"Luzes do Amanhecer"

ANO III - Nº 26 – Campo Grande/MS – Março de 2008
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.


                O mais nobre sentimento - é o amor; e mais nobre gesto – é a caridade. O amor é como lançar semente à terra fértil e a caridade e a paciência do agricultor que ampara as plantas tenras e as socorre em suas necessidades.Ambrósio.


 


UNS E OUTROS

            Aqueles alunos da escola abençoada da vida maior que mais se destacaram vão receber as notas maiores, por conta do seu esforço no aprendizado e seu empenho na reforma íntima para se ajustar aos princípios do ideal de Jesus. Trabalhando pelo bem dos outros e amando o próximo tanto quanto a si mesmo.
            Depois surgirão os outros que realmente acompanham o programa, mas não tiveram forças para colocá-lo em execução, sentiram-se tocados por essa realidade, mas não foram bastante disciplinados para se apresentar ao labor, estudaram sempre os seus fundamentos, porém ficaram somente nesse campo, quando deviam aliar o estudo ao trabalho.
            A outros aconteceu o contrário. Eram prestativos e solícitos, sempre estavam prontos a servir sob qualquer condição adversas, foram úteis e extremamente proveitosos ao mundo.
            Outros procuraram os valores do mundo somente, estavam felizes quando conseguiam ganhar altos salários e vantagens outras no terreno dos valores amoedados, quando os cofres estavam cheios diziam que eram felizes, procuravam preservar os seus valores a qualquer custo.
            Outros totalmente desapegados dos valores do mundo, à medida que ganhavam, também tudo gastavam. O importante era aquele momento, depois iriam pensar no que fariam da vida.
            Outros estavam tão preocupados com os problemas familiares que não puderam sequer respirar. Já desde a infância dificuldades bem maiores, quando conseguiam resolver um problema, surgia outro, assim que sempre estiveram à frente de problemas a resolver.
            Assim que as mais variadas situações apresentaram aos outros, constituíam famílias cedo e a elas ficara vinculada a vida inteira. Outros nunca tiveram um lar, viviam pelo mundo com muita dificuldade de relacionamento com as demais pessoas.
            Outros trabalharam de sol a sol para manter o alimento a mesa, simplesmente.
            Outros não se ajustaram às regras do mundo, procuravam sempre desestabilizar os outros, a sociedade do mundo que foram chamados a viver, sempre revoltados, reclamavam do mundo, imaginando que o mundo que devia se adaptar a eles. Sofreram e fizeram os outros sofrerem por conta de sua ignorância. Mas muitos viveram na miséria, outros da miséria conseguiram ascender a alto posto da sociedade.
            Muitos outros nunca esquecerem as suas origens depois de haverem subido na escala social, outros que jamais olharam para trás como se fossem pesadelos que tentavam esquecer.
            Quando alguém se propõe a estudar os princípios da Doutrina Espírita, certamente que compreenderá que muito tem a fazer, para que possa incorporar a esse espírito de disciplina.
            Para a compreender de maneira clara, é necessário que esse discernimento resulte de um aturado estudo e reflexão, a fim de penetrar no âmago das graves questões do destino, da vida e da dor e daí tirar suas conclusões. A principio supõe-se muito fácil, mas no decorrer do tempo compreenderá as dificuldades, especialmente se quiser integrar-se em sua mensagem. Porque aquele que compreende o seu verdadeiro sentido jamais será o mesmo, porque a própria vida será encarada em outro sentido. As concepções do mundo de repente tornar-se-ão mais condizentes com a realidade maior do Cristo.
            A vida toma a direção de grandeza do seu objetivo, visto que começa a entender o seu significado mais profundo e o quanto pode fazer por sua reforma interior.
            E se ajustando ao sagrado principio do Cristo, de maneira clara e objetiva, pode libertar-se de muitos preconceitos que ainda o retém na ignorância. A essência da Doutrina sempre será da mensagem de Jesus, que pode sempre trazer uma compreensão melhor de Deus, que quer e deseja oferecer o melhor aos seus filhos amados. Por isso considera que a vida não pode correr dessa maneira, sem um esforço continuado de auto burilamento. Hoje se incorpora uma lição, amanhã, mais outra, e assim sucessivamente e depois de as compreender não poderá mais repetir os erros do passado e assim num escala sempre crescente de informações.
            Se pensar algo mais consistente, consagra-se mais ao trabalho em favor do próximo, onde poderá exercer a caridade que é a sua meta principal, porque esta virtude abrange todas as demais.
            Quando estiver disposto a superar suas próprias contradições, verá que sempre mãos amigas o ajudarão a caminhar. É preciso muito empenho na prática do bem, porque sempre exigirá um esforço a mais de sua vontade.
            Com esta nova disposição, certamente que preencherá as suas horas vazias, com muito trabalho. Nada mais cristão e mais espírita, porque se valoriza muito essa possibilidade, pois que a vida é um tesouro do mais alto valor, especialmente porque é representado pelo tempo que cabe ainda neste plano. E cada um poderá fazer o que julgar mais importante e naturalmente ao final desta vida receberá a nota correspondente.
            Assim que a vida se apresenta à face do mundo para que cada um cumpra o seu papel.
            Nada se espera que ande por si mesmo, mas com vontade e disciplina faça a sua parte.

Áulus/Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS

EM CASA

            Ninguém foge à lei da reencarnação. Ontem, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral.
            Hoje, guardamo-lo na condição de parente difícil, que nos pede sacrifício incessante.
            Ontem, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vicio.
            Hoje, temo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor.
            Ontem, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes.
            Hoje, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de filho-problema, o cálice amargo da redenção.
            Ontem, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio.
            Hoje, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-lhe, à custa de lágrimas, o trabalho do reajuste.
            Ontem, abandonamos a companheira inexperiente, a mingua de todo auxilio, situando-a nas garras da delinqüência.
            Hoje, achamo-la ao nosso lado, na presença da esposas conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso infatigável da tolerância.
            Ontem, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a punhaladas de ingratidão.
            Hoje, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angústia, a fim de aprender a plantar carinhos e fidelidade.
            À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas.
            Ajuda aos que te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorria para os que te ferem e desculpa a todos aqueles que te injuriam...
            A humildade é chave de nossa libertação.
            E, sejam quais sejam os teus obstáculos na família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em casa.

Emmanuel
Do livro "Ideal Espírita" de Francisco C. Xavier.

 

HUMILDADE

            O Centro Espírita estava cheio. Reunião com o Chico. Muita gente de fora, especialmente do Rio de Rio e de São Paulo.
            Todos queriam falar com ele, perguntar coisas, consultá-lo ou contar-lhe histórias, relatar fatos. Sorria para uns, abraça outros, aconselhava, orientava. De pé, sempre de pé. Atenção voltada para o problema do consulente, porém, prestando atenção a outros fatos que ocorriam no recinto, pois de vez em quando dizia uma palavra a alguém que conversava distante, esclarecendo ou dando um aparte no assunto...Capacidade fora do comum, às vezes, inexplicável.             Como poderia ao mesmo tempo saber tudo, ver tudo, e esclarecer tudo?
            Algumas pessoas, mais acanhadas, esperavam a sua vez.
            Todos consideram uma grande honra e maravilhosa distinção sentar-se à mesa com o Chico. Semelham aos escolhidos.
            Nós chegamos com alguns companheiros cumprimentamo-lo de longe e sentamos num banco.
            Daí a pouco ele nos convidou para sentar à mesa.
            Não, obrigado, aqui mesmo está bom...
            Ranieri, vem, disse ele outra vez, sente-se aqui...
            Não, fico aqui mesmo...
            Ora, Ranieri, não banque o humilde não!
            Levantei-me imediatamente e sentei-me à mesa. Sua palavra tocou-me fundo o coração porque naquela época eu sempre mantivera uma aparente humildade. Mas ele levantara o véu de minha alma. "Não banque o humilde, não".
            De fato, eu nunca fui humilde. Espírito revoltado, teimoso, tenaz, mantinha uma impressão de humildade. No fundo, era orgulhoso e vaidoso. Ele me descobrira.
            Vi que sabia muita coisa que estava em nossa alma. Ou via nossa alma por dentro ou conhecia mesmo o nosso espírito de outras encarnações. "Em verdade, Senhor, vamos que sabeis todas as coisas" - disseram os apóstolos a Jesus Cristo.
            Nós nunca déramos ao Chico a oportunidade de ver qualquer atitude nossa que denunciasse o espírito que éramos nós. Ele, todavia, lera-nos a alma.
            Os apóstolos quando viram que Jesus lhes conhecia os pensamentos mais íntimos, exclamaram: Agora sabemos que sabeis todas as coisas!
            A capacidade de percepção de Chico é muito grande e as informações que recebe do mundo espiritual a respeito das pessoas lhe dão enorme superioridade sobre quase todos os homens. Por outro lado aumenta-lhe a responsabilidade.             Muitas vezes, quando alguém lhe contava alguma coisa que ocorrera confirmando manifestações de sua mediunidade, ele responderá:
            - Meu filho, isso aumenta a nossa responsabilidade. .
            "Quando não conhecíeis a Lei, não tínheis pecado" - mas agora que conheceis a Lei, estais em pecado.
            Aquele que não conhece a Lei, queria ele dizer, não têm aos olhos de Deus, responsabilidade pelos atos e erros que pratica, mas depois que fica conhecendo a Lei e passa a saber o que é certo e o que é errado, assume responsabilidade perante Deus e tem que responder por isso.
            Estar conscientemente em contato com o mundo espiritual, ouvir, ver e conversar com os espíritos é aumento de responsabilidade porque com o conhecimento ficamos obrigados a respeitar as normas e ensinamentos.
            Enquanto não conhecíamos Jesus nossas faltas não eram levadas em conta. Agora não, o que fizermos de mal pesará em nossa consciência como chumbo derretido.
            Um dia, agora no futuro, seremos chamados a responder pelo que fizemos.
            Inexorável é a Lei que ferida só se restabelece em nós pelo amor que cobre a multidão dos pecados.

R. A. RANIERI D
Do livro "Recordações de Chico Xavier".

 

A CIÊNCIA ESPÍRITA

            A Ciência Espírita compreende duas partes: Experimental uma, relativa às manifestações em geral; filosófica, outra, relativa às manifestações inteligentes. Aquele que apenas haja observado a primeira se acha na posição de quem não conhece a Física senão por experiências recreativas, sem haver penetrado no âmago da ciência. A verdadeira Doutrina Espírita está no ensino que os Espíritos deram, e os conhecimentos que esse ensino comporta são por demais profundos e extensos para serem adquiridos de qualquer modo, que não por um estudo perseverante, feito no silêncio e no recolhimento.             Porque, só dentro desta condição se pode observar um número infinito de fatos e particularidades que passam despercebidas ao observador superficial, e formar opinião. (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, Introdução, XVll).

CENTRO ESPÍRITA - Departamento de Assistência Espiritual

            Este departamento é composto dos seguintes setores:
            1- Plantão de Atendimento Fraterno;
            2- Preparação para o Tratamento Espiritual;
            3- O Serviço de Passe.


Plantão de Atendimento Fraterno
            Este setor é o encarregado de receber os que procuram o Centro Espírita, ou seja, os candidatos ao tratamento espiritual.
            No plantão de atendimento fraterno deve ter tantos trabalhadores, servidores, quanto sejam necessários, para que haja um atendimento eficiente. '
            O Plantão de atendimento fraterno funciona em dia previamente determinado, em hora certa e perfeito entrosamento com os outros serviços do Centro Espírita e tem como objetivo principal encaminhar aqueles que passaram pela entrevista fraterna para o tratamento espiritual propriamente dito, procurando, dentro do possível, também acompanhar o entrevistado nesse atendimento.

Servidores do Plantão de Atendimento Fraterno.
-Atendentes
-Entrevistadores
-
ATENDENTE:
            - É o que atende ao público que chega ao Centro Espírita.

            Este setor do atendimento fraterno deverá ter tantos trabalhadores evangelizados quanto sejam necessários.
            - Deve funcionar em dias específicos, entrosados com outros serviços do Centro Espírita.
            - O objetivo é encaminhar os entrevistados para o tratamento espiritual, ser for o caso.

Função do Atendente.
            1- É o recepcionista do Centro Espírita e deve chegar trinta minutos antes da entrevista;
            2- deve ser evangelizado;
            3-ser comunicativo e tratar amistosamente a todos que chegam ao Centro;
            4- deve ser organizado e tomar nota do nome dos entrevistados, além de outras informações que julgar necessária.

ENTREVISTADOR

            É elemento chave dentro do Departamento de Assistência Espiritual.

Função do entrevistador
            1- Deve ser pontual - chegar pelo menos trinta minutos antes de iniciar as entrevistas;
            2- ser assíduo - tem compromisso com o plano espiritual;
            3- apresentar-se asseado - "vestido de maneira formal".

Qualidade do entrevistador
            1- deve ter conhecimento da Doutrina Espírita; 2- ter conduta evangélica; 3- ser gentil e cumprimentar educadamente o entrevistado; 4- deixar o entrevistado a vontade; 5- ser atencioso; 6- ser discreto; 7- ser equilibrado.

Como entrevistar:
            Além do nome que virá já do atendente com o nome do entrevistado, anotar todas as informações que julgar necessárias, visando um futuro atendimento e acompanhamento do tratamento. Pode constar na ficha alguns nomes de livros que possa eventualmente ser recomendado ao entrevistado, de acordo com o conhecimento da Doutrina Espírita que for detentor.

Comportamento do Entrevistador
            Iniciar a entrevista a frente do entrevistado, de maneira que ambos se sintam confortavelmente instalados:
            1- ouvindo-o com paciência;
            2- não interromper o entrevistado;
            3- ser educado, atencioso;
            4- falar com voz baixa;
            5- ter equilíbrio emocional;
            6- não demonstrar enfado;
            7- não criticar ou escandalizar-se;
            8- respeitar a crença do entrevistado; 9- não insinuar que deva ser espírita;
            10- não dizer: o Espiritismo está com a verdade;
            11- se notar que seu mal é físico, dizer-lhe para procurar um médico;
            12- não receitar medicamentos;
            13- não lhe perguntar sobre sua religião;
            14- a função do entrevistador é de orientação espiritual;
            15- não dizer lhe: O (a) Senhor (a) vai sarar...
            16- duração da entrevista - Cada caso é um caso, de 10, 15,20 minutos;
            17- caso o entrevistado mostre-se interessado pela Doutrina Espírita, ofereça-lhe a oportunidade de estudo;
            18- havendo receptividade, pedir-lhe para que funde em seu o lar O Culto do Evangelho;
            19- finalizando, preencha a ficha, pedindo-lhe que durante oito semanas ele venha ao Centro Espírita tomar passe, se for o caso, ou vir em outro trabalho que se lhe recomende.

PREPARAÇÃO PARA O
TRATAMENTO ESPIRITUAL PASSE

            O passe, como diz Emmanuel, é transfusão de energias físiopsíquicas que o companheiro de bem cede dele mesmo em beneficio do próximo.
            Todo adulto de bem, com exceção daquele que está doente, fisicamente ou com perturbações espirituais, poderá dar passes.
            O Novo Testamento revela fatos nos quais Jesus e os apóstolos aparecem dispensando, pelas mãos, recursos magnéticos curadores:
            18 - Falava ele ainda, quando se apresentou um chefe da sinagoga, prostrou-se diante dele e lhe disse: “Senhor, minha filha acaba de morrer: mas vem, impõe-lhe as mãos e ela viverá”... Mateus, 9,18-43.
23, Rogando-lhe com insistência: “Minha filha está nas últimas, vem, impõe-lhe as mãos para que se salve e viva”. Marcos 5,21 --43".
44 - Aproximou-se dele por detrás e: “tocou-lhe a orla do manto”.Lucas, 8, 40 - 56.

            Nos tempos atuais, na feição do Consolador prometido, o Espiritismo tem se valido desse SOCORRO espiritual, que é o passe.
            No livro, Missionários da Luz, há um capítulo intitulado: Passes, que seria interessante ler.

Preparação para o Passe.
            "A oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai.
            - A nossa mente é um canal.
            - Mente purificada é canal desobstruído.

Quem não deve dar o passe.
            . mágoas excessivas e paixões;
            2. alimentos inadequados alcoólicos;
            3. desequilíbrio nervoso e inquietude;
            4. o vício do fumo ou outro assim caracterizado.

            Sendo o passista um medianeiro da espiritualidade superior, deve cuidar de sua saúde física e mental, e afeiçoar-se na melhoria de si mesmo e à instrução.

São obrigações do médium de passe:
            1. ser pontual ao trabalho;
            2. ter confiança no alto;
            3. trazer harmonia interior;
            4.. respeito ao Pai Celestial;
            5. higiene física;
            6. repouso salutar;
            7. distração construtiva;
            8. alimentação racional

Conduta Moral do Médium de Passe
            O médium que se candidata ao trabalho do passe deve ter uma determinada conduta para consigo mesmo. Refere-se aos esforços íntimos em relação aos maus hábitos, costumes, necessidades e outros aspectos da vida moral.
Dominar paixões inferiores e conquistar virtudes, isto quer dizer reforma íntima.

Qualidades do Médium de Passe
            1. não ser vaidoso; 2. ser humilde; 3. ter boa vontade; 4. ser disciplinado sentimento de amor; 5. prece e mente pura.

Vícios do Médium de Passe
            O médium de curas espirituais necessita combater rigorosamente os vícios:
. de fumar; 2. de beber; 3. do jogo; 4. da gula; 5. da preguiça; 6. da maledicência.

Defeitos Morais e Paixões
            O médium de cura, antes de encetar a luta contra os defeitos e paixões, tão comuns ao homem inferior. É necessário que faça seu programa individual de ação e se avalie quanto a estes defeitos.
            1- personalismo; 2- vaidade; 3- ciúme; 4- mágoa 5- inveja; 6- melindre; 7- orgulho; 8- mentira; 9- egoísmo.

Atitudes de quem vai transmitir o passe:
            1. uma atitude de certa distância do paciente;
            2. não há necessidade de se tocar no paciente, durante a transmissão do passe;
            3. não deve dar o passe mediunizado;
            4. tomar o devido cuida para não aplicar o passe em pacientes fora do Centro Espírita, a não ser que se trate de doentes hospitalizados ou acamados, velhinhos impossibilitados de se locomover.
            5. caso haja necessidade de um socorro urgente, fora do Centro Espírita, deve ser feito através de equipes de médiuns;
            6. evitar, quando estiver transmitindo o passe, respiração em forma de ruídos, certos defeitos ou mais hábitos, resfolegar alto e fazer gestos violentos, etc.

Trabalhadores do Passe

            Nos Centros Espíritas das cidades maiores, onde há um número razoável de médiuns, alunos do estudo sistematizado ou outros companheiros de boa vontade, a oferta de colaboradores é grande em favor do próximo; sempre foi possível formar um bom número nos setores de trabalho dentro do Departamento de Assistência Espiritual.
            Para os Centros Espíritas, onde estes recursos são menores, deve-se iniciar o Departamento de Assistência Espiritual dentro de suas reais possibilidades.

 

 

VIDA SINGULAR

            Eis aqui um homem que nasceu numa aldeia, filho de uma simples camponesa.
            Cresceu em outra humilde aldeia.
            Trabalhou como um modesto carpinteiro até os 30 anos.
            Foi somente durante os três anos seguintes que pregou sua mensagem.
            Nunca escreveu um livro.
            Nunca exerceu qualquer cargo.
            Nunca teve um lar.
            Nunca constituiu família.
            Nunca freqüentou uma Universidade. Nunca a planta dos seus pés pisaram uma grande cidade.
            Nunca se distanciou mais de 300 quilômetros do povo onde nasceu.
            Nunca fez alguma coisa que pudesse aparentar grandeza.
            Suas credenciais eram a sua própria personalidade.
            Nada teve em comum com este mundo, exceto o simples poder da sua singular humanidade.
            Quando se fez conhecer, o ímpeto da opinião popular se voltou contra ele.
            Seus amigos o negaram e abandonaram.
            Um deles o traiu e o vendeu aos seus inimigos.
            Foi condenado mediante a farsa de um juízo simulado.
            Foi cravado em uma cruz entre dois ladrões.
            Enquanto morria, seus executores tiravam sorte sobre a única propriedade que tinha na terra - sua túnica.
            Ao morrer foi enterrado em uma tumba emprestada por piedade de um amigo.
            Vinte longos séculos são passados e hoje, ele é a personalidade central da raça humana e líder da civilização moderna.
            Todos os exércitos deste mundo, todas as tropas que já se construíram, todos os parlamentos que já se reuniram, assim como todos os reis que já reinaram, postos todos juntos, não influíram tão poderosamente na vida da humanidade como o fez esta vida singular JESUS CRISTO.

PARA SEMPRE NA MEMÓRIA

            Vários foram os líderes que surgiram e se projetaram no cenário do Movimento Espírita por influência de Chico Xavier.
            Um deles, convertido pela dor da perda de um entre muito querido, exerceu importante papel na região de Campos (RJ), fundando e dirigindo uma instituição-modelo no setor de formação e encaminhamento da infância.
Sem nome: Clóvis Tavares, autor, entre outros, de Trinta Anos com Chico Xavier.
            Ela vai nos falar a seguir de experiências com o incomparável médium mineiro.
            Foram sem contas as lições, as benesses, as profundas experiências espirituais a mim concedidas, misericordiosa e ininterruptamente, na querida escola evangélica de Pedro Leopoldo. Considerando os limites destas singelas memórias, vou respingando, aqui e ali, de meus queridos arquivos ou de meus rascunhos de viagens, o trigo bom e farto das bênçãos do Alto. São lembretes, são mensagens, são observações, são advertências, são carinhos - tudo testificando a inefável bondade e Deus.
            Em julho de 1948, como sempre o fazia nas férias, pus-me a caminho de Pedro Leopoldo.
            Sai de Campos, na manhã de 14, no velho e moroso trem da Leopoldina. Durante a viagem, recordo-me bem, meu pensamento se fixou intensamente na personalidade de Santos Dumont: sua vida, suas dedicações, sua morte dolorosa.             Relembrava as páginas de Gondin da Fonseca, depoimentos sobre seus trabalhos aeronáuticos, observações seus "Dans l' Air" . Mentalmente recapitulava episódios da vida do Pai da Aviação: a infância extraordinária, o balãozinho Brasil, o l4-Bis... Cabangu, Saint-Claude, Guarujá... E meditava, outrossim, na confortadora notícia que o Chico me dera, dois anos antes, de Santos Dumont, desde 1936, era um dos mais devotados Amigos Espirituais de nossa Escola Jesus Cristo.
            Seis dias depois, na noite de 20 de julho, numa reunião íntima com nosso Chico, em recordando a data natalícia do genial brasileiro, pedi aos companheiros do nosso pequeno grupo permissão para formular uma prece em memória do Benfeitor Espiritual. O querido médium, havendo percebido a presença de Alberto Santos Dumont em nosso círculo íntimo, transmite-me suas palavras de carinho e também uma notícia que me provocou profundo impacto emocional, pois eu guardara, natural e modestamente, completo silêncio sobre cogitações durante a viagem Campos-Rio. Revela-me, então, o             Chico que Santos Dumont lhe estava dizendo que muito se sensibilizara com minhas lembranças de sua pessoa, durante a referida viagem e, comovido, me agradecia as, recordações afetuosas, desejando escrever uma página destinada ao nosso pequeno grupo. E assim o fez. A mensagem do Pai da Aviação, farta de profundos conceitos, foi apenas publicada no jornal campista "A Cidade". É a seguinte:

“Amigos, Deus vos recompensem”.

            A lembrança da prece me comove as fibras mais íntimas.
            O Espírito liberto esquece o homem prisioneiro.
            A alvorada entende a sombra.
            Tenho hoje dificuldades para compreender a luta que passou e, não fosse a responsabilidade que me enlaça ainda ao campo humano, em vistas das aflições que me povoaram as últimas vigílias na carne, preferiria que as vossas recordações, ainda mesmo carinhosas e doces, muito me envolvessem o nome de lutador insignificante. Descobrir caminho foi a obsessão do meu pensamento. Reconheço hoje, porém, que outra deve ser a vocação da altura.
            Dominar continentes e subjugar povos, através dos ares, será, talvez, extensão de domínio de inteligência perversa que se distancia de Deus. Facilitar comunicações às criaturas que ainda não se entendem, possivelmente será acentuar os processos de ataque e morte, de surpresa, nas aventuras da guerra. Dolorosa é a situação do missionário da ciência que se vê confundido nos ideais superiores. Atormentada vive a cultura que não alcançou o cerne sublime da vida.
            Terei errado, buscando rotas diferentes?
            Certo, não.
            O mundo e os homens aprenderão sempre.
            A evolução é fatal.
            Todavia, recolhido presentemente à humildade de mim mesmo, procuro caminhos mais altos e estradas desconhecidas, no aprendizado do roteiro para o Cristo, Senhor de nossas vidas.
            Não há vôo mais divino que o da alma.
            Não existe mundo mais nobre a conquistar, além do que se localiza na própria consciência, quando deliberamos converter-nos ao bem supremo.
            Sejamos descobridores de nós mesmos.
            Alcemos corações e pensamentos ao Cristo. Aprimoremo-nos para refletir a vontade soberana e divina do Alto por onde passarmos. Crescimento sem Deus é curso preparatório da queda espetacular.
            Humilharmo-nos para servir em nome Dele é o caminho da verdadeira glória.
            De qualquer modo, agradeço-vos.
            O trabalhador que repara as possibilidades para ser mais útil jamais se esquecerá de endereçar reconhecimento às flores que lhe desabrocham na senda.
            Crede! Não passo de servidor pequenino.
            Que o Senhor nos enriqueça com Sua divina bênção.

Alberto Santos Dumont Mensagem recebida pelo médium Francisco C. Xavier.
Extraída da Revista Informação.

VOZ QUE NÃO FALA

            Jesus, eu Te peço, Senhor; multiplicar esses corações que pulsam junto a mim, essas mãos que me afagam, essas mentes que me educam e retificam.
            Eu sou a criança.
            Falo a voz de todas as línguas e de todos os quadrantes do mundo. Choro o pranto dos órfãos, choro o pranto dos viciados e suplico a misericórdia dos justos e a bondade dos felizes.
            Eu sou a criança.
            Minha voz fala em silêncio, dirigindo se a todos os corações que já possam compreender.


Meimei
Do livro "Escultores de Almas" de Francisco C. Xavier

PROTEÇÃO DA VIDA SUPERIOR

            Há mais de um século, conforme se depreende da Questão número quatrocentos e noventa e um de "O Livro dos Espíritos", inquiriu Allan Kardec dos mentores desencarnados que lhe presidiam a obra: "Qual a missão do Espírito protetor?" E o esclarecimento veio claro: "a de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela sendo do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-los nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida”.
            Tracemos reduzidas anotações aos cinco pontos enunciados;
            Um pai consagra-se aos filhos, durante a existência terrestre, pavimentando-lhes o caminho com todas as facilidades que o amor lhe possibilite, entretanto, não consegue exonerá-los das tribulações, referentes às dividas contraídas por eles, em passadas reencarnações.
            Determinado educador abraçará generosamente o compromisso de orientar alguém, nas trilhas da virtude, contudo, o aprendiz traz a consciência livre para aceitar ou não às indicações que se lhe sugere.
            O amigo ampara a outro amigo, administrando-lhe avisos oportunos, todavia, é provável que o beneficiário não os admita resolvendo tomar experiências difíceis, à própria conta.
            Devotado companheiro dispensar-nos-á reconforto nas aflições, mas se está consciente do respeito à justiça, não intentará suprimi-Ias, na certeza de que as recebemos da vida por inevitável necessidade.
            Compassivo irmão dar-nos-á coragem para vencer nos transes de rudes provas, no entanto, se realmente nos deseja felicidade,
            Procederá conosco, à maneira do professor que instrui o discípulo, nas dificuldades do ensino, sem furtar-lhe os méritos da lição.
            Longe de nos classificarmos por espíritos protetores, de vez que somos simples e imperfeitos servidores de todos aqueles que ainda sofrem o esmeril das lutas humanas, compreendemos as dores e os constrangimentos de quantos imploram socorro e exceção, em nossas casas de fé, mas a clareza doutrinária recomenda se proclame que o Evangelho não promete gratificações do mundo e que o Espiritismo não anuncia vantagens materiais, no que concerne à ilusão.
            Nós todos, espíritos vinculados ainda a Terra, estamos evoluindo e resgatando, aprendendo e edificando, no burilamento da alma.
            Estendamos mãos fraternas amparando-nos mutuamente.
            Reconheçamos, porém, que progresso reclama esforço, quitação pede reajuste, estudo exige atenção e trabalho roga suor.


Emmanuel
Do livro "Opinião Espírita" de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira

O MÉDIUM E A MEDIUNIDADE

            Todos os médiuns são, incontestavelmente, chamados a servir à causa do Espiritismo, na medida de suas faculdades, mas bem poucos há que não se deixem prender nas armadilhas do amor-próprio. É uma pedra de toque, que raramente deixa de produzir efeito. Assim é que, sobre cem médiuns, um, se tanto, encontrareis que, por muito ínfimo que seja, não se tenha julgado, nos primeiros tempos da sua mediunidade, fadado a obter coisas superiores e predestinado a grandes missões. Os que sucumbem a essa vaidosa esperança, e grande é o número deles, se tomam inevitavelmente presas de Espíritos obsessores, que não tardam a subjugá-los, lisonjeando-lhes o orgulho e apanhando-os pelo seu fraco. Quanto mais pretenderem eles elevar-se, tanto mais ridícula lhes será a queda, quando não desastrosa.
            As grandes missões só aos homens de escol são confiadas e Deus mesmo os coloca, sem que eles o procurem, no meio e na posição em que possa prestar concurso eficaz. Nunca será demais eu recomende aos médiuns inexperientes que desconfiem do que lhes podem certos Espíritos dizer, com relação ao suposto papel que eles são chamados a desempenhar, porquanto, se o tomarem a sério, só desapontamentos colherão nesse mundo, e, no outro, severo castigo.
            Persuadam-se bem de que, na esfera modesta e obscura onde se acham colocados, podem prestar grandes serviços, auxiliando a conversão dos incrédulos, prodigalizando consolação aos aflitos. Se daí deverem sair, serão conduzidos por mão invisível, que lhes preparará os caminhos, e serão postos em evidência, por assim dizer, a seu mau grado.
            Lembre-se sempre destas palavras: "Aquele que se exaltar será humilhado e o que se humilhar será exaltado".

O Espírito de Verdade
De "O Livro dos Médiuns" de Allan Kardec.

            Meus amigos, deixai que vos dê um conselho, visto que palmilhais um terreno novo e que, se seguirdes a rota que vos indicamos, não vos transviareis.
            Tem-se-vos dito uma coisa muito verdadeira, que desejo relembrar-vos: que o Espiritismo é simplesmente uma moral e que não deverá sair, nem muito, nem pouco, dos limites da filosofia, se não quiser cair no domínio da curiosidade.
            Deixai de lado as questões de ciência: a missão dos Espíritos não é resolvê-las, poupando-vos ao trabalho das pesquisas; mas, procurai tomar-vos melhores, porquanto é assim que realmente progredireis.

São Luiz
De "O Livro dos Médiuns" de Allan Kardec

OTIMISTA - O NOSSO JEITO DE SER

            Há pessoas negativas por natureza. Tudo o que falam é para valorizar o lado pior dos seres e situações. Assim, ficam, não apenas desagradáveis, como também muito infelizes. Estragam para os outros e para si mesmas. Sobre a vida dizem que está tudo perdido, ninguém presta. Quanto à saúde têm uma porção de encrencas para contar. A família, o serviço, onde quer que compareçam, segundo dizem, só acontece coisa ruim. E divulgam isso abertamente, como se estivessem fazendo uma grande vantagem. Quando ninguém está falando nada e elas não possuem o que dizer, dão uma olhada no tempo e proclamam infalíveis: - "Não é mole, não; não está fácil, não!". Estraçalham com qualquer ambiente onde se manifestam. Terá você reparado se, vez por outra, não foi, também, pessimista e negativista? E, sabe de uma coisa? Até sem falar nada podemos mostrar o lado ruim; através de nossa cara fechada. Tem pensado nisso? Ora, este jeito de ser não presta. Se estivermos querendo melhorar a nossa média, vamos Ter de prestar atenção para mudar o rumo. Jesus insistia sobre a prática do bem uma determinante em nossa vida, não apenas no fazer como, também, até no falar. Busquemos o lado bom da vida, aprendamos a ter esperança, a ser alegres.
            O filósofo mineiro, Prof. Romanelli, falava disso com exuberância: "Não há maior miséria do que ter olhos para ver somente a miséria”.E Bittencourt Sampaio, no livro Seareiros de Volta, pontifica: "Mostremos o Mestre em nós".


Do Jornal CONSCIESP


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ANO III - Nº26– Campo Grande – MS – Março de 2008
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
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