"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XVII - N. 197 * Campo Grande/MS * Junho de 2022.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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           O amor sempre atrai energia positiva, por isso o cultive como a flor mais sagrado do jardim da existência.

 

 

ESPIRITISMO SEM MAIS ESPÍRITOS

            Tempos atrás surgiu uma seita que levava a bandeira contra a prece; mas foi repelida pelos homens e pelos Espíritos, não conseguindo se estabilizar como doutrina, por ser uma ingratidão além de ser totalmente contra a Providência. Logo depois, surgiu outra doutrina que nega a comunicação dos Espíritos; nada de Espíritos.
            Alegam, os profitentes de tal doutrina, se é que se pode chamar de doutrina a opinião de uns e outros que afirmam que são os Espíritos ordinários e que não ensinam nada de novo.  Atentemos que não dizem nada contra as manifestações, mas atestam a superioridade das opiniões dos homens em relação aos Espíritos, esquecendo que os Espíritos mais evoluídos, das ordens mais elevadas, foram homens encarnados aqui na Terra.
            Não fossem as instruções dos Espíritos ainda acreditaríamos que os anjos foram criaturas privilegiadas por Deus e os demônios, seres predestinados ao mal para sempre, por toda a eternidade. Os Espíritos, que podem vir de todos os lugares do planeta, podem ser considerados em duas categorias: os que já percorreram toda a escala evolutiva e não reencarnam mais, auxiliando o Criador a manter a harmonia do Universo e os que ainda pertencem à lei da reencarnação e vivem por aqui em busca da perfeição a que estão destinados.
            Esses Espíritos alcançam grande evolução aqui na Terra e quando voltam ao mundo espiritual não perdem o que aprenderam e nas comunicações espirituais continuam a dar instruções para melhorar a vida da humanidade terrestre.
            Negar os ensinamentos desses espíritos seria como admitir que os grandes filósofos, depois de mortos, perdem a capacidade de análise que tinham quando encarnados e não podem mais nos ensinar nada; coisa que os próprios Espíritos desmentem.      O Espiritismo alerta que não se deve acreditar em todos os Espíritos sem antes verificar a lógica dos ensinamentos, se estão de acordo ao que pensavam quando “vivos” e ver se tais Espíritos são de Deus, conforme anunciou São João.
            Allan Kardec perguntou se os que negavam os ensinamentos espirituais, não seriam, como as crianças ingratas que negam e desprezam os pais? não seria ingratidão aos Espíritos, desprezando os que já os ensinaram quando eram seus pais, suas mães?
            O Espiritismo foi elaborado justamente com os ensinos do Espíritos superiores, de modo que não haveria Espiritismo não fossem os ensinamentos que nos passaram por amor à humanidade. Nessas comunicações encontramos, nós Espíritas, alegria, consolação, esperança e compreendemos a necessidade de fazer o bem, de sermos resignados e submissos à vontade de Deus, além de termos a coragem para enfrentar as vicissitudes e as adversidades da vida.

 

Crispim.

 

            . Referência bibliográfica: Revista Espírita 1866. Allan Kardec.

 

 

SEMPRE A COERÊNCIA

 

            Quando prossegues além de tuas supostas vantagens, atendendo ao bem maior do próximo, certamente estarás a serviço da grande causa do bem.
            É verdade que muita coisa deveria ter feito e não fez ainda, mas não é motivo para te sentires triste ou amargurado, afinal, o caminho é longo, por isso ainda há tempo para cumprires a meta, mas também é certo que um dia essa concessão divina terá o seu termo,
            Muitas vezes é necessário seguir em frente, mesmo enxugando as lágrimas do rosto, porque é o atestado claro que desejas caminhar em busca da realização da maior proposta pelo Cristo – que é o amor ao próximo.
            Mas mesmo quando fazendo o que julgues justo e correto, no entanto, ainda companheiros outros te censurem as atitudes, sem consideração ao trabalho desenvolvido, não alegues ofensa, mas com mais esforço prossegue sem te desviar da rota.
            Mais adiante, superando aquelas dificuldades, quem sabe com ajuda desses companheiros, consegues melhorar teu desempenho diante da vida, ainda que de pronto tenhas aceitado a contragosto essas críticas, mas afinal podes perceber em tempo que eram justas, e que em vez de fazer o mal, fizeram um enorme bem.
            Por isso prossegue entre as urzes e espinhos, porque a rigor tem um grande compromisso com tua consciência e que não te será lícito desistir por algo de menor importância.
            Se companheiros zombam de tuas melhores intenções, e aquelas propostas que imaginas as mais nobres, não te coloques na condição de vítima, mas prossegue naquele ideal que abraçou levando até as últimas consequências o que julgues correto, porém não firas os direitos alheios, mas pelo contrário mantém-te ainda mais vigilante e prudente, para que não interpretem as tuas palavras ou o teu trabalho como inatacáveis, porque a rigor, ninguém está isento de cometer erros.
            Mesmo assim, prossegue com a certeza que vencerás e que é extremamente necessário sempre estar em alerta contra a intromissão do mal em nossas vidas, às vezes através de sugestões aparentemente mais desconexas, porém, lembre-te que o grande compromisso é com a tua consciência, onde está impressa a lei de Deus, e com o Evangelho na mão para que ligues com perfeita coerência entre a tua consciência e o Evangelho de Jesus.
            Na tua consciência o teu dever, é no Evangelho, a luz que te guia.
            Prossegue, assim cheio de fé a tua jornada.
            Por mais difíceis sejam os caminhos, é imprescindível continuar amando e compreendendo que a serenidade voltará outra vez a iluminar os teus passos. Áulus.

 

Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

TRANSIÇÃO

 

            Induz-nos a ter mais coerência entre o que se fala e o que se faz.
            Confiança sem exagero, a fim de que não perca a credibilidade do padrão em que vive.
            Certeza numa amanhã melhor, mas não esqueça que o trabalho é que patrocina essa realidade.
            Convicção sincera, mas sem temeridade que lhe tire a razão e a lógica da visão.
            Amor e sabedoria porque necessitará dessas asas para voar mais longe.
            Se algo espera de bom lhe aconteça de maneira equilibrada e constante, compreenderá que fazendo o bem se evita o mal.
            Não pode subsistir na mente qualquer preconceito sobre pessoas ou crenças, porque a rigor todos serão chamados à realidade independente de seus julgamentos, por isso não se engane que a justiça é de Deus.
            Às vezes nas menores coisas que tenta levar ao próximo perceberá uma dose imensa de orgulho, por mais que seja difícil, mas é a que deve perseguir, porque, afinal, deve fazer alguma coisa pelo seu próximo.
            Está num campo de provas e não poderá sair dele, enquanto não houver passado por todas as etapas que o levará a libertar-se em definitivo das malhas da ignorância.
            Somente será exonerado de seus compromissos quando quitar os seus débitos, porque existem ainda muitas pendências que necessita do ajuste necessário.
            Naturalmente que deve superar esses dias angustiosos pela ausência do familiar querido que se antecipou na grande viagem ao lar definitivo. Sempre há tristeza diante daquele que parte, porque não se tem certeza se ele vencerá as dificuldades que o aguardam.
            A saudade é uma realidade para os que voltam e para os que ficam. Sempre há essa tristeza intima pela ausência de quem se ama em qualquer plano da existência, porém com o grau de certeza que se já tem de que a vida sempre continuará pode ser essa ausência suportável.
            Na atualidade o trabalhador do campo que não usar a inseticida e a fungicida na seara não lograrão colher os grãos que espera, porque os tempos são outros, as ideias e motivação variam ao longo do percurso da evolução.
            Em todos os dias novas exigências para se adaptar aos novos tempos e isso exigem muitas vezes ruptura com o passado, porque o mundo passará por novas etapas e novos ajustamentos ao progresso que se impõe, aliás, uma nova mudança como nunca houve no caminho da evolução.
            O país deve adotar novas medidas para se ajustar as aspirações populares, pois que os antigos padrões não servem mais em função de novos modelos de comportamento das massas que deseja participar da vida pública.
            Aliás, o mundo todo passa por mudanças radicais, porque as antigas medidas fracassaram e não atendem mais as grandes necessidades do mundo moderno. Assim que passam por profundas modificações, onde muitas realidades do subterrâneo da política tanto nacional como internacional estão sendo denunciadas.  Mas as antigas oligarquias a isso se opõem, não querem largar o cetro de um mundo caduco.
            Assim também reavaliemos cada ato de nossa vida e ajuste-nos aos padrões propostos pelo Evangelho que será a maneira certa de permanecer em paz com consciência diante dos turbilhões que se aproximam. Áulus.

 

Lições de Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

JESUS É O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA

 

EU SOU A VIDA

 

            1) Jesus é vida porque, na qualidade de Logos [do grego, a palavra, o verbo divino e eterno, ele compartilha da mais elevada forma de toda espécie de vida, a vida do próprio Deus. Por conseguinte, ele é verdadeiramente divino.
            2) Essa vida divina, porém, Jesus transmite aos homens regenerados, tal como a mesma lhe foi transmitida, quando de sua encarnação humana.
            3) Em sua encarnação, o Senhor Jesus veio ensinar aos homens como devem compartilhar dessa vida, porque lhes demonstrou como a recebeu, mediante uma transformação moral e metafísica [...].
            4) Jesus transmite a vida real, não como símbolo, e sim, como um fato, em contraste com o judaísmo que não passava de um símbolo, segundo os ensinamentos dos profetas, na lei de Moisés e nos ritos cerimoniais [...].
            5) Jesus Cristo é a vida, tanto a vida futura como o princípio e a fonte originária de toda a vida, pelo que também aquele que não se achega a Deus, por intermédio dele, está sujeito à condenação, à morte espiritual [...].
            Jesus é vida e ele nos dá a vida, em nome do Pai Celestial, e dá-nos vida em abundância.
            Se a paz da criatura não consiste na abundância do que possui na Terra, depende da abundância de valores definitivos de que a alma é possuída.
            Em razão disso, o Divino Mestre veio até nós para que sejamos portadores de vida transbordante, repleta de luz, amor e eternidade.
            Em favor de nós mesmos, jamais deveríamos esquecer os dons substanciais a serem amealhados em nosso próprio espírito.
            É imprescindível construir o castelo interior, de onde possamos erguer sentimentos aos campos mais altos da vida.
            Encheu -nos Jesus de sua presença sublime, não para que possuamos facilidades
efêmeras, mas para sermos possuídos pelas riquezas imperecíveis; não para que nos cerquemos de favores externos, e sim para concentrarmos em nós as aquisições definitivas.
            Sejamos portadores da vida imortal.
            Não nos visitou o Cristo, como doador de benefícios vulgares. Veio ligar nos a lâmpada do coração à usina do Amor de Deus, convertendo-nos em luzes inextinguíveis.
            Em outras palavras, podemos repetir como se fora Jesus, o significado dado por Vinícius à afirmativa do Cristo: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. Se me conheceis, também conhecereis meu Pai. Desde agora o conheceis e o vistes” (João, 14: 6,7):
            Sou o Caminho, porque já fiz o percurso que ainda não fizestes; posso, portanto, ser, como de fato sou, vosso guia, vosso roteiro, vosso cicerone. Ninguém vos poderá conduzir e orientar senão Eu mesmo, porque nenhum outro, de todos que baixaram à Terra, jamais fez o trajeto que conduz ao Pai. Por isso vos digo: ninguém realiza os eternos destinos, senão acompanhando-me, seguindo as minhas pegadas.
            Sou a Verdade, porque não falo de mim mesmo, não fantasio como fazem os homens que buscam seus próprios interesses e sua própria glória; só falo o que ouvi e aprendi do Pai, agindo como seu oráculo, como seu mesmo Verbo encarnado.
            Sou a Vida, porque sou ressurgido, dominei a matéria, sou imortal, tenho vida em mim mesmo. Não sou como os homens cuja existência efêmera e instável depende, em absoluto, de circunstâncias externas.
            Jesus veio ao mundo para nos revelar como alcançar o Reino de Deus.
            Manifestou-se como o enviado celestial não apenas por palavras e curas realizadas, mas, sobretudo, pelo exemplo.             Precisamos, então, em cada minuto que passa, estarmos atentos às lições deixadas pelo Messias Divino, procurando nos transformar para o bem. Procuremos, acima de tudo, como orienta Emmanuel, irmanar-nos em Jesus:
            Ante o mundo moderno, em doloroso e acelerado processo de transição, procuremos em Cristo Jesus o clima de nossa reconstrução espiritual para a Vida Eterna. [...]
            Profundas transformações políticas assinalam o caminho das nações, asfixiantes dificuldades pesam sobre os interesses coletivos, em toda a comunidade  planetária, e, acima de tudo, lavra a discórdia, em toda parte, desintegrando o idealismo santificante.
            O momento, por isto mesmo, é de luz para as trevas, amor para o ódio, esclarecimento para a ignorância, bom ânimo para o desalento.
            Não bastará, portanto, a movimentação verbalística.
            Não prevalece a plataforma doutrinária tão somente.
            Imprescindível renovar o coração, convertendo-o em vaso de graças divinas para a extensão das dádivas recebidas. [...].
            Transformemo-nos, assim, naquelas “cartas vivas” do Mestre a que o Apóstolo Paulo se refere em suas advertências imortais.
            Indaguemos, estudemos, movimentemo-nos na esfera científica e filosófica, todavia, não nos esqueçamos do “amemo-nos uns aos outros” como o Senhor nos amou.
            Sem amor, os mais alucinantes oráculos são igualmente aquele “sino que tange” sem resultados práticos para as nossas necessidades espirituais. [...]
            Reveste-se a hora atual de nuvens ameaçadoras.
            Não nos iludamos. O amor ilumina a justiça, mas a justiça é a base da Lei Misericordiosa.
            O mundo em luta atravessa angustioso período de aferição.
            Irmanemo-nos, desse modo, em Jesus, para que a tormenta não nos colha, de surpresa, o coração. [...].

 

Livro Evangelho Redivivo
FEB

 

 

PSICOGRAFIA

 

            Senhor Jesus!

            Nesta manhã venho rogar a sua paz para os meus dias, a fim de que possa realizar o grande trabalho de reforma interior, tão necessária para que possa redirecionar os meus passos. A cada instante compreendo o quanto é preciso mudar, reformar-se intimamente, porque ainda dormita em meu coração muitos preconceitos que carrego e assim torno-me escravo deles.
            A cada momento os ecos do passado repetem a mesma argumentação que é preciso viver a vida, não importa aos outros, por isso preciso repensar os mínimos detalhes da situação que vive hoje, porque me parece que em todas as atitudes vivem os resquícios do pretérito, que fala de egoísmo e orgulho, e que esses inimigos querem assenhorear de todos os meus esforços e amordaçá-los, ficando assim a mercê deles é contra esses perseguidores que preciso me insurgir e buscar os meios de vencê-los, porque somente assim poderia ser completamente livre.
            Percebo hoje que em cada gesto o egoísmo se insinua gritando para que o homem velho se proteja, mas do que? De alguém do mundo externo, não, de mim mesmo, pois que o grande mal que existe está no meu coração, que não foi ainda educado com base do Evangelho e porque ignora as leis magnânimas de um Pai amoroso e justo que dá a cada um na medida certa do que se fez merecedor.
            Daí se compreende que a rigor ninguém pode nos prejudicar, que o verdadeiro inimigo não está lá fora, mas dentro de nossa própria cidadela interior, que deve ser vigiado para que ele não nos domine de assalto, porque, mormente impomos a eles barreiras tênues demais e dificilmente se apercebemos do perigo. Quando o lobo feroz dos nossos instintos ruge enfurecido é porque, aliás, está acostumado com nosso procedimento, pois que reside em nós há tanto tempo que se tornou familiar, de maneira que agimos sem perceber e somente com esta ajuda extra é que conseguiremos Ter os olhos de ver e ouvidos de ouvir, e assim, com a ajuda do mais alto seria capaz de mover um combate eficaz contra esse inimigo formidável, que luta com tanto empenho dentro de nós para se manter seus privilégios, apesar das luzes da Doutrina Espírita. Insinua-se aqui e ali buscando se justificar, portanto, o máximo de empenho em combater esse inimigo tenaz que de todas as maneiras procura ainda dominar as mentes mais frágeis. Não é sem esforço que se pode manter essa luta diária e que todo o momento é necessário se opor com firme propósito de parar suas investidas.
            Fala um grande amigo espiritual que "o egoísmo e orgulhos são as chagas da Humanidade", por isso é preciso combater sempre estas atitudes que ainda nos atrela ao passado e ao atraso. É hora de assumir uma atitude corajosa e dizer "não" ao egoísmo e ao orgulho, porque sempre se apresentam como inimigos em potencial em qualquer parte e pode derrubar qualquer um, de maneira tão sutil que nem este perceba de ponde vem o ataque, porque já está tão impregnado de suas influências e se torna vítima fácil. Depois de muitas quedas é que irá perceber o quanto foi tolo e ingênuo.
            Como se trata de um inimigo que há muito construiu suas barricas em nosso território, somente com muito esforço e paciência será capaz de desalojá-lo, ainda assim, com muita dificuldade.
            Portanto, vencer o egoísmo e orgulho deve ser uma das grandes metas de todo cristão sincero, porque neles estão todos os germes que dá origem as outras imperfeições do coração humano, tais como: inveja, ciúme, traição, despeito, miséria moral, em suma tudo aquilo que deprime a criatura e precipita nos resvaladouro do mal.
Adeus.

 

APSVI-05

 

 

“NOSSOS CARICATURISTAS...”

 

            Em casa de Dona Naná, proprietária do Hotel Diniz, o Chico chegou para consolá-la, em virtude de estar passando por provas dolorosas e para lhe dar o resultado auspicioso de uma sessão que fizera na qual recebera um expressivo esclarecimento para aquela irmã.
            O Chico, orientado pelos seus Amigos de mais Alto, à frente seu abnegado Guia, ajuda e passa, ampara em silêncio, colabora com todos, sem ferir, sem magoar.
            Deixando com a cara irmã, mãe extremosa e leal servidora do Cristo, uma réstia de luz, uma palavra de bom ânimo, partiu conosco para a Fazenda.
            No caminho, revelou-nos suas observações, suas inquietações pela hora que vivemos.
            Na sessão feita, a benefício de irmãos desencarnados, aparecem-lhe Espíritos turbulentos, insensíveis aos sofrimentos alheios e que, formando legiões, agem aqui e ali, neste e naquele lar, agravando-lhes as provas.
            — Precisamos orar por eles — diz-nos o Chico —, e, se possível, amá-los com sinceridade. Quando em contacto conosco, precisamos auxiliá-los, oferecendo-lhes nossa ajuda.
            Não sabem o que fazem. Moços, na flor da idade, instrumentais mediúnicos incontroláveis, sem convicções sinceras em matéria de fé, vivem por aí, presos aos seus interesses, atarantados, atristando os corações maternos, tornando-se vítimas fáceis daqueles Espíritos.
            Lembramos ao Chico o caso dos “Caricaturistas”, retratados nesses Espíritos, que nos experimentam e são como que nossos caricaturistas, pois que aumentam os nossos defeitos de forma tal, que, quando com e por eles falimos, ficamos de tal forma derrotados, sentindo nossos defeitos, que nos propomos a corrigir-nos incontinentemente...
            Chico sorriu e objetou-nos:
            — Mas precisamos amar a esses caricaturistas, desejar-lhes todo o bem possível para neutralizar lhes todo o mal e os encaminharmos ao bem. Um favor que fazemos a um seu parente encarnado constitui já um motivo para lhes fazer parar os golpes contra nós e despertar lhes um pouco de carinho em nosso benefício.
            Ajudemo-los com as nossas orações. Auxiliemo-los com nossos pensamentos de amor. Ensinemo-los com nossas boas ações e Jesus finalizará o nosso começo.

 

Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama

 

Espiritismo para crianças
Marcela Prada
Tema: Respeito, Educação

TANGU, O URSO

 

            Numa floresta muito verde e florida, vivia um urso gordinho e bonito, de pelos marrons, chamado Tangu.
            Era muito bonito o ursinho, mas de nada valia sua beleza. E por quê? Porque era mal-educado. Nem seus amigos e parentes queriam sua companhia.
            Certo dia, ao passar pelo clube de pingue-pongue, Tangu soube que haveria uma competição. Entusiasmado, pois era seu jogo predileto, interessou-se, desejando participar do campeonato. Preparou o uniforme e frequentou os treinos com muita animação! Porém, as queixas contra o ursinho começaram muito cedo.
            Quando chegava ao clube, dizia ao porteiro, o senhor Tigre: –
            – Abre aí!
            O porteiro, muito sem graça, abria a porta e Tangu nem agradecia. Começava a treinar sem cumprimentar ninguém.             Ao final do jogo, atirava a bolinha longe, fazendo o próximo jogador correr para buscá-la.
            Se perdia uma partida, saía zangado, empurrando a todos, reclamando do juiz. Foram tantas reclamações que até o senhor Leão, diretor do clube, ficou sabendo das más atitudes de Tangu.
            – Ele não tem educação, senhor diretor!
            – Não pode participar da competição!
            – É grosseiro, não é bom companheiro. Empurra a todos. É mal-educado.
            Preocupado, o senhor Leão mandou chamar Tangu. Ansioso, o ursinho foi correndo saber o que queria o diretor:
            – O que você quer comigo?
            – Tangu, não posso permitir que continue entre os jogadores. Peço que se retire do clube.
            Muito nervoso, quase chorando, o ursinho perguntou:
            – Por que, diretor? Sou bom jogador e tenho certeza que vou ganhar a competição!
            – Eu sei que você joga bem, mas não podemos ter jogadores que não respeitam os companheiros. Que são mal-educados.
            – Mas, diretor, o que foi que eu fiz?
            – A você parece que não fez nada, no entanto lhe faltam boas maneiras. Pedir licença para entrar, não empurrar, saber agradecer. Elas são muito mais importantes em nossa vida. É preciso nos habituarmos a respeitar as pessoas. Assim nos tornamos simpáticos.
            Tangu ficou vermelho de vergonha e falou, muito sem jeito:
            – Se eu me modificar, poderei ficar entre os jogadores?
            O senhor Leão pensou um pouco e respondeu:
            – Bem, deixarei que fique mais uma semana. Se houver transformação em seus hábitos, em sua forma de tratar os colegas, poderá competir.
            Tangu afastou-se dali e foi para casa, pensativo. Não podia perder o campeonato de pingue-pongue. Era preciso modificar-se, e logo! Pelo caminho começou a treinar:
            – Como tem passado, senhor Elefante?
            – Olá, senhor Macaco!
            – Quer alguma ajuda, dona Jararaca?
            O que teria acontecido com Tangu? Os animais estavam muito espantados... Alguns dias se passaram e o ursinho estava se tornando gentil!
            Quando foi ao clube, passando pelo porteiro, falou:
            – Como vai, senhor Tigre? Abra a porta, por favor! Muito obrigado!
            O senhor Tigre ficou muito surpreso quando Tangu agradeceu.
            E Tangu realmente mudou. Nos treinos, esforçou-se para ser educado. Não gritava com o juiz e até entregava a bolinha e a raquete nas mãos do jogador seguinte!
            No fim do prazo concedido, o diretor permitiu que Tangu competisse. Jogou tão bem que até ganhou o campeonato!
            Todos o cumprimentaram pela vitória, fazendo grande festa!
            Tangu percebeu que ser educado vale a pena, é muito mais agradável e gostoso, pois nos ajuda a ter muitos companheiros e amigos.

            (Texto da apostila de Evangelização da Editora Aliança, Jardim B.)

 

O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2022

 

 

NICODEMOS O DOUTOR DA LEI

 

De: Carlos A. Baccelli
Espírito: Irmão José
Editora: LEEPP

 

            Romance em que Irmão José discorre sobre a vida de Nicodemos, o célebre doutor da lei, que se fez amigo de Jesus e defendeu os cristãos perante as acusações do Sinédrio, e a quem o Senhor confiou um dos ensinamentos mais explícitos sobre a reencarnação, que figura nas páginas do Evangelho de João. Emocionante a sua amizade com Gamaliel, com José de Arimateia, o seu conhecimento de João Batista, entre os essênios, e, por fim, a beleza de seu encontro com Maria, mãe de Jesus, em Nazaré, na Galileia.

 

 

ORAÇÃO PARA TER FORÇA E CORAGEM

 

            Que eu nunca peça para ficar livre dos perigos,
            mas coragem para enfrentá-los…
            Que eu nunca mendigue paz para a minha dor,
            mas coragem e coração forte para dominá-la…
            Que eu não procure aliados na batalha da vida,
            mas a minha própria força em Ti…
            Que eu não anseie medrosamente pela salvação,
            mas esperança e paciência para conquistar a
            minha liberdade.
            Senhor, garante que eu não seja tão covarde para
            sentir a Tua misericórdia apenas no meu triunfo…
            Permite-me encontrar o Teu aperto de mão no meio de meu fracasso.
            Que Assim Seja.

 

 

DOCILIDADE

 

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita

 

            A proposta insuperável é que nos amemos uns aos outros.
            A infeliz cultura moderna estabelece, no entanto, que nos armemos uns contra os outros.
            A sociedade contemporânea conquistou níveis intelectuais e tecnológicos surpreendentes, demonstrando o poder da inteligência e da investigação, mas não logrou correspondentes patamares na área do sentimento e dos valores morais.
            Superou obstáculos quase impossíveis de serem removidos, sem que haja conquistado o controle das paixões emocionais inferiores, que trabalham em favor da exaltação do gozo a qualquer preço, como se a existência tivesse a única finalidade do prazer exaustivo.
            Tem apresentado filosofias magistrais umas e aberrantes outras, optando, na sua quase generalidade, por aquelas que a mantêm prisioneira dos tormentos íntimos e dos transtornos psicológicos.
            Aqueles que oferecem harmonia interior e comunhão afetiva vêm sendo abandonados por parecerem pobreza de caráter e medo da realidade posta a serviço da usurpação dos relevantes significados éticos essenciais à vida em família, em grupos harmônicos de convivência.
            Essas manifestações terroristas de cada qual fazer o que lhe aprouver demonstra o baixo nível de aspirações e emoções pessoais.
            Saímos da barbárie grupal, ancestral, na qual o valor da vida se encontrava na brutalidade, na ausência de beleza estética e higiênica, que proporciona saúde e bem-estar.
            Descambamos nas expressões grosseiras do comportamento, nos rudes combates da competição desalmada e da vitória mentirosa da fama, para logo depois sucumbirmos nas faixas sombrias da loucura, da miséria moral e espiritual em que nos consumimos.
            Transformamos o amor num tóxico poderoso de vícios e dependências degradantes, deixando-nos alucinados e perversos.
            Por consequência, o homem e a mulher modernos estão asfixiados na escuridão do sofrimento por eles mesmos buscado, sem esperança próxima de ventura e alegria.
            Fazendo-se uma análise sincera das gerações passadas, seus erros e suas glórias, constatamos que ainda é tempo de encontrarmos a felicidade, atingindo os objetivos essenciais da vida.
            Ei-los insertos em o Sermão das Bem-aventuranças, conforme Jesus nos ofereceu: pobres em espírito, simples e puros de coração, humildes e dóceis, amorosos e gentis…
            Substitui num momento a agressividade pela bondade, a violência pela gentileza, o ódio pela ternura, a mágoa pelo perdão e verás quanto estás perdendo de plenitude em tua sementeira de espinhos na atualidade.
            Recorda que o amor é fonte inexaurível de bênçãos e com ele, bem como através dele, conseguirás viver em plenitude.
            Amando, não terás conflito de consciência, porque o amor é a alma da vida.

 

            Artigo publicado originalmente no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 16 de junho de 2022.

 

 

O FANATISMO NÃO É PARA… ESPÍRITAS!

 

Por José Lucas

 

            Nos momentos difíceis da vida é que se vê o valor das pessoas, o seu estado de alma, as suas acções e reacções que acabam por falar por elas, mostrando o seu patamar psicológico e espiritual. O fanatismo é normal num ser humano, numa Sociedade? O que nos diz o Espiritismo acerca deste tema?
            Um modelo e actor russo, enviou vídeos recebidos de amigos ucranianos, para a sua mãe, na Rússia, denunciando as mentiras de Putin, as chacinas, os massacres ocorridos no país invadido. A mãe de Jean-Michel Scherbak, embrenhada na propaganda do regime russo, de Putin, fez algo impensável para um ser humano minimamente equilibrado: deserdou o filho, por não apoiar a invasão russa e, disse-lhe: “Já não és meu filho”.
            O fanatismo, de acordo com os dicionários, é uma paixão excessiva, doentia.
            Manifesta-se, de um modo geral, no âmbito religioso, político, futebolístico, sendo fácil de encontrar esta situação que, sempre gera desentendimentos, crispações e quebras de relações interpessoais.
            Com o aparecimento da COVID 19 a situação exacerbou-se a tal ponto, entre defensores e opositores das vacinas e das máscaras, que as relações sociais foram severamente afectadas.
Amigos deixaram de o ser, amigos de redes sociais agrediam-se verbal e mutuamente e, mutuamente se bloqueavam, deixando de se falar.
            Com a invasão da Ucrânia pela Rússia de Putin, não falta quem justifique tal barbárie, culpando os americanos por algo que apenas aos russos compete atribuir responsabilidades.
            Esgrimem-se argumentos, todos eles “válidos”, de acordo com o ponto de vista de cada um, que não deixa de ser isso mesmo: um ponto de vista.

            O fanático transforma o seu ponto de vista em paixão doentia, em verdade absolutadesviando-se do bom senso e alimentando-se do seu próprio orgulho

            Tal estado de alma retira a capacidade de raciocinar com serenidade.
            As pessoas afastam-se, isolam-se na sua monoidéia, num processo de auto-obsessão que, pode degenerar em obsessão espiritual (interferência negativa de um Espírito inferior sobre o pensamento de quem com ele sintoniza, mentalmente).
            Allan Kardec, na sua magistral obra “O Livro dos Espíritos”, item 908, refere: “As paixões são como um cavalo que é útil quando governado e perigoso quando governa. Reconhecei, pois, que uma paixão torna-se perniciosa no momento em que a deixais de governar e, quando resulta num prejuízo qualquer para vós ou para outro.”
            A Doutrina Espírita (ou Espiritismo) é uma filosofia de vida, baseada em factos, pesquisáveis e comprováveis que demonstram que somos um Espírito imortal, temporariamente num corpo de carne, em intercâmbio permanente com o plano espiritual, semeando e colhendo, vida após vida, rumo ao estado de Espírito-puro, um dia.
            Apresenta-nos a “Lei de Sociedade” como Lei divina que nos permite a evolução intelectual e moral, no contacto mútuo e permanente entre todos, aprendendo e ensinando, nesse ciclo sem fim, de evolução.
            Um ditado popular enquadra-se perfeitamente nesta doutrina:
            “Se as pessoas existem para serem amadas e as coisas para serem usadas, porque usamos as pessoas e amamos as coisas?
            Não faz sentido, numa Sociedade que quer, um dia, ser mais evoluída do ponto de vista moral!
            Se as pessoas são imortais e as opiniões passageiras, fazer finca pé numa opinião, ao ponto de se afastar de amigos de sempre é atitude que denota enorme egoísmo, falta de senso e muito fanatismo.
            O Espiritismo não vai por aí.
            Enquadra-se mais no pensamento (de origem desconhecida): “O meu amigo não é o que pensa como eu, mas, o que pensa comigo”.
            O Engº Hernani Guimarães Andrade, o cientista espírita do século XX, brasileiro, dizia com muita graça que “as opiniões são como os narizes: todos temos um, diferente e, ninguém tem o direito de esmurrar o nariz alheio.
            Embora possam existir pessoas adeptas do espiritismo, que são fanáticas em algum ponto da sua vida, essas atitudes nada têm a ver com a doutrina espírita (codificada por Allan Kardec) que se apresentou ao mundo, em 1857, como uma ciência filosófica de consequências morais, destinada a qualquer pessoa deste planeta, independentemente das suas convicções, sejam de que cariz forem.
            A felicidade não consiste em ter razão mas, em entender, fraternalmente, o ponto de vista alheio, mesmo se equivocado, na certeza de que amanhã o equivocado encontrará novo rumo mais certeiro.
            Fazer ao próximo o que desejamos para nós mesmos, é a pedra de toque do Espiritismo e, nesse amplo sentimento de fraternidade, solidariedade e Amor, não há lugar para o fanatismo.
            O fanatismo não é para… espíritas!!!

 

Consolador
2022

 

 

CONSULTAS

 

            “E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?” — (JOÃO, capítulo 8, versículo 5.)

 

            Várias vezes o espírito de má fé cercou o Mestre, com interrogações, aguardando determinadas respostas pelas quais o ridicularizasse. A palavra dEle, porém, era sempre firme, incontestável, cheia de sabor divino.
            Referimo-nos ao fato para considerar que semelhantes anotações convidam o discípulo a consultar sempre a sabedoria, o gesto e o exemplo do Mestre.
            Os ensinamentos e atos de Jesus constituem lições espontâneas para todas as questões da vida.
            O homem costuma gastar grandes patrimônios financeiros nos inquéritos da inteligência. O parecer dos profissionais do direito custa, por vezes, o preço de angustioso sacrifício.
            Jesus, porém, fornece opiniões decisivas e profundas, gratuitamente.
            Basta que a alma procure a oração, o equilíbrio e a quietude. O Mestre falar-lhe-á na Boa Nova da Redenção.
            Frequentemente, surgem casos inesperados, problemas de solução difícil.
            Não ignora o homem o que os costumes e as tradições mandam resolver, de certo modo; no entanto, é indispensável que o aprendiz do Evangelho pergunte, no santuário do coração:
            — Tu, porém, Mestre, que me dizes a isto?
            E a resposta não se fará esperar como divina luz no grande silêncio.

 

Caminho, Verdade e Vida
Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo Espírito Emmanuel

 

 

 

 

 

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