"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XIX - N. 216 * Campo Grande/MS * Janeiro de 2024.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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           Por mais que queira protelar o seu compromisso de servir, lembre-se que cada dia que passa é tempo perdido e não há como compensar.

 

 

                       

JÁ COMEÇOU O
"FELIZ ANO NOVO"

 

            FELIZ? Já estamos no tal do "Ano Novo"? Sim!? Para muitos, teve até reveillon na praia! Sinônimo de "festa da virada", a palavra "reveillon" é derivada do verbo francês “réveiller”, que significa “acordar”. Veja que simbologia interessante! Um novo "despertar"! Renascer! Recomeçar! Entretanto, para despertar e recomeçar de verdade, não bastam fogos de artifício, festas e música alta. Como é que diz aquela (uma das mais tocadas): "Adeus ano velho, Feliz Ano Novo"...
            DIFERENTE? "Ano Novo, vida nova", muitos dizem! E brindamos! E comemoramos! "Daqui pra frente, tudo vai ser diferente"? Nada contra os fogos, as músicas, as festas, os brindes, abraços e votos de felicitações. No entanto, nós sabemos: não há nada de diferente no próximo ano. Os dias que virão serão absolutamente iguais aos dias que passaram: o sol nasce do mesmo jeito, com as mesmas 24 horas. O calendário é o gregoriano, herança dos romanos. Vamos refletir?
            EM FRENTE? O tal do "Ano Novo" foi estabelecido no dia 1º de janeiro, em homenagem a "Jano, deus dos portões". Jano é representado por duas faces, uma virada para frente, outra para trás. Muito simbólico! Olhar para frente, com esperança para o ano que está por vir! Mas, também, olhar para o ano que já passou, com gratidão! E buscar, pela experiência vivida, a sabedoria da "semeadura" que deve ser feita agora para "colher" o verdadeiro "ano novo" de que estamos falando.
            ESPECIAL? "Um ano que se inicia é sempre a promessa de renovação! Nasce como uma folha em branco, onde vamos escrever mais um capítulo de nossa história! Embora as datas representem, para alguns, simples manifestações de tempo, elas podem significar novo estágio em nosso processo de evolução. O início de um novo ciclo, um momento especial para virarmos mais uma página no livro de nossa caminhada, com novos propósitos e novas atitudes!" (Danilo Shilling)
            DIFÍCIL? "Se continuarmos com as mesmas atitudes, continuaremos alcançando os mesmos resultados", disse um sábio. “Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional”, disse outro. Frases para pregar na geladeira. Afinal, todos nós - sem exceção - temos algumas dificuldades na vida, em maior ou menor grau. E já reparou como saímos mais fortes e mais maduros após um desafio vencido, um obstáculo superado!?
            ESPERAR? Precisamos, portanto, urgentemente, sacudir a poeira dos ombros. Pare de esperar o "ano novo, vida nova"! Temos que acabar com essa cultura paternalista, de ficar como chorões, esperando tudo vir de graça e cair do céu, seja de Deus, seja do governo, seja de onde for. Precisamos parar já com o vitimismo e assumir as rédeas da nossa vida! E os chamados "problemas"? Nos trarão os aprendizados necessários e nos farão mais fortes.
            NOVO? Que tenhamos renovadas forças, redobrada coragem, ampliada lucidez e obstinada determinação para atuarmos de forma efetiva, começando pelas coisas mais simples, aquelas que podem ser mudadas dentro de nós e que estão bem ao alcance de nossas mãos! Pais, filhos, irmãos, estudantes, trabalhadores, busquemos agir e servir, como homens e mulheres de bem que podemos e devemos ser! E, somente desta forma, teu ano será novo! Paz e Luz!


Rodolpho Barreto Pereira
https://www.facebook.com/rodolphobpereira
2024

 

 

ALUNO DESATENTO

 

            Tantas vezes repetiram-se as mesmas lições, porque não lhes assimilou o conteúdo.
            Talvez porque se comportasse como o aluno que não presta atenção às explicações do professor, porque está interessado em outros objetivos ou tem outras motivações. Está presentemente assistindo a aula, sem estar na realidade, porque o seu pensamento está muito longe. Daí resulta o pouco aproveitamento e o aluno não vê a hora de terminar aquela aula que parece enfadonha.
            Mas aquela matéria era a que mais atendia aos seus interesses, mas ele literalmente não está interessado em aprender, porque está fixado noutro lugar  onde se sente em liberdade quanto àquelas inteligências afins.
            Naquele outro ambiente se apresenta todo prosa e aplicado, inclusive junto a esses companheiros não convencionais. Não resolvem as questões que mais contam na sua marcha evolutiva, mas é ali que se compraz.
            Daí viverem tantas existências sem proveito, porque se apresenta afirmando: não tenho cabeça para isso. Talvez não possa enfrentar essas provas que exige mais atenção, pelo menos por enquanto, Somente nesse lento vagar que aos poucos vai despertando de sua cegueira, mas ao mesmo tempo, será capaz de preparar esse aluno para a vida?
            Até mesmo desenvolver de sua vontade ativa, quando as dificuldades da vida se fizerem presente. Escolherá uma existência mais produtiva em que a disciplina seja fundamental. Mas será preciso esforço de tantos abnegados companheiros para que esse tutelado não caia mais uma vez.
             Por isso a existência nesse campo de provas há tantas contradições. Essa escola ainda centrada numa possibilidade de ser um centro e padrão espiritual para oferecer as almas, mas de outro lado, exigirá esforços concentrados desses alunos retardatários ou reprovados em outras instituições de ensino.
            Por isso são necessários mais voluntários para oferecer o essencial a esses alunos que estão ausentes da escola. Talvez no plano mais elementar, é claro, às vezes o verdadeiro sentido não está na escola, mas naquilo que se aprende ou se adapta a um grau de evolução.
            Porque existem escolas e escolas, mas essa será aquela que compreende a realidade evolutiva, é difícil? É claro que é, mas é o remédio amargo que pode debelar essa mal difícil de vencer e conquistar.
            O frio vem de acordo com o cobertor, é uma frase plena é uma lição oportuna. Áulus.

 

Luzes da Ribalta
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

A FELICIDADE

 

            O pão elimina a fome, mas o homem em seus anseios de felicidade necessita o contentamento da alma, porque acima de tudo, é um ser espiritual na sua essência. E muitas vezes se lança desesperadamente atrás dessa felicidade e nunca chega encontrá-la, quando consegue atingir um objetivo que seria a sua maior glória, ela se afasta para mais distante. Num momento reúne as forças e corre mais e com muito esforço chega até esse outro ponto, mas ali não está mais.
            É notório que se observa esse mesmo anseio entre tantas criaturas de todas as idades e condições sociais - esse sonho de ser feliz -, mas o que acontece? A maioria absoluta das vezes é que essas pessoas a buscam no mundo das formas, ou da matéria. Quando satisfaz um desejo outro já está à frente desafiando a prosseguir. Pensa.  Quem sabe poderá fruir um pouco mais? Cada época determina uma conquista, mas o espírito é sempre o mesmo em busca da felicidade.
            Alguém já falou que “a felicidade não é deste mundo”, talvez pense que é pessimismo demais, mas não é. Às vezes se procura esta tal felicidade onde ela não está logo não a encontrará, porque a felicidade em definitivo se encontra no domínio do Espírito e  se cristaliza na paz de consciência, pois que neste mundo todos os valores são fugidios.
            Todavia se procurasse as suaves alegrias da alma que consiste em fazer o bem em larga escala e evitar o mal. Com isso compreenderia o verdadeiro sentido da vida e concluiria que poderia ser feliz em qualquer parte, debaixo de uma árvore ou num palácio, no campo ou na cidade, na Terra ou no Céu. Porque este sentimento viverá no seu coração independente de qualquer condição, porque a sua reta consciência, já determinou essa paz interior.
            Nesse patamar os barulhos do mundo não perturbarão mais a sua paz, porque necessitará tão pouco, mesmo os bens para o corpo, e não serão bastante para tirar os seus momentos de paz e introspecção intima. Por certo, nesse momento desfrutará da tão sonhada felicidade e não necessitará de valores do mundo para ser feliz, porém o seu maior tesouro carregará no cofre do coração, assim que será feliz em qualquer parte.
            Nesse estágio superior da existência muito pouco necessitará para viver, não almejará o que é dos outros e nem só para si reterá valores que em absoluto não detém a posse real. Muito consciente agradecerá a oportunidade de viver neste planeta abençoado, porque vive um momento de intensa alegria interior e sua maior felicidade consiste em ver os outros também felizes.
            Especialmente porque concluiu que a felicidade que buscava estava na mão do próximo que tivera a oportunidade de auxiliar, porque ela flui da consciência plena como a água da fonte. Além de tudo em Jesus se encontram todas as verdades, talvez porque ainda não tivesse compreendido que a felicidade é um perfume que pode passar aos outros.
            Porém nessa altura, talvez ela não consista tanto em ter ou alcançar, mas, em doar algo de si mesmo, estendendo as mãos aos necessitados de carinho e afeto, compartilhando das benesses que alcançou no mundo, sorrindo para vida num gesto de gratidão, por isso abraça a todos com muito amor. Mas também cria um espaço feliz para os que estão ao seu redor e encoraja outras pessoas boas e generosas a amar sempre.
            Por fim: “Quanto à felicidade, cremos que ela nasce da paz da consciência tranquila pelo dever cumprido e cresce no íntimo de cada pessoa, à medida que a pessoa procura fazer a felicidade dos outros, sem pedir a felicidade para si própria”. Áulus/Otacir Amaral Nunes

 

Não Espere Demais
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

A BÍBLIA: INFORMAÇÕES BÁSICAS

 

            Livros canônicos da Bíblia. “Tanto os judeus quanto os cristãos têm cânones das Escrituras. O cânon judaico consiste em trinta e nove livros; o cânon cristão de sessenta e seis livros para os protestantes e oitenta para os católicos (cujo cânon inclui os apócrifos que a maioria considera deutero-canônica).”
            » Cânon da Bíblia hebraica ou da Torah. “[...] fixado pelos judeus da Palestina por volta da era cristã, é conservado pelos judeus modernos e, para o Antigo Testamento, pelos evangélicos. Eles aceitam só os livros hebraicos, excluindo os livros escritos em grego e os suplementos gregos de Ester e Daniel.
            A Bíblia hebraica está dividida em três partes, na seguinte ordem: I) LEI (Pentateuco) – que comporta 5 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. II. PROFETAS – que abrange 8 livros: Josué, Juízes, Samuel, Reis, Isaias, Jeremias, Ezequiel e os Doze profetas (Oseias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias).  III. ESCRITOS ou HAGIÓGRAFOS que englobam 11 livros: Salmos, Jó, Provérbios, Rute, Cântico dos Cânticos, Eclesiastes, Lamentações, Ester, Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas.”
            Antes de Moisés não se conhece registros em livros, sendo que a lista mais antiga das escrituras, ainda existente, foi escrita aproximadamente em 170 d.C., redigida por um estudioso cristão de nome Melito Sardes,11 que, em viagem pela Palestina, redigiu a ordem e o número dos livros da Bíblia hebraica.
            Cânon da Bíblia Cristã. Está organizado em duas grandes divisões: Antigo ou Velho Testamento (AT/VT) e Novo Testamento (NT). É a nomenclatura utilizada desde o final do século II d.C., assim utilizada para distinguir as Escrituras judaicas e as cristãs. O AT foi originalmente escrito em hebraico antigo, conhecido como dialeto aramaico. O NT foi escrito  em grego. “Algumas poucas autoridades opinam que os Evangelhos sinópticos tinham um texto original em aramaico, mas tal ideia é rejeitada pela vasta maioria dos especialistas. Naturalmente, há até mesmo expressões hebreu-aramaicas (hebraísmos), incluídas no texto do Novo Testamento [...].”
            Quanto aos quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) é importante destacar que os três primeiros são denominados sinóticos (ou sinópticos) porque “[...] têm muitas semelhanças. João foi escrito de um ponto de vista diferente.” Atualmente, a Bíblia protestante segue a ordem da Vulgata latina e o conteúdo da Bíblia hebraica.
            » Antigo Testamento. Contém 4 partes, assim especificadas:
            1) PENTATEUCO (5 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). 2) LIVROS HISTÓRICOS (16 livros: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, 1 e 2 Macabeus). 3) LIVROS POÉTICOS E SAPIENCIAIS (7 livros: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico).  4) LIVROS PROFÉTICOS (18 livros: Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel e os doze profetas: Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias).

            Novo Testamento. Possui 27 livros inseridos em oito subdivisões:
            1) Evangelho segundo São Mateus;  2) Evangelho segundo São Marcos; 3) Evangelho segundo São Lucas; 4) Evangelho segundo São João. 5) Atos dos apóstolos; 6) 14 Epístolas de Paulo; 7) 7 Epístolas universais (uma de Tiago, duas de Pedro, três de João, uma de Judas Tadeu); 8) Apocalipse de João.384 » Cânon da Bíblia grega ou Bíblia dos setenta (LXX). Foi escritura destinada aos judeus da dispersão, ou seja, judeus que viviam no passado em terras estrangeiras, em geral por cativeiro. Essa Bíblia é semelhante à Bíblia cristã e engloba, numa ordem que varia segundo os manuscritos e as edições:
           

            1) LEGISLAÇAO E HISTÓRIA
(Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 4 Livros dos Reinos (I e II Samuel; III e IV Reis), Paralipômenos I e II (Crônicas, Esdras, Esdras-Neemias, Ester, Judite, Tobias, Macabeus, I e II).
            2) POETAS E PROFETAS (Salmos, Provérbios de Salomão, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Jó, Livro da Sabedoria (Eclesiástico e Salmos de Salomão), os Doze profetas menores; Isaias, Jeremias, Baruc, Lamentações, Carta de Jeremias, Ezequiel, Susana, Daniel, Bel e o Dragão.

 

Livro Evangelho Redivivo
FEB

 

 

PSICOGRAFIA

 

            RECOMEÇAR

            Recomeçar... Eis o dever.
            Recomeçar com maiores dificuldades.
            Recomeçar treinando a humildade.
            Recomeçar agradecendo sempre a Deus pelos talentos concedidos e nem sempre zelados por nós que muitas vezes desprezamos, ironizamos, debochamos; pura ignorância, infantilidade.
            Deverei recomeçar, ainda não sei se mereço voltar com a mediunidade que não soube valorizar. Foi tudo muito fácil e não respeitei o mandato, me deixei influenciar pela vaidade, tolice que murcha qualquer flor nascente.
            Deverei cultivar esta flor que a tola vaidade desviou do caminho, verdadeiro caminho que jorra luz na medida em que servimos, doamos sem interesse algum.
            Oportunidade impar de desenvolver a humildade, o amor , a misericórdia.  A mediunidade é poderosa oportunidade de educar-se e fazer a luz da caridade brilhar intimamente.
            Tola vaidade; vaidade do que? Tudo Deus nos empresta para favorecer o crescimento, o progresso, a ordem, as virtudes.
            Hoje tento refletir com profundidade na oportunidade, quanto remorso, tempo esgotado e tarefa não realizada como deveria ser.  Confesso como gostaria de voltar atrás e fazer tudo diferente; ser aplicado, responsável, leal, fervoroso e grato.
            Nesta casa singela a dor do remorso fica ainda mais acentuada, porque não fiz o que deveria ter feito com simplicidade e ardor?
            Talvez esta flor deixará de perfumar e de vez fenecer, murchar no jardim do meu coração e só espinheiros aumentar para doer em ver a hora que passou sem compromisso, lembrar que tarefa mal feita é fuga do dever e por isso mais dor, mais dificuldades a enfrentar.
            Orem amigos por todos os médiuns, mas principalmente por mim relapso que fui enterrando o talento que me foi dado, como oportunidade de melhoramento íntimo.
            Simplicidade e humildade, temas para refletir diariamente.

 

Cesfa
Campo Grande/MS.

 

 

Espiritismo para Crianças
Marcela Prada
Tema: Amizade

 

UM GRANDE AMIGO

 

            Era uma vez um macaco chamado Bino. Ele era esperto e alegre. Adorava encontrar os outros bichos e sair para brincar e passear.
            Muitas vezes ele se divertia com os gambás ou com outros animais que subiam nas árvores, como ele. Bino se pendurava nos galhos com uma mão só ou até pelo rabo. Gostava de fazer acrobacias e se jogar de um galho para outro.
            Seus amigos admiravam muito a força e a agilidade dele. Bino agradecia quando era elogiado, mas quem ele admirava mesmo era o elefante Joco.
            Joco não era ágil e nem subia em árvores, mas era grande e forte. Ninguém se comparava a ele nisso. Bino ficava impressionado sempre que o via, mesmo que de longe.
            Certo dia Bino estava numa árvore comendo frutinhas e Joco chegou. Ele cumprimentou Bino, esticou sua longa tromba e começou a saborear as frutinhas também.
            Joco e Bino começaram a conversar e logo estavam rindo e se divertindo juntos. Joco era muito simpático e Bino estava contente. Nunca pensou que poderia tornar-se amigo de um animal tão grande e poderoso como Joco.
            Mas, de repente, Joco ficou diferente, quieto, com um olhar de preocupação. Bino notou, mas achou que era impressão sua. O que poderia preocupar Joco?
            Esperto com era, Bino logo descobriu. O vento tinha ficado mais forte e trazido nuvens escuras. Alguns raios começaram a riscar o céu. Joco tinha medo de tempestades e, embora tentasse, mal conseguia disfarçar.
            Não demorou muito e começou a chover forte. Os trovões deixavam Joco apavorado. Bino não esperava por isso. Não sabia o que fazer, mas queria ajudar seu novo amigo. Então, desceu da árvore e para descontrair disse:
            - Hora do banho!
            E começou a pular e fazer macaquices querendo distrair Joco.
            Mas não adiantou. Joco continuava assustado. Bino percebeu que ele estava até tremendo de medo.
            Bino, que já estava todo molhado, para não constranger Joco, fingiu que estava com frio e tremendo também.
            - Nossa, que chuva gelada, estou com muito frio. Posso ficar perto de você para me esquentar, Joco?
            O elefante fez que sim com a cabeça e o macaco encostou na perna dele.
            - Você também está com frio, não é Joco? Mas não se preocupe, isso é chuva de verão.             Veio forte, mas logo vai passar. Assim, juntos, não vamos sentir tanto frio.
            Joco sentiu-se muito melhor com a companhia e as palavras de Bino.
            O macaco ficou ao seu lado até a chuva acabar e ele se acalmar.
            Depois, mais tranquilo, o elefante conseguiu conversar e falar sobre o medo de tempestades que ele tinha. Ele também agradeceu pela ajuda de Bino.
            Bino ficou contente por ter podido ajudá-lo. E percebeu que, mesmo não tendo o tamanho de Joco, ele também podia ser grande, em suas atitudes. Na verdade, isso era o mais importante.
            Depois desse dia eles se encontraram e se divertiram juntos muitas outras vezes também. Algumas vezes Bino precisava da ajuda de Joco e outras vezes, principalmente quando ia chover, era a vez de Bino ajudar Joco.
            Isso era muito bom para os dois e fazia a vida deles mais feliz; afinal, cada um deles tinha um grande amigo.

 

O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2022

 

 

MOVIMENTO VOCÊ E A PAZ

 

Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista espírita

 

            Na terça-feira, 19 de dezembro, a partir das 17 horas, na Praça Municipal, nesta cidade, será realizada a 26ª edição do Movimento Você e a Paz.
            Este movimento foi iniciado por Divaldo Pereira Franco e amigos nessa mesma data, em 1998, quando Divaldo teve a ideia de proferir conferências sobre a paz, às vésperas de Natal, em colégios de Salvador.
            Logo depois ampliou o movimento, levando-o às praças públicas da cidade, a fim de permitir maior número de assistentes.
            A imprensa local amparou a ideia, contribuiu para a sua divulgação, e logo cidades no interior inscreveram-se para participar do palpitante evento.
            Divaldo convidou religiosos de diversos matizes para que participassem da atividade e logo sacerdotes, pastores, responsáveis pelos cultos de origem africana deram-se as mãos e prosseguiram no afã abençoado.
            Em face do êxito do empreendimento, Divaldo o expandiu a diversos países, tais como Portugal, Áustria, Colômbia, Estados Unidos, Paraguai, Inglaterra…
            O ser humano é um ser gregário, que não pode viver em isolamento, e necessita do seu próximo para o desenvolvimento ético-moral e o crescimento da sociedade. Ainda preso à belicosidade, facilmente se faz agressivo e investe contra tudo aquilo que o desagrada.
            Baseado no Evangelho de Jesus – embora o movimento não seja religioso, tampouco tenha caráter político ou de qualquer outra natureza, na qual segreguem outras pessoas –, tem por objetivo auxiliar todos a viverem fraternalmente unidos e em sadia solidariedade.
            Ampliando-se por diversos estados brasileiros, mereceu da Egrégia Câmara Municipal de Vereadores a distinção de ser criado o Dia da Paz em Salvador, que é a data do seu início: 19 de dezembro.
            A paz é fundamental para a felicidade humana. É bem possível que nestes dias tumultuosos não venhamos a desfrutar a paz geral na Terra, mas se conseguirmos a harmonia pessoal, familiar, estaremos contribuindo eficazmente para a união entre todos.
            Durante a Primeira Guerra Mundial, soldados franceses estavam na fronteira da Alemanha, enquanto os alemães se encontravam na linha da fronteira com a França. Era o Natal, e um dia antes, um soldado anunciou ao adversário que no dia seguinte não daria um tiro… E porque assim aconteceu, o inimigo igualmente não atirou, facultando que formassem dois times de futebol e celebrassem o nascimento de Jesus em irrestrita fraternidade.
            Foi um marco histórico que poderia repetir-se hoje nos pontos onde haja guerra.
            Jesus, que é o perfeito símbolo da paz, prometeu que sempre nos ofereceria a Sua mercê, e evocando o Seu nascimento, desejamos-lhe neste e nos futuros Natais paz e fraternidade!
            Esperamos você no Dia da Paz para juntos cantarmos bênçãos.

 

            Artigo originalmente publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 14 de dezembro de 2023.


Editorial
FEB

 

NELSON MANDELA E A LUTA CONTRA A DISCRIMINAÇÃO

 

Altamirando Carneiro

 

            Nelson Mandela foi o responsável, na África do Sul, pela união de negros e brancos, quando, não faz muito tempo, uns entravam por uma porta e outros pela outra, simplesmente porque uns tinham a pele clara e outros a pele escura.
            Nelson Rolihlahla Mandela (Mvezo, 18 de julho de 1918 – Joanesburgo, 5 de dezembro de 2013), Prêmio Nobel da Paz de 1993 (recebido em 2002), presidente da África do Sul de 27 de abril de 1994 a 16 de junho de 1999, preso em agosto de 1962 e libertado em 11 de fevereiro de 1990, principal líder do antiapartheid (apartheid, antigo regime de segregação racial da África do Sul), cumpriu bem sua missão.
            Ele foi não somente o libertador no seu país de uma raça altiva, dominada pelo branco opressor, mas também um exemplo de governante e um homem de uma grande responsabilidade social como líder e como cidadão. Alguns episódios aconteceram na África do Sul para que finalmente houvesse, com Mandela no comando, uma reflexão maior sobre o respeito humano, como quando em Clive o coração de um homem negro foi transplantado num homem branco, o que motivou considerações como: "se o coração de um negro pode pulsar no peito de um branco, por que ambos não podem gozar dos mesmos direitos políticos e sociais?”.
            O apartheid (separação) foi um regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994 pelos sucessivos governos do Partido Nacional na África do Sul, onde os direitos da grande maioria dos habitantes foram cerceados pelo governo formado pela maioria branca.
            A segregação racial na África do Sul teve início no período colonial e o apartheid foi introduzido como política oficial após as eleições gerais de 1948.
            Reformas no regime durante a década de 1980 não conseguiram conter a crescente oposição. Em 1990, o presidente Frederik Willen de Klerk iniciou negociações para acabar com o apartheid, que culminou com a realização de eleições multirraciais e democráticas em 1994, que foram vencidas pelo Congresso Nacional Africano, sob a liderança de Nelson Mandela.
            A África do Sul deu um exemplo para o mundo. E quando um negro, Barack Obama, assumiu a presidência dos Estados Unidos, um sinal foi dado: hora de mudar os conceitos, deixar de lado a altivez ilusória, o orgulho vil, o egoísmo destruidor, o preconceito que não leva a nada.
            Na memória de todos, a lembrança das palavras de Martin Luther King: "Eu tive um sonho. Sonhei que um dia este país viverá seu ideal tal qual redigido em sua declaração de independência: temos esta verdade por evidente, que todos os homens são criados iguais”.             Com apenas 25 anos, Luther King foi a pessoa mais jovem agraciada com o Prêmio Nobel da Paz.
            Os idealistas são destemidos. Como a costureira Rosa Parks, que foi presa e multada por ter-se recusado a ceder o lugar, num ônibus, a um branco. Por tudo isso, essa frase constou das mensagens de celulares, nos Estados Unidos: "Rosa Parks sentou para Martin Luther King caminhar. King caminhou para Obama correr. E Obama correu para que as próximas gerações possam voar”.
            A grande e poderosa nação não poderia suportar por muito tempo tanta demonstração de pobreza de espírito. E o movimento pela igualdade atinge o auge em 1964, com a Lei Federal dos Direitos Civis, que baniu a discriminação racial em todos os estabelecimentos públicos.
            Dentro desse espírito, décadas antes a Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu uma série de valores que devem ser respeitados: a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 10 de dezembro de 1948, que estabelece no seu Artigo I que todos os seres humanos nascem livres e iguais, em dignidade e direitos. São dotados de razão e de consciência e devem agir em suas relações com espírito de fraternidade.
Muito antes, em 26 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional da França aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. O Artigo 1º estabelece que os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum. O Artigo 4º diz que a liberdade consiste em fazer tudo que não prejudique o próximo: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Esses limites apenas podem ser determinados pela lei.
            Enfim, o mundo hoje compreende melhor que as diferenças entre as pessoas, muito menos a cor da pele, não pode ser empecilho para as ações do dia a dia, e muito menos podem impedir as demonstrações do sentimento.
            O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, registra no capítulo X, item II – Escravidão -, que “a lei humana que estabelece a escravidão é uma lei contra a Natureza, pois assemelha o homem ao bruto e o degrada moral e fisicamente”. E mais: (...) “Os homens têm considerado, há muito, certas raças humanas como animais domesticáveis, munidos de braços e de mãos, e se julgam no direito de vender os seus membros como bestas de carga. Consideram-se de sangue mais puro. Insensatos, que não enxergam além da matéria! Não é o sangue que deve ser mais ou menos puro, mas o Espírito”.
            Hoje é inadmissível que ainda se discrimine o semelhante pela cor da pele, ou por qualquer outro motivo. Isso ainda acontece, devido à inferioridade do homem. No mesmo capítulo, mesmo item, O Livro dos Espíritos diz: (...) “A escravidão é um abuso da força e desaparecerá com o progresso, como pouco a pouco desaparecerão todos os abusos”.

 

Consolador
2023

 

NA SENDA ESCABROSA

 

            “Nunca te deixarei, nem te desampararei.” Paulo (Hebreus, 13:5)

 

            A palavra do Senhor não se reporta somente à sustentação da vida física, na subida pedregosa da ascensão.
            Muito mais que de pão do corpo, necessitamos de pão do espírito.
            Se as células do campo fisiológico sofrem fome e reclamam a sopa comum, as necessidades e desejos, impulsos e emoções da alma provocam, por vezes, aflições desmedidas, exigindo mais ampla alimentação espiritual.
            Há momentos de profunda exaustão, em nossas reservas mais íntimas.
            As energias parecem esgotadas e as esperanças se retraem apáticas.
            Instala-se a sombra, dentro de nós, como se espessa noite nos envolvesse.
            E qual acontece à Natureza, sob o manto noturno, embora guardemos fontes de entendimento e flores de boa vontade, na vasta extensão do nosso país interior,
tudo permanece velado pelo nevoeiro de nossas inquietações.
            O Todo Misericordioso, contudo, ainda aí, não nos deixa completamente relegados à treva de nossas indecisões e desapontamentos. Assim como faz brilhar as estrelas fulgurantes no alto, desvelando os caminhos constelados do firmamento ao viajor perdido no mundo, acende, no céu de nossos ideais, convicções novas e aspirações mais elevadas, a fim de que nosso espírito não se perca na viagem para a vida superior.
            "Nunca te deixarei, nem te desampararei" – promete a Divina Bondade.
            Nem solidão, nem abandono.
            A Providência Celestial prossegue velando.
            Mantenhamos, pois, a confortadora certeza de que toda tempestade é seguida pela atmosfera tranquila e de que não existe noite sem alvorecer.

 

Fonte Viva
Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo Espírito Emmanuel

 

 

GLORIFICANDO O SANTO NOME

 

            O professor contou, em aula, que, no princípio da vida na Terra, quando os minerais, as plantas e os animais souberam que era necessário santificar o nome de Deus, houve da parte de quase todos um grande movimento de atenção.
            Certas pedras começaram a produzir diamantes e outras revelaram ouro e gemas preciosas.
            As árvores mais nobres começaram a dar frutos.
            O algodoeiro inventou alvos fios para a vestimenta do homem.
            A roseira cobriu-se de flores.
            A grama, como não conseguia crescer, alastrou-se pelo chão, enfeitando a Terra.
            A vaca passou a fornecer leite.
            A galinha, para a alegria de todos, começou a oferecer ovos.
            O carneiro iniciou a criação de lã. A abelha passou a fazer mel.
            E até o bicho-da-seda, que parece tão feio, para santificar o nome de Deus fabricou fios lindos, com os quais possuímos um dos mais valiosos tecidos que o mundo conhece.
            Nesse ponto da lição, como o instrutor fizera uma pausa, Pedrinho perguntou:
            - Professor, e que fazem os homens para isso?
            O orientador da escola pensou um pouco e respondeu:
            - Nem todos os homens aprendem rapidamente as lições da vida, mas aqueles que procuram a verdade sabem que a nossa inteligência deve glorificar a Eterna Sabedoria, cultivando o bem e fugindo ao mal. As pessoas que se consagram às tarefas da fraternidade, compreendendo os semelhantes e auxiliando a todos, são as almas acordadas para a luz e que louvam realmente o nome de nosso Pai Celeste.
            E, concluindo, afirmou:
            - O Senhor deseja a felicidade de todos e, por isso, todos aqueles que colaboram pelo bem-estar dos outros são os que santificam na Terra a sua Divina Bondade.

 

Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei

 

 

MEDITAÇÕES DIÁRIAS

 

            De: Chico Xavier
            Pelo Emmanuel
            Editora: Ide

 

            Emmanuel foi o dedicado Guia Espiritual de Chico Xavier e Supervisor de sua obra mediúnica, que deu origem a mais de 400 livros, desdobrando a Codificação realizada por Allan Kardec. Do seu passado espiritual, sabemos que nos últimos vinte séculos, ele reencarnou várias vezes. Assim, o conhecido romance “Há 2.000 anos...” apresenta-nos a sua existência na figura do senador Públio Lentulus, autor da célebre carta endereçada ao Imperador romano, onde fez o retrato físico e moral de Jesus. E este livro encerra uma coletânea de suas melhores mensagens, sempre em parceria com o grande médium Chico Xavier, proporcionando, ao prezado leitor, momentos de reflexão para uma vida mais feliz dentro dos preceitos do Cristianismo Redivivo.

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado nº 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.