PRAZERES E OCUPAÇÕES
Sabemos que Deus cuida de cada um de nós através de suas imutáveis e soberanas leis, infinitamente justas, garantindo nossa estabilidade, que desfrutamos com os pensamentos que atraem Espíritos de acordo com a qualidade desses pensamentos. Se são inferiores, seremos acompanhados pelos Espíritos envolvidos pelas paixões inferiores e no caso contrário, pelos Espíritos de alta linhagem, que a mando da bondade de Deus nos auxiliam, mesmo a distância, a levarmos nosso fardo sem cargas a mais do que precisamos para nosso desenvolvimento espiritual.
Se insistirmos sempre na prática do bem, com bons pensamentos e ações, estaremos contribuindo para a melhora daqueles Espíritos, ainda inferiores, mas que se cansam de perturbar o ambiente e passam a seguir o nosso mestre Jesus ao perceberem que só o amor traz alegria eterna e que o mal não compensa.
Disso tudo, devemos cuidar de nossos pensamentos e ocupações para que atraiamos bons Espíritos que nos ajudarão na lida diária, e cabe ao Espiritismo, para nós espíritas, despertar-nos para nossos deveres e mudarmos nossos hábitos e ideais, visando ao progresso nosso e de nossos semelhantes.
Apelamos aos prazeres materiais para combatermos o tédio, para distrair-nos das coisas do dia a dia e até para escondermos certas diversidades, e usamos para tanto, o teatro, o cinema, a televisão, os esportes e às vezes as boates e os cabarés, de acordo com os sentimentos de cada um de nós.
Esses prazeres materiais são de pouca duração, na verdade, acabam com a satisfação dos nossos desejos, diferentemente dos prazeres morais ou espirituais, que sempre que forem lembrados, trazem a satisfação à alma, como da primeira vez que foram executados.
Fácil é lembrarmo-nos do sorriso de uma criança ao ganhar um brinquedo, do sorriso de um doente ao receber nossa visita, da satisfação de um faminto ao receber o alimento oferecido com amor para sua alimentação. Porém, não devemos nos preocupar eventualmente, com a ingratidão dos que recebem nossos préstimos e nem desistirmos de tal prática, porque estamos, quase sempre, resgatando compromissos assumidos em vidas passadas, e que surpresa e desalento teríamos, se ao deixarmos de socorrer alguém, e depois, quando voltarmos ao mundo espiritual, descobrirmos que negamos auxílio a um ente querido de outras épocas.
A prática dos princípios espíritas encanta-nos quando realizamos seus elevados intuitos, e assim, recebemos orientações acertadas e a calma necessária para enfrentarmos todas as vicissitudes dessa valorosa vida que Deus nos deu.
Crispim.
Referências bibliográficas:
- Filosofia Espírita. Volume XII. João Nunes Maia/Miramez.
- Sessões Práticas e Doutrinárias do Espiritismo. Aurélio A. Valente.
TUDO BEM
Tudo bem! Tudo bem!
Não posso imaginar que esteja aqui depois de tantos anos.
Voltei a sentir as vibrações de seu coração. Sei que nunca fui esquecida. Sou grata pelas preces carinhosas a mim dirigidas. Foram de grande valia, deram-me as forças que me garantiram a paz nos momentos mais difíceis de minha transição para esta outra vida.
Não poderia deixar de voltar para agradecer ao seu generoso coração, desde que me ofereceu um lugar permanente em seus pensamentos. Nunca se pode desconhecer essa ajuda tão importante.
Devo dizer que os meus derradeiros momentos foram de grande perplexidade, porque não poderia nem imaginar o que me esperava, logo depois daquela porta que lentamente se abria, dando lugar a uma nova realidade, com angústia e apreensão quanto ao desconhecido que me aguardava, não tinha exata noção daqueles valores que carregava, ou que supunha ter.
As migalhas que consegui passar aos outros foram de enorme valia, permitindo uma visão melhor do mundo que estava adentrando, mas também não deixei de perceber as mudanças que se operavam na intimidade do meu coração.
Muitas vezes fui obrigada a testemunhar tantas pessoas que se supunham virtuosas, mas aos olhos do supremo bem, não passava de orgulho e presunção. Algumas num átimo de segundo compreenderam que nada representava aqueles valores que cultivaram a vida inteira.
Era constrangedor observar a decepção que sentiram; imaginavam que seriam recebidos com sons de trombetas, aos poucos foram reconhecendo que não passavam de pobres párias, sem o destaque que tanto apreciavam e só utilizaram os seus bens unicamente para satisfazer o seu o orgulho, outros ainda para mascarar a sua arrogância e supostos valores.
A agora a sós diante de suas próprias consciências descobriram que tinham tão pouco a oferecer, bem o contrário do que pensavam, toda aquela ostentação que carregavam, ou que fingiam carregar, não passava mais do que aparência vã e sem nenhum valor real.
Estavam completamente sozinhas quando viram pessoas subalternas no mundo e na opinião delas desprezíveis se adentrarem a sua frente, com consideráveis valores do Espírito, o que as magoava ainda mais.
É a própria vida ministrando lições, especialmente àquelas que não compreenderam a lei do amor, que se colocaram nos seus nichos particulares, imaginando que estavam protegidos de tudo e de todos.
Pobres coitadas, nunca estiveram tão expostas às intempéries da vida, visto que seus atos, a revelia de seus controles, eram catalogados pela sua própria consciência que os colocaram nas suas contas, mostrando a inutilidade de certas posturas. Que o valor real é conquistado somente com muito amor aos outros.
Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
NECESSIDADE DA EDUCAÇÃO
No tempo em que não existia a locomoção fácil na Terra, um grande rei simpatizou com fogoso cavalo de cores claras, da criação de sua casa; mas, ao desejá-lo para os serviços do palácio, foi assim informado pelo chefe das cavalariças:
— Majestade, este animal é vitima de muitas tentações. Basta que se movimente, de leve, para assustar-se e ocasionar desastres. Uma simples folha seca na estrada é razão para inúmeros coices.
O rei ouviu, atencioso, e afirmou que remediaria a situação.
No dia seguinte, mandou atrelá-lo a enorme carroça de limpeza, onde o cavalo se viu tão preso que não pôde fazer outros movimentos, além dos necessários.
Depois de algumas semanas, o monarca determinou fizesse ele o duro serviço dos burros, transportando cargas pesadíssimas.
A princípio, o animal se rebelava, escouceando o ar e relinchando fortemente; entretanto, foi tantas vezes visitado pelos gritos e pelos chicotes dos peões e tantos fardos suportou que, ao fim de algum tempo, era um modelo de mansidão e brandura, sendo colocado no serviço real, com grande contentamento para o soberano.
Assim acontece conosco, na vida.
Destinados ao trabalho da Vontade de Deus, se vivemos entregues às tentações do mal, desobedientes e egoístas, determina o Senhor que sejamos confiados à luta e à provação, à dificuldade e ao sofrimento, os quais, pouco a pouco, nos ensinam a humildade e o respeito, a diligência e a doçura.
Depois de passarmos pelos variados processos de educação indispensável ao nosso burilamento, seremos então aproveitados, com êxito e segurança, nos serviços gerais da Bondade de Deus, junto de nossos irmãos.
Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei
PAZ INTERIOR
Conserve o coração em paz e assim possa agir com sabedoria e pertinência naquele objetivo a que persegue, sentindo a necessidade pode fazer mais e melhor, porque é fato que as maiores erros que se cometem, sempre são praticados naqueles momentos de desequilibro emocional.
Porque é certo que a vida lhe responderá, por diversos canais disponíveis as indagações que tenha feito à própria consciência.
Em tudo faça reverência ao Pai e Senhor, porque tudo dele depende inclusive a própria vida, a qual governa através de leis sábias e admiráveis.
Como em Jesus tem o padrão e a imagem perfeita pela qual precisa e deve se orientar aqui e além desta vida. Esse é o único modelo que deve ser seguido, porque também nunca terá motivos para se decepcionar, porque Ele sempre estará com aquele que com ele esteve, por isso seja fiel, esse é o amigo incondicional de todos.
Aproveite a caminhada com vista a se construir em todos os campos da atividade humana possível, seguindo naturalmente a tendência que lhe é peculiar.
A tarefa que não consiga realizar no dia, coloque na agenda do dia seguinte, organize-se, porque quem se organiza vive melhor.
Aproveita as lições do quotidiano, de tudo extraia algo a que possa contribuir para se ter uma melhor visão dos fatos e situações que ocorrem ao longo do percurso.
Coloque-se a disposição do trabalho que educa, em face de compreender a necessidade de que é imperioso fazer alguma coisa pelo bem dos outros e do mundo.
Porque muitas pessoas são disciplinadas e com sabedoria e perspicácia podem descobrir o jeito certo de ajudar. Por menor que seja a conquista no campo moral ou material que favoreça o próximo é importante.
Está num campo de trabalho e lute pelo bem comum, por isso continue avançando porque é certo que todos podem contribuir para melhor tudo ao seu derredor.
Em tudo se observa essa necessidade de aprimoramento, contribua com a sua parcela.
Assim que pode perceber que é importante no contexto em que vive, sem alarde, sem tumulto e discretamente dê a sua contribuição.
Porque é certo que aquele que faz de um causa comum motivos para viver, sempre contribuirá para um mundo melhor, isso é inquestionável.
A verdade que as grandes mudanças ocorrem entre as coisas pequenas, somente ao longo do percurso se percebe que aquela orientação simples foi a que deu o ponto de partida para as grandes mudanças a grande número de pessoas.
Assim candidate-se a ser essa semente imperceptível, que dê a sua contribuição para o bem geral. Mas lembre-se sempre que a sua paz interior será importante, por isso guarde o seu coração em paz. Áulus.
Luzes Da Ribalta
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
DADOS BIOGRÁFICOS DOS APÓSTOLOS
Pedro, Simão, Simão Pedro ou Cefas
São referências evangélicas sobre o apóstolo: Mateus, 4:18 e 10:2; Marcos, 1:16 e 3:16; Lucas, 6:14 e 9:20; João, 1:40; Atos dos apóstolos, 1:13.
Pescador em Cafarnaum, na Galileia, era irmão do apóstolo André. “Pedro é forma grega da palavra aramaica Cefas (João, 1:42; I Coríntios, 1:12; 3:22; 9:5; 15:5; Gálatas, 1:18; 2:9,11,14) que quer dizer rocha, nome que Jesus deu a Simão, Atos dos apóstolos, 15:14; II Pedro 1:1, quando este compareceu pela primeira vez a sua presença (João, 1:42).” É também conhecido como Simão Bar-Jonas, que significa Simão, filho de Jonas (Mateus, 16:18). Em suas epístolas, Pedro apenas se autointitula apóstolo ou servo. Pedro, Tiago e João Evangelista faziam parte do círculo íntimo de Jesus, participando dos mais importantes atos do Mestre.284
Nascido em Betsaida (João, 1:44), mudou-se para Cafarnaum onde, com a família, fixou residência. Pedro recebeu três chamamentos de Jesus: o primeiro para ser seu discípulo (João, 1:40 e seguintes); o segundo para acompanhá-lo em sua missão de pregar o Evangelho (Mateus, 4:19; Marcos, 1:17; Lucas, 5:10); o terceiro chamado de Jesus a Pedro é para ser o seu apóstolo (Mateus, 10:2; Marcos, 3:14,16; Lucas, 6:13,14). O apóstolo se destaca dos demais membros do Colégio apostolar pela sua dedicação, ardor à causa, vigor físico, coragem e impetuosidade de ânimo. Com certeza, era a “rocha”, como denominou Cristo.
Pedro é muito lembrado pelo episódio, anunciado por Jesus, de que ele o negaria por três vezes (Mateus, 26:69 a 75). Não deixa de ser uma injustiça ficar citando tal acontecimento, considerando o intenso labor do apóstolo, a capacidade de renúncia e a imensa fidelidade ao Cristo. Emmanuel pondera a respeito, convidando-nos a reflexão mais profunda.
O fracasso de Pedro, como qualquer êxito, tem suas causas positivas.
A negação de Pedro sempre constitui assunto de palpitante interesse nas comunidades do Cristianismo.
Enquadrar-se-ia a queda moral do generoso amigo do Mestre num plano de fatalidade? Por que se negaria Simão a cooperar com o Senhor em minutos tão difíceis?
Útil, nesse particular, é o exame de sua invigilância.
O fracasso do amoroso pescador reside aí dentro, na desatenção para com as advertências recebidas.
Grande número de discípulos modernos participam das mesmas negações, em razão de continuarem desatendendo.
Informa o Evangelho que, naquela hora de trabalhos supremos, Simão Pedro seguia o Mestre “de longe”, ficou no “pátio do sumo sacerdote”, e “assentou-se entre os criados” deste, para “ver o fim”.
Leitura cuidadosa do texto esclarece-nos o entendimento e reconhecemos que, ainda hoje, muitos amigos do Evangelho prosseguem caindo em suas aspirações e esperanças, por acompanharem o Cristo a distância, receosos de perderem gratificações imediatistas; quando chamados a testemunho importante, demoram-se nas vizinhanças da arena de lutas redentoras, entre os servos das convenções utilitaristas, assentando binóculos de exame, a fim de observarem como será o fim dos serviços alheios.
Todos os aprendizes, nessas condições, naturalmente fracassarão e chorarão amargamente.
Há três etapas distintas na vida de Pedro que tiveram o poder de moldar-lhe o caráter, a lealdade, o amor irrestrito ao Cristo e o exemplo de discípulo e apóstolo.
A primeira é o período de aprendizagem de que o Evangelho nos dá conta.
Durante os anos de convivência pessoal com o Cristo, aprendeu a conhecer a si e a seu Mestre [...]. A segunda feição é o período em que ele toma a dianteira dos demais apóstolos para regular os negócios da Igreja [de Jerusalém] como se observa nos primeiros capítulos de Atos dos apóstolos. A sua mão forte guiou-o em todos os seus passos. Foi ele quem propôs eleição para o lugar vago pela morte de Judas (Atos, 1:15); foi ele quem explicou às multidões o que significava a difusão do Espírito Santo no dia de Pentecostes, (Atos, 2:14); foi ele quem tomou a dianteira na cura do homem paralítico [...]. A terceira fase compreende o período de trabalho humilde no Reino do Cristo revelado nas epístolas do Novo Testamento. Depois de lançados os fundamentos da Igreja, Pedro toma lugar humilde, entrega-se ao trabalho de ampliar os limites do reino de Deus [...]. Na Igreja de Jerusalém, é Tiago [filho de Alfeu] quem toma a direção dos trabalhos [...].
Pedro escreveu duas epístolas que refletem seu caráter e amor ao Cristo.
Outras informações a respeito do venerável apóstolo são encontradas em Atos dos apóstolos, escrito por Lucas.
Pedro foi morto em Roma, crucificado de cabeça para baixo, no ano de 64 d.C., durante a perseguição de Nero aos cristãos. A forma de crucificação do apóstolo foi, segundo a tradição, escolhida por ele mesmo, que não se julgava digno de morrer como Jesus morreu. Supõe-se que o seu túmulo se encontra sob a catedral de São Pedro, no Vaticano.
Livro Evangelho Redivivo
FEB
PSICOGRAFIA
Viver é preciso?
Nem que seja um pouco. Um pouco de água para beber.
Não é necessária paz ou a barriga cheia, nem necessário amor ou o cofre cheio. Não, não é preciso enleio para se complicar e isso e tudo mais é pouco para se sonhar.
Uma nuvem de estrela, um sol posto no horizonte, moribundo a se perguntar. Será que cumpri o meu dever? Dirão sempre os infelizes que esqueceram de orar. Às vezes é preciso coragem para dizer um grande não, até ao certo se o incerto o perturbar. Para que projetar se tudo vai se acabar. O instante que passa é uma opção, ou pura tentação que pode até acabar da noite para o dia. É pouco para sonhar, sonhar mais, pouco é bobagem, isto todos já fizeram, nada de sensacional. A vida e o limite devem se encontrar. Não a tempo para chegar para quem parte para outro lugar, pois que assim terá alguma coisa para contar, mas não me deixe porque tenho medo do escuro e da solidão, dizem que são coisas terríveis de suportar. Só de pensar me põe possesso e louco da vida. Não sei ser só, pelos menos em dupla dá para encarar o mundo lá fora. Agora, só, se for mesmo para apanhar, porque outro alguém não pode apanhar só por me acompanhar na aventura.
Só me acompanha quem quiser contar histórias, nem que seja para ninar, porque é preciso fazer da vida alguma coisa, nem que seja para sorrir a outro que chora e dizer - coragem, chegará a sua vez. Todos têm sua trajetória e é preciso apostar que ninguém nasceu órfão, mas alguém olha por nós, até mesmo por aquele que esqueceu de nos amar, sempre olha por nós, nem que seja num piscar de olho que é bastante.
Sem muitas terras andou e nem sombra do homem velho encontrou, melhor, pouco terá para chorar, mas pode apostar que o arquivo está mesmo no seu coração, lá que existe o registro de tudo, até mesmo do que pensou e não disse. E como andou. Não sei até aonde foi possível, mas bem que tentou. A verdade é que mais tentou foi transformar em estrela toda dor para que um dia pudesse se espelhar e concluir que não foi tão infeliz assim. Mas era uma cronologia às pressas que se teve pressa em terminar. Mas ninguém quer acabar com essa história, nem que seja a última gota. Ainda assim se quer pagar.
Cego é o que não vê, mas não vê o futuro. O futuro é que interessa, porque o pretérito já passou, o presente é uma dúvida e o futuro mais ainda, é uma incógnita, que só resta esperar.
A! O futuro tanta história para sonhar, nenhuma réstia de luz para apaziguar o coração célere de alguém que partiu, mas será tempo de descansar? De depor o bastão, bastante, em algum lugar e dizer, amém! Trabalhar, compilar experiência e novamente caminhar para o infinito. Por que não se pode perguntar o que será? Será o fruto do labor, de um jeito ou de outro, pelo amor ou pela dor há de encontrar a resposta. Sempre toda água no mar vai desaguar. No imenso mar, que depois volta em forma de chuva para reflorir os campos e alimentar a vida. Será, porventura, um eterno voltar para se melhorar, renovar-se, iluminar-se e se tornar uma estrela e habitar o céu infinito e quando alguém com o dedo o apontar no céu e se surpreender. Certamente dirá como é que ele foi lá se dependurar, se era tão pequeno, tão feio e tão sem importância, filosofará afinal. Bom, a vida tem dessas coisas, a surpresa sempre existe, do monturo mais imundo muitas vezes nasce o lírio imaculado, talvez para contrariar a lógico do mundo que teima em se enganar e dizer que com amor tudo se constrói, pois que o inseto mais pequenino que pode iluminar a noite mais escura sem se perturbar. Dirá alguém é milagre! Outro - é assombração! Dependerá tão somente do posto de vista. Mas afinal todos concordarão que uma vida bem vivida é algo para se sonhar, nem que seja de forma aleatória, crepuscular, almas que sonham, corações que esperam o sol maior raiar num horizonte cheio de cor, de luzes, de primaveras, de arrebóis infinitos, multicoloridos, que representarão a condensação de todos os sonhos e esperanças de alguém que caminha por este jardim, muitas vezes sem saber o rumam, ou aonde vai desaguar o rio que lhe sacia a sede de amor e de justiça, mas sonha e espera sempre, que dias melhores virão pela própria naturalidade da vida, que insiste em dar sempre ao eterno caminhante alento para viver e sonhar esplendidamente. Eletéia
APSVI-05
Espiritismo para crianças
Marcela Prada
Tema: Aproveitamento do tempo
OS DOIS CADERNOS
Era uma vez dois irmãos. Certo dia, a mãe deles os presenteou com lindos cadernos, um para cada. O papel era de excelente qualidade e os meninos ficaram muito felizes, pois gostavam de desenhar. Mas cada irmão cuidava de seu caderno de formas diferentes. O mais velho usava só um lado das páginas. Quando via que seu desenho não saía como tinha pensado, ele rasgava a folha e a jogava no lixo. Também amassava as folhas e fazia bolinhas de papel com elas. O mais velho usava só um lado das páginas. Quando via que seu desenho não saía como tinha pensado, ele rasgava a folha e a jogava no lixo. Também amassava as folhas e fazia bolinhas de papel com elas.
O mais novo, por outro lado, aproveitava cada folha ao máximo, pois sabia que não devia desperdiçar o papel. Quando fazia algum traço de que não gostava, apagava rapidamente para que a página não ficasse marcada.
Depois de algumas semanas, os meninos souberam que teriam uma prova importante dali a alguns dias. Preocupados, se puseram a estudar. A mãe sugeriu que eles usassem os cadernos para fazerem anotações, esquemas e desenhos.
Um deles estava muito bem cuidado, mas o outro quase não tinha mais folhas em branco.
Depois da prova, a mãe notou que o filho mais velho estava muito abatido. Ele não conseguira estudar direito e nem se sair bem na prova. Como sobraram poucas folhas em seu caderno, ele teve que resumir toda a matéria.
Por outro lado, o irmão mais novo aproveitou suas páginas para anotações e até desenhos que o ajudassem a lembrar-se do estudo na hora da prova.
Assim como os cadernos, Deus nos presenteou com o tempo. Cada um deve escolher como quer passar seu tempo e ter consciência de que o tempo que não aproveitarmos nos fará falta amanhã.
Texto de Lívia Seneda.
O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2022
INTERCÂMBIO MEDIÚNICO
por Regina Stella Spagnuolo
De: Divaldo Franco
Espírito: João Cléofas
Editora: LEAL
Na apresentação deste livro, ao refletir acerca da importância da mediunidade, a mentora Joanna de Ângelis pontua oportunamente: Na pauta dos compromissos espirituais que o trabalhador consciente da Doutrina Espírita assume, destaca-se o intercâmbio mediúnico, na condição de muito valioso. Graças a ele, a observação do fato robustece a fé; a oportunidade de informar-se a respeito da vida além da morte faculta-lhe dados preciosos...
Destarte, nesta obra de valor inesgotável, o autor espiritual João Cléofas, através da psicofonia de Divaldo Pereira Franco, nas sessões mediúnicas do Centro Espírita Caminho da Redenção, propõe diretrizes e orientações acerca das reuniões que, através da mediunidade, acolhem os dois planos da vida, ensinando-nos que o instrumento da mediunidade é alavanca de trabalho que cada um pode usar para alçar-se na direção do Amor Total, ou para descer às baixadas do egoísmo avassalante... Jesus, o Excelso Médium de Deus, abrindo os braços, albergou a Humanidade toda no seio, como a ensinar que serviço de mediunidade são braços abertos na direção da aflição.
FARISEUS E SAMARITANOS CONTEMPORÂNEOS
Cláudio Bueno da Silva
Jesus falava à mulher samaritana sobre “a água viva que sacia toda sede”, pois “vem do amor infinito de Deus e santifica as criaturas”, quando esta, empolgada com os ensinamentos novos que ouviu, afastou-se do poço onde retirava água e chamou familiares e vizinhos para que o ouvissem também.
Nesse momento Filipe, Tiago e André, que haviam deixado Jesus para ir buscar alimentos num vilarejo próximo, retornam trazendo atrás de si muitos populares, que se acomodaram por ali, discutindo sobre as questões palpitantes que aquele nazareno trazia.
Enquanto conversavam, os discípulos se mostravam preocupados com o Mestre, insistindo para que se alimentasse. “Meu alimento – respondeu Jesus – é fazer a vontade daquele Pai misericordioso e justo que a este mundo me enviou, a fim de ensinar o seu amor e a sua vontade. Meu sustento é realizar a sua obra”.
Diante do falatório da pequena multidão, os discípulos se mostravam entusiasmados com a repercussão que os ensinos causavam entre aqueles samaritanos.
– “Não é isso propriamente o que me interessa”, disse Jesus. “O êxito mundano pode ser uma ondulação de superfície ...Acaso poderemos admitir que já somos compreendidos?”
Olhando para a turba, propôs aos discípulos: – “Ouçamos o que dizem nossos seguidores”.
– “Acreditas que seja este homem o Cristo prometido? – perguntava um samaritano de boa figura aos seus amigos. – De minha parte, não aceito semelhante impostura. Este nazareno é um explorador da piedade popular.
– É certo – concordava o interpelado –, mesmo porque, em sua terra, não chega a valer um denário. Pelos próprios parentes é tido como inimigo do trabalho e há quem duvide da sua preguiçosa cabeça.
– É um louco de boa aparência – dizia uma mulher idosa para a filha –, pelo menos essa é a opinião que já ouvi de habitantes de Cafarnaum; entretanto, cá para mim, acredito seja um grande velhaco. Por que se meteu com pescadores, quando alega ser tão sábio? Por que não se transfere para Jerusalém, ou mesmo para o Tiberíades? Bem sabe a razão disso. Lá encontraria homens cultos que lhe confundiriam a presunção.
Mais próximo de Jesus, um rapaz sentenciava em voz discreta:
– Quando chegamos, foi ele achado sozinho com uma mulher. Que te parece esta circunstância? – perguntava a um companheiro de caminhada. – Certamente desejava salvá-la a seu modo... – replicou com malicioso riso o inquirido.
Num grupo vizinho, falava-se acaloradamente:
– Este homem é um espertalhão orgulhoso – dizia, convicto, um velhote –, só faz milagres junto das grandes multidões, para que sintam virtudes sobrenaturais nas suas mágicas.
– E não tem caridade –, acrescentou outro.”
André, Tiago e Filipe estavam espantados com o que tinham ouvido. O êxito era aparente, mas real a funda incompreensão do povo.
– “Esta é a imagem do campo onde temos de operar. Por toda parte encontraremos samaritanos discutidores, atentos aos êxitos e referências do mundo”, disse o Mestre aos discípulos, que se acomodavam em breve descanso, enquanto a noite começava a cair.
*
Um texto forte que mostra o vício do julgamento indevido e infundado do populacho de todos os tempos sobre as questões mais graves. Nele, Jesus é nivelado aos impostores, interesseiros, exploradores, mesmo tendo impressionado multidões com suas palavras e atos de compreensão e amor.
Dois mil anos após, e os fariseus, samaritanos, ou o que quer que sejam, ainda pululam pelo mundo, destruindo reputações, defendendo interesses próprios, aparentando beatitude, depreciando valores sagrados.
Este é o campo onde têm de operar os que já se preocupam e querem trabalhar pela vitória do bem no mundo.
(Texto baseado no capítulo 17, “Jesus na Samaria”, do livro Boa Nova, pelo Espírito Humberto de Campos, psicografia de F.C.Xavier, FEB, 1985.) Contém transcrições.
Consolador
2022
JESUS PRESENTE
Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita
Há tempo, quase imemorial, que a humanidade não atravessava um período de gravíssimas circunstâncias negativas, cujos efeitos danosos se arrastarão dolorosos no processo de evolução moral do planeta terrestre.
Os desmandos de natureza ética e os comportamentos desvairados estabelecem normativas existenciais deprimentes e degradantes, reduzindo o ser humano a um dependente das baixas manifestações dos instintos em desalinho.
Sempre existiram indivíduos fisiológicos e psicológicos. Os primeiros são aqueles que se caracterizam pelo exercício contínuo das funções da cintura para baixo: comer, dormir e fazer sexo. Os segundos são aqueles que, embora se utilizando dos instintos primários, também cultivam os ideais de enobrecimento espiritual, de sacrifício e beleza, aspirando pela elevação às cumeadas do progresso.
Não obstante os incontáveis benefícios oferecidos pela ciência e pela tecnologia, estas não lograram tornar o ser humano feliz nem tranquilo.
A inquietação emocional e os desajustes sociais com os seus lamentáveis grupos de alucinados e de miseráveis ameaçam a cultura e a civilização de desaparecimento, tendo-se em vista o declínio que já ocorre em quase todas as esferas conhecidas.
A insatisfação, gerando a revolta e a violência, responde pela agressividade e pelo crime que se espalham por toda parte, ameaçando as vidas que lhes estejam ao alcance.
Nesse báratro a dor campeia vitoriosa, arrastando multidões desajustadas e atirando-as na drogadição perversa e nas condutas estranhas quanto ultrajantes.
O ser humano “perdeu o endereço de Deus” já há muito tempo, e agora, o seu próprio.
Há muito barulho em toda parte e quase silêncio nenhum em relação à busca do Si, ao autoencontro, ao descobrimento dos valores que dormem no cerne de cada qual.
Muita falta faz a liderança de Jesus no comportamento da sociedade contemporânea. Em consequência, os caminhos de crescimento interior parecem interditados ou desconhecidos.
É necessário que se pare a pensar o que estamos fazendo de nós próprios, pois que somos autores do nosso destino.
Temos urgência de voltar a Jesus, aos Seus ensinamentos, à Sua convivência, à Sua paz.
Há imperiosa urgência na busca da autorrealização que proporciona harmonia.
A consciência guarda as Leis de Deus e é necessário usca-las, aplicando as no dia a dia existencial. Sem esse esforço, torna-se difícil, senão impossível, encontrar-se a felicidade.
Assim pensando, convidamo-lo a estar conosco na Praça Dois de Julho (Campo Grande), no dia 19 do corrente, a partir das 17 horas, quando estaremos realizando a nossa edição internacional do Movimento Você e a Paz.
Participe do nosso ágape e experimente a paz desde agora com Jesus.
Artigo originalmente publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 15 de dezembro de 2022.
O LAVRADOR E A ENXADA
Chico Xavier, ainda hoje e há mais de vinte anos, é empregado na Fazenda de Criação do Ministério da Agricultura, em Pedro Leopoldo. Certa manhã, caminhava para o trabalho,
atravessando largo trecho de campo no rumo do escritório, meditando sobre os trabalhos mediúnicos a que se confiava.
As exigências eram sempre muitas. Como agir para equilibrar-se na tarefa? Surgiam doentes, pedindo socorro... Aflitos rogavam consolação. Curiosos reclamavam esclarecimentos...
Ateus insistiam pela obtenção de fé. Os problemas eram tantos! Quando curvava a cabeça, desanimado, aparece-lhe Emmanuel e aponta-lhe um quadro a pequena distância.
Era um lavrador ativo, manejando uma enxada ao sol nascente.
— Reparou? — disse ele ao médium — guiada pelo cultivador, a enxada apenas procura servir. Não pergunta se o terreno é seco ou pantanoso, se vai tocar o lodo ou ferir-se entre as pedras... Não indaga, se vai cooperar em sementeira de flores, batatas, milho ou feijão... Obedece ao lavrador e ajuda sempre.
Logo, após, fez uma pausa, e considerou:
— Nós somos a enxada nas mãos de Jesus, o Divino Semeador. Aprendamos a servir sem indagar.
Chico, tocado pelo ensinamento, experimentou iluminada renovação interior, e disse:
— É verdade! O desânimo é um veneno...
— Sim — concluiu o orientador —, a enxada que foge à glória do trabalho, cai na tragédia da ferrugem. Essa é a Lei.
O benfeitor despediu-se e o médium abraçou o trabalho, naquele dia, de coração feliz e a alma nova.
Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama
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