JESUS ESTÁ BATENDO A SUA PORTA
Não sabe? Não ouviu?
Jesus muitas vezes suavemente bate a sua porta, mas o ferrolho está por dentro e somente você será capaz de abrir-lhe e permitir acesso ao seu coração, mas talvez por conta das enormes inquietações que carrega não fora capaz de ouvir os rotineiros chamamentos, mas sempre Ele tem insistido para que desperte.
Às vezes na figura maltratada e suja daquele mendigo que pede um pedaço de pão ou alguma coisa qualquer, muitas vezes, olha com indiferença e o despede de mãos vazias. Pessoas simples, sem instrução e que pedem pequenas sobras de sua mesa farta, ou mesmo informações sobre assuntos banais, mas apressa-se de sair de sua presença, indicando-lhe outro lugar, demonstrando, assim, má vontade e desinteresse àquele que talvez seja mandado de Jesus para chamar-lhe a atenção, com urgência, para se torne útil, porém nesse gesto atesta a sua recusa.
Outras vezes na atitude daquela criatura infeliz, que num gesto de descortesia fere-lhe a sensibilidade, mais por conta da ignorância do que por maldade, mesmo porque, não teve uma educação primorosa que tem, no entanto, guarda-lhe feroz ressentimento, recusando-se até ouvir-lhe o nome, talvez fosse um teste decisivo, a fim de que pudesse forrar-se a um mal maior, que em breves dias visitará o seu coração, mas orgulhoso rejeitou esse convite, sem refletir que já pode ter ferido alguém e esse é o ensejo que se apresenta para ser colocar ao lado da boa causa, mas o orgulho falou mais alto e a oportunidade passa. Talvez não se repita.
Outras vezes aquele alguém a quem ama, não correspondeu as suas expectativas ou não fora capaz de adivinhar o que pensava e com isso gerou-lhe um desconforto que não soube administrar e que logo se transformou em mágoa contra aquele a quem bem pouco tempo fazia parte de sua felicidade. Mas. ... Essa súbita mudança de humor será porque o mundo deve girar de acordo com os seus caprichos ou ele seguirá o seu curso independente de seus conceitos ou de seus preconceitos?
E como pessoa de destaque e inteligente que é, deve naturalmente compreender que somente sobrepondo-se a esses contratempos do caminho é que se poderá colocar a frente de maiores possibilidades, porém, pode estar perdendo uma grande oportunidade para se predispor a compreender e perdoar, aliás, a fim de que possa se ajustar aos princípios propostos pelo Cristo de Deus.
Quando ainda diante das repetidas batida a porta sai irritado, raciocinando, mas como não batem em outras portas, porque justamente na minha. Ainda não sabe? Talvez seja o mais necessitado de amparo e por isso Ele ali está no propósito de sensibilizar o seu duro coração, para que aproveite os seus dias de maneira mais produtiva e converta as suas horas tristes em valores reais, quando consiga passar amor aos outros.
Repetidas vezes Ele esteve em sua presença, já pensou nisso, mas distraído O desprezou, porém continua cultivar os seus pobres valores que muito em breve transformar-se-ão em pó e talvez até em amargas lembranças, que muito gostaria de relegá-las ao esquecimento, no entanto, já faz parte do seu quotidiano e delas não pode se desvencilhar...
Certamente já deve ter passado por esses momentos, isto porque Ele sempre está à procura daquele que de alguma forma deseja mudar o seu roteiro e pode estar nesse momento a sua decisão, e não deve perder essa chance, por isso, pense bem e age enquanto é tempo, porque pode ser a última oportunidade.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS
PEGADAS NO CAMINHO
Cada um de nós encontra dificuldades de relacionamentos, apostando na maneira errada de compreender as causas e os efeitos de nossos pensamentos direcionados no lado oposto de nossas intenções verdadeiras.
Cada um procura evidenciar o conforto da situação misturando o amor com paixão, enquanto permanece o desconforto da situação.
Deus nos dá oportunidades que se renovam em cada situação de nossas vidas quando estamos fartos de generosidade abrindo novas perspectivas de acertos, enquanto buscamos compreender os nossos anseios à luz da compreensão divina, orientando os gestos de nosso coração quando direcionamos algum pensamento para a outra criatura.
Cada um de nós é responsável pelos erros ou pelos acertos que creditamos em nossa contabilidade espiritual, garantindo a nossa riqueza com o nosso prejuízo, principalmente quando buscamos contabilizar cada contra partida de nossas ações que nos tornam maiores ou simplesmente menores no caminho do amor.
O homem é sábio e consegue orientar-se nas escolas da vida, no entanto, muitas vezes, nega a própria inteligência, buscando o caminho fácil da desorganização...
É o começo de uma estória que deixa de melhorar a vida para apagar-se memória do egoísmo!
Cada um de nós precisa estar atento nas pegadas que deixamos no caminho, pois é preciso contabilizar o tempo que utilizamos para conquistar o amor de nós mesmos, e assim permanecer credor, nas conferências da luz que conquistamos ao longo de nossa vida, quando seguramos a mão de Deus, estabelecendo para nós, uma oportunidade de ser feliz sempre renovada pela luz que brilha em nosso coração.
Meimei
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, na noite de 15/03/2007, na cidade de Campo Grande/MS.
NOSSO LAR
André Luiz
(Quinta Parte) Continuamos a seqüência resumida da obra “Nosso Lar”, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira.
Questões preliminares
A. As colônias espirituais são todas iguais?
R.: Não. Cada colônia espiritual tem características próprias, como “Alvorada Nova”, vizinha de “Nosso Lar”, a qual se localiza em região umbralina, no mesmo grau de inclinação da cidade de Santos (SP). Foi ela que serviu de inspiração à idéia de criação dos Ministérios em “Nosso Lar”. “Alvorada Nova” é, segundo os Espíritos, uma das mais antigas cidades espirituais existentes no País. (Nosso Lar, cap. 11, pág. 65.)
B. Como é o trabalho em “Nosso Lar”?
R.: A lei do trabalho é rigorosamente cumprida na colônia, mas todos têm direito ao descanso após a jornada de trabalho. Na colônia, nenhuma condição de destaque é concedida a título de favor. Somente alguns conseguem atividade prolongada no Ministério da Elevação e raríssimos, em cada dez anos, são os que alcançam intimidade nos trabalhos do Ministério da União Divina. Em geral, decorrido longo estágio de serviço e aprendizado, todos voltam a reencarnar, para atividades de aperfeiçoamento. (Nosso Lar, cap. 11, págs. 66 e 67.).
C. A música exerce algum papel importante na colônia?
R.: Sim. A música suave está sempre presente nas oficinas e nos locais de trabalho da colônia espiritual, porque intensifica o rendimento do serviço. (Nosso Lar, cap. 11, pág. 68.)
D. Quanto tempo em média os Espíritos passam no Umbral?
R.: Não há prazo definido. Cada Espírito ali permanece o tempo que se faça necessário ao esgotamento dos resíduos mentais negativos. (Nosso Lar, cap. 12, págs. 71 a 73.).
Texto para leitura
34. Colônias espirituais – As colônias espirituais não são idênticas. Dentre as colônias vizinhas, “Alvorada Nova” é uma das mais importantes e foi ela que serviu de inspiração à ideia de criação dos Ministérios em “Nosso Lar”. (Cap. 11, pág. 65)
(Nota da Redação: “Alvorada Nova” localiza-se em região umbralina, na quarta camada ao redor da crosta terrestre, no mesmo grau de inclinação da cidade de Santos. É seguramente uma das mais antigas cidades espirituais existentes no País, visto que antes mesmo do descobrimento do Brasil ela já estava fixando seus primeiros alicerces. Maiores informações sobre “Alvorada Nova” podem ser obtidas no livro homônimo publicado pela Casa Editora O Clarim em maio de 1992, de autoria de Abel Glaser e do Espírito de Cairbar Schutel.).
35. Ordem e hierarquia – Em “Nosso Lar” nenhuma condição de destaque é concedida a título de favor. Somente alguns conseguem atividade prolongada no Ministério da Elevação e raríssimos, em cada dez anos, são os que alcançam intimidade nos trabalhos do Ministério da União Divina. Em geral, decorrido longo estágio de serviço e aprendizado, todos voltam a reencarnar, para atividades de aperfeiçoamento. (Cap. 11, pág. 66)
36. Governadoria – Todos os assuntos administrativos e numerosos serviços de controle direto, como o de alimentação, distribuição de energia elétrica, trânsito e transporte, são confiados à Governadoria. (Cap. 11, pág. 67)
37. Descanso – A lei do trabalho é rigorosamente cumprida, mas todos têm direito ao descanso após a jornada de trabalho. Quem nunca repousa é o Governador. Aos domingos à tarde, depois de orar, ele coopera no Ministério da Regeneração, amparando espíritos desorientados e sofredores. (Cap. 11, pág. 67)
38. Música – A música suave está sempre presente nas oficinas e nos locais de trabalho de “Nosso Lar”, porque intensifica o rendimento do serviço. (Cap. 11, pág. 68)
39. Umbral – Região de profundo interesse para quem esteja na Terra, concentra-se no Umbral tudo o que não tem finalidade para a vida superior. Os habitantes ali situados estão separados dos homens apenas por leis vibratórias. Debatem-se na zona umbralina espíritos desesperados, infelizes, malfeitores e vagabundos de várias categorias. O Umbral pode ser definido como zona de verdugos e vítimas, exploradores e explorados. Mas, apesar disso, a proteção divina nunca está ausente e cada espírito ali permanece o tempo que se faça necessário ao esgotamento dos resíduos mentais negativos. (Cap. 12, pp. 71 a 73)
Frases e apontamentos importantes
XXIII. A realização nobre exige três requisitos fundamentais: primeiro, desejar; segundo, saber desejar; terceiro, merecer, ou, por outros termos, vontade ativa, trabalho persistente e merecimento justo. (Lísias, cap. 7, pág. 49.)
XXIV. O véu da ilusão é muito denso nos círculos carnais. O homem vulgar ignora que toda manifestação de ordem, no mundo, procede do plano superior. Nenhuma organização útil se materializa na crosta terrestre, sem que seus raios iniciais partam de cima. (Lísias, cap. 8, pp. 51 e 52.)
XXV. Na Terra quase ninguém cogita seriamente de conhecer a importância da água. O homem é desatento, há muitos séculos. Mas ele conhecerá, um dia, que a água, como fluido criador, absorve em cada lar as características mentais de seus moradores. A água, no mundo, não somente carreia os resíduos dos corpos, mas também as expressões de nossa vida mental. (Lísias, cap. 10, pp. 61 e 62.)
XXVI. A ausência de preparação religiosa, no mundo, dá motivo a dolorosas perturbações. (André Luiz, cap. 12, pág. 69.)
XXVII. O Umbral começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos. (Lísias, cap. 12),pág. (70.)
XXVIII. Todas as multidões de desequilibrados permanecem nas regiões nevoentas, que se seguem aos fluidos carnais. O dever cumprido é uma porta que atravessamos no Infinito, rumo ao continente sagrado da união com o Senhor. (Lísias, cap. 12, pág. 70.)
XXIX. O Umbral funciona como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões adquiridas por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena. (Lísias, cap. 12, pp. 70 e 71)
XXX. Nunca faltou no Umbral a proteção divina. Cada espírito lá permanece o tempo que se faça necessário. (Lísias, cap. 12, pág. 72)
XXXI. O plano umbralino está repleto de desencarnados e de formas pensamento dos encarnados, porque, em verdade, todo espírito, esteja onde estiver, é um núcleo irradiante de forças que criam, transformam ou destroem. (Lísias, cap. 12, pág. 72)
XXXII. Quem pensa, está fazendo alguma coisa alhures. E é pelo pensamento que os homens encontram no Umbral os companheiros que afinam com as tendências de cada um, pois toda alma é um ímã poderoso. (Lísias, cap. 12, pág. 72)
XXXIII. Os médicos espirituais são detentores de técnica diferente. Ali, a medicina começava no coração, exteriorizando-se em amor e cuidado fraternal, e qualquer enfermeiro, dos mais simples, tinha conhecimentos e possibilidades muito superiores à minha ciência. (André Luiz, cap. 13, pp. 74 e 75).
XXXIV. O trabalho e a humildade são as duas margens do caminho do auxílio. Antes de amparar os que amamos, é indispensável estabelecer correntes de simpatia. Sem a cooperação é impossível atender com eficiência. Para que qualquer de nós alcance a alegria de auxiliar os amados, faz-se necessária a interferência de muitos a quem tenhamos ajudado, por nossa vez. Os que não cooperam, não recebem cooperação. Isso é da lei eterna. (Clarêncio, cap. 13, pág. 78)
XXXV. O médico da Terra não pode estacionar em diagnósticos e terminologias. Há que penetrar a alma, sondar-lhe as profundezas. Muitos médicos, no planeta, são prisioneiros das salas acadêmicas, porque a vaidade lhes roubou a chave do cárcere. Raros conseguem atravessar o pântano dos interesses inferiores. (Clarêncio, cap. 14, pp. 82 e 83)
XXXVI. O verdadeiro bem espalha bênçãos em nossos caminhos. (Clarêncio, cap. 14, pág. 84)
XXXVII. Os fluidos carnais compelem a alma a profundas sonolências. A experiência humana, em hipótese alguma, pode ser levada à conta de brincadeira. (André Luiz, cap. 15, pág. 85)
XXXVIII. A alegria também, quando excessiva, costuma castigar o coração. (Mãe de André Luiz, cap. 15, pág. 86)
XXXIX. Nunca saberemos agradecer a Deus tamanhas dádivas. O Pai jamais nos esquece, meu filho. Às vezes, a Providência separa os corações, temporariamente, para que aprendamos o amor divino. (Mãe de André Luiz, cap. 15, pág. 87)
XL. Na Terra, quase sempre, as mães não passam de escravas, no conceito dos filhos. Raros lhes entendem a dedicação antes de as perder. (André Luiz, cap. 15, pág. 88)
XLI. A atitude de queixa e de lamentação não se coaduna com as novas lições da vida. Esses gestos são perdoáveis nas esferas da carne; aqui, porém, filho, é indispensável atender, antes de tudo, ao Senhor. (Mãe de André Luiz, cap. 15, pág. 88)
XLII. Nossa dor não nos edifica pelos prantos que vertemos, ou pelas feridas que sangram em nós, mas pela porta de luz que nos oferece ao espírito, a fim de sermos mais compreensivos e mais humanos. (Mãe de André Luiz, cap. 15, pág. 88)
XLIII. A esfera espiritual mais elevada requer, sempre, mais trabalho, maior abnegação. Ninguém ali permanece em visões beatíficas, a distância dos deveres justos. (Mãe de André Luiz, cap. 16, pág. 90)
XLIV. Muitas entidades, ao desencarnar, permanecem agarradas ao lar terrestre, a pretexto de amarem os que ficaram. Todavia, o verdadeiro amor, para transbordar em benefícios, precisa trabalhar sempre. (Mãe de André Luiz, cap. 16, pág. 91).
XLV. Após a morte do corpo físico, a alma se encontra tal qual vive intrinsecamente. (Mãe de André Luiz, cap. 16, pág. 91).
DOENÇA DE CHICO XAVIER
Chico adoecera da alma...
Pelos médicos locais é considerado tuberculoso. Tão fraco está e febril. E, em certa manhã ensolarada, vendo-o tão triste, sentado à entrada da porta, Emmanuel, seu dedicado Guia, põe a mão no ombro e diz: Chico, procure reagir, senão você falirá. E se chegar agora aqui, desencarnado, chegará inegavelmente como um homem de bem, porque já realizou algo, mas deixará por fazer muita coisa prometida e nos colocará em situação sobremodo delicada, pois que levamos anos a organizar os planos de sua reencarnação. Procure, pois reagir. A tristeza, meu filho, é cupim no coração, traz moléstia grave.
Muitas doenças têm como causa um movimento explosivo de cólera, um aborrecimento, um atrito, um ato de revolta, um desejo insatisfeito. São os rins que se tocam; é o coração que recebe, em cheio, a punhalada do ódio; é o fígado que todo se ingurgita com a angústia de um orgulho ofendido; são os pulmões que se mostram enfraquecidos, por falta de oxigênio de nosso otimismo, da nossa confiança em nós mesmos e em Deus.
Amanhã irei mostrar-lhe A Fazenda do Pai, a Natureza, para que você a sinta, compreenda e possa dela traduzir a Mensagem amorosa e retirar os remédios mais santos e eficientes para curar-se, ser mais útil e feliz. E se você como penso, assimilar o que lhe vou mostrar para certificar-se de que o bem que fazemos é o nosso bem, que quem da recebe mais, ficará curado, porque vai mudar de vida, agir de outra forma. E na manhã seguinte, de fato, Emmanuel ensinou ao Chico, primeiramente, a orar, mesmo com o radio trabalhando alto, rádio com que o presenteara o saudoso irmão Figner. Ensinou-lhe, depois, a tomar vagarosamente o café da manhã, a fim de senti-lo e analisar seu plantio, a sua colheita, a sua historia, tocante; assim fez com o pão, traduzindo-lhe a lição magistral.
Depois partiu para o trabalho, ainda acompanhado do bondoso Conselheiro e Amigo, atendendo e correspondendo, atenciosa e alegremente, como era aconselhado, a todos os cumprimentos, principalmente quando de um Vá Com Deus, Deus Lhe Pague, Deus Lhe Ajude, saídos dos corações que beneficiamos e que são luzes que entram pela nossa alma, sentimentos de Paz que chegam ao nosso coração como remédios curadores. E o caminho afora, nessa manhã clara de sol, o abnegado Emmanuel foi mostrando-lhe todos os valores da Fazenda o Pai. Cada pormenor do valioso patrimônio apresentava, com a explicação dada, uma significação particular. A árvore, o caminho, a nuvem, a poeira, que é o Mata Borrão dos charcos, simbolizando uns o desvelo do homem e, outros, a misericórdia de Deus; o frio, a ponte, que serve a pobres e ricos, a maus e bons, que tem tanta serventia.
- Chico, você já foi ponte para alguém? Pergunta-lhe o caro Emmnuel. E ele, sem saber como responder ao iluminado Guia, cala-se e havia guardando os ensinos recebidos, com amor, atenção e respeito. Em sonho, recebe a graça final. E dias depois, como previra Emmanuel, o querido irmão está curado, forte, alegre e feliz.
Ramiro Gama
Do livro “Lindos Casos de Chico Xavier”.
ABORTO
De todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida.
É pela conjunção sexual entre o homem e a mulher que a Humanidade se perpetua no Planeta; em virtude disso, entre pais e filhos residem os mecanismos da sobrevivência humana, quanto à forma física, na face do orbe.
Fácil entender que é assim justamente que nós, os espíritos eternos, atendendo aos impositivos do progresso, nos revezamos na arena do mundo, ora envergando a posição de pais, ora desempenhando o papel de filhos, aprendendo, gradativamente, na carteira do corpo carnal, as lições profundas do amor – do amor que nos soerguerá, um dia, em definitivo, da Terra para os Céus.
Com semelhantes notas, objetivamos tão-só destacar a expressão calamitosa do aborto criminoso, praticado exclusivamente pela fuga ao dever.
Habitualmente - nunca sempre – somos nós mesmos quem planificara a formação da família, antes do renascimento terrestre, com o amparo e a supervisão de instrutores beneméritos, à maneira da casa que levantamos no mundo, com o apoio de arquitetos e técnicos distintos.
Comumente chamamos a nós antigos companheiros de aventuras infelizes, programando-lhes a volta em nosso convívio, a prometer-lhes a esperança e elevação e resgate, burilamento e melhoria.
Criamos projetos, aventamos sugestões, articulamos providências e externamos votos respeitáveis, englobando-nos com eles em salutares compromissos que, se observados, redundarão em bênçãos substanciais pra todo o grupo de corações a que se nos vincula a existência. Se, porém, quando instalados na Terra, anestesiamos a consciência, expulsando-os de nossa companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto, não lhes podemos prever as reações negativas e, então, muitos dos associados de nossos erros de outras épocas, ontem convertidos, à custa das nossas promessas de compreensão e de auxílio, fazem-se hoje – e isso ocorre bastas vezes, em todas as comunidades da Terra – inimigos recalcados que se nos entranham à vida intima com tal expressão de desencanto e azedume que, a rigor, nos infundem mais sofrimento e aflição que se estivessem conosco em plena experiência física, na condição de filhos-problemas, impondo-nos trabalho e inquietação.
Admitimos seja suficiente breve meditação, em torno do aborto delituoso, para reconhecermos nele um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões.
Emmanuel
Do livro “Vida e Sexo”, de Francisco Cândido Xavier. Edição FEB.
QUITAÇÃO
Todas as contas a resgatar pedem relação direta entre credores e devedores.
É por isso que te vês, frequentemente, na Terra, diante daqueles a quem deves algo.
No lar ou nas linhas que a marginam, é fácil reconhece-los, quando entregas desinteresse e dedicação, recolhendo aspereza e indiferença.
Muitas vezes, trazem nomes queridos no recinto doméstico, e assemelham-se a impassíveis verdugos, apresando-te o coração nas grades do sofrimento.
Em muitos lances da estrada, são amigos a quem te dás, sem reserva, e que te arrastam a dificuldades de longo curso.
Em várias ocasiões, são pessoas das quais enxugaste as lagrimas, situando-as na intimidade da própria vida, e que, de inesperado, te agridem a confiança com as pedras do desapreço.
Noutras circunstâncias, são companheiros de experiência que, de súbito, se transformam em adversários gratuitos de teu caminho, hostilizando-te, em toda parte.
Entretanto, se defrontando por semelhantes problemas, é indispensável te municies de amor e paciência, tolerância e serenidade, para desfazeres a trama da incompreensão.
Guarda a consciência no dever lealmente cumprindo e, haja o que houver, releva os golpes com que te firam, ofertando-lhes o melhor sentimento, a melhor idéia, a melhor palavra e a melhor atitude.
Água cristalina, pingando, gota a gota, converte o vaso de vinagre em vaso de água pura.
E, se depois de todos os teus gestos de fraternidade e benevolência, ainda te perseguem ou te injuriam, abençoa-os em prece e continua, adiante, fiel a ti mesmo, na certeza de que humildade, na hora da crise, é nota de quitação.
Emmanuel
Do livro “Justiça Divina”, de Francisco Cândido Xavier. Edição FEB.
O ANJO, O SANTO E O PECADOR.
O Pecador escutava a orientação de um Santo, que vivia, genuflexo, à porta de templo antigo, quando, junto aos dois, um Anjo surgiu na forma de homem, travando-se breve conversação entre eles.
O Anjo – Amigos, Deus seja louvado!
O Santo – Louvado seja Deus!
O Pecador – Louvado seja!
O Anjo (Dirigindo-se ao Santo) – Vejo que permaneceis em oração e animo-me a solicitar-vos apoio fraternal.
O Santo – Espero o Altíssimo em adoração, dia e noite.
O Anjo – Em nome Dele, rogo o socorro de alguém para uma criança que agoniza num lupanar.
O Santo – Não posso abeirar-me de lugares impuros...
O Pecador – Sou um pobre penitente e possa ajudar-vos, senhor.
O Anjo – Igualmente, agora, desencarnou infortunado homicida, entre paredes do cárcere...
Quem me emprestará mãos amigas para dar-lhe sepultura?
O Santo – Tenho horror aos criminosos...
O Pecador – Senhor, disponde de mim.
O Anjo – Infeliz mulher embriagou-se num bar próximo. Precisamos removê-la, antes que a morte prematura lhe arrebate o tesouro da existência.
O Santo – Altos princípios não me permitem respirar no clima das prostitutas.
O Pecador – Daí vossas ordens, senhor!
O Anjo – Não longe daqui, triste menina, abandonada pelo companheiro a quem se confiou, pretende afogar-se...É imperioso lhe estenda alguém braços fortes para que se recupere, salvando-se-lhe também o pequenino em vias de nascer.
O Santo – Não me compete buscar delinqüentes senão para corrigi-los.
O Pecador – Determinai, senhor, como devo fazer.
O Anjo – Um irmão nosso, viciado no furto, planeja assaltar, na semana corrente, o lar de viúva indefesa ...Necessitamos do concurso de quem o dissuada de semelhante propósito, aconselhando-o com amor.
O Santo – como descer ao nível do ladrão?
O Pecador – Ensinai-me como devo falar com ele.
Sem vacilar, o Anjo tomou o braço do Pecador prestativo e ambos se afastaram, deixando o Santo em meditação, chumbado ao solo.
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Enovelaram-se anos e anos na roca do tempo, que tudo altera. O átrio mostrava-se diferente. O Santuário perdera o aspecto primitivo e a morte despojara o Santo de seu corpo macerado por cilício e jejum, mas o crente imaculado aí se mantinha em Espírito, na postura de reverência.
Certo dia, sensibilizando mais intensamente as antenas da prece, viu que alguém descia da Altura a estender o coração em brando sorriso.
O Santo reconheceu-o.
Era o Pecador, nimbado de luz.
- Que fizeste para adquirir tanta glória? – perguntou-lhe, assombrado.
O ressurgido, afagando-lhe a cabeça, afirmou simplesmente:
- Caminhei.
Irmão X
Do livro “Idéias e Ilustrações”, de Francisco Cândido Xavier. Edição FEB.
Suporta o fardo de tua dor, avançando na estrada da vida heroicamente, ainda que seja um centímetro por dia; lembra-te de que hoje a noite maternal te enxugará o pranto com o repouso obrigatório, e de que amanhã o dia voltará, renovando todas as coisas.
Mariano José Pereira da Fonseca.
Do livro “Idéias e Ilustrações”, de Francisco Cândido Xavier. Edição FEB.
AUTENTICIDADE DOS EVANGELHOS
Nos tempos afastados, muito antes da vinda de Jesus, a palavra dos profetas, qual raio de verdade, preparava os homens para os ensinos mais profundos do Evangelho.
Mas, já desvirtuado pela versão dos setenta, o Antigo Testamento não refletia, nos últimos séculos antes do Cristo, mais que uma intuição das verdades superiores.
“As eternas verdades, que são os pensamentos de Deus” – diz eminente individualidade do espaço – foram comunicadas ao mundo em todas as épocas, levadas a todos os meios, postas ao alcance das inteligências, com paternal bondade. O homem, porém, as tem desconhecido muitas vezes. Desdenhoso dos princípios ensinados, arrastado por suas paixões, em todos os tempos passou ele ao pé de grandes coisas sem as ver. Essa negligência do belo moral, causa de decadência e corrupção, impeliria as nações à própria perda, se o guante da adversidade e as grandes comoções da História, abalando profundamente as almas, não as reconduzissem a essas verdades.
Veio Jesus, Espírito poderoso, divino missionário, médium inspirado, veio, encarnando-se entre os humildes, a fim de dar a todos o exemplo de uma vida simples e, entretanto, cheia de grandeza – vida de abnegação e sacrifício, que devia deixar na Terra inapagáveis traços.
A grande figura de Jesus ultrapassou todas as concepções do pensamento. Eis por que não pode ela ter sido criada pela imaginação. Nessa alma, de uma serenidade celeste, não se nota mácula nenhuma, nenhuma sombra. Todas as perfeições nela se fundem, com uma harmonia tão perfeita que se nos afigura o ideal realizado.
Sua doutrina, toda luz e amor, dirige-se, sobretudo aos humildes aos pobres, a essas mulheres, a esses homens do povo curvados sobre a terra, a essas inteligências esmagadas ao peso da matéria e que aguardam, na provação e no sofrimento, a palavra de vida que as deve reanimar e consolar.
E essa palavra lhes é prodigalizada com tão penetrante doçura, exprime uma fé tão comunicativa, que lhes dissipa todas as dúvidas e os arrasta a seguir as pegadas do Cristo.
O que Jesus chamava pregar aos simples “o Evangelho do Reino dos Céus”, era por ao alcance de todos o conhecimento da imortalidade e do Pai comum, do Pai cuja voz se faz ouvir na serenidade da consciência e na paz do coração.
Pouco a pouco essa doutrina, transmitida verbalmente nos primeiros tempos do Cristianismo, se altera e complica sob a influência de correntes opostas, que agitam a sociedade cristã.
Os apóstolos, escolhidos de Jesus para lhe continuarem a missão, muito bem o tinham sabido compreender; haviam recebido o impulso da sua vontade e da sua fé. Mas os seus conhecimentos eram restritos a eles não puderam senão conservar piedosamente, pela memória do coração, as tradições, os pensamentos morais e o desejo de regeneração que lhes havia Ele depositado no íntimo.
Em sua jornada pelo mundo os apóstolos se limitam, pois, a formar, de cidade em cidade, grupos de cristãos, os quais revelam os princípios essenciais; depois, vão intrepidamente levar a “boa nova” a outras regiões.
Os Evangelhos, escritos em meio das convulsões que assinalam a agonia do mundo judaico, depois sob a influência das discussões que caracterizam os primeiros tempos do Cristianismo, se ressentem das paixões, dos preconceitos da época e da perturbação dos Espíritos. Cada grupo de fieis, cada comunidade, tem seus Evangelhos, que diferem mais ou menos dos outros. Grandes querelas dogmáticas agitam o mundo cristão e provocam sanguinolentas perturbações no Império, até que Teodósio, conferindo a supremacia ao papado, impõe a opinião do bispo de Roma à cristandade. A partir daí, o pensamento, criador demasiado fecundo de sistemas diferentes, há se ser reprimido.
A fim de por termo a essas divergências de opinião, no próprio momento em que vários concílios acabam de discutir acerca da natureza de Jesus, uns admitindo, outros rejeitando a sua divindade, o papa Damaso confia a São Jerônimo, em 384, a missão de redigir uma tradução latina do Antigo e Novo Testamento. Essa tradução deverá ser, daí em diante, a única reputada ortodoxa e tornar-se-á a norma das doutrinas da Igreja: foi o que se dominou Vulgata.
Esse trabalho oferecia enormes dificuldades. São Jerônimo achava-se, como ele próprio o disse, em presença de tantos exemplares quantas cópias… essa variedade infinita de textos o obrigava a uma escolha e a retoques profundos. É o que, assustado com as responsabilidades incorridas, ele expõe nos prefácios da sua obra, prefácios reunidos em um livro célebre. Eis aqui, por exemplo, o que ele dirigiu ao papa Damaso, encabeçando a sua tradução latina dos Evangelhos:
Da velha obra me obrigais a fazer obra nova. Quereis que, de alguma sorte, me coloque como árbitro entre os exemplares das escrituras que estão dispersos por todo o mundo, e, como diferem entre si, que eu distinga os que estão de acordo como verdadeiro texto grego. É um piedoso trabalho, mas é também um perigoso arrojo, da parte de quem deve ser por todos julgado, julgar ele mesmo os outros, querer mudar a língua de um velho e conduzir à infância o mundo já envelhecido.
Qual, de fato, o sábio e mesmo o ignorante que, desde que tiver nas mãos um exemplar (novo), depois de haver percorrido apenas uma vez, vendo que se acha em desacordo com o que está habituado a ler, não se ponha imediatamente a clamar que eu sou um sacrílego, um falsário, porque terei tido a audácia de acrescentar, substituir, corrigir alguma coisa nos antigos livros?
Léon Denis
Do livro “Cristianismo e Espiritismo”, edição FEB.
HISTÓRIAS QUE NOS ENSINAM
No livro Voltei, Frederico Fígner, antigo dirigente da Federação Espírita Brasileira, narra detalhadamente o que ocorreu durante sua desencarnação, por meio da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, utilizando-se do pseudônimo “Irmão Jacob”.
Em determinado momento ele conta que, sob os cuidados de sua filha, Marta, naturalmente desencarnada bem antes dele, e de seu benfeitor, a quem denomina Irmão Andrade, ele é conduzido até a beira-mar, por ordem de Dr. Bezerra de Menezes, que assim diz:
-”É necessário sair de algum modo, conduzi-lo-emos à praia. As vibrações marítimas serão portadoras de grande bem ao reajustamento geral”.
Então ele observa que não é o único que estava sendo para ali conduzido e surpreende-se quando vê ser trazido o Espírito de uma singela senhora, que, ao contrário dos demais, era a única que irradiava luz.
Constrange-se, pois observa que seus vários anos estudando o Espiritismo e participando da administração da Casa Máter do Espiritismo no Brasil não lhe outorgaram títulos de superioridade, o que nos leva a concluir que o conhecimento das Leis que regem a vida do Espírito realmente facilita o momento de desencarnação, mas não faculta a elevação espiritual, e que só as virtudes morais, através da prática abnegada da caridade, conseguem produzir.
Outro importante ensinamento ali contido diz respeito à imparcialidade do socorro espiritual. Mais ou menos evoluídos, todos recebem o auxílio no mesmo momento.
Vejam o texto e os ensinamentos que ele contém:
- Em meia hora congregava-se ao nosso lado reduzida assembléia. Espíritos protetores traziam outras criaturas tão necessitadas de assistência quanto eu mesmo.
Esclareceu-me Marta que outros desencarnados, carecentes de amparo, se reuniam aí, esperando também a oportunidade de se ausentarem dos círculos terrenos.
Admirado, notei-lhes o abatimento, o cansaço.
Exceção de dois dos quinze “convalescentes da morte” que se aglomeravam junto de mim, sob o patrocínio de amigos abnegados, mostravam eles o olhar vitrificado e se movimentavam maquinalmente, orientados pelos benfeitores.
O Irmão Andrade notificou-me, delicado, que nem todos os socorridos se haviam desencarnado na véspera. Alguns permaneciam liberados desde alguns dias, mas não se apresentavam em condições de seguir adiante, senão naquela noite formosa e pacífica.Asseverou que não era tão fácil abandonar, sozinho, sem maior experiência na espiritualidade superior, o domicílio dos homens...
Tive a impressão que Dr. Bezerra era o supervisor da viagem. Organizou os grupos, distribuiu instruções e estimulava-nos, vigoroso e otimista, um a um.
Aproximou-se de mim e informou que a primeira jornada dos que se desenfaixam da carne exige providências que lhes garantam a tranquilidade, fazendo-me sentir que ainda nos demoraríamos um tanto, aguardando uma professora de bairro distante.
Escoaram-se alguns minutos e respeitável senhora, ladeada por dois benfeitores, acercou-se de nós.
Reconheci-lhe a elevação pela invejável serenidade. Formosa alegria pairava-lhe no semblante calmo.Saudou-nos a todos, simpática e feliz. De todos nós, os recém desencarnados que ali nos reuníamos, era a única de cujo peito irradiava luz.
Identifiquei-lhe a humildade cristã. A evidente superioridade que a distanciava de nós parecia afligi-la, tal a modéstia que lhe transparecia das atitudes.
Bezerra cumprimentou-a, bondoso, e confesso que, reparando aquela mulher de maneiras simples e afáveis, emitindo luminosidade sublime, inopinado sentimento de inveja me assaltou o coração.
Marta, todavia, lançou-me olhar de branda reprimenda.
Aquietei-me, de pronto, ponderando os sacrifícios a que fora por certo conduzida a bem-aventurada criatura, que me impressionava tão fortemente, para conquistar o precioso atributo.
Dono de enorme cabedal de informações sobre os maléficos efeitos da emissão mental menos digna, busquei a recuperação própria, reconciliando-me, apressado, comigo mesmo, em face da veneranda educadora cuja superioridade quase me feriu. Rearticulei as idéias do bem, dando-lhes curso intenso na atividade interior.
Minha filha sorriu, aprovando- me o silêncio.
José Antônio V. de Paula
Não estrague o seu dia. Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o Infinito Bem.
André Luiz/Francisco Cândido Xavier.
LEMBRE-SE QUE VOCÊ É:
O melhor secretário de sua tarefa,
O mais eficiente propagandista de seus ideais,
A mais clara demonstração de seus princípios,
O mais alto padrão de ensino superior que seu espírito abraça,
E a mensagem viva das elevadas noções que você transmite aos outros.
André Luiz/Francisco Cândido Xavier.
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