ERROS NA GRAFIA
Desde o tempo de Allan Kardec que os detratores do Espiritismo procuram meios de denegri-lo; até mesmo por erros gráficos, reais ou imaginários, e acusam o Espírito comunicante de não ser tão evoluído, por cometer tais erros.
Na Revista Espírita de 1861 o codificador da glamorosa doutrina dos Espíritos faz uma defesa longa e esclarecedora a um desses detratores e consulta os iluminados Espíritos que ditaram a impecável doutrina. Eles então afirmaram que para transmitir as ideias entre eles, os Espíritos, não necessitam de revesti-las com palavras, coisa que para nós, encarnados, não conseguimos captar.
Porém, para se comunicarem conosco, encarnados, eles precisam revestir as ideias com palavras e aí ficam dependendo dos conhecimentos adquiridos pelo médium anteriormente. Tais conhecimentos podem ser elevados, o que facilitam grandemente a comunicação e podem também ser de pouca elevação, o que dificultam em muito a mesma comunicação, podendo mesmo acontecer erros gramaticais independentemente da evolução do Espírito comunicante.
Então, quando encontram no cérebro do médium muitos conhecimentos adquiridos na vida atual e outros adquiridos em vidas passadas, dão preferência a esse médium, porque o fenômeno da comunicação fica facilitado, diferentemente do médium de inteligência limitada e de poucos conhecimentos adquiridos anteriormente.
Os benfeitores afirmam que em um médium com inteligência desenvolvida, o pensamento deles transmite-se de Espírito a Espírito, pela própria essência do Espírito e nesse caso, encontram no cérebro do médium, os elementos para dar ao pensamento o revestimento certo, a palavra que corresponda a tal pensamento.
Por isso, qualquer que seja a diversidade do Espírito, cada médium tem seu estilo quanto a forma, o colorido que lhe é pessoal. Seria como olharmos uma paisagem com várias cores de lentes, caracterizando cada médium.
Comparam ainda o Espírito com a composição de uma música que depende do instrumento com que será executada. Se o for com um piano, uma flauta, um violino, um contrabaixo e uma gaita; é evidente que será mais bem executada com o piano, o violino e a flauta. Mas, se tivermos apenas uma gaita, aí está a dificuldade do comunicante.
A depender do assunto a ser transmitido, o Espírito procura o médium que está mais capacitado para isso. Se for falar de matemática, ou artes, poderia falar com qualquer médium, mas encontraria menos dificuldade se encontrar um médium que tenha esses conhecimentos adquiridos anteriormente.
Crispim.
Referência bibliográfica:
- Revista Espírita 1861. Allan Kardec.
TESOURO PRECIOSO
Não sabes que guardas tesouro valioso que te fora concedido
Não sabes que guardas tesouro valioso que te fora concedido por empréstimo, mas, por que não o colocas a serviço dos outros? Porque é certo que um dia voltará àquele que te proporcionou esse recurso, exigindo que lhe devolvas, acrescido dos juros. Se não trabalhares no bem o que dirás?
Talvez por momento não percebas, mas por enquanto manténs o foco longe desse valioso tesouro, o qual deveria ser a sua mais preocupação, parece que não estás interessado nele e nem se te dispõe a valer-se desses recursos?
Quem sabe julgues que te darás muito trabalho e não consiga adotar uma postura que permitas utilizar-se desse tesouro e o colocado na corrente da vida, poderás ser um rio de bênçãos, mas por que relutas tanto?
Parece irracional que procedas dessa maneira, considerando que estás prejudicando a ti mesma, porque em verdade o tempo passa e tua própria consciência acusa esse vazio que existe dentro de ti. Por que tanta insensibilidade? Por que é tão difícil essa decisão?
Mas guardas na intimidade do teu ser tão valioso tesouro – chamado talento -, e que tantos se valendo dele ficariam felizes em passar aos demais para aumentar ainda mais o seu patrimônio moral. No entanto te mostras improdutivo, interessado exclusivamente no teu bem estar. Assim que perdes tempo com vaidades, e deixas de aplicar naqueles projetos que são importantes e servirão para te proporcionar os momentos mais felizes de tua caminhada.
Nunca pensastes que um dia chegará àquele que te fizera o empréstimo que te exigirá a devolução, cujos valores foram colocados a tua disposição, cometerás o absurdo depois de tanto tempo devolvê-lo intacto, sem sequer haver se preocupado com ele, achando melhor enterrá-lo para não ter compromisso nenhum.
Por certo que muito te lamentarás nesse dia de cobrança que se aproxima. Nunca pensastes que podes necessitar da alheia cooperação, aliás, esse conselho por demais valioso, mas como nunca tivestes compaixão de ninguém, pode acontecer que na mesma faixa de decisão ajas venham a agir também contigo, não havendo nenhum motivo sequer para reclamar da vida, não foi isto que fizestes?
Talvez seja o derradeiro apelo para que despertes dessa cegueira, porque dia vira que não terás mais a quem recorrer, e incontáveis dias passarão para que finalmente venha cumprir o seu papel. De não fizeres por bem, existe uma força tão poderosa que se chama dor. Essa sim sempre desperta aquelas consciências mais rebeldes. Se os apelos não valem a sua escolha já está feita agora será somente uma questão de esperar.
Ninguém pode fazer que reconheças essa grande aliada que está a sua disposição, por isso aproveites bem, porque até agora não te fizeste merecedor de nada, alias, só recebeu e não te dispusestes a andar, talvez medidas drásticas sejam acionadas para trazer-te a realidade.
Assim que fica esse alerta, pode ser que amanhã já não disponhas mais de tempo porque a frente da casa estará o detentor e dono dos talentos que te emprestara, na forma de avultada soma de recursos, certamente exigirá a devolução de tudo acrescidas dos juros. Áulus.
Luzes da Ribalta
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
REMATE FINAL
Sempre é importante fazer alguma coisa em favor de alguém ou de uma grande causa, como preste muita atenção no que está fazendo seu precioso tempo. Talvez não avalie a importância do que pode fazer num único dia. Quantas coisas podem mudar. Quantos projetos podem ser esboçados para mais tarde dar-lhe um formato definitivo. Além disso, pense neste momento pode ser a história de ontem, quando não teve tempo de dar a sua opinião sobre um assunto importante e diz respeito à solução de tantos outros.
O que importa é que valorize cada minuto de sua vida, porque às vezes aqueles pequenos detalhes ficaram pendentes do ajuste final e nesse instante pode dar a última demão naquele sonho que pintou com tanto carinho e atenção. Talvez seja o maior amor de sua vida e deixou de dar a devida atenção? Pense nisso e aja com sabedoria, mas como for não deixe de dar a sua contribuição ao bem de todos.
Porque na contabilidade da vida, muitas vezes é necessária muita renúncia para equilibrar os pratos da balança. Por mais que lute por seus sonhos e queira realizá-los, a prudência talvez mande esperar, porque reconhece nesse caso que a precipitação pode criar sérios problemas para si mesmo.
Assim a vida é uma corrida contra o tempo. Os compromissos são tantos e o tempo não reduzido, quanto se vai adquirindo a experiência para evitar tantos inconvenientes na vida, já vai chegando à hora dos ajustes finais. E nesses momentos mais se preocupa para não tomar atitudes equivocadas, ou pelos menos não repeti-las, pois que já está na hora de voltar para casa outra vez.
Mas enfim, sabendo disso, preste muita atenção em tudo que faça. Não deixe para depois as tarefas que são importantes, nem se atreva a afrontar a sua consciência, pois que esse padrão da probidade interior é a luz que ilumina o seu caminho.
Em frente com muita decisão, pois não tarda a noite das reflexões mais profundas e esteja ainda pensando em projetos que ficaram para trás e não tenha mais tempo para dar o remate final naquele em que deu tudo de si. Faltam ainda muitos detalhes importantes e a reta consciência informa que não pode deixar este campo de provas sem completá-los.
Fique em paz. Áulus.
Não Espere Demais
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
CRITÉRIOS DE ESTUDO E INTERPRETAÇÃO ESPÍRITAS DA MENSAGEM DO CRISTO
Os critérios para o estudo e a interpretação são bem simples e de fácil aplicação. Entretanto, pressupõem persistência em exercitá-los por parte do aprendiz, a fim de que ele desenvolva aprendizado mais sólido. São três critérios básicos:
1) Saber extrair o espírito da letra.
2) Situar a mensagem na forma atemporal e espacial.
3) Orientar-se por meio de um esquema que considere informações básicas a respeito de aspectos históricos, geográficos e culturais; cargos e ocupações dos personagens citados, cultura, tradições e práticas, etc., mas de forma que tais esclarecimentos sejam vinculados aos dois primeiros critérios, a fim de que a mensagem estudada conduza à reflexão de como vivenciar a mensagem de Amor ensinada por Jesus.
Extrair o espírito da letra
Em Mateus, 12:46 a 50,357 consta registro relacionado à mãe e aos irmãos de Jesus:
E, falando ele ainda à multidão, eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe. E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te. Porém Ele, respondendo, disse ao que lhe falara: Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai, que está nos Céus, este é meu irmão, e irmã, e mãe.
Não há a menor possibilidade de supor que Jesus, que nos legou a mensagem de amor, pudesse por palavras ou gestos referir-se à sua mãe e parentela com desrespeito ou desconsideração, como nos aponta a leitura literal do texto. Kardec esclarece a respeito:
Certas palavras parecem estranhas na boca de Jesus, por contrastarem com a sua bondade e a sua inalterável benevolência para com todos. Os incrédulos não deixaram de tirar daí uma arma, pretendendo que Ele se contradizia. Um fato irrecusável é que sua doutrina tem por base essencial, por pedra angular, a lei de amor e de caridade; Ele não podia, pois, destruir de um lado o que estabelecia do outro. Daí esta consequência rigorosa: se certas proposições suas se acham em contradição com aquele princípio básico, é que as palavras que lhe atribuem foram mal reproduzidas, mal compreendidas ou não são suas.
De imediato, se percebe que há duas lições que podem ser retiradas das palavras do Mestre, citadas no texto, e que se encontram veladas pelo simbolismo da linguagem. A primeira é que “Jesus não desprezava nenhuma ocasião de dar um ensino; aproveitou, portanto, a que lhe oferecia a chegada de sua família para estabelecer a diferença que existe entre a parentela corpórea e a parentela espiritual”.
A segunda lição diz respeito aos laços de fraternidade que, em última análise, é o que define as vinculações espirituais existentes entre os seres humanos, independentemente dos laços de consanguinidade:
O Senhor referia-se à precariedade dos laços de sangue, estabelecendo a fórmula do amor, a qual não deve estar circunscrita ao ambiente particular, mas ligada ao ambiente universal, em cujas estradas deveremos observar e ajudar, fraternalmente, a todos os necessitados, desde os aparentemente mais felizes, aos mais desvalidos da sorte.
Situar a mensagem no tempo e no espaço
É importante compreender que os ensinamentos de Jesus extrapolam o tempo e os locais por onde ele passou divulgando a Boa-Nova. São orientações eternas, destinadas a toda a Humanidade, mesmo para os que, por hora, não o conhecem, negam ou criticam os seus ensinos.
Outro ponto, não menos importante, é saber localizar o significado do texto e do contexto da mensagem, a fim de extrair a lição que irá promover nossa transformação em pessoas de bem. Para tanto, devemos desenvolver a capacidade de ouvir e ver com os ouvidos e os olhos do espírito. A partir do momento que aprendemos, efetivamente, a nos abstrair das teorizações – em geral vinculadas a interpretações e/ou interesses pessoais – e dedicarmos à vontade sincera de compreender, aprenderemos a superar as informações puramente histórico-culturais da mensagem do Cristo para, em seguida, desenvolvermos o esforço concreto da renovação espiritual pela assimilação da insuperável mensagem cristã.
Como ilustração, inserimos esse registro de Marcos, em que Jesus nos transmite ensinamentos a respeito do jejum, prática comum das igrejas cristãs, inclusive nos dias atuais:
Ora, os discípulos de João e os fariseus jejuavam; e foram e disseram-lhe: Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, e não jejuam os teus discípulos? E Jesus disse-lhes: Podem, porventura, os filhos das bodas jejuar, enquanto está com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar. Mas dias virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão naqueles dias. Ninguém costura remendo de pano novo em veste velha; porque o mesmo remendo novo rompe o velho, e a rotura fica maior. E ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho novo rompe os odres e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; o vinho novo deve ser posto em odres novos (Marcos, 2:18 a 22).
É possível que, no primeiro momento, tenhamos alguma dificuldade para entender algumas ideias do texto, que parecem estar fora do contexto.
Contudo, sem maiores aprofundamentos, por enquanto, percebe-se que a “[...] resposta dada por Jesus encerra três símbolos parabólicos: o casamento, o pano novo em vestido velho e o vinho novo em odres velhos”.362 O casamento simboliza união entre duas pessoas, definida por meio de um compromisso de fidelidade mútua, firmada por um contrato, religioso e/ou legal. Tal simbolismo tem origem na tradição e na legislação dos povos, estabelecido para regular a vida em sociedade.
O casamento exige, portanto, uma espécie de “jejum” moral, a fim de que a vida conjugal e a organização familiar atendam os critérios de respeito e fidelidade.
A indagação sobre a não obrigatoriedade do jejum, observada na conduta do próprio Cristo e na dos apóstolos, indica, apenas, um fato: a necessidade de atualizar ou renovar costumes e práticas religiosas, atentando-se para as suas causas espirituais. Nesse aspecto, vemos que “[...]
Nas religiões antigas, entre elas o judaísmo, os rituais e cerimoniais tinham mais valor do que os sentimentos envolvidos. Esta é uma das renovações da Lei que Jesus propõe”.
Quanto ao remendo velho em pano novo, ou vinho novo em odres velhos, são símbolos que indicam não misturar o velho sistema religioso praticado segundo a tradição e normas teológicas, e em geral sem o menor significado para a melhoria espiritual do ser, com comportamentos ou práticas que efetivamente promovem a evolução do Espírito. O Cristo ensina que devemos abandoná-las de vez, sem misturar costumes antigos com atuais (“não costurar remendo novo em pano velho”). O importante é nos dedicarmos à renovação do Espírito por ações efetivas no bem, sem os apelos das convenções religiosas ou da superficialidade das regras sociais.
Livro Evangelho Redivivo
FEB
PSICOGRAFIA
A MENINA DAS LETRAS E PALAVRAS
Fiquei conhecida naquele vilarejo como a menina que brincava com as letras formando palavras. Cresci sendo escrevente como ficara conhecida, cartas escrevia, sendo a mão, os braços, a mente daqueles que me procuravam.
Escrevia ouvindo o ditado daqueles que em mim confiavam. Eram cartas de amor, de amizade, de mãe para filhos, cartas de esperança, cartas de negócios, cartas ameaçadoras. Escrever cartas era o que me competia fazer.
Mas assim como era procurada por pessoas amáveis e dóceis, também fui solicitada por criaturas rudes e intransigentes como o coronel, aquele caudilho que muito medo passava para todos do vilarejo.
Belo dia recebi o seu capataz me convidando para acompanhá-lo, pois o senhor precisava que algo escrevesse por ele. Medo, pavor me invadiu o ser, mas meu pai, olhar sereno me deu o sinal positivo e logo entendi a mensagem e de imediato acompanhei aquele que me levaria para a fazenda do senhor Irineu.
La chegando fui convidada para ir até o terraço, pois lá era o lugar mais fresco da casa. Obediente o segui e logo ele foi ditando aquelas palavras torpes, cheias de dolo que muito me machucava. Mas, de repente algo estranho ocorreu, minha mente falava junto com o caudilho irascível e intransigente. Passei a obedecer a mente que ditava algo diferente. Quando terminei a tarefa confesso que insegura fiquei, mas, algo forte, apaziguador me sussurrava aos ouvidos “fique calma” e logo ouvi uma gargalhada estridente, não sabia se era de alegria ou por pura ira. O coronel pegava aquelas folhas e as abraçava trazendo junto ao peito e logo me despedindo, trovejando poucas palavras: “- pode ir menina e obrigado, por enquanto. Meu Deus! Saí daquelas terras, pernas bambas, coração arfante, celebrando a vitória da tarefa cumprida. Pensava eu que daquele lugar viva não sairia.” E assim o tempo passou e nada fora descoberto daquela troca de palavras que brincavam sobre as folhas.
Envelheci naquele vilarejo, servindo de escritora para aquela gente amiga, simples e humilde.
Como agradeço meu pai pela fé que tenho no coração, pois ele me ensinava: “A Alma que ama o bem é madura porque muita experiência tem.” Aprendi a amar o bem e como me fez muito bem, escrever tantas cartas banhadas de esperança, minha alma ficou em estado de graça. Só o bem que fazemos como sementeira de luz nos traz muitas bênçãos, sossego, paz e alegria.
Conquistamos muito amigos que para Deus contará nossos feitos, receberemos Dele muita força para tocarmos a vida, sempre servindo e sendo feliz.
Cesfa
Campo Grande/MS.
Espiritismo para Crianças
Marcela Prada
Tema: Valor do trabalho
O “FEITIÇO” DE PEDRINHO
Era uma manhã nublada e as árvores do quintal de José balançavam com o vento. José gostava de cuidar da sua casa e pensou em chamar seu neto Pedrinho para acompanhá-lo.
José procurou o menino pela casa e o encontrou sentado à mesa, suspirando.
- Ora, Pedrinho, que cara é essa? O céu está um pouco cinzento, mas ainda assim é um lindo dia lá fora. O que acha de aproveitar a manhã me ajudando no quintal?
- Eu adoraria, vovô. Mas minha mãe disse que só posso sair depois de terminar a lição de casa. Mas é muito trabalho! Queria saber fazer mágica para a lição ficar pronta sozinha.
- Mágica, você diz? Pois venha comigo - disse o avô. - Tenho um “feitiço” para lhe ensinar.
Pedrinho se levantou com um salto e correu até o quintal.
- Um feitiço? Como você aprendeu a fazer mágica? É muito difícil? Mal posso esperar! - tagarelava o menino enquanto corria em volta do avô. - Do que vamos precisar?
- Este é um feitiço para iniciantes. Até crianças conseguem fazer, com um pouco de esforço. Primeiro, vamos precisar de uma vassoura.
Pedrinho rapidamente buscou a vassoura e ficou esperando as novas instruções, muito animado.
- Vamos usar o feitiço para juntar todas essas folhas que o vento trouxe. Agora, antes de dizer as palavras mágicas, você precisa visualizar o que quer que seja feito na sua mente. Está pronto?
Pedrinho estava de olhos fechados, concentrado. Imaginava as folhas dançando pelo ar, fazendo acrobacias e finalmente se juntando em uma grande pilha no meio do quintal.
Ainda de olhos fechados, Pedrinho ouviu seu avô falar as palavras mágicas: "Pela minha vontade e determinação, vou realizar meu desejo. Quero todas as folhas recolhidas, penso e logo vejo!"
Pedrinho abriu os olhos e olhou para os lados, esperando ver a mágica que limparia o quintal. Em vez disso, viu seu avô varrendo as folhas.
- Vovô, o que está fazendo? A mágica que deveria juntar as folhas!
- Mas esta é a mágica, Pedrinho. A mágica do trabalho tudo consegue. Logo vai perceber.
Pedrinho observou seu avô juntando as folhas e percebeu que, se não fosse por ele, varrendo o chão, o quintal ainda estaria cheio de poeira e folhas.
- O pensamento é metade da mágica, meu neto. Visualize o que você deseja que aconteça e em seguida ponha em prática! Você vai ver que logo vai conseguir o que quer.
Pedrinho voltou para seus cadernos mais determinado. Fechou os olhos e repetiu as palavras que o avô ensinou: "Pela minha vontade e determinação, vou realizar meu desejo. Quero a lição de casa pronta, penso e logo vejo!"
Pedrinho terminou a lição de casa mais rápido do que imaginava. Mesmo depois de muitos anos, sempre que precisava enfrentar uma tarefa muito grande, se lembrava do “feitiço” que o avô ensinou:
“Pela minha vontade e determinação, vou realizar meu desejo. Eu vou conseguir, penso e logo vejo!”
O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2022
VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO!
Geraldo Campetti
Vós sois a luz do mundo; deixai brilhar a vossa luz! – Essa impactante declaração de Jesus, feita no Sermão da Montanha e registrada por Mateus, 5:14-16), nos convida a uma profunda reflexão sobre o nosso papel como seres humanos e nossa capacidade de iluminar o mundo que nos rodeia. A metáfora da luz, ao longo da história, evoluiu desde as humildes lamparinas da época de Jesus até os sofisticados recursos de iluminação dos dias atuais.
No contexto do Sermão da Montanha, Jesus estava ensinando a ética e o comportamento adequado aos seus seguidores. Ele os exortou a serem modelos de virtude e retidão, a serem como faróis brilhantes em um mundo frequentemente imerso na escuridão da ignorância e do egoísmo. Aqui, a luz simboliza a sabedoria, a verdade e a compaixão que devemos incorporar em nossas vidas e compartilhar com os outros.
As modestas lamparinas da época de Jesus eram fontes essenciais de luz, desempenhando um papel fundamental na iluminação de lares e caminhos. Assim, somos chamados a ser como essas lamparinas, trazendo nossa luz interior para iluminar as vidas daqueles ao nosso redor. Nossas ações, palavras e comportamentos podem servir como guias para aqueles que se encontram perdidos nas trevas.
A metáfora da “candeia” também é relevante, representando o recipiente que continha o azeite que alimentava a chama. Em nossas vidas, a candeia simboliza nossos corações e mentes, onde a luz da bondade e da espiritualidade deve ser mantida acesa. Devemos cuidar diligentemente da nossa candeia, nutrindo-a com amor, compreensão e humildade, para que nossa luz possa brilhar intensamente.
O “velador” desempenha o papel de zelador da candeia, assegurando que a luz não se apague. Da mesma forma, devemos apoiar e encorajar os outros a manter suas luzes acesas. Isso requer
oferecer apoio emocional, orientação espiritual e solidariedade em tempos de adversidade.
O “azeite” é o combustível que sustenta a candeia e representa nossa conexão com o divino. Precisamos nutrir continuamente nossa espiritualidade e manter essa conexão sólida, pois é ela que mantém a chama da nossa luz interior. A oração, a meditação e a busca incessante pela verdade são meios de fortalecer nosso suprimento de azeite espiritual.
Dentro do contexto da visão espírita, conforme apresentada nas obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier, como as de Emmanuel e André Luiz, somos lembrados de nossa responsabilidade como espíritas-cristãos. Além de iluminar nossas próprias vidas, somos chamados a compartilhar os ensinamentos do Cristo e do Espiritismo com o mundo, servindo como faróis de esperança e amor em um mundo frequentemente tumultuado.
Neste período de transição planetária, à medida que a Terra avança das trevas para a luz, nosso papel se torna ainda mais crucial. É responsabilidade de cada um de nós contribuir para a implementação do Reino de Deus em nossos corações, buscando a transformação interior e agindo de maneira a promover a fraternidade, a justiça e a compaixão em nossa sociedade.
Tanto a ação individual quanto a colaboração institucional são essenciais nesse processo. As instituições espíritas desempenham um papel vital na disseminação dos ensinamentos espirituais e na promoção da caridade e do serviço desinteressado. Juntos, como indivíduos e instituições, podemos acelerar a transição para uma era de maior luz espiritual na Terra.
No entanto, é fundamental manter uma visão otimista de nossa jornada evolutiva. Apesar dos desafios que possamos enfrentar, estamos em constante progresso em direção a Deus, nosso Pai de Amor e Bondade. À medida que deixamos nossa luz brilhar, iluminamos não apenas o mundo ao nosso redor, mas também nosso próprio caminho de volta à fonte de toda luz e amor. Portanto, lembremos sempre das palavras de Jesus: “Vós sois a luz do mundo; deixai brilhar a vossa luz!”
Editorial
FEB
COMO VIVER EM PAZ?
José Lucas
Quando parecia que a Humanidade avançava na civilização, eis que retrocedeu 100 anos, voltando à barbárie de outrora, que tantas guerras gerou desde então. A Terra, que tem vivido em guerra permanente, vê-se agora envolvida no recrudescer do terrorismo de Estado (Rússia e outros…), do terrorismo organizado (Wagner, Hamas, outros…). Todos proclamam que é preciso fazer a paz! Como viver em paz?
Vivemos ainda sob o jugo do pensamento tribal (quem não pensa como eu é meu inimigo), com organizações sectárias, como os clubes de futebol, partidos políticos, religiões, organizações que separam em vez de criarem pontes de entendimento, onde estamos sempre uns contra os outros ou, pelo menos, em oposição uns aos outros.
O Espiritismo, como filosofia de vida, é um grande contributo para a paz, esclarecendo o Homem quem ele é, de onde vem, para onde vai, qual a causa das dissemelhanças sociais. Assente nos factos, nas leis da Natureza, demonstra ao Homem a sua imortalidade, que a vida continua noutro plano existencial (o mundo espiritual), que colhemos o que semeamos (serenidade, paz ou desarmonia, sofrimento) dentro da Lei de Causa e Efeito. Assim sendo, entendendo o porquê da vida, o modus operandi do Homem na Sociedade mudará, catapultando-o para uma paz duradoura que começa dentro de si, no seu íntimo, contagiando positivamente, pelo exemplo, os que o rodeiam, e assim sucessivamente, até que todo o mundo entre nessa opção muito mais feliz para todos.
O Espiritismo (Doutrina Espírita ou Doutrina dos Espíritos) não é mais uma religião ou seita, mas uma filosofia de vida, espiritualista, assente nos factos.
Apareceu em 18 de Abril de 1857, com o lançamento da monumental obra “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, tendo como princípios básicos Deus, imortalidade da alma, comunicabilidade dos Espíritos, reencarnação e pluralidade dos mundos habitados. Defende que “Fora da caridade não há salvação”, isto é, somente quando formos solidários, incondicionalmente, fazendo o Bem pelo Bem, evoluiremos espiritualmente, deixando as amarras das imperfeições morais. Os Espíritos superiores referem que a Sociedade ainda não é evoluída, apenas esclarecida, pois só será evoluída quando a guerra, a fome, as misérias morais e materiais forem banidas da Terra. Apontam a mensagem de Jesus de Nazaré, como a moral (cósmica) a ser seguida por todos, para que todos vivam em paz (nada tendo a ver com religiões, criadas pelo Homem) e, assim, evoluam espiritualmente. É a assumpção do “fazer ao próximo o que desejamos para nós”, apontando o egoísmo como a mãe de todos os vícios: o orgulho, a vaidade, o ódio, a vingança, entre outros estados de alma que, são a base da nossa infelicidade.
Como viver em paz?
A paz não se encontra à venda, em lojas, não vem de fora, dos outros.
De nada adianta querermos a paz e sentirmos aversão, intolerância, falta de entendimento, egoísmo, orgulho, ganância, prepotência.
O caminho para a paz não existe, “A paz é o caminho”, enfatizou Mohandas Gandhi, ensinando a não violência e, pugnando pela justiça e igualdade social.
As Experiências de Quase-Morte (EQM’s), as Experiências Fora do Corpo (EFC’s), as Visões no Leito de Morte (VLM’s), os Casos Sugestivos de Reencarnação (CSR’s), as comunicações mediúnicas (TCM) e a comunicação espiritual através de aparelhos electrónicos (TCI) são os novos paradigmas existenciais, que comprovam à saciedade que somos Espíritos imortais, temporariamente numa existência física, em busca de um devir mais feliz, pacífico e, evoluído intelectual e moralmente.
Falta-nos fazer a paz dentro de nós, para que ela saia de nós e, pacifique os demais.
“Amai-vos uns aos outros” (Jesus de Nazaré) e “A paz é o caminho” (Gandhi) são os convites que permanecem para que a Humanidade seja… evoluída e, não apenas esclarecida.
Bibliografia: - Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo
- Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos
Consolador
2023
FÉ INOPERANTE
“Assim também a fé., se não tiver as obras, é morta em si mesma.” (Tiago,2:17)
A fé inoperante é problema credor da melhor atenção, em todos os tempos, a fim de que os discípulos do Evangelho compreendam, com clareza, que o ideal mais nobre, sem trabalho que o materialize, a benefício de todos, será sempre uma soberba paisagem improdutiva.
Que diremos de um motor precioso do qual ninguém se utiliza? De uma fonte que não se movimente para fertilizar o campo? De uma luz que não se irradie?
Confiaremos com segurança em determinada semente, todavia, se não a plantamos, em que redundará nossa expectativa, senão em simples inutilidade?
Sustentaremos absoluta esperança nas obras que a tora de madeira nos fornecerá, mas se não nos dispomos a usar o serrote e a plaina, certo a matéria-prima repousará, indefinidamente, a caminho da desintegração.
A crença religiosa é o meio.
O apostolado é o fim.
A celeste confiança ilumina a inteligência para que a ação benéfica se estenda, improvisando, por toda parte, bênçãos de paz e alegria, engrandecimento e sublimação.
Quem puder receber uma gota de revelação espiritual, no imo do ser, demonstrando o amadurecimento preciso para a vida superior, procure, de imediato, o posto de serviço que lhe compete, em favor do progresso comum.
A fé, na essência, é aquele embrião de mostarda do ensinamento de Jesus que, em pleno crescimento, através da elevação pelo trabalho incessante, se converte no Reino Divino, onde a alma do crente passa a viver.
Guardar, pois, o êxtase religioso no coração! Sem qualquer atividade nas obras de desenvolvimento da sabedoria e do amor, consubstanciados no serviço da caridade e da educação, será conservar na terra viva do sentimento um ídolo morto, sepultado entre as flores inúteis das promessas brilhantes.
Fonte Viva
Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo Espírito Emmanuel
SE NÃO FOSSE ASSIM...COMO SERIA?
De: Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho
Pelo Carlos Antônio
Editora: PETIT
Nesta obra, o autor Antônio Carlos organizou relatos de desencarnados que lamentam o "se" de atos equivocados. São histórias de atitudes que tiveram consequências e que, após o retorno, aqueles que as cometeram lastimaram e pensaram: "E 'se' tivesse sido diferente?". E não conseguem a resposta para "Como seria?". Muitos pensam: "E 'se' não tivesse casado?"; "E 'se' tivesse estudado?"; "E 'se' tivesse ido morar em outro lugar?" etc. Neste livro, não estão narrativas assim, são relatos diferentes, como o de Joana, que fez uma escolha para proteger o filho; Ivonete, que permitiu corrupção; Benedito, que trocou bebês recém-nascidos; Jonas, que não teve coragem de assumir que acreditava na reencarnação. Vocês, leitores, com certeza gostarão muito de ler essas histórias de vida e, por essas leituras, se sentirão incentivados a fazer escolhas certas com sabedoria e amor, para não terem o "se" para incomodar e, assim agindo, fazerem parte, um dia, da turma do "ainda bem".
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