"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XVIII - N. 212 * Campo Grande/MS * Setembro de 2023.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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           Em qualquer lugar que se situe, encontrará miséria, dor, tristeza, sofrimento, desequilíbrio, talvez para chamar a sua atenção, a fim de que se anime a oferecer a sua pequena ajuda de forma espontânea.

 

 

 

 

MEDO DA MORTE

 

            Quem tem medo do lobo mau? E da mula sem cabeça? E do homem do saco que some
com as criancinhas? Todas as crianças sofrem medo, induzidos pelas historinhas, mas tais medos não permanecem só com elas, pois quando crescem, o medo continua, mas apenas
muda de sentido, muda de foco.
            O sábio Espírito Joanna de Ângelis diz que a Psicologia relaciona alguns tipos básicos
de medo: medo da morte, da velhice, da doença, da pobreza, da crítica, do abandono, da rejeição e da perda de um afeto querido; medo, que se não for detectado, reconhecido e vencido, transforma-se em algoz das almas e calamidade social.
            Observa ainda a bondosa benfeitora espiritual que a quase indiferença de algumas autoridades do mundo em relação aos seus governados, gera medo de cada qual ser a próxima vítima, refugiando-se no silêncio e no temor que assalta ameaçador.
            Mas, parece que dentre todos os medos que carregamos, o medo da morte, sem dúvida é o mais forte. Talvez venha do próprio instinto de sobrevivência, que faz com que fujamos do perigo sem sequer passar pelo raciocínio, coisa que acontece com todos os animais, ou da fé enfraquecida, que não crê deveras na vida eterna, garantida por nosso Senhor Jesus Cristo.
            O Espírito André Luiz narra no seu livro Os Mensageiros, o pânico de um espírito, que já no mundo espiritual temia que poderia ser verdade que tivesse morrido, pois havia ouvido seu noivo que morrera tempos atrás, chamando-a para o mundo espiritual.
            E com outro espírito recém-chegado ao mundo espiritual, que desejava esclarecimento sobre as armas de defesa da colônia em que havia entrado, perguntara se tais armas elétricas machucavam os espíritos, e o orientador disse-lhe que elas podiam até causar a impressão de morte. Isso provocou-lhe um enorme susto.
            Disse-lhe também que assim mesmo ocorre na Terra, pois a morte física também é uma ilusão, uma impressão de morte, porque o fenômeno é de invisibilidade ou de ausência e ninguém desaparece.
            Concluindo, a benfeitora Joanna afirma que é na solidariedade fraterna e na terapia do amor em relação ao medo, que quanto mais se ama, mais amor se tem a oferecer, e a compaixão, que é diluidora do medo, torna o ser humano mais digno e saudável, pois o amor é o antídoto eficaz para a superação do medo e sua consequente eliminação.
            Viva a vida eterna!

 

Crispim.

            Referências bibliográficas:
            - Os Mensageiros. Chico Xavier/André Luiz
            - Conflitos Existenciais. Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis.                     

 

 

      SE POSSÍVEL CUMPRA O DEVER

 

            Considere o tempo presente com mais precioso momento de sua vida, pode conscientemente reavaliar o que faz e o que pode fazer a seu benefício. Mesmo porque o passado já não pode mudar e o futuro é uma grande esperança, mas o presente pode fazer o melhor.
            Por isso aproveite cada minuto de sua trajetória por esta escola abençoada, porque considerando a oportunidade de hoje em que pode escrever um capítulo importante de sua caminhada evolutiva, por esse motivo valorize muito esses momentos preciosos.
            Quem sabe pode tomar a decisão mais importante e que sonhou realizar em toda a sua vida, por isso mesmo não a deixe para amanhã.
            Pode contar com aquela pessoa que tanta ama e por esse motivo não espere outra ocasião para declarar os seus sentimentos, mas tome conscientemente à decisão de cumprir com esse dever do coração.
            Pode hoje vasculhar os arquivos de sua consciência e colocar em dia as suas obrigações e dar a vida uma dinâmica mais clara e viver de maneira equilibrada sob todos os pontos de vista e para que não venham os problemas se sobrepor sem buscar uma solução justa para cada um.
            Talvez seja interessante uma análise minuciosa de certos pormenores que dificultam a sua rotina, procurando dar uma solução justa aqueles problemas que o afligem, a fim de estar em dia com os seus compromissos.
            Também quanto aos valores amoedados e bens que detém em suas mãos, tomando providências para que não os enterrem sem proveito, cansando-lhes mais sofrimentos, até depois de haver se transferido a outra vida, porque muitos deploram essa situação e mais tarde quando não podem mais exigir nada do mundo material.
            Mas especialmente a exercitar o desapego de bens e valores para que não sejam estes um empecilho a sua felicidade, como também não se julgue imprescindível ao núcleo familiar, lembre-se que cada um necessita de suas próprias experiências.
            Talvez aproveite o ensejo de pedir perdão a quem ofendeu e hoje está a caminho e pode tomar essa decisão e não carregar para a outra margem da vida essa consciência de culpa.
            Conversar com os familiares sobre muitos assuntos, especialmente atinentes a sua viagem de retorno a vida espiritual com a naturalidade apresentada pela Doutrina Espírita, até com descontração, relembrando fatos alegres alusivos à assuntos semelhantes, com otimismo, porque esses pormenores devem tratadas de maneira edificante também.
            Também perquirir a própria consciência e proceder a uma análise mais aprofundada de seus questionamentos, especialmente se tem observado exigências de ordem moral, aliás, se não tem ninguém que tenha alguma queixa contra o seu procedimento.
            Assim que reserve um dia para fazer uma reflexão, porque também agora pode ser o último que estará neste plano e seria interessante que não carregasse problemas sem sequer haver se esforçado para resolvê-los.
            Talvez porque em breve não poderá agir de maneira ostensiva diante deste mundo material, porque passará para um mundo mais sutil, onde não terá forma de se expressar sem a presença material diante de certos fatos. Logo, aproveite hoje, quando fará seu grande acerto com a sua consciência, aceitando o que não pode mais mudar e lançando base para um futuro com aqueles recursos que esteja ao seu alcance
            Mas lembre-se que compromissos de hoje não podem ser deixado mais para amanhã, não perca a oportunidade grandiosa de renovação de expectativas por um fato muito simples, pode adiar aquela decisão mais importante de sua vida. Pois, logo retornará à vida espiritual, aborrecido e triste por não atingir o seu verdadeiro objetivo com a reencarnação que escolheu com essa finalidade. Áulus.
           

Luzes da Ribalta
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

      ESTUDE E TRABALHE

 

            Se acaso deseja a bênção do pão de cada dia, levante mais cedo para quando o Sol se apresentar no horizonte já esteja com as mãos no trabalho, pois que a vida se encarregará de lhe dar as repostas mais valiosas.
            Se porventura sonha com futuro venturoso, estude e trabalhe muito para adquirir as condições de construir um patrimônio sólido que espera do mundo, porque aqui o além desta vida o estudo e trabalho são imprescindíveis ao progresso. Portanto, não espere de Deus, pois que Ele já lhe deu quase tudo, somente uma parcela pequenina depende de sua atuação, e que diz estritamente as suas possibilidades e deve fazer por si mesmo
            Mesmo porque perceberá que em toda parte subsiste uma necessidade de caminhar, mas nesta altura não faz nem uma coisa e nem outra. Logo não espere muito. Milagres não existem, menos ainda se não quiser resolver os problemas pelos quais está passando, como também  não decide caminhar.
            As oportunidades que surgem sempre têm alguma restrição e não pode abraçá-la, de maneira que fica a maior parte do dia inativo. Aqui ou mais além a lei do trabalho é a mais festejada, porque ela representa o progresso do mundo e das almas que nele gravitam, assim que procure alguma coisa para fazer.
            Por outro lado se almeja alguma coisa melhor depois desta vida, procure alguma ocupação nas fileiras do bem ao próximo, caso contrário estará desperdiçando uma bela oportunidade de evolução.
            Lembre-se quanto mais lute mais ensejo encontrará de evoluir e crescer. Por isso caminhe com desenvoltura possível, porque viver é algo muito sério, embora muitas pessoas não o levem e depois hão de sofrer as consequências. Por este motivo,  preste muita atenção no que está fazendo da vida, de repente pode estar alimentando grandes problemas, simplesmente porque não está trabalhando pela sua própria felicidade, não espere mais,  tente melhorar o seu desempenho diante da vida.
            Siga em frente com a decisão firme de realizar o seu trabalhão de amor ao próximo, ou seja, de amá-lo em qualquer condição, pois que  essa decisão será a sua maior conquista em qualquer parte, por isso mesmo sempre vale quando se esforça para plantar as boas sementes.
            Se ainda não alcançou o seu grande objetivo, não desista, mas redobre os seus esforços  e por certo  terá uma solução a sua frente. Áulus.

 

Não Espere Demais
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

O ESTUDO DO EVANGELHO E DEMAIS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO, À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA

 

            PROPOSTA DE COMO ESTUDAR O EVANGELHO

            A proposta do estudo do Evangelho de Jesus, à luz do entendimento espírita, está pautada na simplicidade e no desapego à literalidade: “[...] O Evangelho é o edifício da redenção das almas. Como tal, devia ser procurada a lição de Jesus, não mais para qualquer exposição teórica, mas visando cada discípulo ao aperfeiçoamento de si mesmo, desdobrando as edificações do Divino Mestre no terreno definitivo do Espírito”.
            É perfeitamente compreensível, contudo, que o estudo das passagens evangélicas seja enriquecido com contribuições de autores não espíritas, de pesquisadores e estudiosos de reconhecida respeitabilidade e seriedade na condução de suas análises. São autores que souberam transcender os impositivos teológicos e as práticas religiosas da igreja cristã a que se acham filiados, detendo-se mais na essência da interpretação das escrituras sagradas.
            O estudo do Evangelho de Jesus não é algo recente na Humanidade e nem sempre esteve limitado às organizações religiosas. Localizamos em diferentes épocas estudiosos que se debruçaram sobre os textos das escrituras sagradas, utilizando diferentes métodos para melhor compreendê-los. Nem sempre a metodologia selecionada teve boa aceitação, até porque muitos dos estudos revelavam um certo grau de literalidade e interpretação pessoal, em geral destituídos de embasamento histórico-cultural. Entretanto, a iniciativa foi e é válida: o importante, mesmo, é que se estude o Evangelho. Já o Espiritismo propõe o estudo da mensagem do Cristo na forma como consta nessa citação do livro Ave, Cristo!: “[...] Jesus não falava simplesmente ao homem que passa, mas, acima de tudo, ao Espírito imperecível [...].”
            Com o passar dos séculos e como regra geral, o homem acomodou-se à visão mais superficial do Evangelho, criando para si fórmulas de fácil repetição no atendimento aos supostos deveres religiosos, à simples curiosidade ou às vaidades intelectuais, transformando, aos poucos, o Mestre Nazareno em figura simbólica e de retórica, em que a fé se revela como letra morta.
            Movidos, porém, pela vontade sincera de querer, efetivamente, conhecer os ensinamentos do Cristo e saber colocá-los em prática, propomos a utilização do método de aprendizagem ensinado por Emmanuel, que, por sua vez, tem origem nas antigas práticas interpretativas rabínicas, então denominadas “colar de pérolas”. Eis o que o benfeitor espiritual tem a nos dizer.
            No propósito de valorizar o ensejo de serviço, organizamos este humilde trabalho interpretativo, sem qualquer pretensão a exegese.
            Concatenamos apenas modesto conjunto de páginas soltas destinadas a meditações comuns.
            Muitos amigos estranhar-nos-ão talvez a atitude, isolando versículos e conferindo-lhes cor independente do capítulo evangélico a que pertencem.
            Em certas passagens, extraímos daí somente frases pequeninas, proporcionando-lhes fisionomia especial e, em determinadas circunstâncias, as nossas considerações desvaliosas parecem contrariar as disposições do capítulo em que se inspiram.
            Assim procedemos, porém, ponderando que, num colar de pérolas, cada qual tem valor específico e que, no imenso conjunto de ensinamentos da Boa-Nova, cada conceito do Cristo ou de seus colaboradores diretos adapta-se à determinada situação do Espírito, nas estradas da vida. A lição do Mestre, além disso, não constitui tão somente um impositivo para os misteres da adoração.
            O Evangelho não se reduz a breviário para o genuflexório. É roteiro imprescindível para a legislação e administração, para o serviço e para a obediência. O Cristo não estabelece linhas divisórias entre o templo e a oficina. Toda a Terra é seu altar de oração e seu campo de trabalho, ao mesmo tempo.
Por louvá-lo nas igrejas e menoscabá-lo nas ruas é que temos naufragado mil vezes, por nossa própria culpa. Todos os lugares, portanto, podem ser consagrados ao serviço divino [...].
            A simplicidade do método utilizado pelo benfeitor em suas obras, transmitidas pela psicografia de Chico Xavier, é, na verdade, um desafio para nós, que ainda não aprendemos a perceber diretamente a essência dos ensinamentos do Cristo. Trata-se de aprendizado gradual, a ser alimentado pela perseverança e pela humildade. Ora, no “colar de pérolas”, cada pérola representa um ensinamento, um “valor específico”, no dizer do sábio orientador espiritual. Mas esse valor específico (ou ensinamento) não pode estar alheio ao conjunto, ou ao próprio colar de pérolas. Assim como o conjunto (o colar de pérolas) não pode ignorar as partes (as pérolas).
            Em outras palavras: as partes devem compor o todo e este deve estar contido nas partes. É, sem dúvida, um aprendizado, o que nos faz lembrar uma outra orientação que se encontra em O livro dos espíritos, ainda que aplicada em outro contexto: “Sim, e é isso que se deve entender quando dizemos que tudo está em tudo”.
            Os seguintes esclarecimentos de Narcisa, a sábia amiga de André Luiz em Nosso lar, complementam essas ideias:
[...] Enquanto o Espírito do homem se engolfa apenas em cálculos e raciocínios, o Evangelho de Jesus não lhe parece mais que repositório de ensinamentos comuns; mas, quando se lhe despertam os sentimentos superiores, verifica que as lições do Mestre têm vida própria e revelam expressões desconhecidas da sua inteligência, à medida que se esforça na edificação de si mesmo, como instrumento do Pai. Quando crescemos para o Senhor, seus ensinos crescem igualmente aos nossos olhos.[...].

 

Livro Evangelho Redivivo
FEB

 

 

PSICOGRAFIA

 

            O DOM

            Ah! Que saudade mainha. Saudade de ouvir sua voz doce orientando com sabedoria.
Saudade do seu colo macio e aconchegante, das suas mãos finas e fortes me acariciando e estimulando servir.
            Hoje recordo com carinho... Aquele dia, chorosa, machucada, sentindo demais pesada a vida, fui buscar refrigério nos seus braços de luz e ouvi aquelas palavras impregnadas de amor: - Filha, é o dom. Veja, Jorge canta,  Amado escreve, Sonia representa, Paulo ensina e Belinha benze e cura criancinha. É o teu dom, não sinta pesado não, acorda minha filha a coriféia que dorme em ti, pega a batuta com fé, imprima amor na voz, aja com espírito cândido e prepare o dorso, porque quando realizamos algo que o outro ainda não tem coragem para realizar o chicote come. Confia em Nosso Senhor, Ele vai te ajudar.
            Que bondade! Que caridade mainha, muito obrigada.
            Sai daquele lar com a Alma plena, guardei no coração aquelas sábias orientações e meditei sobre o meu dom. Cuidar os doentes... Todos quando careciam de ajuda, auxilio, pouso era a mim que buscavam arrimo.
            Antes me rebelava e mesmo quando sentia fraquejar lembrava das sábias palavras: “É o dom!”. Assim passei a cultivá-lo, respeitando o desejo do Grande Senhor da Vida, este dom iria me curar, curar daquela teimosa revolta que às vezes ardia, queimava no meu ser.
Obedeci à ordem e com respeito auxiliava, nada cobrei, apenas cuidei e aprendi a amar o meu dom.
            E você meu amigo, já meditou sobre o teu dom?
            Então comece hoje a refletir e não fuja não!  Se Entregue ao trabalho com amor, bondade e muita seriedade, sendo amável, justo, nobre e leal servidor para com todos, mas, não esqueça que o nosso lar merece um apreço mais que especial.
            Olhe com bondade, reconhecendo o valor daqueles que compartilham a tua atual jornada e imprima nas atitudes a cortesia e fará amigos verdadeiros e acenderá no caminho a luz para ver com precisão os perigos e vencê-los porque também se tornará um corifeu necessário, socorrendo sem nada pedir em troca.
            Abençoe teu lar, teus pais, abençoe e cultive o teu dom. Servir em nome de Jesus é por demais honroso! Que Ele derrame bênçãos sobre ti.

 

CESFA

 

 

Espiritismo para Crianças
Marcela Prada
Tema: Perseverança

 

O MANACÁ

 

            Mariana morava numa pequena cidade do interior. Ela adorava o contato com a natureza e cuidava tanto dos cachorros quanto dos canteiros. Sua casa tinha um quintal grande e bonito, que era bem cuidado por sua mãe.
            Ela sabia que a filha não tinha preguiça de ajudar nas tarefas e por isso, certo dia, propôs:
            - Mariana, você me ajuda a plantar esta muda que comprei? É um manacá, uma árvore linda que fica toda florida.             Venha, vou-lhe mostrar!
            A mãe mostrou uma foto de um manacá grande e florido. Mariana achou uma beleza. Parecia um enorme buquê com flores brancas, rosas e roxas.
            - Que lindo! Ajudo, sim! — respondeu a menina, entusiasmada.
            Elas, então, conversaram sobre onde plantar o manacá e decidiram colocá-lo perto do portão, em frente à varanda da casa, para ele ficar bem exposto e poder ser sempre admirado.
            As duas, contentes, começaram a trabalhar. Fizeram um buraco grande com a enxada, depois tiraram a muda do saquinho e a colocaram lá dentro. Em volta da plantinha, colocaram terra já misturada com adubo. Mariana apertou bem a terra com as mãos para deixar a muda firme. Para finalizar, a menina buscou o regador e molhou a mudinha até a terra ficar bem úmida.
            Mariana ficou muito satisfeita. Já se imaginava balançando na rede da varanda e olhando o manacá todo florido.
            No dia seguinte, a menina foi lá para ver quanto a muda tinha crescido. Mas, para sua surpresa, ela estava igual.
            Ela e a mãe tinham caprichado tanto naquele plantio!... Por isso ela esperava que a muda já estivesse pelo menos um pouquinho maior. Mas que nada! Parecia até que as folhas estavam mais murchas.
Mariana, decepcionada, foi conversar com sua mãe, que lhe explicou:
            - Calma, querida, isso é normal. Às vezes, as raízes se machucam quando passamos a planta do saquinho para a terra. Mas agora, aos poucos, o manacá vai-se fixar no solo, se fortalecer e começar a crescer. Vamos continuar cuidando dele.
            A mãe recomendou que Mariana cuidasse do manacá todos os dias e a menina assim fez. Todas as manhãs, ela regava e observava a planta. As folhas pareciam estar bem, mas ela continuava do mesmo tamanho.
            Os dias se passavam e Mariana não via progresso nenhum. Ela começou a desanimar de cuidar do manacá. “Eu tenho que carregar esse regador pesado! Para quê? Não está adiantando nada mesmo! Acho que esse manacá não vai se desenvolver, não”, pensava ela.
            Mesmo assim, a mãe de Mariana insistia para que ela persistisse na sua tarefa, pois fazia dias que não chovia e o tempo estava muito seco.
            O que Mariana não sabia é que as raízes do manacá estavam crescendo e ficavam mais numerosas e mais fortes a cada dia. Aos poucos, foram penetrando mais fundo no solo, de onde podiam absorver mais nutrientes.
            Vários meses se passaram até que Mariana pudesse realmente acreditar que o manacá estava se desenvolvendo.             Quando ele já estava bem firme no solo, com raízes fortes e profundas, seu caule começou a crescer mais rapidamente.
            Um dia, Mariana viu que um botãozinho de flor havia se formado. Em alguns dias, uma linda flor branca apareceu.             Depois surgiram outras. Aos poucos, o manacá se transformou numa árvore maravilhosa.
            Um dia, balançando na rede da varanda, Mariana olhou para o manacá todo florido e se sentiu feliz por ter plantado a muda com carinho e regado a plantinha todos aqueles dias.
            Ela pensou também no que tinha aprendido com o manacá.
            Muitas coisas não têm um resultado imediato. As grandes conquistas, na verdade, são demoradas. Às vezes, pode parecer que o que fazemos de bom não faz diferença. Mas vale a pena persistir nas boas iniciativas, pois um dia elas florescem.

 

O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2022

 

 

BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO

 

Geraldo Campetti Sobrinho

 

            Expressão que ecoa nos corações sensíveis à Espiritualidade – Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho – traz consigo um chamado profundo e uma responsabilidade que transcende fronteiras e credos. Escrita por Humberto de Campos e psicografada por Francisco Cândido Xavier, essa obra convoca a reflexões íntimas e ações conscientes.
            Na essência dessa expressão, encontramos a semente de um convite universal: ser o “coração do mundo”. Não se trata de mera colocação geográfica, mas da disposição de irradiar o amor e a luz do Evangelho em todas as direções. Cada indivíduo, em sua singularidade, carrega consigo a capacidade de tornar-se um canal de paz, solidariedade e compreensão, expandindo esses sentimentos a todos os cantos da Terra.
            A missão de ser a “pátria do Evangelho” é uma convocação profunda para que, em nosso país, floresçam os valores da fraternidade e da generosidade. Isso não significa arrogância espiritual, mas sim um convite a vivenciar, de maneira genuína, os ensinamentos de amor e caridade, disseminados por Jesus. Nesse sentido, a pátria transcende fronteiras políticas e habita no coração de cada indivíduo que escolhe trilhar esse caminho de luz.
            A grandiosidade do propósito espiritual inclui todos, indistintamente. A transformação não está apenas na dimensão coletiva, mas principalmente no âmbito individual. A mensagem de Humberto de Campos e a psicografia de Francisco Cândido Xavier ressoam com a lembrança de que cada um de nós é um elo nesse plano divino. A concretização dessa visão começa com uma escolha pessoal, um compromisso sincero de vivenciar tais princípios no dia a dia.
            Assim, como um chamado a acordar para nossa essência espiritual, a expressão “Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho” nos recorda que essa missão é uma dádiva e uma responsabilidade, a exigirem persistente serviço de evangelização. Cada gesto de bondade, cada palavra de consolo e cada ato de compaixão contribuem para a materialização do desafiador plano, idealizado sob inspiração de Jesus. Na atualidade, somos convidados e convocados a manifestações vivas desses valores, guiados pela luz do Evangelho, em prol de um mundo mais justo e amoroso.

            Fonte: XAVIER, Francisco Cândido. Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho. Pelo Espírito Humberto de Campos. 34. ed. 18. imp. Brasília: FEB, 2022.

 

 

OS FLAGELOS D'ALMA

 

por Luiz Guimarães Gomes de Sá




            Para nossa felicidade os ensinamentos da Doutrina dos Espíritos elucidam grandemente as dúvidas próprias do ser humano, enquanto transitamos no Orbe terrestre. Apesar do progresso de ordem material que assume o destaque na humanidade, padecemos de forma espontânea dos infortúnios que nós mesmos buscamos na presente existência, como se não bastasse o fardo que trazemos do pretérito do qual precisamos nos desvencilhar.
            Essa incoerência naqueles que têm o privilégio de conhecer a Doutrina Consoladora não comporta a falta de compreensão para tantos fatos e argumentos que corroboram a imortalidade do Espírito e mostram que nele residem todas as mazelas que desaguam no nosso corpo físico, trazendo-nos os mais variados transtornos psicossomáticos que afligem a humanidade.
            A avalanche de conhecimentos de que dispomos nos dias de hoje demostra cabalmente a capacidade criativa do ser humano. Mas, ao tempo que progride celeremente no âmbito tecnológico, dispensa quase nada do seu tempo precioso para o aprimoramento moral, que será o arquivo de sua consciência além-túmulo.
            No livro A Coragem da Fé, pg.2, psicografia de Carlos A. Bacelli, pelo Espírito Bezerra de Menezes, temos: “(...) De nada vale o brilho da inteligência, se o coração permanece às escuras. A reencarnação que não promove o renascimento moral da criatura não passa de ato que não está à altura de sua transcendência e significado”.
            Depreende-se, pois, que a visão materialista ainda predominante encobre o espaço que temos para buscarmos a ascensão moral nesse trajeto temporário do corpo físico, que, por ser frágil e perecível, falece a cada dia que vivemos. A curta visão de “futuro finito” no campo material perde-se no caminho dos tempos da eternidade... A ausência dessa maturidade favorece os desmandos de toda ordem, como se o corpo físico fosse a essência do nosso ser. Mantendo-nos nesse equivoco estaremos amealhando migalhas de prazer efêmero, que nos levará ao sofrimento logo adiante.
            A mudança de comportamento passa antes de tudo pelo pensamento. É nele que tudo se arquiteta, se molda e ajusta, para que pelas atitudes tornemo-lo fato. A depender desse campo mental que criamos teremos objetivos que, se concretizados, nos proporcionarão felicidade, desgosto ou outros malefícios. Esses flagelos que construímos são evitáveis e diretamente proporcionais à colheita que nos aguarda no futuro.
            Conscientes desta realidade cumpre-nos rever nosso modo de viver e conviver, já que no âmbito da sociedade participamos de forma integral, caso queiramos fornecer e obter informações, ajudar e sermos ajudados. Estamos todos envolvidos no processe evolutivo que a Lei do Progresso exige.
            Esse caminho de crescimento espiritual estará sempre diante de nós com os percalços próprios para nossa reparação e ninguém irá percorrê-lo por outrem, visto que o trajeto é individual e dependerá, antes de tudo, das nossas necessidades de aprimoramento. Para tal, é imprescindível esforço, perseverança e capacidade para transpor os desafios encontrados.
            No livro Respostas da Vida, pg.7, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz, encontramos: “(...) Não permita que a dificuldade lhe abra porta ao desânimo porque a dificuldade é o meio de que a vida se vale para melhorar-nos em habilitação e resistência”. Nessa citação percebemos que a resignação é um fator necessário para realizarmos esse processo. A reencarnação sempre será reeducativa, jamais punitiva.  A resiliência deve, também, se fazer presente afastando todo pensamento pessimista, para que cheguemos ao êxito almejado.
            Na Revista Espírita de maio de 1866, pg.185, encontramos: “(...) O Espírito só se depura com o tempo, sendo as diversas encarnações o alambique em cujo fundo deixa de cada vez algumas impurezas”. Já em Efésios 4:23-24, temos: ”Renovai-vos, pois, no espírito do vosso entendimento e vesti-vos do homem novo”.
            Isto posto, cabe a cada um cumprir com a sua missão soerguendo seu espírito, mas não esquecendo que, como cristãos, temos, também, o dever de auxiliar nossos irmãos. Não esperemos que nos batam à porta! Alcancemos a vastidão de criaturas carentes do alimento do corpo e da alma. (Resignar-se nas dificuldades é valorizar a experiência.)

 

Consolador
2023

 

 

ANJO SEM ASAS

Estar vivo é uma benção. E para nos dar a vida, Deus nos enviou um Anjo em forma de mulher chamado: MÃE. Filhos ingratos, nós pouco ou nada valorizamos este ser divino. Preferimos reclamar, apontar seus defeitos, brigar ou lhe virar as costas. Mas, por longos meses, foi ela um "anjo sem asas", que permitiu que o seu próprio corpo fosse a nossa primeira casa. Ela nos deu abrigo, proteção e alimento, permitindo o nosso nascimento. Ela renunciou grande parte da sua vida pela nossa. Mesmo já tendo os seus afazeres, problemas, angústias, dores e dificuldades, ela deu de si mesma por nós. Sem ela, nós não teríamos o nosso bem mais valioso, a VIDA. Sem ela, nós não estaríamos aqui e agora, lendo este texto.
Feliz dia das Mães!

Rodolpho Barreto Pereira
Palavras de Luz

 

NA OBRA REGENERATIVA

 

            “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa vós, que sois espirituais, orientai-o com espírito de mansidão, velando por vós mesmos para que não sejais igualmente tentados.” Paulo (Gálatas, 6:1)
            Se tentamos orientar o irmão perdido nos cipoais do erro, com aguilhões de cólera, nada mais fazemos que lhe despertar a ira contra nós mesmos.
            Se lhe impusermos golpes, revidará com outros tantos.
            Se lhe destacamos as falhas, poderá salientar os nossos gestos menos felizes.
            Se opinamos para que sofra o mesmo mal com que feriu a outrem, apenas aumentamos a percentagem do mal, em derredor de nós.
            Se lhe aplaudimos a conduta errônea, aprovamos o crime.
            Se permanecemos indiferentes, sustentamos a perturbação.
            Mas se tratarmos o erro do semelhante, como quem cogita de afastar a enfermidade de um amigo doente, estamos, na realidade, concretizando a obra regenerativa.
            Nas horas difíceis, em que vemos um companheiro despenhar-se nas sombras interiores, não olvidemos que, para auxiliá-lo, é tão desaconselhável a condenação, quanto o elogio.
            Se não é justo atirar petróleo às chamas, com o propósito de apagar a fogueira, ninguém cura chagas com a projeção de perfume.
            Sejamos humanos, antes de tudo.
            Abeiremo-nos do companheiro infeliz, com os valores da compreensão e da fraternidade.
            Ninguém perderá, exercendo o respeito que devemos a todas as criaturas e a todas as coisas.
            Situemo-nos na posição do acusado e reflitamos se, nas condições dele, teríamos resistido às sugestões do mal.             Relacionemos as nossas vantagens e os prejuízos do próximo, com imparcialidade e boa intenção.
            Toda vez que assim procedermos, o quadro se modifica nos mínimos aspectos.
            De outro modo será sempre fácil zurzir e condenar, para cairmos, com certeza, nos mesmos delitos, quando formos, por nossa vez, visitados pela tentação.

 

Fonte Viva
Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo Espírito Emmanuel

 

 

AS VARAS DA VIDEIRA

 

            “Eu sou a videira, vós as varas.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 15, versículo 5.)

 

            Jesus é o bem e o amor do princípio. Todas as noções generosas da Humanidade nasceram de sua divina influenciação. Com justiça, asseverou aos discípulos, nesta passagem do Evangelho de João, que seu espírito sublime representa a árvore da vida e seus seguidores sinceros as frondes promissoras, acrescentando que, fora do tronco, os galhos se secariam, caminhando para o fogo da purificação.
            Sem o Cristo, sem a essência de sua grandeza, todas as obras humanas estão destinadas a perecer.
            A ciência será frágil e pobre sem os valores da consciência, as escolas religiosas estarão condenadas, tão logo se afastem da verdade e do bem.
            Infinita é a misericórdia de Jesus nos movimentos da vida planetária. No centro de toda expressão nobre da existência pulsa seu coração amoroso, repleto da seiva do perdão e da bondade.
            Os homens são varas verdes da árvore gloriosa. Quando traem seus deveres, secam-se porque se afastam da seiva, rolam ao chão dos desenganos, para que se purifiquem no fogo dos sofrimentos reparadores, a fim de serem novamente tomados por Jesus, à conta de sua misericórdia, para a renovação. É razoável, portanto, positivemos nossa fidelidade ao Divino Mestre, refletindo no elevado número de vezes em que nos ressecamos, no passado, apesar do imenso amor que nos sustenta em toda a vida.

 

Caminho, Verdade e Vida
Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo Espírito Emmanuel

 

 

DRAMAS DA OBSESSÃO

 

            De: Adolfo Bezerra de Menezes
            Pelo: Yvonne do Amaral Pereira
            Editora: FEB

 

            Em Dramas da obsessão, o Espírito Bezerra de Menezes apresenta duas histórias baseadas em fatos reais com preciosos ensinamentos sobre a lei de causa e efeito (ou de ação e reação), que aperfeiçoam nossas almas em razão do amor. Com psicografia da médium Yvonne A. Pereira, as cativantes narrativas nos ajudam a compreender o fenômeno da obsessão e as ligações profundas que podem ser estabelecidas entre as criaturas por meio do ódio e da vingança, além dos possíveis séculos de sofrimento até que se dissolvam as desavenças ao toque suave do perdão.

 

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
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