"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XX - N. 234 * Campo Grande/MS * Julho de 2025.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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           Naquele dia de sua maior crise. Lembre-se que o anjo mais resplandecente viveu como homem, amou aos inimigos, compreendeu sem ser compreendido, perdoou sem nada esperar.

 

 

O SENTIDO ESPIRITUAL

 

            Tal sentido espiritual, também conhecido por sexto sentido, é um dos diversos atributos da alma que é regido pelo perispírito, que leva a percepção além dos sentidos conhecidos do nosso corpo. Através dele recebemos os aromas fluídicos dos Espíritos, as inspirações vindas deles, tendo os pressentimentos e as intuições do futuro, percepções dadas por Deus, assim como os outros sentidos.
            Vem dos espíritos as qualidades e as imperfeições que possuíam; assim se explicam as ideias, as aptidões e os pendores inatos. O pensamento é, pois, preexistente e sobrevivente ao organismo. Este ponto é capital e é por não o terem reconhecido que tantas questões ficaram insolúveis.
            Entre as faculdades do Espírito, a vista espiritual, ou a dupla vista, é muito comum e muitas pessoas têm essa faculdade, independentemente da visão física, pois os deficientes visuais também a possuem.
            A cura espiritual passa pela intervenção de parentes e amigos dos doentes contando com a mediunidade curadora, com os resultados atrelados na razão da boa direção aos objetivos pela coordenação dos grupos curadores.
            O estudo das propriedades do perispírito, dos fluidos espirituais e dos atributos fisiológicos da alma abre novos horizontes à Ciência e dá a chave de uma multidão de fenômenos incompreendidos até então, por falta de conhecimento da lei que os rege – fenômenos negados pelo materialismo, por se prenderem à espiritualidade, e qualificados como milagres ou sortilégios por outras crenças.
            O Espiritismo derroca o império do maravilhoso e do sobrenatural e, conseguintemente, a fonte da maior parte das superstições.

Referência bibliográfica:
- A Revista Espírita 1867.Allan Kardec.

 

Crispim.
2025

 

 

DIANTE DA TAREFA

 

            Nas condições normais do aprendizado, naturalmente a fidelidade a tarefa é fundamental. Nada se constrói de maneira permanente sem luta e sem sacrifício. Às vezes de até de uma vida inteira.
 Observa-se que os pioneiros que abriam caminho para as gerações futuras enfrentaram dificuldades enormes par atingir os seus objetivos. Mas venceram, justamente porque não desistiram, às vezes só dispondo de recursos mínimos, mas uma vontade férrea para superar os obstáculos que para muitos pareciam insuperáveis.
            Quando divise a sua frente dificuldades e impedimentos naquelas tarefas mais desejadas, não desanime nunca, porém revista-se de mais ardor para chegar ao ponto ser útil a uma causa nobre.
            A verdade que a vida passa depressa demais, porém nesse espaço de tempo está a sua oportunidade de fazer toda a diferença. Não deixe para depois a tarefas de hoje, porque deixando acumular, pode não cumprir a meta desejada e mais tarde ficar quase impossível dar conta de suas obrigações.
             Certamente no dia que entender a importância da prática da caridade, como o caminho certo para a felicidade, entenderá com mais segurança que “o amor cobre realmente uma multidão de pecados”, além de abrir novos horizontes para orientar-se.
            Não se engane ninguém, pois todos serão chamados a prestar contas de seus talentos, desde os mais obscuros espíritos aos mais brilhantes, todos, sem exceção, estão sob a égide do Cristo. Na realidade todos velam dia e noite para que sempre aqueles de boa vontade tenham a consciência de realizar o seu projeto de amor no mundo.
            A grande oportunidade de dar um salto no campo da evolução está, por enquanto, nas mãos de cada um, mas a vida é muito breve para protelar muito essa decisão. Por isso que deve aproveitá-la bem para reescrever certos capítulos de sua história que necessitam de correção, superando obstáculos e vencendo limitações.
A sua tarefa não pode ser relegada a um segundo plano, é a mais importante ação que pode praticar no mundo, porque responderá aqueles quesitos mais importantes de sua vida. Ajudando a melhor compreender a importância de cada ato praticado e verá com mais clareza essa oportunidade de dar um passo significativo na senda evolutiva.
            Não perca um segundo, mas caminhe com muita segurança e empenho porque é uma prova decisiva.
Por isso mesmo muito empenho e decisão em cada ato que pratique, mantenha a responsabilidade no objetivo, pois que está no caminho certo. Áulus

 

Não Espere Demais
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

FAÇA MAIS

 

            Se ante a dor do próximo, muito se admira, não perca tempo e auxilie, não admita que não resolva o problema, porque ninguém resolve o problema dos outros, mas pode ser um amigo que auxilia e siga o seu caminho.
             Porque por mais obscuro e insignificante que seja sua contribuição, mas pode ser um motivo  a fim de que  o próximo possa acreditar que tem amigos e podem ajudar a sua causa.         Naturalmente que ninguém creia que pode resolver os problemas do mundo, mas todos podem sempre fazer alguma coisa e por outro lado é o mais nobre dever espírita-cristão, que vendo a necessidade dos outros, sente-se no dever de ajudar.
            Assim que diante da dor do próximo, não se omita, mas ofereça o seu concurso fraterno e siga em paz, na certeza de que cumpre com o seu dever, por isso não creia que necessita de tantos recursos para dar a sua contribuição.
            Aliás, com muito pouco pode ajudar muito. Às vezes percebe que alguém estenda ao pedinte uma pequena moeda, para que nela se inspire se não pode fazer muito. Talvez o que desejaria era estender a pequena dádiva, dar-lhe-á incentivo para que de outra feita, distribua um pouco mais de seus recursos e assim um dia poderá sem esforço estender algo maior aos que sofrem mais.
            Se ainda está no início do trabalho caritativo através da terapia do passe, esforce-se a cada dia para que comece a ajudar aquele irmão que está passando por dificuldades. E assim exercitando-se no bem aos outros, além de que irá desenvolver a sua capacidade de servir. Em tudo coloque por inteiro em cada gesto, em cada atitude, em cada possibilidade que esteja ao seu alcance.
            Porque esse mundo necessita tanto de pessoas abnegadas que se decida fazer o bem, sem esperar qualquer recompensa, a fim de que se implante a caridade em toda a parte e a Humanidade possa viver nova fase de sua evolução.
            Aposte que pode estar cumprindo com o dever sagrado de auxiliar ao próximo, que se constitui a atitude de maior alcance que pode conseguir na senda libertadora.
            Pode até sentir-se sem muito a oferecer, mas o apreço já é bastante, mas não se omita em estender a mão aquela pessoa que passa por provação, às vezes só necessita um pequeno gesto de solidariedade para que possa se colocar na condição de se restabelecer diante da vida.
            E diante da dor alheia não se desculpe nem se diga sem condição de auxiliar, pelo bem, pelo menos fazer ainda que seja uma prece rogando a Deus a alguém mais categorizado possa oferecer aquilo que ele mais necessite.
             Por esse motivo o homem deve ajudar o seu semelhante com o nobre dever daquele que se dispõe a cumprir o mais sagrado de todos os deveres. Amar ao próximo. Áulus.

 

Luzes da Ribalta
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

O PASSE NA REUNIÃO MEDIÚNICA

 

            Em determinadas circunstâncias, o passe deve ser aplicado nas reuniões mediúnicas. Deve-se, a propósito, evitar qualquer tipo de exagero, como estabelecer que todos os participantes da reunião recebam passe antes ou após a manifestação dos Espíritos. Em condições específicas, quando o Espírito manifestante se revela preso a maiores sofrimentos ou quando o médium apresenta dificuldade para transmitir o pensamento do Espírito, aí, sim, é importante fornecer energias magnético-espirituais que, por certo, beneficiarão ambos, o médium e o desencarnado. Este tipo de ação favorece a dispersão de fluidos deletérios que poderiam impedir ou dificultar o intercâmbio mediúnico. Naturalmente, não se trata de conduta obrigatória, uma vez que o médium harmonizado com o plano espiritual superior encontra os recursos necessários para não se deixar influenciar pelas ações, emoções ou sentimentos do sofredor, que lhe utiliza as faculdades psíquicas para manifestar-se.
            Mas como em toda regra há exceção, nas manifestações mediúnicas penosas, como as de alguns suicidas e obsessores, em geral, a aplicação do passe é necessária. Nos primeiros, os fluidos salutares lhes proporcionarão alívio significativo, amenizando o seu sofrimento; nos segundos, o passe protege os médiuns das vibrações desarmônicas do perseguidor espiritual que, conforme o grau e tipo da obsessão, pode exaurir as forças psíquicas e físicas do medianeiro.

            Daí o Espírito André Luiz recomendar o passe nas reuniões mediúnicas de tal porte:

            Semelhante prática deve ser observada regularmente, de vez que o serviço de desobsessão pede energias de todos os presentes e os instrutores espirituais estão prontos a repor os dispêndios de força havidos, através dos instrumentos do auxílio magnético que se dispõem a servi-los, sem ruídos desnecessários, de modo a não quebrarem a paz e a respeitabilidade do recinto.164

 

Referência
164 XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Cap. 52, p. 197-198, 2012.

 

Livro Mediunidade Estudo e Prática
FEB

 

 

PSICOGRAFIA

 

HÁ TEMPO PARA TUDO

 

            Há dias de alegria e há dias de tristeza.
            Há dias de felicidade e há dias de infelicidade.
            Há dias de doença e há dias de saúde.
            Há dias de contentamento e há dias de aborrecimento.
            Há dias de facilidades e há dias de dificuldades.
            Há dias para celebrar tudo, há dias para comemorar e também para agradecer.
            Todos eles são mestres de pura sabedoria que nos empurram para a luz da graça de Deus.
            Aprendamos em cada dia a abrir-nos para receber essa graça e para recebê-la é preciso estar em oração, em caridade e em trabalho útil para doar-se.
            Fechamo-nos para a graça divina quando acolhemos a reclamação, o descontentamento e também a maldição.
            Fechamo-nos na ingratidão e apagamos a luz e passamos a viver nas trevas da rebeldia e da ingratidão.
            Ore quando o dia se lhe apresentar alegre ou triste.
            Seja caridoso quando o dia lhe trouxer a saúde ou a doença.
            Trabalhe, sendo útil a todos, quando tudo lhe parecer o caos.
            Esses degraus quando bem compreendidos e vividos nos levarão a um estado de graça e de paz permanente, mesmo que o vento da agrura lhe visite ameaçando varrer de você a esperança.
            Lembre-se, tudo foi criado por Deus e tudo que Ele criou é para nos elevar e nos facilitar o aprendizado, o crescimento moral e espiritual.
            Celebre todos os dias com profunda gratidão, e a graça de Deus com você estará em abundância.
            Para tanto, reverencie esses mestres.

 

CESFA
Campo Grande/MS.

 

 

Espiritismo para Crianças
Marcela Prada
Tema: Orgulho

 

A ALUNA NOVA

 

            Mariana e Julia se reencontraram na escola, depois das férias de julho. Elas estudavam na mesma classe e eram amigas. As duas eram boas alunas, sempre faziam seus deveres de casa e costumavam tirar boas notas também.

            Elas se abraçaram alegremente e depois se sentaram lá na frente, como de costume. Foi, então, que perceberam uma aluna nova na classe, numa carteira próxima às delas. Mariana e Julia se apresentaram e também ficaram sabendo que a nova colega se chamava Gisela

            As amigas ficaram curiosas para saber por que Gisela estava entrando na classe delas no meio do ano.
            – Você morava em outra cidade e sua família se mudou pra cá?
            – Não, eu sempre morei aqui. Eu estudava em outra escola, mas não gostava da minha classe. Só tinha gente que não combinava comigo, ninguém sabia nada de nenhuma matéria e ainda eram chatos comigo. Então, pedi para minha mãe me mudar e agora deu certo.
            – Nossa! Que pena! Espero que você goste daqui. Aqui a gente tem que estudar bastante, sim. E também tem pessoas legais, não é, amiga? – disse Mariana brincando e abraçando a Julia.
            Quando a professora chegou, apresentou Gisela para a turma.
            Durante a aula a menina demonstrou interesse. Prestou atenção, fez anotações e até respondeu às perguntas da professora. Em poucos dias, os colegas já haviam percebido que Gisela era uma boa aluna.
            Mariana e Julia a convidavam para ficar com elas na hora do recreio e aos poucos foram-se aproximando. As duas amigas, que também gostavam de estudar e cumprir bem seus compromissos, achavam que Gisela se daria bem com elas.
            Até que por algum tempo foi isso mesmo que aconteceu. Mas só até Gisela conhecer um pouco mais a escola e se atualizar com a matéria que estava sendo dada. Logo que ela ficou mais confiante, passou a tratar os colegas com desprezo, sempre demonstrando que sabia mais que eles.
            Mariana e Julia entenderam então por que ela não se dava bem na outra escola.
            Um dia, a professora pediu que fizessem um trabalho em grupo. Mariana e Julia se olharam e sorriram uma para outra, demonstrando que queriam fazer o trabalho juntas.
            Gisela esperou um pouco. Ela se achava a melhor aluna da classe e pensava que todos iriam querer fazer o trabalho com ela. Mas, como ninguém a convidou, ela mesma disse às meninas:
            – Se vocês quiserem, eu posso ficar no grupo de vocês.
            Na verdade, elas preferiam trabalhar sozinhas, mas, compreendendo a situação, concordaram.
            Elas se encontraram, à tarde, na biblioteca da escola, para fazerem o trabalho e Gisela foi logo dizendo:
            – Deixem que eu faço a parte da escrita! Eu escrevo bem e quero garantir uma boa nota.
            Mas Mariana, incomodada com a arrogância da menina, argumentou:
            – A Julia também escreve bem, Gisela. Ela gosta de ler e faz ótimas redações.
            – Gosta de ler? Parabéns, Julia! Mas duvido que você leia mais do que eu. – disse Gisela. – Eu não gosto! Mas leio! Leio vários livros, mesmo que sejam difíceis ou com muitas páginas.
            – Se você não gosta e lê mesmo assim, você que está de parabéns, Gisela, pela sua força de vontade. É difícil a gente fazer o que não gosta, por muito tempo – disse Mariana.
            – Eu não gosto de ler, nem de estudar. Eu gosto é de saber! – disse Gisela, com arrogância. – Gosto de responder alguma pergunta que a professora fez e todo mundo ver como eu sou inteligente. Gosto de estar conversando com alguém e falar coisas que impressionam. Eu sei coisas sobre vários assuntos que ninguém sabe.
            As outras meninas ficaram espantadas. Perceberam que Giselda não era uma boa aluna por gostar de estudar ou por sentir compromisso em cumprir seus deveres. Sua motivação era alimentar seu orgulho.
            Depois de alguns segundos Julia disse:
            – Eu não. Eu leio sobre o que eu gosto. Eu comento com as pessoas o que eu acho interessante. Mas não para mostrar que eu sei mais. Só para trocarmos aprendizados. Tem gente que sabe mais do que eu em outras coisas. Eu não me importo – disse Julia. – A Mari não gosta tanto de ler, mas ajuda a mãe dela na cozinha e já sabe fazer comidas deliciosas.             Eu não acho que sou melhor do que ela porque ela não lê muito. Nem ela é melhor do que eu porque eu não sei cozinhar. Cada uma tem seu jeito, suas preferências, é boa em uma coisa...
            E pra concluir, Julia ainda disse:
            – Essa sua mania de ficar se exibindo, de querer parecer melhor do que os outros não é nem um pouco legal, sabia?             Ninguém é melhor do que ninguém, pois somos todos criados por Deus da mesma forma e estamos todos aprendendo a desenvolver nossas virtudes.
            – Gisela, se você gosta de saber as coisas, saiba que o maior mestre de todos, que foi Jesus, ensinou que o caminho da felicidade é através da humildade e de nos ajudarmos uns aos outros. O que a gente aprende deve se tornar uma coisa boa e útil para nós e para os outros. Não para afastar as pessoas de nós – completou Mariana, com bondade.
            Gisela ficou olhando para elas, sem ter o que responder. Ela sabia que Julia e Mariana eram muito amigas e queria também ter uma amizade como a delas.
            Naquele momento ela compreendeu que elas estavam certas. Ela nunca valorizava ninguém e esperava que todos a valorizassem, que vissem como ela era superior e corressem atrás dela. Mas, era justamente o contrário que acontecia e ela ficava cada vez mais sozinha.
            Gisela era orgulhosa, mas era inteligente também. Depois de pensar um pouquinho, ela disse:
            – Tudo bem, Julia. Podemos dividir a parte da escrita e a Mari fazer a parte das figuras. Pode ser? O que vocês acham?
            – Que tal nós fazermos tudo juntas? – respondeu Julia.
            – Tudo bem, pode ser! É melhor, mesmo. Senão, depois, é capaz de eu ainda ficar comparando pra ver se a parte que eu fiz está melhor que a de vocês – disse Gisela, sorrindo e reconhecendo que precisava se modificar.
            As meninas trabalharam juntas e fizeram um excelente trabalho.
            Quando saiu a nota elas comemoraram. Gisela se sentiu muito bem por ter feito o trabalho com elas e agradeceu por elas a terem aceito no grupo.
            Mariana e Julia não eram apenas boas alunas. Eram boas pessoas também. Aos poucos, na companhia delas, Gisela passou a agir de forma diferente e se tornou uma boa amiga também.
            Sem mais se preocupar em ficar apenas impressionando os outros, Gisela passou a se dedicar às coisas de que ela mais gostava, como biologia, história e vôlei.
            As pessoas passaram a admirá-la, de verdade. Mas, o importante é que ela também aprendeu a admirar os outros e a ser muito mais feliz.

 

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O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2025

 

 

ONTEM A AGRESSORA, HOJE A VÍTIMA

 

Waldenir A. Cuin

 

            “Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá.” (Paulo, Gálatas 6.)

            A senhora Claudia procurou o Centro Espírita em busca de ajuda. Sua filha Norma, de apenas 17 anos de idade, já havia tentado o suicídio por três vezes. Percorreu consultórios médicos, tratamento psicológico e psiquiátrico sem qualquer resultado prático. A jovem insistia em dizer que não tinha razão alguma para viver, tinha um comportamento estranho e que, ao completar 18 anos, colocaria fim a sua vida.
            Narrava seu drama entre lágrimas e lamentações, num profundo desespero, pois que não vislumbrava uma forma de socorrer a filha amada.
            Acolhida fraternalmente no reduto da Casa Espírita, recebeu carinho e atenção. A ela foi orientado que junto com Norma passasse a frequentar palestras e a tomar passes, e, dentro do possível, que participassem dos estudos evangélicos e doutrinários sob a ótica da Doutrina Espírita.
            As duas aceitaram o aconselhamento.
            Pouco tempo depois, na sessão mediúnica realizada semanalmente pelo Centro Espírita, um irmão desencarnado se apresentou raivoso e agressivo.
            - Estou com muito ódio de vocês. Agora ela é uma coitadinha, jovenzinha ingênua que precisa de socorro, pobre criatura, como está sofrendo, que ironia!... Todos penalizados com o seu drama. Não conhecem a víbora que estão acariciando. Interessante, quando ela articulou aquela trama contra mim vocês não estavam lá para me defender. Deus também não estava, então o caminho permaneceu aberto e livre para que ela fizesse o que bem entendesse. Eu os odeio e, se não a deixarem, eu e meus aliados vamos agredi-los também.
            - Calma, meu irmão, interveio o orientador daquelas ações mediúnicas. Estamos aqui para ajudá-lo e para socorrer você também, pois estamos registrando seu sofrimento, sua dor...
            - Agora? Agora é tarde e ela está em minhas mãos e não vou deixá-la por nada neste mundo.
            - Não é assim que resolvemos nossos problemas, meu irmão, a vingança é uma ação que mais fere ao que executa do que a vítima. Queremos ajudá-lo também...
            - Se querem mesmo me ajudar deixe que vá embora, pois tenho muito o que fazer com ela. Pensa que é fácil ser traído pela criatura que você mais ama. Eu era um jovem muito rico. A morte de meu pai, muito cedo, deixou-me uma fortuna incalculável. Éramos eu e minha mãe. Ela surgiu em minha vida, também jovem, bela, atraente e eu me apaixonei. Minha mãe, com a sensibilidade que todas as mães possuem, me advertia sobre os perigos que corria. Ela percebeu e eu não as intenções daquela jovem. Casamo-nos e algum tempo depois, em viagem junto com dois cunhados, transportando uma quantia grande de dinheiro, fomos comprar outra propriedade. Essa foi minha última viagem; assassinaram-me.
            Ela herdou tudo, jogou minha mãe nos últimos cômodos da casa e a tratou como uma indigente, até seus últimos dias.
            Eu a amava profundamente. Agora, vou levá-la ao suicídio. Quase consegui, falta bem pouco. Eu a trarei para junto de mim, então ela conhecerá a minha vingança. Não tenho razão? Eu a amava.... eu a amava...
            Entre ódio, dor e desespero o nosso irmão caiu num choro profundo...
            - Meu irmão... Você não a amava, você a ama ainda. Vamos mudar a direção da sua força e com a ajuda de Deus criaremos outras perspectivas. Vamos ajudar a sua amada a reequilibrar-se, e então, daqui a algum tempo, melhor ajustada, poderá voltar para você, com propostas sadias.
            Nosso irmão continuava a chorar evidenciando cansaço, fadiga e desolação. Então foi possível com preces e vibrações atingir seu coração, irradiar sobre sua mente, criando condições para um socorro mais efetivo. Nesse instante, mais calmo, conseguiu ver sua mãe ao seu lado e, abraçando-se a ela, aceitou o socorro proposto.
            *
            Passado algum tempo, em conversa com a senhora Claudia, ela confidenciou que Norma obteve melhora significativa e que não mais havia falado em suicídio.
            Ambas continuam frequentando as atividades do Centro Espírita. Obviamente, se perseverarem, paulatinamente solucionarão tal pendência.
            Dentro da lei de causa e efeito, ação e reação, a agressora de ontem enquadrada como vítima de hoje e o evangelho de Jesus atuando em favor de todos.

 

O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2025

 

 

NÃO DESISTAS DE TI

 

De: Carlos Baccelli
Espírito: Irmão José
Editora: DIDIER

 

            O livro “Não Desistas de Ti”, psicografado por Carlos Baccelli e atribuído ao espírito de Irmão José, é uma obra que oferece conselhos e reflexões sobre autoestima, superação e resiliência diante dos desafios da vida. O foco central da mensagem é a importância de o indivíduo nunca desistir de si mesmo, mesmo em momentos de dor, dificuldade ou desilusão.
Através de uma linguagem clara e consoladora, o livro aborda temas como:

  • A importância do autoconhecimento: Encoraja o leitor a olhar para dentro de si, reconhecer suas qualidades e fraquezas, e trabalhar no seu aprimoramento moral e espiritual.
  • Perseverança diante das adversidades: Reforça a ideia de que os obstáculos fazem parte do caminho e que a fé e a persistência são fundamentais para transpô-los. A obra busca inspirar o leitor a não se abater diante das quedas, mas a aprender com elas e seguir em frente.
  • O poder da fé e da esperança: Sublinha a necessidade de manter a esperança viva, mesmo quando tudo parece perdido, e de confiar na providência divina. A fé é apresentada como um alicerce para enfrentar as tribulações.
  • Aceitação e amor próprio: Incentiva a aceitação das próprias imperfeições e a busca pelo amor incondicional a si mesmo, como base para um relacionamento saudável com o mundo e com os outros.
  • A vida como aprendizado contínuo: Apresenta a existência como uma jornada de constante aprendizado e evolução, onde cada experiência, positiva ou negativa, contribui para o crescimento do espírito.

            Em síntese, “Não Desistas de Ti” é um convite à autorreflexão, à coragem e à renovação interior, lembrando ao leitor que a força para superar os desafios reside em sua própria essência e na confiança em um propósito maior. É uma obra que busca oferecer conforto e encorajamento para aqueles que se sentem desanimados, mostrando que sempre há uma razão para prosseguir e se reinventar.

 

 

OBSESSÕES ESPIRITUAIS

Marta Antunes Moura

            A obsessão é comum na nossa Humanidade, condição existente devido a imperfeição espiritual que caracteriza a maioria dos habitantes do mundo em que vivemos. É conceituada pelo Espiritismo como “[…] o domínio que alguns Espíritos exercem sobre certas pessoas. É praticada unicamente pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar, pois os Espíritos bons não impõem nenhum constrangimento. […].”1
            A propósito, Allan Kardec afirma, em A Gênese:
            Os Espíritos maus pululam em torno da Terra, em consequência da inferioridade moral de seus habitantes. A ação maléfica desses Espíritos faz parte dos flagelos que a Humanidade se debate neste mundo. A obsessão, que é um efeito dessa ação, como as doenças e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou expiação e aceita como tal.2
            Ainda que no momento estejamos passando por um período de transição planetária, no qual já se percebe fortes sinais indicativos de mudanças evolutivas na humanidade terráquea, cujo planeta caminha para o estado de regeneração, a Terra ainda é categorizada como mundo de expiação e provas, visto que o mal predomina.
            Neste sentido, a obsessão está caracterizada como epidemia antiga, ocorrendo desde os tempos imemoriais, que alcança milhares e milhares de pessoas em todas as partes da Terra. É uma enfermidade que, para ser erradicada, necessita da melhoria humana, especialmente a de cunho moral. O ser humano moralizado ou que se empenha em se transformar em pessoa de bem, neutraliza naturalmente as investidas dos Espíritos maus.
            Simples influências espirituais podem conduzir a processos obsessivos graves, transformando-se em enfermidades de longo curso, e, conforme a intensidade em que se manifestam, podem ser de difícil resolução dentro dos espaço-tempo de uma reencarnação. Conforme o caso, pode extrapolar mais de uma reencarnação. No painel das obsessões, à medida que se agrava o quadro da interferência, a vontade do hospedeiro perde os contatos de comando pessoal, na razão direta em que o invasor assume a governança. A […] subjugação pode ser física, psíquica e simultaneamente fisiopsíquica. A primeira, não implica na perda da lucidez intelectual, porquanto a ação dá-se diretamente sobre os centros motores, obrigando o indivíduo, não obstante se negue à obediência, a ceder à violência que o oprime. […] No segundo caso, o paciente vai [sendo] dominado mentalmente, tombando em estado de passividade, não raro sob tortura emocional, chegando a perder por completo a lucidez […]. Por fim, assenhoreia-se, simultaneamente, dos centros do comando motor e domina fisicamente a vítima, que lhe fica inerte, subjugada, cometendo atrocidades sem nome.3
            Por outro lado, é importante considerar que, além das obsessões provocadas por obsessores, propriamente ditos, existem as manifestações da auto obsessão. Silas, o orientador espiritual, em colóquio com o Espírito André Luiz pontua: “Todos os crimes e todas as falhas da criatura humana se revelariam algum dia, em algum lugar.”4 Acrescentando, à guisa de explicação: “[…] A criação de Deus é gloriosa luz. Qualquer sombra de nossa consciência jaz impressa em nossa vida até que a mácula seja lavada por nós mesmos, com o suor do trabalho ou com o pranto da expiação.” 5
            Os relatos de obsessões severas (vulgarmente denominadas de “loucuras”), representam casos do domínio intenso e permanente de um ou mais Espíritos, os quais se empenham em conduzir o indivíduo a um estado ruptura mental. Os remorsos provocados por atos cometidos no passado, em outras reencarnações, podem até estar amortizados pelo esquecimento, mas jamais serão deletados da memória integral do Espírito. Nestas condições, é suficiente, às vezes, que um acontecimento comum ─ perda afetiva ou material, por exemplo ─ libere lembranças dolorosas que podem conduzir a pessoa a um estado de desestruturação mental, considerado repentino por que, entre outros fatores, não está subordinado a doenças pré-existentes, enfermidades infecciosas ou
traumatismos crânio-encefálicos.
            Cientes desses fatos, Bezerra de Menezes aconselha sermos mais cuidadosos na forma de como conduzimos a nossa existência, procurando agir sempre no bem, por maiores sejam os desafios:
            O fato, pois, da influência dos Espíritos sobre os viventes, é o mesmo da que estes exercem, uns sobre os outros.
            Tal influência apresenta diversos graus: vai de simples insinuação à dominação completa da vontade.
            O uso que fazemos do nosso livre arbítrio, na repulsão daquela causa perturbadora, pode ser eficaz ou inútil, conforme a natureza dos nossos sentimentos. Se forem bons, a nossa resistência rechaçará todos os ataques do inimigo. Se forem maus, serão ventos a auxiliarem as correntes do inimigo.
            Cada um de nós forma sua atmosfera moral, dentro da qual somente podem penetrar Espíritos da nossa natureza, que são os únicos que a podem respirar, se nos permitem a expressão.
            Assim, os que modela suas ações, seus pensamentos e seus sentimentos, pelas normas do dever e do bem, não podem chegar senão Espíritos adiantados, jamais maléficos. 6

 

Referências Bibliográficas
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Trad Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. 1 imp. Brasília: FEB, 2013. Cap. XXIII, item 237, p. 259.
2. A gênese. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. 1 imp. Brasília: FEB, 2013. Cap.XIV, item 45, p. 258.
3. FRANCO, Divaldo P. Nas fronteiras da loucura. Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Salvador [BA]: Alvorada, 1982. Item: Análise das obsessões, p. 15-16.
4. XAVIER, Francisco Cândido. Ação e Reação. Pelo Espírito André Luiz. 30 ed. 2 imp. Brasília: FEB, 2013. Cap. 4, p. 52.
5. ______. p. 52-53.
6. MENEZES, Bezerra. A loucura sob novo prisma. 14 ed. Revisada. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. III, p. 154. 

 

Editorial FEB
2025

 

 

PRÁTICA DO BEM

 

            “Porque assim é a vontade de Deus que, fazendo o bem, tapeis a boca à ignorância dos homens loucos.” — (1ª EPÍSTOLA A PEDRO, capítulo 2, versículo 15.)

 

            Á medida que o espírito avulta em conhecimento, mais compreende o valor do tempo e das oportunidades que a vida maior lhe proporciona, reconhecendo, por fim, a imprudência de gastar recursos preciosos em discussões estéreis e caprichosas.
            O apóstolo Pedro recomenda seja lembrado que é da vontade de Deus se faça o bem, impondo silêncio à ignorância e à loucura dos homens.
            Uma contenda pode perdurar por muitos anos, com graves desastres para as forças em litígio; todavia, basta uma expressão de renúncia para que a concórdia se estabeleça num dia.
            No serviço divino, é aconselhável não disputar, a não ser quando o esclarecimento e a energia traduzem caridade.             Nesse caminho, a prática do bem é a bússola do ensino.
            Antecedendo qualquer disputa, convém dar algo de nós mesmos. Isso é útil e convincente.
            O bem mais humilde, é semente sagrada.
            Convocado a discutir, Jesus imolou-se.
            Por se haver transformado ele próprio em divina luz, dominou-nos a treva da ignorância humana.
            Não parlamentou conosco. Ao invés disso, converteu-nos.
            Não reclamou compreensão. Entendeu a nossa loucura, localizou-nos a cegueira e amparou-nos ainda mais.

 

Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

 

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
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Reunião Pública: Quinta-Feira 19:30