NÃO É POSSÍVEL
Naquele filme antigo, imaginei ver a sua presença venerável acatando os corações enfermos!
Imaginei: Se puder me aproximar de Jesus o que farei?
Certamente que sentirei vergonha de minhas atitudes mesquinhas, mas assim mesmo olharei para dentro de mim mesmo, e ainda que a vergonha se faça mais intensa, buscarei sentir todo o peso da responsabilidade, para que desta feita possa me redimir.
Do próximo que pouco amei, embora tivesse oportunidade de ser o irmão que ele mais necessitava. Da carga de ressentimentos que carrego no coração pelas atitudes mais simples e naturais que tomei como ofensas verdadeiras.
Das minhas dificuldades de me relacionar com o próximo, porque deste estou sempre a exigir qualidades que ainda não tenho.
Do meu egoísmo, do meu imenso egoísmo que chega a ser vergonhoso; de querer tudo que for bom para mim e recusar ainda as migalhas aos outros.
Do orgulho então de supor-me melhor que os outros, sem ter de fato nenhuma virtude a contar em meu favor, mas às vezes porque tenho um pouco mais de valores amoedados.
De minha vaidade que me levou muitas vezes a imaginar que uma roupa bem talhada pudesse suprir as deformidades do meu mundo moral.
De meu comodismo e preguiça, quando se trata de movimentar alguma coisa em favor dos outros.
Da ignorância que carrego em distinguir o falso do verdadeiramente correto, pois que muitas vezes apresento os pés pelas mãos.
De quantas vezes tive oportunidade de socorrer os outros e não o fiz, simplesmente por indiferença e porque a dor não era minha.
De julgar os outros sem saber, mesmo sabendo não tive um pouco de humanidade para com este ou aquele, sendo cruel em meus julgamentos. A propósito lembrei agora daquela lição maravilhosa de Jesus: "quem não tiver pecado atire a primeira pedra".
Sinto simplesmente vergonha:
Da falta de respeito ao próximo, pois que esqueci os seus direitos.
De quantas vezes entreguei-me a cólera enchendo minhas horas de sombras, além de que, desorientei o meu coração, pensando ou realizando mil coisas contrárias aos mandamentos que Ele nos ensinou.
Quantas vezes algo invejei algo que o meu próximo tinha e não considerei muitas vezes as noites e dias do seu sacrifício para consegui-lo.
Quantas vezes eu me entregue à hipocrisia, tentando dissimular o meu próprio veneno, que destilava às escondidas em botes certeiros.
Quantas vezes o ciúme invadiu-me o meu coração, imaginando que alguém fosse minha propriedade.
Quantas vezes eu retive valores que pensava fossem de minha posse exclusiva, e não mero usufrutuário, o que era realmente, não permitindo que de minha mão saísse qualquer valor, mesmo que fosse para socorrer alguém a beira da morte, ou de necessidades extremas.
Quantas vezes o ódio visitou meu coração, arquitetando propósitos de vinganças ou quantas vezes a prepotência cobriu a minha face, pensando que pudesse ser melhor do que os outros, esquecendo-me que eles também eram tutelados de um Pai Amoroso e Justo.
Quanta vez de maneira obstinada reagira, sem medir as consequências, quando passavam naquele momento por justas provações para se reabilitar perante o Pai ou ainda quando a intolerância foi a companheira assídua de muitos dias.
Quantas vezes eu ocultei em meu coração idéias de vinganças por causas de ofensas inexistentes que só existiam mesmo em minha imaginação. Ou quando podia ressaltar os defeitos dos outros, tentando denegrir a sua imagem, por despeito ou ignorância, caluniando pessoas respeitáveis. Ou quando o amor-próprio falou mais alto e não pude me conter, criando constrangimentos ao próximo. Ou ainda quando deixei que o peso da amargura comandasse os meus impulsos e sentia-me um cego perante as belezas da vida e as conquistas que já conseguiram por acréscimo de misericórdia.
Quantas vezes permiti que a tristeza fizesse morada em meu coração, porque vira frustrado algum desejo banal, sem consultar os arquivos de minha consciência e concluir que muitas vezes já tivera vitórias espetaculares, usando de astúcia, busquei obter vantagens imerecidas em detrimento aos reais interesses do próximo.
E tanta coisa que aqui não a menciono, que cheguei à descrença espiritual, isto é, duvidei que me acolhesse por conta de tudo que tenho feito, laborando em erros lamentáveis, que hoje reconheço, por isso mesmo, no ato de vislumbrar a sua presença, sinto-me desnudo e completamente à mercê de meus desatinos.
Por isso, não me sinto com força de me aproximar de sua infinita misericórdia, não por que seja Juiz Severo, mas porque estou consciente dos meus erros e não posso realmente, pela minha própria condição, aproximar-me; mesmo assim, Divino Amigo, lança um olhar de misericórdia sobre esses dias tormentosos desta existência, pois que escolhi a pior parte e recusei o que de mais precioso havia, que era esse tão grande amor que devotava aos seus tutelados, pois afirmara que nenhuma das ovelhas se perderia, mas pela enormidade de meus erros, sei que esse dia está muito distante, aliás, muito distante mesmo, mas com uma réstia de luz do seu olhar poderia ainda alimentar os meus dias de esperanças.
Contara certa feita que o filho pródigo a casa torne, mas não me sinto capaz de adentrar ao solar paterno e voltar definitivamente, porque não consegui expiar tantos débitos acumulados, por minha inteira culpa, num passado longínquo e até culpava os outros para esconder os meus erros aos meus próprios olhos e dos outros.
Mas agora não quero mais viver esse papel de vilão da minha própria história, isto é, nesta mea culpa, minha máxima culpa.
Já basta de tormentos para os meus dias. Quero assumir a culpa em definitivo de todos os meus erros, e deixar de fingir que sou inocente e buscar de alguma forma ressarcir meus imensos deslizes, que cometi em meus momentos de loucura e insânia.
Chega dessa vida enganosa, em que me vestia de púrpura para ocultar as minhas deformidades morais. Não tem sentido enganar a mim mesmo; supondo-me forte e poderoso, não passava de um pobre coitado digno de compaixão.
Hoje estou definitivamente convencido de que não é esse tipo de vida que quero.
Preciso ter esperanças em meu coração, chega de sofrer e de viver de maneira artificial, simplesmente para preservar as aparências, pois agora eu sei esse tipo de vida não serve mais, mas quero aproveitar a primeira chance que houver de incorporar ao trabalho em favor daqueles mesmos que de uma forma ou outra lesei, pois será a única maneira de ressarcir tão grandes erros. Nada mais
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
CADA UM DE NÓS
Cada um de nós é responsável pelas pegadas que deixou no chão.
Com prudência e disciplina descobrimos que somos leves como o vento e fortes como o rochedo que protege o mar, quando nos direcionamos para a construção de nós mesmos na trajetória que delimita a nossa atuação neste campo de provas.
Com eficácia descobrimos também que há vibração positiva em nosso olhar, quando nos projetamos mentalmente para o auxílio a outra criatura...
Com sabedoria, caminhamos em direção dos céus buscando a nossa autonomia psíquica, construindo nas diversas situações que se apresentam a nós em forma de sofrimento, a outra face da dor, enquanto prosseguimos na eficácia da prece, orientando-nos a seguir em frente, com sabedoria e disciplina.
Mais adiante podemos concluir que há muitas moradas na casa de nosso Pai e por si só descobrimos que estamos aptos a concorrer a um posto maior, pelas ações que realizamos às outras criaturas, no caminho que logramos percorrer a serviço do amor e da caridade.
Ezequiel
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, na noite de 10/02/2005, na cidade de Campo Grande/MS.
LITERATURA INFANTIL
O CANTOR DA LAGOA FLORIDA
Continuação do número anterior.
2ª. Parte
Passara-se um mês sob intensos cuidados de todos, o tenor mais famoso da região só reagia de maneira muito lenta. Mas nem por isso qualquer dos seus amigos desistira de prestar toda a solidariedade. Mas, numa manhã de sol, deu sinal de melhora, finalmente. Mas ainda muito fraco, apesar de ser servido finas iguarias, a primeira pessoa com quem falou foi a querida mamãezinha, que o reteve junto ao peito por longos minutos, que embora ele não a visse, sempre esteve a cabeceira de sua cama. Ela sempre solícita, nunca se permitira sair do lado do querido filho. Algumas visitas insistiram para que cantasse a fim de estimular a sua recuperação, mas a todos os convites se recusou.
Quem o conhecera percebeu que houve uma profunda mudança em seu comportamento, não era mais aquele jovem brincalhão, não contava mais suas proezas, nem contava mais suas histórias, mas parecia muito concentrado, como se tivesse fazendo uma análise de sua vida, até mesmo a música que fora uma grande paixão de sua vida, de repente, ficara indiferente a esse exercício da alma.
Finalmente numa noite, falou - Mim quer falar para toda a comunidade... Primeiro para agradecer as orações para que eu recuperasse a saúde... Também a ajuda que deram a minha mamãezinha nesse tempo que estive doente... Mas também é meu desejo explicar muita coisa que aconteceu comigo naquelas rápidos momentos...
Marcaram a data, e na hora determinada lá estava toda a comunidade muito preocupado com o seu grande líder.
Mim querer ser muito sincero, porque aconteceu uma coisa comigo muito importante. Quando estava caindo da árvore, mim ver a minha vida toda desde criança, como num filme, vi muita coisa que mim ter vergonha de lembrar, mas mim prometeu para mim mesmo, que vou ser muito sincero.
- Mim lembrar que quantas vezes minha mamãezinha me falou para não comer muito doce, porque faz mal para saúde, mas mim escondido comer muito.
Mim também, estudar muito pouco, não fazer a dever de casa, tirar nota baixa e depois dizer que a culpa era da professora, que não gostava de mim. Falava quase chorando para convencer minha querida mamãezinha, minha pobre mamãezinha acreditava, mãe acredita em tudo que filho fala, depois quando mim brigar na escola dizer que outros foram culpados, porque naquele momento, estava rezando. Mim fazia maldade e contava para mamãezinha que eram os outros.
-Mim ficar tomando tereré com meus amigos contando história, alegre e contente, minha mamãezinha coitada limpando casa, lavando roupa, cozinhando, mim não querer ajudar, dá vontade de chorar só de lembrar.
- Depois quando mim ficar rapaz mim jogar truco com meus amigos, querer namorar todas as meninas do lagoa florida, uma vez namorar ao mesmo tempo a Sapamia, a Olho Certeiro, a Flor do Brejo e a Riso Fácil, mim não saber que Olho Certeiro namorava o Sapo Coitado e Flor do Brejo o Sapo de Butuca, somente a Riso Fácil, ainda não tinha namorado. Tudo ia muito bem, até que um dia comecei ouvir ti-ti aqui, ti-ti ali, re-ti-ti aqui e re-ti-ti ali, fique um pouco desconfiado, mas achava-me superior, quando Riso Fácil, muito simpática, falou que gostaria de falar comigo no final da tarde, muito folgado cheguei ao local combinado, de repente chegou também Sapamia, Olho Certeiro, Flor do Brejo, mim sentir que o tempo estava fechando em cima de mim, querer fugir, elas não deixaram, começou uma discussão, Sapamia, falava que a culpada era Flor do Brejo que era muita assanhada, Flor do Brejo acusava Riso Fácil, Riso Fácil dizia que a culpada era a Olho Certeiro, Olho Certeiro, acusava Sapamia, começou um ti-ti, re-ti-ti infernal que mim não entendia nada, cada um apontava o dedo contra a outra, parece que mundo ia acabar, depois elas pararam e olharam para mim ao mesmo tempo, dizendo que eu era o culpado de verdade, começaram a me xingar de tudo: traidor, Mário vai com os Outros, sapo sem caráter, e tanto nome feio que mim não agüentava maaaaiis, minha cabeça ia explodir, até que a Sapamia falar que eu era um cachorro, que merecia morrer. Aí mim não agüentar, e gritar muito forte que mim nunca ser cachorro, mim ser sapo e na confusão mim fugir e pular no brejo. Ficaram ainda por muito tempo procurando o culpado. Mas ficou pior ainda a situação, quando Sapo Coitado e Sapo de Butuca, souberam do que aconteceu, disseram que iam tirar meu couro vivo, aí achar melhor ficar doente e não sair de casa, dizendo que estava com gripe.
Esse filme muito rápido me mostrou tudo que fiz errado, criando expectativa no coração das sapas gatérrimas, por isso mim quer pedir perdão para todas
Depois ainda mim ser muito egoísta, porque naquele instante que mim subir na árvore não querer pedaço da lua para todos, mas só para mim, iluminar o meu caminho, nada mais.
Ainda mim ser muito orgulhoso achava que somente eu sabia cantar bonito, esqueci que se não tivesse orquestra e coro de mil vozes quase nada valia.
A única coisa que iluminou o meu coração foi a cena de quando ajudei o amigo da escola que um predador quase cortou a perna dele, ajudei até ele ficar bom, isso foi uma lembrança boa.
Depois de uma profunda reflexão que durou muito, disse que ia mudar sua vida para sempre porque naquele instante aprendeu o que importa na vida, que viver em família e se a Sapamia quisesse casar com ele, ficaria noivo naquela noite mesmo.
Fora longamente aplaudido pela multidão, estava a comunidade muito satisfeita, nunca ouvira um depoimento tão sincero. Quanto a Sapamia, estava emocionada, dizendo que aceitava o pedido de noivado, que Garganta de Prata lhe fizera, porque ele era realmente o sapo encantado de sua vida. Fim.
Conclusão: Às vezes das desgraças pode-se tirar grandes lições.
Horácio
Otacir Amaral Nunes.
Campo Grande/MS
Esqueçamos o mal e abracemos o bem, na certeza de que somente em Cristo, conseguiremos atingir a vitória da luz com a luz da nossa própria evolução.
Emmanuel/ Francisco C. Xavier.
A VOCÊ QUE ESTÁ CHEGANDO
Hoje a palavra é para você, companheiro de muitas procuras, que chega à Casa Espírita em busca do bálsamo que alivie uma grande dor, da palavra que ajude a superar um momento de crise ou que preencha algum "não sei quê?" esquisito que lhe deixa enorme vazio cá dentro do peito.
Talvez esta seja a derradeira porta, após tantas tentativas de encontrar o equilíbrio, a paz, enfim, o sentido da vida. E o seu coração se divide agora entre esperanças e temores. Afinal, foram tantas as frustrações... Mas, como diz a canção da Zizi Possi... "Vá, e entre por aquela porta ali, não tem caminho fácil não, é só dar um tempo que o amor chega até você"...
Pois é, amigo, grupos espíritas não são igrejas. São espaços fraternos de vivência do Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita, uma espécie de oficinas do bem, onde se busca, em conjunto, aprender e exercitar esse tão decantado amor ao próximo. Então, por favor, não nos idealize. Não espere uma bondade e elevação que ainda não possuímos.
O espírita professa uma fé racional que, facilitando a compreensão dos porquês da existência, aumenta também a responsabilidade de uma mudança de atitude para melhor diante dos desafios cotidianos da vida. Porém, não nos enganamos, nem queremos lhe enganar a respeito de quem somos. Somos exatamente como você. Sentimos as mesmas dificuldades afetivas, emocionais, sexuais, espirituais e tantas outras, inerentes à nossa condição humana de seres em evolução. Estamos todos no mesmo barco, amigo, mas remar juntos para chegarmos em segurança à outra margem da vida que é o nosso destino e lugar de origem - certamente fará toda a diferença. E isto nós queremos e podemos fazer.
Não temos rituais ou chefes religiosos. Trabalhamos em regime de cooperação fraterna e voluntária, conforme as aptidões e disponibilidades de cada um, em benefício de todos os que aqui chegam. Por isto, querido amigo, ao entrar por aquela porta, não espere encontrar sacerdotes in¬vestidos de superioridade ou poder. Não espere encontrar um grupo seleto de iniciados em "mistérios do Além" ou indivíduos infalíveis que lhe digam, a todo tempo, o que fazer, pois encontrará apenas pessoas comuns, com muitas certezas e convicções sim, mas também com crises e inseguranças, tais como as suas. Aqui você vai encontrar aprendizes na arte de servir. Gente que se sente feliz em contribuir para a felicidade alheia, pessoas sempre prontas a acolher, ouvir e amparar. Não suponha, porém, que estejamos isentos de provas e problemas. Assim como você, lutamos e sofremos. Apenas optamos pela ação no bem como forma de trabalhar em nós mesmos o próprio aperfeiçoamento, contribuindo para a construção de uma sociedade melhor, ao mesmo tempo em que busca¬mos, no estudo e no trabalho, as respostas e a coragem necessárias para enfrentar as nossas próprias batalhas na arena da vida.
Entre nós, encontrará também companheiros esforçados na tarefa de consolar e esclarecer.
Não nos tenha, porém, como sábios inquestionáveis ou seres san¬tificados. Assim como você, não vivemos alheios às dificuldades do mundo. Creia, amigo, o nosso maior desafio é exemplificar, na prática, as verdades espirituais que conhecemos e pregamos. No dia-a-dia, sobretudo lá fora, esforçamo-nos por ser pessoas mais pacificadoras, generosas, fraternais, e, sinceramente, nem sempre o conseguimos...
Mas, se é grande ainda a nossa imperfeição, maior é a alegria de vê-lo chegar. E assim como Pedro, o apóstolo rude e sincero de Jesus, apesar do reconhecimento da nossa pequenez humana e espiritual, é muito bom poder aconchegá-lo com carinho e lhe dizer do fundo do co¬ração: "Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho vos dou". (Atos, 3:6.)
Caminhemos juntos!
Joana Abranches
Fonte: Revista Reformador, da FEB, de dezembro de 2009.
MANTENHA O CULTO NO EVANGELHO NO SEU LAR
Diariamente eleve seu coração ao Pai de Amor e de Misericórdia e faça uma prece. Prece simples, humilde, sincera, não só pedindo graças, mas, principalmente, luzes e forças, a fim de bem entender e cumprir a vontade do Senhor. Depois da prece, leia ou peça a alguém que leia, para que o ouça, um pequeno trecho do Evangelho esclarecendo à luz do Espiritismo (Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ou Síntese do Novo Testamento, de Mínimus, ou Elucidações Evangélicas, de Sayão). Medite bem sobre que o for lido e procure seguir aqueles ensinos, que são os ensinos de Jesus. Procure afeiçoar seu coração ao Evangelho, buscando exercitar-se na prática das virtudes ensinadas e exemplificadas por Cristo. Procure fazer de seu coração um pequenino foco de onde se irradie o sentimento vivo do amor a DEUS e ao próximo, tal como nos ensinou e exemplificou Jesus. Procure ser útil, procure ter a alegria de servir. E não se esqueça de que nós servimos, também bem ou mal, com a exemplificação, patente aos olhos de todos, da maneira pela qual aceitarmos os desígnios divinos.
Tudo faça para manter em seu coração e, em torno de si, um ambiente de paz, de harmonia, de boa vontade, de paciência, de compreensão dos problemas e das necessidades alheias, de fraternidade, de caridade, de resignação, de humildade sadia e digna e de fé esclarecida.
Tudo isso facilita a aproximação do Guia espiritual de cada um de nos, dos Mensageiros da caridade divina, daqueles que, em verdade, nos podem ajudar, em nome de Deus. E assim, no esforço do bem, trabalhando, orando e vigiando nossos próprios pensamentos, sentimentos, palavras e ações, para que estejam, tanto quanto possível, de acordo com os ensinamentos de Jesus – único Mestre – esperemos, confiantes, a manifestação da misericórdia do Pai, sempre amorosa e benéfica. Mas tenhamos sempre presente que ser espírito é ser cristão e que ser cristão é procurar seguir o Cristo, que não fugiu ao sacrifício da cruz par anos exemplificar a submissão incondicional aos desígnios do Senhor e não o afastamento de toda e qualquer dificuldade que se nos anteponha, por indispensável ao nosso progresso espiritual.
Distribuição pelo Departamento de Assistência da Federação Espírita Brasileira.
SUICÍDIO
“-Quais as primeiras impressões dos que desencarnam por suicídio?"
- A primeira decepção que os aguarda é a realidade da vida que se não extingue com as transições da morte do corpo físico, vida essa agravada por tormentos pavorosos, em virtude de sua decisão tocada de suprema rebeldia.
Suicidas há que continuam experimentando os padecimentos físicos da última hora terrestre, em seu corpo somático, indefinidamente. Anos a fio, sentem as impressões terríveis do tóxico que lhes aniquilou as energias, a perfuração do cérebro pelo corpo estranho partido da arma usada no gesto supremo, o peso as rodas pesadas sob as quais se atiraram na ânsia de desertar da vida, a passagem das águas silenciosas e tristes sobre os seus despojos, onde procuraram o olvido criminoso de suas tarefas no mundo e, comumente, a pior emoção do suicida é a de acompanhar, minuto a minuto, o processo de decomposição do corpo abandonado no seio da terra, verminado e apodrecido.
De todos os desvios da vida humana o suicídio é, talvez, o maior deles pela sua característica de falso heroísmo, de negação absoluta da lei do amor e de suprema rebeldia à vontade de Deus, cuja justiça nunca se fez sentir, junto dos homens, sem a luz da misericórdia.
Emmanuel
Do livro “O Consolador” de Francisco Cândido Xavier, edição FEB.
MENSAGENS PARTICULARES - Verger
(Assassino do arcebispo de Paris)
Criminosos arrependidos
“A 3 de janeiro de 1857, Mons. Sibour, arcebispo de Paris, ao sair da Igreja de Saint-Étienne-du-Mont, foi mortalmente ferido por um jovem padre chamado Verger." O criminoso foi condenado à morte e executado a 30 de janeiro. Até o último instante não manifestou qualquer sentimento de pesar, de arrependimento, ou de sensibilidade.
Evocado no mesmo dia da execução deu as seguintes respostas:
1.- Evocação. – R. Ainda estou preso ao corpo.
2.- Então a vossa alma não está inteiramente liberta? – R. Não... Tenho medo... não sei...Esperai que torne a mim. Não estou morto, não é assim?
3.- Arrependei-vos do que fizestes? – R. Fiz mal em matar, mas a isso fui levado pelo meu caráter, que não podia tolerar humilhações... Evocar-me-eis de outra vez.
4. - Por que vos retirais? – R. Se o visse, muito me atemorizaria, pelo receio de que me fizesse outro tanto.
5. -Mas nada tendes a temer, uma vez que a vossa alma está separada do corpo. Renunciai a qualquer inquietação, que não é razoável agora. – R. que quereis? Acaso sois senhor das vossas impressões? Quanto a mim, não sei onde estou.... estou doido...
6. -Esforçai-vos por ser calmo. – R. Não posso, porque estou louco... Esperai, que vou invocar toda a minha lucidez.
7. – Se orásseis, talvez pudésseis concentrar os vossos pensamentos... – R. Intimido-me...não me atrevo a orar.
8. – Orai, que grande é a misericórdia de Deus! Oraremos convosco. – R. Sim; eu sempre acreditei na infinita misericórdia de Deus.
9. – Compreendeis melhor, agora, a vossa situação? – R. Ela é tão extraordinária que ainda não posso apreendê-la.
10. – Vedes a vossa vítima? – R. Parece-me ouvir uma voz semelhante a sua, dizendo-me: “Não mais te quero...” Será, talvez, um efeito da imaginação!... Estou doido, vo-lo asseguro, pois que vejo meu corpo de um lado e a cabeça de outro...afigurando-se-me, porém, que vivo no Espaço, entre a Terra e o que denominais céu... Sinto como o frio de uma “faca prestes a decepar-me o pescoço, mas isso será talvez o terror da morte"...Também me parece ver uma multidão de Espíritos a rodear-me, olhando-me compadecidos... e falam-me, mas não os compreendo.
11. – Entretanto, entre esses Espíritos há talvez um cuja presença vos humilha por causa do vosso crime. – R. Dir-vos-ei que há apenas um que me apavora – o daquele a quem matei.
12. – Lembrai-vos das anteriores existências? – R. Não; estou indeciso, acreditando sonhar... ainda uma vez, preciso tornar a mim.
13. – (Três dias depois.) – Reconhecei-vos melhor agora? R. Já sei que não mais pertenço a esse mundo, e não o deploro. Pesa-se o que fiz, porém meu Espírito está mais livre. Sei a mais que há uma série de encarnações que nos dão conhecimentos úteis, a fim de nos tornarmos tão perfeitos quanto possível a criatura humana.
14. – Sois punido pelo crime que cometestes? – R. Sim; lamento o que fiz e isso faz-me sofrer.
15. – Qual a vossa punição? – R. Sou punido porque tenho consciência da minha falta, e para ela peço perdão a Deus; sou punido porque reconheço a minha descrença nesse Deus, sabendo agora que não devemos abreviar os dias de vida de nossos irmãos; sou punido pelo remorso de haver adiado o meu progresso, enveredando por caminho errado, sem ouvir o grito da própria consciência que me diz não ser pelo assassínio que alcançaria o meu desiderato. Deixei-me dominar pela inveja e pelo orgulho; enganei-me e arrependo-me, pois o homem deve esforçar-se sempre por dominar as más paixões – o que aliás não fiz.
16. – Qual a sensação quando vos evocamos? R. de prazer e de temor, por isso que não sou mau.
17. – Em que consiste tal prazer e tal temor? – R. Prazer de conversar com os homens e poder em parte reparar as minhas faltas, confessando-as; e temor, que não posso definir – um quê de vergonha por ter sido assassino.
18. – Desejais reencarnar na Terra? – R. Até o peço e desejo achar-me constantemente exposto ao assassínio, provando-lhe o temor.
Monsenhor Sibour, evocado, disse que perdoava ao assassino e orava para que ele se arrependesse. Disse mais que, posto estivesse presente à sua evocação, não se lhe tinha mostrado para lhe não aumentar os sofrimentos, porquanto o receio de o ver já era um sintoma de remorso, era já um castigo.
- P. O homem que mata sabe que, ao escolher nova existência, nela se tornará assassino? – R. Não; ele sabe que, escolhendo uma vida de luta, tem probabilidade de matar semelhante, ignorando porém se o fará, pois está quase sempre em luta consigo mesmo.
A situação de Verger, ao morrer, é a de quase todos os que sucumbem violentamente. Não se verificando bruscamente a separação, eles ficam como aturdidos, sem saber se estão mortos ou vivos. A visão do arcebispo foi-lhe poupada por desnecessária ao seu remorso; mas outros Espíritos, em circunstâncias idênticas, são constantemente acossados pelo olhar das suas vítimas.
À enormidade do delito, Verger acrescentara a agravante de se não ter arrependido ainda em vida, estando, pois, nas condições requeridas para a eterna condenação. Mas, logo que deixou a Terra, o arrependimento invadiu-lhe a alma e, repudiando o passado, deseja sinceramente repará-lo. A isso não o impele a demasia do sofrimento, visto como nem mesmo teve tempo para sofrer, mas o alarme dessa consciência desprezada durante a vida, e que ora se lhe faz ouvir.
Por que não considerar valioso esse arrependimento? Por que admiti-lo dias antes como salvante do inferno, e depois não? E porque, finalmente, o Deus miseordioso para o penitente, em vida, deixaria de o ser, por questão de horas, mais tarde? Fora para causar admiração e rápida mudança algumas vezes operada nas idéias de um criminoso, endurecido e impenitente até à morte, se o trespasse lhe não fosse também bastante, às vezes, por reconhecer toda a iniqüidade da sua conduta. Contudo, esse resultado está longe de ser geral – o que daria em consequência o não haver espíritos maus. O arrependimento é mais é muita vez tardio, e daí a dilação do castigo,.
A obstinação no mal, em vida, provém às vezes do orgulho de quem recusa submeter-se e confessar os próprios erros, visto estar o homem sujeito à influencia da matéria, que, lançando-lhe um véu sobre as percepções espirituais, o fascina e desvaira. Roto esse véu, súbita luz se aclara, e ele encontra senhor da sua razão. A manifestação imediata de melhores sentimentos é sempre indício de um progresso moral realizado, que apenas aguarda uma circunstância favorável para se revelar, a passo-a que a persistência mais ou menos longa no mal, depois da morte, é incontestavelmente a prova do atraso do Espírito, no qual os instintos materiais atrofiam o gérmen do bem, de modo a lhe serem precisas novas provações para se corrigir.,
Do livro “Céu e Inferno”, de Allan Kardec, edição FEB.
QUEM FOI JESUS?
Leonardo Machado
Por certo, ninguém na Terra exerceu maior influência na história, na música, nas artes em geral e, sobretudo, nos corações humanos do que aquela feita por parte de Jesus. Suas palavras doces e profundas calavam profundamente nas almas, deixando-as com marcas indeléveis. Seu influxo moral é sentido até hoje. Os seus braços abertos parecem, até o presente, envolver o mundo todo.
Nada obstante, desde os seus contemporâneos, passando pelos tempos primeiros, até os dias atuais Ele permanece sendo mal interpretado, mal compreendido e deturpado por muitos menos avisados no caminho.
No passado, suas palavras foram usadas, em manobras hodiernas, para converter - matar em nome de Deus. Na atualidade, outrossim, não faltam aqueles dispostos a, se não mais matar o corpo, cercear as mentes e a perseguir os corações em seu sacrossanto nome.
Entrementes, fora Ele transformado, por muitas religiões detidas no cárcere da letra, em Deus. Com tal atitude, pois, pretenderam distanciá-la por completo dos seres, dando, igualmente, poderes inatingíveis para aqueles pretensos representantes de suas palavras. Ambicionaram, também, rebaixar a criatura humana, já que, sendo Ele Deus, todos os seus feitos perderiam a possibilidade de ser imitados e de ser realizados pelos outros seres.
Outras tantas doutrinas, a seu tempo, de modo diverso, mas com conseqüências semelhantes, tomaram-no um mito, ou, mesmo, um ser privilegiado gerado pelo Pai, desde o início, perfeito.
Com reações adversas, porém, de maneira simplista e ingênua, para defenderem o ego humano, logo apareceram aqueloutros que O negaram, desde os seus ensinos até a sua existência.
Nesse sentido, nessa defesa egóica, não é pouco o número, ainda, dos que o mesclaram com as suas próprias imperfeições, frustrações, reações e com os seus próprios medos com o intuito de, possivelmente, atenuar as suas falhas íntimas, tornando-o um ser demasiado imperfeito e humano.
Neste contexto, então, nunca será demais pensar na pergunta "afinal, quem foi Jesus?".
A Doutrina Espírita, tendo como base a razão aclarada pelo sentimento e pela pureza do espírito das palavras do próprio Cristo, vem contribuir sobremaneira na compreensão desta questão.
Em "O Livro dos Espíritos"l, vê-se que Ele é o "mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor". Portanto, "para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra".
Mostrando que não há privilégios nem privilegiados na Criação, o Espiritismo ensina que todos os seres são criados em um mesmo patamar e, através da evolução efetuada nas sucessivas encarnações, conseguem atingir a perfeição relativa da qual é dada aos filhos chegar, já que a abso¬luta só a Deus pertence. 2
Sendo assim, o espírito que conhecemos aqui neste planeta com o nome de Jesus, igualmente, seguiu esta lei e esta trajetória. Contudo, irmão bem mais velho no concerto da imortalidade, percorreu os seus caminhos em tempos que a precária concepção humana não consegue atingir, por hora.
De tal sorte que, quando esteve encarnado neste orbe, já tinha atin¬gido, há muito, esta condição suprema. Eis porque veio ser o modelo, uma vez que este não comporta falhas ou defeitos.
Emmanuel, a seu turno, corroborando as palavras de Kardec e as do sábio filósofo Léon Denis, demonstra que Jesus está há tanto tempo nesta condição angelical que, sendo aquele designado por Deus para inspirar os caminhos do planeta Terra como um todo e dos seus habitantes, deu a sua influência benéfica desde os tempos mais primeiros, sendo um grande mestre-de-obras na bela construção terrena do engenheiro Deus. De tal maneira que, em todos os tempos, o mundo sofreu o impacto de suas ema¬nações de paz, quer seja através de seus enviados, quer seja através de seu amor que, a seu tempo, se fez sentir mais ainda quando viera ser, entre as criaturas, o Messias da fraternidade e do bem.
Com semelhante visão, então, Jesus deixa de ser Deus para ser um ser di¬vinizado na evolução, e, não sendo um privilegiado, passa a ser um caminheiro pelos tempos universais remotos. Não há mais razão, portanto, para negá-lo nem para transferir para Ele imperfeições descabidas, já que, apesar de homem, era e é um ser Crístico, um anjo. Tal ensinamento, de maneira alguma rebaixa o Mestre. Antes, toma-o mais belo diante dos olhos do mundo, pois o coloca em uma posição atingível, num futuro, pelos homens, espíritos, em sua maioria, ainda, tão imperfeitos, quando estes tiverem encontrado, igualmente, o Cristo interno. Desse modo, dignifica, outrossim, a criatura humana repleta de possibilidades.
No entanto, por mais bela que possa parecer a visão dada pelo Espi¬ritismo a Jesus, ela não é nova. Isso porque se baseia inteiramente nos Evangelhos escritos pelos apóstolos e baseados nas palavras do meigo Rabi.
Não fosse assim, Jesus, a respeito de sua diferenciação com o Pai, de sua antiguidade e de sua evolução de penetrar nos arcanos divinos, não teria dito aos judeus4: "honro a meu Pai; vós chamais vosso Deus sem o conhecerdes; eu, porém, o conheço; sim, conheço-o e guardo a sua palavra; vosso pai Abraão exultou por ver o meu dia, viu-o e alegrou-se"". Os judeus ficaram estupefatos e redargüiram: "ainda não tens cinqüenta anos e viste Abraão?". Jesus, contudo, como que se reportando ao seu passado espiri¬tual, respondeu: "em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão exis¬tisse, eu sou".
Outrossim, não teria enunciado - "o Pai é maior que eu" 5; ou, ainda - "saí do Pai e vim ao mundo; deixo agora o mundo e tomo para junto do Pai". 6
No tocante à sua missão de governador e de pastor de toda a Terra, não só material como também espiritual, não teria falado: "eu sou o bom Pastor; conheço as minhas e as minhas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço ao Pai; tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco, também a essas devo conduzi-las; darão ouvido à minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor"?. Essas outras ovelhas podem ser tanto interpretadas como sendo os espíritos desencarnados, como aqueloutros de outras religiões. Esse outro aprisco, de igual modo, como sendo tanto o mundo dos espíritos, como as outras regiões do mundo. No futuro, pois, de iluminação e de amor, a Terra material estará tão evoluída que se confundirá com a pátria espiritual, bem como todos os seres humanos estarão na mesma luz da concórdia do amor que a tudo reúne.
E, a respeito da possibilidade de evolução dos espíritos de chegarem um dia a ser como Ele e a fazer trabalhos semelhantes, pois que não há privilégios, não teria enunciado: "não está escrito na vossa lei vós sois deuses?"8. Nem, ainda, teria igualado a sua essência a dos espíritos: "eu sou a luz do mundo9; vós sois a luz mundo10". E, nem tão pouco, teria proclamado: "em verdade, em verdade vos digo quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará obras maiores que estas". 11.
1 - KARDEC, ALLAN. O Livro dos Espíritos. 76. Edição. Rio de Janeiro:FEB, questão 625, p. 308.
2 - DENIS, LÉON. O Grande enigma. 10. Ed. Rio de Janeiro:FEB, p. 101.
3 - XAVIER, FRANCISCO CÂNDIDO. Pelo espírito Emmanuel A caminho da Luz. 29. Ed. Rio de Janeiro:FEB. e Evangelho de João.
O autor é estudante de medicina da UPE, orador e escritor espírita, compositor erudito e trabalhador do Núcleo Espírita Investigadores da Luz, em Recife - PE.
Fonte: Revista Internacional de Espiritismo, de maio de 2007
De real só existe o momento que passou, o presente é uma realidade que se está às apalpadelas e o futuro é um grande enigma. Mas se amar o próximo, com certeza, pode esperar um futuro promissor.
Àulus/ Otacir Amaral Nunes
PARENTELA “E disse-lhe: Sai de tua terra e dentre a tua parentela e dirige-te à terra que eu te mostrar.” (Atos, 7:3.).
Nos círculos da fé, vários candidatos à posição de discípulo de Jesus queixam-se da sistemática oposição dos parentes, com respeito aos princípios que esposaram para as aquisições de ordem religiosa.
Nem sempre os laços de sangue reúnem as almas essencialmente afins. Freqüentemente, pelas imposições da consangüinidade, grandes inimigos são obrigados ao abraço diuturno, sob o mesmo teto.
É razoável sugerir-se uma divisão entre os conceitos de “família” e “parentela”. O primeiro constituiria o símbolo dos laços eternos do amor, o segundo significaria o cadinho de lutas, por vezes acerbas, em que devemos diluir as imperfeições dos sentimentos, fundindo-se na liga divina do amor para a eternidade. A família não seria a parentela, mas a parentela converter-se-ia, mais tarde, nas santas expressões da família.
Recordamos tais conceitos, a fim de acordar a vigilância dos companheiros menos avisados.
A caminho de Jesus, será útil abandonar a esfera de maledicências e incompreensões da parentela e pautar os atos na execução do dever mais sublime, sem esmorecer na exemplificação, porquanto, assim, o aprendiz fiel estará exortando-a, sem palavras, a participar dos direitos da família maior, que é a de Jesus - Cristo.
Emmanuel
Do livro “Caminho, Verdade e Vida", de Francisco Cândido Xavier. Edição FEB.
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