"Luzes do Amanhecer"

ANO II - Nº 21 – Campo Grande – MS – Outubro de 2007
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.


"Ame sempre. Destrói em si mesmo a semente do egoísmo. Mostre-se a luz do Sol. É preciso aproveitar o tempo disponível com trabalho e dignidade. O Senhor o amparará sempre". Ambrósio.


 

INDULGÊNCIAS COM AS FRAQUEZAS ALHEIAS

               Quando olha o próximo e vêm as suas mazelas, com tanta nitidez, não se admire de sua percepção, porque pode ser mesmo que a Divina Providência valha-se dessa sua condição privilegiada para mostrar que pode também guardar no coração aqueles mesmos defeitos, porque fora o próprio que dissera que “onde estiver o seu tesouro aí estará o seu coração”.
               Já se perguntou por que pode com segurança distinguir o bem do mal, do que deve fazer, daquilo que não? Mas às vezes também por esta ótica que olha o mundo, muito bem pode ser aplicada a você mesmo, basta lembrar o exemplo de Maria Madalena, que quando estava preste a ser apedrejada pelos fariseus, porém naquele momento Jesus lá estava.
               Declararam os judeus que estavam ali para fazer justiça, inclusive que Moisés ordenara que apedrejasse essas tais, o que Jesus não contestou as determinações de Moisés, mas procurando dar-lhes uma lição de amor, assim que calmante sugeriu que aquele que não tivesse pecado atirasse a primeira pedra, e abaixou-se e continuou a escrever na areia, e a narrativa destaca que os mais velhos retiram-se primeiro, depois os mais moços, ficando, tão somente ele e a mulher, o que Jesus ainda indagou.
               - Ninguém a condenou?
               - Respondeu ela, ainda aflita.
               Ninguém, Senhor!
               -Tampouco eu a condeno, vai e não peques mais.
               Esta é uma lição para toda a Humanidade, que procure superar o homem velho que existe dentro de si, para que não veja o mundo de maneira distorcida, mas aquele que compreende que o grande obstáculo a ser superado, é exatamente saber que o grande mal não está no exterior, mas dentro de si.
               Que não são exatamente os outros que oferecem perigo a sua paz íntima, mas as suas atitudes maldosas e impensadas que complicam o destino. Assim, quando imagina atirar pedra no próximo, lembre-se de informar-se no seu quarto interior, o que de mal pode ele nos causar, e por fim compreenderá que a história do mal não é bem dos outros, mas de um julgamento apressado, que, inclusive, não tem base, por isso, guarda para cada dia a sua própria experiência, e acima de tudo que não se deixe iludir por concepção que não prima pela lógica, que perceberá também que precisará mudar.
               Assim que se mantenha vigilante. Analise cada situação, e depois diariamente procure olhar melhor para dentro de si, a fim de que não cometa um erro.
               O que mais dói é fazer um falso julgamento dos outros, baseado unicamente na sua maneira de olhar o mundo, que muitas vezes motivada pelos mesmos interesses exclusivistas. É bom deixar os outros que também têm grandes responsabilidades e precisam respeito.
               Assim que sempre estará diante da resposta mais precisa que deva dar aos outros. Não se deixe dominar pelas más paixões, mas procure manter o equilíbrio moral, ainda que as lutas sejam muito difíceis, é melhor que sofra por uma grande causa, do que realmente deixar-se levar por sentimentos menos dignos.
               É uma sugestão que sempre deve marcar a sua caminhada. Qualquer lugar pode ser um bom lugar para viver, dependerá do que realmente o que pensa e o que pode fazer por este mundo.
               Todos precisam um lugar para que possa ter essa liberdade que necessitam, mas tão poucos compreendem a razão profunda, porque fora chamado ao mundo. O exemplo simples conta muito. A boa palavra, a educação, também.                Não se deixe levar por falsas aparências, continue firme.
               O exemplo é para ser a baliza natural, por onde poderá pautar a existência.
               Quando esteja a ponto de explodir, procure-se acalmar. A vida é o grande exemplo para todos.
               É essa exigência muito importante para qualquer um. Não vá além do que realmente pode fazer. Tudo obedece à determinação superior. Isso em verdade pode mudar muito, tanto quanto a concepção da própria vida. A indulgência para todos é muito importante, porque abre perspectivas para se conviver no futuro, além disso permite que se lecione humildade a si mesmo quando se mais precisa. E quando o bom dirigente se afasta, sempre deixa boas recordações.
               Ninguém consegue superar aos obstáculos do caminho, sem que muitas vezes tenha provado o gosto amargo da derrota íntima, que com um pouco de boa vontade, que em muitos casos, consiste apenas, numa atitude fraterna aos outros.
               Em frente com muita decisão.


Áulus/Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS

 

REFLEXÃO

               O que é uma existência? O que são os esforços de uma vida? Se em menos de um segundo todos os tesouros acumulados os deixam o homem, junto ao seu corpo perecível? E ele, um ser que pensa, a alma que medita, o Espírito que vive para sempre, o que se salva do naufrágio, do incêndio, dos terremotos, da peste, das armas; o que é mais forte que todos os elementos, porque domina a todas as destruições; esse réu dos mundos, esse filho de Deus, encontra-se num espaço mais pobre que o último mendigo do Universo; e esta pobreza que nós queríamos evitar, porque a pobreza maior da alma é de fatalíssima conseqüência. Ai dos espíritos que fracassam, quando jogam na bolsa da eternidade... Por nos mesmos conhecemos os resultados. Como é horrível a ruína do Espírita preguiçoso.Volta a Terra?
               Afinal, porque aportou aqui?
               Para viver morrendo?
               Para ver a felicidade nos braços dos outros?
               Para desejar ser amado, mas de todos menosprezado?
               Sonhar formar um ninho familiar e não encontrar uma árvore que empreste seus ramos para abrigá-lo?
               Buscar o calor de outra alma e sentir o frio da indiferença, embora viva num mundo caloroso.
               Viver como as folhas secas, porque para os espíritos preguiçosos sempre é outono.
               Há vida mais triste? Não, e pensar que nós temos sido os construtores da fábrica de nosso infortúnio, com nossa indiferença, com nosso abandono, ocupando-nos do presente sem acordarmos para o futuro, pensando unicamente em nosso corpo, sem darmos um passo na evolução do Espírito. Que resultado desastroso obtém?
               E custa tão pouco trabalhar pelo nosso aperfeiçoamento!
               O ser honesto é tão sensível. Não é necessário ter talento e nem grandes estudos para fazer-se sábio, nem enormes sacrifícios de espécie para elevar nosso Espírito a contemplação de toda a criação. E como conseqüência imediata; despertar em nós o amor a Deus, e amando a Deus:
               Amam-se também os pequeninos
               Socorrem-se os necessitados.
               Compadece-se dos delinqüentes
               Aconselham-se os atribulados
               Consolam-se os aflitos.
               Vive-se, enfim, tomando parte ativa nas penas e nas alegrias dos demais. E o Espírito adquire serenidade, sentimento, amor, amor puríssimo que é seu único patrimônio; e trabalhando para todos, trabalha para si mesmo. É mais útil cultivar a nossa vinha do que o terreno baldio, como sucede ao preguiçoso, que não trabalhando mais do que o estritamente necessário para sua necessidade do momento, não entesoura nenhum um denário para o amanhã, e se encontra ao deixar a Terra submerso na indigência mais horrível.
               Fujamos da preguiça que é o padrão de infâmia da humanidade.
               Ganhemos os séculos perdidos, pois que já é tempo de começarmos a progredir.

Tradução livre de mensagem do livro “La Luz de la Verdade” de Amália Domingos Soler”/Otacir Amaral Nunes

 

O MESTRE E O APÓSTOLO

               Luminosa, a coerência entre o Cristo e o Apóstolo que lhe restaurou a palavra.
Jesus, o Mestre.
               Kardec, o Professor.
               Jesus refere-se a Deus, junto da fé sem obras.
               Kardec fala de Deus, rente às obras sem fé.
               Jesus é combatido, desde a primeira hora do Evangelho, pelos que se acomodam na sombra.
               Kardec é impugnado desde o primeiro dia do Espiritismo, pelos que fogem da luz.
               Jesus caminha sem convenções.
               Kardec age sem preconceitos.
               Jesus exige coragem de atitudes.
               Kardec reclama independência mental.
               Jesus convida ao amor.
               Kardec impele à caridade.
               Jesus consola a multidão.
               Kardec esclarece o povo.
               Jesus acorda o sentimento.
               Kardec desperta a razão.
               Jesus constrói.
               Kardec consolida.
               Jesus revela.
               Kardec descortina.
               Jesus propõe.
               Kardec expõe.
               Jesus lança as bases do Cristianismo, entre fenômenos mediúnicos.
               Kardec recebe os princípios da Doutrina Espírita, através da mediunidade.
               Jesus afirma que é preciso nascer de novo.
               Kardec explica a reencarnação.
               Jesus reporta-se a outras moradas.
               Kardec menciona outros mundos.

              Jesus espera que a verdade emancipe um pelas próprias obras e anuncia que o Criador será adorado, na Terra, em espírito.
               Kardec esculpe na consciência as leis do Universo.
               Em suma, diante do acesso aos mais altos valores da vida, Jesus e Kardec estão perfeitamente conjugados pela Sabedoria Divina.
               Jesus, a porta.
               Kardec, a chave


Emmanuel
Do livro “Opinião Espírita” de Francisco C. Xavier


MINHA QUERIDA HELENA, MINHA DOCE MÃEZINHA!

               Um grupo de pessoas amigas, e junto delas o meu avô José, bem pedir a tua paz com a alegria que rogamos a Deus, em busca de momentos alegres para o teu coração. A vovó Alice e a vovó Josina estão comigo para lembrar que é preciso vencer todas as dificuldades que surgem no caminho, como se estivessem querendo testar a fé que sentimos no amor que é nosso e que precisa subsistir em cada momento de nossas vidas.
               Lembra-me como o filho querido que se matriculou numa universidade e que precisa estar ausente, enquanto buscamos triunfar em nosso progresso, principalmente quando acreditamos que é preciso lutar para que a saudade não interrompa esse período de buscar e acertos, onde, nossas vontades, determinam o esquecimento temporário da dor e do sofrimento que a saudade transforma em perigosas doenças, muitas vezes impedindo o nosso direito de ir e vir, transformando projetos em memórias esquecidas, porquanto a dor e o sofrimento, quando não tratados adequadamente, mudam a rotina de nossos dias...
               Veja o papai está trabalhando e dos nossos sempre e sempre queridos Marcos e Fernanda estendem as alegrias de casa, que se transformam em esperança para que as lágrimas se afastem, dando lugar a certeza de que as nuvens da tempestade já se desfizeram e permitiram que o céu estivesse claro e limpo, mostrando que é preciso sonhar, enquanto prosseguimos no caminho.
               Não morri, ninguém morre, apenas nos transferimos momentaneamente, enquanto nossos corações permanecem entrelaçados pelo amor que sempre nos uniu... Somos dois corações bem unidos e livres para sonhar. A realidade é perseguida pela saudade imortal que sentimos, mas pode se transformar em pratos de sopa, buscando alimentar criaturas que tem fome, fortalecendo os nossos laços e guardando as nossas mãos noutras mãos que surgem para segurar as nossas, enquanto vamos aprendendo a amar, servindo os propósitos de nosso coração.
               Não chore mais, minha menininha, estarei sempre segurando nas suas mãos e acariciando os seus cabelos, pra que dessa forma eu possa continuar minhas alegrias festivas, dentro e fora de casa, lembrando que há tempo para recordar, mas também há tempo para festar recordando que Nosso Senhor Jesus Cristo, depois de crucificado, voltou para o céu, abrindo suas portas para receber os filhos que se ausentaram de casa, deixando na memória da família, a certeza, de que cedo ou tarde, essa manifestação do amor de Deus, devolva para eles a certeza de que a vida continua em uma outra dimensão.
               Estou bem e abraço você, mamãe, te pedindo que me abrace forte, lembrando que a nossa casa não pode padecer de tristeza, porque o amanhã é uma fórmula mágica que transforma a nossa vida, principalmente quando acreditamos que é preciso ter fé e coragem para suportar a falta na saudade do filho que está matriculado na faculdade do amor, onde cedo ou tarde, mostrará a qualidade do ensino fundamental que se transforma o amor...
               Com alegria renovada na esperança, deixo o meu coração, dentro do seu coração para dizer que amo vocês.

Eduardo Pereira

             Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública do dia 16/08/2007, no Grupo Espírita da Prece em Campo Grande/MS.

 

 

ENVOLVIMENTO OBSESSIVO

               “A morte não nos livra dos nossos inimigos; os espíritos vingativos perseguem, freqüentemente, com seu ódio, além do túmulo, àqueles contra os quais conservam rancor”. ( Allan Kardec – Evangelho Segundo o Espiritismo)
               Todos nós, de um modo geral, estamos sujeitos ao envolvimento obsessivo. Basta cairmos em desequilíbrio emocional para abrirmos brechas aos espíritos obsessores. Sabemos que a sobrevivência do Espírito é uma realidade.                Sabemos, também, que a mudança de um plano da existência para outros em nada altera a maneira de ser do Espírito. Sabemos, também que o Espírito permanece com as mesmas características de sua individualidade. Os que foram bons aqui na crosta continuam sendo bons na Espiritualidade, mas os que foram maus permanecem vinculados às viciações e imperfeições que ostentavam quando encarnados. Sabemos, também, que possuímos uma relacionamento fluídico com os Espíritos, embora nem sempre, nos apercebamos deste fato. Dos Espíritos amigos recebemos auxílio e orientações salutares; infelizmente, dos Espíritos, nossos inimigos, recebemos pancadas, através de envolvimentos obsessivos. O mundo astral penetra o nosso posicionamento mental. Por isso mesmo, já disse o Eminente Filósofo: “os mortos governam os vivos”.
               O envolvimento salutar de Espíritos Esclarecidos é sempre gratificante: sentimos vibrações de harmonia e de paz. Entretanto, quando somos assediados por entidades maldosas tornamo-nos alvos de perturbações que podem nos levar à prática de graves desatinos. Quando abrimos as comportas dos nossos destampatórios, então, damos brechas aos obsessores que nos levam à prática, até mesmo de atos criminosos. Assim sendo, devemos tomar cuidado com o nosso equilíbrio emocional. A nossa sustentação moral, induvidosamente, é de fundamental importância para nos livrar de envolvimentos obsessivos degradantes. Sim, meus amigos, se aspirarmos ao processo espiritual e pautarmos nossos atos pela vivência evangélica, por certo, aumentaremos nossas defesas psíquicas e, assim, dificilmente nos tornaremos vítimas de processos obsessivos. Mesmo quando estamos dormindo não nos livramos dos nossos cruéis inimigos desencarnados. Eles nos assediam e nos levam a vivenciar temíveis quadros. O pesadelo ou sonho aflitivo conta com o agravamento proporcionado pelos nossos inimigos espirituais. Eles se divertem com as nossas agruras. Por isso mesmo, meus amigos, façamos todo o esforço possível para não termos inimigos, nem encarnados e nem desencarnados. Isso para o nosso próprio bem. As nossas imperfeições morais dão acesso aos espíritos obsessores. O meio mais seguro e legítimo pára nos livrarmos dos envolvimentos obsessivos, por certo, é nos devotarmos à prática do Bem. Quando praticamos o Bem, na sua forma mais ampla, atraímos os Bons Espíritos e afastamos os maus. Estes, não encontrando as portas abertas, batem-se em retirada. Tomemos cuidado: o cultivo da ambição, da inveja ou do ódio, certamente, alicerça o mal que geramos para nós próprios. Para nos livrarmos do mal, basta nos despertarmos para a Luz.
               Kardec nos ensina que a “obsessão é sempre resultado de uma imperfeição moral”. Quantas criaturas que se nos apresentam como “doentes mentais”, mas que, em verdade, são portadoras de processos obsessivos. Por isso mesmo, somos defensores de tratamentos “psicossomáticos”. Um Bom médium ao lado de um Bom Médico poderão debelar graves problemas de ordem espiritual e de ordem somática.
               Os estudos de Kardec sobre a obsessão, certamente, ampliaram os horizontes do conhecimento científico, fornecendo elementos preciosos para a cura de nossos irmãos obsidiados.
Meus amigos, oremos pelos Espíritos obsessores, porque são, ainda, Espíritos doentes e necessitam de nossa assistência e do nosso Amor.
               Vamos finalizar com as palavras sempre judiciosas e lúcidas do nosso Humberto de Campos:
“O enigma da obsessão, no fundo, é problema educativo. Quando o homem cumprir em si mesmo as Leis Superiores da Bondade, a obsessão deixará de ser um flagelo para a humanidade. Então, a consciência particular inflamar-se-á na Luz da Consciência Cósmica e os tristes espetáculos da obsessão recíproca desaparecerão da Terra”.


Humberto de Campos
Do livro “Contos e Apólogos” de Francisco C. Xavier

 

 

EVANGELHO E ESPIRITISMO

               Todos aqueles que negam a feição religiosa do Espiritismo, recusando-lhe a posição de Cristianismo Restaurado, decerto, ainda não abarcaram, em considerações mais amplas, a essência evangélica em que se lhe estruturam os princípios, nos mais íntimos fundamentos.
               Examinemos, pela rama, alguns dos pontos mais importantes de formação do Testamento Kardequiano:
O Livro dos Espíritos”, que se popularizou com mil e dezoito questões, sabiamente explanadas, não obstante os primores filosóficos de que se compõe, é um código de responsabilidade moral, iniciando com duas proposições, acerca de Deus e do Infinito, e rematado com outras duas, que se reportam ao reino de Cristo nos corações e ao reinado do bem, no caminho dos homens.
               “O Livro dos Médiuns”, volume de metodologia para o intercâmbio entre encarnados e desencarnados, apresenta, de entrada, valiosa argumentação, alusiva à existência do Mundo Espiritual, e reúne, no encerramento, diversas comunicações de individualidades desencarnadas, ao mesmo tempo que nos convida a exame sério e imparcial de todas as mensagens recolhidas do Além, por via mediúnica, salientando-se que a primeira página da seleção exposta começa com significativa advertência de Agostinho: “Confiai na bondade de Deus e sede bastante clarividentes para perceberdes os preparativos da vida nova que ele vos destina”.
O Evangelho, segundo o “Espiritismo” abre as próprias elucidações com judiciosos apontamentos, em torno de Moisés e da Lei Antiga, compendiando, em seguida, os ensinos de Jesus, em todo o texto, para concluir, alinhando comovedores poemas de exaltação à prece.
               “O Céu e o Inferno”, tomo de cogitações francamente religiosas, segundo a definição do título, começa analisando o porvir humano, do ponto de vista espiritual, e termina com o ditado de José, o cego, espírito de evolução mediana que encarece a necessidade do sofrimento no serviço expiatório da consciência culpada e destaca a excelência da reencarnação, na Justiça Divina.
               “A Gênese”, o livro final da Codificação e que enfeixa arrojadas teses de ciência e filosofia, enfileira dezoito capítulos, com mais de cem artigos, dos quais mais da terça parte se referem exclusivamente a passagens e lições do Divino Mestre, acrescendo notar que a obra principia, aceitando o Espiritismo em sua missão de Consolador Prometido, com a função de explicar e desenvolver as instruções do Cristo, e despede-se com admiráveis reflexões sobre a geração nova e a regeneração da Humanidade.
               Cremos de boa fé que todos os companheiros, propositadamente distanciados da tarefa religiosa do Espiritismo, assim procedem, diligenciando imunizar-nos contra a superstição e o fanatismo, que a plataforma libertadora da própria Doutrina Espírita nos obriga a remover, mas sinceramente, não entendemos a Nova Revelação sem o Cristianismo, a espinha dorsal em que se apoia. Isso acontece, porque, se após dezenove séculos de teologia arbitrária, não chegaríamos a compreender agora, no mundo, o Evangelho e Jesus Cristo, sem Allan Kardec, manda a lógica se proclame que o Espiritismo e Allan Kardec se baseiam em Jesus Cristo, de ponta a ponta.

Emmanuel/André Luiz
Do livro “Opinião Espírita” de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira

 

BOA NOVA

               Os historiadores do Império Romano sempre observaram com espanto os profundos contrastes da gloriosa época de Augusto.
               Caio Júlio César Otávio chegara ao poder, não obstante o lustre de sua notável ascendência, por uma série de acontecimentos felizes. As mentalidades mais altas da antiga República não acreditavam no seu triunfo. Aliando-se contra a usurpação de Antônio, com os próprios conjurados que haviam praticado o assassínio de seu pai adotivo, suas pretensões foram sempre contrariadas por sombrias perspectivas. Entretanto, suas primeiras vitórias começaram com a instituição do triunvirato e, em seguida, os desastres de Antônio, no Oriente, lhe abriram inesperados caminhos.
               Como se o mundo pressentisse uma abençoada renovação de valores no tempo, em breve todas as legiões se entregavam, sem resistência, ao filho do soberano assassinado.
               Uma nova era principiara com aquele jovem enérgico e magnânimo. O grande império do mundo, como que influenciado por um conjunto de forças estranhas, descansava numa onda de harmonia e de júbilo, depois de guerras seculares e tenebrosas.
               Por toda parte levantaram-se templos e monumentos preciosos. O hino de uma paz duradoura começava em Roma para terminar na mais remota de suas províncias, acompanhado de amplas manifestações de alegria por parte da plebe anônima e sofredora.
               A cidade dos Césares se povoava de artistas, de espíritos nobres e realizadores. Em todos os recantos, permanecia a sagrada emoção de segurança, enquanto o organismo das leis se renovava, distribuindo os bens da educação e da justiça.
               No entanto, o inesquecível imperador era franzino e doente. Os cronistas da época referem-se, por mais de uma vez, às manhas que lhe cobriam a epiderme, transformando-se, de vez em quando, em dartros dolorosos. Otávio nunca foi senhor de uma saúde completa. Suas pernas viviam sempre enroladas em faixas e sua caixa torácica convenientemente resguardada contra os golpes de ar que lhe motivavam incessantes resfriados. Com freqüência, queixava-se de enxaquecas, que se faziam seguir de singulares abatimentos.
               Não somente nesse particular padecia o Imperador das extremas vicissitudes da vida humana. Ele, que era o regenerador dos costumes, o restaurador das tradições mais puras da família, o maior reorganizador do Império, foi obrigado a humilhar os seus mais fundos e delicados sentimentos de pai e de soberano, lavrando um decreto de banimento de sua única filha, exilando-a na ilha de Pandatária, por efeito da sua vida de condenáveis escândalos na Corte, sendo compelido, mais tarde, a tomar as mesmas providências em relação a sua neta. Notou que a companheira amada de seus dias se envolvia, na intimidade doméstica, em contínuas questões de envenenamento dos seus descendentes mais diretos, experimentando ele, assim, na família, a mais angustiosa ansiedade do coração.
               Apesar de tudo, seu nome foi dado ao século ilustre que o vira nascer. Seus numerosos anos no governo se assinalaram por inolvidáveis iniciativas. A alma coletiva do Império nunca sentira tamanha impressão de estabilidade e de alegria. A paisagem gloriosa de Roma jamais reunira tão grande número de inteligências. É nessa época que surgem Vergílio, Horácio, Ovídio, Salústio, Tito Lívio e Mecenas, com favoritos dos deuses.
               Em todos os lugares lavravam-se mármores soberbos, esplendiam jardins suntuosos, erigiam-se palácios e santuários, protegia-se a inteligência, criavam-se leis de harmonia e de justiça, num oceano de paz inigualável. Os carros de triunfo esqueciam, por algum tempo, as palmas de sangue e o sorriso da deusa Vitória não mais se abria para os movimentos de destruição e morticínio.
               O própria Imperador, muitas vezes, em presidindo às grandes festas populares, com o coração tomado de angústia pelos dissabores de sua vida íntima, se surpreendeu, testemunhando o júbilo e a tranqüilidade geral do seu povo e, sem que conseguisse explicar o mistério daquela onda interminável de harmonia, chorando de comoção, quando, do alto de sua tribuna dourada, escutava a famosa composição de Horácio, onde se destacava estes versos de imorredoura beleza:
               Ó Sol fecundo,
               Que com teu carro brilhante
               Abres e fechas o dia!...
               Que surges sempre novo e sempre igual!
               Que nunca possas ver
               Algo maior do que Roma.
               É que os historiadores ainda não perceberam, na chamada época de Augusto, o século do Evangelho ou da Boa Nova. Esqueceram-se de que o nobre Otávio era também homem e não conseguiram saber que, no seu reinado, a esfera do Cristo se aproximava da Terra, numa vibração profunda de amor e de beleza. Acercaram-se de Roma e do mundo não mais espíritos belicosos, como Alexandre e Aníbal, porém outros que se vestiriam dos andrajos dos pescadores, para servirem de base indestrutível aos eternos ensinos do Cordeiro. Imergiam nos fluídos do planeta os que preparariam a vinda do Senhor e os que se transformariam em seguidores humildes e imortais dos seus passos divinos.
               É por essa razão que o ascendente místico da era de Augusto se traduzia na paz e no júbilo do povo que, instintivamente, se sentia no limiar de uma transformação celestial.
               Ia chegar à Terra o Sublime Emissário. Sua lição de verdade e de luz ia espalhar-se pelo mundo inteiro, como chuva de bênçãos magníficas e confortadoras. A Humanidade vivia, então, o século da Boa Nova. Era a “festa do noivado” a que Jesus se referiu no seu ensinamento imorredouro.
               Depois dessa festa dos corações, qual roteiro indelével para a concórdia dos homens, ficaria o Evangelho como o livro mais vivaz e mais formoso do mundo, constituindo a mensagem permanente do céu, entre as criaturas em trânsito pela Terra, o mapa das abençoadas altitudes espirituais, o guia do caminho, o manual do amor, da coragem e da perene alegria.
E, para que essas características se conservassem entre os homens, como expressão de suas sábia vontade, Jesus recomendou aos seus apóstolos que iniciassem o seu glorioso testamento com os hinos e os perfumes da Natureza, sob a claridade maravilhosa de uma estrela a guiar reis e pastores à manjedoura rústica, onde se entoavam as primeiras notas de seu cântico de amor, e o terminassem com a luminosa visão da Humanidade futura, na posse das bênçãos de redenção. É por esse motivo que o Evangelho de Jesus, sendo livro do amor e da alegria, começa com a descrição da gloriosa noite de Natal e termina com a profunda visão de Jerusalém libertada, entrevista por João, nas suas divinas profecias do Apocalipse.

Humberto de Campos
Do livro “Boa Nova” de Francisco C. Xavier

A EXEMPLO DO CRISTO

               Sim, Jesus não ignorava o que existia no homem, mas nunca se deixou impressionar negativamente.
               Sabia que a usura morava com Zaqueu, contudo, trouxe-o da sovinice para benemerência.
               Não desconhecia que Madalena era possuída pelos gênios do mal, entretanto, renovou-a para o amor puro.
               Reconheceu a vaidade intelectual de Nicodemos mas deu-lhe novas concepções da grandeza e da excelsitude da vida.
               Identificou a fraqueza de Simão Pedro, todavia, pouco a pouco instala no coração do discípulo a fortaleza espiritual que faria dele o sustentáculo do Cristianismo nascente.
               Vê as dúvidas de Tomé, sem desampará-lo.
               Conhece a sombra que habita em Judas, sem negar-lhe o culto da afeição.
               Jesus preocupa-se, acima de tudo, em proporcionar a cada alma uma visão mais ampla da vida e em quinhoar cada espírito com eficientes recursos de renovação para o bem.
               Não condenes, pois, o próximo porque nele observes a inferioridade e a imperfeição.
               A exemplo do Cristo, ajuda quanto possas.
               O Amigo Divino sabe o que existe em nós. Ele não desconhece a nossa pesada e escura bagagem do pretérito, nas dificuldades do nosso presente recheado de hesitações e de erros, mas nem por isso deixa de estender-nos amorosamente as mãos.


Emmanuel
Do livro “Fonte Viva” de Francisco C. Xavier

PRECE

               Senhor! Deste-me a palavra por semente de luz, auxilia-me a cultivá-la. Não me permitas envolvê-la na sombra que projeto.
               Ensina-me a falar para que se faça o melhor.
               Ajuda-me a lembrar o que deve ser dito e a lavar da memória, tudo aquilo que a Tua bondade espera se lance no esquecimento.
               Onde a irritação me procure, induze-me ao silêncio e, onde lavre o incêndio da incompreensão ou do ódio, dá que eu pronuncie a frase calmante que possa apagar o fogo da ira.
               Em qualquer conversação, inspira-me o conceito do certo que se ajuste à edificação do bem, no momento exato e faze-me vigilante para que o mal não me use, em louvor da perturbação.
               Não me deixes emudecer, diante da verdade mas conserva-me em Tua prudência a fim de que eu saiba doar a verdade, em amor, para que a compaixão e a esperança não esmoreçam, junto de mim.
               Traze-me o coração ao raciocínio, sincero sem aspereza, brando sem preguiça, fraterno sem exigência e deixa,                Senhor, que a minha palavra Te obedeça a vontade, hoje e sempre.


Meimei
Mensagem recebida pelo médium Francisco C. Xavier.

 

ESSAS OUTRAS CRIANÇAS

               Quando abraças seu filho, no conforto doméstico, fita essas outras crianças que jornadeiam sem lar.
               Dispões de alimento abundante para que teu filho se mantenha em linha de robustez.
               Essas outras crianças, porém, caminham desnorteadas, aguardando os restos da mesa que lhes atira, com displicência, findo o repasto.
               Escolhes a roupa nobre e limpa de que teu filho se vestirá, conforme a estação.
               Todavia, essas outras crianças tremem de frio, recobertas de andrajos.
               Defendes teu filho contra à intempérie, sob o teto acolhedor, sustentando-o à feição de jóia no escrínio.
               Contudo, essas outras crianças cochilam estremunhadas na via pública quando não se distendem no espaço asfixiante do esgoto.
               Abres ao olhar deslumbrado de teu filho, os tesouros da escola.
               E essas outras crianças suspiram debalde pela luz do alfabeto, acabando, muita vez, encerradas no cubículo das prisões, à face da ignorância que lhes cega a existência.
               Conduzes teu filho a exame de pediatras distintos sempre que entremostre leve dor de cabeça.
               Entretanto, essas outras crianças minadas por moléstias atrozes, agonizam em leitos de pedra, sem que mão amiga as socorra.
               Ofereces aos sentidos de teu filho a festa permanente das sugestões felizes, através da educação incessante.
               No entanto, essas outras crianças guardam olhos e ouvidos quase sintonizados no lodo abismal das trevas.
               Afaga, assim, teu filho no trono familiar, mas desce ao pátio da provação onde essas outras crianças se agitam em sombra ou desespero e ajuda-as quanto possa!
               Quem serve ao amor de Cristo sabe que a boa palavra e o gesto de carinho, o pedaço de pão e a peça de vestuário, o frasco de remédio e a xícara de leite operam maravilhas.
               Proclamas a cada passo que esperas confiante o esplendor do futuro mas, enquanto essas outras crianças chorarem desamparadas, clamaremos em vão pelo mundo melhor.


Emmanuel
Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier

OS FILHOS

               Nossos filhos são diamantes que Deus nos oferece para que possamos lapidá-los, revelando-lhes o brilho da vida e mesmo que para isso seja necessário, de nossa parte, sacrificar as mãos, com o trabalho incessante e árduo.
               Não há no mundo alegria maior do que enxergarmos na sementinha, a árvore frondosa, carregada dos frutos da realização.

Mensagem recebida pelo médium Luiz Fernando, em 30-07-96, Centro Espírita “Vale da Esperança”.

               1. - Qual é a utilidade para o espírito encarnado, passar pelo estado de infância?
               R. - O espírito encarnado, com o objetivo de se aperfeiçoar, durante a infância, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.
               2. - O período infantil é o mais importante para a tarefa educativa?
               R. - Até os sete anos, o espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar.
               Eis porque o lar é tão importante para a edificação do homem, e porque tão profunda é a missão da mulher perante as leis divinas.
               Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do espírito em seu mundo orgânico material, e, atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a luz interior dos sagrados princípios educativos.
               3. - Qual a melhor escola de preparação das almas reencarnadas na Terra?
               R. - A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento do caráter.
               Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto familiar pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem.
               Na sua grandiosa tarefa de cristianização, essa é a profunda finalidade do Espiritismo Evangélico, no sentido de iluminar a consciência da criatura, a fim de que o lar se refaça e novo ciclo de progresso espiritual se traduza, entre os homens, entre os lares cristãos, para a nova era da Humanidade.

 

PRECE DA CRIANÇA QUE AINDA NÃO NASCEU

               Mãe querida!...
               Sustenta-me agora para que eu te sustente depois.
               Não me expulses, nem me desprezes. Venho ao encontro de tuas esperanças. Junto de ti, estou na condição de anseio.
               Do teu anseio e de alma de tua alma.
               Hoje, sou apenas flor, sonho, pensamento...
               Amanhã, serei a tua própria realização.
               Resguarde-me com amor para que a confiança não me abandone.
               Protege contra o desequilíbrio.
               Cultiva as idéias positivas do bem para que não me falta segurança contra o mal.
               Guarda-me no colo, em nome de Deus, para que a luz da fé em Deus se mantenha acesa dentro de mim.
               Tenho tanta necessidade de ti, quanto à semente precisa da terra para germinar e viver.

               Dá-me a tua bondade e dar-te-ei a mim mesmo.
               De ti depende que eu possa estar amanhã, entre os homens, a fim de cooperar na construção de um mundo melhor.

Emmanuel
.Mensagem recebida pelo médium Francisco C. Xavier

DESINTERESSE

               Falar-vos-ei hoje do desinteresse, que deve ser uma das qualidades essenciais dos médiuns, tanto quanto a modéstia e o devotamento.
               Deus lhes outorgou a faculdade medi única, para que auxiliem a propagação da verdade e não para que comerciem com ela. E, falando de comércio, não me refiro apenas aos que entendessem de explorá-la, como o fariam com um Dom qualquer da inteligência, aos que se fizessem médiuns, como outros se fazem dançarinos ou cantores, mas também a todos os que pretendessem dela servir -se com o fito em interesse qualquer.
               Será racional crer-se que Espíritos bons e, ainda menos, Espíritos superiores, que condenam a cobiça, consintam em prestar-se a espetáculos e, como comparsas, se ponham à disposição de um empresário de manifestações espíritas?
               Não é racional se suponha que Espíritos bons possam auxiliar quem vise satisfazer ao orgulho, ou à ambição. Deus permite que eles se comuniquem com os homens para os tirarem do paul terrestre e não para servirem de instrumentos às paixões mundanas. Logo, não o pode ver com bons olhos os que desviam do seu verdadeiro objetivo o Dom que lhes concedeu e vos asseguro que esses serão punidos, mesmo ai nesse mundo, pelas mais amargas decepções.


Delfina de Girardin
Do "O Livro dos Médiuns” de Allan Kardec

 

COMO TRATAR A CRIANÇA NO REGIME HABITUAL DE EDUCAÇÃO

               Vemos que a natureza não dispensa a disciplina em momento algum.
               Se quisermos um jardim ou se esperamos rendimento mais amplo de um pomar, cogitamos de geometria, irrigação, apoio e preparação; em vista disso, acreditamos que a criança não prescinde da educação através de muito amor, aliado à disciplina, reconhecendo-se que no período da infância estamos vindo ou retornando do Mundo Espiritual com as nossas próprias necessidades de aperfeiçoamento.
               Este é um ponto de vista do Espiritismo Cristão, na condição da criança, procedemos do Mais Além, com certos obstáculos de ordem espiritual.
               Se não encontrarmos criaturas que nos concedam amor e segurança, paz e ordem, será muito difícil o proveito da nova reencarnação que estejamos encetando.


Emmanuel
Do Livro “Chico Xavier em Goiânia” Francisco Cândido Xavier

PAZ DE ESPÍRITO

               Temos hoje, em toda parte da Terra, um problema essencial a resolver, a aquisição da paz de espírito, em que se desenvolvem todas as raízes da solução aos demais problemas que sitiam a alma.
               Que diretrizes, porém, adotar na obtenção de semelhante conquista?
               Usar a força, impor condições, armar circunstâncias?
               Não desconhecemos, no entanto, que a tensão apenas consegue impedir o fluxo das energias criadoras que dimanam das áreas ocultas do espírito, agravando conflitos e mascarando as realidades profundas de nossa vida íntima, habitualmente imanifestas.
               A paz de espírito, ao contrário, exclui a precipitação e a inquietude, para deter-se e consolidar-se na serenidade e no entendimento. Para adquiri-la, por isso mesmo, urge entregar os nossos síndromes de ansiedade e de angústia à providência invisível que nos apoia.
               As ciências psicológicas da atualidade nomeiam esse recurso como sendo “poder criativo e atuante do inconsciente”, mas, simplificando conceitos a fim de adaptá-los ao clima de nossa fé, chamemo-lhes “ o poder onisciente de Deus em nós” . Render-se aos desígnios de Deus, e confiar a Deus as questões que nos surjam intrincadas no cotidiano, é a norma exata da tranqüilidade suscetível de garantir-nos equilíbrio no mundo interno para o rendimento ideal da vida.
               Colocar à conta de Deus a parte obscura de nossa caminhada evolutiva, mas sem desprezar a parte do dever que nos compete.
               Trabalhar e esperar, realizando o melhor que pudermos. Fé e serviço, calma sem ócio.
               Pensemos nisso e alijemos o fardo dos agentes destrutivos de ódio, ressentimento, culpa, condenação, crítica ou amargura que costumamos arrastar no barro da hostilidade com que tratamos a vida, tanta vez arruinando tempo e saúde, oportunidades e interesses.
               Fundamentemos a nossa paz de espírito numa conclusão clara e simples: Deus que nos tem sustentado, até agora, nos sustentará também de agora para diante.
               Em suma, recordemos o texto evangélico que nos adverte sensatamente: “se Deus é por nós, quem poderia ser contra?”


Emmanuel
Mensagem recebida pelo médium Francisco C. Xavier


DESVINCULAÇÃO

               Para muitos companheiros na Terra a desvinculação no campo afetivo é prova difícil.
               Desligamento do grupo familiar, distância de convivência.
               Hora da diferenciação de alguém perante outro alguém.
               Se te vês num momento assim, na posição de quem pode libertar associados de ideal e de afinidade, não hesites no bem por fazer.
               Aqueles que anseiam por independência e mudança, depois de te compartilharem a vida, são pedintes de tranqüilidade e renovação. Não precisam tanto de teu ouro e assistência, nome e prestígio. Rogam-te, acima de tudo, escoras de tolerância e bondade, a fim de que te possam deixar sem o espinheiro da mágoa te nasça no coração.
               Medita naqueles que, um dia, igualmente largaste para tomar embarcações outras, diferentes do navio em que se te localizava a área doméstica, de modo a te fazeres ao mar profundo e vasto da experiência terrestre.
               Familiares que te amavam a presença e amigos que te disputavam a companhia se viram, de instante para outro, apartados de ti por efeito de tuas próprias deliberações.
               Assim nos expressamos porque freqüentemente a harmonia na desvinculação depende daqueles que já amadureceram na vida física, aos quais se pede amparo e segurança, auxílio e aprovação.
               Se alguém ao teu lado te solicita o cancelamento de compromissos e deveres assumidos para contigo, concede a paz a quem necessita de paz a fim de atender a impositivos da vida em outros setores de evolução.
               Realmente desejas que os descendentes se garantam para a felicidade, não queres que os filhos bem-amados atravessem tribulações e enganos que te amarguraram a infância ou a juventude; habituas-te a desaprovar as resoluções de amigos que se afastam para caminhos que já sabes estarem encharcados de lágrimas, nem concordas em que os entes queridos venham a transitar por estradas que já trilhaste entre pedras e aflições, entretanto, por mais nos doa ao coração - muitos daqueles que mais amamos chegaram à Terra exatamente para isso.
               Diante dos companheiros que se te distanciam da convivência ou que te dizem adeus para te reencontrarem mais tarde, em outros e novos níveis de espaço e tempo, não lastimes nem condenes.
               Bendize e auxilia sempre.
               Os que partem ou se te separam da estrada, no dia-a-dia, esperam de ti, sobretudo, o patrocínio do amor e o refúgio da bênção.


Emmanuel
Do livro "Na Era do Espírito" de Francisco C. Xavier

 

ESPIRITISMO PRATICADO

               Irmãos, recordando Allan Kardec, na prática espiritista, lembremo-nos de que, no Espiritismo praticado, é necessário: -
               Colocar os interesses divinos acima dos caprichos humanos.
               Negar-se a si mesmo, tomar a cruz da elevação e seguir o Senhor.
               Reformar-se em Cristo, antes de reclamar a reforma dos outros.
               Exemplificar o bem, antes de ensiná-lo.
               Servir sem propósitos de recompensa
               Consolar, antes de procurar consolações.
               Amar sem exigências.
               Usar os bens do Pai, sem os desvarios da posse.
               Compreender, antes de reclamar compreensão alheia.
               Agradecer, antes de pedir.
               Confiar sem angústias.
               Cumprir todos os deveres da cooperação, sem as trevas da incompreensão e da queixa.
               Jesus é Caminho, Verdade e Vida.
               Kardec é trabalho, Solidariedade e Tolerância.
               O Caminho da realização não dispensa o trabalho.
               O templo da Verdade não exclui a solidariedade legítima.
               A Vida eterna pede a luz da tolerância construtiva.
               O Espiritismo em seu tríplice aspecto, científico, filosófico, religioso, é movimento libertador das consciências, mas só o Espiritismo praticado liberta a consciência de cada um.
               Lembrando o grande Missionário, não vos esqueçais de que o Espiritismo prático poder ser o Espiritismo do "eu" e que só o Espiritismo praticado é o Espiritismo de Deus.


Emmanuel
Mensagem recebida pelo médium Francisco C. Xavier.

LIÇÕES DIVINAS

               Quando situações te apresentarem fatos inaceitáveis diante do quadro de sofrimento, recorda-te de Deus e compreenderás as atividades do próprio céu, no atendimento à Terra.
               Hoje, a dor bate a porta do teu Lar ante a visitação da morte, amanhã, uma discórdia a figurar-te como um problema a mais... no entanto, face às dificuldades que se te apresentarem, lembra-te que facilitas o amanhã impondo-te as lições divinas, nas sendas do teu progresso.
               Ódio, exercício de amor;
               Tristeza, exercício do bem;
               Doenças, exercício da fraternidade;
               Desequilíbrio, exercício de bondade;
               Esperança, exercício da paciência.
               Figura-te a título de exemplos, grandes renovações, mostrando-te que o Céu orientar-te-á na grande caminhada.


Ezequiel
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, Campo Grande- MS

 

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ANO II - Nº 21 – Campo Grande – MS – Outubro de 2007
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.