À MINHA QUERIDA MÃE
Neste buquê de flores que venho depor em seus braços carinhosos, trago-lhe o meu coração e declaro-lhe que a amo muito e que representa o que há de mais sublime em minha vida, mas também, repetir, nesta data festiva junto à senhora, como nos dias passados de minha infância, aquela oração tão antiga e tão grandiosa em agradecimento por tê-la como mãe: “Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino...” lembrando que Ele, Jesus de Nazaré, veio trazer novas claridades aos nossos corações, porque somente quem ama como Ele amou, será capaz de tanto heroísmo, e sinto que conhece verdadeiramente a sua mensagem, especialmente por aceitar-me como filho... e por fim dizer-lhe:
Mãe, seu nome seja bendito... Mas também dizer a todas as outras mães...
Mãe dos santos e dos pecadores; mãe dos simples e dos doutores; mãe dos felizes e dos aflitos; mãe dos pobres e dos ricos; mãe de todos: vencidos e vencedores, porque todos bendizem o nome de mãe.
E também gostaria de escrever-lhe uma carta que ficasse gravada em caracteres indeléveis na história do tempo, contando tantos pormenores de quem sente uma enorme gratidão por a senhora existir, afinal, é a grande responsável de eu estar aqui cumprindo um papel com vista a um futuro mais promissor, pois que a reencarnação é uma oportunidade bendita de refazer o destino, e eu a tenho, graças à senhora, minha querida mãe, pois que se não fosse seu gesto de heroísmo, de aceitar-me no seu lar, é certo que sequer estivesse aqui hoje.
É verdade também que somente agora possa avaliar a extensão desse amor, pois que quando se é jovem tem-se a cabeça povoada de sonhos, e cada passo é tomado por mil sentimentos, e muitas vezes se esquece o principal, foi o meu caso, isto é, esqueci-me de viver junto à senhora tantos momentos preciosos, porém, hoje, posso afirmar que é estrela que iluminou os meus passos sempre.
Depois de muitos sofrimentos e haver apreendido somente com os meus próprios erros, finalmente despertei para a realidade e de ainda contar com a sua presença carinhosa, por conta de um grande amor, pois que continua me amando, apesar de muitas vezes não haver se comportado de maneira correta, até mesmo por conta da minha inexperiência
Somente quando a vida começou a ensinar-me as lições mais verdadeiras, é que compreendia tardiamente o mal que causara a mim mesmo, mas a verdade que hoje quero me penitenciar de todos esses deslizes, para assim me redimir de todos os meus delírios, pois sinto que em suas mãos está a luz da minha estrada e neste ato de reflexão quero deixar bem claro o quanto sou grato ao seu coração de mãe.
A verdade é que seu grande exemplo de mãe desprendida faz-me um enorme benefício, porque a vejo nas mães dos outros também, tornando-me, assim, mais solidário e mais respeitoso com essa figura que se chama mãe. Eu que sempre fora tão pobre, mas com sua presença julgo-me afortunado por ter uma mãe como a senhora, porque não há nada no mundo que possa suplantá-la, com a sua imagem simples e carinhosa é tudo para mim, por isso, estou aqui para beijar-lhe as mãos num gesto de carinho e gratidão.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS
A BORBOLETA QUE RELUZ
Há muito tempo quando o homem branco ainda não havia pisado nesta terra somente a Natureza fazia as mudanças.
Uma grande tribo Guarani que dominava extenso território de muitas léguas vivia junto ao grande lago de águas cristalinas. A região referida, hoje está localizada no Sul de Mato Grosso do Sul. Estes primitivos habitantes de nosso País alimentavam-se de maneira muito frugal, frutos silvestres, mel, caça, em alguns casos, uma agricultura rudimentar. Logo abaixo desse lago, passava enorme rio onde havia muito peixe, e a tribo ali pescava e depois no outro lado do rio, ficava o campo de caça.
Existia uma família típica, muito unida, constando do pai, mãe, duas meninas, e um menino. O pai tinha o nome de Ava Guaçu = Homem grande, a mãe – Guavira-potã= flor de guavira, a menina mais velha – Panambi-Verá= Borboleta que reluz, a outra menina Caine, e o menino Ivopá.
Como as demais tribos eram nômades, isto é, ficavam num lugar enquanto houvesse abundância de alimento, quando a caça ou a pesca escasseava, mudavam para outro lugar, mais tarde, voltavam aos mesmos sítios. Aquele lugar junto ao lago era muito especial para os filhos deste casal, pois que ali viveram com sua mãe. Havia quatro anos que eles partiram, logo depois que a mãe deles morreu, mas agora estavam de volta.
Quando se transferiam para outro campo de caça sempre colocavam fogo em todas as ocas, para que outros não viessem ocupá-las. Panambi já tinha doze anos e ainda não se casara.
Lembravam-se eles a mãe sempre muito carinhosa contava muitas coisas sobre os animais, insetos, aves, plantas, flores, frutos, sabia de todas as coisas, sempre tinha algo muito interessante para contar. Os seus filhos ficavam encantados com essas histórias. Numa manhã vendo uma lagarta perto de casa, contou a história de como se formam as borboletas, primeiro elas põem ovos no solo, depois nasce a lagarta que caminha pelo chão, pelas árvores, pelas folhas, depois escolhe um lugar apropriado e fica trabalhando em silêncio por alguns dias até transformar-se em crisálida envolta em casulo, que constitui a sua armadura para evitar predadores, depois de algum tempo aos poucos vai se transformando em borboleta, cresce e rompe o casulo que fora seu esconderijo. As asas ficam fortes até que se transformam na borboleta que brilha, voa por toda a parte, por isso, sua tribo gostava tanto dela, porque ela parece com a nação Guarani. Ela disse que os Guarani eram como a borboleta em fase de lagarta, eles vão por toda a parte, correm, pescam, caçam, cantam ... depois... Quando ficam velhos ou mesmo quando acontece alguma coisa e morrem, colocam num casulo de barro e o enterram para que nasça depois como borboleta para voar por toda parte e muitas alcançam o céu. Ela gostava tanto de borboleta, por isso, pôs em sua filha mais velha o nome de Panambi-Verá = Borboleta que reluz, como as pessoas que povoavam aquele território em que viviam.
Mas uma coisa muito triste aconteceu, sua querida mãe ficara doente devido uma enfermidade, tossia muito e seu corpo ficava muito quente e passava a maior parte do tempo sentada no banco diante da oca. Mas com o inverno que fora rigoroso naquele ano, geara muito, somente em torno do fogo feito no meio da oca é que podiam se aquecer. E sempre conversava com suas duas filhas, o menino ficava no colo da mãe, pois que era muito pequeno ainda, contando muitas histórias de sua vida nômade, muitos problemas e dificuldades, às vezes até passara fome, mas sempre confiante que no dia seguinte as coisas iriam melhorar.
Contou também que seus antepassados sempre voltavam ao lugar para viver numa pessoa da mesma tribo. Um dia contou que sonhara com seu avô que dizia que em seguida vinha levá-la para ser tratada noutro lugar e que se de repente ela fosse, não voltaria como aquela pessoa que elas conheciam como aquela roupa e aquele rosto, aquele cabelo e aquele nariz, mas somente os olhos seriam iguais, que ela avisaria quando fosse voltar, quando viesse a borboleta que reluz estaria próximo a sua volta.
Passaram-se os dias, ficara muito doente e depois ficou quieta, não falou mais. Muitas pessoas choraram e diziam que eles não iriam ver mais o seu rosto, sua roupa, seus olhos e seu nariz, e levaram para um lugar e dissera que criança não podia ir e que a colocaria num casulo de barro, mas ela prometeu que voltaria como a borboleta.
Há muito tempo esperavam que realmente a mãe voltasse como uma borboleta que brilha. Mas já estavam sem esperanças. Mas naquela manhã uma linda borboleta pousou numa flor a frente deles por uns momentos e depois desapareceu por entre as árvores, depois saiu para um lugar descampado e subiu para o céu, como para dizer que estava presente.
Naquela noite de lua cheia, as crianças lembravam-se da bondosa mãe que fora colocada no vaso de barro para nascer borboleta, ainda muito jovem, de uma enfermidade muito terrível, embora todas as providências fossem tomadas pela família e pelo Pajé, num final de tarde desapareceu a bela e jovem Guavirá-Potã,
Por isso, bem cedo, antes de o Sol nascer já eles estavam sentados à frente da casa para ver a borboleta que reluz = Panambi-verá, que seria sua mãe, mas não apareceu.
Seu pai casou com outra mulher que veio viver em sua casa, não era uma madrasta má, mas os faziam trabalhar muito e pouco falava com eles, o contrário de sua querida mãe que sempre falava muito e contava muitas histórias bonitas. Toda a noite pedia para sua mãe voltar, mas ela não vinha, pensava que ainda estava doente, por isso que ainda não voltara, mas continuavam esperando por ela. Em outros lugares até viram a borboleta, mas não era como aquela tão bonita como daquele dia.
E assim passava o tempo, muitos sóis surgiram e se esconderam no horizonte, mas continuava naquela esperança que pudesse a sua mãe voltar como prometera.
Um dia, todos estavam muito tristes a madrasta brigou com o seu pai e falou mal de todos, disse que não gostava deles e que não eram seus filhos mesmos, e muitas outras coisas mais e que iria embora daquela casa e realmente partiu no final da tarde.
Naquela noite a filha mais velha sonhou com sua mãe e ela afirmou que voltaria, porque via que todos estavam ali muito tristes naquele lugar. Ela ainda reclamou que continuava esperando-a, mas já sem esperança que ela voltasse, por que já fazia muito tempo partira. Quando de repente surgiu a borboleta como daquela vez, reluzente e pousou na mesma planta, Panambi-Verá viu o seu corpo, a sua roupa, os seus olhos e seu nariz, ao acordar uma felicidade muito grande invadiu o seu coração
No dia seguinte chegou a sua tia, irmã de sua mãe que havia casado há mais de um ano juntamente com o marido, estava grávida, dizendo que falou com o pai delas e que todos iriam morar na sua casa ao lado e que não ficariam mais sozinhos. Depois de cinco dias nasceu a filha de sua tia, mas os olhos eram de sua mãe, inclusive um pequenino sinal no olho esquerdo, todos gritaram é Guavirá-potã que voltou. Panambi-Verá só teve olhos para o pequeno ser que nascera, sua tia percebendo interesse com que olhava a filha, permitiu que depois de alguns dias a colocasse ao colo e cuidou dela com muito carinho, suas tristezas acabaram. Estava finalmente feliz, outra vez. Sua mãe cumpriu o que prometera.
Caine
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
NOSSO LAR
André Luiz
(8.a Parte)
Continuamos a seqüência resumida da obra “Nosso Lar”, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco C. Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira. Questões preliminares
A. Os bônus-hora não aplicados podem ser transmitidos aos filhos?
R.: As economias em bônus-hora revertem ao patrimônio comum quando o Espírito regressa à crosta em nova encarnação. A família tem apenas o direito de herança ao lar, mas a ficha de serviço autoriza o Espírito com crédito de bônus-hora a interceder por outras pessoas, além de assegurar-lhe o auxílio da colônia durante sua permanência nos círculos carnais. (Nosso Lar, cap. 22, págs. 120 a 124.).
B. Qual a função da televisão na colônia?
R.: André Luiz faz referência, no livro em estudo, à emissora do Posto Dois, de “Moradia”, velha colônia de serviços, ligada às zonas inferiores. Era agosto de 1939 e a emissora apelava pela paz no planeta, informando que negras falanges da ignorância, depois de espalhar os fachos incendiários da guerra na Ásia, cercavam as nações européias, impulsionando-as à guerra. Além das notícias, a TV transmitia músicas suaves, entre um e outro apelo em favor da paz, cumprindo assim um papel importante na manutenção do equilíbrio na Colônia. (Nosso Lar, cap. 23 e 24, págs. 127 a 135.).
C. Pode um Espírito ser perturbado pelos familiares encarnados?
R.: Sim. A carga de pensamentos sombrios, emitidos pelos parentes encarnados, é a causa fundamental da perturbação de muitos Espíritos situados na erraticidade. (Nosso Lar, cap. 27, págs. 146 a 148.).
D. Que efeito pode o ódio causar sobre os Espíritos?
R.: O ódio e o desentendimento causam ruína e sofrimento nas criaturas encarnadas ou desencarnadas. O indivíduo que odeia fica com o semblante endurecido e imune às sugestões do bem advindas dos protetores espirituais. O ódio, como sabemos muito bem hoje em dia, causa doenças. (Nosso Lar, cap. 30, págs. 163 a 167.).
Texto para leitura
53. Bônus-hora – O bônus-hora não é uma moeda, mas uma ficha de serviço individual, que funciona como valor aquisitivo. A produção de vestuário e alimentação elementares pertence a todos em comum. O celeiro fundamental é propriedade coletiva. Os que se esforçam na obtenção de bônus-hora conseguem, no entanto, certas prerrogativas na comunidade social. Cada habitante da colônia deve dar, no mínimo, oito horas de serviço útil em cada 24 horas. Como os trabalhos são numerosos, permite-se que o trabalhador dedique por dia quatro horas de esforço extraordinário. Assim, há muita gente que consegue 72 bônus-hora por semana, sem falar dos serviços sacrificiais, cuja remuneração é duplicada e, às vezes, triplicada. O padrão de pagamento vale para todos, estejam na administração ou na obediência, mas modifica-se em valor substancial, segundo a natureza dos serviços. Há o Bônus-Hora-Regeneração, o Bônus-Hora-Esclarecimento, e assim por diante. Os Espíritos podem gastar os bônus-hora conquistados, assim como utilizá-los em benefício de outros. Quanto maior a contagem do tempo de trabalho, maiores intercessões podem ser feitas. (Cap. 22, pp. 120 e 121)
54. Herança – As economias em bônus-hora revertem ao patrimônio comum quando o Espírito regressa à crosta em nova encarnação. A família tem apenas o direito de herança ao lar, mas a ficha de serviço autoriza o Espírito com crédito de bônus-hora a interceder por outras pessoas, além de assegurar-lhe o auxílio da colônia durante sua permanência nos círculos carnais. O verdadeiro ganho da criatura é, assim, de natureza espiritual, no capítulo da experiência. Laura, por exemplo, voltaria à Terra investida de valores mais altos e demonstrando qualidades mais nobres de preparação para o êxito desejado. (Cap. 22, pp. 123 e 124)
55. Compromisso de paz na colônia – Grande paz envolvia a colônia e Lísias explicou o fato, dizendo que há compromisso entre todos os habitantes equilibrados da colônia, no sentido de não se emitirem pensamentos contrários ao bem. Dessa forma, o esforço da maioria se transforma numa prece quase perene. Daí nascerem as vibrações de paz que tanto impressionaram André Luiz. (Cap. 23, pág. 127)
56. Televisão em “Nosso Lar” – Lísias sintonizou um aparelho de televisão que transmitia noticiário da Emissora do Posto Dois, de “Moradia”, velha colônia de serviços, muito ligada às zonas inferiores. Era agosto de 1939 e a emissora apelava pela paz no planeta, informando que negras falanges da ignorância, depois de espalhar os fachos incendiários da guerra na Ásia, cercavam as nações européias, impulsionando-as à guerra. Lísias explicou que as notícias da Terra eram censuradas em “Nosso Lar” em razão dos prejuízos que as más notícias já produziram nos habitantes da colônia, quando a comunicação era livre. (Cap. 23 e 24, pp. 127 a 132)
57. Guerra iminente – Músicas suaves eram transmitidas pela TV entre um e outro apelo em favor da paz. Mas a guerra, que acabou acontecendo e durou vários anos, era iminente. As nações haviam-se nutrido de orgulho, vaidade e egoísmo feroz. Agora experimentavam a necessidade de expelir os venenos letais, explicou Lísias a André Luiz. (Cap. 24, pág. 135)
58. No Ministério da Regeneração – Rafael, funcionário da Regeneração, conduziu André, de aeróbus, ao Ministério em que trabalhava. Numerosos edifícios formavam o imponente órgão. Ali estavam as grandes fábricas da colônia, dedicadas à preparação de sucos, de tecidos e de artefatos em geral, onde mais de cem mil criaturas trabalhavam. Em seguida, a pedido do Ministro Genésio, Tobias levou André às Câmaras de Retificação, localizadas nas vizinhanças do Umbral. (Cap. 26, pág. 145)
59. O caso Ribeiro – Nas Câmaras de Retificação, o quadro era desolador. Gemidos, soluços, frases dolorosas pronunciadas a esmo... Rostos escaveirados, mãos esqueléticas, fácies monstruosas deixavam transparecer terrível miséria espiritual. De repente, um ancião, gesticulando e agarrado ao leito, à maneira de louco, gritou por socorro. Ele queria sair, ele queria ar... Por que Ribeiro teria piorado tanto? A explicação do Assistente Gonçalves foi de que a carga de pensamentos sombrios, emitidos pelos parentes encarnados, era a causa fundamental dessa perturbação. Fraco e sem força mental para desprender-se dos laços mais fortes do mundo, Ribeiro não conseguia resistir. Passes de prostração já tinham sido aplicados, pouco antes, para acalmar o enfermo. Tobias explicou então que, era preciso que a família dele recebesse maior carga de preocupações, para deixar o Ribeiro em paz. (Cap. 27, pp. 146 a 148)
60. Espíritos em sono – Trinta e dois homens de semblante patibular permaneciam inertes em leitos muito baixos, evidenciando apenas leves movimentos de respiração. Eram chamados crentes negativos: indivíduos que converteram a vida em preparação constante para um grande sono, em egoísmo feroz, sem nada de útil fazerem. Tobias lhes aplicou passes de fortalecimento. Dois Espíritos começaram, então, a expelir negra substância pela boca, espécie de vômito escuro e viscoso, com terríveis emanações cadavéricas. “São fluidos venenosos que segregam”, explicou Tobias. André Luiz instintivamente agarrou os apetrechos de higiene e lançou-se ao trabalho com ardor. Foi seu primeiro serviço e ninguém poderia avaliar sua alegria de um ex-médico da Terra que recomeçava a educação de si mesmo, no plano espiritual, na enfermagem rudimentar. (Cap. 27, pp. 150 e 151)
61. Comunicação com o Umbral – Depois da prece coletiva, ao crepúsculo, Tobias ligou o receptor para ouvir os Samaritanos em serviço no Umbral. As turmas de operações dessa natureza se comunicavam com as retaguardas de tarefa, desse modo, em horários convencionados. Grande multidão de infelizes foi socorrida naquele dia: os Samaritanos estavam trazendo 29 enfermos, 22 em desequilíbrio mental e 7 em completa inanição psíquica. (Cap. 28, pág. 152)
62. O caso Narcisa – André ofereceu-se como voluntário para os serviços da noite. Apesar da fadiga dos braços, experimentava júbilo muito grande no coração. Na oficina de trabalho, servir constitui alegria suprema. Impressionava- o, porém, a bondade espontânea de Narcisa, que atendia a todos, maternalmente. Havia mais de seis anos que ela trabalhava nas Câmaras de Retificação; entretanto, faltavam mais de três anos para realizar seu desejo, que era encontrar alguns Espíritos amados, na Terra, para serviços de elevação em conjunto. Veneranda prometeu-lhe avalizar seu pedido, mas exigiu dez anos consecutivos de trabalho ali, para que ela pudesse corrigir certos desequilíbrios do sentimento. Ela era agora uma pessoa feliz, certa de que viverá com dignidade espiritual sua futura experiência na Terra. (Cap. 28, pp. 154 a 156)
Frases e apontamentos importantes
LXXI. Todo o ganho externo do mundo é lucro transitório. Vemos trabalhadores obcecados pela questão de ganhar, transmitindo fortunas vultosas à inconsciência e à dissipação. Outros amontoam expressões bancárias que lhes servem de martírio pessoal e de ruína à família. Setenta por cento dos administradores terrenos não pesam os deveres morais que lhes competem. (Laura, cap. 22, pág. 122)
LXXII. O verdadeiro ganho da criatura é de natureza espiritual e o bônus-hora, em nossa organização, modifica-se em valor substancial, segundo a natureza de nossos serviços. Nesse prisma, os fatores assiduidade e dedicação representam, aqui, quase tudo. (Laura, cap. 22, pág. 123)
LXXIII. Quanto maior a contagem de nosso tempo de trabalho, maiores intercessões podemos fazer. Nada existe sem preço. Para receber é indispensável dar alguma coisa. Somente podem rogar providências e dispensar obséquio os portadores de títulos adequados. (Laura, cap. 22, pág. 124)
SUICÍDIO
Quais, em geral, com relação ao estado do Espírito, as conseqüências do suicídio?
“Muito diversas são as conseqüências do suicídio. Não há penas determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre às causas que o produziram. Há, porém, uma conseqüência a que o suicida não pode escapar; é o desapontamento. Mas, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam.”
A observação, realmente, mostra que os efeitos do suicídio não são idênticos. Alguns há, porém, comuns a todos os casos de morte violenta e que são a conseqüência da interrupção brusca da vida. Há, primeiro, a persistência mais prolongada e tenaz do laço que une o Espírito ao corpo, por estar quase sempre esse laço na plenitude da sua força no momento em que é partido, ao passo que, no caso de morte natural, ele se enfraquece gradualmente e muitas vezes se desfaz antes que a vida se haja extinguido completamente. As conseqüências deste estado de coisas são o prolongamento da perturbação espiritual, seguindo-se à ilusão em que, durante mais ou menos tempo, o Espírito se conserva de que ainda pertence ao número dos vivos.
A afinidade que permanece entre o Espírito e o corpo produz,nalguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do corpo no Espírito, que, assim, a seu malgrado, sente os efeitos da decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de angústia se de horror, estado esse que também pode durar pelo tempo que devia durar a vida que sofreu interrupção. Não é geral este efeito; mas, em caso algum, o suicida fica isento das conseqüências da sua falta de coragem e, cedo ou tarde, expia, de um modo ou de outro, a culpa em que incorreu. Assim é que certos Espíritos, que foram muito desgraçados na Terra, disseram ter-se suicidado na existência precedente e submetido voluntariamente a novas provas, para tentarem suportá-las com mais resignação. Em alguns, verifica-se uma espécie de ligação à matéria, de que inutilmente procuram desembaraçar-se, a fim de voarem para mundos melhores, cujo acesso, porém, se lhes conserva interdito. A maior parte deles sofre o pesar de haver feito uma coisa inútil, pois que só decepções encontram.
A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às leis da Natureza. Todas nos dizem, em princípio, que ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a vida. Entretanto, por que não se tem esse direito? Por que não é livre o homem de pôr termo aos seus sofrimentos? Ao Espiritismo estava reservado demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta, somente por constituir infração de uma lei moral, consideração de pouco peso para certos indivíduos, mas também um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica,antes o contrário é o que se dá, como no-lo ensinam, não a teoria, porém os fatos que ele nos põe sob as vistas.
Allan Kardec
De “O Livro dos Espíritos”, (pergunta 957).
AUXILIA SEMPRE
Sempre que puderes auxilia alguém.
A criatura que está em crise de sofrimento, certamente te recompensará com uma prece de agradecimento, ainda que não possuas recursos, crie uma situação para que possas dividir o pouco que tens, aliviando de imediato, a dificuldade da outra criatura, mostrando que sempre é possível auxiliar alguém...
Onde estiveres, recorda de que a oportunidade de servir ao próximo é a próxima oportunidade que Deus coloca em tuas mãos para que possas compreender a Doutrina da caridade.
A mão que fere não ampara; a mão que maltrata não cria a expectativa de um bem!
Recorda de que é preciso auxiliar sempre, em qualquer situação.
A oportunidade de se conquistar a paz é converter cada momento em oportunidade de oferecer as mãos para atender ao irmão que está em crise de sofrimento.
Será confortante reconhecer que tuas mãos estarão segurando outras mãos, melhorando o curso das provações daquele irmão que Deus te recomendou!
Ezequiel
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, na noite de 23/02/2006,na cidade de Campo Grande/MS.
VIDAS SUCESSIVAS
Se uma única existência tivesse o homem e se, extinguindo-se-lhe ela, sua sorte ficasse decidida para a eternidade, qual seria o mérito da metade do gênero humano, da que morre na infância, para gozar, sem esforços, da felicidade eterna e com que direito se acharia isenta das condições, às vezes tão duras, a que se vê submetida a outra metade? Semelhante ordem de coisas não corresponderia à justiça de Deus. Com a reencarnação, a igualdade é real para todos. O futuro a todos toca sem exceção e sem favor para quem quer que seja. Os retardatários só de si mesmos se podem queixar. Forçoso é que é que o homem tenha merecimento de seus atos, como tem deles a responsabilidade.
Aliás, não é racional considerar-se a infância como um estado normal de inocência. Não se vêem crianças dotadas dos piores instintos, numa idade em que ainda nenhuma influência pode ter tido a educação? Algumas há que parecerem trazer do berço a astúcia, a felonia, a perfídia, até pendor para o roubo e para o assassínio, não obstante os bons exemplos que de todos os lados se lhes dão? A lei civil as absolve de seus crimes, porque, diz ela, obraram sem discernimento. Tem razão a lei, porque, de fato, elas obram mais por instinto do que intencionalmente. Donde, porém, provirão instintos tão diversos em crianças da mesma idade, educadas em condições idênticas e sujeitas as mesmas influências? Donde a precoce perversidade, senão da inferioridade do Espírito, uma vez que a educação em nada contribuiu para isso? As que se revelam viciosas, é porque seus Espíritos muito pouco hão progredido. Sofrem então, por efeito dessa falta de progresso, as conseqüências, não dos atos que praticam na infância, mas dos de suas existências anteriores. Assim é que a lei é uma só para todos e que todos são atingidos pela justiça de Deus.
Allan Kardec
De “O Livro dos Espíritos”, explicação a pergunta199, letra a.
NINGUÉM
Sereno, Chico fala sempre com suavidade. A ênfase para ele – deduzo – deve ficar no exemplo, no testemunho, não somente nas palavras. Raras vezes é incisivo. E aí, é preciso redobrar a atenção, como nos seguintes alertas.
Ninguém é suficientemente:
Bom para julgar os maus;
Humilde para julgar os orgulhosos;
Caridoso para julgar os egoístas;
Sábio para julgar os ignorantes;
Sincero para julgar os falsos;
Grato para julgar os ingratos;
Puro para julgar os pecadores;
Fiel para julgar os que desertam dos deveres.
Na verdade, ninguém é suficientemente perfeito para exigir dos outros o que ainda não realizou dentro de si.
Recordemos Jesus que, sendo suficientemente bom, justo, sábio e perfeito, não nos julga e sim nos ama a todos nos que ainda odiamos, perseguimos, invejamos.
Adelino da Silveira
Do livro “Momentos com Chico Xavier”, edição Miragraf.
LÓGICA ESPÍRITA
A Lei de Deus permite:
Que desfrutemos tantas posses, quantas sejamos capazes de reter honestamente, mas espera estejamos agindo com elas, bem benefícios dos outros;
Que tenhamos tanta cultura, quanto os recursos da própria inteligência no-lo permitam, mas espera nos empenhamos a convertê-la em realização no em de todos;
Que sejamos felizes, mas espera busquemos fazer a felicidade dos semelhantes;
Que sejamos amados, mas espera nos transformemos em amor para os nossos irmãos:
Que solucionemos as nossas necessidades, mas espera que não venhamos a prejudicar ninguém, no campo dos deveres em que nos achamos comprometidos;
Que sejamos desculpados em nossas faltas, mas espera perdoemos sem condições as ofensas que se nos façam;
Que desfrutemos os bens do Universo, mas espera nos mostremos prontos a reparti-los sempre que necessário;
Que se pense ou fale mal de nós, tanto quanto se queira nos círculos da nossa convivência, mas espera nos devotemos a guardar a consciência tranqüila;
Que erremos, em nossa condição de almas imperfeitas ainda, ma espera que na base de nossos fracassos permaneça brilhando a luz da boa intenção;
Enfim, a lei de Deus permite sejamos quem somos, mas nos apóia ou desapoia, abate ou exalta, corrige ou favorece pelos que somos, através do que fazemos de nós, porque Deus não cogita daquilo que parece mas daquilo que é.
Albino Teixeira
Do livro “Caminho Espírita” de Francisco Cândido Xavier. Edição CEC.
LEMBRETE IMPORTANTE:
Para aqueles que viajam para cidades do interior do Estado, ou aqueles que se dirigem a Capital, que são espíritas ou simpatizantes, não se esqueçam de consultar antes de viajar o site: www.luzesdoamanhecer.com, onde terá endereço dos principais centros espíritas do Estado.
Na Capital, pode escolher o dia e horário de palestras, evangelização infantil e tratamento de cura. Em qualquer caso visite as casas espíritas, mesmo porque as experiências dos outros sempre enriquecem.
Caso saiba de alguma Casa Espírita que abriu recentemente e queira que conste o endereço na internet e/ou receber nosso Jornal o E-mail é: otaciramaraln@hotmail.com.
NAMORO
Pergunta – Além da simpatia geral resultante da semelhança, os Espíritos se consagram recíprocas afeiçoes particulares?
Resposta – sim, como entre os homens. Quando, porém, o corpo está ausente, o laço que une os Espíritos é mais forte, porque então esse laço já não se acha exposto às vicissitudes das paixões.
Questão 291, de O Livro dos Espíritos.
A integração de suas criaturas para a comunhão sexual começa habitualmente pelo período de namoro que se traduz por suave encantamento.
Dois seres descobrem um no outro, de maneira imprevista, motivos e apelos para a entrega recíproca e daí se desenvolve o processo de atração.
O assunto consubstanciaria o que seria lícito nomear côo sendo um “doce mistério” se não faceássemos nele as realidades da reencarnação e da afinidade.
Inteligências que traçaram entre si a realização de empresas afetivas ainda no mundo espiritual, criaturas que já partilharam experiências no campo sexual em estâncias passadas, corações que se acumpliciaram em delinqüência passional, noutras eras, ou almas inesperadamente harmonizadas na complementação magnética, diariamente compartilham as emoções de semelhantes encontros, em todos os lugares da Terra.
Positivada a simpatia mútua, é chegado o momento do raciocínio.
Acontece, porém, que diminuta é, ainda , no planeta, a percentagem de pessoas, em qualquer idade física, habilitadas a pensar em termos de auto-análise, quando o instinto sexual se lhes derrama do ser.
Estudiosos do mundo, perquirindo a questão apenas no “lado físico”, dirão talvez tão-somente que a libido entrou em atividade com o seu poderoso domínio e, obviamente, ninguém discordará, em tese, da afirmativa, atentos que devemos estar à importância do impulso criativo do sexo, no mundo psíquico, para a garantia e perpetuação da vida no planeta.
É imperioso anotar, entretanto, em muitos lances da caminhada evolutiva do Espírito, a influencia exercida pelas inteligências desencarnadas no jogo afetivo. Referimo-nos ao parceiros das existências passadas, ou, mais claramente, aos Espíritos que se corporificarão no futuro lar, cuja atuação, em muitos casos, pesa no ânimo dos namorados, inclinando afeiçoes pacificamente raciocinadas para casamentos súbitos ou compromissos na paternidade e na maternidade, namorados esses que estão se matriculam na escola de laboriosas responsabilidades. Isso porque a doação de si mesmos à comunhão sexual, em regime de prazer sem ponderação, não os exonera dos vínculos cármicos para com os seres que trazem à luz do mundo, em cuja floração, aliás, se é verdade que recolherão trabalho e sacrifício, obterão também valiosa colheita da experiência e ensinamento para o futuro, se compreenderem que a vida paga em amor todos aqueles que lhe recebem com amor as justas exigências para a execução dos seus objetivos essenciais.
Emmanuel
Do livro “Vida e Sexo”, de Francisco Cândido Xavier.
AÇÃO E REAÇÃO
Mesmo que estivéssemos comprometidos com a derrota e facilmente domados pela força inversa do progresso, estaria bem próxima de nós uma força restauradora, modificando a estrutura de nossos próprios pensamentos, para finalizar a queda em avanço significativo para o crescimento!
O homem é iluminado e ilumina o seu próprio caminho quando crê na esperança de que a vida continua e que viverá eternamente, respondendo aos anseios do próprio coração, voltado para a conquista de si mesmo, direcionando os seus impulsos para a construção de um bem maior, acreditando que é possível vencer toda dificuldade, cultivando a esperança e a transformação íntima, enquanto como a luz, vai clareando novos horizontes para transformar-se numa criatura generosa, acordando em cada manhã, recordando que é tempo de trabalhar e trabalhando servindo cada criatura com todo o amor que pode dar e receber, criando, dessa forma, uma perspectiva de vida mais fluente e venturosa nas atitudes que servem para alegrar e convencer cada um, na transformação que leva o ser humano às conquistas maiores, enquanto trabalha e serve, amando e construindo um caminho novo para a vida.
Na medicina nós costumamos chamar de reconstrução molecular, dando a cada criatura a oportunidade de ser forte e corajosa em todos os seus atos, buscando a cura de si mesmo enquanto se direciona para Deus.
Somos a prece e a voz de Deus em qualquer lugar e falamos a linguagem dos anjos quando auxiliamos alguém...
Cada um de nós é um instrumento eficaz para a prática do bem e cada ato nosso voluntário ou não é o que costumamos chamar de ação e reação, modificando finalmente o nosso propósito de servir em atos heróicos que lembram as estórias em quadrinhos dos mocinhos que defendem quase sempre a criatura fragilizada em sua dimensão cósmica, dentro de sua máquina registradora, que fatalmente acaba transformando o seu talento em amor e caridade que Jesus aponta como direcionamento da lei de causa e efeito.
Somos espíritos imortais, iguais aos poetas que falam a língua do amor, tramando causas impossíveis que levam os nossos pensamentos para lugares distantes, até mesmo viajar entre as estrelas para reconhecer o amor verdadeiro, que quase sempre nasce de uma única frase, mostrando a cada um de nós que é impossível errar, quando acreditamos e merecemos o amor de Deus.
Alessandro Martins
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública do dia 24/03/2011, no Grupo Espírita da Prece em Campo Grande/MS.
A ALEGRIA NO DEVER
Quando Jesus estava entre nós, recebeu certo dia a visita do apóstolo João, muito jovem ainda, que lhe disse estar incumbido, por seu pai Zebedeu, de fazer uma viagem a povoado próximo.
Era, porém, um dia de passeio ao monte e o moço achava-se muito triste.
O Divino Amigo, contudo, exortou-o a cumprir o dever.
Seu pai precisava do serviço e não seria justo prejudicá-lo.
João ouviu o conselho e não vacilou.
O serviço exigiu-lhe quatro dias, mas foi realizado com êxito.
Os interesses do lar foram beneficiados, mas Zebedeu, o honesto e operoso ancião, afligiu-se muito porque o rapaz regressara de semblante contrafeito.
O Mestre notou-lhe o semblante sombrio e, convidando-o a entendimento particular, observou.
- João, cumpriste o prometido?
- Sim – respondeu o apóstolo.
- Atendeste à vontade de Deus, auxiliando teu pai?
- Sim – tornou o jovem, visivelmente contrariado -, acredito haver efetuado todas as minhas obrigações.
Jesus, entretanto, acentuou, sorrindo calmo:
- Então, ainda falta um dever a cumprir – o dever de permaneceres alegre por haveres correspondido à confiança do Céu.
O companheiro da Boa Nova meditou sobre a lição e fez-se contente.
A tranqüilidade voltou ao coração e à fisionomia do velho Zebedeu, e João compreendeu que, no cumprimento da Vontade de Deus, não podemos e nem devemos entristecer ninguém.
Meimei
Do livro “Idéias Ilustradas”, de Francis
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