"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XVII - N. 199 * Campo Grande/MS * Agosto de 2022.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

Luzes_do_Amanhecer_199.pdf
Click Aqui - Para Baixar

 

          Quando olha para o futuro, julga-o tão distante, mas não é verdade, ele também está presente e cada ação que pratique, porque um dia pensou assim, mas hoje vive em função do que realizou no bem ou no mal ontem.

 

 

 

 

O VERBO SE FEZ CARNE

 

            Muitas religiões consideram Jesus como o próprio Deus. E isso vem da interpretação de João quando disse “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. — Ele estava no princípio com Deus. — Todas as coisas foram feitas por ele e nada do que foi feito o foi sem ele. — Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens. — E a luz brilhou nas trevas e as trevas não a compreenderam. E o Verbo foi feito carne e habitou entre nós e vimos a sua glória, qual a que o Filho único havia de receber do Pai; e ele, digo, habitou entre nós, cheio de graça e de verdade.” (S. João, 1:1 a 14.).
            Allan Kardec considera que Jesus podia ter sido encarregado de transmitir a palavra de Deus, sem ser o próprio Deus. Seria como um embaixador que transmite as palavras do seu soberano, sem ser o soberano. Diz também que as palavras acima foram ditas por João e não por Jesus, sendo a opinião dele, porém o nosso Senhor disse: “Não tenho falado por mim mesmo; aquele que me enviou foi quem me prescreveu, por seu mandamento, o que tenho de dizer. — A doutrina que prego não é minha, mas daquele que me enviou; a palavra que tendes ouvido não é palavra minha, mas de meu Pai que me enviou.”
            Assim, deixou claro Jesus, que ele não é Deus e sim filho Dele, que na qualidade de enviado, conforme consta em todo Evangelho, veio para nos trazer a palavra e a vontade de Deus. E João acaba completando essa ideia de subordinação de Jesus, estabelecendo a dualidade entre os Dois, quando diz: “E vimos a sua glória, tal como o Filho único devia recebê-la do Pai”.
            A ideia de “Filho de Deus” implica na sua submissão ao criador, mesmo porque se fosse igual ao criador, seria incriado também, mas o dogma diz que Deus o gerou, o criou; então mesmo que fosse criado de toda a eternidade, seria Filho.
            Jesus, tendo alcançado a perfeição, continua sendo Filho de Deus, como nós e nos ensinou a chamá-lo de Pai, com o detalhe de que Ele foi predestinado a desempenhar tal missão na Terra.   
            Jesus só raramente dizia ser Filho de Deus, falava de si mesmo frequentemente como o Filho do homem, querendo dizer que nasceu do homem, pertencendo à Humanidade e identificando-se com os profetas que vieram antes Dele e se comparando com eles, prognosticando sua morte ao dizer: Jerusalém que mata os profetas!
            Fiquemos então com Deus, nosso Criador, a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas e  com Jesus, nosso Senhor e Governador de nosso querido planeta.

 

Crispim.
Referência bibliográfica:
- Obras Póstumas. Allan Kardec.

 

 

META CLARA PARA SER FELIZ

 

            É sempre bom lembrar a necessidade que se impõe ao progresso do Espírito.
            É difícil superar determinados obstáculos do caminho, enquanto não se dispõe a servir, pois que o bem tem uma força tão poderosa que é capaz de abrir muitas portas, que de outra forma seria impossível.
            A sua frente está um imenso questionário que precisa responder, a fim de que faça uma avaliação mais justa do que faz da vida.
            Assim:
            Diante das dificuldades do caminho, apresente o esforço da boa vontade.
            Onde a ignorância predomina, adicione o bom senso e a lógica, mostrando que o mal que se faz, é uma força que se volta inevitavelmente contra aquele que o pratica.
            A insensibilidade de um duro coração ignora a dor alheia, é a mostra certa que estará imprimindo em sua alma a matriz de uma dor superlativa, que mais tarde, a contra gosto sorverá, no entanto, será a única medida saneadora para se equilibrar num clima mais ameno, colhendo em seu reduto íntimo os estigmas que imprevidente semeou no caminho dos outros.         
            A ambição sem medida que alimenta pode angariar muitos valores materiais, como pode ser um terrível abismo para a sua alma, porque em verdade, já deve ter percebido que ninguém nada levará desta vida e tudo passará a mãos de outros, independentemente dos seus questionamentos, embora possa causar-lhe uma dor quase insuportável, devido a esse apego exagerado.
            Outras vezes é o orgulho exigindo que alimente a sua vaidade sobre a sua suposta importância. É um entrave muito grande atravessado em seu caminho, porque é verdade que sofrera por conta do que carrega na alma, porque a rigor todos estão em pé de igualdade, não é o que tem mais, o mais afortunado, mas aquele que sabe viver com pouco sem ambicionar o que é dos outros.
            Diante desse mundo tumultuado que vive, mantenha a paciência para que o seu coração fique em paz, porque a paz diante do mundo já é felicidade, pois muitos escolheram o contrário e hoje lamentam amargamente sua condição.
            Está a caminho de belas coisas, por isso, continue realizando o seu melhor, ainda que lhe custe muito sacrifício ou até ingratidão, mas saiba que a felicidade que espera está em suas mãos conquistar, logo alimente aquela bela esperança que tem na mente e no coração, por conta delas mantém a coragem de seguir adiante com fé e confiança.
            Porque sentirá a ação de paz do Mestre em bases tão sólidas, que permitirá o equilíbrio para ser feliz, amando sem esperar ser amado, perdoando incondicionalmente o próximo, tendo tolerância sem esperar nada de ninguém e amando sempre.
            Está é a meta clara de ser feliz. Por isso, não espere. Mas esforce-se para manter esse padrão de comportamento, pois que a própria vida encarregar-se-á de colocar a sua porta tudo o que necessitar a mais para ser venturoso.

 

Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

SENDA LIBERTADORA

 

            Ao iniciar o discurso, pense logo em fazer a sua parte. Nada espere do que não lute por conquistar. O pensamento é lento demais. Mas vamos tentar passar alguma coisa. Embora não seja um instrumento ideal, é claro que se esforça para cumprir o seu papel, mas não é a sua área.
            É muito dispersivo para se adaptar a esse trabalho, além do que falta um pouco de habilidade no trato com as palavras, além de ter uma imagem distorcida de muitas coisas, mas continue. Alguma coisa há de produzir. Mas é preciso mais esforço e dedicação. Vive permanentemente cansado. Não consegue manter a disciplina em coisa alguma. Assim fica muito difícil.
            Não se pode investir quando não se tem um instrumento adequado. Nem ferramenta que pelo menos facilite o trabalho.
            Mas o que precisa refletir hoje refere quando procura transmitir uma ideia esta é muito confusa, sem uma lógica mais clara, porque, justamente porque não sabe verbalizar o que pensa de maneira racional e equilibrada. É muito lacônico e sem imaginação. Mas não tendo outro jeito, até que serve.
            Hoje é preciso avaliar o que precisa cumprir e especialmente no que se refere à disciplina e bem sabe que é fundamental para qualquer atividade. No tocante a este trabalho não está sendo satisfatório, porque não pode cumprir um dever sem que participe o coração.
            Assim mais sentimento nesse trabalho. Mais dedicação: Repito, está vivendo muito o mundo externo. É necessário se interiorizar mais para se aproximar da especialidade em causa. Se não tem se dedicado com a frequência necessária, como se adaptar a realidade que é imprescindível e mais, como transmitir aos demais.
            Além de que é necessário não somente o estudo, mas estudo claro e sistemático a fim de alcançar o objetivo que pretende. Está tendo uma oportunidade rara, não a despreze.
            Qualquer que seja a sua condição faça a sua parte. Cumpra o seu dever de homem de bem. Está aqui por razões claras e determinadas pelo labor.
            Está consciente da obrigação que tem, mesmo nas dificuldades esteja firme e resoluto para o trabalho do Cristo. Ninguém pode fugir ao compromisso de servir. E certamente está incluído nesse contexto. Porque já sabe muitas coisas, pelo menos de maneira simplificada.
            Procure também aprender com os outros, porque muitas vezes é surdo aos nossos conselhos. É preciso haver um sentimento de solidariedade entre todos.
            Sua decisão é importante com alguns casos, porque pode influenciar outros que aí estão para fazer também à parte deles e esses estímulos são muito importantes.
            A realidade que há muito desamor entre as pessoas, porque cada um está somente interessado em si mesmo. Os outros, ora os outros não são de nossa alçada. Por esta razão procure adquirir tantos bens para guardar, não se sabe para que, mas deseja o máximo de utilidades.
            Porém, não pode esquecer o essencial, que é o amor ao próximo, e como esse sentimento sempre começa dentro do lar, então não começa nunca. Mas siga porque já esta no ônibus mesmo para o outro lado do rio. Onde o espera o amor e a felicidade que implantou neste lado de cá, assim só terá aqui o que realmente se fez merecedor pelo trabalho desenvolvido pelo seu esforço. Ademais, não espera nada além do trivial.
            Está sendo chamado ao trabalho do Cristo, mas convém se apressar e muito, senão ficará fora do trabalho que já fora definido.
            Lembre-se que cada dia uma tarefa. É o método que deve utilizar para que o seu dia seja mais produtivo. Lembre-se também disso e não perca tempo. Está a caminho do trabalho. Não se esqueça disso.
            Muitos amigos já ajudaram a caminhar. Agora faça a sua parte e rápido, porque pelo que deduz já sabe que não será muito longo. Já sabe já sabe que já maior parte da existência. Lembre-se que ainda pode fazer alguma coisa. Por isso se apresse confiança e fé, trabalho e amor sempre. Áulus.  

 

Lições de Simplicidade
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

DADOS BIOGRÁFICOS DOS APÓSTOLOS

 

            ANDRÉ
            É mencionado em Mateus, 4:18; 10:2; Marcos, 3:8; Lucas, 6:14; João, 1:40; Atos dos apóstolos, 1:13. Como Pedro ou Simão Barjona era filho de Jona, também seria André, a menos que ocorra uma das hipóteses: parente ou irmão por parte de mãe. Investigações de filiação materna carecem de apoio, pois nem sempre textos bíblicos retiram a mulher da penumbra, conservando anônimas a sogra de Pedro, a mãe dos filhos de Zebedeu, a mãe dos Macabeus etc. Pescador; integrante do grupo inicialmente convocado, isto é, um dos primeiros, entre os doze.
            André era irmão de Pedro e não há dúvidas a respeito: » [...] A sua atitude, durante toda a vida de Jesus, foi de ouvir o M estre, observar os seus atos, estudar os seus preceitos, seguindo-O sempre por toda a parte. A não ser certa vez que saiu com mais outro companheiro a pregar a Boa-Nova ao mundo, segundo ordem que o Mestre deu aos doze, nenhuma outra ação aparece de André, enquanto Jesus se achava na Terra.
            Embora menos proeminente que seu irmão (Pedro), André está presente no denominado milagre da multiplicação dos pães de Jesus e à fala apocalíptica do monte das Oliveiras. [...] De acordo com a tradição medieval tardia, André foi martirizado pela crucificação numa cruz em forma de xis, que mais tarde aparece na bandeira da Grã-Bretanha representando a Escócia, de que André é o padroeiro.
            Celebrado pela tradição ortodoxa grega como Protocletos (o primeiro a ser chamado) dentre os doze (João,1:40), André cujo nome significa varonil, nasceu em Betsaida Julias, às margens do Mar da Galileia. Antes de seguir o Mestre, era discípulo de João Batista. Aparentemente André ocupava-se mais dos assuntos da alma do que propriamente de suas pescarias, tanto que abandonou suas redes para seguir os passos de João Batista. Segundo o historiador Eusébio (História eclesiástica III), André teria desenvolvido extenso apostolado na Palestina, Ásia Menor, Macedônia, Grécia e regiões próximas do Cáucaso. As antigas narrativas indicam que, supostamente, se encontram em Patras, cidade grega, os restos mortais do apóstolo, guardados numa igreja ortodoxa grega.

 

            BARTOLOMEU/NATANAEL
            O apóstolo é citado por Mateus, 10:3; Marcos, 3:18; Lucas, 6:14; e em Atos dos apóstolos, 1:13. O nome de Natanael, usualmente conhecido como Bartolomeu, aparece em João sem indicações de suas origens (João, 1:45 a 51) e como discípulo que “[...] nascera de uma família laboriosa de Caná da Galileia. [...]”.
            [...] Além do seu nome aramaico, que significa filho de Tomai, nada é registrado sobre ele no Novo Testamento. Como Natanael não é mencionado nos Evangelhos sinóticos e Bartolomeu não ocorre no Evangelho de João, mas ambos estão associados a Filipe, sugeriu-se que são a mesma pessoa, caso em que Bartolomeu seria o patronímico [apelido de família] de Natanael. Mais tarde a tradição atribuiu um Evangelho apócrifo a Bartolomeu e descreveu suas atividades missionárias no Egito, na Pérsia, na Índia e na Armênia, onde consta que teria sido martirizado, sendo esfolado vivo. Por isto é patrono dos curtidores.
            O notável testemunho de Jesus a seu respeito (João, 1:47) deixa transparecer o perfil de alguém que serviu a Lei e aos profetas não apenas para orientar suas esperanças na gloria de Israel, mas também para desenvolver em seu íntimo uma espiritualidade frutífera, determinada pelas diretrizes da sabedoria divina, sobre o qual comenta o Apóstolo Tiago (Tiago, 3:7). João informa que Filipe teria falado sobre Jesus a Bartolomeu (ou Natanael), apresentando-o, posteriormente, ao Mestre. Eis o diálogo que ocorreu entre Filipe e Bartolomeu: [...] Temos achado aquele, de quem escreveu Moisés na Lei, e de quem falaram os profetas, Jesus de Nazaré, filho de José. Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair coisa que seja boa? Respondeu Filipe: Vem e vê. Jesus, vendo aproximar-se Natanael, disse: [...] Antes de Filipe chamar-te, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira. Replicou-lhe Natanael: Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel. Disse-lhe Jesus: Por eu te dizer que te vi debaixo da figueira, crês? Maiores coisas do que esta verás. E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem. Natanael, após esse encontro com o Mestre, O seguia, tornando-se um dos seus discípulos.
            Há indicações de que o apóstolo teria pregado o Evangelho na Arábia, na Pérsia (atual Iraque), na Etiópia e depois na Índia, donde regressou para Liacônia [ou Lacônia, Grécia], passando depois a outros países. Conta-se que, ao desenvolver o trabalho apostolar na Armênia, junto do Mar Negro, teria sido esfolado vivo, antes de morrer.

 

Livro Evangelho Redivivo
FEB

 

 

PSICOGRAFIA

 

            A considerar-se que tudo que se faz sobre a Terra, terá o seu prêmio o seu castigo, ou seja, de que nada fica impune, ou não tenha sua contrapartida.  A menor parcela de culpa deve ser sanada, como qualquer atitude objetivando auxiliar o próximo tem sua recompensa, ou nesta vida, ou numa outra.
                Nesta continua interação de energias, situações, de culpas e recompensas que o homem caminha, colhendo da sementeira que plantou, bebendo da fonte que a outro propiciou recursos de saciar a sede, assim, que hoje se constrói o lar que amanhã deverá habitar. Lembrando o Amado Mestre Jesus, que prometeu que Ele iria preparar um lugar, para que onde Ele estivesse, estivessem também aqueles que vivenciassem os seus princípios, que dá a todo o homem a liberdade para que pelo seu trabalho presente escolher o futuro. Não há como fugir a lei de causa e efeito.
                Numa outra etapa reencarnatório, muitas vezes escolhem o caminho errado, querendo construir um império na terra, imaginando que representará alguma coisa os seus triunfos aqui no plano físico, depois que as ilusões da carne esgotarem, pode compreender já no plano espiritual a enormidade de seus erros e por séculos sucessivos trabalham por resgatar os seus desatinos de então, posso afirmar que foram muitas existências de misérias e humilhações, mas muitos amigos abnegados que me ampararam pude vencer as minhas deficiências e mazelas, porém quero afirmar também que ainda as carrego ainda um grande número em meu coração, mas já vislumbrando com muita nitidez o quando é importante realizar o bem, que enormes benefícios proporcionam aquele que o pratica.
                Daí então estar aqui hoje, para estimular o trabalho, ainda que muitas vezes possa parecer de pequena valia, mas das pequenas coisas se formam as grandes, de milhões de minúsculos grãos de areia é que se formam as montanhas. Nunca pode se desprezar as tarefas pequeninas, porque, elas, na verdade são os primeiros passos para uma atividade maior.
                Quanto sentir as dificuldades baterem a porta, não se deixe abater. Tem confiança em Deus e seguem em frente. Recorda que no passado já venceu dificuldades maiores. Agora já é só esta. É confiar para vencer mais esta. Um Pai nunca deixa de auxiliar o seu filho, principalmente se este for diligente e se preocupar com o bem dos outros. Quem trabalha pelo próximo, Deus sempre o auxilia, além de que terá o apoio daqueles guardiões daqueles que tivera a felicidade de auxiliar, portanto, nunca se julgue só e abandonado, exceto se só pensou em si toda a vida, pois que sempre haverá alguém que em nome daqueles que você auxiliara o apoiará em suas dificuldades, partindo muitas vezes daqueles que menos espera, surgirá a mão amiga para lhe prestar o amparo necessário.
                Ao voltar à pátria espiritual são contadas as ações de cada um, arquivadas em sua consciência e dela se extrairá um novo roteiro a ser seguido em outras caminhadas, por uma justiça distributiva. Cada um se paga ou se pune a si mesmo, com a diferença de que a privação é uma correção de rumo, nunca um castigo sem sentido, mas ainda assim uma lição do Pai, que vê o futuro e sabe qual deve ser o melhor caminho ao filho muito amado que por um momento se desvia da meta, mas continua sendo objeto de maior solicitude de um Pai Amoroso e Justo que destinou a cada um futuro maravilhoso.
                Agora importa que cada um vença as suas limitações, e busque juncar o seu caminho de flores pelo trabalho incansável em favor do bem e do progresso, que se realiza mais facilmente pelo amor incondicional aos mais aflitos, conquanto pareça paradoxal ainda é o caminho mais rápido para auto-iluminação.
                A sua frente está postado o próximo, vai depender de você aproveitar o seu auxílio ou não. Conquanto pareça a você que o ajuda, mas na verdade você será sempre o que mais receberá, assim que se torna perfeitamente compreensível a resposta ao doutor da lei dada por Jesus: Amar a Deus e ao próximo, como sendo o resumo prático de todas as cogitações do homem sobre este planeta ou em qualquer parte, porque sem amar aos outros não se constrói nada.
                Basta olhar para história da Humanidade. Os pretensos reinos que se tentou construiu com base na dominação e na força, tornaram-se pó, e seus condutores os párias do mundo, que cobriram seus corpos de chagas e opróbrios por não respeitarem o direito do próximo, que só viam a sua frente seus interesses egoístas.
                Portando, têm a sua frente alguns exemplos do que não deve fazer, como também do que mais lhe convém, assim, cabe a você escolher o caminho do bem e do mal, pois que goza do livre arbítrio.
                Em frente com seu projeto de compreender e amar os outros. Ânimo que muitas portas se abrirão para que possa vencer todas as dificuldades e construir uma fonte de trabalho e esperanças para muitos.
                Adeus.

Milquíades

 

APSVI-05

 

 

Espiritismo para crianças
Marcela Prada
Tema: Medo, superação

 

A GARÇA E O VENTO

 

            Gaia era uma jovem garça, linda, de penas branquinhas e pernas alongadas. Ela vivia numa lagoa com outras garças, parecidas com ela. Mas ela tinha uma diferença das outras. Ela não gostava de vento.
            Enquanto todas as garças aproveitavam o vento para brincarem, voarem mais alto e se aventurarem, Gaia ficava parada, encolhida, de costas para o vento, com medo, esperando ele passar.
            Quando o vento estava forte ela sentia suas penas mexerem, seu corpo balançar. Ela detestava isso. Parecia uma provocação. Se ela não fechasse as asas com força, o vento conseguia entrar por baixo delas e desequilibrá-la.
            Um dia, uma garça mais velha, percebendo a aflição da jovem, foi conversar com ela:
            – O que foi, minha querida, porque você está assim?
            – É que o dia estava ótimo, mas já senti um ventinho frio. Acho que o tempo vai mudar e começar aquela ventania de que eu não gosto.
            – Gaia, eu reparei que você sempre quer fugir do vento, se encolhendo, se escondendo, ficando de costas para ele.
            – Claro, se eu pudesse eu o desligava, isso sim – respondeu a jovem garça, assustada.
            – Mas, você sabia que é encarando o vento de frente que a gente consegue decolar ou pousar melhor, com mais segurança?
            Gaia não sabia disso. Para ela, o vento só atrapalhava. Ficou olhando para a garça mais velha, esperando mais informações.
            A outra garça continuou:
            – Quando está ventando, se eu ficar como você, de costas, toda encolhida, também vou ficar desconfortável. Se eu quiser levantar voo assim, posso até me desequilibrar e me machucar. Então, o que eu faço é virar para o vento, encará-lo de frente e abrir bem minhas asas. Daí é uma delícia! Eu quase não preciso fazer força! O vento, me sustenta, por baixo das minhas asas, me levanta e me leva pra passear. Depois lá em cima, eu me viro e ele me empurra para eu voar rápido, pra onde eu quiser. Na hora de descer, eu me viro de novo, de frente para ele e ele me ajuda a me equilibrar para eu descer bem devagar. É muito bom! Eu queria que um dia você pudesse sentir isso!
            – Eu também! – respondeu a garcinha, entristecida – eu não sei por que eu sou assim.
            – Tudo tem um motivo, uma causa, não é mesmo, minha querida? Você pode não se lembrar, mas talvez possa ter-se assustado em alguma ventania, ou se impressionado com o relato de alguém. Ou até mesmo ter-se machucado, quando era pequenina. Tudo é possível. Mas o que importa é que, seja o que for, já passou. E o que você tem para viver é o agora, que pode ser diferente e até bem melhor do que você fica imaginando. Pense nisso, minha amiguinha, e boa sorte com o vento, da próxima vez que ele vier.
            A garça mais velha se afastou, foi pescar um peixe para comer. E Gaia ficou ali, pensando no que elas haviam conversado.
            Talvez não fosse o melhor para ela ficar tentando suportar o vento, de costas para ele, pelo resto da vida. Talvez o vento tivesse mesmo um lado bom.
            Gaia não conseguiu modificar-se de um dia para o outro. Mas só de pensar que o vento poderia não ser tão ruim, poderia não estar querendo provocá-la, mas sim ajudá-la, como fazia com as outras, ela já se sentia mais calma.
            No começo, ela ficava de costas para ele, mas passou a não ter mais tanto medo. Depois começou a abrir as asas e brincar de se deixar levar, tombando pra lá e pra cá. Ela passou a observar também como as outras faziam. Isso também ajudou, pois, percebendo a confiança delas, ela também se sentia encorajada.
            E assim, bem aos poucos, depois de um bom tempo, mas sempre tentando um pouquinho mais, Gaia foi deixando aquele sofrimento para trás. Até que um belo dia, ela percebeu que estava conseguindo fazer o que a garça mais velha fazia.
            Ela tinha encarado o vento de frente, passeado com ele e, o mais importante, estava se sentindo muito bem. Com empenho, coragem, e a ajuda do tempo, Gaia conseguiu finalmente superar sua dificuldade. 
            Todos nós podemos fazer como ela, quando encontrarmos na vida algum desafio. É só lembrarmos que Deus sempre nos dará os recursos, mas sem esquecer que Ele não dispensa que tenhamos também vontade de vencer.

 

O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2022

 

 

VIVENDO NO MUNDO DOS ESPÍRITOS

           

            Vera Lúcia Marinzeck Espírito
            Espirito: Patrícia
            Editora: PETIT

 

            O espírito de Patrícia nos relata carinhosamente os procedimentos e passos que leva na vida espiritual. Agora, engressando em um curso para adquirir mais conhecimentos sobre o plano espiritual. Patrícia sempre foi uma pessoa que gostou de estudar, o fato de descobrir coisas novas lhe encantava, mesmo quando ainda era viva. E agora desencarnada não seria diferente. Por isso, compartilha seus ensinamentos e como se sentiu ao apreender cada um dos assuntos. A vida nas colônias espirituais, os postos de vigilância, os samaritanos (grupo de socorristas), loucura obsessão, umbral (chamado de inferno por muitos encarnados), etc são alguns dos assuntos estudados nesse curso. Os detalhes mencionados por ela nos dá um visão do que se pode esperar ao desencarnar. E não nos deixa dúvidas sobre o porquê devemos sempre seguir o caminho do bem. O livro é interessante e flui muito quando começamos a entender mais a vida após a morte, com isso nos tranquiliza mais a mente perdendo o medo do fim de nossa vida aqui na terra.

 

 

GUERRAS

 

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita

 

            Quando Allan Kardec organizou O Livro dos Espíritos e o publicou em 1857 por orientação dos Mentores da Humanidade, iniciando a codificação do Espiritismo nos seus aspectos científico, filosófico e moral, dedicou um belo estudo sobre as Leis morais que devem viger na sociedade.
            No referido estudo, estabeleceu que a Lei Natural é a que expressa a divina, portanto, a Lei de Deus, da qual se derivam outras de natureza ética e que, através dos tempos, vêm propondo o progresso e a ordem da sociedade.
            No passado, vultos notáveis nos diversos campos, especialmente, no filosófico e religioso, têm proclamado regras que mais tarde se consolidaram como de justiça, de sabedoria, de moral, de solidariedade e finalmente de amor.
            A Jesus coube a tarefa de demonstrar que o amor que de Deus emana é a fonte geradora de vida e que, por isso, essa é a mais importante de todas, ao iniciar-se pelo amor a Deus.
            Fundamentando-se nessa lei fundamental para a felicidade dos seres humanos, o Espiritismo proclama a caridade como o solo sublime onde ele se expressa.
            Arrancou a esmola do sentimento solidário e propôs transformar as suas migalhas em salários dignos de tal forma que a igualdade pudesse abraçar todos os indivíduos num só movimento, dando lugar ao surgimento da solidariedade e seus derivados.
            Deteve-se, o insigne pedagogo, também, nas Leis de Destruição, cujos fatores sempre conspiram contra o bem e a plenitude, sendo esses flagelos destruidores muito comuns em todas as épocas. Entre eles destacam-se as guerras, conforme a questão 742 do referido livro:
            Qual a causa que leva o homem à guerra?
            “Predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e satisfação das paixões. No estado de barbárie, os povos só conhecem o direito do mais forte, daí, por que, para eles, a guerra é um estado normal. À medida que o homem progride, a guerra se torna menos frequente, porque ele evita suas causas. E quando se torna necessária, sabe fazê-la com humanidade.”
            Neste momento a civilização encontra-se na terrível encruzilhada de uma guerra, em face dos fatores destruidores que estão em jogo e as ameaças entre as grandes nações.
            Ademais das que já se vêm arrastando dolorosamente e esmagando povos que lhe padecem a injunção, gerando tormentos em todo o mundo, treinamentos belicosos em algumas fronteiras prenunciam calamidades terríveis para o ser humano.
            A guerra é o fruto espúrio dos sentimentos que decorrem da evolução do ser.
            Herança do primário instinto de conservação da vida, o ser tem o egoístico dominador e a nada respeita no comportamento, tornando-se belicoso e perverso.
            Necessitamos com urgência voltar a viver os ensinamentos de Jesus e aprendermos a amar.

            Artigo originalmente publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 25 de agosto de 2022.

 

 

PERDOAR E ESQUECER?

 

Por José Lucas

 

            Muitos de nós dizemos: “Perdoo, mas não esqueço”.
            Outros querem esquecer e não conseguem, sentindo-se culpados pelo facto de não conseguirem esquecer.
            Outros ainda, perdoam, mas fazem questão de não esquecer.
            É importante referir que perdoar e esquecer são coisas diferentes.
            É difícil esquecer um evento, pois qualquer vivência na vida fica gravada no nosso psiquismo, daí ser difícil, senão impossível, esquecer.
            Não se sinta culpado se, porventura, quer perdoar, mas o assunto vem à sua mente, de vez em quando.
            Desvalorize o assunto e siga em frente.
            Perdoar, significa entender que o outro errou e, não guardar mágoa, rancor, raiva.
            O esquecimento vem com o tempo, naturalmente, desde que não façamos questão de estar sempre a relembrar o erro alheio.
            Quantas pessoas têm dificuldade em relembrar uma situação passada há muito tempo!
            Não esqueceram, mas, como deixaram de pensar nisso, o assunto ficou arquivado no subconsciente.
            Qual a melhor solução para nós?
            Pensamos que a melhor solução seja perdoar o erro alheio, entender que é um ser humano, aquele que errou, que ele tem a responsabilidade do seu erro e, não lhe desejar mal por isso.
            O esquecimento virá com o tempo, desde que queiramos desligar o assunto da nossa mente, desvalorizando, desdramatizando, para estarmos focados no bem-estar, no êxito do dia a dia.
            Se consegue perdoar, parabéns, o esquecimento virá por acréscimo.
            Seja mais feliz, vitalizando as coisas boas na sua mente, conversas, sentimentos, atitudes e, desligue-se dos erros e maldades alheias, que não lhe pertencem.
            Sigamos adiante, procurando viver o melhor possível, sem queixas, rancor, mágoas, tristezas desnecessárias e estéreis.
            Viver bem é a melhor opção…

 

Consolador
2022

 

 

CONVERSAR

 

            “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graças aos que a ouvem.” — Paulo. (EFÉSIOS, capítulo 4, versículo 29.)

 

            O gosto de conversar retamente e as palestras edificantes caracterizam as relações de legítimo amor fraternal.
            As almas que se compreendem, nesse ou naquele setor da atividade comum, estimam as conversações afetuosas e sábias, como escrínios vivos de Deus, que permutam, entre si, os valores mais preciosos.
            A palavra precede todos os movimentos nobres da vida. Tece os ideais do amor, estimula a parte divina, desdobra a civilização, organiza famílias e povos.
            Jesus legou o Evangelho ao mundo, conversando. E quantos atingem mais elevado plano de manifestação, prezam a palestra amorosa e esclarecedora.
            Pela perda do gosto de conversar com alguém, pode o homem avaliar se está caindo ou se o amigo estaciona em desvios inesperados.
            Todavia, além dos que se conservam em posição de superioridade, existem aqueles que desfiguram o dom sagrado do verbo, compelindo-o às maiores torpezas. São os amantes do ridículo, da zombaria, dos falsos costumes. A palavra, porém, é dádiva tão santa que, ainda aí, revela aos ouvintes corretos a qualidade do espírito que a insulta e desfigura, colocando-o, imediatamente, no baixo lugar que lhe compete nos quadros da vida.
            Conversar é possibilidade sublime. Não relaxes, pois, essa concessão do Altíssimo, porque pela tua conversação serás conhecido.

 

Caminho, Verdade e Vida
Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo Espírito Emmanuel

 

 

O PROBLEMA DA TENTAÇÃO

 

            O educador, em aula, tentava explicar aos meninos que o móvel das tentações reside em nós mesmos; contudo, como os aprendizes mostravam muita dificuldade para compreender, ele se fez acompanhar pelos alunos até ao grande pátio do colégio.
            Ai chegando, mandou trazer uma bela espiga de milho e perguntou aos rapazes:
            — Qual de vocês desejaria devorar esta espiga tal como está?
            Os jovens sorriram, zombeteiramente, e um deles exclamou:
            — Ora vejam!... quem se animaria a comer milho cru?
            O professor então mandou vir à presença deles um dos cavalos que serviam à escola, instalou alguns obstáculos à frente do animal e colocou a espiga ao dispor dele, sobre pequena mesa.
            O grande eqüino saltou, lépido, os impedimentos e avançou, guloso, para o bocado.
            O professor benevolente e amigo esclareceu, então, bondosamente, ante os alunos surpreendidos:
            — A tentação nos procura, segundo os sentimentos que trazemos no campo íntimo. Quando cedemos a alguma fascinação indigna, é que a nossa vontade permanece fraca, diante dos nossos desejos inferiores. As forças que nos tentam correspondem aos nossos próprios impulsos. Não podemos imaginar ou querer aquilo que desconhecemos. Por esse motivo, necessitamos vigiar o cérebro e o coração, a fim de selecionarmos as sugestões que nos visitam o pensamento.
            E, terminando, afirmou:
            — As situações boas ou más, fora de nós, são iguais aos propósitos bons ou maus que trazemos conosco.

 

Livro Pai Nosso
Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo espírito Meimei

 

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado nº 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.