MURO DE ARRIMO
Através dos milênios sucessivos o homem tem procurado uma proteção contra as investidas da fortuna adversa.
No passado, construíam-se cidades fortificadas cercadas por muros descomunais para proteger a comunidade contra os inimigos externos, até hoje existe o atestado eloquente desses costumes em muitos lugares.
Porém, hoje, os tempos são outros, no entanto os muros estão presentes e dividem os filhos do mesmo pai, por uma razão ou outra.
Todavia nos lugares onde os ensinamentos de Jesus têm supremacia, somente se constroem muros de arrimo para ser o amparo seguro àqueles outros filhos de Deus que sofrem.
Por isso está sendo chamado a contribuir também para esse trabalho pedagógico de amor ao próximo, oferecendo o seu concurso fraterno, para ser um anteparo contra aqueles momentos de perplexidade que invariavelmente todos passam para se firmar diante das provações da vida.
Construa um muro de arrimo em seu coração onde possa amparar aqueles que sofrem mais. Não se diga sem valor e que não possa auxiliar alguém.
Seja sensato em suas decisões se não pode construir algo, pense muito antes de opinar sobre o que os outros fazem.
Não se arvore em juiz, porque pensado bem, não pode, a rigor, sequer julgar os seus próprios atos.
Vitalize o seu senso de humor e veja o lado bom da vida. Deixe o Sol entrar pela janela. Ame a vida. Não se junte aos pessimistas que há no mundo, porque é certo que eles farão ainda seus dias mais tristes.
Se realmente deseja melhorar a sua maneira de encarar a vida, é imperioso que abra as comportas do seu coração e deixe o amor jorrar em abundância, porque é o meio mais eficaz de sentir a vida em sua plenitude, somente imaginando, não chegará a lugar nenhum.
Qualquer pessoa pode ser útil, desde que se decida pelo trabalho, mas especialmente pelo trabalho em favor do próximo; nesse caso estará trabalhando mais ainda por si mesmo.
Lembre-se que na pessoa do próximo que tem a felicidade de auxiliar hoje, pode, na verdade, ser o seu anfitrião que o receberá amanhã na outra margem da existência.
Se porventura encontrar alguém que está passando por momentos de difícil travessia, pense logo que não está livre também de passar por esses momentos angustiosos, porém, se ajudá-lo, pode estar construindo dentro si uma muralha poderosa que o garanta naquele momento de maior crise emotiva e necessite, talvez, um ombro amigo, mesmo que seja só para chorar, e pode o remédio estar justamente naquele alguém anônimo que preste auxílio de maneira desinteressada.
Portanto, servindo ao próximo está servindo ao Criador de todas as coisas, porque sempre o Senhor tem chamado aquele mais afortunado de entendimento para auxiliá-lo no amparo àqueles outros seus filhos que se encontram em crises de sofrimento.
A própria vida contempla com muito amor aquele que coloca diante de si um projeto que procura levar amor e caridade aqueles outros filhos de Deus que estão passando por provações, configurando-se no muro de arrimo esse apoio fraterno que leva ao próximo mais próximo, por isso, matricule-se também nessa cruzada abençoada, porque agindo assim, estará abrindo, com certeza, acesso a construção de sua própria felicidade.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS
MULHER...
Cada criatura tem nas mãos o poder de construir um mundo melhor!
Para cada manhã que se renova, Deus transmite para cada um de nós, a melhor perspectiva de renovação mostrando que é preciso vencer as trevas da ociosidade, abrindo novos caminhos em horizontes distantes.
Deus deu ao homem a oportunidade de crescer e ser feliz; creditou-lhe ainda grandes fortunas para que pudesse administrar, construindo um novo tempo em seu relacionamento com todas as criaturas...
E ainda assim, multiplicou cada oportunidade para que chegasse a cada um o exemplo do trabalho, modificando a visão de cada um, em cada manhã que renasce plena de luz...
Deu-lhe ainda o maior tesouro, para ficar no coração, em cada momento de uma vida, a figura singela de uma grande luz, brilhando em toda sua extensão, ora como mãe, ora como a esposa, ora como irmã, ora como direcionamento, criando dessa fórmula, a grande oportunidade na evolução de cada um... E entregou para o céu e para a terra magnífica criatura que o homem chama de mulher!
Meimei
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, na noite de 08/03/2007, na cidade de Campo Grande/MS.
NOSSO LAR
André Luiz
(Sexta Parte)
Continuamos a seqüência resumida da obra “Nosso Lar”, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco C. Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira. Questões preliminares
A. Que é bônus-hora e para que serve ele?
R.: O bônus-hora foi definido por André Luiz como sendo uma espécie de ponto relativo a cada hora de serviço em benefício da comunidade. O bônus-hora exerce na vida em “Nosso Lar” um papel importante. Além de permitir a aquisição de certas utilidades necessárias aos habitantes da colônia, constitui um cabedal importante indispensável aos que necessitam interceder pelos familiares. (Nosso Lar, cap. 13, págs. 76 a 78.)
B. Em que condições André passou a trabalhar em “Nosso Lar”?
R.: Ele foi admitido no trabalho, não como médico, que fora na última existência na Terra, mas como aprendiz, e isso graças à intercessão de sua mãe e às preces das pessoas que ele, como médico, ajudara na existência recém finda. (Nosso Lar, cap. 14, págs. 81 a 84)
C. Que destino teve no plano espiritual a família de André?
R.: A mãe e sua irmã Luísa, que desencarnara quando André era criança, estavam muito bem, mas seu pai, Laerte, se encontrava havia doze anos no Umbral, envolvido mentalmente por duas desventuradas criaturas, a quem fizera muitas promessas na Terra. De igual forma, encontravam-se também no Umbral suas irmãs Clara e Priscila. (Nosso Lar, cap. 16, págs. 91 e 92.)
D. Como era a casa de Laura e quem morava ali?
R.: A casa de Laura, mãe de Lísias, era bem graciosa. Cercada de colorido jardim e dotada de um ambiente simples e acolhedor, possuía móveis quase idênticos aos terrestres, alguns quadros de sublime significação espiritual e um piano de grandes proporções, sobre o qual repousava grande harpa talhada em linhas nobres e delicadas. Nela moravam, além de Lísias, duas filhas, Iolanda e Judite, e uma neta, Eloísa. (Nosso Lar, cap. 17, págs. 96 a 99.)
Texto para leitura
40. Bônus-hora – Definido por André Luiz como sendo uma espécie de ponto relativo a cada hora de serviço em benefício da comunidade, o bônus-hora exerce na vida em “Nosso Lar” um papel importante. O caso da mulher que, depois de seis anos em “Nosso Lar”, só apresentava 304 bônus hora, é nesse sentido expressivo. Ela queria ajudar os filhos encarnados na Terra, mas lhe faltavam condições efetivas e méritos, porque todos os serviços que Clarêncio lhe sugerira foram por ela recusados. Tendo preferido, ao trabalho, o descanso nos Campos de Repouso, faltavam-lhe agora bônus-hora suficientes para interceder pelos parentes. (Cap. 13, pp. 76 a 78)
41. O fracasso como médico – André Luiz quis trabalhar como médico na colônia, mas teve de ouvir de Clarêncio duras observações sobre as facilidades que teve na Terra e seu fracasso na medicina. Sua ação equivocada na Terra não lhe dava, pois, o direito de pleitear a mesma função na colônia. (Cap. 14, pp. 81 e 82)
42. A oportunidade de ser aprendiz – Clarêncio recordou-lhe, porém, que nos quinze anos de clínica. Ele havia proporcionado receituário gratuito a mais de seis mil necessitados e que 15 dentre os beneficiados oravam a seu favor. Tais solicitações, acrescidas da intercessão de sua mãe, colaboraram para que ele fosse admitido no trabalho, não como médico, mas como aprendiz. Ao ouvir essas palavras, pela primeira vez André Luiz chorou de alegria na colônia que o abrigara. (Cap. 14, pp. 83 e 84)
43. O encontro com a mãe – Olhos arregalados de alegria, André viu enfim sua mãe entrar em seu quarto, de braços estendidos. Abraços, beijos, os mais sagrados transportes de ventura espiritual, misturados a lágrimas de mãe e filho, envolveram a ambos. Depois de conversarem bastante, ela, ajeitando sua fronte em seus joelhos, afagou-o de leve, confortando-o à luz de santas recordações. A presença maternal constituía para André infinito reconforto para o coração. Vendo, porém, que ele manifestava vontade de queixar-se de seus sofrimentos, ela não deixou e pediu-lhe que mudasse a atitude mental. Suas palavras o despertaram..Parecia que fluidos vigorosos, partidos do sentimento materno, vitalizavam-lhe o coração. (Cap. 15, pp. 86 e 87)
44. A família – A mãe falou-lhe de seu pai, Laerte, que se encontrava há doze anos no Umbral, envolvido mentalmente por duas desventuradas criaturas, a quem fizera muitas promessas na Terra. Laerte não conseguia vê-la quando o visitava. Tendo gasto muitos anos a fingir, viciara de tal modo a visão espiritual e restringira o padrão vibratório, que agora se achava só em companhia das relações que cultivara irrefletidamente, pela mente e pelo coração. As irmãs Claras e Priscila também viviam no Umbral, agarradas à crosta da Terra. Apenas Luísa, que desencarnou quando André era pequeno, a auxiliava no amparo à família. (Cap.16, pp. 91 e 92)
45. A casa de Laura – Admitido como aprendiz em “Nosso Lar”, após receber alta do tratamento ministrado pelo médico Henrique de Luna, André foi convidado a morar em casa de Laura, mãe do seu amigo Lísias. Uma pequena caderneta, entregue por Clarêncio, lhe daria direito de ingressar, durante um ano, nos Ministérios do Auxílio, da Regeneração, da Comunicação e do Esclarecimento. A casa de Laura era bem graciosa e cercada de colorido jardim. Ambiente simples e acolhedor, possuíam móveis quase idênticos aos terrestres, quadros de sublime significação espiritual e um piano de grandes proporções, sobre o qual repousava grande harpa talhada em linhas nobres e delicadas. Laura vivera em antiga cidade do Estado do Rio de Janeiro e na casa moravam,além de Lísias, duas filhas,Iolanda e Judite, e uma neta, Eloísa.(Cap. 17, pp. 96 e 97)
46. Livros e música – Iolanda mostrou o André livros maravilhosos.A arte fotográfica naquele plano surpreendeu-o muito. Um grande aparelho irradiava música suave. Era o louvor do momento crepuscular. No fundo surgiu o mesmo quadro da Governadoria, que ele não se cansava de contemplar todas as tardes, no parque hospitalar. (Cap. 17, pp. 98 e 99)
47. Hora da refeição – Após a oração, Laura serviu um caldo reconfortante e frutas perfumadas, que mais pareciam concentrados de fluidos deliciosos. Explicou-se então que todos os Ministérios em “Nosso Lar” valiam-se da alimentação, diferindo apenas a feição substancial. Na Comunicação e no Esclarecimento havia enorme dispêndio de frutos. Na Elevação, o consumo de sucos e concentrados não era pequeno. E na União Divina, os fenômenos de alimentação atingiam o inimaginável. (Cap. 18, pp. 100 e 101)
48. A neta desencarnada – Eloísa, neta de Laura, desencarnada há poucos dias, estava ainda em processo de recuperação, visto que viera do Umbral, onde estivera por quinze dias, diretamente para a Casa de Laura. Ela alimentava-se a sós, porquanto continuava nervosa e abatida. Laura explicou a André que não se deve trazer à mesa qualquer pessoa que se manifeste perturbada ou desgostosa. A neurastenia e a inquietação emitem fluidos pesados e venenosos, que se misturam automaticamente aos alimentos. A neta chorava ainda muito e Laura lhe dava conselhos diretos e muito francos sobre o noivo que ficara e que já estava namorando Maria da Luz, amiga de Eloísa. (Cap. 19, pp. 107 a 109) Frases e apontamentos importantes
XLVI. Precisamos da adesão mental de Laerte, para conseguir levantá-lo e abrir-lhe a visão espiritual. Não é possível acender luz em candeia sem óleo e sem pavio... (Mãe de André Luiz, cap. 16, pág. 92).
XLVII. Instrua-se. Não perca tempo. O interstício das experiências carnais deve ser bem aproveitado. (Clarêncio, cap. 17, pág. 96)
XLVIII. Os escritores de má-fé, os que estimam o veneno psicológico, são conduzidos imediatamente para as zonas obscuras do Umbral, e por aqui não se equilibram, nem mesmo no Ministério da Regeneração, enquanto perseverem em semelhante estado d’alma. (Laura, cap. 17, pág. 98)
XLIX. As refeições em “Nosso Lar” são muito mais agradáveis que na Terra. Há residências na colônia que as dispensam quase por completo, mas, nas zonas do Ministério do Auxílio, não se pode prescindir dos concentrados fluídicos, tendo em vista os serviços pesados e o grande dispêndio de energias. (Laura, cap. 18, pág. 100)
L. O maior sustentáculo das criaturas é o amor. Todo sistema de alimentação, nas variadas esferas da vida, tem no amor a base profunda. A alma, em si, apenas se nutre de amor. (Laura, cap. 18, pág. 101)
LI. O homem colhe o fruto do vegetal e o transforma segundo o paladar que lhe é próprio. As entidades desencarnadas necessitam de substâncias suculentas, tendentes à condição fluídica, e o processo será cada vez mais delicado, à medida que se intensifique a ascensão individual. (Lísias, cap. 18, pág. 101)
LII. A prática do bem constitui simples dever. O homem encarnado saberá, mais tarde, que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade recíproca, a confiança mútua, a luz da compreensão, o interesse fraternal constituem sólidos alimentos para a vida em si. (Laura, cap. 18, pág. 102)
LIII. O sexo é manifestação sagrada desse amor universal e divino, mas é apenas uma expressão isolada do potencial infinito. Entre os casais mais espiritualizados, o carinho e a confiança, a dedicação e o entendimento mútuos permanecem muito acima da união física, reduzida entre eles à realização transitória. (Laura, cap. 18, pág. 102)
LIV. A permuta magnética é o fator que estabelece ritmo necessário à harmonia. Para que se alimente a ventura, basta à presença e, às vezes, apenas a compreensão. (Laura, cap. 18, pp. 102 e 103)
LV. Em “Nosso Lar” aprendemos que a vida terrestre se equilibra no amor, sem que a maior parte dos homens se aperceba. Almas gêmeas, almas irmãs, almas afins constituem pares e grupos numerosos. Unindo-se umas às outras, amparando-se mutuamente, conseguem equilíbrio no plano da redenção. Quando, porém, faltam companheiros, a criatura menos forte costuma sucumbir em meio da jornada. (Judite, cap. 18, pág. 103)
TESOURO DA FRATERNIDADE
Não desprezes as pequeninas parcelas de carinho para que atinjas o tesouro da fraternidade.
Uma palavra confortadora.
O gesto de compreensão e ternura.
A frase de incentivo.
O presente de um livro.
A lembrança de uma flor.
Cinco minutos de palestra edificante.
O sorriso de estímulo.
A gota de remédio.
A informação prestada alegremente.
O pão repartido.
A visita espontânea.
Uma carta de entendimento e amizade.
O abraço de irmão.
O singelo serviço em viagem.
Um ligeiro sinal de cooperação.
Não é com o ouro fácil que descobrirás os mananciais ignorados e profundos da alma.
Não e com a autoridade do mundo que conquistarás a renovação real de um amigo.
Não é com a inteligência poderosa que colherás flores ocultas da confiança.
Mas sempre que o teu coração se inclinar pára um mendigo ou para um príncipe, envolvido na luz sublime da boa vontade, ajudando e servindo em nome do Bem, olvidando a ti mesmo para que outros se elevem e se rejubilem, guarda a certeza de que tocaste o coração do próximo com as santas irradiações das tuas pérolas de bondade e caminharás no mundo, sob a invencível couraça da simpatia, para encontrar o divino tesouro da fraternidade em plenos céus.
Emmanuel
Do livro “Lindos Casos de Chico Xavier”., de Ramiro Gama.
O ARGUMENTO
Ante os amados que te não compreendem, estimarias que todos cressem conforme crês.
Alguns jazem desesperados nas trevas do pessimismo. Outros caem, pouco a pouco, no abismo da negação. Há muitos que te lançam insulto em rosto, como se a tua convicção fosse passo à loucura. E surpreendes, em cada canto, aqueles que te falam pelo diapasão da ironia.
Mergulhas-te, muitas vezes, no oceano revolto das palavras veementes que os opositores, de imediato, não podem admitir; em outras ocasiões, desejas acontecimentos inusitados, que lhes alterem o modo de pensar e de ser.
Entretanto, recordemos o Cristo.
Ninguém, quanto ele, deixou na retaguarda tantas demonstrações do poder celeste. Deu nova estrutura à forma dos elementos. Apaziguou as energias desvairadas da Natureza. Reaqueceu corpos que a morte imobilizava. Restituiu visão aos cegos. Restaurou paralíticos. Limpou feridentos. Curou alienados mentais. Operou maravilhas, somente atribuíveis à ciência divina. Contudo, não foi pelos deslumbramentos produzidos que se converteu em mentor excelso da Humanidade.
Jesus agigantou-se, na esteira dos séculos, pela força do exemplo.
Anjo – caminhou entre os homens. Senhor do mundo – não reteve uma pedra pra repousar a cabeça. Sábio – foi simples. Grande – alinhou-se entre os pequenos. Juiz dos juízes – espalhou a misericórdia. Caluniado – lançou bênçãos. Traído – não reclamou. Acusado – humilhou a si mesmo. Ferido – esqueceu toda ofensa. Injuriado – silenciou. Crucificado – pediu perdão para os próprios verdugos. Abandonado – voltou para auxiliar.
Ação é voz que fala à razão.
Se aspiras, assim, a convencer os que te rodeiam, quanto à verdade, não olvides que, acima de todos os fenômenos passageiros e discutíveis, o único argumento edificante de que dispões é a tua própria conduta, no livro da própria vida.
Emmanuel
Do livro “Seara de Médiuns”, de Francisco Cândido Xavier. Edição FEB.
DOUTRINA ESPÍRITA
O princípio inteligente independe da matéria. A alma individual preexiste e sobrevive ao corpo. O ponto de partida ou de origem é o mesmo para todas as almas, sem exceção; todas são criadas simples e ignorantes e sujeitas a progresso indefinido. Nada de criaturas privilegiadas e mais favorecidas do que outras. Os anjos são seres que chegaram à perfeição, depois de haverem passado, somo todas as outras criaturas, por todos os graus de inferioridade. As almas ou Espíritos progridem mais ou menos rapidamente, mediante o uso do livre-arbítrio, pelo trabalho e pela boa-vontade.
A vida espiritual é a vida normal; a vida corpórea é uma fase temporária da vida do Espírito, que durante ela se reveste de um envoltório material, de que se despe por ocasião da morte.
O Espírito progride no estado corporal e no estado espiritual. O estado corpóreo é necessário ao Espírito até que haja galgado um certo grau de perfeição. Ele aí se desenvolve pelo trabalho a que é submetido pelas suas próprias necessidades e adquire conhecimentos práticos especiais. Sendo insuficiente uma só existência corporal para que adquira todas as perfeições, retoma um corpo tantas vezes quantas lhe forem necessárias e de cada vez encarna com o progresso que haja realizado em suas existências precedentes e na vida espiritual. Quando, num mundo, alcança tudo o que aí pode obter, deixa-o para ir a outros mundos, intelectual e moralmente mais adiantados, cada vez menos materiais, e assim por diante, até a perfeição de que é suscetível a criatura.
O estado ditoso ou infeliz dos Espíritos é inerente ao adiantamento moral deles; a punição que sofrem é conseqüência do seu endurecimento no mal, de sorte que, com o perseverarem no mal, eles se punem a si mesmos; mas, a porta do arrependimento nunca se lhes fecha e eles podem, desde que o queiram, volver ao caminho do bem e efetuar, com o tempo, todos os progressos.
As crianças que morrem em tenra idade podem ser Espíritos mais ou menos adiantados, porquanto já tiveram outras existências em que ou praticaram o bem ou cometeram ações más. A morte não os livra das provas que hajam de sofrer e, em tempo oportuno, eles voltam a uma nova existência na Terra, ou em mundos superiores, conforme o grau de elevação que tenham atingido.
A alma dos cretinos e dos idiotas é da mesma natureza que a de qualquer outro encarnado; possuem, muitas vezes, grande inteligência; sofrem pela deficiência dos meios de que dispõem para entrar em relação com os seus companheiros de existência, como os mudos sofrem por não poderem falar. É que abusaram da inteligência em existências pretéritas e aceitaram voluntariamente a situação de impotência para usar dela, a fim de expiarem o mal que praticaram.
Allan Kardec
Do livro “Obras Póstumas”. Edição FEB.
NINGUÉM ESTÁ OBRIGADO
O prolongado trabalho na seara da psicografia há de ter acrescentado mais sabedoria à Sabedoria de Chico Xavier.
Às vezes as lições brotam de sua memória como ecos. Por mais difíceis sejam, ganham beleza da simplicidade quando interpretadas por ele.
A Bondade Divina deixa livre as criaturas para aquisição do conhecimento.
A emancipação intima surgirá para consciência à medida que a consciência se disponha a buscá-la. Deus não nos obriga. Basta recordarmos Jesus:
“Vinde a mim todos vos que vos achais aflitos sobrecarregados que Eu vos aliviarei”.
Ele fez o convite, mas não nos obrigou.
“Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Se alguém quiser, ninguém a isso está obrigado.
Após a ressurreição de Lázaro, Jesus nos dá uma notável lição, quando acrescenta: “Desatai-o e deixai-o ir”. Era o sinal para que aos ressuscitado fosse dada também a liberdade de dispor como quisesse da vida que acabara de receber. Ele devolveu a vida a Lázaro e mandou deixá-lo livre.
Tão diferente de nós quando concedemos alguma ajuda material. Quase sempre nos ocorre policiar e recomendar o que deve ser feito dela.
Adelino da Silveira
Do livro “Momentos com Chico Xavier”.
UM IRMÃO DE REGRESSO
Os ensinamentos por nós recolhidos, na reunião da noite de 7 de outubro de 1954, constituem, a nosso ver, informações de grande interesse para todos os companheiros que militam no socorro aos desencarnados.
O mensageiro espiritual que nos visitou foi o nosso confrade Efigênio S. Vítor, antigo trabalhador do Espiritismo em Belo Horizonte, onde, por largos anos, emprestou as melhores forças à Doutrina que nos reconforta.
Sua palestra psicofônica demonstra com detalhes a carinhosa atenção prodigalizada por nossos Benfeitores Espirituais aos nossos agrupamentos doutrinários, porquanto o que se dá, em nossa agremiação simples e sincera, acontece em todas as casas espíritas onde o escopo essencial seja o serviço ao próximo, sob o amparo de nosso Divino Mestre.
Leiamos-lhe a mensagem consoladora e instrutiva.
Espírita militante que fui, muitas vezes, dirigindo sessões mediúnicas, desejei que algum dos companheiros desencarnados me trouxesse notícias do Além, tão precisas e claras quanto possível, a começar do ambiente das reuniões que eu presidia ou das quais partilhava.
Desembaraçado agora do corpo físico, não obstante carregar ainda muitas velhas imperfeições morais, tentarei comentar nossa paisagem de serviço, no intuito de fortalecê-los, na edificação que fomos chamados a levantar.
Como não ignoram, operamos aqui em bases de matéria noutra modalidade vibratória.
Por mercê de Deus, possuímos nossa sede de trabalho em cidade espiritual que se localiza nas regiões superiores da Terra ou, mais propriamente, nas regiões inferiores do Céu.
Gradativamente, a Humanidade compreenderá, com dados científicos e positivos, que há no
Planeta outras faixas de vida.
E assim como existe, por exemplo, para o serviço humano o solo formado de argila, areia, calcário e elementos orgânicos, temos para as nossas atividades o solo etéreo, em esfera mais elevada, com as suas propriedades químicas especiais e obedecendo a leis de plasticidade e densidade características.
É de lá, de onde se erguem organizações mais nobres para a sublimação do espírito e onde a Natureza estua em manifestações mais amplas de sabedoria e grandeza, que tornamos ao convívio de nossos irmãos encarnados para a continuação da tarefa que abraçamos no mundo.
Satisfazendo, porém, ao nosso objetivo essencial, aproveitaremos os minutos de que dispomos para falar-lhes, de algum modo, acerca da tela de nossas atividades.
Qual ocorre aos demais santuários de nossa fé, orientados pelo devotamento ao bem, junto aos quais o Plano Superior mantém operosas e abnegadas equipes de assistência, nossa casa, consagrada à Espiritualidade, é hoje um pequeno mas expressivo posto de auxílio, erigido à feição de pronto-socorro.
Com a supervisão e cooperação de vasto corpo de colaboradores em que se integram médicos e religiosos, inclusive sacerdotes católicos, ministros evangélicos e médiuns espíritas já desencarnados, além de magnetizadores, enfermeiros, guardas e padioleiros, temos aqui diversificadas tarefas de natureza permanente.
Nossa reunião está garantida por três faixas magnéticas protetoras.
A primeira guarda a assembléia constituída e aqueles desencarnados que se lhes conjugam à tarefa da noite.
A segunda faixa encerra um círculo maior, no qual se aglomeram algumas dezenas de companheiros daqui, ainda em posição de necessidade, à cata de socorro e esclarecimento
A terceira, mais vasta, circunda o edifício, com a vigilância de sentinelas eficientes, porque, além dela, temos uma turba compacta — a turba dos irmãos que ainda não podem partilhar, de maneira mais íntima, o nosso esforço no aprendizado evangélico. Essa multidão assemelha-se à que vemos, freqüentemente, diante dos templos católicos, espíritas ou protestantes com incapacidade provisória de participação no culto da fé.
Bem junto à direção de nossas atividades, está reunida grande parte da equipe de funcionários espirituais que nos preservam as linhas magnéticas defensivas.
À frente da mesa orientadora, congregam-se os companheiros em luta a que nos referimos.
E em contraposição com a porta de acesso ao recinto, dispomos em ação de dois gabinetes, com leitos de socorro, nos quais se alonga o serviço assistencial
Entre os dois, instala-se grande rede eletrônica de contenção, destinada ao amparo e controle dos desencarnados rebeldes ou recalcitrantes, rede essa que é um exemplar das muitas que, da vida espiritual, inspiraram a medicina moderna no tratamento pelo eletrochoque.
E assim organiza-se nossa casa para desenvolver a obra fraterna em que se empenha, a favor dos companheiros que não encontraram, depois da morte, senão as suas próprias perturbações.
Assinalando, de maneira fugacíssima, o setor de nossa movimentação, devemos recordar que, acima da crosta terrestre comum, temos uma cinta atmosférica que classificamos por «cinta densa», com a profundidade aproximada de 50 quilômetros, e, além dela, possuímos a «cinta leve», com a profundidade aproximada de 950 quilômetros, somando 1.000 quilômetros acima da esfera em que vocês presentemente respiram.
Nesse grande mundo aéreo, encontramos múltiplos exemplares de almas desencarnadas, junto de variadas espécies de criaturas subumanas, em desenvolvimento mental no rumo da
Humanidade.
Milhões de Espíritos alimentam-se da atmosfera terrestre, demorando-se, por vezes, muito tempo, na contemplação íntima de suas próprias visões e criações, nas quais habitualmente se imobilizam, à maneira da alga marinha que nutre a si mesma, absorvendo os princípios do mar.
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Meus amigos, para o espírita a surpresa da desencarnação pode ser muito grande, porque além-túmulo continuamos nas criações mentais que nos inspiravam a existência do mundo.
O Espiritismo é uma concessão nova do Senhor à nossa evolução multimilenária.
Surpreendemos em nossa Doutrina vastíssimo campo de libertação, mas também de responsabilidade profunda, e o maior trabalho que nos compete efetuar é o de nosso próprio burilamento interior, para que não estejamos vagueando nas trevas das horas inúteis, pois somente aqueles que demandam a morte, sustentando maiores valores de aperfeiçoamento próprio, é que se ajustam sem sacrifício à própria elevação.
Reportando-nos à experiência religiosa, poucos padres aqui continuam padres, poucos pastores prosseguem pastores e raros médiuns de nossas formações doutrinárias continuam médiuns, porquanto os títulos de serviço na Terra envolvem deveres de realização dos quais quase sempre vivemos em fuga pelo vício de pretender a santificação do vizinho, antes de nossa própria melhoria, em nos referindo à construção moral da virtude.
A morte é simplesmente um passo além da experiência física, simplesmente um passo.
Nada de deslumbramento espetacular, nada de transformação imediata, nada de milagre e, sim, nós mesmos, com as nossas deficiências e defecções, esperanças e sonhos.
Por isso, propunha-me a falar-lhes, de algum modo, nesta primeira visita psicofônica, do compromisso que assumimos, aceitando a nossa fé pura e livre... porque num movimento renovador tão grande, tão iluminativo e tão reconfortante quanto o nosso, é muito fácil começar, muito difícil prosseguir e, apenas em circunstâncias muito raras, somos capazes de conquistar a coroa da vitória para a tarefa que encetamos.
Somos espíritas encarnados e desencarnados.
À nossa frente, desdobra-se a vida — a vida que precisamos compreender com mais largueza de pensamento, com mais altura de ideal e com mais sadio interesse no estudo e na prática da Doutrina que vale em nossa peregrinação por sublime empréstimo de Deus.
Não se esqueçam de que se é grande a significação de nossa fé, enquanto viajamos no mundo, a importância dela é muito mais ampla depois de perdermos a veste fisiológica.
Em outra oportunidade, tornaremos ao intercâmbio. Nossos assuntos são fascinantes e, em outro ensejo, nossa amizade voltará.
Jesus nos ilumine e abençoe.
Efigênio S. Vítor
Do livro “Instruções Psicofônicas”, de Francisco Cândido Xavier.
PENAS ETERNAS
Assim, as penas impostas jamais o são por toda a eternidade? (pergunta 1009)
“Interrogai o vosso bom-senso, a vossa razão e perguntai-lhes se uma condenação perpétua, motivada por alguns momentos de erro, não seria a negação da bondade de Deus. Que é, com efeito, a duração da vida, ainda quando de cem anos, em face da eternidade? Eternidade! Compreendeis bem esta palavra? Sofrimentos, torturas sem-fim, sem esperanças, por causa de algumas faltas! O vosso juízo não repele semelhante idéia? Que os antigos tenham considerado o Senhor do Universo um Deus terrível, cioso e vingativo, concebe-se. Na ignorância em que se achavam, atribuíam à divindade as paixões dos homens. Esse, todavia, não é o Deus dos cristãos, que classifica como virtudes primordiais o amor, a caridade, a misericórdia, o esquecimento das ofensas. Poderia ele carecer das qualidades, cuja posse prescreve, como um dever, às suas criaturas? Não haverá contradição em se lhe atribuir a bondade infinita e a vingança também infinita? Dizeis que, acima de tudo, ele é justo e que o homem não lhe compreende a justiça. Mas, a justiça não exclui a bondade e ele não seria bom, se condenasse a eternas e horríveis penas a maioria das suas criaturas. Teria o direito de fazer da justiça uma obrigação para seus filhos, se lhes não desse meio de compreendê-la? Aliás, no fazer que a duração das penas dependa dos esforços do culpado não está toda a sublimidade da justiça unida à bondade? Aí é que se encontra a verdade desta sentença: "A cada um segundo as suas obras."
Comentários de Allan Kardec
Com o atrativo de recompensas e temor de castigos, procura-se estimular o homem para o bem e desviá-lo do mal. Se esses castigos, porém, lhe são apresentados de forma que a sua razão se recuse a admiti-los, nenhuma influência terão sobre ele. Longe disso, rejeitará tudo: a forma e o fundo. Se, ao contrário, lhe apresentarem o futuro de maneira lógica, ele não o repelirá. O Espiritismo lhe dá essa explicação.
A doutrina da eternidade das penas, em sentido absoluto, faz do Ente Supremo um Deus implacável. Seria lógico dizer-se, de um soberano, que é muito bom, muito magnânimo, muito indulgente, que só quer a felicidade dos que o cercam, mas que ao mesmo tempo é cioso, vingativo, de inflexível rigor e que pune com o castigo extremo as três quartas partes dos seus súditos, por uma ofensa, ou uma infração de suas leis, mesmo quando praticada pelos que não as conheciam? Não haveria aí contradição? Ora, pode Deus ser pior do que o seria um homem?
Outra contradição. Pois que Deus tudo sabe, sabia, ao criar uma alma, se esta viria a falir ou não. Ela, pois, desde a sua formação, foi destinada à desgraça eterna. Será isto possível, racional? Com a doutrina das penas relativas, tudo se justifica. Deus sabia, sem dúvida, que ela faliria, mas lhe deu meios de se instruir pela sua própria experiência, mediante suas próprias faltas. É necessário que expie seus erros, para melhor se firmar no bem, mas a porta da esperança não se lhe fecha para sempre e Deus faz que, dos esforços que ela empregue para o conseguir, dependa a sua redenção. Isto toda gente pode compreender e a mais meticulosa lógica pode admitir. Menos cépticos haveria, se deste ponto de vista fossem apresentadas as penas futuras.
Na linguagem vulgar, a palavra eterno é muitas vezes empregada figuradamente, para designar uma coisa de longa duração, cujo termo não se prevê, embora se saiba muito bem que esse termo existe. Dizemos, por exemplo, os gelos eternos das altas montanhas, dos pólos, embora saibamos, de um lado, que o mundo físico pode ter fim e, de outro lado, que o estado dessas regiões pode mudar pelo deslocamento normal do eixo da Terra, ou por um cataclismo. Assim, neste caso, o vocábulo — eterno não quer dizer perpétuo ao infinito, Quando sofremos de uma enfermidade duradoura, dizemos que o nosso mal é eterno. Que há, pois, de admirar em que Espíritos que sofrem há anos, há séculos, há milênios mesmo, assim também se exprimam? Não esqueçamos, principalmente, que, não lhes permitindo a sua inferioridade divisar o ponto extremo do caminho, crêem que terão de sofrer sempre, o que lhes é uma punição.
Demais, a doutrina do fogo material, das fornalhas e das torturas, tomadas ao Tártaro do paganismo, está hoje completamente abandonada pela alta teologia e só nas escolas esses aterradores quadros alegóricos ainda são apresentados como verdades positivas, por alguns homens mais zelosos do que instruídos, que assim cometem grave erro, porquanto as imaginações juvenis, libertando-se dos terrores, poderão ir aumentar o número dos incrédulos. A Teologia reconhece hoje que a palavra fogo é usada figuradamente e que se deve entender como significando fogo moral (974). Os que têm acompanhado, como nós, as peripécias da vida e dos sofrimentos de além-túmulo, através das comunicações espíritas, hão podido convencer-se de que, por nada terem de material, eles não são menos pungentes. Mesmo relativamente à duração, alguns teólogos começam a admiti-la no sentido restritivo acima indicado e pensam que, com efeito, a palavra eterno se pode referir às penas em si mesmas, como conseqüência de uma lei imutável, e não à sua aplicação a cada indivíduo. No dia em que a Religião admitir esta interpretação, assim como algumas outras também decorrentes do progresso das luzes, muitas ovelhas desgarradas reunirá.
Allan Kardec
Extraído do “Livro dos Espíritos”.
MEDITE UM POUCO
Se Deus construísse uma cidade só para os seus eleitos, mas esquecesse a extensão de tantas favelas, onde moram os seus verdadeiros discípulos que se deixaram ficar aqui na terra por amor aos seus irmãos que gemem e choram sob o peso que provação tão dolorosas. Muitos que da vida só conheceram a privação, a amargura, a tristeza e a solidão, não eram filhos do mesmo Deus?
Ambrósio
REFLEXÕES
Se as dificuldades aumentaram. Trabalhe mais. O trabalho é uma força tão poderosa que resolve a maioria dos problemas. O que não pode é perder sua estabilidade emocional. Se depender de você, não desista.
Trabalhe e confie.
Afinal já trabalho tantos anos, não vai ser agora que desistirá, quando já venceu os maiores obstáculos. Procure aprender novas técnicas e novas maneiras de agir. Atualize-se, não perca o rumo.
Áulus
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