MEU QUERIDO FILHO!
A saudade ainda é muito grande...
Parece que faz um século que partiu... No entanto, ainda estou a sua espera...
Afigura-se muito difícil que tenha saído pela porta da frente de nossa casa, deixando tantos sonhos para trás, tudo me faz recordar a sua presença tão querida.
A impressão ficou de sua alegria espalhafatosa, quando chegava do colégio, sempre com novidades.
A marca da bola que chutou na parede, após a chuva torrencial, ainda lá está atestando a sua presença.
Aquele coração que desenhou muro, na adolescência, por conta de alguém que encantara os seus sonhos que eu nunca soube quem era.
Aquela maneira peculiar de se expressar, gesticulando muito.
A música preferida que toque no rádio do vizinho.
Tantos detalhes pequeninos que trazem a lembrança e aumenta sempre a vontade de revê-lo.
No entanto, por determinação superior, os projetos desta vida foram adiados para outra feita.
Mas sempre vem a lembrança quando ouço o ronco de moto, parece que está chegando. Quanto ao episódio do acidente, procurei varrer do meu coração, tentando de todos os meios não guardar nenhum ressentimento, idéia de vingança, ou de justiça íntima, contra os outros protagonistas desta história triste, porque já sou capaz de avaliar que o projeto de encontrar-nos mais tarde ficaria comprometido com essas atitudes…
Outro dia sonhei que viera buscar-me para visitar a nossa nova casa na outra margem da vida, a que Jesus se referiu como uma, das “outras moradas da casa do Pai”. Decorada com tantos motivos que me alegraram o coração, até as margaridas de minha preferência lá estavam demonstrando sua alta sensibilidade. Não me contive e lágrimas derramaram-se abundantes sobre o meu rosto, era emoção demais, parece até que ficou preocupado comigo, a verdade que acordei com o travesseiro encharcado de lágrimas, porém muito feliz.
Muito embora saiba que a vida continua...
Que não há barreira para as pessoas que se amam verdadeiramente...
Que é uma questão de tempo que logo mais, poderemos continuar os nossos laços afetivos.
De outro lado, hoje, já tenho a convicção que também é importante considerar que essas ausências são consideradas necessárias diante das leis da vida, que também precisamos respeitar em nosso próprio benefício.
Estou aprendendo a conviver com essa situação. É verdade que aquele imenso vazio que existia dentro de mim vai aos poucos se convertendo em amor aos outros e apesar da dor inconsolável que por muitos dias fez morada em meu coração, mas... Depois,vim a compreender que não era somente eu que sofria e que havia muitas dores e lágrimas por toda a parte, que a vida sempre leciona lições verdadeiras, felizmente, descobri que a dor se tornava bem menor quando procurava servir aos outros que sofrem, a dor da separação, a saudade parece diminuir. Isso tenho feito nesses dez anos e tem sido um bálsamo para o meu coração dolorido, especialmente para aceitar a vida como ela é e continuar lutando, e amando, porque esse é o caminho mais fácil para superar os grandes problemas do coração humano.
Assim que vou caminhando com o amparo do alto, mas com muita saudade, não posso negar, porque representou o meu sonho maior, porém posso avaliar com segurança que continuamos sempre unidos, apesar dessa ausência temporária aos olhos físicos, mas vivemos permanentemente unidos pelos laços coração.
Fique com Deus meu filho amado.
Ana Cristina. Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
SEMPRE...
Em cada gesto de nossas mãos, podemos incentivar outras criaturas a serem os responsáveis pela ação de caridade que gostaríamos de repassar a beneficio de alguém...
Mesmo que estejamos em crise de sofrimento, cada um de nós é responsável pela oportunidade que direciona para outrem, lembrando que é possível sorrir, mesmo que o coração esteja inundado por lágrimas que resultam, quase sempre em interferência para as ações que se realizam no solo da esperança, envolvendo a fé em cada requisito básico para confiança que dispomos por acreditar que sempre é possível estender uma mão para a caridade, mesmo quando a outra segura o peso do infortúnio e da dor, enquanto se buscam a redenção pela contagem regressiva do tempo, nos impondo regras difíceis, na orientação que repassamos para o nosso próprio sustento.
Ninguém é tão frágil que não possa sofrer a indignação da dor, porquanto consegue sobreviver em cada etapa que lhe for reservada no caminho...
Sempre há recomeço, e nossas noites são sempre escuras, quando não dispomos da chama do amor de Deus a nos orientar nos sonhos que buscam pela alegria de se criar uma oportunidade nova para nós mesmos.
Somos fortes e somos filhos de Deus. Para cada um de nós foi reservada a oportunidade de se realizar um bem fraterno, e por tanto que carecemos dessa oportunidade, Deus nos transforma em criaturas fortes o bastante para melhorar a nossa condição de trabalhadores, mostrando-nos que é possível acreditar que há um novo sol em cada manhã nos mostrando que a luz é plena e reconhece cada um de nós, que relevante para o trabalho da transformação.
Em nenhum momento devemos nos esquecer de que Deus apóia o nosso sacrifício e transforma a nossa dor em energia nova, melhorando não só a nossa capacidade de produzir, mas a de entender que o solo é fértil e necessita de nossa engenharia de transformação para melhorar a plantação, garantindo o alimento que fará como o milagre da vida, nos lares que precisam da nossa cooperação.
Em cada um de nós é possível encontrar uma porta aberta para a caridade, pois a estrada nos coloca entre as metas que precisam ser atingidas, mesmo que os nossos olhares não reconheçam a extensão da luz.
Ezequiel
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, na noite de 12/07/2007, na cidade de Campo Grande/MS.
O HOMEM QUE PROCURAVA JESUS
Segunda parte
Passaram-se os anos, mas a busca prosseguia...
Os cabelos abundantes começaram a branquear, a saúde começou a dar os sinais de que sofreram os desgastes do tempo implacável, mas prosseguia ainda naquela esperança que um dia encontraria Jesus, em verdade, essa era sua maior motivação e inspiração neste mundo.
Provara o gosto amargo do desencanto, como em certos momentos sentira que as suas forças estavam prestes abandoná-lo, mas mãos poderosas o impelia a seguir em frente.
Um dia quando as dores e a fome se fizeram maiores, dormiu à noite numa calçada, tendo como coberta somente as estrelas de céu imensamente azul e sonhou que numa outra época, como outra personagem zombava de Jesus, com palavras ferinas, dizia em altas vozes para uma assembléia complacente ouvir, mas o que pensa esse pobre carpinteiro que vive com esses desocupados iguais a ele? Como pode dizer algo mais importante que os profetas de Israel? Não pode ser levado a sério? O que era acompanhado pelos demais. Acordou e ainda guardava bem nítida a imagem daquele passado que parecia tão real e familiar. Sentiu um tremendo impacto naquela noite, seria ele mesmo que fizera aquilo e agora numa situação inversa vivia a sua procura, seria a maneira de ressarcir o erro, e por muitos dias ficou com a idéia na cabeça?
Passaram-se os anos, num final de tarde, adentrou um bairro muito pobre, quando a sua frente muitas pessoas procuravam socorrer um pobre homem, com aproximadamente setenta anos de idade que se encontrava com muita dificuldade respiratória, mas sem êxito, como conhecia o magnetismo e um pouco de medicina natural, dispôs-se a ajudá-lo, mais tarde veio a saber que era líder da comunidade e se chamava Simão, usando a técnica que aprendera em suas andanças, começou a tratá-lo.
Depois de uma série de cuidados, finalmente, deu sinal de melhoras. Já amanhecia, durante o dia houve uma melhora significativa, mas ainda inspirava cuidados. Observou que também havia a esposa já também velhinha e um filho especial, convidado por vizinhas para ficar até que Simão recuperasse a saúde, pois que era das pessoas mais conhecida e respeitada do lugar, gozando de grande carinho. Após prestar todos os socorros naquela noite, quando o dia realmente amanheceu pode observar as dificuldades daquele lar.
Muito embora não houvesse dormido continuou o trabalho durante o dia, fazendo uma faxina em toda a casa, mas de outro lado, observava que lentamente o doente melhorava, mas havia também um filho que somente conheceu no dia seguinte, bebia ainda pela manhã, quando alguém fora chamá-lo.
O filho chegou envergonhado, indo de cabeça baixa ver o seu pobre pai, depois de alguns minutos veio agradecer ao desconhecido, declarando que se não fosse aquele bom homem seu pai teria morrido. Esse novo personagem chamava-se José, embora à bebida seja a causadora de seus males, não conseguia dela se desvencilhar. Soube também que tinha uma filha que morava numa cidade próxima que devido um mau passo na juventude, acabou com essas mulheres de vida fácil.
Ficara mais dois dias fazendo aquele tratamento intensivo que o caso exigia, através de compressas, remédios fitoterápicos, além das aplicações magnéticas, mas muito eficiente no caso, o enfermo já em franca convalescença começou a se alimentar.
Algo interessante aconteceu, sentia-se como se preso àquele lugar, além de que as pessoas insistiam para que ficasse. Surgia a cada momento um problema e na medida de suas possibilidades ia resolvendo, tempo passa, cada dia mais imerso naquele ambiente em que trabalhava muito, mas sentia-se plenamente recompensado pelo calor humano, algo que nunca sentira. Dificuldades de toda parte, aliás, havia ali todas as misérias humanas, onde tudo faltava. Mas sentia que ali era o seu lugar. Crianças sem estudo, a ociosidade, ao lado de mães paupérrimas, homens desocupados, entreguem ao vício da bebida.
Ali se deixou ficar de maneira provisória, mas notou que duas crianças ouviam de maneira muita atenta, e inesperadamente pediram para que ele ensinasse alguma coisa a elas. Contou história de sua peregrinação pelo mundo, que era ouvida não só pelas crianças, mas por todos, estabeleceu um horário depois das seis da tarde. E mais aumentava aquelas pessoas que participavam daquele encontro.
Assim, os dias foram passando de maneira muita rápida, como em suas andanças aprendera muitas habilidades, as pessoas viam consultar sobre os mais diversos assuntos e ele com grande alegria e respeito os atendia. Ajudara em muitas decisões. Havia uma pequena horta que se ocupava nas horas de folga, sempre procurando passar àquelas pessoas a necessidade de trabalhar, insistia que o trabalho era da máxima importância para vencer todas as dificuldades, sempre repetia: “quem trabalha não tem tempo de ser infeliz”.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
FELICIDADE
Até mesmo pra receber a felicidade é preciso preparação, sem vaso adequado, os bens do alto se constaminam com as perturbaçoes do campo inferior, qual acontece à gota diamantina que se converte em lama, quando cai na poeira da Terra.
André Luiz/Francisco Cândido Xavier.
CARIDADE
Nos caminhos claros da inteligência, muitas vezes, as rosas da alegria completa produzem os espinhos da dor, mas, nas sendas luminosas da caridade, os espinhos da dor oferecem rosas de perfeita alegria.
Teresa/Francisco Cândido Xavier..
NOSSO LAR
Segunda. parte
Continuamos a seqüência resumida da obra “Nosso Lar”, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. Que efeito teve a prece na reabilitação de André Luiz?
R.: Quando as energias lhe faltaram de todo, quando se sentiu absolutamente colado ao lodo da Terra, sem forças para reerguer-se, André Luiz pediu ao Supremo Autor da Natureza lhe estendesse mãos paternais naquela amargurosa emergência. Então, de imediato, graças ao efeito extraordinário da oração, as neblinas espessas se dissiparam e alguém surgiu, como um emissário dos Céus. Era o ministro Clarêncio que, sorrindo, lhe disse: “Coragem, meu filho! O Senhor não te desampara”. (Nosso Lar, págs. 23 e 24.).
B. Quais foram os primeiros socorros recebidos por André?
R.: Inicialmente, transportado num alvo lençol que funcionava a guisa de maca improvisada, André foi levado a um lugar por ele ignorado. Conduzido a confortável aposento de amplas proporções, ricamente mobiliado, ofereceram-lhe um leito acolhedor. Em seguida serviram-lhe caldo reconfortante, acompanhado de água muito fresca, que lhe pareceu portadora de fluidos divinos. (Nosso Lar, págs. 26 e 27.)
C. Que se verifica em “Nosso Lar” à hora do crepúsculo?
R.: Quando chega o crepúsculo em “Nosso Lar”, em todos os núcleos da colônia de trabalho estabelecesse uma ligação direta com as preces da Governadoria. De onde estava, André pôde contemplar ao fundo, em tela gigantesca, um prodigioso quadro de luz quase feérica. Obedecendo a processos adiantados de televisão, surgiu o cenário de um templo maravilhoso. Sentado em lugar de destaque, um ancião coroado de luz fixava o Alto, em atitude de prece.Era o Governador da colônia. (Nosso Lar, págs. 28 a 30.)
D. Por que André foi considerado suicida?
R.: O próprio médico Henrique de Luna explicou-lhe: “Talvez o amigo não tenha ponderado bastante. O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo”. A oclusão intestinal que o vitimou derivava de elementos cancerosos e estes, por sua vez, de algumas leviandades de André no campo da sífilis. A moléstia talvez não assumisse características tão graves se seu procedimento mental no planeta estivesse enquadrado nos princípios da fraternidade e da temperança. Seu modo especial de agir, muita vez exasperado e sombrio, captara destruidoras vibrações nos que o rodeavam. A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com as pessoas, a quem muitas vezes ele ofendeu sem refletir, conduziam-no com frequência à esfera dos seres doentes e inferiores. Foi isso que agravou o seu estado. Todo o aparelho gástrico fora destruído à custa de excessos de alimentação e de bebidas alcoólicas. A sífilis devorou-lhe energias essenciais. O suicídio, embora inconsciente, era incontestável. (Nosso Lar, págs. 31 a 35.)
Texto para leitura
8. O desespero da fome – Perguntando a si mesmo se não enlouquecera, André encontrava a consciência vigilante. Persistiam as necessidades fisiológicas, sem modificação. A fome castigava-lhe todas as fibras e, nada obstante, o abatimento progressivo não o fazia cair em exaustão. De quando em quando, deparavam-se-lhe verduras que pareciam agrestes, em torno de filetes de água a que se atirava sequioso. Muita vez André sugou a lama da estrada, e recordou o antigo pão de cada dia, vertendo copioso pranto. (Cap. 2, pág. 23.)
9. O efeito da prece – Não raro, era-lhe imprescindível ocultar-se das enormes manadas de seres animalescos, que passavam em bando, quais feras insaciáveis. Eram quadros de estarrecer! Foi quando começou a recordar que deveria existir um Autor da Vida, fosse onde fosse. Essa idéia confortou- o. Ele, que detestara as religiões no mundo, experimentava agora a necessidade de conforto místico. E, quando as energias lhe faltaram de todo, quando se sentiu absolutamente colado ao lodo da Terra, sem forças para reerguer-se, pediu ao Supremo Autor da Natureza lhe estendesse mãos paternais, em tão amargurosa emergência.
Quanto tempo durou a rogativa? André não sabe precisar; sabe apenas que a chuva de lágrimas lavou-lhe o rosto e que todos os seus sentimentos se concentraram na prece dolorosa. (Cap. 2, pág. 23.)
10. Aparece Clarêncio – É preciso, diz André, haver sofrido muito para entender todas as misteriosas belezas da oração. É necessário haver conhecido o remorso, a humilhação, a extrema desventura, para tomar com eficácia o sublime elixir de esperança. Foi em seguida à prece que as neblinas espessas se dissiparam e alguém surgiu, como um emissário dos Céus. Um velhinho simpático sorriu-lhe então, paternalmente: “Coragem, meu filho! O Senhor não te desampara”. Era Clarêncio. (Cap. 2, pág. 24.)
11. Em “Nosso Lar” – Transportado num alvo lençol que funcionava a guisa de maca improvisada, André foi levado a um lugar por ele ignorado. Clarêncio, que se apoiava num cajado de substância luminosa, deteve-se à frente de grande porta encravada em altos muros, cobertos de trepadeiras floridas e graciosas. Haviam chegado a “Nosso Lar”. À medida que avançavam, André pôde identificar preciosas construções, situadas em extensos jardins. Conduzido a confortável aposento de amplas proporções, ricamente mobiliado, ofereceram-lhe um leito acolhedor. Em seguida serviram-lhe caldo reconfortante, acompanhado de água muito fresca, que lhe pareceu portadora de fluidos divinos. Aquela porção de líquido reanimou-o inesperadamente. (Cap. 3, pp. 26 e 27.)
12. Preces coletivas – Quando chega o crepúsculo em “Nosso Lar”, em todos os núcleos da colônia de trabalho estabelece-se uma ligação direta com as preces da Governadoria. André estava em seu quarto quando divina melodia penetrou o recinto, renovando-lhe as energias profundas. Com dificuldade ele agarrou-se ao braço fraternal que lhe fora estendido e dirigiu-se a enorme salão, onde numerosa assembléia meditava em silêncio. Ao fundo, em tela gigantesca, desenhava-se prodigioso quadro de luz quase feérica. Obedecendo a processos adiantados de televisão, surgiu o cenário de templo maravilhoso. Sentado em lugar de destaque, um ancião coroado de luz fixava o Alto, em atitude de prece. Era o Governador da colônia. (Cap. 3, pp. 28 e 29.)
13. Energias renovadas – Todas as residências e instituições de “Nosso Lar” estavam orando com o
Governador, através da audição e da visão à distância, quando uma abundante chuva de flores azuis derramou- se sobre André e o amigo que o assistia; mas eles não conseguiram detê-las nas mãos, pois se desfaziam de leve, ao tocar-lhes a fronte, experimentando todos singulares renovação de energias ao contacto das pétalas fluídicas. A primeira prece coletiva, em “Nosso Lar”, operara no ex-médico completa transformação. (Cap. 3, pp. 29 e 30.)
14. Suicídio – No dia imediato, ele quis levantar-se, gozar o espetáculo da Natureza cheia de brisas e de luz, mas não o conseguiu. Tornou-se claro que sem a cooperação magnética do enfermeiro ser-lhe-ia impossível deixar o leito. Mais tarde, examinado por Henrique de Luna, este lamentou tivesse ele “vindo pelo suicídio”.
André protestou, dizendo: “Lutei mais de quarenta dias, na Casa de Saúde, tentando vencer a morte. Sofri duas operações graves, devido à oclusão intestinal...” O médico espiritual explicou-lhe então que a oclusão radicava-se em causas profundas: “Talvez o amigo não tenha ponderado bastante. O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo”. (Cap. 4, pp. 31 e 32.)
VERSÃO MODERNA
E, respondendo ao companheiro que lhe havia solicitado a tradução do Sermão do Monte, em linguagem moderna, o velhinho amigo deteve-se no capítulo cinco do Apóstolo Mateus e falou, com voz cheia e vibrante:
- Bem-aventurados os pobres de ambições escuras, de sonhos vãos, de projetos vazios e de ilusões desvairadas, que vivem construindo o bem com o pouco que possuem, ajudando em silêncio, sem a maneira da glorificação pessoal, atentos à vontade do Senhor e distraídos das exigências da personalidade, porque viverão sem novos débitos, no rumo do Céu que lhes abrirão as portas de ouro, segundo os ditames sublimes da evolução.
- Bem-aventurados os mansos, os respeitosos e os gentis sem reclamação e sem gritaria, suportando a maledicência e o sarcasmo, sem ódio, compreendendo nos adversários e nas circunstâncias que os ferem, abençoados aguilhões de socorro divino, a impedi-los par adiante, na jornada redentora, porque realmente serão consolados.
- Bem-aventurados os mansos, os respeitosos e os gentis que sabem viver sem provocar antipatias e descontentamentos, mantendo os pontos de vista que lhes são peculiares, conferindo, porém, ao próximo, o mesmo direito de pensar, opinar e experimentar de que se sentem detentores, porque, respeitando cada pessoa e cada coisa em seu lugar, tempo e condição, equilibram o corpo e a alma, no seio da harmonia, herdando longa permanência e valiosas lições na Terra.
- Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, aguardando o pronunciamento do Senhor, através dos acontecimentos inelutáveis da vida, sem querelas nos tribunais e sem papelórios perturbadores que somente aprofundam as chagas da aflição e aniquilam o tempo, trabalhando e aprendendo sempre com os ensinamentos vivos do mundo, porque, efetivamente, um dia, serão fartos.
-Bem-aventurados os misericordiosos, que se compadecem dos justos e dos injustos, dos ricos e dos pobres, dos bons e dos maus, entendendo que não existem criaturas sem problemas, sempre dispostos à obra de auxilio fraterno a todos, porque no dia de visitação da luta e da dificuldade receberão o apoio e a colaboração de que necessitem.
- Bem-aventurados os limpos de coração que projetam a claridade de seus intentos puros sobre todas as situações e sobre todas as coisas, porque encontrarão a “parte melhor” da vida, em todos os lugares, conseguindo penetrar a grandeza dos propósitos divinos.
- Bem-aventurados os pacificadores que toleram sem magoa os pequenos sacrifícios de cada dia, em fator da felicidade de todos, que nunca atiçam o incêndio da discórdia com a lenha da injúria ou da rebelião, porque serão considerados filhos obedientes de Deus.
- Bem-aventurados os que sofrem a perseguirão ou a incompreensão, por amor à solidariedade, à ordem, ao progresso e à paz, reconhecendo, acima da epiderme sensível, os sagrados interesses da Humanidade, servindo sem cessar ao engrandecimento do espírito comum, porque, assim, se habilitam à transferência justa para as atividades do Plano Superior.
- Bem-aventurados todos os que forem dilacerados e contundidos pela mentira e pela calúnia, por amor ao ministério santificante do Cristo, fustigados. Diariamente pela reação das trevas, mas agindo valorosos com paciência, firmeza e bondade pela vitória do Senhor, porque se candidatam, desse modo, à coroa triunfante dos profetas celestiais e do próprio Mestre que não encontrou, entre os homens, serão a cruz pesada, antes da gloriosa ressurreição.
A altura, o iluminado pregador passou a olhar percuciente e límpido sobre o nosso grupo, e finda a ligeira pausa., fixou nos lábios amplos e belo sorriso, rematando serenamente.
- Rejubilem-se, cada vez mais, quantos estiverem nessas condições, porque, se hoje e amanhã, são bem-aventurados na Terra e nos Céus.
Em seguida, retomou o passo leve para frente, deixando-nos na estranha quietude e na indagação quietude, deixando-nos na estranha quietude e na indagação imanifesta de quem se dispõe a pensar.
Irmão X
Do livro “Relicário de Luz”, de Francisco Cândido Xavier.
ENTENDIMENTO FRATERNO
“Se nós criarmos um sistema de compreensão humana e com o respeito recíproco por base, entendo que cada qual de nós tem um tipo de felicidade particular e um caminho especial, até viver com tarefas especiais a realizar; se nós praticarmos este entendimento fraterno, esses conflitos desaparecerão, porque todos na essência somos filhos de Deus e nascemos livres para criar o nosso destino, embora, depois de nossos atos, estejamos escravizados às conseqüências”.
Chico Xavier.
O livro “Evangelho de Chico Xavier”, edição DIDIER.
*LEMBRETE IMPORTANTE:
Para aqueles que viajam para cidades do interior do Estado, ou aqueles que se dirigem a Capital, que são espíritas ou simpatizantes, não esqueçam de consultar antes de viajar o site: www.luzesdoamanhecer.com, onde terá endereço dos principais centros espíritas do Estado. Na Capital, podem escolher o dia e horário de palestras, evangelização infantil e tratamento de cura. Em qualquer caso visite as casas espíritas, mesmo porque as experiências dos outros sempre enriquecem.
ADVERTÊNCIAS PROVEITOSAS
Em que objeto centralizas a tua crença, meu amigo? Recorda que é necessário crer sinceramente em Jesus e segui-lo, para não sermos confundidos.
O novo crente flagela a quantos lhe ouvem os argumentos calorosos, azorragando costumes, condenando idéias alheias e violentando situações, esquecido de que a experiência da alma é laboriosa e longa e de que há muitas esferas de serviço na casa de Nosso Pai.
Toda a crise é fonte sublime de espírito renovador para os que sabem ter esperança.
As dificuldades de qualquer natureza são sempre pedras simbólicas, asfixiando-nos as melhores esperanças do dia, do ideal, do trabalho ou do destino, que recebemos na glória do tempo.
É necessário saber tratá-las com prudência, serenidade e sabedoria.
O dinheiro é sempre bom quando com ele podemos adquirir a simpatia ou a misericórdia dos homens.
Procura-se, amigo, a luz espiritual; se a animalidade já te cansou o coração, lembra-te de que, em Espiritualismo, a investigação conduzirá sempre ao infinito, tanto no que se refere ao campo infinitesimal, como à esfera dos astros distantes, e que só a transformação de ti mesmo, à luz da Espiritualidade Superior, te facultará acesso às fontes da Vida Divina.
Lembra-te de que os problemas se estendem ao Infinito...
Cada ser, cada criatura, cada consciência possui necessidades diferentes entre si.
É muito fácil falar aos que nos interpelam, de maneira a satisfazê-los, e não é difícil replicar-lhes como convém aos nossos interesses e conveniências particulares; todavia, dirigirmo-nos aos outros, com a prudência amorosa e com a tolerância educativa, como convém à sã doutrina do Mestre, é tarefa complexa e enobrecedora, que requisita a ciência do bem no coração e o entendimento evangélico nos raciocínio.
A luta em família é problema fundamental da redenção do homem na Terra. Como seremos benfeitores de cem ou mil pessoas, se ainda não aprendemos a servir cinco ou dez criaturas? Esta é a indagação lógica que se estende a todos os discípulos do Cristianismo.
Saber não é tudo. É necessário fazer. E para bem fazer, homem algum dispensará a calma e a serenidade, imprescindíveis ao êxito, nem desdenhará a cooperação, que é a companheira dileta do amor.
A imaginação não é um país de névoa, de criações vagas e incertas. É fonte de vitalidade, energia, movimento...
Nosso corpo espiritual, em qualquer parte, refluirá a luz ou a treva, o céu ou o inferno que trazemos em nós mesmo.
A noção de cárcere, como a dor do remorso, nunca foram observadas no horizonte azul nem no canto dos pássaros, simplesmente porque residem dentro de nós mesmos.
As mensagens edificantes do além não se destinam apenas à expressão emocional, mas, acima de tudo, ao teu senso de filho de Deus, para que faças o inventário de tuas próprias realizações e te integres, de fato, na responsabilidade de viver diante do Senhor.
O pão do corpo é uma esmola pela qual sempre receberá a justa recompensa, mas o sorriso amigo é uma bênção para a eternidade.
Não te mortifiques pela obtenção do ensejo de aparecer nos cartazes enormes do mundo. Isso pode traduzir muita dificuldade e perturbação para teu Espírito, agora ou depois.
Em toda tarefa, lembra-te do Cristo e passa adiante com o teu esforço sincero. Não te perturbem as desconfianças, a calúnia ou a má-fé, atento a que Jesus venceu galhardamente tudo isso!...
A verdade para ser totalmente compreendida precisa ser tratada entre corações da mesma idade espiritual.
Não se colhe a verdade, da vida, como quem engaiola uma ave na floresta.
A verdade é luz. Somente o coração alimentado de amor e o cérebro enriquecido de sabedoria podem refletir a grandeza.
Amealharás enorme fortuna, todavia ignorarás, por muitos anos, a que região da vida te conduzirá o dinheiro.
Esqueçamos os velhos caprichos do nosso “eu”, que, muitas vezes, nos prendem a escuras ilusões.
Emmanuel
Palavras de Emmanuel, de Francisco Cândido Xavier, Coleção Emmanuel, FEB.
HISTÓRIA DE UM PÃO
Quando Barsabás, o tirano, demandou o reino da morte, buscou debalde, reintegrar-se no grande palácio eu lhe servira de residência. A viúva, alegando infinita mágoa, desfizera-se da moradia, vendendo-lhe os adornos.
Viu ele, então, baixelas e candelabros, telas e jarrões, tapetes e perfumes, jóias e relíquias, sob o martela do leiloeiro, enquanto os filhos querelavam no tribunal, disputando a melhor parte da herança.
Ninguém lhe lembrava o nome, desde que não fosse para reclamar o ouro e a prata que doara a mordomos distintos.
E porque na memória de semelhantes amigos ele não passava, agora, de sombra, tentou o interesse afetivo de companheiros outros da infância...
Todavia, entre estes encontrou simplesmente a recordação dos próprios atos de malquerença e de usura.
Barsabás entregou-se às lagrimas, de tal modo, que sombra lhe embargou, por fim, a visão, arrojando-o nas trevas...
Vagueou por muito tempo no nevoeiro, entre vozes acusadoras, até que um dia aprendeu a pedir na oração, e, como se a rogativa lhe servisse de bússola, embora caminhasse às escuras, eis que, de súbito, se lhe extingue a cegueira e ele vê, diante de seus passos, um santuário sublime, faiscante de luzes.
Milhões de estrelas e pétalas fulgurantes povoavam-no em todas as direções.
Barsabás, sem perceber, alcançara a Casa das Preces de Louvor, nas faixas inferiores do firmamento.
Não obstante deslumbrado, chorou, impulsivo, ante o ministro espiritual que velava no pórtico.
Após ouvi-lo, generoso, o funcionário angélico e falou, sereno:
- Barsabás, cada fragmento luminoso que contemplas é uma prece de gratidão que subiu da Terra...
- Ai de mim - soluçou o desventurado – eu jamais fiz o bem...
- Em verdade – prosseguiu o informante - , trazes contigo, em grande sinais, o pranto e o sangue dos doentes e das viúvas, dos velhinhos e órfãos indefesos que despojaste, nos teus dias de invigilância e de crueldade; entretanto, tens aqui, em teu crédito, uma oração de louvor...
E apontou-lhe acanhada estrela que brilhava à feição de pequeno disco solar.
- Há 32 anos – disse, ainda, o instrutor – deste um pão a uma criança e essa criança te agradeceu, em prece ao Senhor da Vida.
Chorando de alegria e consultando velhas lembranças, Barsabás perguntou:
- Jonakim, o enjeitado?
- Sim, ele mesmo – confirmou o missionário divino.
- Segue a claridade do pão que deste, um dia, por amor, e livrar-te-ás, em definitivo, do sofrimento das trevas.
E Barsabás acompanhou o tênue raio do tênue fulgor que se desprendia daquela gota estelar, mas, em vez de elevar-se às Alturas, encontrou-se numa carpintaria humilde da própria Terra.
Um homem calejado aí refletia, manobrando a enxó em pesado lenho...
Era Jonakim, aos quarenta anos de idade.
Como se estivessem os dois identificados no doce fio de luz, Barsabás abraçou-se a ele, qual viajante abatido, de volta ao calor do lar.
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Decorrido um ano, Jonakim, o carpinteiro, ostentava, sorridente, nos braços, mais um filhinho, cujos louros cabelos emolduravam belos olhos azuis.
Com a bênção de um pão dado a um menino triste, por espírito de amor puro, conquistara Barsabás, nas Leis Eternas, o prêmio de renascer para redimir-se.
Irmão X
Do livro “O Espírito da Verdade", de Francisco Cândido Xavier, edição FEB.
ESPÍRITOS PERTURBADOS
É possível conhecê-lo de perto.
Surgem, quase sempre, na categoria de loucos e desmemoriados, entre a negação e a revolta.
São criaturas desencarnadas, Espíritos que perderam o corpo físico e, porque se detiveram deliberadamente na ignorância ou na crueldade, não encontram agora senão as próprias recordações para viver e conviver.
Encerraram-se na avareza e prosseguem na clausura da sovinice.
Abandonavam-se à viciação e transformaram-se em vampiros, à procura de quem lhes aceite as sugestões infelizes.
Abraçaram a delinqüência e sofrem o látego do remorso, nos recessos da própria alma.
Confiavam-se à preguiça e carreiam a dor do arrependimento.
Zombavam das horas e não sabem o que fazer para que as horas não zombem deles.
São tantas as aflições que descobrem nas paisagens atormentadas da mente iludida, que são eles – homens e mulheres que escarneceram da vida – os verdadeiros autores de todas as concepções de inferno, além da morte, que hão aparecido no mundo, desde a aurora da razão no campo da Humanidade.
Antigamente, a abordagem de semelhantes companheiros era obscura e quase que impraticável.
Hoje, porém, com a mediunidade esclarecida, é fácil aliviá-los e socorrê-los.
Podes, assim, vê-los e ouvi-los, nos círculos medianímicos, registrando-lhes as narrativas inquietantes e as palavras amargosas; no entanto, ajuda-os com respeito e carinho, como quem socorre amigos extraviados.
Não te gabes, porém, de doutriná-los e corrigi-los, porque a Divina Bondade nos permite atendê-los, buscando, com isto, corrigir-nos e doutrinar-nos na Terra e além da Terra, a fim de que saibamos evitar todo erro, enquanto desfrutamos o favor do bom tempo.
Emmanuel
Do livro “Seara dos Médiuns”, de Francisco Cândido Xavier.
EXPERIÊNCIA E HUMILDADE
Assim falava-nos o Chico naquela noite, em que mais uma vez tínhamos a felicidade de estar perto dele.
- Em 1987 estava me recuperando de uma pneumonia muito forte, que me deixou muitas seqüelas e diversas infecções do trato renal. Comecei, então, a pensar como é que eu ia fazer para trabalhar. Nisso me apareceu o espírito de Emmanuel e eu lhe disse:
- O senhor imagina que eu agora estou com setenta e sete anos. Já me sinto muito velho e desgastado pela própria idade física. O senhor acha que, apesar da idade, vou poder continuar trabalhando mediunicamente e em especial na tarefa do livro?
Ele, então, me respondeu:
- Eu considero você como pessoa humana, a quem muito estimo, mas vamos imaginar que você é um burro que envelheceu puxando a carroça de entrega de cartas com mensagens, em nome de nossa fé em Jesus Cristo. Na condição do burro, você está realmente em grande desgaste, mas continuando o seu tratamento com os remédios humanos, faremos também por você o que pudermos, a fim de ajudá-lo.
Nesse ponto do dialogo, ele fez um intervalo e falou assim:
- Também devemos considerar que é melhor trabalhar com um burro velho e doente que já nos conhece o sistema de serviço, do que colocar apressadamente conosco, os amigos desencarnados, um burro muito moço, equivalendo a um potro ainda bravo, capaz de quebrar a nossa carroça e complicar o serviço todo.
Do livro “Kardec Prossegue”, de Adelino da Silveira, edição CEU.
NINGUÉM FOGE AO PASSADO
Quando nos achamos no mundo dos espíritos, estando patente todo o nosso passado, o bem e o mal que houvermos feito serão igualmente conhecidos. Em vão, aquele eu haja praticado o mal tentará escapar ao olhar de suas vítimas: a presença inevitável destas lhe será um castigo e um remorso incessante, até que haja expiado seus erros, ao passo que o homem de bem por toda parte só encontrará olhares amigos e benevolentes.
Para o mau, não há maior tormento, na Terra, do que a presença de suas vítimas, razão pela qual as evita continuamente. Que será quando, dissipada a ilusão das paixões, compreender o mal que fez, vir patenteados os seu atos mais secretos, desmascarada a sua hipocrisia e não puder subtrair-se à visão delas? Enquanto a alma do homem perverso é presa da vergonha, do pesar e do remorso, a do justo goza perfeita serenidade.
De “O Livro dos Espíritos”, explicação pergunta 977, letra a.
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