"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XVI - N. 190 * Campo Grande/MS * Novembro de 2021.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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            O sentimento mais nobre é o amor, mas Jesus querendo dar a direção certa a todos àqueles que ouviram a sua palavra, recomendou: “que cada um negasse a si mesmo”, porque compreendeu que o egoísmo é o mais formidável adversário de quem deseja viver esse grande sentimento.


 

 

 

          HARMONIA FAMILIAR

 

            O homem é um ser gregário, isto é, foi criado por Deus para viver agrupado, e a base desse grupo, a base da sociedade, é a família, formada pelo casal e filhos, embora haja famílias fora desse padrão, mas que também são respeitadas famílias.
            A família então passa a ser a sua base de sustentação, o seu porto seguro, para onde retorna depois de um dia de trabalho, que garantirá a manutenção e sobrevivência de sua família. A educação dos filhos foi um atributo dado pelo Criador, que deseja que se aproxime esse filho da Divindade, sendo então responsabilidade familiar tal educação.
Somos Espíritos em evolução e viemos, reencarnados nessa Terra abençoada, para aprendermos a amar, a perdoar, a viver solidaria e fraternalmente, e para isso, a família tem a maior das importâncias, porque é nela que aprenderemos a amar incondicionalmente nossos filhos, em princípio, para depois amarmo-nos como quer nosso Senhor Jesus, que pediu encarecidamente que isso façamos, como Ele nos amou e nos ama.
            Daí, o cuidado extremo que devemos ter para que nada perturbe a paz e a harmonia que devem reinar nesse santuário chamado Lar. É claro que não basta colocarmos uma plaquinha dizendo “Lar, doce Lar”; necessário o diálogo fraterno, a compreensão dos problemas de cada membro da família, que devem ser solucionados com tranquilidade e anuência de todos. Tudo isso, com muito amor e carinho.
            O esforço para a manutenção da tranquilidade no lar deve partir de todos que lá convivem e com o mesmo objetivo para que não se perca o ideal do aprendizado do amor. Jesus disse aos apóstolos que ao entrarem numa casa, deveriam abençoá-la e desejar que a paz do Senhor nela estivesse, e caso não fossem bem recebidos, que se retirassem simplesmente, chacoalhando o pó das sandálias.
            Hoje Seus ensinamentos ainda valem, e devemos zelar para que a paz Dele permaneça em nosso lar e que o costume de se realizar o Evangelho em nosso lar, pelo menos uma vez por semana, garantirá a permanência dessa glamorosa paz.


            Crispim.

 

Referência bibliográfica:

  • O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec.

 

 

PRATIQUE O BEM SEMPRE

 

            Faça de cada dia um atestado de que está construindo o futuro tijolo a tijolo, se durante a sua permanência aqui no plano físico estiver mandando a cada dia um tijolo em direção à vida maior, através de ações no bem, é certo que quando lá chegar poderá adentrar uma moradia confortável.
 Porém, aqueles que se apegam ao mundo material e só para ele têm olhos, é certo que poderão ter que morar ao relento, nada mais justo e natural.
            Assim, que procure por todos os meios praticar o bem, através de ações generosas, pela prece, pelo pensamento, mas disponha-se a auxiliar sempre, porque auxiliando estará construindo o seu futuro em base segura.
Lembre-se que Jesus, sempre advertia que “não viera para ser servido, mas para servir”, assim, que pratique todo dia atos generosos que o façam melhor sob todos os aspectos.
Procure de alguma forma realizar algo que tenha por base o amor; em cada atitude melhore o seu desempenho como pessoa interessada em promover o bem, que este um dia tornar-se-á uma fonte de alegria, pois que também é da justiça que “cada um colha do que plantou”, isto é, plantando o bem, a vida generosa como é, dar-lhe-á do bem maior, fazendo que a felicidade também viva em seu coração.
            Assim, a cada manhã ore ao Senhor da vida que lhe dê forças para ser um espírita cristão melhor, mais comprometido com a prática do amor.
            Não esqueça que cada dia pode melhorar o seu desempenho diante da vida, tornando-se mais respeitoso com o próximo, mais desejoso de levar um pouco de reconforto aos que passam por provações difíceis, independente de qualquer situação, porque deve se apresentar como a pessoa de boa vontade.
            Compreendendo o valor da decisão de ser feliz, fazendo os outros também felizes, mesmo porque receberá pelo bem que fizer aos outros.
            Não há como fugir, é a lei da reciprocidade, por isso continue procurando se aperfeiçoar, pois que sempre aqueles abnegados amigos que invoca através a prece dar-lhe-ão forças para continuar firme e seguro com vista a um futuro cada vez melhor.

 

Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

      A CADA ALVORECER

 

            Nova perspectiva se abre pelo menos a grande maioria a cada alvorecer. A vida sempre é uma sequência que liga o passado ao futuro, as ações de ontem tem repercussão hoje, mas é claro que é importante sempre almejar algo melhor. E nesse otimismo que se instala na coletividade muitas coisas boas acontecem.
            Em verdade o momento que vive hoje não se repetirá jamais. Mas servirá de base para os dias seguintes. Nada se perde na esteira da vida. Tudo obedece à ordem estabelecida pelas nossas ações. Se realmente planta alguma semente é natural que deseje um dia realizar uma colheita. Ou mesmo porque a lei se encarrega de dar ao trabalhador o retorno do seu esforço com o salário.  É a lei da justiça que se instala em toda à parte, buscando assegurar a paz a todos os departamentos do planeta.
            Naturalmente que fazer um planejamento com vista as suas ações futuras é da máxima importância, porque o planejamento das ações cria no próprio psiquismo essa ideia de realização.  Assim que está certo em relacionar tudo o que pretende realizar, ou parte do que realmente pretenda fazer. Porque assim agirá de maneira mais objetiva, e poderá com certeza concretizar grande parte deles.
            Cada momento da vida traz as suas vantagens e soluções, basta que se tenham olhos de ver, e ouvidos de ouvir, porque em verdade pode fazer muitas coisas durante um ano, como pode também ficar inativo, depende da dinâmica que der a vida. Continue lutando por dias melhores. Não se deixe dominar por ideias negativas.
            A vida sempre será marcada pelas ações do presente e do passado, muitas vezes se intercalam respostas de hoje e de ontem para assegurar o equilíbrio às vezes diante de valores tão diversos. Quanto mais procure realizar as suas tarefas, mais perspectiva abrirá para o amanhã.
            Sempre haverá dias melhores para aqueles que lutam por melhorar o seu mundo com o esforço de suas ações, mesmo que muitas vezes não alcance seus objetivos, mas lançam base para que outros o façam mais tarde quanto às condições ideais se apresentarem. Para cada avança da Humanidade sempre houve pioneiro que lançaram as bases, muitas vezes foram considerados como visionários, mas mais tarde compreenderam o alcance de suas ações. E aproveitaram as ideias existentes para concretizar certos fundamentos essências à evolução.
            Ninguém está perdido diante das leis da vida. Por isso considere cada dia como o mais importante que já tenha vivido. Porque neste carrega as informações mais preciosas que precisa para viver. Não se deixe influenciar por ideias negativas. Mas vá em frente e lute por completar os trabalhos que junta essencial à concretização dos objetivos a que se propôs…
            Procure acima de tudo valorizar os seus dias. Porque a oportunidade é única e não a deve desperdiçar, pode não tê-la mais. Por isso que procure apanhar com muita decisão o trabalho que abraçou. Não deixe as tarefas de hoje para amanhã, amanhã é uma terra distante de que ninguém a conhece. Assim que está bem ciente de que precisa trabalhar de verdade.

 

Lições De Simplicidade
Espírito Diversos
Otacir Amaral Nunes

 

 

NOTÍCIAS HISTÓRICAS

 

            Para um breve exercício de compreensão da linguagem figurada bíblica e dos paradigmas socioculturais do povo judeu, utilizaremos o texto de Allan Kardec que consta da Introdução III de O evangelho segundo o espiritismo.

            Samaritanos
            Após o cisma das dez tribos, Samaria tornou-se a capital do reino dissidente de Israel. Destruída e reconstruída várias vezes, ela foi, sob o domínio romano, a sede administrativa da Samaria, uma das quatro divisões da Palestina. Herodes, chamado o Grande, a embelezou com suntuosos monumentos e, para lisonjear Augusto, deu-lhe o nome de Augusta, em grego Sebaste.
            Os samaritanos estiveram quase sempre em guerra com os reis de Judá. Aversão profunda, datando da época da separação, perpetuou-se entre os dois povos que evitavam todas as relações recíprocas. Os samaritanos, para tornarem mais profunda a cisão e não terem de vir a Jerusalém pela celebração das festas religiosas, construíram para si um templo particular e adotaram algumas reformas. Somente admitiam o Pentateuco, que continha a lei de Moisés, e rejeitavam todos os outros livros, que a esse foram depois anexados. Seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebraicos da mais alta antiguidade. Aos olhos dos judeus ortodoxos, eles eram heréticos e, portanto, desprezados, anatematizados e perseguidos. O antagonismo das duas nações tinha, pois, por único princípio a divergência das opiniões religiosas, embora suas crenças tivessem a mesma origem. Eram os protestantes daquele tempo.
            Ainda hoje se encontram samaritanos em algumas regiões do Mediterrâneo oriental, particularmente em Nablus e em Jaffa. Observam a lei de Moisés com mais rigor que os outros judeus e só se casam entre si.

            Por esse entendimento, recordamos da parábola do Bom Samaritano, ensinada por Jesus. Nesta passagem, que representa o símbolo universal da prática da caridade, o Mestre Nazareno utiliza-se da concepção que os judeus tinham dos samaritanos para lhes ensinar que todos podemos ter ideias e convicções religiosas divergentes, de acordo com o entendimento próprio, mas que qualquer pessoa, mesmo os que ainda não consigam enxergar de imediato as claridades intelectuais dos Céus, se tiverem boa vontade no coração, são utilizados como ferramenta divina. Assim, até os samaritanos, que na concepção do judaísmo eram os desviados de Deus porque apresentavam uma forma diferente de interpretar as escrituras, considerada corrompida, serviram de instrumentos da Divindade ao atender o chamado celestial para a prática do amor ao próximo. A propósito, Jesus afirma, em outra oportunidade: “Nem todo o que me diz Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus” (Mateus, 7:21).89

            Nazarenos
            Nome dado, na antiga lei, aos judeus que faziam voto ou perpétuo ou temporário de guardar perfeita pureza.             Eles se comprometiam a observar a castidade, a abster-se de bebidas alcoólicas e a conservar a cabeleira. Sansão, Samuel e João Batista eram nazarenos.
            Mais tarde, os judeus deram esse nome aos primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré.
            Esse foi também o nome de uma seita herética dos primeiros séculos da Era Cristã, a qual, do mesmo modo que os ebionitas, de quem adotava certos princípios, misturava as práticas mosaicas com os dogmas cristãos. Essa seita desapareceu no século quarto.

            Há diversas citações bíblicas a respeito da palavra nazareno, inclusive  referindo-se a Jesus. No Novo Testamento, ele é citado como “o nazareno”, “o nazareu” ou “nazireu” como qualificação pessoal, visto que, após o retorno do Egito, Maria, José e Jesus fixaram residência em Nazaré, mas sabemos, contudo, que ele nasceu em Belém da Galileia. Há estudiosos que fornecem significados diferentes às palavras quando são aplicadas a Jesus: uns acreditam que significa pessoa consagrada a Deus; outros afirmam que, possivelmente, tem o significado de humilde porque, sendo o Cristo, foi viver em Nazaré, uma cidade considerada de baixo prestígio; outros acreditam que Jesus era chamado o Nazareno porque utilizava hábitos (vestimenta, cabelos longos etc.), à moda dos nazarenos; outros ainda afirmam, inclusive, que o título foi utilizado para se referir a uma seita do judaísmo, em que a pessoa (o nazireu) vivia separada dos demais para consagrar-se a Javé; ou, ainda, refere-se àquele que seria o último galho da tribo de Davi (o renovo). Essas e outras suposições são indicativas de que não há, efetivamente, um consenso..

 

Livro Evangelho Redivivo
                                                                                                                                                FEB

 

 

PSICOGRAFIA

 

            Querido filho!

 

            Mais um dia de luta, mais uma oportunidade se abre para escrever um capítulo de sua existência, que terá seu matiz próprio, suas dificuldades e problemas, alegrias e esperanças, pois que a vida sempre é temperada, de choros e de risos e que estes sabores contrários é que dá o colorido especial a passagem do homem neste planeta.
            Quer se queira ou não. A vida prossegue com o seu cortejo de derrotas e vitórias e se pudermos fazer com que as boas ações superem as más, tanto melhor. Cada um será julgado pelo que faz, tendo como juiz sua própria consciência, onde está inscrita a Lei de Deus.
            Ninguém, pois se forre dos seus compromissos, enquanto não os cumprir fielmente até o fim, de vez que esses compromissos que lhe dão consistência e sabor a existência. Ninguém fuja que a seus deveres poderá seguir adiante na escala evolutiva.
            Quanto mais o homem se atém ao trabalho e ao bem, tanto melhor será, uma vez que desenvolve dois aspectos importantes: 1) a parcela de trabalho em favor do próximo; 2) o desenvolvimento de suas aptidões. Só o ocioso é que perde, porque não é submetido a nenhum teste de aptidão. Não faz nada, mas também não ganha, todavia, um dia terá que despertar do seu marasmo, nem que seja à custa de muito sofrimento e lágrimas, porque a evolução é uma lei natural, cedo ou tarde, nesta vida ou numa outra, terá que enfrentar a sua realidade.
            Portanto, homem desperte enquanto é tempo, trabalhe, aproveite o dia, pois que a noite está cheia de dificuldades, de visão e de entender o rumo, pois que poderá bater a muitas portas e ninguém se apresentar para abri-las, uma vez que teve inúmeras oportunidades e não as aproveitou. Agora, chegará o momento de tormentos, de que surgirão as perguntas de foro íntimo, que não terá uma resposta compatível com os seus objetivos. Perguntar-se-á: Por que não fiz tal coisa? Por que deixei de fazer aquela outra? Por que não aproveitei aquele tempo que tinha saúde e força? Por que não aproveitei todo o tempo disponível? Por que não trabalhou na vinha do Senhor? Ensejo é o que não faltou! Mas agora é tarde demais, muito tarde. A velhice e a doença já fragilizou seu organismo e não tem mais ânimo para nada, nem seu corpo corresponde mais aos estímulos do cérebro, porque perdeu a existência inventando desculpas, para justificar a sua preguiça e fala de humildade, que sempre tinha argumentos prontos para justificar seus pontos de vistas, embora reconhecesse a necessidade do trabalho em favor dos outros.
            Agora, só resta esperar, aliás, uma longa espera, até que uma nova oportunidade apareça e possa dizer que quer trabalhar e que quer trabalhar mesmo, ainda que seja nas condições mais ínfimas para recuperar o tempo perdido.
            Por hoje é só.
               

Ambrósio

APSIV-67

 

 

E O AMOR FLORESCEU

 

De: Pedro Santiago
Espírito: Dizzi Akibah
Editora: EME

 

            Em um cafezal no interior do Paraná, criaturas necessitadas de tudo vivem uma vida de miséria e trabalho praticamente escravo para atender a um patrão tirano. De repente, no meio de tanto sofrimento, uma luz se faz presente através de cartas misteriosas que chegam a todos, anunciando uma nova maneira de encarar a vida e os desafios que ela apresenta. Para entendermos essa trama cheia de lances surpreendentes, teremos que voltar ao passado: Eleutério, após a morte de seus pais na Primeira Guerra Mundial, foge da Itália e se refugia no Brasil. Ele deixa em sua terra natal três irmãos a quem deveria ter dedicado amor e proteção. Vivendo uma vida difícil em país estrangeiro, torna-se um patrão insensível e cruel. Nesse cenário, vive Mateus, um jovem idealista que assume para si a responsabilidade de reunir Eleutério aos seus familiares abandonados, colocando como missão de sua vida conseguir para ele o perdão de todos.

 

O Consolador
Agosto/2015

 

 

POBREZA

 

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita

 

            Normalmente, a referência à palavra pobreza significa ausência de recursos de toda natureza, conduzindo o indivíduo à miséria.
            Do ponto de vista histórico, sempre houve pessoas pobres, como sociedades muito necessitadas no seu conjunto, arrastando carências de toda ordem, especialmente a falta de valores amoedados e quaisquer outros que possam proporcionar conforto e bem-estar.
            Além da situação deplorável pela falta do que pode manter a vida digna, sustentável, é também fonte de situações abomináveis.
            O nada ou quase nada ter é resultado de injustiças sociais e egotismo de reduzida minoria de criaturas que se apoderam de tudo, em detrimento de posses mais ou menos favoráveis ao crescimento espiritual e moral.
            Essa situação conduz à posição de indignidade espiritual, por facultar a ausência moral de ideais superiores e de ânsias que dignificam o ser humano.
            Nesses covis da miséria, onde a fome se aloja e o desespero faz morada, os crimes mais perversos são urdidos e praticados.
            Numa visita que Jesus realizou a um homem fariseu rico, que O convidara a uma refeição em sua casa, foi homenageado por uma desconhecida que lhe umedecia os pés com raro perfume, enquanto os enxugava com os seus cabelos.
            Precipitado e ambicioso, Judas achou a cena um desperdício e reclamou que aquele perfume poderia ser vendido e o seu fruto distribuído aos pobres.
            Jesus, que sempre estava em vigília, sem censura, respondeu-lhe: – Os pobres sempre os tereis, mas a mim, não!
            O anfitrião não teve para com Ele nenhuma das obrigações recomendadas quando da recepção de um convidado: oferecer água e toalha para ablução, dar um ósculo na face. Mas a mulher estranha ofertava-Lhe beijo nos pés, lavados também por suas lágrimas…
            Aquele fariseu hipócrita, que desejava ser homenageado recebendo no seu lar a figura ímpar do Mestre, fazia parte de uma classe perigosa e infeliz de pobreza, que é a de natureza moral. Ele se houvera reportado a esse gênero humano, quando expôs no Sermão da Montanha que seriam bem-aventurados os pobres de amor, de solidariedade, de compaixão… Espíritos ricos de tesouros morais.
            A sociedade contemporânea encontra-se rica de técnicas e conquistas exteriores, falando sobre a igualdade dos bens de todos os seres humanos, no entanto, jamais abdica dos recursos que lhe produzem o poder, mediante os mecanismos da corrupção, dos vícios e dos meios lamentáveis de dominação arbitrária.
            Faz-se indispensável que o pensamento hodierno contemple os legítimos valores que enriquecem, mediante o amor, a fraternidade e a justiça.
            Nunca houve tanta injustiça no mundo, como hoje.
            Merece, no entanto, recordar que somente “os justos herdarão o Reino de Deus”.

 

            Artigo publicado no jornal A Tarde (Bahia), coluna Opinião, em 21 de outubro de 2021.
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A REGRA ÁUREA

 

“Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” — Jesus. (MATEUS, capítulo 22, versículo 39.)

 

            Incontestavelmente, muitos séculos antes da vinda do Cristo já era ensinada no mundo a Regra Áurea, trazida por embaixadores de sua sabedoria e misericórdia. Importa esclarecer, todavia, que semelhante princípio era transmitido com maior ou menor exemplificação de seus expositores.
            Diziam os gregos: “Não façais ao próximo o que não desejais receber dele.”
            Afirmavam os persas: “Fazei como quereis que se vos faça.”
            Declaravam os chineses: “O que não desejais para vós, não façais a outrem.”
            Recomendavam os egípcios: “Deixai passar aquele que fez aos outros o que desejava para si.”
            Doutrinavam os hebreus: “O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo.”
            Insistiam os romanos: “A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo.”
            Na antigüidade, todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do Cristo.
            Profetas, administradores, juizes e filósofos, porém, procederam como instrumentos mais ou menos identificados com a inspiração dos planos mais altos da vida. Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos iniciáticos ou confundiram-se na tela do tempo em vista de seus testemunhos fragmentários.
            Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é a novidade divina, porque Jesus a ensinou e exemplificou, não com virtudes parciais, mas em plenitude de trabalho, abnegação e amor, à claridade das praças públicas, revelando-se aos olhos da Humanidade inteira.

 

 Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

 

 

O LADO DIREITO

 

            Todas as coisas têm seu lado direito e esquerdo, como temos nossas mãos direita e esquerda. Tudo quanto fazemos com a direita sai mais ou menos certo; com a esquerda, sai mais ou menos errado.
            Pedro, apóstolo pescador de peixes e de almas, quando pescava no Lago Genesaré juntamente com outros pescadores, lançava a rede pelo lado esquerdo e não apanhava nenhum peixe. Apareceu-lhe, então, Jesus e mandou que a lançasse, de novo, mas pelo lado direito, e a rede se rompeu de tanto peixe.
            Na própria escolha dos premiados, que saem vitoriosos de suas provas, o Mestre os separa dos fracassados, passando os primeiros para a sua direita e os segundos para a esquerda.
            O lado direito é, pois, o da Justiça, do Bom Combate, do Bom Caminho, da Vereda Certa, da Vida Verdadeira, da Verdade mesma.
            Assim conversávamos com o Chico, em caminho da Fazenda do M. da Agricultura, em Pedro Leopoldo, quando o Médium conclui:
            — O lado direito é o lado de Deus. O esquerdo o de César.
            O primeiro é o dos que vivem com Deus, cumprindo-lhe a Lei. O segundo é o dos que estão apenas vivendo para o mundo e desejando o muito sem Deus.

 

Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama

 

 

PERDOA ÁS NOSSAS DÍVIDAS, ASSIM COMO PERDOAMOS AOS NOSSOS DEVEDORES

 

            Quando pronunciamos as palavras «perdoa as nossas dividas, assim como perdoamos aos nossos devedores», não apenas estamos à espera do benefício para o nosso coração e para a nossa consciência, mas estamos igualmente assumindo o compromisso de desculpar os que nos ofendem.
            Todos possuímos a tendência de observar com evasivas os grandes defeitos que existem em nós, reprovando, entretanto, sem exame, pequeninas faltas alheias.
            Por isso mesmo Jesus, em nos ensinando a orar, recomendou-nos esquecer qualquer mágoa que alguém nos tenha causado.
            Se não oferecermos repouso à mente do próximo, como poderemos aguardar o descanso para os nossos pensamentos?
            Será justo conservar todo o pão, em nossa casa, deixando a fome aniquilar a residência do vizinho?
            A paz é também alimento da alma, e, se desejamos tranquilidade para nós, não nos esqueçamos do entendimento e da harmonia que devemos aos demais.
            Quando pedirmos a tolerância do Pai Celeste em nosso favor, lembremo-nos também de ajudar aos outros com a nossa tolerância.
            Auxiliemos sempre.
            Se o Senhor pode suportar-nos e perdoar-nos, concedendo-nos constantemente novas e abençoadas oportunidades de retificação, aprendamos, igualmente, a espalhar a compreensão e o amor, em benefício dos que nos cercam.

 

Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei

 

 

Espiritismo para crianças
Marcela Prada
Tema: Superstições

 

GATO PRETO

 

            Tita e Cacá passeavam na feira, no setor de pequenos animais. Tita estava eufórica: tinha permissão da mãe para escolher um gatinho de presente.
            Tita queria um filhote havia muito tempo. As opções eram muitas: gatos malhados, brancos, pretos, cinzas. As duas meninas pararam em frente a uma das bancas e um lindo gato preto veio ao encontro delas.

            Começou a se esfregar em Cacá através da grade e quando foi para o lado de Tita a menina deu um pulo:
            – Gato preto, não! Dá azar!
            Cacá se espantou com a amiga e indagou:
            – Você acha mesmo que a cor do gato pode influenciar nos acontecimentos de sua vida?
            Tita ficou muda. Cacá continuou:
            – Pense um pouco! Vai dizer que, quando você chega a um lugar, pisa com o pé direito primeiro? E quem não tem o pé direito, só o esquerdo, está destinado a ter azar a vida toda?
            Enquanto Tita continuava calada, elas continuaram a caminhar, e a olhar os animais.
            Gostaram muito dos peixes coloridos que nadavam em um lindo aquário.
            – Peixe e gato não, né Tita? Vai que o seu gato come o seu peixe no jantar.
            – Isola! Disse Tita, batendo em uma cadeira de madeira que estava próxima.
            Cacá riu, pensando que bater na madeira não altera o destino, mas nada disse.
            – Tá bom! Sou supersticiosa e daí? O problema é meu!
            – Eu sei – disse, sério, Cacá. Mas você não acha importante a gente usar a cabeça e analisar as coisas, antes de acreditar nelas? Por exemplo: você acha que é a cor da roupa que nos traz sorte, azar, dinheiro ou amor?
            Tita estava prestando atenção, e a amiga continuou:
            – Se todos pensarem como você, nenhum gatinho preto vai ganhar um novo lar... As nossas escolhas é que determinam o nosso destino. Optar pela honestidade, alegria, ética, caridade é que traz bons acontecimentos em nossa vida.
            – Mas pensar no mal atrai o mal – retrucou Tita.
            – E pensar e fazer o bem atrai o bem. É a Lei de Causa e Efeito, que a Doutrina Espírita explica. Essa lei faz parte             do amor, da sabedoria e da justiça de Deus. Amuletos ou superstições não atraem ou repelem coisa alguma. O que faz isso é o pensamento, pois se eu achar que o meu dia vai ser ruim porque eu vi um gato preto, posso me convencer disso e tornar o meu dia péssimo. Mas será por escolha minha, o gato ou a cor dele nada têm a ver com isso.
            – É, faz sentido... pensou alto Tita.
            – Que bom! Já é hora de deixar essas bobagens de lado e assumir a responsabilidade pelas escolhas que fizemos. A felicidade é uma escolha nossa, e depende das nossas atitudes, não das coisas.
            Apesar de convencida, Tita ainda levaria algum tempo para mudar sua forma de pensar. Mas escolher um gatinho preto como presente foi um grande passo para deixar de lado as superstições.
            O lindo gatinho preto, de nome Calvin, correspondeu ao afeto recebido, tornando-se um grande amigo e companheiro de muitas alegrias e brincadeiras. (Adaptação de um texto de Claudia Schmidt.)

 

O Consolador
Revista Semanal de Divulgação Espírita
Outubro/2021

 

 

IMORTAIS!

 

            Inexoravelmente, todos passaremos pelo fenômeno da morte, entretanto, a maioria prefere não falar dela, muito menos encará-la, entendê-la ou se preparar para a sua chegada.
            Normalmente, prefere-se adiar o assunto para o momento em que o ciclo da vida enseja, de maneira irrevogável, a própria experiencia ou quando se e induzido a lembra-la, nomes de novembro, em dará especialmente dedicada: - dia de finados.
            Esse comportamento é decorrente da ausência de uma reflexão mais acurada sobre o porvir, a passagem da vida corporal à vida espiritual e, especialmente, sobre a Justiça divina.
            Somente a compreensão da Justiça do Pai dará condições para o entendimento e o aprofundamento sobre o advir.
            Nesse particular, a Doutrina Espírita faz-nos entender com muita clareza, seriedade, lógica e bom senso a vida presente, a vida futura, o porvir da humanidade, a natureza dos Espíritos, suas relações com os homens, as Leis Morais e a imortalidade da alma, desmistificando a morte ao realizar exame comparado das doutrinadas sobre a vida espiritual, as penalidades e recompensas futuras, os anjos e demônios, as penas e a situação real da alma durante e depois da morte.
            Desvendada, há dois mil anos, como uma transformação para a sobrevivência após a vida física, quando Jesus apareceu aos discípulos no terceiro dia após o sacrifício no Gólgota, a morte já não deveria fazer parte dos sentimentos humanos como algo misterioso ou como o fim de tudo. Ao contrário, desde aquela época, perdeu o seu entendimento tradicional para ser compreendida como o portal que revela a imortalidade do Espirito, confirmando, para os incrédulos, a coerência da justiça divina, que não interrompe a continuidade do progresso inexorável das criaturas em qualquer dimensão que se encontre.
            A realidade é que a vida continua estuante em ambos os planos, que a imortalidade é benção do Pai Celestial às criaturas e que a morte é simplesmente um portal transformador de retorno à verdadeira vida, a espiritual.
            Busquemos, então, a compreensão do reino de Deus e de sua Justiça para entendermos como a vida se apresenta em ambos os planos, a fim de que o bem-estar e a felicidade façam parte do nosso cotidiano, que exige uma visão correta de quem somos, o que estamos fazendo na Terra e para onde vamos.
            Pois, somos imortais.

 

REFORMADOR
2015

 

CONQUISTAR NÃO É FÁCIL, MAS É POSSÍVEL

 

Por Waldenir A. Cuin

 

            “Em qualquer terreno de nossas realizações para a vida mais alta, apresentemos a Jesus algumas reduzidas migalhas de esforço próprio e estejamos convictos de que o Senhor fará o resto.” (Emmanuel, no livro Fonte Viva, item 133, psicografia de Francisco C. Xavier.)

            Na vida, qualquer conquista somente será conseguida com muito sacrifício, esforço e perseverança. Nada que almejamos nos chegará às mãos de forma fácil. Nossas metas, objetivos e propostas que planejamos será possível de realização se contarmos com grandes doses de determinação, paciência, ânimo, fé, coragem e vontade.
            Sacrifício, pois em oportunidades variadas precisamos fazer escolhas, renunciar prazeres, descanso, lazer para nos concentrarmos no ideal que pretendemos alcançar.
            Esforço, uma vez que necessitamos de todo o nosso potencial criativo, imaginário, canalizando energias na direção do plano estabelecido, que não se concretizará pela inércia.
            Perseverança, pois sem a firmeza necessária corremos o risco de fraquejar ante os naturais e muitos obstáculos que surgem pelo caminho, tentando empanar o brilho da nossa realização.
            Determinação, sim, sem a certeza absoluta do que realmente queremos serão mínimas as chances de lograrmos êxito na proposta traçada e sem um foco decisivo estaremos fadados ao fracasso.
            Paciência, pois, se não soubermos esperar o momento certo será possível que caíamos na ansiedade e no imediatismo, situação extremamente prejudiciais aos planos de conquistas e realizações.
            Ânimo, pois, se nos mantivermos abatidos, incertos e fraquejados nossas forças diminuirão e a apatia se encarregará de destruir o nosso ideal, lançando-nos na vala da derrota.
            Coragem, uma vez que despidos dessa potente alavanca poderemos ser envolvidos pelo medo e pela insegurança, duas chagas terríveis com potencialidade para aniquilar quaisquer sonhos de venturas.
            Fé, sim a fé, uma vez que essa notável virtude tem o poder que arrancar da nossa intimidade as mais escondidas forças de superação e arrojo, que nós mesmos, muitas vezes, não acreditamos possuir.
            Vontade, essa virtude é um gabinete especial que temos em nossas mentes e que tem a potencialidade de dirigir todas as outras. Sem a vontade devidamente mobilizada as barreiras se levantam, os obstáculos aparecem, o desânimo surge e as coisas não acontecem
            Como podemos observar, numa rápida análise, para que cheguemos ao porto dos nossos sonhos, objetivos e metas, imprescindível se torna a utilização dos mecanismos e recursos que a vida, em abundância, nos disponibiliza e que a sua utilização dependerá unicamente da nossa decisão.
            Não foi por acaso que a palavra evangélica nos informou: “Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e àquele que bate, a porta será aberta”. (Jesus, Mateus, 7:7-8.)
            Então, não será difícil concluir que tudo dependerá somente de nós mesmos.
            Ninguém poderá impedir nossas conquistas, nossas metas e ideais, nossos sonhos de paz e felicidade. Assim que quisermos... conquistaremos.
            Reflitamos.

 

O Consolador
2021

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
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