"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO XX - N. 237 * Campo Grande/MS * Outubro de 2025.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

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           Em tudo o amor faz toda a diferença, feliz aquele que faz opção por esse sentimento.

 

 

LEI DE MOISÉS X LEI DO CRISTO

 

           A moral que Moisés ensinou estava de acordo com o desenvolvimento dos povos que era um tanto atrasada, quase selvagem, a respeito da alma, e que ele procurava regenerar. Tal povo acreditava que adoração a Deus era feita através de sacrifícios e holocaustos, nem se pensava que fosse preciso perdoar a um inimigo.
           Mesmo assim, os mandamentos em que Deus usou Moisés e os profetas para que a Humanidade e não só os hebreus O conhecessem e avançassem moralmente, clareando então o entendimento sobre a divindade e trazendo o germe da moral cristã, abrindo o caminho para Jesus, que concluiu a obra.
           Os ensinamentos do Cristo trazem a moral mais pura e mais sublime, que renovará o mundo, aproximando os homens tornando-os irmãos jorrando em todos os corações a caridade, a solidariedade, preparando a Terra para a morada dos Espíritos superiores e elevando-a a Planeta de Regeneração e o Espiritismo é outra força viva que o Criador utiliza para o avanço da Humanidade no progresso moral.
           A evolução desejada por Cristo não se dará da noite para o dia e sim em longas etapas que irão aperfeiçoando os homens no trabalho e aos poucos despojados de todas as imperfeições e impurezas do coração pela benção das sucessivas reencarnações.
           Disse o Cristo: ainda quando cumprísseis tudo quanto vos foi ordenado, considerai-vos como servos inúteis. Palavras que ensinam a humildade como base da fé e das boas condições da caridade.

 

           Referência bibliográfica: A Revista Espírita 1861. Allan Kardec.

 

Crispim.
2025

 

 

APROVEITE O SOL

 

            Quando alguém se dispõe a servir, não olhe para trás, porque sente a necessidade de ser útil. Certo que em toda a parte existem dificuldades, problemas, má vontade, porém justamente estes impedimentos que forjam o caráter daquele que deseja servir a grande causa do bem.
            Ninguém pode furta-se ao compromisso de ser útil no mundo, pois que faz parte da própria vida. O amor no sentido profundo é ajudar alguém sem esperar recompensa.
           Os fatos aparentemente mais insignificantes, muitas vezes trazem as lições mais valiosas à própria vida. O bem que se faz carrega os bons sentimentos, embora na sociedade atual os bens materiais predominem e muitos vivem em função deles, porém o excesso deles pode tornar as pessoas cegas, insensíveis, relegando a um segundo plano os valores de ordem moral.
           Parece notório que o homem do século atual prefira as vantagens materiais, pois  não conhece outro padrão de grandeza, mas existem grandes homens que foram exemplos de integridade moral, embora submetidos a uma intensa luta interior para expressar toda a sua decisão em fazer o melhor.
            As suas convicções firmes e seguras deixaram sempre um roteiro seguro em que os mais sábios jamais ignoraram, aproveitando as boas experiências do passado, evitando dessa forma cometer erros primários, com isso conseguiram avançar ainda mais.
            Lembre-se que tem um compromisso dentro de seu próprio lar, onde deve passar o bom exemplo, deixando a todos os familiares que por sua vez passem aos seus filhos e estes aos seus descendentes, pois que a evolução é justamente isto. Mais precisamente acumular as experiências de tantas existências já vividas, não se permitindo cometer os mesmos erros de outrora.
            Por isso que deve ter sempre bem armazenado em sua mente esse desejo constante de ser útil no mundo, caso contrário pode a vida passar em brancas nuvens, sem objetivo e sem ganho para ninguém, com agravante que não avançar, quer dizer perder a oportunidade de evoluir e crescer.
            Por isso mesmo dê o seu bom exemplo a todos aqueles que realmente desejam avançar no campo dos sentimentos, porque também eles necessitam desse apoio para que consiga atingir a meta programada por suas vontades, isto é, ser útil.  A porta de amor ao próximo está aberta, tudo depende do esforço daquele que deseja construir um mundo melhor dentro de si, como já tem conhecimento da realidade de transcendental importância, não pode mais ficar inativo, porque um dia terá de dar também o seu testemunho.
            Como de outro lado sabendo que não poderá fugir a responsabilidade que assumiu, lembrar-se-á que são perenes as palavras de Jesus. “A quem muito foi dado, muito será exigido”. O ato de haver recebido muito, naturalmente cria um dever de fazer outro tanto, por isto, preste muita atenção mesmo, para que quando fechar os olhos para este mundo, não venha se arrepender amargamente, arrependimento tardio porque a oportunidade de modificar o seu destino já terá passado. Áulus

 

Não Espere Demais
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

A TUA FÉ TE SALVOU

 

            Quando de sua presença física no mundo Jesus ao curar alguém amiúde repetia esta frase, “a tua fé te salvou”, mas como seria essa fé capaz de realizar esse prodígio?
             Na verdade Ele atendia a pessoas de todas as condições sociais e de todos os credos religiosos, sem acepção de ninguém, porém onde estaria esta fé que permitia dinamizar as suas forças magnéticas e realizar curas extraordinárias?
            Como poderia alguém que a Ele se apresentasse, rogando-lhe socorro, homem ou mulher, ter sido curado por mérito do próprio interessado. Mas aonde se apóia essa fé para ter essa grandeza? Será que esta fé tem o respaldo nas boas obras? Tiago afirma: “A Fé sem obras é morta em si mesma”. Será a fé que cultivavam era o resultado da prática da caridade?
            Se porventura, vendo aquele que passasse por provações o ajudasse; se ofendido, perdoasse sem condição; se instado a andar uma milha, andasse duas, se lhe batendo numa face apresentasse outra, com isso, mostrando outra forma de proceder que não a da violência?
            Mais ainda, se detentor de valores amoedados, usasse-os em socorro aqueles que passam por momentos provações; se alguém que demandasse a sua túnica, também oferecesse a capa para que o mal não prosperasse; se ofendido esquecesse o agravo, se caluniado sem justificativa, ainda orasse por aquele irmão infeliz que sem motivo o expunha ao escárnio público, porque reconhecia nele alguém muito infeliz que necessitava mais de amor do que de reprovação.
            Para concluir, se não poupou esforço para auxiliar aquele que caminhava sem rumo, além de que sempre buscou de alguma forma ser útil ao próximo; se perseverou na prática do bem cada minuto de sua existência, porque vivendo pela fé, sentiam-se na obrigação de amar mais; por fim se procurou mais compreender que ser compreendido, de amar sem esperar ser amado, certamente que é alguém que tem essa folha de trabalho podia receber toda a acolhida.
            Naturalmente que já tinha autoridade moral de pedir e até ser atendido em suas necessidades mais prementes, e se ouviu de Jesus em seus momentos de dificuldades diante de sua presença moral, “a tua fé te salvou”, “vai e não peques mais para que um mal maior não te suceda”! 
            Mostrando aquele que fosse bom e generoso com o próximo, certamente a dívida contraída em existências mal vivida do passado podia ser compensada, porque é da lei que cada um se puna e se remunere a si mesmo.
            Pelo bem que havia feito em favor dos outros, já havia quitado até o ultimo centavo e estava, portanto, pronto para receber a cura. Assim que ao influxo de sua poderosa mente Jesus pode curar e esse fenômeno de cura foi muito divulgado.
            Naturalmente que diante de leis sábias e justas, não com um privilégio sem base. Porém obedecendo a uma determinação superior, pois que havia quitado até o ultimo centavo, assim podia ser considerado livre, porque resgatou a dívida.
            Ademais Jesus em momento algum infligiu à lei natural, isto é, de praticar algo contrário a lei, ainda que fosse para beneficiar, mas agiu sempre em função da lei de Deus, tanto que deixou os ensinamentos mais claros e sensatos sobre a maneira correta de proceder no mundo. Inclusive que em momentos de crises recebeu as valorosas palavras e Jesus “A tua fé te salvou”, que decorreu do mérito lentamente conquistado.
            Mostrando, assim que o homem será sempre o artífice de seu destino, por uma lei justa e equitativa, porque o Pai sempre os amará independente de sua condição no mundo.
             Ama os bons para que se tornem melhores, ama os maus para que se tornem bons, assim que a todos olha com imenso Amor, porque o destino final de todos será a felicidade. Basta que tenha força e coragem de amar ao próximo como a si mesmo E como este se apresente, se tiver essa força interior que poderá ouvir de Jesus. “a tua fé te salvou”. Áulus.

 

Luzes da Ribalta
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes

 

 

SONAMBULISMO

 

           “É um estado de independência da alma, mais completo que no sonho, estado em que as suas faculdades ficam mais desenvolvidas. A alma tem percepções de que não dispõe no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito.”181 É situação relativamente comum nos médiuns psicofônicos e psicógrafos, que, em geral, apresentam algum grau de sonambulismo.
           No sonambulismo, a alma se transporta ao local dos acontecimentos, mas pode também presenciá-los à distância, como se estivesse vendo uma projeção; pode falar com exatidão de coisas que, a rigor, ignora no estado de vigília, ou até mesmo de assuntos que estão acima de sua capacidade; vê outros Espíritos e pode receber instruções deles. Quando isto acontece o encarnado atua como Espírito emancipado (fenômeno anímico) e como médium (transmite informações dos Espíritos).
           Nestas condições, o sonâmbulo perde momentaneamente contato com a realidade aparente, externa e da vida de relação, vivendo a vida do Espírito, enquanto o corpo permanece inerte, situado entre a vigília e o sono. “[...] Facilmente, portanto, se compreende por que os sonâmbulos não se recordam do que se passou no estado sonambúlico e por que os sonhos, cuja lembrança conservam, na maioria das vezes já não têm sentido.”182

 

           • Dupla vista

           Conhecida também como segunda vista ou “a vista da alma.”183 A emancipação da alma se manifesta, às vezes, no estado de vigília e produz o fenômeno conhecido pelo nome de segunda vista, que dá aos que a possuem a faculdade de ver, ouvir e sentir além dos limites dos nossos sentidos; [...] veem, por assim dizer, através da vista ordinária e como por uma espécie de miragem.
           No momento em que o fenômeno da segunda vista se produz, o estado físico do indivíduo é sensivelmente modificado; o olho tem algo de vago; ele fita sem ver; toda a sua fisionomia reflete uma espécie de exaltação. [...] Para quem desfruta de tal faculdade, ela parece tão natural como a de ver. [...] 184

 

           • Êxtase
“O êxtase é um sonambulismo mais apurado. A alma do extático é ainda mais independente.”185 O êxtase é um tipo de sonambulismo no qual a alma visita os mundos ou dimensões superiores da vida.

 

           • Bicorporeidade e transfiguração

           Ambas as manifestações anímicas são definidas em O livro dos médiuns como “[...] variedades do fenômeno das manifestações visuais e, por mais maravilhosos que possam parecer à primeira vista, facilmente se reconhecerá [...] que não estão fora dos fenômenos naturais.”186 desencarnação. O Espírito sente necessidade de ir ao encontro de entes queridos para despedir-se. Entre nós, no Brasil, são notáveis as histórias de bicorporeidade do estimado espírita e educador mineiro, Eurípedes Barsanulfo (1880–1918), que, ao sair do corpo, tornava-se tangível a outros encarnados para auxiliá- los em suas múltiplas necessidades. Em geral, as pessoas assistidas desconheciam o fato de que se tratava da visita de um Espírito encarnado materializado, cujo corpo físico encontrava-se adormecido no leito de sua casa, em Sacramento-MG, cidade onde Eurípedes residia.
           O desdobramento espiritual leve, isto é, sem tangibilidade, ocorre com relativa frequência nas reuniões mediúnicas usuais da Casa Espírita, sobretudo entre os médiuns videntes e os psicofônicos. Às vezes, o encarnado se desloca até o local onde um acontecimento está ocorrendo ou se posiciona ao lado do Espírito comunicante, fornecendo, mais tarde, detalhes do que percebeu no ambiente espiritual da reunião, ou fora desta. Em outras situações, mais comuns, o encarnado sai do corpo e assiste a uma projeção de acontecimentos ou fatos, transmitidos em uma tela muito semelhante à utilizada nas projeções de multimídia ou de cinema. Esta última possibilidade se revela importante para melhor compreender o sofrimento do Espírito comunicante, e auxiliá-lo adequadamente, ao acompanhar ações cometidas por ele no passado e que agora se refletem no presente.
           Na transfiguração acontece um fenômeno inusitado, e muito raro: “Consiste na mudança de aspecto de um corpo vivo.”187 Em outras palavras, a aparência e a expressão fisionômica do encarnado mudam repentinamente, adquirindo outras características. Por exemplo, um ocidental típico pode, sob o efeito da transfiguração, apresentar-se com a aparência de um oriental. Ou um jovem pode modificar a expressão fisionômica e corporal, assemelhando-se a um idoso. O melhor e maior exemplo de transfiguração de que temos notícia foi a de Jesus, ocorrida no Monte Tabor, na qual “o rosto e as vestes do Senhor resplandeceram como o sol”. Este fenômeno foi amplamente anunciado por Mateus, 17:1 a 9; Marcos, 9:2 a 8; Lucas, 9:28 a 36 e por Pedro em sua segunda epístola: II Pedro, 1:16-18.
           Os itens 115 a 133, capítulo VII, de O livro dos médiuns fornecem maiores informações a respeito da bicorporeidade e da transfiguração. Uma excelente obra de referência sobre a bicorporeidade é Antonio de Pádua, publicada pela FEB.

 

Referência
181 Id. Ibid. Q. 425, p. 216.
182 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Q. 425-comentário, p. 217, 2013.
183 Id. Ibid. Q. 447, p. 221.
184 Id. Ibid. Q. 455-comentário, p. 227-228.
185 Id. Ibid. Q. 439, p. 220.
186 Id. O livro dos médiuns. Cap.VII, it. 114, p. 125, 2013.
187 KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Cap. VII, it. 122, p. 132, 2013.

 

Livro Mediunidade Estudo e Prática
FEB

 

 

PSICOGRAFIA

 

DESAPEGUE-SE

 

           Como colegiais aqui nos encontramos e profundamente agradecidos.
           Como chuva mansa que lava e hidrata o solo assim a lição veio hidratar nossa compreensão.
           Como agasalho que aquece assim quentinho de gratidão nossos Espíritos infantis se encontram.
           Como alimento que nutre assim nos sentimos saciados e felizes.
           Como o remédio que cura assim nos sentimos curados e prontos para o exercício do desapego.
           Agradecidos a Deus por esta escola que nos faltou desde tenra idade.
           Obrigado irmãos e amigos o apego nos escravizou a tal ponto que comparando aos  presidiários que cumpriram a pena e quando as grades foram abertas uma tristeza tomou conta e não desejaram sair para a liberdade e apreciar o contato com os libertos e emancipados.
           Parece cruel a todos que ligados pelos laços do afeto deixamos provisoriamente.
           Como doentes em um hospital quando recebeu alta ficaram inseguros e temerosos em abandonar o leito e a atenção afetuosa dos companheiros que fizeram companhia e daqueles que cuidaram, zelaram com simpatia e apreço.
           Resulta do afetivo  apego a tudo e a todos, sofrimento cruel.
           Treinem o desapego para quando a porta se abrir para a passagem rumo a liberdade todos estejam  felizes e livres das peias desta escravidão que é fruto da imaturidade espiritual.
           Rogamos a Deus  que os abençoe e os oscule com muita luz.
           Gratidão profunda.


CESFA
Campo Grande/MS.

 

 

Espiritismo para Crianças
Marcela Prada
Tema: Humildade, confiança

 

OS COELHOS DO REI

 

           Havia um rei que tinha cinco coelhos gordos e fofos.
           Ele adorava seus coelhos e exigia que fossem muito bem tratados. A casinha deles era linda e sempre havia muitas cenouras, para eles comerem à vontade.
           O rei gostava de agradar o pelo macio de seus coelhos e observar, com orgulho, como eram bonitos.
           Mas, um dia, quando foi até o cercado onde os coelhos moravam, o rei não os viu lá. Ordenou que seus servos os procurassem, mas eles não os encontraram. Os coelhos haviam sumido e o rei ficou desesperado.
           Ele, então, mandou que a guarda do reino fosse chamada e começaram as investigações.
           – Eles foram roubados! – dizia o rei, nervoso. – São os coelhos mais lindos e bem tratados que existem. Não há motivo para terem fugido. Quero que encontrem meus coelhos e o ladrão infame, que pagará por seu crime.
           Os guardas procuraram pistas. Encontraram um local na cerca, por onde os coelhos poderiam ter passado, mas o rei insistia:
           – Meus coelhos não fugiram. Eles foram roubados!
           Os guardas interrogaram os tratadores e vários empregados do reino, vasculharam os arredores, mas não encontraram nada.
           Os coelhos continuavam desaparecidos. Quanto mais o tempo passava, mais o rei se entristecia. Ele começou a ficar com medo de não encontrar mais seus animais.
           A notícia do sumiço se espalhou pelo reino. Todos ficaram com dó do rei e também dos coelhos, mas ninguém sabia como ajudar.
           Todos, menos uma menina chamada Susi. Ela era filha da cozinheira. Ela também gostava muito dos coelhos. Conhecia bem cada um deles, passava horas observando-os e agradando-os pela cerca.
           Susi sabia de uma coisa que ninguém sabia: que os coelhos do rei tinham as melhores cenouras do mundo, mas eram loucos para comer outros legumes e verduras também.
           A menina ajudava sua mãe na cozinha e depois do trabalho, quando ia agradar os coelhos, percebia como eles ficavam animados, sentindo o cheiro, nas suas mãos, dos vegetais que ela havia cortado.
           De vez em quando, Susi levava para eles as folhas dos rabanetes e nabos e eles adoravam.
           Susi decidiu ir procurar o rei. Ela foi até o palácio e esperou para ser atendida. Quando perguntaram o que ela queria, explicou:
           – Quero falar com o rei. Eu também gosto muito dos coelhos e acho que posso ajudar a encontrá-los.
           Mas Susi era uma criança. Ninguém achou que ela poderia fazer mais do que os adultos já tinham feito.Por isso, desprezaram a ajuda que ela oferecia.
           – Este é um assunto muito sério! Não podemos deixar uma criança incomodar o rei. Volte para casa, menina. Já ajuda quem não atrapalha – disseram para ela, com frieza.
           Susi ficou espantada de ser tratada dessa maneira. Ela queria realmente ajudar e não sabia o que fazer para acreditarem nela. Seus olhos se encheram de lágrimas.
           Mas o rei estava numa sala ao lado e tinha ouvido a conversa.
           – Espere! – disse ele, abrindo a porta. – Qualquer pessoa que possa ajudar a encontrar meus coelhos é bem-vinda.            Como é o seu nome, menina? O que você tem a me dizer?
           – Senhor, obrigada por me ouvir! Eu também gosto muito dos seus coelhos e gostaria da sua permissão para ajudar a trazê-los de volta.
           Susi explicou como ela conhecia bem os coelhos e o que ela queria fazer. O rei, mesmo sem confiar muito, resolveu aceitar a ideia dela. Ele não tinha outra opção. Por isso, consentiu que ela colocasse no cercado dos coelhos, uma boa porção de vegetais variados, como abobrinhas, pepinos, acelga, agrião, folhas de couve-flor e outros. Tudo bem fresco e bonito.
           Parecia uma medida muito simples. Alguns não acreditavam que apenas isso poderia para dar certo. Mas deu!
           No dia seguinte, pela manhã, os coelhos estavam de volta no cercado, devorando os deliciosos vegetais que Susi havia preparado.
           Eles tinham o pelo fofinho, que disfarçava bem quanto estavam magros. Os coelhos tinham emagrecido bastante, enjoados de comerem apenas cenouras. Por isso, conseguiram fugir, passando por um espacinho da cerca.
           Mas, quando sentiram o cheirinho gostoso da salada que Susi havia preparado para eles, com a fome que estavam, voltaram para casa, rapidinho.
           A volta dos coelhos foi uma enorme alegria para todos. Susi sentia-se ainda mais feliz por ter podido ajudar. O rei, além de lhe agradecer muito, também deu a ela a função de cuidadora oficial dos coelhos.
           A volta dos coelhos foi motivo de aprendizados também.
           O rei aprendeu a importância da humildade, pois foi graças a ele ter aceitado a ajuda de Susi que pôde ter seus bichinhos de volta.
           Susi aprendeu a ter confiança em si mesma. Ela ainda era criança, mas já era esperta e bondosa e percebeu que, com essas qualidades, ela sempre poderia ser muito útil.
           E todo o reino aprendeu sobre coelhos. E que eles não comem só cenouras!

 

Referência: (Inspirado na história “Os Coelhos do Pequeno Rei” encontrada em www.ririro.com)

 

Material de apoio para evangelizadores:
Clique para baixar: Atividades
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O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2025

 

 

PROVAS COLETIVAS E TRANSIÇÃO PLANETÁRIA:

NADA É POR ACASO

 

Flávio Cerqueira da Silva

 

           Observamos na criatura humana a grande dificuldade de perdoar as ofensas, ainda hoje, mesmo com todo o processo evolutivo e após milhares de reencarnações, como dádivas divinas de aprimoramento do espírito, que, em renascendo, tem a chance de progredir e  libertar-se de muitas imperfeições.
           Os grandes espíritos do passado nos deixaram muitos ensinamentos. Um deles, o doutor da lei, Nicodemos, quando perguntou a Jesus como faria o homem para se depurar e chegar ao reino dos céus, ao que Jesus respondeu com sabedoria que seria necessário nascer de novo.
           É um ciclo, nascer, renascer para progredir sempre, até alcançarmos a redenção de nós mesmos.
           O orgulho, bem como nos orientam os espíritos superiores, é a fonte de todos os nossos males. O egoísmo seria seu filho.
           É pelo orgulho que uma contradição não é aceita. A pessoa se deixa vencer pela contrariedade e se afasta do bom senso, com dificuldade de perdoar. Na verdade, não seria preciso perdoar se esse sentimento infeliz estivesse ausente no ser. A humildade, ainda tão pouco compreendida pelos homens, seria a virtude que impediria uma desavença. Pelo orgulho a humanidade ainda se perde e o diálogo não acontece, mesmo entre nações. Grilhões se forjam, aprisionando os espíritos encarnados ou desencarnados em sentimentos inferiores.
           É preciso, enquanto a imperfeição não foi corrigida e o orgulho ainda grassa, do lenitivo do perdão.
           Em palestras, quando nos dirigimos às plateias, o perdão tem sido mostrado como a grande dificuldade. As pessoas comentam suas dores profundas e dizem quanto é difícil perdoar.
           Lembramos que há alguns anos e isso já foi nota em nossas páginas, quando uma senhora simples nos contou sobre a sabedoria de seu idoso pai, que contava na época com 92 anos de idade. Era um apreciador de Castro Alves e decorava uma poesia por dia e a declamava. Sua religião? Não sabemos. O que nos encantou foi o modo como ele a orientou ao perdão. Ela nos confidenciou que estava muto triste, ficara magoada com sua irmã mais velha, que era casada e tinha ciúmes do relacionamento dela com os pais, pois, estando solteira, cuidava deles, morava com eles.
           A irmã a tinha tratado tão mal, no seu entendimento, que ela chorava havia duas semanas, todos os dias, debaixo de um abacateiro no quintal. Ela disse que seu pai a observava, sem dizer nada. Aguardando. Como ela não saía da situação, ele se aproximou e conversou com ela sob a sombra do abacateiro.
           “Minha filha”, disse-lhe ele. “Quando um soldado cai ferido num campo de batalha, ele se arma de forças e coragem e se levanta do chão, continuando a lutar, para não morrer caído lá. Faz duas semanas que você caiu. Quando vai resolver-se a se levantar?”
           Ela nos disse que, ouvindo aquelas palavras sábias, enxugou suas lágrimas, perdoou sua irmã pelas dificuldades dela e continuou a viver, fazendo o melhor que podia por seus pais, sem se importunar com as atitudes difíceis de sua irmã.
Agiu com inteligência. O perdão é libertação para quem perdoa.
           A humanidade está carregada de algemas por essa situação. Orgulho ferido. Estão presos muitos a sentimentos inferiores, encarcerados em situações do passado e perdendo oportunidades de viver um presente de paz para um futuro melhor.
           Libertar- se das algemas é uma necessidade. Respirar fundo e aproveitar o sol da existência, melhorando sempre mais. Perdoar sempre, para se libertar, pagando até o último ceitil com todo o amor.
           Sabemos que a vida devolve aquilo que enviamos. É a terceira lei de Newton, que diz que para cada ação vem uma reação igual e contrária. Bem a lei de justiça divina, de reparação dos males praticados, devendo lembrar-nos sempre de que o amor cobre uma multidão de pecados. Respondamos a tudo com amor e o amor retornará, dando-nos a paz que tanto ansiamos.
           Se alguém tiver alguma coisa contra seu irmão, aproveite, deixe a humildade tomar o lugar do orgulho e se pacifique com seu irmão.
           Os grandes psicólogos pedem que imaginemos a criança sofrida daquele que provocou o problema, suplicando o perdão e o coração não saberá resistir ao pedido da criança.
           Perdoar é divino e mostra ao ser que ele se tornou melhor, perdoando as ofensas. Um dia, pelas reencarnações e evolução, não precisará perdoar, pois não se sentirá ofendido. Até lá, no entanto, o perdão é e será o remédio. 

 

O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2025

 

 

RAÍZES NO BEM

 

           De: Alda Maria
           Espírito: Yvonne do Amaral Pereira
           Editora: CEMFS

 

           As obras psicografadas pela médium Alda Maria, sob a inspiração e ditado do Espírito Yvonne do Amaral Pereira, e publicadas pela Editora CEMFS (Centro Espírita Manoel Felipe Santiago), têm como foco a Doutrina Espírita e suas aplicações na vida cotidiana, como o lar e a mediunidade.
           O livro "Mediunidade: Tarefa com Jesus" oferece orientações valiosas, baseadas na experiência pessoal de Yvonne Pereira como médium e nos ensinamentos de Allan Kardec. É um guia para a formação do médium espírita-cristão, incentivando o estudo e a dedicação ao intercâmbio com os desencarnados.
           O título "Lar, Escola de Almas" aborda a família, seus conflitos e dificuldades. A narrativa mostra o lar como um ambiente crucial onde Espíritos se reúnem para o aprendizado mútuo e para os ajustes necessários, destacando a importância da reflexão sobre o papel de cada indivíduo no grupo familiar.
           Já o livro "Raízes no Bem" apresenta histórias entrelaçadas de personagens que vivenciam decisões renovadoras em suas vidas. Através das experiências familiares, sociais e profissionais narradas, a obra incentiva o autodescobrimento e a busca pela iluminação da mente e do coração, conforme a luz divina.
           De modo geral, as publicações visam divulgar o Espiritismo e transmitir lições de amor, fé e consolo, sempre com uma linguagem agradável e profunda.

 

 

TESTEMUNHO PESSOAL

– O MAIOR DESAFIO DA ATUALIDADE

 

Geraldo Campetti Cobrinho

 

           Quantas vezes você já se sentiu desafiado na vida?
           Há momentos em que tudo parece se acabar. O mundo está contra nós. A situação complicada.
           A conhecida Lei de Murphy entra em ação: “se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará”. A vida é bela para uns; porém, muitos estão fora desse elenco, pois a crise indica uma existência difícil. Estão vivendo maus momentos.
           Aí dá aquela vontade de jogar tudo para o alto, abandonar o barco. Os pensamentos e expressões que nos vêm: eu não mereço nada disso; isso não é justo; tudo dá certo para fulano, para mim, tudo dá errado!
           Não creio que só eu tenha passado por essa circunstância. Você já deve ter se sentido assim em alguma ocasião.
           Mas, não vamos nos abater. Esse privilégio não é exclusivo. Outros também se sentem como a gente.
           Por que será que algumas coisas desagradáveis ocorrem conosco? Por que quando tudo parece que vai mal, ainda pode piorar, trazendo desconforto e sofrimento?
           Vivemos interessante momento de transição planetária. Isso mesmo: a Terra está se transformando. Mudanças climáticas, degelos, efeito estufa, terremotos, maremotos, erupções vulcânicas, desastres ambientais, enfim a lista é extensa… Tudo aponta para um período de transformações que pareciam estar aguardando o momento propício para se manifestar. E, agora, não desejam esperar mais.
           A Natureza chegou a um limite e precisa extravasar sua potência criadora para continuar viva e oferecer condições de existência a seus habitantes.
           É o prenúncio de que os tempos já chegaram…
           Em mensagem recebida por Divaldo Franco em abril de 2010, Bezerra de Menezes afirma: “esses dias assinalam o período de transição do mundo de expiação e provas para o mundo de regeneração”. É uma excelente notícia, por um lado.            Um novo mundo, melhor daquele em que vivemos, onde haja paz e fraternidade, união e solidariedade entre os povos, no qual o bem possa se manifestar afastando o mal, onde o entendimento e o amor empanem a ignorância e o ódio.
           Por outro lado, essa revelação suscita preocupações. O portal oferece acesso ao novo mundo e já foi instalado na Terra. Será que estamos em condições de atravessá-lo?
           Deus não deseja que nenhum de seus filhos se perca. O Criador tenciona resgatar o maior número possível de criaturas, ensejando-lhes o despertar para as desafiadoras realidades da Nova Era.
           As chamadas “provas de fogo” surgem para testar se já estamos aptos à superação de uma etapa e preparados para enfrentar outras oportunidades mais complicadas.
           Em vez de castigo ou punição, a Justiça Divina age com amor e bondade, oferecendo os elementos necessários ao processo de renovação interior pelo esforço próprio de cada ser humano. Sem privilégios ou favorecimentos de quaisquer ordens, há o mérito ou demérito pelas ações assertivas ou equivocadas dos habitantes desse mundo-escola, a Terra.
           Para Joanna de Ângelis, “reclamar é perder tempo”. Daí, a necessidade de nos dedicarmos ao trabalho, com esforço e perseverança, para superarmos dificuldades que jazem na intimidade de nossos seres. São roupagens antigas a ser trocadas, revestidas pelo comportamento renovado da reforma íntima.
           Se o plano terrestre está em mudança, nós também somos convocados à ‘alquimia interior’, pelo exercício do controle das más tendências e do empenho  na transformação moral.
           Agradeçamos o ensejo ofertado pela existência na escola terrestre, fazendo-nos dignos de habitá-la como orbe regenerado, em que todos vivam renovados na pureza de coração e na paz de consciência.

 

Editorial FEB
2025

 

 

QUEM SOIS?

           

           “Mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?” — (ATOS, capítulo 19, versículo 15.)

 

           Qualquer expressão de comércio tem sua base no poder aquisitivo. Para obter, é preciso possuir.
           No intercâmbio dos dois mundos, terrestre e espiritual, o fenômeno obedece ao mesmo princípio.
           Nas operações comerciais de César, requerem-se moedas ou expressões fiduciárias com efígies e identificações que lhes digam respeito. Nas operações de permuta espiritual requisitam-se valores individualíssimos, com os sinais do Cristo.
           O dinheiro de Jesus é o amor. Sem ele, não élícito aventurar-se alguém ao sagrado comércio das almas.
           O versículo aqui nomeado constitui benéfica advertência a quantos, para o esclarecimento dos outros, invocam o Mestre, sem títulos vivos de sua escola sacrificial.
           Mormente no que se refere às relações com o plano invisível, mantendo cuidado por evitar afirmativas a esmo.
           Não vos aventureis ao movimento, sem o poder aquisitivo do amor de Jesus.
           O Mestre é igualmente conhecido de seus infelizes adversários. Os discípulos sinceros do Senhor são observados por eles também. Os inimigos da luz reconhecem-lhes o sublime valor.
           Quando vos dispuserdes, portanto, a esse gênero de trabalho, não olvideis vossa própria identificação, porque, provavelmente, sereis interpelados pelos representantes do mal, que vos perguntarão quem sois.

 

Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

 

 

EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado nº 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.

Reunião Pública: Quinta-Feira 19:30