"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO VI - N. 63 * Campo Grande/MS * Abril de 2011.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.


    Consiste a vida num traço de união entre o que foi e o que será, passando pelo porto chamado presente, cuja demora nesse porto é tão fugaz, quando se vai chegando já se está de partida. Áulus.


 


PERDÃO DAS OFENSAS

      “Perdoar aos inimigos, é pedir perdão para si mesmo”. (Evangelho segundo Espiritismo, Cap. X, item 15.)
      Com Jesus vê-se o perdão com a maior naturalidade, assim, quem não perdoa, parece que abdica voluntariamente de ser perdoado... As palavras pronunciadas por Ele parecem tão lógicas, tão sensatas como as águas dos rios que correm para o mar.
      O perdão é próprio das almas nobres, que calam os seus melindres, porque compreende que a vida é importante demais para se perder tempo com esse sentimento de baixa expressão, que em resumo, só depõe contra quem o cultiva, além de que o perdão é a maior prova de amor, pois somente quem ama é capaz de perdoar.
      Quando Pedro interrogou a Jesus, acerca de quantas vezes devia se perdoar, Jesus respondeu: “que se devia perdoar até setenta vezes sete vezes”, pois que a Humanidade tinha na pessoa de Pedro o máximo que se poderia perdoar seria sete vezes, mas Jesus multiplicou esse valor por setenta, dado a importância que este gesto representa para o coração humano.
      O perdão sob todos os aspectos é libertador. Pois que coloca a conta de mal entendido as ofensas e com isso diminui as dimensões do mal.
      Pode se questionar, mas haverá ventura maior que a paz de consciência? Que festa maior haverá no coração de que não tenha ressentimentos algum contra alguém? Quando deita no leito para o repouso noturno e interroga a sua consciência e não tem nada do que se escusar, que pode afirmar conscientemente que não lesou nem feriu ninguém.
      Se ainda não possui bastante amor a ponto de amar até os seus ofensores, nem por isso deve desanimar, porque o perdão representa a maior conquista, por isso é tão difícil, não desistir é um ato de coragem, porque um dia certamente olhará para o céu e dirá que está em paz com o mundo e consigo mesmo.
      A falta de perdão é o mal se impõe a si mesmo e sempre trás conseqüências dolorosas para quem não se esforça em cultivar esse heroísmo da alma.
      Quem perdoa aos poucos vai adquirindo o direito de ser perdoado. A própria vida é solidária, por isso que na oração ensinada por Jesus. Lembra-se? Perdoai as nossas ofensas assim como perdoarmos os nossos ofensores. Mostrando que em tudo há uma permanente interação de energias, sendo o mais afortunado aquele que se mostra mais conciliador, mais disposto a andar mais uma milha para evitar o mal.Ademais o perdão sempre será acompanhado de ações discretas e generosas, para atenuar tanto quanto possível esse desconforto interior e com mais brevidade, desapareça aquelas nuvens escuras que ameaçaram aqueles corações em crises.
      É necessário também perdão para si mesmo, porque perdoando a si mesmo sente-se na obrigação moral de perdoar o próximo também.
      Parece que Jesus pensou encerrar sua missão neste mundo, dando a prova maior do perdão, ao rogar ao Pai por aqueles que o crucificaram, mesmo porque sabia que amargas conseqüências adviriam a essas crianças insensatas, inclusive, rogando que não lhes imputasse mais esse delito.
      O perdão e o amor andam juntos.
      O perdão endireita o caminho e o amor o pavimenta.


Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS

 

A FÁBULA DO BURRO.

      É verdade que desde que nasci sempre me vira diante de graves responsabilidades, o ofício era carregar peso e mais peso no meu dorso.
      Nos primeiros dias de minha existência devia seguir a minha mãe em longas caminhadas, mas ela sempre muita carinhosa, porque mãe, sempre é mãe, porém, supunha-me desde cedo órfão, além que, ela era escrava. Já no segundo ano o senhor vendo que seguia junto a minha mãe, resolveu colocar às minhas costas um pequeno fardo, compatível com minha idade.
      Seguindo a idéia daquele senhor, assim ia aprendendo a profissão de carregar fardos. Dessa forma que aos poucos fui me adaptando a carregar pesos, enfrentando muitas vezes o mau humor do patrão, constando de chicotadas ou bordoadas para que aprendesse a me comportar diante de minhas obrigações.
      Assim, que não vendo alternativa seguia em frente, mesmo porque não havia outro jeito, era escravo daquele senhor. À medida que ia crescendo e adquirindo forças o peso sobre minhas costas ia aumentando também. Cada dia aumentava o peso que carregava como também os anos foram passando. Sempre naquela rotina repetitiva de carregar peso e mais peso.       Carregar, descarregar, carregar outras vezes, por caminhos de difícil travessia.
      Às vezes encontrava meus iguais pelo caminho ou pelas estalagens ao longo do percurso, muitas vezes havia hostilidade entre os demais irmãos, por conta de temperamento, alimento, água. Como também algumas vezes fizéramos amizades, porém cada um seguia o seu destino.
      Minha adolescência - não sei se tive, porque sempre estava em atividade; é claro que também sonhei um dia ter uma companheira, mas não tinha tempo, aliás, nunca me deram tempo; até sonhava muitas vezes com algumas jovens de minha idade, mas não eram suficientes decididas para compartilhar o peso que carregava, como a dizer “isso não é vida para mim”.       Mas a verdade é que por minha condição de submisso e assim tão desvalorizado, não quiseram ou não puderam me acompanhar, mesmo porque não havia condições.
      Depois de muitas lutas e sofrimentos vim a perceber alguma coisa, porque ainda que nunca tivesse a liberdade de escolher onde viver, nem por onde devia caminhar, podia pelo menos sonhar.
      É claro que no meu tempo de juventude, queria correr atrás do meu destino e fugi algumas vezes do meu senhor, mas para cada fuga levei uma surra que jamais esqueci; inclusive, numa dessas quase furaram meu olho, claro, que sem querer, mas a verdade é que fique quase cego. E, como castigo pusera sobre o meu lombo mais peso e mais trabalho. Pensava o meu senhor, com bastante peso ele não terá tempo de pensar bobagem.
      Um dia a caçula, uma garota muito esperta da família do meu Senhor me achou tão engraçadinho e resolveu que eu seria a sua montaria. A princesa da casa, no dia seguinte, com os irmãos fora fazer um passeio. Eles cavalgavam em outros animais, e ela seguia feliz no meu dorso. Chegando a um determinado lugar resolveram todos galopar; comigo não foi diferente até consegui acompanhar, mas numa curva surgiu alguma coisa estranha no caminho, assustado parei de repente; a caçulinha que não sabia das minhas manias, foi aterrissar lá na frente num monte de areia; fora um Deus nos acuda. Naquele dia ouvi todas as ofensas que um animal pode receber, além de que, levara uma tremenda surra. Zangados, deixaram-me de castigo e sem comer um dia inteiro.
      No outro dia a caçula fora me insultar lá no curral, usando de todos os adjetivos possíveis. Mas meu patrão, num ato de bondade, desconhecido daquele duro coração, sem explicação, mandou me soltar no pasto, com os outros animais. Dizendo: esse burro não tem jeito!
      E minhas dores se tornaram pesadas e muitas noites de muito cansaço, quando não era também obrigado a trabalhar à noite, ou ficar preso com a corda muito curta, muitas vezes não havia água nem comida.
      Quanta vez sofrera ofensa a minha própria pessoa; quantos disseram, que burro imprestável, apesar de todos os meus esforços para servi-los; ou, não vale o que está comendo, burro idiota, nunca vira um burro tão burro. Afinal, apesar de tudo, tenho um pouco de amor-próprio. E tantos adjetivos condenáveis lançaram contra mim. Quando ficava quieto acusavam-me de omisso, quando abria o meu peito para cantar as minhas mágoas, alguém dizia. Êta burro, burro só sabe as vogais, a, é, i, ó, u; porém para mim era como se fosse um canto de desabafo. Jogar minhas mágoas para fora e dizer que estava vivo.
      Sempre ia trabalhando, mas nunca aliviavam a carga.
      A dura rotina fora deixando o lombo ferido, porque às vezes não colocavam coberta para protegê-lo, mas seguia em frente; se porventura manifestava qualquer desconforto, era surrado porque estava fazendo manha, porém era dor insuportável mesmo, sem que ninguém tivesse a menor sensibilidade, ou apesar das dores ainda apanhava e levava mais peso. Um dia me revoltei e dei um baita coice num homem que me batia, nesse dia sim, apanhei tanto, que passei uma semana sem poder caminhar direito.
      Vi durante minhas viagens, famílias de meus iguais soltos e felizes, os pequenos corriam ao lado dos grandes, enquanto os pais estavam ali juntos, vi que alguns até ensaiavam os seus gritos de guerra. A, é, i, ó, u. Imaginei que esses pais tiveram infância, na juventude até tiveram direito de fazer as suas travessuras, que apesar das reprimendas dos mais experientes, isso constava no calendário de suas vidas como um triunfo, que gostariam de lembrar.
      Gostaria sim de ter um lar, com pais, irmãos, irmãs, parentes, amigos, Lembro-me muito bem ainda, depois que a mãe ficara velha. Fora vendida a alguém que a levou com outros nas mesmas condições, mas antes de partir, disse-me que um dia teria uma surpresa muito grande, que tivesse paciência, disse-me com lágrimas nos olhos, que um dia o maior homem do mundo, também dissera que “viera para servir e não para ser servido”, portanto, aumentasse a minha paciência, aquelas palavras de minha mãe sempre foram sagradas, aliás, sempre me comoveram muito; num final de tarde partiu, disse que jamais voltaria e realmente nunca mais voltou.
      Fiquei em seu lugar. Fiquei no seu lugar para carregar o peso que muitas vezes carregara. Trabalhou até os últimos tempos.
      Mas, um dia chegou à época da Semana Santa e aquele senhor foi passear na casa de uns parentes e fiquei num imenso curral, mas não sabia o que fazer com a liberdade, pois que nunca a tivera.
      Fizeram uma grande festa ao ar livre e lá do curral ouvia toda a conversa, quando alguém falou que um homem chamado Jesus, que fora o mais importante de todos, num dia festivo entrou na grande cidade; as pessoas colocavam até seus mantos para que passasse por cima, com palmas nas mãos cantavam Hosana (canto de louvor a Deus), pois que naquele dia chegara o ungido do Senhor, o maior de todos, estava montado num burro igual a mim e apontaram em minha direção, dizendo, era igualzinho aquele, que está ali no curral. Francamente, fiquei perplexo, não sabia se chorava ou se sorria, eu que fora sempre maltratado por todos, logo alguém da minha raça servindo ao maior Senhor que já existiu. Pensei imediatamente em minha mãe, seria essa a grande surpresa de minha vida? E ainda que esse homem dissesse “que viera para servir, não para ser servido”. Era a glória que jamais sonhara, nos arroubos de minha alma queria gritar para todo mundo saber, mas servir fora o que eu fiz na vida. Meu Deus! Fiz a coisa certa sem saber?
      Fiquei maravilhado, eu que sempre deplorava a minha situação de alimária desclassificada, agora exultava de alegria.       Depois surgiu em meu coração à idéia de vingança. Queria dizer umas verdades na cara daquele homem que me maltratara a vida inteira. Mas verdades implacáveis que ele ficasse com a cara no chão de tanta vergonha. Ah! Se pudesse, até mesmo faria com que ele carregasse peso igual ao que eu carregara. Seria uma vingança bizarra, mas sempre vingança. E vingança é uma coisa muito boa. Mas o tal homem que honrou tanto a minha raça, disse que a vingança é a pior coisa. O bom mesmo é perdoar. Assim...
      Comecei a pensar, mas burro pensa, dirá alguém, a única coisa que pode, como se ao burro fosse proibido pensar um pouco, que bom seria que houvesse uma estância perto, onde eu pudesse brincar com os outros jovens da minha idade, contar à história que eu ouvira, todos ficariam muito orgulhosos. Correr pelos campos, sentindo a natureza a cantar em toda parte, ter tempo até de sonhar, esperar o dia seguinte para continuar esse novo alvorecer, em contraste com a dura rotina que levava.
      Mas o que mais me deixou feliz, foi alguém da minha espécie ter sido tão importante, aquele dia fui feliz de verdade. Bem verdade que fiquei muito orgulhoso, certamente que contaria para todo o mundo, aliás, aumentaria um pouco ainda, diria que fora eu aquele tal que carregara o tal homem tão importante, que meu patrão, aliás, todo mundo falava o nome dele com o maior respeito.
      Depois que ouvi aquela história maravilhosa, gostaria de pensar só em algo bom, o que pudesse acontecer, queria alguém mais humano, que pelo menos deixasse os fins de semana livre, sem trabalhar. Pelo menos a ilusão que estava livre, fazer algo que quisesse naquele dia, Ter amigos para trocar experiências. Dormir sem ter que sonhar com aquele senhor duro e desumano. Só de pensar nele, tremia de horror, que só sabia fustigar e exigir mais trabalho, enfim ter um pouco de paz, e, quando absorto em sonhos, de repente ouvi a voz do senhor.
      Eta burro folgado! Agora vai trabalhar dobrado!... Pensei... Que bom seria se burro pudesse encarnar como humano, mas já me avisaram que burro não encarna como gente. Daí minha mágoa, mas quem sabe aquele homem famoso, possa ajudar-me e pelo menos na outra vez ter um pouco de paz. Não quero viver mais como burro. Está existência chega. Mesmo sendo um burro sabido, eu dispenso essa experiência.
      Conclusão: É sempre importante, ainda que muito tenha sofrido, mas também que tenha servido para alguma coisa, ainda que seja para carregar o fardo. Pois Ele, o Divino Amigo, declarou que veio ao mundo para servir; assim servir se tornou a mais importante meta daquele que adotou os ensinamentos de Jesus como norma de conduta.

Horácio
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS

NOSSO LAR


André Luiz
(Sétima Parte)

      Continuamos a seqüência resumida da obra “Nosso Lar”, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita

      Questões preliminares
      A. O lar em “Nosso Lar” é muito diferente do lar terreno?
      R.: Não. E o motivo é que, segundo Laura, o lar terrestre busca copiar o modelo de lar existente no plano espiritual, no qual as almas femininas assumem numerosas obrigações, preparando-se para voltar ao planeta ou para ascender a esferas mais altas. Laura acentuou o valor do serviço maternal em qualquer plano e informou que, quando o Ministério do Auxílio lhe confia crianças, suas horas de serviço são contadas em dobro. “Todos trabalham em nossa casa”, acrescentou Laura. “Oito horas de atividade no interesse coletivo, diariamente, é programa fácil a todos. Sentir-me-ia envergonhada se não o executasse também.” (Nosso Lar, cap. 20, págs. 110 a 114.)
      B. Existe propriedade individual na colônia?
      R.: Sim, mas ela é relativa. As aquisições são feitas à base de horas de trabalho. O bônus-hora serve para a aquisição de utilidades existentes na colônia, e qualquer delas pode ser adquirida com esses cupons. As construções em geral representam patrimônio comum, mas cada família espiritual pode conquistar um lar (nunca mais que um), apresentando 30.000 bônus-hora. (Nosso Lar, cap. 21, págs. 115 e 116.)
      C. Por que Laura, ao desencarnar, não passou pelo Umbral?
      R.: Em sua última existência terrena, Laura ficou viúva muito jovem, com os filhos ainda pequenos, e teve de enfrentar serviços rudes no planeta. A existência laboriosa livrou- a das indecisões e angústias do Umbral, por colocá-la a coberto de muitas e perigosas tentações. (Nosso Lar, cap. 21, pág. 116.)
      D. Como Laura teve acesso à lembrança de seu passado?
      R.: A lembrança das vidas pretéritas é proporcionada aos Espíritos gradualmente. No caso de Laura, só cada família espiritual pode conquistar um lar (nunca mais que um), apresentando 30.000 bônus-hora. A casa de Laura foi conquistada pelo trabalho de seu esposo Ricardo, que desencarnou dezoito anos antes dela. (Cap. 21, pp. 115 e 116)

      Texto para leitura
      49. O lar na colônia espiritual – Laura disse a André que ela, como todos em sua casa, tinham atribuições fora do lar. As finalidades da colônia residem precisamente no trabalho e no aprendizado. A organização doméstica em “Nosso Lar” é idêntica à da Terra? A essa pergunta, Laura respondeu: “O lar terrestre é que se esforça por copiar nosso instituto doméstico”. Profundos ensinamentos sobre o lar terrestre, bem como sobre o papel da mulher no mundo, foram transmitidos, então, a André Luiz. “As almas femininas, aqui, assumem numerosas obrigações, preparando- se para voltar ao planeta ou para ascender a esferas mais altas”, disse Laura, que acentuou o valor do serviço maternal em qualquer plano ao revelar: “Quando o Ministério do Auxílio me confia crianças ao lar, minhas horas de serviço são contadas em dobro”. Realçando a importância do trabalho, a mãe de Lísias aduziu: “Todos trabalham em nossa casa. Oito horas de atividade no interesse coletivo, diariamente, é programa fácil a todos. Sentir-me-ia envergonhada se não o executasse também”. (Cap. 20, pp. 110 a 114)
      50. Propriedade em “Nosso Lar” – A propriedade na colônia é relativa. As aquisições são feitas à base de horas de trabalho. O bônus-hora, no fundo, embora não sendo dinheiro, serve para a aquisição de utilidades existentes na colônia, e qualquer delas pode ser adquirida com esses cupons. As construções em geral representam patrimônio comum, mas depois de algum tempo é que ela e seu companheiro Ricardo tiveram acesso ao seu passado. Primeiramente, na Seção do Arquivo, os técnicos do Esclarecimento aconselharam-nos a ler suas memórias, durante dois anos, abrangendo o período de três séculos. Não foi permitido recordar as fases anteriores, porque ambos foram considerados incapazes de suportar as lembranças correspondentes a outras épocas. Depois de longo período de meditação para esclarecimento próprio, foram então submetidos a determinadas operações psíquicas, a fim de penetrar os domínios emocionais das recordações. Técnicos lhes aplicaram passes nos cérebros e Ricardo e Laura ficou senhores, então, de 300 anos de memória integral. (Nosso Lar, cap. 21, pág. 118.)
      51. O caso Laura – Laura ficara viúva muito jovem, com os filhos ainda pequenos, e teve de enfrentar serviços rudes no planeta. Os filhos foram desde cedo habituados aos trabalhos árduos. A existência laboriosa livrou-a das indecisões e angústias do Umbral, por colocá-la a coberto de muitas e perigosas tentações. Reencontrar Ricardo representava o céu para ela. A casa em que morava fora inaugurada com sua chegada. Mais tarde, Lísias, Iolanda e Judite reuniram-se ao casal, aumentando sua felicidade. (Cap. 21, pág. 116)
      52. Recordação do passado – A lembrança das vidas pretéritas é proporcionada aos Espíritos gradualmente. No caso de Laura, só depois de algum tempo é que ela e Ricardo tiveram acesso ao seu passado. Primeiramente, na Seção do Arquivo, os técnicos do Esclarecimento aconselharam-nos a ler suas memórias, durante dois anos, abrangendo o período de três séculos. Não foi permitido recordar as fases anteriores, porque ambos foram considerados incapazes de suportar as lembranças correspondentes a outras épocas. Depois de longo período de meditação para esclarecimento próprio, foram então submetidos a determinadas operações psíquicas, a fim de penetrar os domínios emocionais das recordações. Técnicos lhes aplicaram passes nos cérebros e Ricardo e Laura ficaram senhores, então, de 300 anos de memória integral. (Cap. 21, pág. 118)

      Frases e apontamentos importantes
      LVI. É por isso que o Evangelho de Jesus registra: “Nem só de pão vive o homem”. (Lísias, cap. 18, pág. 103)
      LVII. Os laços afetivos, no plano espiritual, são mais belos e mais fortes. O amor é o pão divino das almas, o pábulo sublime dos corações. (Laura, cap. 18, pág. 104) (Continua no próximo número...).
      LVIII. A neurastenia e a inquietação emitem fluidos pesados e venenosos, que se misturam automaticamente às substâncias alimentares. (Laura, cap. 19, pág. 105).
      LIX. Na Terra temos sempre a ilusão de que não há dor maior que a nossa. Pura cegueira! (Laura, cap. 19, pág. 107)
      LX. O lar é como se fora um ângulo reto nas linhas do plano da evolução. A reta vertical é o sentimento feminino, envolvido nas inspirações criadoras da vida. A reta horizontal é o sentimento masculino, em marcha de realizações no campo do progresso comum. (Laura, cap. 20, pág. 111)
      LXI. O lar é o sagrado vértice onde o homem e a mulher se encontram para o entendimento indispensável. É um templo, onde as criaturas devem unir-se espiritualmente, antes que corporalmente. (Laura, cap. 20, pág. 111)
      LXII. Em sua maioria, porém, os casais terrestres passam as horas sagradas do dia vivendo a indiferença ou o egoísmo feroz. Quando um está calmo, o outro está desesperado. (Laura, cap. 20, pág. 111)
      LXIII. O lar é instituição essencialmente divina, onde se deve viver com todo o coração e com toda a alma. Mas, passado o período do noivado, onde o assunto mais trivial assume singular encanto, a maioria concessões recíprocas. Não mais a tolerância, nem mesmo fraternidade. A beleza luminosa do amor apaga- se, quando os cônjuges perdem a camaradagem e o gosto de conversar. (Laura, cap. 20, pág. 112)
      LXIV. O motivo disso é que, na fase atual evolutiva da Terra, existem raríssimas uniões de almas gêmeas e reduzidos matrimônios de almas irmãs ou afins, enquanto é esmagadora a percentagem de ligações de resgate. O maior número de casais humanos é constituído de verdadeiros forçados, sob algemas. (Laura, cap. 20, pág. 113)
      LXV. As almas femininas não podem permanecer inativas em “Nosso Lar”. É preciso aprender a ser mãe, esposa, missionária, irmã. A tarefa da mulher, no lar, não pode circunscrever-se a umas tantas lágrimas de piedade ociosa e a muitos anos de servidão. (Laura, cap. 20, pág. 113)
      LXVI. “Nosso Lar” ensina que existem nobres serviços de extensão do lar, para as mulheres. A enfermagem, o ensino, a indústria do fio, a informação, os serviços de paciência representam atividades assaz expressivas. O homem deve aprender a carrear para o ambiente do lar a riqueza de suas experiências, e a mulher precisa conduzir a doçura do lar para os labores ásperos do homem. Dentro de casa, a inspiração; fora dela, a atividade. Uma não viverá sem a outra. (Laura, cap. 20, pág. 113)
      LXVII. O suor do corpo ou a preocupação justa, nos campos de atividade honesta, constituem valiosos recursos para a elevação e defesa da alma. (Laura, cap. 21, pág. 116)
      LXVIII. Antes de recordar as vidas passadas, é indispensável nos despojarmos das impressões físicas. As escamas da inferioridade são muito fortes. É preciso grande equilíbrio para podermos recordar, edificando. Portanto, somente a alma muito segura de si recebe tais atributos como realização espontânea. (Laura, cap. 21, pág. 117)
      LXIX. Em “Nosso Lar”, o celeiro fundamental é propriedade coletiva. Todos cooperam no engrandecimento do patrimônio comum e dele vivem. Os que trabalham, porém, adquirem direitos justos. (Laura, cap. 22, pág. 120)
      LXX. Cada habitante de “Nosso Lar” recebe provisões de pão e roupa, no que se refere ao estritamente necessário, mas os que se esforçam na obtenção de bônus-hora conseguem certas prerrogativas na comunidade social. (Laura, cap. 22, pág. 121) Continua no próximo número..

 

PÁGINA AO IRMÃO MAIS VELHO

      Ajuda o teu filho enquanto é tempo.
      A existência na Terra é a vinha de Jesus, em que nascemos e renascemos.
      Quantos olvidam seus filhinhos, a pretexto de auxílio ao próximo e acabam por fardos pesados a toda a gente!
      Quantos se dizem portadores da caridade para o mundo e relegam o lar ao desespero e ao abandono?!...
      Não convertas o companheiro inexperiente em ornamento inútil, na galeria da vaidade, nem lhe armes um cárcere no egoísmo, arrebatando à realidade, dentro da qual deve marchar em companhia de todos.
      Dá-lhe, sempre que possível a bênção dos recursos acadêmicos; contudo, antes disso, abre-lhe os tesouros da alma, para que não se iluda com as fantasias da inteligência quando procura agir sem Deus.
      Ensina-lhe a lição do trabalho, preparando-o simultaneamente na arte de ser útil, a fim de que não se transforme em alimária inconsciente.
      Os pais são os ourives da beleza interior.
      O buril do exemplo e a lâmpada sublime da bondade são os divinos instrumentos de tua obra.
      Não imponhas à formação juvenil os ídolos do dinheiro e da força.
      A bolsa farta de moedas, na alma vazia de educação, é roteiro seguro para morte dos valores espirituais. O poder sem amor gera fantoches que a verdade destrói no momento preciso.
      Garante a infância e a juventude para a vida honrada e pacífica.
      Que seria do celeiro se o lavrador não preservasse a semente?
      Quem despreza o grelo frágil é indigno do fruto.
      Faze do teu filho o melhor amigo, se desejas um continuador para os teus ideais.
      Que será de ti se depois de tua passagem pela carne não houver um cântico singelo de agradecimento endereçado ao teu espírito, por parte daqueles que deves amar? Que recolherás na seara da vida, se não plantares o carinho e o respeito, a harmonia e solidariedade, nem mesmo um pequenino canteiro doméstico.
      Não reproves a esmo. A tua segurança de hoje lança raízes na tolerância de teu pai e na doçura das mãos enrugadas e ternas de tua mãe.
      Esquece a cartilha escura da violência. Que seria de ti sem a paciência de algum velho amigo ou de algum mestre esquecido que te ensinaram o caminhar?
      O destino é um campo restituindo invariavelmente o que recebe.
      Ama teu filho e faze dele o teu confidente. E quanto puderes, como teu entendimento e com o teu coração, ajuda-o, cada dia, para que não te falte à visão consoladora da noite estrelada na hora do repouso e para que te glorifiques, em plena luz, no instante bendito do sublime despertar.

Emmanuel/Francisco Cândido Xavier
Do livro “Lindos Casos de Chico Xavier”, de Ramiro Gama.

GRATIDÃO

      O homem por detrás do balcão olhava a rua de forma distraída.
      Uma garotinha se aproximou da loja e amassou o narizinho contra o vidro da vitrine.
      Os olhos da cor do céu brilhavam quando viu um determinado objeto.
      Entrou na loja e pediu para ver o colar de turquesa azul.
      É para minha Irma. Pode fazer um pacote bem bonito? Diz ela.
      O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e lhe perguntou:
      Quanto de dinheiro você tem?
      Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia m lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós.
      Colocou-o sobe o balcão feliz, disse.
      Isso dá.
      Eram apenas algumas moedas que ela exibia orgulhosa. Sabe, quero dar este presente para minha irmã mais velha.       Desde que morreu nossa mãe ela cuida da gente e não tem tempo para ela. É aniversário dela e tenho certeza que ficará feliz com o colar que é da cor de seus olhos.
      O homem foi para o interior da loja, colocou o colar em um estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde.
      Tome! Disse para a garota. Leve com cuidado.
      Ela saiu feliz saltitando pela rua abaixo.
      Ainda não acabava o dia quando uma linda jovem de cabelos loiros e maravilhosos olhos azuis adentrou a loja.
      Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e indagou.
      Este colar foi comprado aqui?
      Sim senhora.
      E quanto custou?
      Ah!. Falou o dono da loja.
      O preço de qualquer produto da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o cliente.
      A moça continuou.: “Mas minha Irma tinha somente algumas moedas? O colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagá-lo!”
      O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fia e o devolveu à jovem.
      Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar.
      ELA DEU TUDO O QUE TINHA.
      O silêncio encheu a pequena loja e duas lagrimas rolaram pela face emocionada da jovem enquanto suas mãos tomavam o pequeno embrulho.

      Verdadeira doação, dar-se por inteiro, sem restrições.
      Gratidão de quem ama não coloca limites para os gestos de ternura. Seja sempre grato, mas não espere pelo reconhecimento de ninguém.
      Gratidão com amor não apenas aquece quem recebe, como reconforta quem oferece.

Autor desconhecido.

      Uma orientação segura sempre trás resultados maravilhosos, basta que busque nos livros dos mestres e no campo experimental do mundo, lições que o permita se tornar melhor. Após essa decisão, descobrirá que não existe algo mais importante a fazer do que praticar a caridade, que será o seu ponto de referência, porque existe uma enorme diferença entre discursar e realizar, entre falar e exemplificar. Áulus.

 

APRENDIZES E ADVERSÁRIOS

      Jonathan, Jessé e Eliakim, funcionários do Templo de Jerusalém, passando por Cafarnaum, procuraram Jesus no singelo domicílio de Simão Pedro.
      Recebidos pelo Senhor, entregaram-se, de imediato, à conversação.
      - Mestre - disse o primeiro -, soubemos que a tua palavra traz ao mundo as Boas Novas do Reino de Deus e, entusiasmados com as tuas concepções, hipotecamos ao teu ministério o nosso aplauso irrestrito. Aspiramos, Senhor, à posição de discípulos teus...
      Não obstante as obrigações que nos prendem ao sagrado Tabernáculo de Israel, anelamos servir-te, aceitando-te as idéias e lições, com as quais seremos colunas de tua causa na cidade eleita do Povo Escolhido... Contudo, antes de solenizar nossos votos, desejamos ouvir-te quanto à conduta que nos compete à frente dos inimigos...
      - Messias, somos hostilizados por terríveis desafetos, no Santuário - exclamou o segundo -, e, extasiados com os teus ensinamentos, estimaríamos acolher-te a orientação.
      - Filho de Deus - pediu o terceiro -, ensina-nos como agir...
      Jesus meditou alguns instantes, e respondeu:
      - Primeiramente, é justo considerar nossos adversários como instrutores. O inimigo vê junto de nós a sombra que o amigo não deseja ver e pode ajudar-nos a fazer mais luz no caminho que nos é próprio. Cabe-nos, desse modo, tolerar-lhe as admoestações, com nobreza e serenidade, tal qual o ferro, que após sofrer, paciente, o calor da forja, ainda suporta os golpes do malho com dignidade humilde, a fim de se adaptar à utilidade e à beleza.
      Os visitantes entreolharam-se, perplexos, e Jonathan retomou a palavra, perguntando:
      -Senhor, e se somos injuriados?
      - Adotemos o perdão e o silêncio - disse Jesus. - Muita gente que insulta é vítima de perturbação e enfermidade.
      - E se formos perseguidos? - indagou Jessé.
      - Utilizemos a oração em favor daqueles que nos afligem, para que não venhamos a cair no escuro nível da ignorância a que se acolhem.
      - Mestre, e se nos baterem, esmurrarem? - interrogou Eliakim. - que fazer se a violência nos avilta e confunde?
      - Ainda assim - esclareceu o brando interpelado -, a paz íntima deve ser nosso asilo e o amor fraterno a nossa atitude, porquanto, quem procura seviciar o próximo e dilacerá-lo está louco e merece compaixão.
      - Senhor - insistiu Jonathan -, que resposta oferecer, então, à maledicência, à calúnia e à perversidade?
      O Cristo sorriu e precisou:
      - O maledicente guarda consigo o infortúnio de descer à condição do verme que se alimenta com o lixo do mundo, o caluniador traz no coração largas doses de fel e veneno que lhe flagelam a vida, e o perverso tem a infelicidade de cair nas armadilhas que tece para os outros. O perdão é a única resposta que merecem, porque são bastante desditosos por si mesmos.
      - E que reação assumir perante os que perseguem? - inquiriu Jessé, preocupado.
      - Quem persegue os semelhantes tem o espírito em densas trevas e mais se assemelha ao cego desesperado que investe contra os fantasmas da própria imaginação, arrojando-se ao fosso do sofrimento.
      Por esse motivo, o socorro espiritual é o melhor remédio para os que nos atormentam...
      - E que punição reservar aos que nos ferem o corpo, assaltando-nos o brio? - perguntou Eliakim espantado.
      - Refiro-me àqueles que nos vergastam a face e fazem sangrar o peito...
      - Quem golpeia pela espada, pela espada será golpeado também, até que reine o Amor Puro na Terra - explicou o Mestre, sem pestanejar. - Quem se rende às sugestões do crime é um doente perigoso que devemos corrigir com a reclusão e com o tratamento indispensável. O sangue não apaga o sangue e o mal não retifica o mal...
      E, espraiando o olhar doce e lúcido pelos circunstantes, continuou:
      - É imperioso saibamos amar e educar os semelhantes com a força de nossas convicções e conhecimentos, a fim de que o Reino de Deus se estenda no mundo... As Boas Novas de Salvação esperam que o santo ampare o pecado trevas e mais se assemelha ao cego desesperado que investe contra os fantasmas da própria imaginação, arrojando-se ao fosso do sofrimento.
      Por esse motivo, o socorro espiritual é o melhor remédio para os que nos atormentam...
      - E que punição reservar aos que nos ferem o corpo, assaltando-nos o brio? - perguntou Eliakim espantado.
      - Refiro-me àqueles que nos vergastam a face e fazem sangrar o peito...
      - Quem golpeia pela espada, pela espada será golpeado também, até que reine o Amor Puro na Terra - explicou o Mestre, sem pestanejar. - Quem se rende às sugestões do crime é um doente perigoso que devemos corrigir com a reclusão e com o tratamento indispensável. O sangue não apaga o sangue e o mal não retifica o mal...
      E, espraiando o olhar doce e lúcido pelos circunstantes, continuou:
      - É imperioso saibamos amar e educar os semelhantes com a força de nossas convicções e conhecimentos, a fim de que o Reino de Deus se estenda no mundo... As Boas Novas de Salvação esperam que o santo ampare o pecador, que o são ajude o enfermo, que a vítima auxilie o verdugo...
      Para isso, é imprescindível que o perdão incondicional, com o olvido de todas as ofensas, assegure a paz e a renovação de tudo...
      Nesse ínterim, uma criança doente chorou em alta voz num aposento contíguo.
      O Mestre pediu alguns instantes de espera e saiu para socorrê-la, ao regressar, debalde buscou a presença dos aprendizes fervorosos e entusiastas.
      Na sala modesta de Pedro não havia ninguém.

Irmão X
Do livro “Contos desta e Doutra vida”, de Francisco Cândido Xavier.

 

REENCONTRO...

      Todos nós sabemos que o amor de Deus é um cálice que temos que segurar em nossas mãos para que aprendamos a transformar em oportunidades de luz cada momento de nossas vidas.
      Nele podemos aprender a doar o nosso amor em cada momento em que somos chamados a prestar um auxilio para a criatura que está em sofrimento, melhorando o seu aspecto espiritual, garantindo dessa forma, uma recuperação espontânea em que nos vemos como emissários da paz, transformando a dor em recuperação prévia, alavancada pela esperança que se apresenta na forma de caridade humana.
      Somos o retrato de nós mesmos, enquanto prosseguimos no caminho... Garantindo a nossa própria sobrevivência, o obstáculo que se apresenta em todas as nossas lutas, descobrimos a fórmula que ultrapassa a razão, melhorando a nossa qualidade de vida, entalhada na madeira forte e firme, que conquistamos pela nossa permanência no bem...
      E descobrimos também que seguramos as mãos de nosso Senhor Jesus Cristo, principalmente nesta sexta-feira que nos convoca ao realismo de nossas convicções religiosas mantendo a nossa fé inabalável na ressurreição e na vida que descobrimos nesse momento único, onde nos reconhecemos como filhos de Deus.
      Somos também essa vida que se espalha em outras vidas, multiplicando cada oportunidade que conquistamos através do esforço individual, e melhorando a nossa capacidade de servir, enquanto vamos despertando-nos no mundo dos espíritos, acelerando os passos para o reencontro com os nossos entes queridos que nos precederam na vida maior, nos garantindo através de cada páscoa que se renova em nós mesmos, o reencontro no amor sem adeus.

Ezequiel
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, na noite de 05/04/2007, na cidade de Campo Grande/MS.

A VIDA DO ESPÍRITO

      A vida do espírito, em seu conjunto, apresenta as mesmas fases que observamos na vida corporal. Ele passa gradualmente do estado de embrião ao de infância, para chegar, percorrendo sucessivos períodos, ao de adulto, que é o da perfeição, com a diferença de que para o Espírito não há declínio, nem decrepitude, como na vida corporal; que a sua vida, que teve começo, não terá fim; que imenso tempo lhe é necessário, do nosso ponto de vista, para passar da infância espírita ao completo desenvolvimento; e que o seu progresso se realiza, não num único mundo,mas vivendo ele em mundos diversos.       A vida do Espírito, pois, se compõe de uma serie de existências corpóreas, cada uma das quais representa para ele uma ocasião de progredir, do mesmo modo que cada existência corporal se compõe de uma série de dias, em cada um dos quais o homem obtém um acrescimento de experiência e de instrução. Mas, assim, como, na vida do homem,há dias que nenhum fruto produzem, na do Espírito há existências corporais de que ele nenhum resultado colhe, porque não as soube aproveitar.

Allan Kardec
De “O Livro dos Espíritos”, comentário a pergunta 189 e seguintes.

 

 

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ANO VI - Nº 63 – Campo Grande/MS – Abril de 2011.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
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