"Luzes do Amanhecer"

ANO IV - Nº46– Campo Grande/MS – Novembro de 2009
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.


       Nunca esqueça que está vivendo um momento importante em sua vida, pois que muitas coisas no futuro dependem do seu hoje bem vivido. Áulus.     


MINHA RESPOSTA
(Dia de Finados)

                Muito obrigado pelas flores, pelo carinho, pelo afeto! Por haver vivido essa experiência junto à família tão querida nesse campo de provas.
                Num gesto de gratidão, quero beijar-lhes as mãos pelas lembranças carinhosas.
                Desde aquele dia que saí pela porta de nossa casa transitória do mundo, sinto uma enorme gratidão, especialmente por haver-me amparado com o seu olhar carinhoso todos os dias que estivemos juntos, nessa escola de esperanças.
                Dizem os amigos daqui que nós somos como aves migratórias, um dia saímos de nossa pátria espiritual, pousamos no mundo físico, construímos o nosso ninho, formamos a nossa prole, mas temos a certeza que deveremos, pela lógica, voltar à pátria de origem, nisso não há nenhum desfavor do Criador, mas leis imperiosas que objetivam unicamente o bem para todos os seus filhos amados.
                Assim, que não me suponham ausente, mas alguém que voltou para casa do Pai, mas pode visitar aqueles que o amam verdadeiramente.
                Nesse dia que sou mais intensamente lembrado, não poderia deixar de comparecer para trazer o meu abraço, o meu carinho, a minha gratidão, pois que apesar da ausência física, continuo com o mesmo sentimento no coração, e não será um acidente previsível que irá mudar o verdadeiro sentimento que se enraíza no mais profundo do meu e do teu ser, é a razão por que a saudade sempre é muito real.
                É verdade que continuo sendo o mesmo, porém, uma nova aurora iluminou o meu coração, numa realidade maior que permite avaliar com mais segurança o quanto o amor é importante, pois que promove aquele que ama.
                Não me transferi para um país imaginário, ou inacessível, mas vivo em outra dimensão junto àqueles que se lembram e pensam em mim. Quero garantir que ninguém morre, mas simplesmente transfere-se para outro plano. Aliás, para ser mais explícito, só muda o endereço. Nada mais. E lá aguardará aqueles que o amam.
                A oração é um poderoso meio que permite que continuemos a manter contato e apoiar-nos mutuamente. É importante que se diga, que muito pode fazer por mim, quando endereça uma prece a Deus em meu favor. É como um bálsamo que suaviza a dor da saudade e ilumina meus dias; fortalece minha fé e acena-me com novas esperanças, estimulando a me tornar melhor, e aguardar com paciência o cumprimento das leis de Deus. Assim, sinto-me mais forte, mais feliz, solidário e grato à vida, especialmente por você existir.
                Afirmou o próprio Jesus: “onde está o seu tesouro, aí está seu coração”, essa é a realidade, assim onde estiver lá estarei também, seguindo seus passos pelo pensamento. No entanto, gostaria de pedir que converta a sua tristeza em amor aos outros filhos de Deus que sofrem provações iguais ou superiores às nossas, porque somente assim será capaz de abrir uma clareira luminosa para os seus pés. A felicidade aqui ou mais além está em suas mãos, porque Jesus a delegou para que a construísse com os seus próprios esforços.
                O próximo continua sendo o nosso benfeitor em toda parte, por isso abra seu coração e ame muito mais ainda, compreenda a oportunidade bendita que está em suas mãos, esforce-se para que sua vida seja mais produtiva e cada dia melhor, pelo bem que consiga realizar.
                Não chore, mesmo porque, não morri, continuo sendo o mesmo com a mesma certeza no coração, que esse amor é uma fonte de alegria e esperança, contudo, as próprias leis da vida determinaram que retornasse na hora certa à vida espiritual, em cumprimento às determinações superiores.
                Por isso mesmo, guardará a certeza que sempre estarei ao seu lado, nos seus sonhos e nas suas esperanças, nas suas lutas e nas suas dificuldades, nas suas alegrias e nas suas tristezas, porque sou reconhecido por esse tão grande amor que me sustenta.
                Fiquem sempre todos com Deus e Jesus os guarde no coração. De alguém sempre e sempre reconhecido.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.

 

REMÉDIO

                Mesmo que a dor pareça não ter fim, dificultando ainda mais o nosso relacionamento com a vida, agradeçamos a oportunidade de estar sob a proteção de nossos familiares, sempre presentes, para garantir a nossa esperança por dias melhores.
                Melhor que estabelecer uma infinita tristeza, recordemos de que os frutos vem da terra, melhoram a nossa condição de filhos de Deus, organizando nossas forças regeneradoras para a próxima luta, onde, certamente encontraremos a nossa disposição, outros fatores que melhorarão com certeza a nossa recuperação com a esperança, abraçada aos nossos propósitos de se estabelecer um bem, acredite, o bom encaminhamento nos fará redescobrir o remédio para o nosso sofrimento, alterando com a sabedoria do amor, a melhor conduta a nos orientar nos momentos de crise.
                Com Deus todos os nossos problemas se ausentam e melhoram o nosso comportamento mental, introduzindo em nossas entranhas um sol novo, aquele que se ilumina pela luz que vem trazer os benefícios da fé.
                Mesmo que a tempestade altere a rota de nossos pensamentos, recordemos de nosso querido Jesus, que mesmo crucificado, pediu por nós, enquanto rendia-se à dor e ao sofrimento das causas humanas que estavam a exigir-lhe o sacrifício.
                Nos momentos de grandes dificuldades, busquemos o conforto da prece. Dali se recupera o doente que busca o socorro do auxílio, lembrando de que é preciso lutar, cada momento, em todas as fases da dor, melhorando então a nossa expectativa em relação ao comportamento que teremos assumido, em todos os nossos pedidos que buscam na vida, a aproximação de nossos anseios, que se estendem até mesmo ponto máximo ao descobrirmos que todos somos filhos de Deus.
                A prece então passa a ser o melhor remédio para nossa dor.

Ezequiel
                Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, na noite de 30/06/2005, na cidade de Campo Grande/MS.

 

 

 

BILHETE PATERNAL

                Sim, meu filho, talvez por um capricho dos seus treze anos, você deseja receber um bilhete do amigo desencarnado, cujas páginas começou a ler.
                Você – um menino! – Solicita orientação espiritual.
                Tenho escrito muitas cartas depois da morte, mas sinceramente não me recordo de haver dirigido até hoje, qualquer recado a gente verde do seu porte.
                Perdoe se não lhe correspondo à expectativa.
                Diz você que não espera uma história de carochinha, baseada em gênios protetores. E remata:
                “Quero, Irmão X, que você me diga quais são as coisas mais importantes da vida, apontando-me aquilo de bom que devo querer e aquilo de mau que preciso evitar.”
                Lembro-me, assim, de oferecer a você uma lista curiosa que um velho amigo me ofereceu, aí no mundo, precisamente quando eu tinha a sua idade.
                A relação apresentava o título “APRENDA, MEU FILHO...” e continha as seguintes informações:
                1 – O maior e melhor amigo: “Deus.”
                2 – Os melhores companheiros: “Os pais”.
                3 – A melhor casa: “O lar.”
                4 – A maior felicidade: “A boa consciência.”
                5 – O mais belo dia: “Hoje.”
                6 – O melhor tempo: “agora.”
                7 – A melhor regra para vencer: “A disciplina.”
                8 – O melhor negócio: “O trabalho.”
                9 - O melhor divertimento: “O estudo.”
                10- A coleção mais rica: “A das boas ações.”
                11- A estrada mais fácil para ser feliz: “O caminho reto.”
                12- A maior alegria: “ Dever cumprido.”
                13- A maior força: “O bem.”
                14- A melhor atitude: “A cortesia.”
                15- O maior heroísmo: “A coragem de ser bom.”
                16- A maior falta: “ A mentira.”
                17- A pior pobreza: “A preguiça.”
                18- O pior fracasso: “O desânimo.”
                19- O maior inimigo: “O mal.”
                20- O melhor dos esportes: “ A prática do bem.”

                Leia esta lista de informações, sempre que você puder, e veja por si como vai indo a sua orientação.
                E se quer mais um aviso do velho amigo, cada noite acrescente esta pergunta a você mesmo, depois de sua oração para o repouso.
                - Que fiz hoje de bom que somente um amigo de Jesus conseguiria fazer:


Irmão X
Do livro “Caminho Espírita” de Francisco Cândido Xavier.

 

ENTRE FALSAS VOZES

                Se a preguiça te pede: - “Descansa!”, responde-lhe com algum acréscimo de esforço no trabalho que espera por teu concurso.
                Se a vaidade te afirma: - “Ninguém existe maior que tu!”, retribui com humildade, reconhecendo que não passamos de meros servidores da vida, entre os nossos irmãos de luta.
                Se o orgulho te diz: - “Não cedas!”, aprende a esquecer-te, auxiliando sempre.
                Se o ciúme te segreda aos ouvidos: - “A posse é tua!”, guarda silêncio em tua alma e procura entender que o amor e o bem são bênçãos do Céu, extensiva a todos.
                Se o egoísmo te aconselha: - “Retém!”, abre as tuas mãos e distribui a bondade com os que te cercam.
                Se a revolta te assevera: - “Reage e reivindica os teus direitos!”, aguarda a Justiça Divina, trabalhando e servindo com mais abnegação.
                Se a maldade te sugere: - “Vinga-te!”, considera que mais vale amparar constantemente o companheiro, quanto temos sido auxiliados por Jesus, a fim de que o amor fulgure em nossas vidas.
                Os falsos profetas vivem nos recessos de nosso próprio ser.
                Surgem, cada dia, invariáveis, na forma da intriga ou da maledicência, da leviandade ou da indisciplina, induzindo-nos a cerrar o coração contra a consciência.
                Se aceitamos Jesus em nosso roteiro, ouçamos o que nos diz o Seu ensinamento e apliquemo-nos à prática de Suas lições Sublimes.
                Olvidemos as insinuações da ignorância e da treva, da crueldade e da má-fé, que nos enrijecem o sentimento e, de coração unido à Vontade do Mestre, vendo a vida por Seus olhos e ouvindo os nossos irmãos, através Seus ouvidos, estaremos realmente habituados à posição de intérpretes do Seu Infinito Amor, em qualquer parte.

Emmanuel
Do livro “Levantar e Seguir”, do médium Francisco Cândido Xavier, Edição GEEM.

 

DE QUE PRECISA O ESPIRITISMO

                Nos centros doutrinários: de amigos do bem e da verdade, que saibam exemplificar a compreensão e a boa vontade para o soerguimento de todos, através da elevação de si próprios.
                Na ciência: de investigadores e estudiosos, que unam o raciocínio e o sentimento, elevando o coração ao nível da inteligência.
                Na política: de legisladores e administradores dignos, que não menosprezem o sacrifício pessoal, habilitandos a criar mais altos padrões de caráter para a mente do povo.
                Na imprensa: de jornalistas humanos, construtores do bem e adversários do escândalo, livres da influência financeira, a serviço do bem geral.
                No magistério: de professores devotados, que possam plasmar a alma da infância e da juventude nas linhas eternas do ideal superior.
                Nos lares: de pais e mães consagrados à missão que esposaram, de filhos e irmãos que se auxiliem, reciprocamente, no testemunho leal da comunhão fraterna.
                Nas organizações de trabalho: de cooperadores que se honrem no cumprimento do dever, dedicados ao progresso e ao aperfeiçoamento, para a justa exaltação da dignidade do serviço.

 

 

LER, RELER E ESTUDAR CHICO XAVIER

                Ler, reler e estudar a obra mediúnica de Chico Xavier, principalmente as da lavra de Emmanuel e André Luiz – eis a proposta que, em nossas andanças doutrinárias, temos procurado enfatizar. Eis que, segundo nos tem sido possível constatar, a maioria dos companheiros de Ideal as conhece superficialmente.
                Chico foi o legítimo continuador de Allan Kardec, enquanto nós outros, sem exceção de quem seja, médiuns e autores encarnados, não passamos de meros coadjuvantes do seu mandamento mediúnico – ele, o investido de alta e nobre missão entre os homens, o personagem central da magnífica peça, sob a égide do Cristo, o seu Autor; nós, humildes figurantes, agraciados com a oportunidade de servir.
                Entendemos que as nossas casas doutrinárias, que os Espíritos sempre definem na condição do templo da alma, necessitam assumir o seu importante papel e, através das reuniões que promovem, concentrarem-se no es tudo sistemático da Doutrina, em seu tríplice aspecto – Cientifico, Filosófico e Religioso. Infelizmente, há centros se ocupando de mediunidade de mais e do estudo de menos, quando sob a nossa óptica, deveria ser o contrário.
                Jesus, Kardec e Chico Xavier constituem os pilares básicos do Espiritismo – cabeça, tronco e membros do sublime organismo doutrinário, sem nos esquecermos, é óbvio, dos chamados clássicos, que se destacam com Léon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano e outros, cujas obras se inserem no contexto da Terceira Revelação.
                A série “Nosso Lar”, de André Luiz, não deve ser, nos volumes que se estrutura, lida como novela ou romance; são obras que necessitam ser estudadas metodicamente, capitulo a capítulo, paragrafo a parágrafo, para que não nos escapem as suas preciosas informações em torno do Mundo Espiritual. Chico Xavier foi o grande médium revelador do século XX, quiçá o único!
                Realizando uma pesquisa informal em diversas casas espíritas às quais temos comparecido, quanto comentamos o livro “Nosso Lar”, espantamo-nos com o número de pessoas que o desconhecem ou que o leram uma só vez, quase nada retendo de seu importante conteúdo. E poucos, pouquíssimos, leram, por exemplo, do começo ao fim, “O Livro dos Médiuns”, O Céu e o Inferno” e “A Gênese”... De quem é a responsabilidade? Pelo nosso critério de avaliação, dos dirigentes espíritas, que, em maioria, desconhecem as referidas obras do Pentateuco, limitando as reuniões nas casas que presidem, e das quais se consideram “donos”, a ligeiros comentários sogre uma ou outra pátina de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, ou a uma ou outra questão de “ O Livro dos Espíritos”, quando chegam a tanto. Responsabilidade, ainda a nosso ver, do Movimento de Unificação, através das instituições que o representam, que se têm preocupado mais com a sua parte organizacional.
                Avançando nas enquetes públicas que promovemos em nossas singelas palestras pelo Brasil, aferimos que obras excelentes, como “ A Caminho da Luz”, “O Consolador”, “Roteiro”, “Religião dos Espíritos”, “Seara dos Médiuns”, “Justiça Divina”, todas de Emmanuel, são quase completamente desconhecidas. Conclusão. O espiritismo, no dizer de Herculano Pires, de saudosa memória, entre nós continua sendo “O Grande Desconhecido” É uma pena, todavia não nos basta tão-somente lamentar, pois providências urgentes necessitam ser tomadas, a fim de que o acesso das novas gerações de adeptos da Doutrina a cristalina fonte da Revelação não se faça impraticável.

Carlos A. Baccell

 

PROBLEMAS MORAIS

                Suicídio por Amor

                Há sete ou oito meses Luiz A., sapateiro, namorava a jovem Vitorina R., pespontadeira de botinas, com a qual devia casar-se brevemente, pois os proclamas estavam sendo publicados. Estando as coisas neste ponto, os jovens se consideravam como que unidos definitivamente e, como medida de economia, o sapateiro vinha fazer as refeições em casa da noiva.
                Tendo vindo quarta-feira última, como de costume, cear em casa da pespontadeira, sobreveio uma discussão a proposito de uma futilidade; obstinaram-se de parte a parte e as coisas chegaram a um ponto em que Luiz deixou a mesa e se foi, jurando não mais voltar.
                Entretanto, no dia seguinte o sapateiro, muito confuso, veio render-se e pedir perdão. Diz-se que a noite é boa conselheira; mas a operária, talvez prejulgando, depois da cena de véspera, o que poderia acontecer quando não mais houvesse tempo para se desdizer, recusou reconciliar e nem os protestos, nem as lágrimas, nem o desespero a venceram. Entretanto, como já se houvessem passado vários dias desde aquele arrufo, esperando que a sua amada estivesse mais tratável, anteontem à noite Luiz quis tentar uma última explicação: chegou-se, bateu à porta de modo a se dar a conhecer, mas ela recusou abrir; novas súplicas do pobre abandonado, novos protestos através da porta, mas nada demoveu a implacável eleita.
                “Então adeus, ó malvada!” exclamou enfim o pobre rapaz, “adeus para sempre! Procure um marido que a queira tanto quanto eu!”
                Ao mesmo tempo a moça escutou um com que gemido abafado, depois como que o ruído de um corpo que caísse escorregado ao longo da porta, e tudo entrou em silêncio. Então pensou que Luiz se houvesse sentado à soleira para esperar a primeira saída; mas prometeu a si mesmo não por o pé na rua enquanto lá estivesse.
                Decorrido apenas um quarto de hora um dos inquilinos passou no pátio com uma luz e soltou uma exclamação, pedindo socorro. Logo chegaram todos os vizinhos; abrindo também a sua porta, a senhorita Vitorina soltou um grito de horror, ao perceber no chão o corpo de seu noivo, pálido e inanimado. Todos se apressaram em lhe prestar auxílio e procurar um médico, mas logo verificaram que tudo era inútil, pois que ele já deixara de existir. O infeliz moço havia enterrado no peito a faça de sapateiro e o ferro ficara na ferida.
                O fato que encontramos em Le Siècle, de 07 de abril último, despertou-nos a idéia de dirigir a um Espírito Superior algumas perguntas sobre as suas consequências morais. Ei-las aqui, com as respectivas respostas, dadas pelo Espírito de São Luiz, na Sociedade, no dia 10 de agosto de 1858.
                1. – A moça, causa involuntária da morte do namorado, tem responsabilidade?
                - Sim; porque não o amava.
                2. – Para evitar essa desgraça deveria ela desposá-lo, embora não o amasse?
                - Ela buscava uma ocasião para se separar; fez no começo de sua ligação o que teria feito mais tarde.
                3. – Assim a culpabilidade consiste em ter nele alimentado sentimentos de que não partilhava e que foram a causa da morte do rapaz?
                - Sim; isto mesmo.
                4. – Neste caso, sua responsabilidade deve ser proporcional à falta. E não deve ser tão grande quanto se tivesse, de caso pensado, provocado a morte.
                - Isto salta aos olhos.
                5. – O suicídio de Luiz terá uma escusa no desvario em que o mergulhou a obstinação de Vitorina?
                - Sim, porque seu suicídio, provado pelo amor, é menos criminoso aos olhos de Deus que o do homem que quer livrar-se da v ida por covardia.
                Observação: Dizendo que este suicídio é menos criminoso aos olhos de Deus, evidentemente significa que há criminalidade, posto que menor. A falta consiste na fraqueza que ele não soube vencer. É sem dúvida uma prova a que sucumbiu. Ora, os Espíritos nos ensinam que o mérito está em lutar vitoriosamente contras as provas de todo gênero, que são a essência da vida terrena.
                Evocado num outro dia, foram feitas ao Espírito de Luiz C... as seguintes perguntas a que respondeu:
                1. – Que pensa da ação que praticou?
                - Vitorina é uma ingrata. Errei em matar-me por ela, pois não o merecia.
                2. – Então ela não o amava?
                - Não. A princípio pensou que sim; mas estava iludida. A cena que fiz abriu-lhe os olhos. Então alegrou-se com o pretexto para desembaraçar-se de mim.
                3. – E você a amava sinceramente?
                - Eu tinha paixão por ela: parece que é tudo. Se a tivesse amado com pureza não teria querido magoá-la.
                4. – Se ela tivesse sabido que você realmente queria matar-se teria persistido na recusa?
                - Não sei. Não creio, pois não era má. Entretanto, teria sido infeliz. Para ela foi melhor assim.
                5. Ao chegar a sua porta você tinha a intenção de matar-se, caso fosse recusado?
                - Não. Não pensava nisso. Não a supunha tão obstinada. Somente quando via sua teimosia é que foi tomado por uma vertigem.
                6. – Parece que você não lamenta o suicídio senão porque Vitorina não o merecia. É seu único sentimento?
                - Neste momento, sim. Ainda me acho perturbado. Parece-me estar a sua porta. Sinto, porém, algo que não posso definir.
                7. – Compreenderá mais tarde?
                - Sim: quando estiver desembaraçado... Fiz mal. Devia tê-la deixado tranquila... Fui fraco e sofro as consequências... Vede: a paixão cega o homem e o arrasta a praticar tolices. Só o compreendo demasiado tarde.
                8. – Disse que sofre as consequências. Qual a pena que sofre?
                - Errei abreviando a vida; não devia tê-la feito. Deveria suportar tudo antes que acabar prematuramente. Por isso sou infeliz; sofro. É sempre ela quem me faz sofrer. Parece-me estar ainda a sua porta. Que ingrata! Não me faleis mais nisto; não quero mais pensar, pois isto me faz muito mal. Adeus.

Allan Kardec
Da Revista Espírita Jornal de Estudos Psicológicos – 1858. Edição Edicel.


ESTE DIA É O MELHOR...

                Ao iniciar-se mais um novo período de tempo em que o Criador lhe permite despertar para agir no bem, é importante meditar sobre a benção deste dia, na construção da alegria e da paz almejadas por nós.
                Não se incomode se o dia amanheceu nublado ou chuvoso, ensolarado ou borrascoso; não se preocupe se o dia está frio ou se o calor prometer castigar. Erga-se e ore, agradecendo a Deus o fato de ter você aberto os olhos no corpo físico, para um novo dia. Ele é o ensejo de realizações positivas de progresso para você.
                Não se impaciente por dar-se conta que no dia de hoje você guarda bem pouco ou nenhum dinheiro para suas necessidades comuns. Pense que está com saúde e que o trabalho, por mais simples, é a feliz oportunidade que a pessoa recebe de Deus para modificar a vida. Seja carpindo o solo ou recolhendo o lixo, preservando a higiene, seja lavando uma roupa ou conduzindo fardos, qualquer que seja o serviço, agradeça ao Senhor, seguindo adiante.
                Procure não se infelicitar se acordou febril, debilitado, doente. Você mantém a lucidez, pode pensar, pode agir. Busque o socorro de alguém se não puder cuidar-se só. Não despreze a prece com que você pedirá o auxílio Divino, diante do desequilíbrio orgânico. O auxílio virá; espere agindo.
                Seja como for, você tem hoje os mais valiosos recursos para ser feliz, dentro de quadro das suas provações e merecimentos. Não se entregue à revolta, ao rancor, à mágoa, ao desalento.
                Seu dia deve ser um dia lindo, seu tempo deve ser abençoado.
                Enquanto é hoje, seja amigo de alguém, leal e prestativo. Enquanto é hoje, liberte-se dos vícios que o aprisionam., fiel ao bem, decidido. Enquanto é hoje, cresça um pouco mais, vinculado a Jesus Cristo, a fim de que consiga viver um bom dia, em cada dia que passe por você. Vivendo bem seu dia, você estará se preparando para o formoso dia sem nuvem, sem tormenta, sem noite, que o Criador a todos nos oferece após superados os tempos terrestres, educando-nos, valorizando as horas com disposição e coragem, com grandeza de alma.

 

TERAPIAS DESOBSESSIVAS EM CENTROS ESPÍRITAS…

                As terapias desobsessivas constituem parte importante das atividades dos Centros Espíritas e, em consequência, parte, também importante, dos estudos do seu corpo mediúnico, bem como de interesse da divulgação da Doutrina Espírita.
                É, assim, que vou tomar de empréstimo algumas considerações do estudo de Nilo Calazans de Menezes Filho, sobre ao assunto, apresentado ao I Congresso Espírita Brasileiro.
                Começa ele observando que as terapias desobsessivas, na Casa Espírita, dependem do conjunto de todas as suas atividades; umas diretamente relacionadas com o atendimento aos enfermos – O Atendimento Fraterno, a Exposição Doutrinária, a Terapia pelos Passes a Reunião Mediúnica – e outras, de natureza formativa e integrativa.
                “ Todo esse conjunto de tarefas – acentua – quando brota de um Centro Espírita bem estruturado, em suas equipes se entrelaçam num clima de harmonia e amizade legítima, cria uma aura de superior qualidade, na Casa que se constitui a base para o êxito de suas atividades desobsessivas”.
                “O Centro Espírita, que se quer dedicar a esse mister, tem que ser preservado das desarmonias vibratórias geradas pelas mentes de seus participantes. Deve haver, nele, um clima fraternal predominante e seus membros, interessados sinceramente, na proposta evangélica do amor e da solidariedade entre todos”.
                “ Essa idéia de ‘aura psíquica do grupo’ tem sustentação em André Luiz, no livro ‘Nos Domínios da Mediunidade’, quando se referiu ao psicoscópio, enfatizando que os Benfeitores Espirituais podem determinar a posição de cada freqüentador, examinando as suas qualificações e programando para eles, no tempo, as possibilidades de trabalho na seara do amor e do bem. Ora, o que se dá, ao nível de pessoa, se dá, ao nível de grupo, podendo-se definir o padrão vibratório de um grupo como a média do de seus membros”.
                “O Atendimento Fraterno é a porta de acesso por onde o individuo carente se adentra ao Centro Espírita. É, nele, que as suas enfermidades espirituais serão diagnosticadas, enquanto lhe são prescritas as orientações e terapias de que se deve utilizar, para o processo da desobsessão. Ressalte-se que, ali mesmo, enquanto desabafa dramas íntimos, já os Espíritos iniciam o socorro, desacoplando parasitas espirituais e renovando-lhe as paisagens mentais e emocionais, numa desobsessão lúcida, que antecede o socorro a ser dispensado nas demais etapas do atendimento.
                Nesse trabalho, alguns cuidados devem ser tomados, para não lesar a sensibilidade do atendido, tirando dele mais do que lhe dá. Por exemplo: jamais, dizer-lhe, intempestivamente: ‘ Isso que você está sentindo é obsessão; você está sendo perseguido por Espíritos maus. Nem assustá-lo com opiniões inoportunas: ‘ Você é médium, precisa desenvolver imediatamente, senão... tampouco, prometer-lhe curas, porque estas dependem basicamente, do esforço de cada um, para se melhorar e da extensão dos débitos que tem com a vida. Ao contrário o atendimento fraterno deve caracterizar-se pela técnica correta de levar o atendido a conscientização dos seus problemas e despertar nele a vontade de crescer, para superar as dificuldades momentâneas que vivencia.
                Primeiramente, atender bem, ouvi-lo, com interesse e compaixão, para que ele, na sua catarse, se envolva na energia de atendimento fraterno, abrindo-se ao processo de ajuda. Em seguida, responder-lhe questões e dúvidas, correspondendo-lhe às expectativas pessoais, intelectuais, e sobretudo, emocionais, para levá-lo à compreensão da própria experiencia.
                Depois, virá a fase do personalizar, ou seja, individualizar a experiencia, em que o atendente fraterno estimula o atendido, encoraja-o, estimula a sentir-se apto e responsável por si mesmo, levando-o a compreender sua experiencia de vida. E, por fim, orientá-lo, quando o ajudado deve encontrar, por si, como o auxílio do ajudador, um caminho a seguir e, conhecendo as possibilidades que o Centro e o Espiritismo oferecem, escolher as que deve utilizar para a superação das suas dificuldades.”

Hélio Zenaide
Tribuna Espírita Jul/Ago/2002

 

PAI-NOSSO

                Pai-nosso de tudo que conheço:
                Pai-nosso do que ainda não me foi dado conhecer...
                Pai-nosso, Pai dos simples, dos orgulhosos, dos felizes, dos tristes.
                Pai dos Pais, dos filhos, do que posso encontrar, da beleza e do que me amedronta.
                Pai dos ricos, dos necessitados, dos que falecem, dos que caminham.
                Pai da saúde, da enfermidade, do remédio, dos pequenos seres, dos grandes astros.
                Pai da vida, do movimento, da cor, dos iletrados e dos dirigentes de academias que passam pela cadeira do magistério...
                Pai-nosso, do homem, do ramo, da pedra, das águas e das estrelas!
                Perdoa nossas dívidas e as dos que nos castigam porque devemos encontrá-los como criaturas irmãs nascidas do ventre do infinito, cobertas pelo amor.
                Seja feita a tua vontade, sobre os maus e os bons, sobre os poderosos e os fracos.
Abençoa-nos e ajude-nos a seguir o Filho que na condição de Mestre ensinou-nos um dia a orar.
Pai-nosso que estás nos céus...

Celso Vicentini Júnior
Mensagem psicografada em reunião pública na noite de 26/01/1998, pelo médium Celso de Almeida Afonso no centro espírita Aurélio Agostinho – Av. Lucas Borges, 61 – Uberaba/MG

VIDA ÍNTIMA

                Quando pensas na dor, invocas a presença do infortúnio.
                Quando meditas no mal, intensifica-se-lhe o crescimento.
                Quando refletes na tristeza, agiganta-se a amargura.
                Quando te aconselhas com a desconfiança, golpeias a própria fé.
                Quando te deténs na chaga do próximo, o mundo se converte em hospital aos teus olhos.
                Quando desejas a posse de prazeres inferiores, contratas a força tenebrosa que te servirá em lastimáveis realizações.
                Quando te confias a revolta, a Terra ser-te-á penitenciária infeliz.
                Quando pensas, porém, na alegria do trabalho, o trabalho acrescentar-te-á a alegria.
                Quando meditas no bem, o bem virá em teu auxílio.
                Quando refletes na bondade Divina, a luta parecer-te-á uma bênção.
                Quando te entendes com a fé, o otimismo e a segurança escudar-te-ão o espírito em combate.
                Quando procuras o mérito dos semelhantes, a fraternidade iluminar-te-á os olhos para a vida.
                Quando te empenhas no aperfeiçoamento próprio, o Céu se manifestará em teu favor.
                Quando cultivas a humildade, a Lei do Senhor determina o teu engrandecimento.
                Não abandones o campo íntimo.
                Teu desejo – tua meta.
                Tua consciência – teu condutor.
                De nosso próprio coração, nasce a corrente que nos arrojará aos cimos resplendentes da vida, ou aos escuros despenhadeiros da morte.

Ismael Souto
Do livro “Relicário de Luz” de Francisco Cândido Xavier. Edição FEB.

 

                A mão que, em afagando a tua, crava nela espinhos e urze que carrega, está ferida ou se ferirá simultaneamente. Não lhe retribuas a atitude, usando estilete de violência para não aprofundares as lacerações.

Joanna de Ângelis/ Divaldo Pereira Franco.

 

DE LÁ PARA CÁ

                Valoriza a existência terrestre e caminha para diante, convertendo a luta redentora em recurso de ascensão.
                Recorda que o tempo é o mordomo fiel da vida e se a Bondade do Senhor te concedeu para hoje a riqueza do corpo físico, a justiça d’Ele mesmo, espera-te, amanhã, para a conta imprescindível.

 

Emmanuel
Do livro “ Atenção” de Francisco Cândido Xavier. Edição IDE.

 

O ESPIRITISMO É PARA O POVO

                “É preciso que nós, os espíritas, compreendamos que nos podemos nos distanciar do povo, porque o Espiritismo veio para o povo e com ele dialogar. É indispensável que estudemos a Doutrina Espírita junto com as massas, que amemos todos os companheiros, mas sobretudo, aos mais humildes social e intelectualmente falando e deles nos aproximemos com real espírito de compreensão e fraternidade. É preciso fugir da elitização que ameaça o movimento espírita”.
                Indagando sobre os responsáveis por isso, afirmou:
                - “Não, o problema não é de direção ou administração em si, pois precisamos administrar a nos mesmos, mas a maneira como a conduzem, isto é, a falta de aproximação com irmãos socialmente menos favorecidos, que equivale à ausência de amor, presente no excesso de rigorismo, de suposta pureza doutrinária, de formalismo por parte daqueles que são responsáveis plás nossas instituições: é a preocupação excessiva com a parte material das instituições.

Chico Xavier
(entrevista concedida ao Dr. Jarbas Leone Varanda)
Do livro “Chico, de Francisco” de Adelino da Silveira, Edição: Cultura Espírita União.

 

A DESENCARNÇAO NÃO É IGUAL PARA TODAS AS PESSOAS

                A certeza na vida futura não exclui as apreensões do homem quando à desencarnação. Há muitos que temem não propriamente a vida futura, mas o momento da morte. Será dolorosa? Tentando elucidar essas questões, Allan Kardec inquiriu os Espíritos e deles recebeu a informação de que o corpo quase sempre sofre mais durante a vida do que no momento da morte e que os sofrimentos que algumas vezes se experimentam no instante da morte são um gozo para o Espírito.
                É preciso, no entanto, que consideremos que a desencarnação não é igual para todos e que, ao contrário, há uma variação muito grande, tão grande quanto as diferentes formas de viver, adotadas pelos desencarnados. Vendo-se a calma de alguns moribundos e as convulsões terríveis de outros, pode-se previamente julgar que as sensações experimentadas nem sempre são as mesmas.
                A separação da alma é feita de forma gradual, pois que o Espírito se desprende pouco a pouco dos laços que o prendem, de forma que as condições de encarnado e desencarnado, no momento do desenlace, se confundem e se tocam, sem que haja uma linha divisória entre as duas.
                Alguns fatores podem influir para que o desprendimento ocorra com maior ou menor facilidade, fatores que estão relacionados com o estado moral do homem quando encarnado. A afinidade entre o corpo e o perispírito é proporcional ao apego do individuo à matéria, que atinge o seu ponto máximo no homem cujas preocupações dizem respeito exclusivamente à vida de gozos materiais. Ao contrário disso, nas almas puras – que antecipadamente se identificam com a vida espiritual – o pego é quase nulo.

                O Desprendimento da alma jamais é brusco, mas gradual

                Em se tratando de morte natural resultante da extinção das forças vitais por velhice ou enfermidade, o desprendimento opera-se gradualmente. Para o homem cuja alma se desmaterializou e cujos pensamentos se destacam das coisas terrenas, o desprendimento quase se completa antes da morte real, ou seja, tendo o corpo ainda vida orgânica, o Espírito já começa a penetrar a vida espiritual, apenas ligado à matéria por elo tão frágil que se rompe com a última pancada do coração.
                No homem materializado e sensual, que mais viveu do corpo que do Espírito, e para quem a vida espiritual nada significa, tudo contribui para estreitar os laços materiais e, quando a morte se aproxima, o desprendimento, bem ora também se opere gradualmente, demanda contínuos esforços. As convulsões da agonia são indícios da luta do Espírito, que às vezes procura romper os elos resistentes, e outras vezes se agarra ao corpo, do qual uma força irresistível o arrebata com violência, molécula por molécula.
                O desconhecimento da vida espiritual faz com que o Espírito se apegue à vida material, estreitando os seus horizontes e resistindo com todas as forças, conseguindo prolongar a vida e, consequetemente, a sua agonia, por dias, semanas, ou meses. Em tais casos, a morte não implica o fim da agonia, pois a perturbação continua e ele, sentindo que vive, sem sabe r definir seu estado, sente e se ressente da doença que pôs fim aos seus dias, permanecendo com essa impressão indefinidamente, uma vez que continua ligado à matéria por meios de pontos de contato do perispírito com o corpo.
Dá-se o contrário com o homem que se espiritualizou durante a vida. Depois da morte, nem uma só reação o afeta. Seu despertar na vida espiritual é como quem desperta de um sono tranquilo, lépido, para iniciar uma nova fase de sua vida.

No suicídio, a separação da alma é bastante dolorosa.

                Nas mortes violentas, como nos acidentes, nenhuma desagregação teve início antes da separação do perispírito. Nesse caso, o desprendimento só começa depois da morte e seu término não ocorre rapidamente. O Espírito fica aturdido, não compreende o seu estado, permanecendo na ilusão de que vive materialmente por período mais ou menos longo, conforme o seu nível de espiritualização.
                Nos casos de suicídio, a separação da alma é extremamente dolorosa. Constituindo o suicídio um atentado contra a vida, o sofrimento quase sempre permanece por período igual ao tempo em que o Espírito deveria estar encarnado. Além disso, as dores da lesão física provocada repercutem no Espírito. A decomposição do corpo e sua destruição pelos vermes são sentidas em detalhes pelo Espírito desencarnado, conquanto tal fato não constitua regra geral. Há ademais o remorso, gerando sofrimento moral para aquele que decidiu desertar da vida.
                O espírita sério, adverte-nos Allan Kardec, não se limita a crer, porque compreende, e compreende, porque raciocina. A vida futura é para ele uma realidade que se desenrola incessantemente aos seus olhos, uma realidade que ele toca e vê a cada passo e de tal modo que a dúvida não pode ter guarida em sua alma. A existência corporal, tão limitada, amesquinha-se da vida espiritual. Que lhe importam os incidentes da jornada, se compreende a causa e a utilidade das vicissitudes humanas quando suportadas com resignação.
                A alma se eleva então em suas relações com o mundo visível; os laços fluídicos que o ligam à matéria enfraquecendo-se, operando por antecipação um desprendimento parcial que facilita a passagem para outra vida. A perturbação conseqüente à transição pouco perdura, porque, uma vez franqueado o passo, para logo se reconhecer, nada estranhando, mas antes compreendendo a sua situação.


Thiago Bernardes
Jornal Espírita “ O Imortal” de dezembro/ 2005

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ANO IV - Nº46– Campo Grande – MS – novembro de 2009
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
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