SILÊNCIO EM SUA ALMA
Conserve em paz o seu coração.
É preciso silêncio em sua alma, caso contrário como poderá agir com sabedoria. Se porventura tem um vulcão dentro de si lançando lavas em todas as direções. É preciso essa serenidade íntima, como se fosse aquela certeza que de quem sabe o caminho, que conhece os perigos, por isso mesmo, pode prever as surpresas que o esperam no termo da jornada.
Por isso sofre com resignação, como aquele que cumpre um dever sagrado, sabendo que está fazendo tudo em seu próprio benefício e por conta disto, suporte os espinhos da própria senda, sem murmurar.
Olha a todos com compreensão e bondade, porque só pode auxiliar aquele que ainda não avaliou completamente as conseqüências de suas atitudes.
E mais procura com redobrada esperança olhar o mundo com mais amor, porque o tem como a escola abençoada, onde pode educar os seus sentimentos. Todavia enquanto esses dias mais felizes não chegam, nem por isso cessa de trabalhar. Aplica os seus esforços, os seus recursos, mesmo assim muitas vezes suas próprias dificuldades são superlativas, nem por isso para de trabalhar. Muitas vezes diante de suas próprias deficiências, mas assim procura manter projetos que estabeleceram como prioritário em sua existência.
Esquece as suas tristezas e amarguras, porque sabe que de onde está se pode ver melhor o caminho, por isso que por maiores que seja as dificuldades, ainda assim, compreende que tem muitas expectativas para o futuro.
Procura ser bom e humano, porque já provou da angústia, da pobreza sem assistência, da frieza das pessoas, da falta de teto, da fome, da indiferença do coração de tantos, por isso já tem experiência bastante para compreender a dor dos outros.
Assim, que olha todas as criaturas hoje com bondade, procura adivinhar em seus olhos quantas provações já passaram. E por compreender lhes a trajetória sente-se mais cidadão do mundo, vendo em cada criatura alguém que tem as mesmas marcas de suas lutas, sonhos e esperanças, pois isso procura respeitá-los como eles são.
Por isso vive de maneira equilibrada e serena como aquele que sabe o caminho, ou melhor, é capaz mesmo de divisar o caminho além das brumas do presente. Porque já tem dentro de si o substrato desse amor que o guia.
Se muito já sofreu, já sentira a dor da perda, do amor não correspondido, do desprezo de alguém que lutara por proporcionar a felicidade. Ainda nas suas melhores intenções não fora considerado. Como muitos que estenderam a mão ainda assim só recebera em contrapartida a ingratidão, mas agora já não se revolta como fizera outrora, mas olha com compaixão, porque já é capaz de compreender no seu próprio coração que dias amargos esperam aqueles que não souberam, pelo menos, lançar um olhar de bondade aquele que muito em seu favor fizera.
Porém segue em frente à experiência que vivera já o colocara no rumo certo, mesmo porque já vira tantas vezes esse gesto impensado, e não se admira mais e sabe que no futuro aquele também se arrependerá de seus erros e se tornará bom. Está hoje mau porque não compreende que a sua melhor opção sobre todas as outras é fazer o bem sempre, porque pavimenta o seu caminho em base segura, portanto, tem condições de reconhecer o caminho certo.
Qualquer que seja o seu destino, orienta a sua senda de maneira serena sem jamais reclamar dos obstáculos, porque em verdade aceitando os desafios se torna mais forte, inclusive aceitando muitas vezes a derrota, mas sem jamais desistir do nobre ideal de servir.
Vive cada dia de sua caminhada passageira, como aquele estagiário que procura aprender as lições, como já sabe que terá que voltar a sua origem ao final do estágio, assim que por mais que a haja grande dificuldade no caminho, sabe que será passageira e encontra forças para superar cada obstáculo que se apresente.
Tem fé no futuro, por isso encara os problemas que surgem como algo inevitável, em certos casos, e procura uma solução porque numa sociedade múltipla compreende que podem surgir conflitos, mas também sabe que em algum lugar há solução.
Convencionou viver cada dia como fosse o último, assim mantém os deveres e obrigações em dia, porque de repente pode ser chamado a prestar contas, e por isso procura não guardar qualquer ressentimento contra quem quer que seja.
O empenho com que se devota a todos, além do interesse pelo próximo, e compreensão cada dia é compensada pelos amigos que conquista.
Ama a Natureza porque sabe que vive num plano, enquanto poder conservá-lo em condição habitável, porque já faz parte da paisagem com os seus enormes benefícios à saúde e a própria vida.
Assim que tem o coração aberto a todas as inovações conseqüente do progresso necessário, e que a mente já é capaz de separar o joio do bom grão.
Por isso que se adapta admiravelmente a esse mundo de provas, porque vive nele como fosse ficar aqui eternamente, mas que por ordem superior poderá promovê-lo a um mundo melhor, por isso considera válido qualquer esforço nesse sentido, e mesmo porque não tem algo melhor para fazer.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
EVANGELHO NO LAR
“A parentela consangüínea é a preparação para a família espiritual”.
Nascido na casa de Pedro, em Cafarnaum, o culto em família é hoje um hábito na casa do espírita.
Orientados quanto a necessidade de uma harmonia, fazemos do Evangelho no Lar o suporte espiritual para os dias turbulentos da atualidade.
Cada praticante é orientado quanto a importância desse pronto-socorro, sabendo que além dos benefícios particulares para os conviventes encarnados, número representativo de espíritos que vêm buscar forças e esclarecimentos através da prece que ali se realiza.
Sob a proteção da Espiritualidade, esse lar via recebendo tratamento especial, porque passa a ser suprimento socorrista para emergências.
Os espíritos acompanham a intenção amorosa e responsável como se realizam as reuniões naquela casa e trazem os necessitados para serem atendidos. O que ocorre a partir de então? O núcleo espiritual vai se formando e nascerá nova família por afinidade e auxílio mútuo. Ali seremos visitados por companheiros que estiveram em aflição por longo tempo e não fora esse serviço não teriam se libertado. De sofredores, inicialmente, passam agora a fazer parte da equipe e, cada vez mais, irá se ampliando o trabalho de socorro. É a caridade que se amplia!
Nos dias do Evangelho no Lar, - que não dispensa a prece diária -, e recomenda uma preparação especial como quando recebemos amigos encarnados em visita de cortesia. Para estes oferecemos a melhor comida e cuidamos da limpeza da casa. Para os espíritos, é aconselhável a higiene mental, para que o clima espiritual seja adequado e agradável. O bom ar pulverizado pelas mentes será sentido por todo espírito que vier em busca de ajuda ou a serviço de colaboração. Começa a estreitar-se a intimidade entre encarnados e desencarnados. A convivência não se restringirá à reunião, mas será permanente. Os Espíritos cuidarão das pessoas na mesma proporção que participam do trabalho.
Embora impossível alcançar até que ponto a nova família se harmonizará, sabemos que passaremos a ter novos amigos que poderão ser no futuro os nossos parentes ou estarão entre os que nos receberão no desencarne e nos recomendarão aos mentores para que nos assistam. Proporão que nos confiem tarefas junto às equipes espirituais e serão fiadores de nossa fé, conduta e responsabilidade. Fazem isto após convivência e certeza de que somos dignos de confiança. Provamos por conduta.
Temos de compreender a força do Evangelho e concluir que não se limita a simples reunião de pessoas. É importante trabalho na seara, em âmbito maior doque imaginamos. Por não entendermos o alcance da prece, fazemos o trabalho com pouca convicção.
Evangelho no Lar, reunião de fraternidade, pronto-socorro e preparação da família universal. Contribui para que cada lar a cada Ser humano, construa um templo na intimidade. É mais importante doque muitas reuniões religiosas dogmáticas, mercenárias e materialistas, que se desviaram de suas funções e, espiritualmente, não têm qualquer finalidade.
Octávio Caúmo Serrano
Do livro “ Pontos de Vista”, edição: O Clarim.
GRATIDÃO A JESUS
O Livro dos Espíritos. Questão 625.
Senhor, nasceste no mundo por amor a todos nós. Chegaste anônimo na simplicidade da manjedoura, enquanto o cântico de louvor da milícia celestial rompia o silêncio da noite e o sinal luminoso no céu apontava aos reis peregrinos a direção a seguir para a visita respeitosa.
Vieste como o modelo da perfeição moral a que podemos aspirar no curso da evolução e como o pastor amorável a nos guiar para Deus através dos caminhos redentores da Boa Nova.
Abriste teu coração magnânimo às nossas almas aflitas e nos ensinaste as lições do bem como o próprio exemplo, para que nos libertássemos das teias do mal…
Proclamaste o amor, para esquecemos o ódio.
Enalteceste o perdão, para deixar a vingança.
Falaste da misericórdia, para fugirmos da intolerância.
Exaltaste a humildade, para renegarmos o orgulho.
Renovaste a esperança, para olvidarmos o desespero.
Ressaltaste a caridade, para evitarmos o egoísmo.
Apontaste a brandura, para afastarmos a agressão.
Engrandeceste a fé, para sairmos da descrença.
Indicaste a indulgência, para não julgarmos o próximo.
Recomendaste a paz, para vivermos sem conflitos.
E na trajetória de tua excelsa pregação, quando curaste os enfermos e aliviaste os aflitos, trilhaste também o caminho da dor e do calvário, porque não pudemos te entender a missão sublime.
Hoje, no entanto, buscamos tua palavra divina e te pedimos que aceites nossa gratidão, elo amor que semeaste e o sacrifício que te impuseste em favor da felicidade de todos.
Obrigado, Senhor, por tua presença em nossas vidas. Permite que possamos te seguir os passos na seara do Evangelho e que, apesar de nossa pequenez, tenhamos o júbilo de ouvir-te, nos recessos da alma, a voz doce e amiga a nos dizer com ternura.
- Vem comigo. É suave o meu jugo e leve o meu fardo.
André Luiz.
Página psicografada por Antônio Baduy Filho, em reunião pública do Culto do Evangelho do Sanatório José Dias Machado, na manhã do dia 18/05/08, em Ituiutaba/MG.
LEGENDA ESPÍRITA
O cultivador é conduzido ao pântano para convertê-lo em terra fértil.
O técnico é convidado ao motor em desajuste para sanar-lhe os defeitos.
O médico é solicitado ao enfermo para a bênção da cura.
O professor é trazido ao analfabeto para auxiliá-lo na escola.
Entretanto, nem as feridas da terra, nem os desequilíbrios da máquina, nem as chagas do corpo e nem as sombras da inteligência se desfazem à custa de conversas amargas e, sim, ao preço de trabalho e devotamento.
O espírita cristão é chamado aos problemas do mundo, a fim de ajudar-lhes a solução, contudo, para atender em semelhante mister, há que silenciar discórdia e censura e alongar entendimento e serviço.
É por essa razão que, interpretando o conceito “salvar” por “livrar da ruína” ou “preservar do perigo”, colocou Allan Kardec, no luminoso portal da Doutrina Espírita, a sua legenda inesquecível:
-“Fora da caridade não há salvação.”
Bezerra de Menezes
Do livro “Espírito de Verdade”, de Francisco Cândido Xavier, edição FEB
ELE ATENDERÁ
Quando atravesses um instante considerado terrível, na jornada redentora da Terra, recorda que o desespero é capaz de suprimir-te a visão ou barrar-te o caminho.
Para muitos, esse minuto estranho aparece na figura da enfermidade; para outros, na forma da cinza com que a morte lhes subtrai temporariamente o sorriso de um ente querido.
Em muitos lugares, guarda a feição de crise espiritual, aniquilando a esperança; e, em muitos ainda, ei-lo que surge por avalanche de provas encadeadas, baldando a energia.
Ninguém escapa aos topes da luta, que diferem para cada um de nós, segundo os objetivos que procuramos nas conquistas do espírito.
Esse jaz atormentado de tentações, aquele padece abandono, aquele outro chora oportunidade perdidas e mais outros lamenta os desenganos da própria queda.
Se chegaste a instante assim, obscurecido por nuvens de lágrimas, arrima-te à paciência, ouve a fé, aconselha-te com a reflexão e medita com a serenidade, mas não procures a opinião do esmorecimento.
Desânimo é fruto envenenado da ilusão que alimentamos a nosso respeito. Ele nos faz sentir pretensamente superiores a milhares de irmãos que, retendo qualidades não menos dignas que as nossas, carregam por amor fardos de sacrifícios, dos quais diminutas parcelas nos esmagariam os ombros.
Venha o desânimo como vier, certifica-te de que a forma ideal para arredar-lhe a sombra será compreender, auxiliar, abençoar e servir sempre.
Guardes o coração conturbado ou ferido, magoado ou desfalecente, serve em favor dos que te amparem ou desajudem, entendam ou caluniem.
Ainda que todos os apoios humanos te falhem de improviso, nada precisas temer.
Tens contigo, à frente e à retaguarda, à esquerda e à direita, a força do companheiro invisível que te resolve os problemas sem perguntar e que te provê com todos os recursos indispensáveis à paz e à sustentação de teus dias. Ele que ama, trabalha e serve sem descanso, espera que ames, trabalhes e sirvas quanto possas.
Sem que o saibas, ele te acompanha os pequeninos progressos e se regozija com os teus mais íntimos triunfos, assegurando-te tranqüilidade e vitória. Ele que te salvou ontem, salvará também hoje.
Em qualquer tempo, lugar, dia ou circunstância, em que te sintas à beira da queda na tentação ou na angustia, chama por Ele.
Ele te atenderá pelo nome de Deus.
Emmanuel
Do livro “Rumo Certo” de Francisco Cândido Xavier. Edição FEB.
PALAVRAS AOS ENFERMOS
Toda enfermidade do corpo é processo educativo para a alma.
Receber, porém, a visitação benéfica entre manifestações de revolta e o mesmo que recusar as vantagens da lição, rasgando o livro que no-la transmite.
A dor física, pacientemente suportada, é golpe de buril divino, realizando aperfeiçoamento espiritual.
Tenho encontrado companheiros a irradiarem sublime luz do peito, como se guardassem lâmpadas acesas dentro do tórax. Em maior parte, são irmãos que aceitaram, com serenidade, as dores longas que a Providências lhes endereçou, a benefício deles mesmos.
Em compensação, tenho sido defrontado por grande número de ex-tuberculosos e ex-leprosos, em lamentável condição de desequilíbrio, afundados muitos deles em charcos de trevas, porque a moléstia lhes constitui tão-somente motivo à insubmissão.
O doente desesperado é sempre digno de piedade, porque não existe sofrimento sem finalidade de purificação e elevação.
A enfermidade ligeira é aviso.
A queda violenta das forças é advertência.
A doença prolongada é sempre renovação de caminho para o bem.
Moléstia incurável no corpo é reajustamento da alma eterna.
Todos os padecimentos da carne se convertem, com o tempo, em claridade interior, quando o enfermo saber manter a paciência, aceitando o trabalho regenerativo por benção da Infinita Bondade.
Quem sustenta a calma e a fé, nos dias de aflição, encontrará a paz com brevidade e segurança, porque a dor, em todas as ocasiões, e a serva bendita de Deus, que nos procura, em nome dele a fim de levar a efeito, dentro de nós, o serviço da perfeição que ainda não sabemos realizar.
Néio Lúcio/ Francisco Cândido Xavier
Do “livro Lindos” Casos de Ramiro Gama, edição LAKE – Livraria Allan Kardec Editora
UMA LIÇÃO SOBRE A FÉ
Um simpatizante do Espiritismo, residente em Santos, Estado de São Paulo, veio a Pedro Leopoldo, asseverando desejar conhecer o Chico para melhor acertar os seus problemas de fé.
O médium, no entanto, empregado de uma repartição, não dispõe de tempo como deseja e, por determinação da Chefia, estava ausente da cidade.
O visitante insistiu, insistiu...
E como não podia deter-se por muitos dias, regressou a cidade de origem, dizendo a vários amigos:
- Duvido muito da mediunidade. Imaginem meu caso com o Chico Xavier. Viajo para Pedro Leopoldo com sacrifício de tempo e dinheiro. Chego à cidade e informam-me, sem mais aquela, que o médium estava ausente. Perdi minha fé, pois tenho a idéia de que tudo seja simples fraude e estou convencido de que o Chico se esconde par a melhor sustentar a mistificação.
Um dos companheiros de ideal escreve, aflito, ao Chico, relatando-lhe a ocorrência.
Não seria aconselhável procurar o queixoso e atende-lo?
O pobre homem parecia haver perdido a confiança no Espiritismo.
O Médium, muito preocupado pede o parecer a Emmanuel,e o devotado orientador responde-lhe com serena precisão:
-Deixe esse caso para traz. Sê a fé nesse homem for erguida sobre você é melhor que ele a perca desde já, porque nós todos somos criaturas falíveis. A fé para ele e para nós deve ser construída em Jesus,porque, somente confiando em Jesus e imitando-lhe os exemplos, é que poderemos seguir para Deus.
Ramiro Gama
Do livro “Lindos Casos” , edição LAKE – Livraria Allan Kardec Editora
CRÔNICAS DE UMA VIDA: - PRIMEIROS PASSOS
A vida que começa. O que fazer? Mas o que fica dessa luta que se processa todos os dias dentro de si?
Como um vacilante caminhar, cada dia uma observação, uma experiência que o esclarece sobre os mais variados assuntos. É a criança que ensaia os primeiros passos, muitas vezes traça passos impossíveis, ou trajetória que contraria a lei da física e naturalmente desequilibra e cai, levanta e vai aprendendo com as quedas, às vezes põe a mão no fogo e queima-se, chora desesperadamente, mas aprende com a experiência. Daí os primeiros passos em caminhadas mais longas, cansa-se a mãe solícita o ampara.
Cansa-se e dorme, recupera as energias gastas na véspera e recomeça um outro dia. Mais experiência. Agora, noutra fase, já realiza alguns passos difíceis que eram ontem, mas hoje já seguro, continua a experiência.
Chora como maneira de protestar contra alguma coisa que não o agrada e joga-se no chão, como maneira declarada de demonstrar já seu espírito agressivo, assim que aprende que fazendo essa cena, pode conseguir o que quer, já de posse dessa nova estratégia para conseguir o que imagina melhor para si.
Quando observa essa cena até a mãe acha graça de suas atitudes, mas com a repetição do protesto a senhora sua mãe lhe dá uma corrigenda. Quando cai sempre alguém o levanta, atendendo os seus apelos, mais tarde quando cai exige atenção, mas como ninguém lhe dá, acaba levantando sozinho.
E o aprendizado continua. Aos primeiros impulsos quando é contrariado agride, consegue até um breve sucesso, mas depois leva o troco de suas agressões na mesma proporção. Sentindo na pele o peso de suas atitudes. Então compreende que não é um bom negócio bater em ninguém.
Agora se sente forte, acima de tudo esperto. A vida prega lhe algumas peças. Principalmente porque na última semana resolveu bater com uma varinha numa casa de marimbondo que havia no fundo do quintal, muito embora sua mãe o recomendasse que tivesse cuidado, mas aproveitando o descuido da bondosa senhora, ficou com alguma picada e uma boa experiência para contar mais tarde. Aprendendo mais uma vez a não mexer com que está quieto, ou seja, não cutucar onça com vara curta.
O aprendizado prossegue, quando na escola aprende alguma coisa, mas já está querendo ser igual ao professor, quando leva um zero e é cobrado severamente pelo pai. Fica muito triste porque nunca o pai havia chamado a sua atenção. Guardou ressentimento da professora que fora a culpada e não ele, naturalmente que simplesmente “esqueceu” na hora, não que não soubesse aquela matéria, tão fácil.
A vida continua com os seus altos e baixos, mas numa situação de normalidade quanto ao essencial, sem grandes emoções como se diz.
Até que um dia o inevitável acontece. Apaixona-se por Francisca, cujas palavras bebe como fosse néctar de Deus. Mas com um problema, ela não sabia de nada. Parece que estava mesmo distante de seus anseios amorosos, porque tratava aos outros colegas, sem nenhuma consideração, mas queria ter o privilégio da atenção especial.
Imaginou fazer uma gracinha para chamar-lhe a atenção, mas como fora feita na hora errada e com as pessoas erradas, embora houvesse planejado com antecedência, ela educadamente não lhe disse nada, mas o fez sentir que ele adotara uma atitude de “bobo”.
Aquilo o feriu como se fosse um fino punhal cravado no seu coração. Sofreu por aquela atitude infeliz. Sofreu muito e recriminou-se por aquele gesto. Mas a paixão só aumentou. Até sua mãe percebe que algo está acontecendo, percebendo logo o que havia acontecido. Mas permanece discreta como quem já sabe que é próprio da natureza humana. Porque quando dorme a chama pelo nome.
Não é mais aquele menino tranqüilo de outros tempos. Agora a inquietação domina os seus gestos. Sente-se inseguro. Deseja falar alguma coisa de foro íntimo, ou seja, do seu amor, mas na hora “h” não tem coragem. E ela, indiferente continua passar a sua frente, como aquela flor perfumada que não deseja ser colhida, mas exibir-se para atormentar aquele coração que ela, esperta, sente que lhe tem admiração.
E realmente isso mais o torna vulnerável. Ele sonha construir um castelo, até um sonho surrealista, em que figura como um herói lendário, outras vezes transformar-se príncipe para cativar-lhe a solicitude, mas quando acorda para a realidade, percebe que tudo continua como antes.
E como diz o poeta “é o fogo que queima sem queimar” e continua a consumir-se nessa paixão que a cada dia parece avassalar o seu coração. Agora sabe que o estudo é importante, mas não consegue concentrar-se. Tenta algum artifício, mas não dá certo. Inventa uma desculpa para ir até a casa do amigo para chegar perto da casa dela que se resume a sua falta de sossego.
Apesar do amigo morar ao lado da casa da amada, ela, porém, dificilmente saí do quarto de estudo. Onde passa a maior parte do dia. Nunca a vê quase perde a esperança.
Agora está decidido que irá declarar o seu amor e pedir-lhe em namoro, nem que tenha que enfrentar o mundo inteiro.
Faz mil planos, de como abordar aquele assunto. Ensaia palavras mais doces e persuasivas para não dar chance ao azar, segundo palavras dele.
Encontrou um amigo e de longa data começaram as confidencias, e acabou naturalmente nesse assunto palpitante, descobre que ela também tem outros candidatos que estão interessados na mesma pessoa, pensa em esmurrar uns, enforcar outros e coisa e tal.
Mas uma coisa acontece, sente que a concorrência está forte. Agora pensa consigo mesmo. Que farei? Precisa uma estratégia, mas logo percebe que não poderia ser colocada em ação, especialmente para evitar um não frontal, seria a morte... Pensa. Mas sente que após as últimas notícias não pode perder mais tempo. Precisa de uma oportunidade para chegar junto. Agora é acossado pela concorrência. Isso o deixa louco. Precisa fazer alguma coisa com urgência para chamar-lhe atenção antes que outro o faça. Mas pensa naquela brincadeira do passado que fora um desastre.
Mas encontrando um amigo, esse lhe diz, mas você é frouxo, vai logo que outro vai chegar antes. Nova estratégia, dizem que tomar uma bebida alcoólica dá coragem, e ele precisa coragem, escondido resolveu experimentar, tomou uns goles, achou horrível, mas precisa fazer alguma coisa, mas a coragem não vinha, tomou mais, mas como não tinha hábito ficou bêbado. Isto complicou toda a situação seus pais ficaram sabendo para piorar a situação. Acabou somente tendo uma grande dor de cabeça por quase uma semana.
Lembrou-se da festa de fim de ano, esperaria na porta.
Esperou que ela chegasse, mas ela demora e mais aflito se tornava, parece que seria acometido de um ataque de nervos. De repente ela vinha com a melhor roupa e o melhor perfume, era uma deusa que desfilava.
O pior, porém havia acontecido.
Quando ela apareceu, belíssima, quase desmaiou. Mas com um namorado. Seu mundo já conturbado, de repente, caiu. Não se conformou, quis tirar satisfação, com ela, mas ela simplesmente conversava com o namorado, sentiu que não tinha clima.
Como não tinha com que se consolar. Resolveu naquele dia tomar toda a bebida que havia naquela festa, não para dar coragem, mas para esquecer. Fora carregado pelos amigos para casa. Mas não esqueceu.
Somente ficou aquela lembrança triste em sua memória que somente depois de muito tempo conseguiu superar essa dor do primeiro amor.
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
CÉU COM CÉU
“Mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não penetram nem roubam.” – Jesus. (Marcos, 6:20.)
Em todas as fileiras cristãs se misturam ambiciosos de recompensa que presumem encontrar, nessa declaração de Jesus, positivo recurso de vingança contra todos aqueles que, pelo trabalho e pelo devotamento, receberam maiores possibilidades na Terra.
O que lhes parece confiança em Deus é ódio disfarçado aos semelhantes.
Por não poderem açambarcar os recursos financeiros à frente dos olhos, lançam pensamentos de crítica e rebeldia, aguardando o paraíso para a desforra desejada.
Contudo, não será por entregar o corpo ao laboratório da natureza que a personalidade humana encontrará, automaticamente, os planos da Beleza Resplandecente.
Certo, brilham santuários imperecíveis nas esferas sublimadas, mas é imperioso considerar que, nas regiões imediatas à atividade humana, ainda encontramos imensa cópia de traças e ladrões, nas linhas evolutivas que se estendem além do sepulcro.
Quando o Mestre nos recomendou ajuntássemos tesouros no céu, aconselhava-nos a dilatar os valores do bem, na paz do coração. O homem que adquire fé e conhecimento, virtude e iluminação, nos recessos divinos da consciência, possui o roteiro celeste. Quem aplica os princípios redentores que abraça, acaba conquistando essa carta preciosa; e quem trabalha diariamente na prática do bem, vive amontoando riquezas nos Cimos da Vida.
Ninguém se engane, nesse sentido.
Além da Terra, fulgem bênçãos do Senhor nos Paramos Celestiais; entretanto, é necessário possuir luz para percebê-los.
É da lei que o Divino se identifique com o que seja Divino, porque ninguém contemplará o céu se acolhe o inferno no coração.
Emmanuel
Do livro “Pão Nosso”, do médium Francisco C. Xavier, edição FEB.
MUNDO ESPIRITUAL
O homem compõe-se de corpo e Espírito.
O Espírito é ser principal, racional, inteligente; o corpo é o invólucro material que reveste o Espírito temporariamente, para preenchimento de sua missão na Terra e execução do trabalho necessário ao sue adiantamento. O corpo, usado, destrói-se e o espírito sobrevive à sua destruição. Privado do Espírito, o corpo é apenas matéria inerte, qual instrumento privado da mola real de função; sem o corpo, o Espírito é tudo: a vida, a inteligência. Em deixando o corpo torna ao mundo espiritual, onde paira, para depois reencarnar.
Existem, portanto, dois mundos: O corporal, composto de Espíritos encarnados; o espiritual, formado dos Espíritos desencarnados.
Os seres do mundo corporal, devido mesmo à materialidade do seu envoltório, estão ligados à Terra ou a qualquer globo; o mundo espiritual ostenta-se por toda a parte, em redor de nós como no Espaço, sem limite algum designado. Em razão da natureza fluídica do seu envoltório, os seres que o compõem, em lugar de se locomoverem penosamente sobre o solo, transpõem as distâncias com a rapidez do pensamento.
A morte do corpo não é mais que a ruptura dos laços que os retinham cativos.
Allan Kardec
Do livro “O Céu e o Inferno” - Edição FEB.
DECÁLOGO PARA MÉDIUNS
1 – Rende culto ao dever.
Não há fé construtiva onde falta respeito ao cumprimento das próprias obrigações.
2- Trabalha espontaneamente.
A mediunidade é um arado divino que o óxido da preguiça enferruja e destrói.
3- Não te creias maior ou menor.
Como as árvores frutíferas, espalhadas no solo, cada talento mediúnico tem a sua utilidade e a sua expressão.
4- Não esperes recompensas no mundo.
As dádivas do Senhor, como sejam o fulgor das estrelas e a carícia da fonte, o lume da prece e a bênção da coragem, não têm preço na Terra.
5- Não centralizes a ação.
Todos os companheiros são chamados a cooperar no conjunto das boas obras, a fim de que se elejam à posição de escolhidos para tarefas mais altas.
6- Não te encarceres na dúvida.
Todo bem, muito antes de externar-se por intermédio desse ou daquele interprete da verdade, procede, originariamente, de Deus.
7- Estuda sempre.
A luz do conhecimento armar-te-á o espírito contra as armadilhas da ignorância.
8- Não te irrites.
Cultiva a caridade e a brandura, a compreensão e a tolerância, porque os mensageiros do amor encontram dificuldade enorme para se exprimirem com segurança através de um coração conservado em vinagre.
9- Desculpa incessantemente.
O ácido da critica não te piora a realidade, a praga do elogio não te altera o modo justo de ser, e, ainda mesmo que te categorizem à conta de mistificador ou embusteiro, esquece a ofensa com que te espanquem o rosto, e, guardando o tesouro da consciência limpa, segue adiante, na certeza de que cada criatura percebe a vida do ponto de vista em que se coloca.
10 – não temas perseguidores.
Lembra-te da humildade do Cristo e recorda que, ainda Ele, anjo em forma de homem, estava cercado de adversários gratuitos e de verdugos cruéis, quando escreveu na cruz, com suor e lágrimas, o divino poema da eterna ressurreição.
André Luiz
Do livro “Espírito de Verdade”, de Francisco C. Xavier.
GESTAÇAO FRUSTRADA
“-Como compreendemos os casos de gestação frustrada quando não há espírito reencarnante para arquitetar as formas do feto"?
- Em todos os casos em que há formação fetal, sem que haja a presença de entidade reencarnante, o fenômeno obedece aos moldes mentais maternos.
Dentre as ocorrências dessa espécie há, por exemplo, aquelas nas quais a mulher, em provação de reajuste do centro genésico, nutre habitualmente o vivo desejo de ser mãe, impregnando as células reprodutivas cm elevada percentagem de atração magnética, pela qual consegue formar com o auxilio da célula espermática um embrião frustrado que se desenvolve embora inutilmente de pensamento maternal, que opera, através de impactos sucessivos, condicionando as células do aparelho reprodutor, que lhe respondem aos apelos segundo os princípios de automatismo e reflexão. Em contrário, há, por exemplo, os casos em que a mulher, por recusa deliberada à gravidez de que já se acha possuída, expulsa a entidade reencarnante nas primeiras semanas de gestação, desarticulando os processos celulares da constituição fetal e adquirindo, por semelhante atitude, constrangedora dívida ante o Destino.
André Luiz
Do livro “Evolução em Dois Mundos”, dos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
NO LAR
Começar na intimidade do templo doméstico a exemplificação dos princípios que esposa, com sinceridade e firmeza, uniformizando o próprio procedimento, dentro e fora dele.
Fé espírita no clima da família, fonte do Espiritismo no campo social.
Calar todo impulso de cólera ou violência, amoldando-se ao Evangelho de modo a estabelecer a harmonia em si mesmo perante os outros.
A humildade constrói a Vida Eterna.
Proporcionar às crianças os fundamentos de uma educação sólida e bem orientada, sem infundir-lhes medo ou fantasias, começando por dar-lhes nomes simples e naturais, evitando a pompa dos nomes famosos, suscetíveis de lhes criar embaraços futuros.
O lar é a escola primeira.
Sempre que possível, converter o santuário familiar em dispensário de socorro aos menos felizes, pela aplicação daquilo que seja menos necessário à mantença doméstica.
A Seara do Cristo não tem fronteiras.
Se está sozinho com a sua fé, no recesso do próprio lar, deve o espírita atender fielmente ao testemunho de amor que lhe cabe, lembrando-se de que responderá, em qualquer tempo, pelos princípios que abraça.
Ao menos uma vez por semana, formar o culto do Evangelho com todos aqueles que lhe co-participam da fé, estudando a verdade e irradiando o bem, através de preces e comentários em torno da experiência diária à luz dos postulados espíritas.
Quem cultiva o Evangelho em casa, faz da própria casa um templo do Cristo.
Evitar o luxo supérfluo nos aposentos, objetos e costumes, imprimindo em tudo características de naturalidade, desde os hábitos mais singelos até os pormenores arquitetônicos da própria moradia.
Não há verdadeiro clima espírita cristão, sem a presença da simplicidade conosco.
“Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus.” – Paulo. (I Timóteo, 5:4.)
André Luiz
Do livro “Conduta Espírita”, dos médiuns Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, edição FEB.
CADA UM É RESPONSÁVEL
Toda criatura encontra dificuldades de relacionamentos, apostando na maneira errada de compreender as causas e os efeitos de nossos pensamentos direcionados no lado oposto de nossas intenções verdadeiras.
Cada um procura evidenciar o conforto da situação misturando o amor com paixão, enquanto permanece o desconforto da situação.
Deus nos dá oportunidades que se renovam em cada situação de nossas vidas quando estamos fartos de generosidade abrindo novas perspectivas de acertos, enquanto buscamos compreender os nossos anseios à luz da compreensão divina, orientando os gestos de nosso coração quando direcionamos algum pensamento para a outra criatura.
Cada um de nós é responsável pelos erros ou pelos acertos que creditamos em nossa contabilidade espiritual, garantindo a nossa riqueza com o nosso prejuízo, principalmente quando buscamos contabilizar cada contra partida de nossas ações que nos tornam maiores ou simplesmente menores no caminho do amor.
O homem é sábio e consegue orientar-se nas escolas da vida, no entanto, muitas vezes, nega a própria inteligência, buscando o caminho fácil da desorganização...
É o começo de uma estória que deixa de melhorar a vida para apagar-se memória do egoísmo!
Cada um de nós precisa estar atento nas pegadas que deixamos no caminho, pois é preciso contabilizar o tempo que utilizamos para conquistar o amor de nós mesmos, e assim permanecer credor, nas conferências da luz que conquistamos ao longo de nossa vida, quando seguramos a mão de Deus, estabelecendo para nós, uma oportunidade de ser feliz, sempre renovada pela luz que brilha em nosso coração.
Meimei
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, na noite de 15/03/2007, na cidade de Campo Grande/MS.
ENTENDIMENTO
Ama e auxilia sem distinção.
Não desprezes os que caminham nos andrajos das grandes provas e nem censures os que seguem no carro da fortuna aparente.
Em qualquer parte, todos somos filhos de Deus.
Meimei
Do livro “Palavras do Coração”, edição CEU.
QUE A LIÇÃO NOS SIRVA
Que a lição nos sirva e para quantos irmãos, aflitos, que se desesperam por pequenas contrariedades, que não têm fé na ajuda de Deus, que sempre nos vem. Por qualquer apertura financeira ou falta moral praticada, se vêem sem saída e acabam suicidando-se, agravando assim suas provas... Perdendo sua batalha e realizando um ato de covardia.
Se esperassem mais um pouco, se confiassem mais na misericórdia Divina, se fizessem por onde para merecer os socorros do Pai e Criador, que sempre nos ajuda, não como queremos, mas como o sabe fazer e para o nosso bem, sofreriam menos e dariam de si um testemunho de gratidão ao Autor de nossas Vidas e de nossos destinos.
Ramiro Gama
Do livro “Chico Xavier na Intimidade”.
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