AMOR E SOLIDARIEDADE
Nosso querido país passa por um triste momento inusitado, no seu grande Estado do Rio Grande do Sul, dramático, destruidor, cavernoso, avassalador, deprimente, fatalista, catastrófico, doloroso e tantos outros adjetivos que possam classificar esse momento como o maior desastre ecológico climático que já ocorreu por essas bandas.
Mas o povo brasileiro, que recebeu de Deus esta maravilha de país, recebeu também a união e a irmandade, que nessas horas aflitivas responde com muito amor aos irmãos do Sul, mobilizando toda essa imensa nação em favor do grande sofrimento da parte afetada desse povo, demonstrando que a solidariedade, virtude glamorosa, vinda do Criador, está presente e cada vez mais forte. Seguem abaixo alguns relatos sobre a nobreza dessa virtude.
Foi publicado na Revista Espírita de 1867 um artigo assinado por um Espírito dizendo que tudo vive e respira na natureza, mas só o homem sente e se sente. O homem é aquele filho de Deus que é um ser coletivo, gregário, solidário e que procura, em vão, a felicidade em si mesmo e no que o cerca, porém só vai encontrá-la no próprio homem, ou seja, na humanidade, ao fazer a felicidade do outro.
Os dicionários dizem que solidariedade é um ato de bondade com o próximo, um sentimento de amor ou compaixão, uma união de simpatia; um sentimento que nasce do mais puro amor fraterno, segundo Marlene Nobre.
Já o grande filósofo espírita Léon Denis vai mais longe e assevera que as forças do Universo são solidárias, repercutem, vibram unissonamente e todos os fatos são regulados por uma lei; cada efeito se prende a uma causa, e cada causa engendra um efeito que lhe é idêntico. Daí resulta que o homem é seu próprio juiz, porque segundo o uso ou o abuso de sua liberdade, torna-se feliz ou desditoso.
Emmanuel lembra a fala de Paulo de Tarso aos Romanos ao dizer: ” Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. ” e considera que ajudar os que se encontram em provações maiores que as nossas é caridade sublime; coisa que deve ser feita sem o ar de superioridade, caso contrário seria como falar de um problema estando fora dele.
Argumenta também o bondoso benfeitor que é mais fácil chorarmos com os choram, que nos alegramos com a alegria dos outros, sem o sentimento de inveja.
O ilustre Espírito Shaolin conta-nos uma fala de Jesus Cristo, nosso Senhor, no livro” Ave Luz” afirmando que a solidariedade é princípio divino no coração humano. Ela é uma argamassa de natureza superior que somente se ajusta em pilares da mesma formação. Quem ajuda por caridade é o homem que o futuro espera, é a alma querendo se tornar anjo para que o mal fique só na história do mundo.
Crispim
Referências bibliográficas:
- Revista Espírita 1867. Allan Kardec.
- Palavras de Vida Eterna. Chico Xavier/Emmanuel.
SEMPRE PODE SOCORRER ALGUÉM
Não recuse o pequeno auxilio aquele pedinte que bate a sua porta, rogando um pedaço de pão. Seja forte e reparta o seu pão em dois pedaços e ofereça-lhe de coração e Deus vendo a naturalidade de seu gesto em socorrer o próximo, em secreto espalhará um rio de bênçãos sobre a sua casa.
Não alegue cansaço nem falta de recursos para não amparar alguém que está caído à beira do caminho, porque sempre há uma reserva extra para dar a sua contribuição aquele que se encontra em crise de sofrimento.
Não justifique a sua ausência nas fileiras do bem, afirmando que é tão pobre e não tem nada a oferecer, pois sequer tem o necessário, mas a verdade que tem tempo e pode auxiliar alguém.
Não se diga sem valor e não possa estender a mão a alguém que naquele momento está passando por provações, pois somente necessita de migalhas para atravessar aquele trecho difícil de sua vida.
Se porventura fora ofendido com gravidade em sua dignidade pessoal, não leve a sério a rudeza dessa criatura infeliz, mas perdoa sem condição. Na realidade cada um só dá do que tem. Por conta disso, reconheça nele um enfermo que necessita mais de remédio do que de corrigenda, porque com esse gesto abre uma porta para que naquele dia de sua maior fraqueza possa ser perdoado também.
Por certo presenciou muitos dramas no mundo e já sabe o que é sofrer, também já passou por dia sem luz e sem esperança, mas sempre alguém acendeu uma luz no seu caminho. Não duvide nunca que seja por conta de alguém que amparou um dia e até nem se lembra mais, mas quem recebeu o beneficio nunca esqueceu e quem sabe até mesmo se valeu de outras mãos para deixar clara a sua gratidão.
Por isso nunca se canse de fazer o bem ao próximo, na realidade será a sua maior conquista, porque o Pai que vê o que se passa em secreto e o recompensará. De outra forma anotar-lhe-á o gesto nobre e levará em conta, porque o bem que haja feito em favor do próximo é a si mesmo que o faz. Assim a lei de Deus sempre favorece mais aquele que tem praticado a caridade pela caridade. Áulus.
Não Espere Demais
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
MENSAGEM DE ESPERANÇA
Não se pode negar que esta vida tem sido muito difícil. Parece que à medida que consegue desvencilhar-se de um problema, já está surgindo outro. Mas apesar de tudo tem mantido o bom ânimo.
Às vezes é necessário até surgir os problemas para que se aprenda a conviver com situações adversas, porque se for lembrar-se de sua infância, já havia problema. Pois que muito cedo ficara órfão de mãe, criara-se com o seu pai, embora fosse um homem de bem, não tinha muito tempo, sequer para ouvi-lo.
Raramente conversava com ele sobre sua vida pessoal, mesmo sobre alguma dúvida não tinha a quem recorrer, aprendendo muitas vezes com os erros que cometia, mas na verdade, não fundo mesmo não foi um mal, mas a experiência no trabalho do dia-a-dia que formou o seu caráter e ensinou a agir de maneira mais racional, Aprendeu como se fala na linguagem popular, na escola da vida e hoje pode compreender muitas coisas, inclusive as dificuldades dos outros, e principalmente estender a mão quando possível a alguém mais necessitado. Em verdade é um avanço, porque outras pessoas levaram tanto tempo para entender as coisas mais elementares? Mas nessa dura luta é pode edificar dentro de si algum valor de ordem moral e foi acumulando em experiências bem vividas.
A verdade que devido a esses problemas ficara adulto mais rápido, especialmente no tocante entender certos pormenores da vida.
Em diversas experiências vividas, foi aprendendo o que realmente interessava na vida, tantas ilusões caíram logo, já aprendeu a conviver com os problemas seus e dos outros, sem se afligir tanto, como já falou alguém: “as facilidades nunca ensinaram nada a ninguém”.
Agora compreende rapidamente e não deplora as dificuldades porque passa e entende o seu sentido pedagógico que elas apresentam. Às vezes as decisões mais importantes é que se aprende nesses dias mais escuros, especialmente porque se começa a valorizar a luz do sol.
Também se compreende o quanto são importantes as amizades, mas especialmente ter ajudado alguém antes, de haver amado sem esperar será amado. Naquele momento mais difícil de sua caminha sempre descobre alguém que lhe estende a mão, vai aos poucos compreendendo o valor da solidariedade.
Mas depois que conheceu a mensagem de Jesus e que julgou tão clara e consoladora, parece que a própria vida começou a girar noutra dinâmica. Aquele gesto de solidariedade que fazia espontaneamente para favorecer ao próximo, porque já sabia o que era sofrer, agora o fazia com todas as forças de seu coração.
Sentia um enorme prazer em estender a mão a quem sofre e a proposta apresentada pela Doutrina Espírita era algo que julgava sublime – fora da caridade não há salvação -. Era algo que o seduzia, porque era capaz de reconhecer que sob essa bandeira todas as pessoas poderiam se abrigar, independente de religião, credo político...
Porque se não fizesse nada bom e útil a ninguém, o que podia esperar quando os problemas surgissem, mas agora já estava noutro patamar de entendimento sentia uma enorme alegria quando consegue auxiliar alguém, mesmo que fosse com migalhas, porque às vezes as pequenas coisas fazem muito falta.
Hoje quando para um pouco para refletir, liberta-se de tanta dificuldade na vida porque aprendeu tantas coisas maravilhosas como se estivesse se preparando para viver a boa experiência de hoje e sente a vibração de alegria quando consegue ajudar alguém mais pobre que ele.
Fica imensamente feliz com a oportunidade de haver renascido neste mundo abençoado e acima de tudo, cumprir um programa de aprendizado com muita lute e que lhe dá muita certeza num mundo cada vez melhor. Embora tudo dependa de \Deus, a felicidade cada um a constrói para si mesmo, valendo-se das lições mais extraordinárias do mundo que já conheceu: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” uma lição sublime. Áulus.
Luzes da Ribalta
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
ESPÍRITO
Em O livro dos espíritos, questão 459, consta a informação de que os Espíritos influem em nossos pensamentos, em nossos atos “muito mais do que imaginais, pois frequentemente são eles que vos dirigem”.36
Resulta daí a importância de se compreender adequadamente o assunto, sabendo quem são os Espíritos, como agem e como estabelecer com eles uma relação elevada.
Na questão 27 da mesma obra,37 Allan Kardec anota que a Criação divina abrange a existência de dois elementos gerais no universo: espírito e matéria. Assim, Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Importa considerar que a individualidade denominada Espírito representa a humanização do princípio inteligente que, na Codificação Espírita, recebe o nome de espírito.
Já a matéria, nas inúmeras formas existentes no plano físico e no espiritual, tem origem no elemento primordial denominado Fluido Universal — também conhecido como fluido primitivo ou elementar e, ainda, matéria cósmica primitiva, termo esse adotado em A gênese.38
Em síntese, espírito é o mesmo que “princípio inteligente do universo”, 39 que deu origem ao ser humano (ou Espírito), porque a inteligência é o seu atributo essencial, enquanto o princípio material, presente no fluido universal, é o elemento formador de todos os tipos de matéria encontrados no universo.
ESPÍRITO
O Espírito é a individualidade que, na forma de princípio inteligente, passou por um longo processo evolutivo nos reinos inferiores da natureza, em ambos os planos de vida, até atingir a condição humana, dotada de razão e livre-arbítrio. Assim, conforme consta em O livro dos espíritos, “os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material.” 40
Os Espíritos são seres humanos criados por Deus para habitarem o plano espiritual, denominado mundo normal primitivo, “o mundo dos Espíritos, ou das inteligências incorpóreas”.41 Contudo, a encarnação e as reencarnações sucessivas lhes são impostas como medida de progresso.
Allan Kardec registra, então: “Deus lhes impõe a encarnação para chegar à perfeição. [...] Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corpórea [...]”42 (grifo no original).
Os Espíritos, independentemente do plano onde vivem, possuem um veículo de manifestação denominado perispírito. Dissertando sobre esse elemento, observa Kardec: “[...] o princípio intermediário, ou perispírito, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo.”43 Retirado do meio ambiente onde vive o Espírito, o corpo perispiritual tem origem no fluido universal e serve de molde à elaboração do corpo físico.
Segundo a Codificação, o Espírito é um ser imortal, isto é, a sua existência não tem fim. Comentando a resposta à questão 92-a de O livro dos espíritos, o Codificador esclarece: “Cada Espírito é uma unidade indivisível, mas cada um pode expandir seu pensamento em diversas direções, sem por isso se dividir [...].”44 Tem-se na questão 82, da obra citada, que o Espírito é de natureza incorpórea45; e na resposta à pergunta 91, do livro em estudo, afirmam os orientadores espirituais que a matéria não lhes oferece obstáculos, daí o Espírito, propriamente dito, penetrar tudo: “[...] ar, água, terra e fogo.”46
Os Espíritos não se acham no mesmo plano evolutivo.
Seu número é ilimitado, porque não há entre essas ordens uma linha de demarcação traçada como uma barreira, de modo que se podem multiplicar ou restringir as divisões à vontade. No entanto, considerando as características gerais dos Espíritos, pode-se reduzi-las a três ordens principais.47
Os Espíritos que se situam na primeira ordem são os que atingiram a perfeição; na segunda, são os que têm como preocupação o desejo do bem; e os Espíritos da terceira ordem são os imperfeitos, caracterizados pela ignorância, desejo do mal e das paixões más.48
Referência:
36 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos, p. 230, 2013.
37 Id. Ibid, p. 61-62.
38 Id. A gênese. Cap.VI, it. 1, p. 89, 2013.
39 Id. O livro dos espíritos. Q. 23, p. 60, 2013.
40 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Q. 79, p. 84, 2013.
41 Id. Ibid., q. 84, p. 85.
42 Id. Ibid., q. 132, p. 103.
43 Id. Ibid., q. 135, p. 105, 2013.
44 Id. Ibid., q. 92-a, p. 87.
45 Id. Ibid., q. 82, p. 84.
46 Id. Ibid., q. 91, p.86.
47 Id. Ibid., q. 97, p. 88.
48 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Q. 100, p. 90.
Livro Mediunidade Estudo e Prática
FEB
PSICOGRAFIA
CONTRARIA-TE
Aprendam a contrariar-te!
Renunciando, nós aprendemos a amar.
Tema proposto na lição da noite: “Sede perfeitos como nosso Pai celestial o é”.
Somente nos contrariando conseguiremos esta façanha.
Queres possuir algo, acumular, consumir com sofreguidão? Contraria-te!
Vais agredir? Cala-te em oração.
Vais desferir um golpe? Para, medita, silencia.
Vais censurar alguém? Contraria-te, faça o contrário destacando uma virtude.
Desejas algo diferente na alimentação, no vestir? Contraria-te, aceita o que tem.
Alguém desfere contra ti impropérios? Contraria-te, revolvendo a terra do coração com a pá da oração, do perdão.
Não permitas que ideias pagãs povoem o cérebro e aninhem-se no teu coração. Contraria-te!
Queres um copo de vinho? Pensa no teu delicado fígado e estômago. Contraria-te!
Mesa lauta? Contraria-te, alimenta-te com o necessário combatendo a glutonaria.
Queres mais um aparelho de roupa para encher o guarda-roupa? Contraria-te e pensa nos nus, nos pobres, nos desempregados.
Pensa inclusive que já possui bastante. Aprende a viver com o que já possui. Contraria-te!
Assim aprenderemos a desvencilharmo-nos da matéria e passaremos a viver mais o mais o mundo Espiritual.
Contraria-te!
Assim, teremos bem mais: saúde, disposição, alguns anos a mais no corpo físico auxiliando...
Teremos bem mais calma, alegria, amparo e sintonia com mentes pacíficas e humanitárias.
Queres repousar um pouco mais? Contraria-te preferindo a companhia positiva de um livro, enriquecendo o cérebro vazio de conhecimento. Medita no poder da leitura edificante, amigo sincero e bom que deseja ser folheado por mãos que já operam no serviço do bem.
Queres um troco a mais? Medita naquele irmão da amargura que daria tudo para estar no nosso lugar, com tudo que temos e somos. Contraria-te!
Encharca-te na candura da gratidão e levanta os olhos para o Alto e agradece a Deus pelas conquistas, vitórias e concessão por tudo que nos cerca.
Contrariar-te é promover a legítima ascensão, transformar-se no homem novo.
Mas, para contrariar-se é preciso ter disciplina, vontade firme, consciência reta e certeza que Deus existe, e por esta razão tão grande, valerá a pena contrariar-se.
Muita paz.
Cesfa
Campo Grande/MS.
Espiritismo para Crianças
Marcela Prada
Tema: Respeito e amor
O LAÇO DO AMOR
– Filho, temos uma novidade para lhe contar – disseram os pais de Felipe enquanto o menino tomava o café da manhã.
– O que foi? é alguma coisa boa? Vamos aproveitar o dia para passear? – perguntou o menino, empolgado.
Então a mãe de Felipe disse:
– Nada disso, meu filho. A novidade é que sua avó vem morar com a gente.
Confuso, o menino disse:
– Ué, mas ela não vive em outra cidade? Por que ela terá que vir morar conosco? Onde ela vai dormir? – o menino bombardeava a mãe com tantas perguntas.
– A vovó está ficando mais velha e precisa de ajuda. Morando longe, não podemos cuidar dela. Por isso, ela vai ficar com a gente e dividir o quarto com você, filho – respondeu o pai de Felipe.
O menino não gostou muito de toda aquela novidade. Aliás, ele ficou bem irritado. Ele não queria dividir seu quarto com ninguém.
No dia seguinte a vovó chegou.
– Ela não parecia tão pequenina quando eu a vi da última vez – pensou o menino.
Os dias passavam e Felipe ficava cada vez mais irritado. Certa vez, porque sua avó demorou muito para chegar até o carro. No outro dia, porque ela derrubou comida na mesa na hora do jantar.
Vendo tudo aquilo, a mãe do garoto resolveu conversar com ele.
– Felipe, sua avó é idosa. Ela precisa de cuidados e às vezes pode demorar mais do que você para fazer as coisas. Mas lembre-se de que, quando você era pequeno, ela cuidava de você com muito carinho. Agora é sua vez de cuidar dela!
O menino sentiu um enorme peso na consciência.
– Como eu pude ser tão injusto com a vovó?
Depois disso, ele mudou seu comportamento. No dia seguinte, Felipe resolveu andar mais devagarinho para acompanhar sua avó. Quando ela derrubava algo na mesa, ele logo limpava para que ela não se sentisse mal.
Agora ele até gostava de dividir o quarto com sua avó, e todas as noites ele pedia:
– Vovó, você conta uma história para eu dormir?
Ele sentia-se feliz pelo respeito que tinha por ela. Convivendo com sua avó Felipe aprendeu que o respeito é uma linda forma de carinho e amor.
Fonte: Livro Respeito: o laço do amor, de Vanessa Alexandre, editora Culturama.
Material de apoio para evangelizadores:
Clique para baixar: marcelapradacontato@gmail.com
O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2024
ESPÍRITOS, PENTECOSTES E O ESPÍRITO SANTO
JOSÉ REIS CHAVES
Pentecostes, do grego Pentēkosté e do hebraico Shavuoth, cujos significados são os cinquenta dias após a Páscoa, em comemoração e gratidão pelos judeus a Javé pela colheita dos alimentos, e para os cristãos lembram as manifestações de espíritos (chamados de Espírito Santo pelos cristãos) aos apóstolos, aos gentios e à entrega das Tábuas dos Dez Mandamentos por um espírito (anjo) a Moisés no Monte Sinai. (Cf. 2ª Coríntios, 3:7).
Muitos dizem, erradamente, que foi Deus que as entregou a Moisés. E essas manifestações de espíritos nos Pentecostes cristãos são o início do Consolador prometido (o Espiritismo).
Para os teólogos trinitaristas, o Consolador é um só espírito, que eles denominaram de o Espírito Santo, mas os Pentecostes cristãos mostram, como vimos, que não é um só espírito (início do Livro de Atos). “E de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.” (Atos 2:2 e 3).
É comum os espíritos se manifestarem em forma de luz e fogo. As línguas de fogo representam, pois, os espíritos que pousaram sobre cada um dos apóstolos (todos eles eram pneumatas ou médiuns) e cada espírito manifestante, em forma de fogo, falou em línguas de seus países e que foram entendidas pelos estrangeiros presentes desses respectivos países.
Os teólogos passaram a chamá-los de o Espírito Santo, como se fosse só um espírito. E lembremos que os tradutores da Bíblia adaptaram os textos dela sobre manifestação de bons espíritos para o clero como sendo o único Espírito Santo ou, então, de um modo geral, como sendo os demônios, ”daimones” no grego bíblico, mas lembremos também que essa palavra “daimones” (singular “daimon”) significa almas ou espíritos desencarnados, maus como bons e até santos canonizados pela Igreja. Mas, muito erradamente, criou-se entre os cristãos a doutrina de que todos os espíritos manifestantes são maus, que eles denominaram de demônios e de outra categoria não humana, erro absurdo contra o ensino bíblico.
E quando Pedro descobriu que existem Pentecostes, também, entre os gentios, ele disse-lhes: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo (não falou do Espírito Santo ainda não conhecido) para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38), na verdade, “um” espírito santo. E o Espírito Santo aqui deve ser interpolação, pois Ele só se tornou doutrina oficial da Igreja no Concílio Ecumênico de Constantinopla em 381, quase 4 séculos depois.
Consolador
2023
CONQUISTA DA CONSCIÊNCIA
Por Divaldo Franco
Professor, médium e conferencista
O ser humano contemporâneo, graças ao processo antropológico da evolução, alcança o elevado nível de consciência que o diferencia de todos os demais animais conhecidos.
Anteriormente, acreditava-se que consciência era conhecimento e por muito tempo houve uma interpretação equivocada a respeito dessa conquista essencial para uma vida feliz.
Nem sempre aquele que tem cultura encontra-se possuidor da consciência no seu sentido pleno.
Por exemplo, em tempos próximos passados, os nazistas que dizimaram milhões de vidas por preconceito injustificado ou presunção, embora alguns fossem portadores de cultura, eram possuidores de inqualificável ausência de amor, compaixão, solidariedade, permitindo-se lastimáveis comportamentos, cujas feridas ainda estão muito vivas na conduta da sociedade.
Notáveis psicólogos e especialistas no estudo das faculdades que caracterizam o ser humano destacaram a consciência como fundamental para a plenitude do ser.
Anotaram, por exemplo, que existem quatro ou cinco níveis de consciência, que representam o estágio evolutivo no qual os indivíduos nos encontramos: consciência de sono sem sonhos, consciência de sono lúcida (ou desperta), consciência de si mesmo e consciência cósmica.
Para Carl Gustavo Jung a consciência é a capacidade de discernir o bem do mal, o ético do anárquico e, num pequeno livro que escreveu celeremente – “Resposta a Jó” –, analisa o comportamento do personagem bíblico na opulência e na miséria, porém, mantendo-se confiante e tranquilo.
Em razão desse processo, podemos compreender as diferenças de comportamento dos indivíduos em relação ao próximo e a si mesmo.
Dois gêmeos univitelinos, apesar de gerados na mesma célula, apresentam, às vezes, níveis de consciência muito diferentes, sendo um cidadão probo e o outro vulgar e pernicioso.
Nesse caso, percebemos que se encontram em diferentes estágios de evolução, em face da reencarnação que lhes vem propiciando as conquistas morais através de experiências pretéritas.
Assim sendo, cabe ao indivíduo vivenciar quanto antes os valores espirituais aos equivocados únicos do imediatismo existencial.
Como a vida física é temporária e as condições para a felicidade são muitas, é indispensável realizar-se a jornada com os cuidados morais que conduzem à consciência cósmica.
Madre Teresa de Calcutá afirmava: “Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor”.
Enquanto isso, André Luiz, por meio da mediunidade de Chico Xavier, preconiza: “A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros”.
Desse modo, se desejas conscientizar-te da finalidade essencial da vida orgânica, utiliza-te do amor no seu mais elevado sentido e encontrarás a plenitude.
Artigo originalmente publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 25 de abril de 2024.
Editorial
FEB
UMA VEZ MAIS:
O VERDADEIRO AMOR ESPERA
De: Keity Jeruska
Espírito: Ramis
Editora: Letra Espírita
Os desafios vivenciados pelos personagens em três reencarnações narradas neste livro elucidam a necessidade da perseverança, do autoconhecimento, da humildade e da fé inabalável em Deus e na Espiritualidade Maior que tudo sabem, mas a nada nos obrigam, para que possamos evoluir ao lado daqueles que amamos, dividindo com eles, por meio da humildade, do perdão e da persistência, os nossos aprendizados. A história revela ainda o quanto nossos amigos e nossa Família Espiritual lutam e trabalham para que não percamos, nas mazelas do corpo físico e nos desafios do plano terrestre, aquilo que nos propomos a realizar. Mas o livre-arbítrio, sempre soberano, pode adiar a realização dos planos tão desejados enquanto estávamos na erraticidade. E, mesmo neste caso, a misericórdia de Deus é tão grande, que Ele nos permite recomeçar sempre e quantas vezes forem necessárias. Porém, cumpre a nós, enquanto Espíritos eternos, questionarmos: "Quantas vezes mais estamos dispostos a esperar?", "O que fazer quando o ser amado magoa a parte mais sagrada de nós, como um filho?". Quantos são os personagens envolvidos e os sentimentos necessários para que os defeitos e as dificuldades sucumbam à harmonia necessária à concretização de todo amor? Helene acreditou no amor verdadeiro. Quanto ainda esperará por ele e se estará disposta a persistir é uma decisão que somente a sua eternidade irá responder.
O Consolador 2018
A LIÇÃO DA BONDADE
Quando Jesus entrou vitoriosamente em Jerusalém, montado num burrico, eis que o povo, alvoroçado, vinha vê-lo e saudá-lo na praça pública.
Muitos supunham que o Mestre seria um dominador igual aos outros e bradavam:
- Glória ao Rei de Israel!...
- Abaixo os romanos!...
- Hosanas ao vencedor!...
- Viva o Filho de David!... Viva o Rei dos Judeus!...
E atapetavam a rua de flores.
Rosas e lírios, palmas coloridas e folhas aromáticas cobriam o chão por onde o Salvador deveria passar.
O Mestre, contudo, sobre o animalzinho cansado, parecia triste e pensativo. Talvez refletisse que a alegria ruidosa do povo não era o tipo de felicidade que ele desejava. Queria ver o povo contente, mas sem ódio e sem revolta, inspirado pelo bem que ajuda a conservação das bênçãos divinas.
O glorificado montador ia, assim, em silêncio, quando linda jovem se destacou da multidão, abeirou-se dele e lhe entregou uma braçada de rosas, exclamando:
— Senhor, ofereço-te estas flores para o Reino de Deus.
O Cristo fixou nela os olhos cheios de luz e indagou:
— Queres realmente servir ao Reino do Céu?
— Oh! sim... — disse a moça, feliz.
— Então — pediu-lhe o Mestre —, ajuda-me a proteger o burrico que me serve, trazendo-lhe um pouco de capim e água fresca.
A jovem atendeu prontamente e começou a compreender que, na edificação do Reino Divino, Jesus espera de nós, acima de tudo, a bondade sincera e fiel do coração.
Livro Pai Nosso
Francisco Candido Xavier
Pelo Espírito de Meimei
DINHEIRO
“Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e, nessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” — Paulo. (1ª EPÍSTOLA A TIMÓTEO, capítulo 6, versículo 10.)
Paulo não nos diz que o dinheiro, em si mesmo, seja flagelo para a Humanidade.
Várias vezes, vemos o Mestre em contacto com o assunto, contribuindo para que a nossa compreensão se dilate. Recebendo certos alvitres do povo que lhe apresenta determinada moeda da época, com a efigie do imperador romano, recomenda que o homem dê a César o que é de César, exemplificando o respeito às convenções construtivas. Numa de suas mais lindas parábolas, emprega o símbolo de uma dracma perdida. Nos movimentos do Templo, aprecia o óbolo pequenino da viúva.
O dinheiro não significa um mal. Todavia, o apóstolo dos gentios nos esclarece que o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males. O homem não pode ser condenado pelas suas expressões financeiras, mas, sim, pelo mau uso de semelhantes recursos materiais, porqüanto é pela obsessão da posse que o orgulho e a ociosidade, dois fantasmas do infortúnio humano, se instalam nas almas, compelindo-as a desvios da luz eterna.
O dinheiro que te vem às mãos, pelos caminhos retos, que só a tua consciência pode analisar à claridade divina, é um amigo que te busca a orientação sadia e o conselho humanitário. Responderás a Deus pelas diretrizes que lhe deres e ai de ti se materializares essa força benéfica no sombrio edifício da iniqüidade!
Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier
TENHAMOS FÉ
“...vou preparar-vos lugar.” Jesus (João, 14:2)
Sabia o Mestre que, até à construção do Reino Divino na Terra, quantos o acompanhassem viveriam na condição de desajustados, trabalhando no progresso de todas as criaturas, todavia, "sem lugar" adequado aos sublimes ideais que entesouram.
Efetivamente, o cristão leal, em toda parte, raramente recebe o respeito que lhe é devido:
Por destoar, quase sempre, da coletividade, ainda não completamente cristianizada, sofre a descaridosa opinião de muitos.
Se exercita a humildade, é tido à conta de covarde.
Se adota a vida simples, é acusado pelo delito de relaxamento.
Se busca ser bondoso, é categorizado por tolo.
Se administra dignamente, é julgado orgulhoso.
Se obedece quanto é justo, é considerado servil.
Se usa a tolerância, é visto por incompetente.
Se mobiliza a energia, é conhecido por cruel.
Se trabalha, devotado, é interpretado por vaidoso.
Se procura melhorar-se, assumindo responsabilidades no esforço intensivo das boas obras ou das preleções consoladoras, é indicado por fingido.
Se tenta ajudar ao próximo, abeirando-se da multidão, com os seus gestos de bondade espontânea, muitas vezes é tachado de personalista e oportunista, atento aos interesses próprios.
Apesar de semelhantes conflitos, porém, prossigamos agindo e servindo, em nome do Senhor.
Reconhecendo que o domicílio de seus seguidores não se ergue sobre o chão do mundo, prometeu Jesus que lhes prepararia lugar na vida mais alta.
Continuemos, pois, trabalhando com duplicado fervor na sementeira do bem, à maneira de servidores provisoriamente distanciados do verdadeiro raro "Há muitas moradas na Casa do Pai."
E o Cristo segue servindo, adiante de nós.
Tenhamos fé.
Fonte Viva
Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo Espírito Emmanuel
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