dos vencidos e, com eles, se rodeavam de gratificações de natureza física, com as quais abreviavam a própria morte.
            Em Cristo, contudo, o quadro é diverso.
            Vencemos, em’ companhia dele, para nos fazermos irmãos de quantos nos partilham a experiência, guardando a obrigação de ampará-los e ser-lhes úteis.
            Simão Pedro, que desejou saber qual lhe seria a recompensa pela adesão à Boa Nova, viu, de perto, a necessidade da renúncia. Quanto mais se lhe acendrou a fé, maiores testemunhos de amor à Humanidade lhe foram requeridos. Quanto mais conhecimento adquiriu, a mais ampla caridade foi constrangido, até o sacrifício extremo.
            Se deixaste, pois, por devoção a Jesus, os laços que te prendiam às zonas inferiores da vida, recorda que, por felicidade tua, recebeste do Céu a honra de ajudar, a prerrogativa de entender e a glória de servir.

 

Fonte Viva
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Emmanuel

 

 

IN EXTREMIS...
(PENSAVA QUE IA MORRER...)

 

            Em 1940, ficou gravemente enfermo. O médico que lhe assistia fez o diagnóstico, prevendo um ataque de uremia.             Se a retenção perdurasse por mais 24 horas, teria o Chico um colapso e desencarnaria. Assim lhe dissera o médico, colocando-o a par da realidade dolorosa.
            O facultativo saiu e Chico notou que, do Alto, Bezerra de Menezes, André Luiz e Emmanuel providenciavam-lhe recursos, entremostrando-lhe que era grave seu estado.
            Preparou-se, então, para morrer bem. Pediu, em prece sentida, a Emmanuel, que o recebesse na Espiritualidade.
            Seu amoroso Guia, sentindo-lhe a intenção, considerou:
            — Não posso, Chico, auxiliá-lo no seu desencarne. Tenho muito que fazer. Mas se você sentir que a hora chegou, recorra aos amigos do “Luiz Gonzaga”. Você não é melhor que os outros.
            E, com esse ensinamento, o médium recebeu uma bela lição.

 

Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama

 

 

O PÃO NOSSO DE CADA
DIA DÁ-NOS HOJE

 

            O pão nosso de cada dia não é somente o almoço e o jantar, o café e a merenda.
            É também a idéia e o sentimento, a palavra e a ação.
            Para que reine a saúde com alegria, em torno de nós, precisamos de nossas refeições, mas necessitamos também de paz e esperança, de fé e valor moral.
            Com os nossos modos de agir, operamos sobre os outros.
            Conversando, distribuímos nossos pensamentos.
            Nossos atos influenciam os que nos cercam, segundo as nossas intenções.
            Por isso, também os outros nos alimentam com as suas atitudes.
            Se estimamos as conversações deprimentes, se buscamos a leitura de natureza inferior, depressa nos vemos alterados e perturbados, sem disso nos apercebermos.
            As nossas companhias falam claramente de nós.
            Nossas leituras revelam nosso íntimo.
            Procuremos, desse modo, o pão espiritual que nos garanta a harmonia interior, que conserve o nosso caráter firme sobre os alicerces do bem, que nos guarde contra a maldade e que nos ajude a ser exemplos de compreensão e fraternidade.
            Em Jesus temos o pão que desceu do Céu.
            E, ainda hoje, o Mestre continua alimentando o pensamento da
            Humanidade, por intermédio de um Livro — o Evangelho Divino, em que ele nos ensina, através da bondade e do amor, o caminho de nossa felicidade para sempre.

 

Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei

 

 

ORAÇÃO POR ENTENDIMENTO

 

           
            Senhor Jesus! Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que, somente assim, as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência. Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que os felicitam a vida. E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre. Assim seja.

 

     Médium Chico Xavier
Autor Emmanuel

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado nº 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.