"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XVIII - N. 204 * Campo Grande/MS * Janeiro de 2023.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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           Viver é uma maneira singular de compreender a vida. Nada está fora de lugar, à confusão é somente aparente, porque tudo está bem e há uma suprema ordem para dirigir todas as coisas.

 

RESUMO DAS LEIS DOS FENÔMENOS ESPÍRITAS

 

            A maioria dos confrades espíritas costuma estudar o Espiritismo para ter um bom entendimento das leis que regem os Espíritos e os encarnados. Há, porém, grande número de pessoas que têm alguma afinidade com essa doutrina glamorosa, mas ainda carecem de conhecimentos esclarecedores que muito ajudariam sua própria evolução espiritual. O ilustre codificador da salutar doutrina dos Espíritos, Allan Kardec, apresentou uma relação, um verdadeiro resumo dessas leis para que esse pessoal, rapidamente, tome conhecimento das tais. Tentarei resumir o resumo de Kardec, sugerindo que os leitores procurem ler os originais na Revista Espírita do ano 1864.
            Espiritismo é uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. A ciência está nas relações com os Espíritos e a filosofia está nas consequências morais que veem dessas relações.
            Os Espíritos são as almas dos que viveram na Terra ou em outros mundos. Não são seres indefinidos, nem chamas, nem fantasmas. Quando a alma está unida ao corpo na vida, tem envoltório duplo: um pesado, grosseiro e destrutivo, que é o corpo; outro leve, fluídico e indestrutível, chamado perispírito, que é o laço que une a alma ao corpo.
            A morte destrói apenas o corpo físico, o envoltório grosseiro, e a alma então abandona esse envoltório, como quem troca de camisa e vai percorrer o espaço. O perispírito é composto por fluidos que atravessam qualquer corpo. Os Espíritos formam o mundo invisível que nos rodeia. Eles não precisam de luz para enxergar; a escuridão só é para os que sofrem punição para ficarem nas trevas por um tempo.
            Os Espíritos mantêm as percepções que tinham na Terra em um nível maior e conservam as afeições sérias que tinham e são atraídos pelo pensamento e não por objetos de qualquer natureza. Leem nossos pensamentos como um livro aberto. Embora invisíveis para nós, em estado normal, podem em certos casos sofrerem uma modificação e mostrarem-se visíveis e mesmo tangíveis. Quando aparecem, costumam mostrarem-se com a aparência que tinham em vida, para serem reconhecidos.
            Era com seu perispírito que movimentava seu corpo físico e movimenta seu espírito e produz ruídos, movimentos de mesas e até transporta matérias. Faz com seu perispírito os médiuns escreverem, desenharem, pintarem. Fenômenos produzidos pelas leis que nada têm de sobrenaturais, como as leis da eletricidade, leis da gravitação.
            É falsa a ideia que os Espíritos sabem de tudo, por estarem desprendidos da matéria, e é um grave erro pensar assim. Por serem as almas dos homens, são como eles, ignorantes, sábios, bondosos, malvados, levianos e brincalhões, mentirosos, velhacos, hipócritas.  Por isso não esperemos respostas justas e honestas de todos os Espíritos. Lembremos São João quando disse para não crermos em todos os Espíritos, sem provar se são de Deus.
            Reconhecemos a qualidade dos Espíritos pela sua linguagem. A dos bons e superiores é sempre digna, nobre, lógica, sem puerilidade, sem contradição e mostram sabedoria, benevolência e modéstia. A dos inferiores, ignorantes ou orgulhosos é isenta dessas qualidades e quase sempre com grande palavreado.
            Os Espíritos são livres, comunicam-se quando querem e a quem lhes convém e não estão às ordens de quem quer que seja. São atraídos pela simpatia, pela igualdade dos gostos e dos caracteres. Os superiores não vão a reuniões fúteis, como os homens sábios não vão a reuniões de jovens imprudentes e levianos.
            Essas explicações são incompletas, mas isso não é um curso de Espiritismo, mas mostra o caráter das manifestações e até onde podemos confiar nelas. A existência das manifestações é grande por suas consequências que mostram as leis da Natureza e demonstram a existência da alma e a sua imortalidade.


Crispim.

 

            Referência bibliográfica: A Revista Espírita. Ano Sétimo – 1864, Allan Kardec.

 

 

A FORÇA DA FÉ

 

            O amor é inseparável da caridade; sem o amor a caridade é impossível. Como passar pela porta estreita? Digo mais, é o único caminho libertador das consciências culpadas. Pode ter verdadeiros rasgos de bondade, mas essa fé austera que chega às vezes à raia do sacrifício, somente a caridade é bastante para sustentá-la, aliada a uma fé viva e ardente no Criador, em Jesus, pois que só assim se resguardará das quedas do caminho.
            Pode e deve ter verdadeiro espírito de abnegação, mas a fé é um grande sustentáculo para todos os momentos.
            Quando a dor bater a sua porta, lembre-se que Jesus sofreu ainda mais que você, lembre-se dos pobres e oprimidos que vivem muitas vezes em condições desumanas para manterem-se vivos e ainda assim são gratos a Deus porque vivem.
            Convivendo com a dor tornamo-nos mais fraternos, mais responsáveis perante o próximo, porque muitas vezes a falta de sensibilidade decorre muitas vezes de uma maneira equivocada de encarar a vida.
            É preciso sedimentar em nós esse espírito de fraternidade, do amor ao próximo, porque somente assim se poderá vencer os piores inimigos do homem que se podem nomear, ou seja, o orgulho, o egoísmo, a vaidade, que as demais em quase toda a sua totalidade decorrem destes, porém com uma vontade firme e a decisão de vencer, podem-se superar enormes barreiras e conduzir-se com mais segurança pelos caminhos do bem.
            O espírito de perseverança também é necessário, tanto quanto de abnegação para se vencer esse milenar espírito de posse, que existe no coração do homem.
            Quem não sabe medir as consequências de suas atitudes pensa que só ele existe perante o mundo e tudo deve ser a ele tributado, como se a tudo tivesse direito. Longe está de compreender os verdadeiros imperativos da vida, porque tudo passa pelo próximo, e tudo para libertá-lo conta em proveito de quem o realiza.
            Ninguém se creia sem amparo, porque sempre a misericórdia de Deus se faz presente e muitas vezes você pode ser o amparo de Deus ao próximo, que está representado naquela pessoa que vive conosco, o nosso companheiro de trabalho perante o mais pobre, o vizinho que passa por dificuldade, a criatura enferma que bate a sua porta pedindo um pedaço de pão e um pouco de orientação para a sua vida.
            Seja esse samaritano e dê-lhe amparo, pois que você pode estar na condição do socorro de Deus. Aquela pessoa que geme sob o peso da dor, do desequilíbrio de incerteza quanto ao dia de amanhã e precisa ser esse apoio enviado por Deus a quem naquele momento só pede um pouco de carinho e consideração, a fim de vencer as suas próprias dificuldades.
            E você pode ser esse apoio oculto, ajudando sem isso demonstrar para que esse alguém possa atravessar momentos difíceis de suportar, é sua parte na condição de espírito comprometido com o bem.
            Seja aonde for apresente a sua parcela de colaboração, para que a presença de Deus se manifeste através de você, mostrando que a solidariedade é possível, que pode algo fazer para que a dor do próximo seja superada com êxito.
            Assim na condição de benfeitor espalhe em abundância o amor que já conseguiu amealhar com todos, sem esquecer nenhum momento o quanto pode fazer para ajudar a vencer as dificuldades do caminho mais urgente do próximo.
            Seja sempre o ponto de apoio ao irmão infeliz, tanto no plano físico como espiritual, porque assim estará fazendo a sua parte e dignificando a vida. Ambrósio

 

Histórias Educativas
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

INFORTÚNIOS

 

            Quantas tragédias ocultas nas entrelinhas da vida, mas especialmente esses que não tem testemunhas no mundo material, porque diante da espiritualidade tudo é transparente.
            Talvez imagine aquela mulher de ar distinto, no entanto não avalia o quanto já sofreu pelos desenganos de sua vida atribulada, tantas vezes tem chorados às escondidas, porém para não demonstrar o seu drama particular ao apresentar às pessoas foi rapidamente enxugar as lágrimas.
            Às vezes só necessita de um pouco de carinho e compreensão de uma sociedade materialista, talvez seja o resultado de uma história triste em que fora lesadas em seus mais caros sentimentos, ou que resultou de uma avaliação equivocada de certos aspectos da vida.
            Em consequência desse mau passo que dera e daquele momento em diante foi dirigida pelo vendaval que se armara contra si, envolvida por aquele torvelinho que cada dia a convocava ao sofrimento, talvez oriunda do procedimento de um companheiro infiel e sem escrúpulos, outras vezes incompreendida e espoliada de afeto.
            Porém a virada do destino ocorreu tão de repente e em contrário a todas as suas expectativas, que não há como parar o barco da vida.
            Os filhos pequeninos dependem dela para tudo, não há como parar, o companheiro resolveu seguir por outros caminhos, deixando-a com os filhos pequeninos, e cada manhã tem que improvisar algo para alimentar aqueles pequenos que se apegam a sua saia.
            Outras pessoas preso a enfermidade insidiosa que desafia todos os tratamentos, sem encontrar uma solução para aquele mal que tortura aquela alma sensível que sofre sem trégua. Talvez seja preciso respeitar todo aquele procedimento para aliviar por momento a sua dor, depois, tristeza, solidão, falta de recursos, mas é preciso seguir em frente.
            O pequeno órfão que perdeu os pais ainda criança, sempre dependeu de alheia atenção, não sabendo muitas vezes qual era o seu lugar, depois apreendeu, uma coisa era sempre certa ocupava sempre o último lugar na prioridade das pessoas.
            Mas era preciso viver, daí surgiu à conformação, mas muitas vezes gostaria de ter um lar, ouvir a voz carinhosa de sua mãe, chamando o pelo nome, mas por determinação superior ela se transferiu para outra vida, que talvez olhe sempre pelo seu filho amado, amparando naqueles momentos mais difíceis
            Talvez o veja sofrendo constrangido por algo que não sabe direito. Mas, enfim, nos momentos de solidão, bem que gostaria de ter um aconchego dos familiares, um lar que pudesse voltar como filho e não ser aquela pessoa que não tem referência, mas depende sempre da boa vontade dos outros, nem sempre em condição de compreender-lhe o mínimo dos seus anseios.
            E diante desses infortúnios Jesus convoca a todos  que façam alguma coisa para socorrê-los, pois que eles são os excluídos mais necessitados de carinho e afeto, a fim de que possam até buscar de alguma forma um motivo a mais para viver.
            Até mesmo rir de alguma coisa engraçada, porque a vida nessa trilha de sofrimento dos excluídos em lugar nenhum encontra acolhida, para quem carrega esse estigma de rejeitado pela sociedade em que vive. Talvez tenha sido colocado nesse roteiro que não podem mudar e passar por esses infortúnios.
            Certamente antes de nascer foram chamados  a proceder as suas escolhas com conhecimento de causa, pois que diante da dor do próximo, decida enquanto é tempo ser coadjuvante Dele, pois que saiba que esses momentos serão os mais preciosos de sua vida.
            Confie e aja em favor desses infortúnios  estendendo o seu auxilio pessoal, fazendo-se companheiro de Jesus nessa cruzada de amor. Áulus.

 

Luzes Da Ribalta
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

A TENTAÇÃO DO REPOUSO

 

            Num campo de lavoura, grande quantidade de vermes desejava destruir um velho arado de madeira, muito trabalhador, que lhes perturbava os planos e, em razão disso, certa ocasião se reuniram ao redor dele e começaram a dizer:
            — Por que não cuidas de ti? Estás doente e cansado...
            — Afinal, todos nós precisamos de algum repouso ...
            — Liberta-te do jugo terrível do lavrador!
            — Pobre máquina! A quantos martírios te submetes!...
            O arado escutou... escutou... e acabou acreditando.
            Ele, que era tão corajoso, que nem sentia o mais leve incômodo nas mais duras obrigações, começou a queixar-se do frio da chuva, do calor do Sol, da aspereza das pedras e da umidade do chão.
            Tanto clamou e chorou, implorando descanso, que o antigo companheiro concedeu-lhe alguns dias de folga, a um canto do milharal.
            Quando os vermes o viram parado, aproximaram-se em massa, atacando-o sem compaixão.
            Em poucos dias, apodreceram-no, crivando-o de manchas, de feridas e de buracos.
            O arado gemia e suspirava pelo socorro do lavrador, sonhando com o regresso às tarefas alegres e iluminadas do campo...
            Mas, era tarde.
            Quando o prestimoso amigo voltou para utilizá-lo, era simplesmente um traste inútil.
            A história do arado é um aviso para nós todos.
            A tentação do repouso é das mais perigosas, porque, depois da ignorância, a preguiça é a fonte escura de todos os males.
            Jamais olvidemos que o trabalho é o dom divino que Deus nos confiou para a defesa de nossa alegria e para a conservação de nossa própria saúde.

 

Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei

 

 

DADOS BIOGRÁFICOS DOS APÓSTOLOS

 

            Simão ou Simeão, O Zelote
            Referências evangélicas sobre o apóstolo: Mateus, 10:9; Marcos, 3:18; Lucas, 6:15 e Atos dos apóstolos, 1:13. Era chamado de o zelote porque, possivelmente, pertencia à seita ou movimento revolucionário, cujos membros se auto denominavam zelotes, zelosos, ou zeladores, que permaneceu ativo durante todo o século I d.C., na Palestina romana e, portanto, durante o tempo do ministério de Jesus. Essa seita ultranacionalista lutava para libertar Israel do jugo romano.292             Possivelmente vivia da profissão de pescador.
            Parece que o apóstolo nasceu ou habitou Canaã, daí ser também chamado Simão, o Cananeu (Mateus, 10:4; Marcos, 3:18). Se Simão “[...] era um zelote no sentido político ou no sentido religioso é questão de algum debate [...].”

            Tomé ou Dídimo
            As referências evangélicas sobre o apóstolo são: Mateus, 10:3; Marcos, 3:18; Lucas, 6:15 e Atos dos apóstolos, 1:13. Tomé, ou Thomas no grego, era chamado Dídimo, o Gêmeo, embora se desconheça registros do seu irmão (ou irmã) gêmeo. Descendente de antigo pescador de Dalmanuta, não seguiu, no entanto, essa profissão. “Ficou famoso por duvidar da ressurreição de Jesus, afirmando que só vendo, acreditaria. Jesus, então, apareceu-lhe, oito dias depois, mostrando-lhe as cicatrizes dos pés e das mãos e a chaga do lado. Julga-se que Tomé foi pregar, após a dispersão, o Evangelho aos persas, hindus e árabes” [...].

            Tiago, Filho de Alfeu ou Tiago Menor
            Referências evangélicas sobre o apóstolo: Mateus, 10:3; Lucas, 6:15; Marcos, 3:18; Atos dos apóstolos, 1:13. Era filho de Alfeu e de Cleofas (parenta de Maria Santíssima), portanto, irmão de Levi (Mateus).
            Quase nada se sabe sobre Tiago Menor, do ponto de vista das Escrituras, além do simples registro do seu nome no rol dos apóstolos e do fato de ser filho de Alfeu e ser irmão de um certo José (Mateus, 10:3 e Marcos, 15:40).
            O sobrenome “menor”, talvez por ser ele de baixa estatura. Há indicações que ele teria permanecido sempre em Jerusalém, dirigindo a Igreja, até o final da sua existência.
            A sua posição na igreja serviu muito para facilitar a mudança dos judeus para o Cristianismo. Os fundamentos de sua fé aliavam-se perfeitamente com as ideias do Apóstolo Paulo como se evidencia pela leitura de Gálatas, 2:9; Atos, 15:13, 21:20 [...]. Como Paulo fazia-se tudo para todos, era judeu com os judeus para ganhar os judeus. [Havia] admiração por ele entre os judeus, a ponto de o apelidarem de “justo” [...]. A última vez que o Novo Testamento se refere a ele, é em Atos, 21:18, onde se diz que o Apóstolo Paulo havia ido à sua casa, em Jerusalém, 58 d.C.
            A tradição informa que Tiago, filho de Alfeu, morreu em Jerusalém, após martírio “por ocasião do motim dos judeus, no ano 62 d.C.”

 

Livro Evangelho Redivivo
FEB

 

 

PSICOGRAFIA

 

            Um ano novo que abre as portas para que possa escrever uma história maravilhosa, a qual relatarão as suas conquistas e vitórias, como também quedas e derrotas, mas que em qualquer circunstância dependerá de suas ações, porque Deus sempre abençoa as boas obras, os bons sentimentos e especialmente aquele que se dispõe a fazer o bem.
            Esse é um dia especial que pode fazer um projeto de renovação íntima, realizar suas esperanças. É como se fosse uma página totalmente em branco a sua disposição em que nela poderão lançar todas as suas anotações que irão falar de seus desejos e projetos, bem como lutar a cada dia para concretizá-lo.
            É um espaço de tempo precioso que é colocado a sua disposição que só vai depender de sua vontade. Tantos sonhos acalentados por tanto tempo que irá desaguar nesse justo espaço de tempo de um ano, o qual no ano vindouro poderá aferir as experiências, bem como reprogramar para o ano seguinte.
            Se puder escrever uma linda história de amor em que serão consideradas todas atitudes praticadas no bem, tanto melhor, porque ela falará também do seu desejo de se tornar melhor.
            Nesse espaço de tempo mãos amigas segurarão as suas se tornarão coesas para seguir o bom caminho, bem como escrever lições confiáveis que a vida ensinará através de exemplos de muitos e os seus próprios.
            Um pai bom nunca esquece as lições maravilhosas que o mundo lhe ensinou, e procura transmitir por sua vez aos seus filhos, porque faz parte de sua própria vida. Quem confia em Deus e trabalha arduamente sempre alcança seus objetivos. É preciso mais amor nas relações das pessoas em qualquer parte. A mútua benevolência sempre trás enorme bem estar entre todos, porém que cada um procure compreender a outra, e onde há compreensão sempre haverá maiores possibilidades de maior respeito e fraternidade, mas enquanto houver ciúmes, inveja, orgulho, egoísmo, vaidade verão que é muito difícil alcançar momentos de verdadeira alegria, pois que o bem só pode partir de um coração expungido de todo o mal. O mal é um estado emocional em que a criatura ignora os direitos dos outros, porém exalta os que supõem Ter, ou pelo menos procura agir assim. Ignorando os mais elementares sentimentos dos outros, daí advém os conflitos, as brigas, e toda sorte de desavenças que de muita tristeza ensombra o coração humano.
            É mais meritório compreender o ignorante, do que reivindicar os seus direitos, abdicar deste para que a concórdia e o bem seja uma realidade. É a inspiração de qualquer um, quando se chega ao resultado de uma ação sempre se compreende que poderia ter sido feito melhor, ou pelo menos um pouco pior, no caso que tenha cometido algum erro, e agir procurando errar o menos possível é muito importante, porque se estabelece um ponto de referência.
            Assim, hoje se abrem as cortinas para um novo espetáculo em que as ações serão novamente contabilizadas objetivando dar um justo resultado a quem mais trabalha, aquele que mais procura compreender é o mais competente, aquele que muitas vezes deixa que o irmão infeliz fale para apresentar uma alternativa mais justa para o seu caminho, é o que fala com o coração cheio de sabedoria, às vezes até através de exemplos silenciosos, que somente é compreendida muito mais tarde, sempre é uma lição ministrada por aquele que mais sabem. Para que esses mestres construíssem seus pilares de sabedoria foi preciso muita fé e muito trabalho, muitas vezes trabalhos difíceis e que choraram lágrimas de sangue, porém nunca abdicaram daquilo que mais amava que era o amor incondicional de uns para com os outros, unindo essas duas forças poderosas, chamadas fé e trabalho foi possível vencer os trechos mais difíceis do caminho.
            Costuma-se dizer, querendo desvincular-se das dificuldades do passado, ano novo, vida nova, é uma justa aspiração realmente recomeçar nova etapa com novo ponto de partida, mas quantos almejam começar uma vida nova, mas não querem em hipótese alguma se desprender de antigos hábitos e preconceitos, mas aquele que tem realmente coragem de romper antigos grilhões, conseguem finalmente refazer seus antigos roteiros em bases confiáveis que o Evangelho de Jesus recomenda.
            Outras desarquivam antigos projetos e robustecidos pela fé se dispõem a sair a campo em favor dos seus ideais de amor e fraternidade, certamente que haverá muitas dificuldades, porém aquele que permanecer na luta, conseguirá com trabalho e dedicação vencer muitos obstáculos até então considerados intransponíveis, e se sua fé não enfraquecer, certamente que levarão de vencida as mais difíceis situações que se apresente.
            Se já procurou tirar da gaveta antigo projeto é preciso colocar em ação os seus recursos para que desta feita, realmente consiga realizar o seu grande sonho de vivenciar novas experiências e construir no coração com trabalho e dignidade um ideal de amor que vença todas as asperezas caminho e sobreviva a todas a intempéries. Áulus

 

APSVI-05

 

 

Espiritismo para crianças
Marcela Prada
Tema: Felicidade no Lar


CONSTRUINDO A FELICIDADE

 

            Era uma vez alguém que ganhou um livro. E ao abrir esse livro, conheceu um mundo novo.
            Era um livro que falava sobre Jesus e seus ensinamentos.
            Falava sobre amor, bondade, auxílio e tantas coisas boas, que aquela pessoa parecia ter encontrado uma nova realidade.
            E, então, cheio de esperanças de ser feliz, ela resolveu sair em busca de tudo o que havia lido naquelas páginas.
            Queria encontrar o lugar onde houvesse ao mesmo tempo carinho entre as pessoas e oportunidades de todos serem úteis uns aos outros. Onde ela aprendesse lições importantes que ficassem marcadas para a vida toda.
            Um lugar onde ela pudesse exercitar todos os dias as virtudes que nos conduzem à felicidade e onde a felicidade, mais do que em qualquer outro lugar, tivesse chance de nascer, como o Sol, todos os dias.
            Só que, depois de algum tempo, ela percebeu que este lugar não estava pronto, esperando por ela. E descobriu que cada criatura é quem faz o mundo, em que vive, feliz.
            Ela é que precisava construir os seu, com seus sonhos, com seus sentimentos, com sua dedicação, com pequenos gestos de atenção.
            Então começou a realizar tudo o que ela desejava no seu mundo e, quando conseguiu construí-lo, compreendeu o que ele era. Era o seu lar. Um lar feliz.
 
            Adaptação de texto de Rita Foelker, publicado no Blog “A arte na evangelização espírita”.

 

O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2022

 

 

DEIXE-ME PARTIR

 

De: Tânia Fernandes de Carvalho
Editora: Petit

 

            Deixe-me Partir é um livro que fala sobre a morte de entes queridos e como que as pessoas enfrentam essa dor da "perda". A autora, depois de trabalhar por alguns anos em um grupo de acolhimento a enlutados na casa espírita, resolveu escrever este livro no intuito de orientar aqueles que enfrentam a dor de perder um ente querido.   

            O sentimento de perda na maioria das vezes não é entendido pela pessoa. Uma dor que ela não consegue se libertar da tristeza e pela sua ausência e que muitas vezes pode levar ao suicídio e quando a perda é brutal o sofrimento é maior.
            Nas partidas da vida não há despedidas e apesar do choro triste temos que voltar a sorrir e deixar a vida seguir em frente.  Muitas pessoas procuram a casa espírita para receber ensinamentos e poder ter respostas quanto ao outro lado da vida.
            O livro aborda várias questões sobre pessoas que passaram por diversas situações e isso é muito bom para esclarecer aqueles que enfrentaram  ou estão enfrentando essa situação.
            Um dos assuntos abordados que muito me interessou foi sobre a morte "prematura". Perder um ente ainda jovem é visto como uma tragédia, uma injustiça pelos familiares, pois sacrificaram quem tem um futuro pela frente em vez de levar os que já não são úteis e viveram mais tempo.
            A autora nos leva a refletir sobre a morte e, a saber, como enfrentar e aceitar as perdas de nossos entes queridos. Introduzindo cada capítulo/ tema a autora coloca pensamentos de autores diversos que são confortantes, emocionam ou até leva a uma reflexão maior. "Deus nos dá muitas oportunidades para prosseguirmos em busca de nossa evolução; ..."
            Um livro que recomendo a sua leitura que vai trazer ensinamentos e informações que trazem um entendimento maior para saber enfrentar as perdas por que todos nós passamos. Você pode não estar passando agora por essa situação. "A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas. ..."      

 

 

FELIZES OS QUE NÃO
VIRAM E CRERAM

 

Ricardo Baesso de Oliveira

 

            Chico Xavier visitava, anualmente, a serviço, a cidade de Leopoldina, na Zona da Mata mineira, numa época em que trabalhava como auxiliar de escritório da Fazenda Experimental de Pedro Leopoldo, do Ministério da Agricultura.
            Numa dessas visitas, esteve na Semana Espírita de Astolfo Dutra, distante 40 km de Leopoldina.
            Nessa tradicional Semana Espírita, na parte da manhã, ocorre o que denominam Reabastecimento. Os confrades sentam-se em círculo, no pátio da Fundação Abel Gomes, abre-se o evangelho ao acaso, lê-se uma página, e todos comentam.
            Naquela manhã, o texto calhado foi a passagem da mulher samaritana, que, junto ao poço, enchia seu jarro de água, quando Jesus se aproximou.
            Os confrades iniciaram os comentários, mas, sempre que Chico ameaçava dizer qualquer coisa, alguém contestava:
            - Você, Chico, fica para o final!
            Muitos, então, teceram comentários: Astolfo Olegário, Carlos Imbassahy, Irtes Terezinha e outros. Ao final, quando só restava Chico Xavier, ele voltou-se e disse:
            - Bom, só me resta dizer que o jarro era de barro. E, a seguir, teceu luminosos comentários em torno do tema.
            Na localidade de Leopoldina, Chico aproveitava a oportunidade para participar da reunião pública semanal do centro espírita Amor ao próximo, e fornecia receitas mediúnicas aos enfermos.
            Numa dessas reuniões, um médico recém-chegado da Inglaterra, muito descrente, introduziu o seu pedido em idioma inglês, certo de que provaria que Chico era um embusteiro.
            A rapidez com que os Espíritos, pela mão do médium, escreviam as receitas não permitiu sequer que o médico percebesse o momento em que o seu pedido fora atendido.
            Ao final da reunião, a secretária, ao entregar as receitas, chamou o médico para receber a sua. O doutor, admirado com a orientação, redigida igualmente em inglês, fez questão de lê-la, traduzindo-a para a plateia admirada:
            - O irmão, que é médico, não precisa de receita médica, pois sabe qual a doença que tem e quais medicamentos precisa tomar, como cardiopata que é. Sua pior enfermidade, contudo, não é a cardiopatia, mas a descrença.

 

Consolador
2022

 

 

O COMPROMISSO
MORAL DOS ESPÍRITAS

 

Colunista Marta Antunes de Moura

 

            Em O Livro dos Espíritos consta a seguinte definição de moral: “[…] é a regra de bem proceder, isto é, a distinção entre o bem e o mal. Funda-se na observância da Lei de Deus. O homem procede bem quando faz tudo pelo bem de todos, porque então cumpre a Lei de Deus.”1 A resposta transmitida pelos Espíritos orientadores em relação à regra de bem proceder nos aponta, de imediato, para o entendimento de duas ideias fundamentais: a) conhecimento do bem e do mal; b) prática da Lei de Deus.
            Segundo o dicionário, Bem é “aquilo que enseja as condições ideais ao equilíbrio, à manutenção, ao aprimoramento e ao progresso de uma pessoa ou de uma coletividade.” 2 indica também, segundo os princípios da Ética, “conjunto de princípios fundamentais propícios ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento moral, quer dos indivíduos, quer da comunidade.” 2 Mal por sua vez,  indica “[…]o que é prejudicial ou fere; o que concorre para o dano ou a ruína de alguém ou algo; o que é nocivo para a felicidade ou o bem-estar físico ou moral.” 3
            Os Espíritos da Codificação Espírita, resumem as diferentes conceituações existentes a respeito do bem e do mal difundidas pela Filosofia e pela Ética quando afirmam: “o bem é tudo o que é conforme à Lei de Deus, e o mal é tudo o que dela se afasta. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringir essa lei.” 4 Contudo, para praticar a Lei de Deus ou Lei de Amor, tal como Jesus nos ensinou, faz-se necessário conhecê-la, pelo estudo e pelas reflexões. Sem este aprendizado e consoante a nossa imperfeição espiritual, as boas intenções de renovação moral se revelam infrutíferas, na maioria das vezes.  É importante, pois, aprendermos distinguir o bem do mal. Tarefa esta que exige atenção e persistência contínuas.
            A ignorância a respeito da Lei de Deus pode nos conduzir a ações graves, cujas consequências extrapolam o tempo e o espaço e que, cedo ou tarde, teremos de responder pelos equívocos cometidos, visto que a “Lei de Deus é para todos, mas o mal depende principalmente da vontade que se tenha de praticá-lo[…].”5 A responsabilidade da prática do mal, individual ou coletiva, é algo que precisa ser, cuidadosa e seriamente, pensado e analisado.  Allan Kardec pondera a respeito:
            As circunstâncias dão relativa gravidade ao bem e ao mal. Muitas vezes o homem comete faltas que, embora decorrentes da posição em que a sociedade o colocou, não são menos repreensíveis. Mas a sua responsabilidade é proporcional aos meios de que ele dispõe para compreender o bem e o mal. É por isso que o homem esclarecido que comete uma simples injustiça é mais culpado aos olhos de Deus do que o selvagem ignorante que se entrega aos seus instintos.6
            O compromisso moral que o espírita assume nesse particular é muito relevante, uma vez que, por não desconhecer as noções básicas do Espiritismo, tem consciência da sua realidade espiritual como Espírito imortal, que sabe de “[…] onde vem, para onde vai e por que está na Terra; um chamamento aos verdadeiros princípios da Lei de Deus e consolação pela fé e pela esperança.”7
            O espírita sabe que conceitos de bem e mal, anunciados por Espíritos superiores, são atemporais e de abrangência universal, não produzem dúvidas ou interpretações equivocadas, independentemente do nível intelecto-moral das pessoas. Dessa forma, a compreensão da Lei de Deus é compromisso que os espíritas sinceros abraçam como uma causa decisiva à sua melhoria evolutiva. O amor é a solução para todos os males. É o caminho que conduz à plenitude espiritual, como esclarece Fénelon na seguinte mensagem da qual extraímos alguns trechos, como ilustração:

 

            * O amor é de essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes no fundo do coração a centelha desse fogo sagrado. […].8
            * Esse germe se desenvolve e cresce com a moralidade e a inteligência e, embora oprimido muitas vezes pelo egoísmo, torna-se a fonte de santas e doces virtudes que constituem as afeições sinceras e duráveis e vos ajudam a transpor o caminho escarpado e árido da existência humana. […].8
            * A tarefa é longa e difícil, mas será realizada: Deus o quer e a lei de amor constitui o primeiro e o mais importante preceito da vossa nova doutrina, porque é ela que um dia matará o egoísmo, seja qual for a forma sob a qual ele se apresente, visto que, além do egoísmo pessoal, há também o egoísmo de família, de casta, de nacionalidade. Disse Jesus: “Amai o vosso próximo como a vós mesmos”.8
            * Ora, qual é o limite com relação ao próximo? Será a família, a seita, a nação? Não; é a Humanidade inteira. […].9
            * Os efeitos da lei de amor são o melhoramento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrestre. Os mais rebeldes e os mais viciosos se reformarão, quando observarem os benefícios resultantes da prática desta sentença: Não façais aos outros o que não gostaríeis que os outros vos fizessem; fazei, ao contrário, todo o bem que puderdes fazer-lhes. […].9
            * Amados irmãos, aproveitai essas lições; sua prática é difícil, mas a alma retira delas um bem imenso. Crede-me, fazei o sublime esforço que vos peço: “Amai-vos”, e logo vereis a Terra transformada num paraíso em que as almas dos justos virão repousar. – Fénelon. (Bordeaux, 1861.)9

 

REFERÊNCIAS
1 - KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. ed. 10. imp. Brasília: FEB, 2021. Questão 629, p. 288.
2 - HOUAISS, Antônio. VILLAR, Mauro Salles e FRANCO, Francisco Melo. Dicionário Houaiss da língua portuguesa (com a nova ortografia). 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009, p. 275.
3- _______. p. 1219.
4- KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. ed. 10. imp. Brasília: FEB, 2021. Questão 630, p. 288.
5- _______. Questão 636, p. 289.
6- _______. Questão 637, p. 289-290.
7- O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 11. imp. Brasília: FEB, 2021. Cap. VI. It. 4, p. 101.
8- _______. Cap. XI. It. 9, p. 151
9- _______. p. 152.

 

 

UMA LIÇÃO SOBRE A FÉ

 

            Um simpatizante do Espiritismo, residente em Santos, Estado de São Paulo, veio a Pedro Leopoldo, asseverando desejar conhecer o Chico para melhor acertar os seus problemas de fé.
            O médium, no entanto, empregado de uma repartição, não dispõe do tempo como deseja e, por determinação de sua Chefia, estava ausente de casa.
            O visitante insistiu, insistiu. E como não podia deter-se por muitos dias, regressou a
            Penates, dizendo a vários amigos:
            — Duvido muito da mediunidade. Imaginem meu caso com o Chico Xavier. Viajo para Pedro Leopoldo com sacrifício de tempo e dinheiro. Chego à cidade e informam-me, sem mais aquela, que o médium estava ausente. Perdi minha fé, pois tenho a ideia de que tudo seja simples fraude e estou convencido de que o Chico se esconde para melhor sustentar a mistificação.
            Um dos companheiros de ideal escreve, aflito, ao Chico, relatando-lhe a ocorrência.
            Não seria aconselhável procurar o queixoso e atende-lo?
            O pobre homem parecia haver perdido a confiança no Espiritismo.
            O médium, muito preocupado pede o parecer de Emmanuel e o devotado orientador responde-lhe, com serena precisão:
            — Deixe este caso para traz. Se a fé nesse homem for erguida sobre você é melhor que ele a perca desde já, porque nós todos somos criaturas falíveis. A fé para ele e para nós deve ser construída em Jesus, porque, somente confiando em Jesus e imitando-lhe os exemplos, é que poderemos seguir para Deus.

 

Livro Lindos Casos de Chico Xavier
Autor Ramiro Gama

           

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado nº 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.