AS RAÍZES DA VIOLÊNCIA!
Diante da violência no mundo, muitas vezes se ouve de todas as classes sociais comentários e a pergunta mais direta é: Mas qual a causa, ou as causas determinantes desse desequilíbrio social?
Às vezes pode ser que a violência que você vê na rua esteja exatamente naquele filho em que os pais não educaram para viver em sociedade.
O príncipe ou a princesa que manda em casa, quando você não lhe dá o que quer, faz pirraça até que seu desejo seja satisfeito.
No pedaço de pão que nega aquela criatura aflita que bate a sua porta, inclusive fala para todo mundo ouvir: prefiro jogar no lixo a sobra de alimento a dar alguma coisa a esses imprestáveis.
Na falta de amor com que trata as pessoas que o cercam, simplesmente quer ser obedecido e nada mais, o argumento dos outros não interessa.
Na ausência de comunicação com o mundo em que vive. Na solidão que criou dentro de si e somente sabe extravasar seus sentimentos, agredindo.
Na figura do patroa que considera a auxiliar doméstica uma alimária que nada merece, aliás, que por um favor trabalha em sua casa, servindo-a noite e dia.
No comerciante desonesto que procura todos os meios de iludir o cliente, vendendo uma coisa por outra.
No tabuleiro de xadrez da política em que vence aquele que for mais pusilânime e sem princípios.
Na avareza que demonstra em suas atitudes, que prefere ofender para marcar a posição a discutir democraticamente certos princípios.
No golpe que dá no erário público, e tenta se justificar: esse dinheiro é público, se eu não fizer outro fará.
Na omissão da autoridade quando atende a interesses subalternos e se deixa seduzir pelo poder, porque quer se perpetuar nele a qualquer preço.
No político inescrupuloso que só pensa em si e no mandato que lhe fora confiado, que somente serve para ser um trampolim para se dar bem na vida, financeiramente.
Na ação negativa dos revoltados que por qualquer motivo que imaginam que o mundo tem que girar de conformidade com o que eles pensam, ou de acordo com os seus interesses.
No filho mal criado que agride os subalternos de casa em palavras ou gestos, com a complacência dos pais insensatos, que imagina que o filho tudo pode.
Naquela vaidade tola que o pai inocula no coração do filho, tentando passar a ele maneiras de justificar as suas frustrações, preparando mais um para ser a vítima de si mesmo.
Na complacência dos pais quando apóiam o filho nas traquinagens que faz na escola, sempre procurando justificar as suas atitudes mais insensatas e bizarras, defendendo-o, sem haverem feito uma severa investigação do ocorrido.
Na pieguice exagerada que você devota aos filhos, sem mostrar-lhes a responsabilidade de viver em sociedade em que todos têm direitos, mas também têm obrigações.
No egoísmo que você alimenta no coração dos familiares, para mais tarde ser a primeira vítima de suas atitudes desabridas e inconseqüentes.
Porque é importante considerar, já que você conhece a Revelação mais extraordinária que explica a mensagem de Jesus em detalhes, naturalmente deve contribuir de maneira decisiva com vista ao mundo melhor que é sonho de todos, certamente que contará com apoio daqueles que já compreenderam que o mundo será melhor naquele dia em que os homens com amparo de Jesus, decidam cumprir com o dever sagrado de amar ao próximo como a si mesmo.
Somente nesse dia terá a resposta mais contundente sobre a violência no mundo e a necessidade que todos têm de cumprir com o sagrado dever de amar o próximo mais próximo, que nesse caso, é o seu filho, desde a infância dando bons exemplos para que possam um dia até ter o direito de cobrar de alguém, pois que somente assim é que terá alguma repercussão o que pensa ou faz, porque são muitos os que falam, mas são tão poucos os que praticam ações enobrecedoras que possam pacificar todos os corações.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS
APRENDIZ DILIGENTE
O bom aluno conhece ao Mestre; doando aos companheiros a essência do respeito; estuda a liçao com grande empenho; procura sempre os conhecimentos qeu os livros traduzem; concorrendo com o certo; solicitando coordenaçao e disciplina para consigo mesmo; se determina em suaves palavras, procurando corrgir seus proprios defeitos.
Se deixa compreender pelo espírito de pesquisa.
Alimenta a ambiçao docil de vencer os obstaculos da vida, garantindo ao mundo uma parcela de contribuiçao, respeitando o colegio e orientando os proprios pensamentos.
É o Mestre transfigurado em aprendiz, trazendo na intimidade do Ser as palavras da verdade.
Somente o bom aluno permanece atento aos deveres. Tolera e participa ao companheiro, orientaçoes preciosas no campo do estudo.
Estabelece agraça e estende a mao para o Mestre querido, alegrando-se com as liçoes, prometendo o seu empenho nas tarefas que ficam para o lar.
Ventila cuidados procurando aprender e ilumina a si proprio vencendo na ousadia, nao se irrita e a t udo observa.
Se nao entende chama pelo Mestre, na ausência procura no proximo conselhos que esclarecem; se humilha e vence; ama e acerta.
O aluno vence.
O colegio continua.
O mundo reconhece.
O progresso agradece.
E Jesus o acompanha.
Ezequiel
Do livro “Flores da Primavera”, de João de Deus.
CONCEITO DE SALVAÇÃO
“...Eis agora o tempo sobremodo oportuno, eis agora o dia da salvação.” – Paulo. II Corintios, 6:2.)
Salvar, em sinonímia correta, nao é divinizar, projetar no céu, conferir santidade a alguem através de magia sublimatória ou fornecer passaporte para a intimidade com Deus.
Salvar, em legitima significaçao, é “livrar de ruína ou perigo”, “conservar”, “defender”, “abrigar” e nenhum desses termos exime a pessoa da responsabilidade de se condizer e melhorar-se.
Navio salvo de risco eminente nao está exonerado da viagem, na qual enfrentará naturalmente perigos novos, e doente salvo da morte nao se fora ao imperativo de continuar nas tarefas da existência, sobrepujando percalços e tentaçoes.
O Evangelho nao deixa dúvida quanto a isso. Pedro, salvo da indecisão, é impelido a sustentar-se em trabalho até a senectude das forças físicas. Paulo, salvo da crueldade, é constrangido a esforço maximo, na propria renovaçao, até o último sacrifício.
Se experimentar no coraçao chamadoà verdade pela Doutrina Espírita, compreendendamos que a salvaçao terá efetivamente chegado até nós. Nao aquela que pretende investir-nos, ingenuamente, n a posse de títulos angelicos, quando somos criaturas humanas, com necessidade de aprender, evoluir, acertar e retificar-nos, mas sim a salvação no verdadeiro sentido, isto é, como auxílio do Alto para que estejamos no conhecimento de nossas obrigaçoes, diante da Lei, dispostos a esposá-las e cumpri-las.
Sobretudo, não nos detenhamos em frases choramingueiras, perdendo mais tempo sobre o tempo perdido. Reconheçamos com o apóstolo que “o tempo sobremodo oportuno” para a salvação ou, melhor, para a corrigenda de nossos erros e aproveitamento da nossa vida, chama-se agora.
Emmanuel
Do livro “Palavras da Vida Eterna”, de Francisco Cândido Xavier, ediçao CEC.
DEPRESSÕES
Se trazes o espiírito agoniado por sensaçoões depressivas, concede ligeira pausa a ti mesmo,no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar.
Se alguém te ofendeu, desculpa.
Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude.
Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.
Parentes dificeis repontam de todo núcleo familiar.
Trabalho é lei do Universo.
Disciplina é alicerce da educação.
Circunstâncias constrangedoras assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima.
Incompreesões com relação a caminho e decisões que se adotem são empeços e desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.
Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização impossível.
Separações e renovações representam imperativos inevitáveis de progresso espiritual.
Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.
Conflitos íntimos marcam toda criatura qeu aspire a elevar-se.
Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.;
Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com a estagnação.
Compreendendo a realidade de toda pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e, abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente.
Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
MENSAGEM DE ANDRÉ LUIZ
A vida não cessa. A vida é fonte eterna, e a morte é o jogo escuro das ilusões.
O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso. Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o oceano eterno da sabedoria.
Cerrar os olhos carnais constituí operação demasiadamente simples.
Permutar a roupagem física nao decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser.
Ó caminhos das almas, misteriosos caminho do coração”. É mister percorrer-vos, antes de tentar a suprema equação da vida eterna! É indispensável viver o vosso drama, conhecer-vos detalhe e detalhe, no longo processo de aperfeiçoamento espiritual!...
Seria extremamente infantil a crença de que o simples “baixar do pano” resolvesse transcendentes questões do Infinito.
Uma existência é um ato.
Um corpo – uma veste.
Um século – um dia.
Um serviço – uma experiencia.
Um triunfo – uma expressão.
Uma morte – um sopro renovador.
Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?
E o letrado em filosofia religiosa fala de deliberaçoes finais e posiçoes definitivas!
Ai! Por toda parte, os cultos em doutrina e os analfabetos do espírito!
É preciso muito esforço do homem par aingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira – ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso dificil, recebendo lições sem cátedras visiveis e ouvindo vastas disserteções sem palavras articuladas.
Muito longa, portanto, nossa jornada laboriosa.
Nosso esforço pobre quer traduzir apenas uma idéia dessa verdade fundamental.
Grato, pois, meus amigos!
Manifetamo-nos, junto a vós outros, no anonimato que obedece à caridade fraternal. A existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, qeunao podme conter ainda toda a verdade. Aliás, não nos interresaria, agora, sen ão a experiencia profunda, com os seus valores coletivos. Nao aformentaremos alguem com a idéia da eternidade. Que os vasos se fortaleçam, em primeiro lugar. Forneceremos, somente, algumas ligeiras notícias ao espírito sequioso dos nossos irmãos na senda de realização espiritual, e que compreendem conosco que “o espírito sopra onde quer”.
E, agora, amigos, que meus agradecimentos se calem no papel, recolhendo-se ao grande silêncio da simpatia e da gratidão. Atração e reconhecimento, amor e júbilo moram na alma. Crede que guardarei semelhantes valores comigo, a vosso respeito, no santuário do coração.
Que o Senhor nos abençoe
André Luiz
Do livro “Nosso Lar”, de Francisco Cândido Xavier.
JESUS E REENCARNAÇÃO
Não fosse Jesus reencarnacionista e toda Sua mensagem seria fragmentária, sem suporte de segurança, por faltar-lhe a justiça na sua mais alta expressão propiciando ao infrator a oportunidade reeducativa, com o consequente crescimento para a liberdade a que aspira.
O amor por Ele ensinado, se não tivesse como apoio a bênção do renascimento corporal ensejando recomeço e reparação, teria um caráter de transitória preferência emocional, com a seleção dos eleitos e felizes em detrimento dos antipáticos e desditosos.
Com o apoio na doutrina dos renascimentos físicos, Ele identificava de imediato quais os necessitados que estavam em condições de recuperar a saúde ou não, tendo em consideração os fatores que os condiziam ao sofrimento. E por isso mesmo, nem todos aqueles que lhe buscavam a ajuda logravam-na ou recuperavam-se.
Porque sabia ser enfermo o Espírito, e não corpo, sempre se dirigia preferencialmente à individualidade, e não à personalidade de que se revestia cada homem.
Sabendo acerca da fragilidade humana, emulava à fortaleza moral, fiel à lei de causa e efeito vigente no mundo.
Não apenas no diálogo mantido com Nicodemos vibrou a Sua declaração quanto à “necessidade de nascer de novo”. Ele se repete de forma variada, outras vezes, confirmando o processo das sucessivas experiências carnais, método misericordioso do amor de Deus par ao benefício de todos os Espíritos.
Nenhuma surpresa causara aos Seus discípulos a resposta a respeito de Elias que já viera, assim como a indagação em torno de quem Ele seria, segundo a opinião do povo, em razão de ser crença, quase generalizada à época e pluralidade dos renascimentos.
Joanna de Ângelis
Do livro “Jesus e Atualidade”, de Divaldo Pereira Franco, edição LEAL.
DESPORTOS
Se há esportes que auxiliam o corpo, há esportes que ajudam a alma.
• Marcha do dever retamente cumprido.
• A regata de suar no trabalho.
• O salto do esforço, acima dos obstáculos.
• A maratona das boas obras.
• O torneio da gentileza.
• O mergulho do silêncio, diante da injúria.
• O nado da paciência nas horas difíceis.
• A ginástica da tolerância perante as ofensas.
André Luiz/ Francisco Cândido Xavier.
BENEVOLÊNCIA
Evangelho segundo o Espiritismo – Capitulo XV – Item 7
Traduzindo benevolência por fator de equilíbrio nas relações humanas, vale confrontaras atitudes infelizes como os obstáculos pesados que afligem o espírito, na caminhada terrestre.
Aprendamos a sinonímia de ordem moral, no dicionário simples da natureza.
Crítica destrutiva - labareda sonora.
Azedume – estrada barrenta
Irritação – atoleiro comprido
Indiferença – garoa gelada
Cólera – desastre à vista
Calúnia – estocada mortal
Sarcasmo – pedrado a esmo
Injúria – espinho infecto
Queixa repetida – tiririca renitente
Conversa desnecessário – vento inútil
Preconceito – fruto bichado
Gabolice – poeira grossa
Lisonja – veneno
Engrossamento – armadilha pronta
Aspereza – casca espinhosa
Pornografia – pântano aberto
Despeito – serpente oculta
Melindre – verme dourado
Inveja – larva em penca
Pessimismo – chuva de fel
Espiritualmente, somos filtros do que somos.
Cada pessoa recebe aquilo que distribui.
Se esperamos pela indulgência alheia, consignemos as manifestações que nos pareçam indesejáveis e, evitando-as com segurança, saberemos cultivar a benevolência, no trato com o próximo, para que a benevolência nos seja auxílio incessante, através dos outros.
Emmanuel
Do livro “Opinião Espírita”, de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, Ed. CEC.
O CULTO CRISTÃO NO LAR
Povoara-se o firmamento de estrelas dentro da noite prateada de luar, quando o Senhor, instalado provisoriamente em casa de Pedro, tomou os Sagrados Escritos e, como se quisesse imprimir novo rumo à conversação que se fizera improdutiva e menos edificante, falou com bondade.
- Simão, que faz o pescador quando se dirige para o mercado com os frutos de cada dia?
O apóstolo pensou alguns momentos e respondeu, hesitante:
- Mestre, naturalmente, escolhemos os peixes melhores. Ninguém compra os resíduos da pesca.
Jesus sorriu e perguntou de novo:
E o oleiro? Que faz para atender a que se propõe?
- Certamente, Senhor – redargüiu o pescador, intrigado -, modela o barro,imprimindo-lhe a forma que deseja.
O Amigo Celeste, de olhar compassivo e fulgurante, insistiu:
- E como procede o carpinteiro para alcançar o trabalho que pretende?
O interlocutor, muito simples, informou sem vacilar.
- Lavrará a madeira, usará o enxó e o serrote, o martelo e o formão. De outro modo, não aperfeiçoará a peça bruta.
Calou-se Jesus, por alguns instantes, e aduziu:
- Assim, também, é o lar diante do mundo. O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legitima exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem aperfeiçoar a madeira aos seus propósitos, como espera uma comunidade segura e tranqüila sem eu o lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se n ao aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia entre as nações? Se nos não habituamos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante.
Jesus relanceou o olhar pela sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou:
- Pedro , acendamos aqui, em torno de quantos nos procuram a assistência fraterna, uma claridade nova. A mesa de tua casa é o lar de teu pão. Nela, recebes do Senhor o alimento para cada dia. Por que não instalar, ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e no pensamento? O Pai, que nos dá o trigo para ao celeiro, através do solo, envia-nos a luz através do céu. Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a fartura começa no grão. Em razão disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a multidão, mas sim no singelo domicílio dos pastores e dos animais.
Simão Pedro fitou o Mestre os olhos humildes e lúcidos e, como não encontrasse palavras adequadas para explicar-se, murmurou, tímido:
- Mestre, seja feito como desejas.
Então Jesus, convidando os familiares do Apóstolo à palestra edificante e à medicação elevada, desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na Terra, o primeiro culto cristão do lar.
Néio Lúcio
Do livro “Jesus no Lar”, de Francisco Cândido Xavier, edição FEB.
O GRANDE ENIGMA
Há uma finalidade, há uma lei no Universo?
Ou esse Universo é apenas um abismo no qual o pensamento se perde por falta de ponto de apoio, em que gire sobre si mesmo, igual à folha morta ao influxo do vento? Existe uma força, uma esperança, uma certeza que nos possa elevar acima de nós mesmos a um fim superior, a um princípio, a um Ser em que se identifiquem o bem, a verdade, a sabedoria; ou terá havido em nós e em redor de nós apenas duvida, incerteza e trevas?
O homem, o pensador, sonda com o olhar a vasta extensão; interroga as profundezas do céu; procura a solução desses grandes problemas: o problema do mundo, o problema da vida. Considera esse majestoso Universo, no qual se sente como que mergulhado; acompanha com os olhos a carreira dos gigantes do espaço, sóis de noite, focos terríficos cuja luz percorre as imensidades taciturnas; interroga esses astros, esses mundos inumeráveis, mas estes passam, mudos, prosseguindo em seu rumo, para um fim que ninguém conhece. Silêncio esmagador paira sobre o abismo, envolve o homem, torna esse Universo mais solene ainda.
Duas coisas, no entanto, nos aparecem à primeira vista no Universo: a matéria e o movimento, a substância e a força. Os mundos são formados de matéria, e essa matéria, inerte por si mesma, se move. Quem, pois, a faz mover-se? Qual essa força que a anima? Primeiro problema. Mas o homem, do infinito, chama sobre si mesmo sua atenção. Essa matéria e essa força universais, ele as encontra em si mesmo e, com elas, um terceiro elemento, com o qual conheceu, viu e mediu os outros: a inteligência.
Entretanto, a inteligência humana não é, por si só, sua própria causa. Se o homem fosse sua própria causa, poderia manter e conservar o poder da vida que está em si; mas, em verdade, esse poder, sujeito a variações, a desfalecimentos, excede da vontade humana.
Se a inteligência existe no homem, deve encontrar-se nesse Universo de que faz parte integrante. O que existe na parte deve encontrar-se no todo. A matéria não é mais que a vestimenta, a forma sensível e mutável, revestida pela vida; um cadáver não pensa, nem se move. A força é um simples agente destinado a entreter as forças vitais. É, pois, a inteligência que governa os mundos.
Essa inteligência se manifesta por leis, leis sábias e profundas, ordenadoras e conservadoras do Universo.
Todas as pesquisas, todos os trabalhos da ciência contemporânea, concorrem para demonstrar a ação das leis naturais, que uma Lei suprema liga, abraça, para constituir a universal harmonia. Pois essa lei, uma inteligência soberana se revela a razão mesma das coisas. Razão consciente, Unidade universal para onde convergem, ligando-se e fundindo-se, todas as relações, onde todos os seres vêm haurir a força, a luz e a vida; Ser absoluto e perfeito, fundamente imutável e fonte eterna de toda a ciência, de toda a verdade, de toda sabedoria, de todo amor.
Léon Denis
Do livro “O Grande Enigma”, edição FEB.
Continua próximo número...
LEMBRETE IMPORTANTE:
Para aqueles que viajam para cidades do interior do Estado, ou aqueles que se dirigem a Capital, que são espíritas ou simpatizantes, não esqueçam de consultar antes de viajar o site: www.luzesdoamanhecer.com, onde terá endereço dos principais centros espíritas do Estado. Na Capital, pode escolher o dia e horário de palestras, evangelização infantil e tratamento de cura. Em qualquer caso visite as casas espíritas, mesmo porque as experiências dos outros sempre enriquece.
SUICÍDIO
No suicídio intencional, sem os atenuantes da moléstia ou da ignorância, há que considerar não somente o problema da infração ante as Leis Divinas, mas também o ato de violência que a criatura comete contra si mesma, através de premeditação mais profunda, com remorso mais amplo.
Atormentada de dor, a consciência desperta no nível de sombra a que se precipitou, suportando compulsoriamente as companhias que elegeu para si própria, pelo tempo indispensável à justa renovação.
Contudo, os resultados não se circunscrevem aos fenômenos de sofrimento íntimo, porque surgem os desequilíbrios e conseqüentes nas sinergias do corpo espiritual, com impositivos de reajuste em existências próximas.
É assim que após determinado tempo de reeducação, nos círculos de trabalho fronteiriços da Terra, os suicidas são habitualmente reinternados no plano carnal, em regime de hospitalização na cela física, que lhes reflete as penas e angústias na forma de enfermidades e inibições.
Ser-nos-á fácil, desse modo, identificá-los, no berço em que repontam, entremostrando a expiação a que se acolhem.
Os que se envenenaram, conforme os tóxicos que se valeram, renascem trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as disfunções endocrínicas, tanto quanto outros males de etiologia obscura; os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo; os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem os processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram carregam consigo os dolorosos distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil; os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras, desarmonias da mesma espécie, experimentam notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos de distrofia muscular progressiva ou de osteíte difusa.
Segundo o tipo de suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem terapêutica providencial na cura da alma.
Junto de semelhantes quadros de provação regenerativa, funciona a ciência médica por missionária da redenção, conseguindo ajudar e melhorar os enfermos de conformidade com os créditos morais que atingiram ou segundo o merecimento de que disponham.
Guarda, pois, a existência como dom inefável, porque teu corpo é sempre instrumento divino, para que nele aprendas a crescer para a luz e a viver para o amor, ante a glória de Deus.
Emmanuel
Do livro “Religião dos Espíritos”, de Francisco Cândido Xavier, editora FEB.
EM FAMÍLIA
“Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus.” – Paulo. (I Timóteo, 5:4.)
A luta em família é problema fundamental da redenção do homem na Terra. Como seremos benfeitores de cem ou mil pessoas, se ainda não aprendemos a servir cinco ou dez criaturas? Esta é a indagação lógica que se estende a todos os discípulos sinceros do Cristianismo.
Bom pregador e mau servidor são dois títulos que se não coadunam.
O apóstolo aconselha o exercício da piedade no centro das atividades domésticas, entretanto, não alude à piedade que chora sem coragem ante os enigmas aflitivos, mas àquela que conhece as zonas nevrálgicas da casa e se esforça por eliminá-las, aguardando a decisão divina a seu tempo.
Conhecemos numerosos irmãos que se sentem sozinhos, espiritualmente, entre os que se lhes agregaram no círculo pessoal, através de laços consangüíneos, entregando-se, por isso, a lamentável desânimo.
É imprescindível, contudo, examinar a transitoriedade das ligações corpóreas, ponderando que não existem uniões casuais no lar terreno. Preponderam aí, por enquanto, as provas salvadoras ou regenerativas. Ninguém despreze, portanto, esse campo sagrado de serviço por mais se sinta acabrunhado na incompreensão. Constituiria falta grave esquecer-lhe as infinitas possibilidades de trabalho iluminativo.
É impossível auxiliar o mundo, quando ainda não conseguimos ser úteis nem mesmo a uma casa pequena – aquela em que a Vontade do Pai nos situou, a título precário.
Antes da grande projeção pessoal na obra coletiva, aprenda o discípulo a cooperar, em favor dos familiares, no dia de hoje, convicto de que semelhante esforço representa realização essencial.
Emmanuel
Do Livro “Pão Nosso”, de Francisco Cândido Xavier, edição FEB.
CONHEÇAMOS A NÓS MESMOS
Quando me elogiam, quando me fazem acreditar que tenho algum valor, quando, embora levemente creio nisto e com isto me envaideço, começo a ser VIRADO E REVIRADO em casa, na rua e, principalmente, no serviço...
VIRADO E REVIRADO, explica-nos o bondoso Médium, é ser xingado, experimentado, incompreendido.
E para complemento às VIRADAS E REVIRADAS, recebe jornais que lhe obscurantizam as obras psicografas, que lhe fazem injustiças, que lhe caluniam a moral ou, ainda, cartas anônimas que lhe ferem a alma sensível e pura, que lhe golpeiam os sentimentos sempre nobres, cristãos.
Depois de chorar muito, de verificar sua desvalia, de conhecer a si mesmo e as suas deficiências espirituais e de que tudo que faz, mesmo no campo mediúnico, vem, por acréscimo e misericórdia, de mais Alto, dos Espíritos do Senhor, sente-se, então, mais consolado.
E Emmanuel, Guia, Pai e Amigo, depois de tudo isto, lhe aparece e diz:
- Você, Chico, ganho muito bem o seu dia. Sofreu, trabalhou, serviu, testemunhou sua Crença, foi sobremodo, experimentado e, no fim, o vejo assim pranteando-se...
- Mas, meu Pai, sinto que a luta é grande e tanto maior se torna quando, por descuido, penso que valho alguma coisa, sem Jesus...
- Muito bem! Trabalhe sempre assim, testemunhando o Mestre nos atos, escudado na força da Fé e da Humildade e estará sempre recordando: que o Espiritismo prático, olha do e traduzido é o do EU; mas que PRATICADO como o fez, é o de Deus.
Do livro “Chico Xavier na Intimidade”, de Ramiro Gama.
OBSESSORES
Obsessor, em sinonímia correta, quer dizer “aquele que importuna”.
E “aquele que importuna” é, quase sempre, alguém que nos participou a convivência profunda, no caminho do erro, e voltar-se contra nós, quando estejamos procurando a retificação necessária.
No procedimento de semelhante criatura, a antipatia com que nos segue é semelhante ao vinho do aplauso convertido no vinagre da crítica.
Daí, a necessidade de paciência constante para que se lhe regenerem as atitudes.
Considerando, desse modo, que o presente continua o pretérito, encontramos obsessores reencarnados, na experiência mais íntima.
Muitas vezes, estão rotulados em belos nomes.
Vestem roupa carnal e chamam-se pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos ou companheiros familiares na lareira doméstica.
Em algumas ocasiões, surgem para os outros na apresentação de santos, sendo para nós benemerentes verdugos.
Sorriem e ajudam na presença de estranhos e, a sós conosco, dilaceram e pisam, atendendo, sem perceberem , ao nosso burilamento.
E, na mesma pauta, surpreendemos desafetos desencarnados que nos partilham a faixa mental, induzindo-nos à criminalidade em que ainda persistem.
Espreitam-nos a estrada, à feição de cúmplices do mal, inconformados com o nosso anseio de reajuste, recompondo, de mil modos diferentes, as ciladas de sombra em que venhamos a cair, para reabsorver-lhes a ilusão ou a loucura.
Recebe, pois , os irmãos do desalinho moral de ontem com espírito de paz e de entendimento.
Acusa-los, seria o mesmo que alargar-lhes a ulceração com novos golpes.
Criva-los de reprimendas, expressaria indução lamentável a que se desmereçam ainda mais.
Revidar-lhe a crueldade, significaria comprometer-nos em culpas maiores.
Condená-los, é o mesmo que amaldiçoar a nós mesmos, de vez que nos acompanham os passos, atraídos pelas nossas imperfeições.
Aceita-lhes injuria e remoque, violência e desprezo, de ânimo sereno, silenciando e servindo.
Nem brasa de censura, nem fel de reprovação.
Obsessores visíveis e invisíveis são nossas próprias obras, espinheiros plantados por nossas mãos.
Endereça-lhes, assim, a boa palavra ou o bom pensamento, sempre que preciso, mas não lhes negues paciência e trabalho, amor e sacrifício, porque só a força do exemplo nobre levanta e reedifica, ante o Sol do futuro.
Emmanuel
Do livro “Seara de Médiuns”, de Francisco Cândido Xavier.
APRENDIZADO
O moço chegou, afobado, ao recanto do instrutor e pôs-se a lamentar:
- Mentor amigo, o que fazer? Já fiz cursos diversos... Filosofia, línguas, história, psicologia... Tenho vários diplomas, no entanto, vivo insatisfeito. Não consigo harmonizar-me com os amigos e até meus pais me hostilizam.
Estou desesperado. Que curso novo devo fazer para encontrar a paz em mim próprio?
- O professor que ouvia atentamente, falou calmo:
- Falta-lhe um novo curso.
- Qual? Indagou o interessado.
O mentor respondeu simplesmente:
- Aprenda a esquecer.
Emmanuel
Do livro “Jóia”, de Francisco Cândido Xavier.
DO APRENDIZADO DE JUDAS
Não obstante amoroso, Judas era, muita vez, estouvado e inquieto. Apaixonara-se pelos ideais do Messias, e, embora esposasse os novos princípios, em muitas ocasiões surpreendia-se em choque contra ele. Sentia-se dôo da Boa Nova e, pelo desvairado apego a Jesus, quase sempre lhe tomava a dianteira nas deliberações importantes. Foi assim que organizou a primeira bolsa de fundos da comunhão apostólica e, obediente aos mesmos impulsos, julgou servir à grande causa que abraçara, aceitando a perigosa cilada que redundou na prisão do Mestre.
Apesar dos estudos renovadores a que sinceramente se entregara, preso aos conflitos íntimos que lhe caracterizavam o modo de ser, ignorava o processo de conquistar simpatias.
Trazia constantemente nos lábios uma referência amarga, um conceito infeliz.
Quando Levi se reportava a alguns funcionários de Herodes, simpáticos ao Evangelho, dizia, mordaz:
- São víboras disfarçadas. Sugam o erário publico, bajulam sacerdotes e deixam-se pisar pelo romano dominador...
A meu parecer, não passam de espiões...
O companheiro ouvia tais afirmativas, com natural desencanto, e os novos colaboradores dele se distanciavam menos entusiasmados.
Generosa amiga de Joana de Cusa ofereceu, certo dia, os recursos precisos para a caminhada do grupo, de Cafarnaum a Jerusalém. Porem, recebendo a importância, o apostolo irrefletido alegou, ingratamente:
- Guardo a oferta; contudo, não me deixo escarnecer. A doadora pretende comprar o Reino dos Céus, depois de haver gozado todos os prazeres do reino da Terra. Saibam todos que este é um dinheiro impuro, nascido da iniqüidade.
Estas palavras, pronunciadas diante da benfeitora, trouxeram-lhe indefinível amargura.
Em Cesária de Felipe, heróica mulher de um paralítico, sentindo-se banhada de clarões do Evangelho, abriu as portas do reduto doméstico aos desamparados da sorte. Órfãos e doentes buscavam-lhe o acolhimento fraternal. O discípulo atrabiliário, no entanto, não se esquivou à maledicência.
- E o passado dela? – clamou cruelmente – o marido enfermou desgostoso pelos quadros tristes que foi constrangido a presenciar. Francamente, não lhe aceito a conversão. Certo, desenvolve piedade fictícia par aliciar grandes lucros.
A senhora, duramente atingida pelas descaridosas insinuações, paralisou a benemerência iniciante, com enormes prejuízos para os filhos do infortúnio.
Quando o próprios Messias abençoou Zaqueu e os serviços dele, exclamou Judas, indignado, às ocultas:
- Este publicano pagará mais tarde. Escorcha os semelhantes, rodeia-se de escravos, exerce avareza sórdida e ainda pretende o Reino Divino!... Não irá longe...Enganará o Mestre, não a mim...
Alimentando tais disposições, sofria a desconfiança de muitos. De quando em quando, via-se repelido delicadamente.
Jesus, que em silêncio lhe seguia as atitudes, aconselhava prudência, amor e tolerância. Mal não terminava, porém, as observações carinhosas, chegava Simão Pedro, por exemplo, explicando que Jeroboão, fariseu simpatizante da Boa Nova, parecia inclinado a ajudar o Evangelho nascente.
- Jeroboão? – advertia Judas, sarcástico – aquilo é uma raposa de unhas afiadas. Mero fingimento! Conheço-o há vinte anos. Não sabe senão explorar o próximo e amontoar dinheiro. Houve tempo em que chegou a esbordoar o próprio pai, porque o infeliz lhe desviou meia pipa de vinho!...
A verdade, porém, é que as circunstâncias, pouco a pouco, obrigaram-no a insular-se. Os próprios companheiros andavam arredios. Ninguém lhe aprovava as acusações impulsivas e as lamentações sem propósito. Apenas o Cristo não perdia a paciência. Gastava longas horas, encorajando-o e esclarecendo-o afetuosamente.
Numa tarde quente e seca, viajavam ambos, nos arredores de Nazaré, cansados de jornada comprida, quando o filho de Kerioth indagou, compungido:
- Senhor, por que motivos sofro tão pesadas humilhações? Noto que os próprios companheiros se afastam, cautelosos, de sim... Não consigo fazer relações duradouras. Há como que forçada separação entre meu espírito e os demais... Sou incompreendido e vergastado pelo destino...
E levantando os olhos tristes para o Divino Amigo, repetia:
- Por quê?!...
Jesus ia responder, condoído, observando que a voz do discípulo tinha lágrimas que não chegavam a cair, quando se acercaram, subitamente, do poço humilde, onde costumavam aliviar a sede. Judas, que esperava ansioso aquele bênção, inclinou-se, impulsivo e, mergulhando as mãos ávidas no liquido cristalino, tocou inadvertidamente o fundo, trazendo largas placas de lodo à tona.
- Oh! Oh! Que infelicidade! – gritou em desespero.
O Mestre bondoso sorriu calmamente e falou:
- Neste poço singelo, Judas, tens a lição que desejas. Quando quiseres água pura, retira-a com cuidado e reconhecimento. Não há necessidade de alvoroçar a lama do fundo ou das margens. Quando tiveres sede de ternura e de amor, faze o mesmo com teus amigos. Recebe-lhes a cooperação afetuosa sem cogitar do mal, a fim de que não percas o bem supremo.
Pesado silêncio caiu entre o benfeitor e o tutelado.
O apóstolo invigilante modificou a expressão no olhar, mas não respondeu.
Irmão X
Do livro “Luz Acima”, de Francisco Cândido Xavier.
VOLTAR PARA PÁGINA PRINCIPAL |