O LIVRO ESPÍRITA
Espíritas, amai-vos! Espíritas, instrui-vos!
O livro espírita é a maneira de conclamar o que o Espírito de Verdade propõe, na frase: “... Espíritas! Instrui-vos”. Mostrando para se Doutrina tem como base à fé raciocinada, por isso, essa leitura de sedimentação e aprimoramento é fundamental, a fim de dar agilidade ao raciocínio do espírita ou simpatizante, para viver esta maneira de ser única, porque sem estudar como compreender a essência da mensagem de Jesus, que está na própria Natureza, que está espalhada em toda à parte, aliás, desde os primórdios dos tempos que o homem traz no seu próprio íntimo, porém, agora, nestes tempos modernos, quando se processa a evolução do pensamento é que pode entender por completo, uma religião exclusivamente moral.
O grande trabalho do codificador foi condensar esses elementos esparsos, naturalmente com ajuda dos espíritos, tendo a frente o Espírito de Verdade, conforme prometera o próprio Jesus ao afirmar: “... O Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”, mostrando que desde sua presença física aqui na Terra já fazia uma avaliação justa das necessidades futuras da Humanidade, bem como que restauraria na época oportuna os seus os seus postulados de amor, e sua mensagem pudesse ser entendida “em espírito e verdade”.
Mostra esta Doutrina que a Ciência e a Religião não podem se contradizer, pois que são galhos de uma mesma árvore, esse antagonismo existiu entre os diversos segmentos que compõe esta Humanidade, e somente pelo desenvolvimento do raciocínio poderiam compreender melhor, porque a fonte comum é a lei de Deus, que somente houve essa suposta divisão, por conta do orgulho exacerbado dos homens a ponto de julgarem-se alguns até “infalíveis”.
Mas, felizmente foi possível superar mais esse desafio, mesmo porque o progresso é uma lei da natureza, que a verdade será um dia mostrado a luz do dia, por mais que muitos queiram impedir por ignorância ou interesse, conforme a palavra do próprio Jesus, ao declarar “não há nada encoberto que não venha ser revelado”, assim que na época justa a Doutrina surge para dissipar as treva e mostrar acima de tudo que o sobrenatural não existe, que o mistério é uma maneira do homem demonstra o seu orgulho, querendo convencer os demais que só não sabe tudo porque esse conhecimento lhe é interditado por Deus, mas se fosse mais sincero e declararia que não sabe, pelo menos seria mais honesto. Era essa situação cômoda de responder tudo, sem saber nada.
Assim que o estudo e a leitura são extremamente importantes para desenvolver o senso crítico, além de manter a mente ágil, como raciocinava Allan Kardec, “é melhor que se rejeite dez verdades do que se aceite uma mentira”. Por isso o livro espírita é importante, porque abre novos horizontes à compreensão da vida em sua expressão mais ampla, que incessantemente pede soluções lógicas, possa entender as diversas indagações do coração humano, e dentro de um novo contexto lógico em que os valores serão considerados em sua verdadeira essência, que não comporta mais alegorias, possam ter uma fé inabalável que contemple “a razão face a face, em qualquer época da humanidade”.
É isso que é necessário que todos compreendam que a Doutrina exige esse raciocínio, somente com o conhecimento será possível avançar. Vive-se uma nova era na História da Humanidade. Todos querem ter uma fé inabalável a ponto de transportar montanhas, mas são necessários argumentos sensatos para se apoiar, pertinentes, dando uma razão de ser lógica a própria vida, do contrário será uma fé cega. Nada está solto no espaço, mas tudo obedece a uma ordem superior, a fim de que a vida possa expressar-se em sua verdadeira plenitude, por isso que estude muito e leia muito mais ainda.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
PRECE DE GRATIDÃO
Muito Obrigado, Senhor!
Por este dia que nasceu radioso, prometendo tanta alegria, depois de uma noite de tantos sonhos e esperanças.
Muito Obrigado Senhor!
Por ter um lar que me acolhe a cada final de tarde, onde posso retemperar minhas energias e descansar meu corpo cansado da luta e sentir as vozes amigas dos familiares queridos.
Obrigado, Senhor!
Pela experiência de hoje, em que pude tratar de diversos assuntos atinentes a minha permanência nesta escola abençoada, até que um dia possa em definitivo mudar-me para a verdadeira pátria, que sempre aguardará cada um de acordo com o procedimento, aqui neste campo de provas.
Obrigado, Senhor!
Depois de um dia de luta que sou obrigado a reconhecer que não fora um espírita cristão que deveria ter sido, mas agradeço porque pude compreender de pronto e lobrigar o erro que cometera e o Sol não havia se escondido, quando procurei aquele que ofendera para pedir perdão.
Obrigado, Senhor!
Porque logo pela manhã ouvi a sua mensagem consoladora que fala da vida imortal, que me deu ânimo e força para perseverar, aceitando até mesmo as atitudes contrárias de certos companheiros de jornada que positivamente me ofenderam e estas ofensas e em minha boca as retivera consciente sem revidar com palavras ou gestos, mas intimamente agradeci pela oportunidade de aprender mais uma lição, que diz respeito à temperança e a certeza que não será investindo contra aqueles que por ignorância nos maltratam, que se resolverá problemas que existem no íntimo de cada um, mesmo porque já ofenderam, com isso perderão a razão e não serão mais aqueles que se imaginam. A verdade é que julguei muito importante este dia para minha vida e não quisera que houvesse qualquer nuvem a macular os ensinamentos que ouvira nas primeiras horas do dia, que também falava do perdão das ofensas.
Tive a graça de manter-me com calma e sem deixar que dardos invernados me invadissem o coração e porventura fossem disparado contra quem quer que seja. Mas sereno e confiante conclui que era a hora do testemunho e devia dar o meu depoimento diante de mim mesmo. Por mais que quisesse gritar como em outros tempos. Considerei que era a hora certa de lecionar caridade a mim mesmo, conforme as lições do Evangelho, pois que precisava começar desde aquele momento a minha reforma interior.
Obrigado Senhor!
Porque hoje posso compreender que finalmente chegara àqueles momentos que há tanto tempo o meu coração ansiava e com razão muito gostaria de encontrar-me longe de qualquer desavença, pois que não me levaria a lugar nenhum, mas pelo contrário só complicaria a minha vida e dos outros, sem resultado prático, mas apresentar soluções para os grandes problemas do coração do homem que ainda se demora no erro, por não compreender a terapia do amor.
Obrigado, Senhor!
Por tantos testes que passei para firmar os pés, lembrando que tantos companheiros caíram por falta de um pouco mais de paciência diante das dificuldades, ou por que exigiam dos outros sentimentos que ainda não estavam preparados para receber e se entregara a toda sorte de revolta, sem compreenderem que não se pode exigir de ninguém atestado de conduta, mesmo porque muitas vezes não se tem sequer respeito por si mesmo, quando se pratica o mal.
Por mais que lutasse contra mim mesmo, compreendi a importância de servir ainda cedo, pois que nessas pequenas atitudes é que obtinha a força para tornar os meus dias com um pouco mais de esperança. Se quando estava num leito muito simples, nas noites chuvosas ou frias, lembrava das dificuldades daqueles outros irmãos que sequer tinham um lar para regressar, depois de um longo dia perambulando pelas ruas e caminhos escuros, para compensar seus sofrimentos, pelo menos um pouco de paz pudesse visitar os seus corações aflitos.
Obrigado, Senhor!
Porque apesar de todas as dificuldades ainda continuo a lutar por ideais nobres, muito embora reconheça minha condição de operário desqualificado para esperar alguma coisa, mas agradeço por esse momento de esperança que é preciso para se sonhar, porque sempre lutando pelo que há de mais nobre, sempre acaba por conseguir dar alguns passos, ainda que com muitas dificuldades. Agradeço pelo pão de cada dia, que felizmente tem sido abundante, embora possa parecer que seja pouco. Porém pouco com a consciência tranqüila é tudo.
Isto é um grande consolo para minha alma. Esperei tanto por um mundo de tantas coisas boas, por favor, Senhor, não me deixe mergulhar em atitudes menos felizes, porque sei que se deve amar a luz, ainda que por enquanto não seja merecedor, mas com a certeza que com o trabalho reiterado posso educar os meus sentimentos a altura do que é preciso, mas estou feliz por já ter essa compreensão de que é importante perseverar no bem. Vencer os obstáculos para se colocar em condições de receber as lições maravilhosas da sua mensagem no coração. E com um fator multiplicativo espalhar por toda à parte, porque a Terra ainda está sedenta de amor e compreensão, mas esta deve ser preparada pelo nosso esforço na charrua do amor aos outros, levando a caridade e a compreensão por onde passe.
Em alguns momentos é preciso parar para avaliar melhor o caminho a percorrer, porque quem age no bem também precisa ser prudente, para manter-se em trabalho nobre e educar os seus sentimentos. Que tantos em toda parte necessitam. Mantém-me, Senhor, no rumo certo¸ porque somente assim poderei almejar algo melhor. Como for não me deixe entregue a tentação de avançar contra certos princípios de maior relevância moral.
Por esse amparo, Senhor, muito obrigado, que possa entender a extensão de minha gratidão e por isto conserve-me no trabalho em favor dos outros, ainda que me debatam com dificuldades enormes no campo moral, pois que ainda estou preso a certos compromissos do passado que me retém na expiação e na prova dolorosa, para resolver problemas de intrincada solução, mas consente que possa pelo menos estudar a lição, porque já me sentiria muito contente e feliz, por ter estendido a mão a um irmão anônimo que nesse momento passa por dificuldades.
Por isso e por tudo, Senhor, bem sabe que só tenho a agradecer a dádiva que tenho recebido, que adivinho em meu coração que não as mereço, mas conto por misericórdia de Deus, para que prossiga sem descansar, que não perca tempo em vãs conjecturas. Por mais que muitas vezes não tenha alcançado aquele objetivo que supunha a maior aspiração. Já sou capaz de distinguir a melhor opção e mãos invisíveis não permitem que venha cair no erro outra vez, e com isso complicar o meu caminho. Só tenho a agradecer por tudo porque não seria capaz de avaliar tantas dádivas que já tenho recebido. Isto me preocupa à medida que o tempo passa, pois que tenho recebido tanto e feito tão pouco. E a vida não espera, por isso a urgência da decisão de amar mais e trabalhar mais, enquanto há luz no horizonte e pode claramente ver qual é o objetivo da vida. Sem descurar os compromissos inadiáveis que lhe dizem respeito.
Por tudo, Senhor, muito obrigado, porque estou persuadido que sem o amparo do alto em nenhum momento poderia manter-me no trabalho, cair na tentação e perder a oportunidade tão preciosa de servir.
Muito Obrigado, Senhor!
Porque só tenho a agradecer.
Simplesmente dizer, muito obrigado, Senhor, pelo amor que nos dá e pela mão que nos conduz.
Muito obrigado Senhor! Mais uma vez.
Áulus/
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS
SANSON - UMA EXPERIÊNCIA MARAVILHOSA
Este antigo membro da Sociedade Espírita de Paris faleceu a 21 de abril de 1862, depois de um ano de atrozes padecimentos. Prevendo a morte, dirigira ao presidente da Sociedade uma carta com o tópico seguinte:
“Podendo dar-se o caso de ser surpreendido pela desagregação do meu corpo, ocorre-me reiterar-vos um pedido que vos fiz há cerca de um ano, como seja o de evocar o meu Espírito o mais breve possível, a fim de, como membro muito inútil da nossa sociedade, poder prestar-lhe para alguma coisa depois de morto, esclarecendo fase por fase as circunstâncias decorrentes do que o vulgo chama morte, e que, para nós outros – os espíritas – não passa de uma transformação, impenetrável segundo as vistas de Deus, mas sempre útil ao fim que Ele se propõe”.
Além deste pedido – que é uma autorização para me honrardes com essa autópsia espiritual, talvez improfícua em razão do meu quase nulo adiantamento, e que a vossa sabedoria não consentirá ir além de um determinado número de ensaios – ouso pedir pessoalmente a vós como a todos os colegas que supliqueis ao Todo-Poderoso a assistência de bons Espíritos, e a São Luís, nosso presidente espiritual, em particular, que me guie na escolha e tempo de uma nova encarnação, idéia que há muito me preocupa.
“Arreceio-me de confiar demais nas minhas forças espirituais, rogando a Deus, muito cedo e presunçosamente, um estado corporal no qual eu não possa justificar a divina bondade, de modo a prejudicar o meu próprio adiantamento e prolongar a estação na Terra ou em outra qualquer parte, desde que naufrague”.
Para satisfazer-lhe o desejo evocando-o o mais breve possível, dirigimo-nos com alguns membros da Sociedade à sala mortuária, onde, em presença do seu corpo, se passou o seguinte colóquio, precedendo uma hora o respectivo enterro. Era duplo o nosso objetivo: íamos cumprir uma vontade última e íamos observar, ainda uma vez, a situação de uma alma em momento tão imediato à morte, tratando-se, ao demais, de um homem eminentemente esclarecido, inteligente e profundamente convicto das verdades espíritas. Íamos enfim colher nas suas primeiras impressões a prova de quanto, sobre o estudo do Espírito, pode influir a compenetração dessas verdades. E não nos iludimos na expectativa, porquanto o Sr. Sanson descreveu, plenamente lúcido, o instante da transição, vendo-se morrer e renascer, o que é uma circunstância pouco comum e só devida à elevação do seu Espírito.
(Sala Mortuária, 21 de abril de 1862).
- Evocação. – Atendo ao seu chamado para cumprir a minha promessa.
- Meu caro Sanson, cumprindo um dever, com satisfação evocamo-lhe o mais cedo possível depois da morte, como era do seu desejo.
- R. É uma graça especial que Deus me concede para que possa manifestar-me; agradeço-lhe a boa vontade, porém, sou tão fraco que tremo.
- Foi tão sofredor que podemos, penso eu, perguntar como se acha agora... Sente ainda as suas dores? Comparando a situação de hoje com a de dois dias atrás, que sensações experimenta?
- R. A minha situação é bem ditosa; acho-me regenerado, renovado, como se diz aí, nada mais sentindo das antigas dores. A passagem da vida terrena para a dos Espíritos deixou-me de começo num estado incomparável, porque ficamos algumas vezes muitos dias privados da lucidez. Eu havia feito, no entanto um pedido a Deus para permitir-me falar aos que estimo, e Deus ouviu-me.
- Ao fim de que tempo recobrou a lucidez das idéias?
- R. Ao fim de oito horas. Deus, repito, deu-me uma prova de sua bondade, maior que o meu merecimento, eu não sei como lhe agradecer.
- Está bem certo de que não pertence mais ao nosso mundo? No caso afirmativo, como comprová-lo?
- R. Oh! Certamente, eu não sou mais desse mundo, porém, estarei sempre ao seu lado para protegê-lo e sustentá-lo, a fim de pregar a caridade e a abnegação, que foram os guias da minha vida. Depois, ensinarei a verdadeira fé, a fé espírita, que deve elevar a crença do bom e do justo; estou forte, robusto, em uma palavra – transformado. Em mim não reconhecerá mais o velho enfermo que tudo devia esquecer, fugindo de todo prazer e alegria. Eu sou Espírito e a minha pátria é o Espaço, o meu futuro é Deus, que reina na imensidade. Desejara poder falar a meus filhos, ensinar-lhes aquilo mesmo que sempre desdenharam acreditar.
- Que efeito lhe causa o seu corpo aqui ao lado?
- R. Meu corpo! Pobre, mísero despojo... Volve ao pó, enquanto eu guardo a lembrança de todos que me estimaram. Vejo essa pobre carne decomposta, morada que foi do meu Espírito, provação de tantos anos! Obrigado, mísero corpo, pois que purificaste o meu Espírito! O meu sofrimento, dez vezes bendito, deu-me um lugar bem merecido, por isso que tão depressa posso comunicar-me convosco...
- Conservou as idéias até o último instante?
- R. Sim. O meu Espírito conservou as suas faculdades e quando eu já não mais via, pressentia. Toda a minha existência se desdobrou na memória e o meu último pensamento, a última prece, foi para que pudesse comunicar-me convosco, como o faço agora; em seguida pedi a Deus que o protegesse, para que o sonho da minha vida se completasse.
- Teve consciência do momento em que o corpo exalou o derradeiro suspiro? Que se passou com o Sr. Nesse momento? Que sensação experimentou
- R. Parte-se a vida e a vista, ou antes, a vista do Espírito se extingue: encontra-se o vácuo, o ignoto, ou arrastada por não sei que poder, se encontra a gente num mundo de alegria e grandeza.Eu não sentia, nada compreendia e, no entanto, uma felicidade inefável me extasiava de gozo, livre do peso das dores.
- Tem ciência... Do que pretendo ler sobre a sua campa?
- R. Ah! Sei, meu amigo, e sei, porque tanto o via ontem como hoje... Que grande é a minha alegria! Obrigado! Obrigado! Fale... fale para que me compreendam e o estimem; nada tem que temer, pois que se respeita a morte... Fale pois, para que os incrédulos tenham fé. Adeus; fale; coragem, confiança e Oxalá meus filhos possam converter-se a uma crença sacrossanta. J. Sanson
- Durante a cerimônia do cemitério, ele ditou as palavras seguintes: “Não vos atemorize a morte, meus amigos; ela é um estágio da vida, se bem souberdes viver; é uma felicidade, se bem a merecerdes e melhor cumprirdes as vossas provações. Repito: coragem e boa vontade! Não deis mais que medíocre valor aos bens terrenos e sereis recompensados”. Não se pode muito gozar sem tirar de outrem o bem estar e sem fazer moralmente um grande, um imenso mal.
J. Sanson
Mensagem extraída do livro “O Céu e O Inferno” de Allan Kardec
O DEVOTO DESILUDIDO
O fato parece anedota, mas um amigo nos contou pequena história que passamos a frente, assegurando que o relato se baseia na mais viva realidade.
Hemetério Rezende era um tipo de crente esquisito, fixado à idéia do paraíso. Admitia piamente que a prece dispensava as boas obras, e que a oração ainda era o melhor meio de se forrar a qualquer esforço.
“Descansar, descansar!...” Na cabeça dele isso era um refrão mental incessante. O cumprimento de mínimo dever lhe surgia à vista por atividade sacrificial e, nas poucas obrigações que exercia, acusava-se por penitente desventurado, a lamentar-se por bagatelas. Por isso mesmo, fantasiava a “doce fazer nada” para depois da morte do corpo físico. O reino celeste, a seu ver, constituir-se-ia de espetáculos fascinantes de permeio com manjares deliciosos... Fontes de leite e mel, frutos e flores, a se revelarem por milagres constantes, enxameariam aqui e ali, no éden dos justos.
Nessa expectativa, Rezende largou o corpo em idade provecta, a prelibar prazeres e mais prazeres.
Com efeito, espírito desencarnado, logo após o grande transe foi atraído, de imediato, para uma colônia de criaturas desocupadas e gozadoras que lhe eram afins, e ai encontrou o padrão da vida com que sonhara: preguiça louvaminheira, a coroar-se de festas sem sentido e a empanturrar-se de pratos feitos.
Nada a construir, ninguém a auxiliar.
As semanas se sobrepunham às semanas, quando Rezende, que se supunha no céu, passou a sentir-se castigado por terrível desencanto. Suspirava por renovar-se e concluía que para isso lhe seria indispensável trabalhar...
Tomado de tédio e desilusão, não achava em si mesmo o anseio de mudança.
À face disso, esperou e esperou, e, quando se viu à frente de um dos comandantes do estranho burgo espiritual, arriscou, súplice:
- Meu amigo, meu amigo!... Quero agir, fazer algo, melhorar-me, esquecer-me?... Peço transformação, transformação!...
- Para onde deseja ir? – indagou o interpelado, um tanto sarcástico.
- Aspiro a servir, em favor de alguém... Nada encontro aqui para ser útil... Por piedade, deixe-me seguir para o inferno, onde espero movimentar-me e ser diferente.
Foi então que o enigmático chefe sorriu e falou, claro.
Hemetério, você pede para descer ao inferno, mas escute, meu caro!... Sem responsabilidade, sem disciplina, sem trabalho, sem qualquer necessidade de praticar a abnegação, como vive agora, onde pensa você que já está?
Irmão X
Mensagem do livro “Idéias Ilustradas” de Francisco C. Xavier
REENCARNAÇÃO
"A reencarnação é uma doutrina da pluralidade e da unidade das existências corpóreas, isto é, do nascimento ou renascimento de Espíritos, tanto na esfera terrena, como na de outras planetas”.(João Teixeira de Paula).
Chico Xavier nos diz que a prova mais concreta da reencarnação, é o fato de ser a lógica para compreendermos a desigualdade no campo das criaturas humanas: uns renascem sofrendo, ao contrário de outros, que todas as circunstâncias parecem favorecê-los. É inadmissível a injustiça divina, porque Deus é a justiça suprema, portanto nós devemos a nós mesmos a conseqüência dos nossos desajustes. "Se eu pratiquei um crime, se lesei alguém, é natural que não tendo pagado a minha dívida moral, durante o espaço curto de uma existência, é justo que eu faça esse resgate em outra existência, porque de outro modo, compreenderíamos Deus como um ditador, distribuindo medalhas para uns e chagas para outros, o que é inadmissível”.
O Brasil está caminhando para ser nação reencarnacionista do Ocidente, como o foi a França no passado. A maioria dos brasileiros acredita mais na reencarnação do que na ressurreição, céu, inferno, purgatório. Interessante é o que Chico nos conta: A França, foi o berço de Allan Kardec e a divulgação da doutrina caminhava a largos passos, com milhões de adeptos, quando inesperadamente estancou, em declínio. Emmanuel lhe disse que, do último quarto do século XIX para cá, 15 a 20 milhões de espíritos da cultura francesa, principalmente simpatizantes da obra de Kardec, reencarnaram no Brasil para dar corpo às idéias da Doutrina Espírita e fixaram os valores da reencarnação. Foi assim que nos últimos 80 anos, desenvolveu-se entre nós tal amor à cultura da cidade-luz, que milhares de nós outros sabemos, de ponta a ponta, a história da revolução francesa e nada conhecemos a respeito do Marques de Pombal, dos reis de Portugal, que foram os donos da nossa evolução primária. Isto está no conteúdo psicológico de milhões e milhões de brasileiros, que estão registrados com certidão em Cartório como brasileiros, mas que, psicologicamente, são franceses.
Luciano Napoleão
Extraído do livro "Nosso Amigo Chico Xavier"
ESPÍRITAS, INSTRUÍ-VOS. “Mas aquele Consolador, o Santo Espírito que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”.- Jesus – João, 14:26.
“Espíritas, amai-vos! Este o primeiro ensino! Instrui-vos, este o segundo”.- O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. VI, 5. Allan Kardec.
Prevenir e recuperar são atitudes que se ampliam entre os homens, à medida que se acentua o progresso da Humanidade.
Aparecem noções de civilização e responsabilidade e levantam-se idéias de burilamento e defesa.
Quanto pudermos, porém, não nos restrinjamos ao amparo de superfície.
Imperioso tratar as águas da fonte, no entanto, cansar-nos-emos debalde, se não lhe resguardarmos a limpeza no nascedouro.
Educação e reeducação constituem a síntese de toda obra consagrada ao aprimoramento do mundo.
Gastam-se verbas fabulosas em apetrechos bélicos e raro surge alguém com bastante abnegação para despender algum dinheiro na assistência gratuita aos semelhantes, para que se lhes pacifique o raciocínio conflagrado.
Espantamo-nos, diante do desajustamento juvenil, a desbordar-se em tragédias de todos os tipos, e pouco realizamos, a fim de que a criança encontre no lar o necessário desenvolvimento com segurança de espírito.
Monumentalizamos instituições destinadas à cura dos desequilíbrios mentais e quase nada fazemos por afastar de nós mesmos os vícios do pensamento, com que nos candidatamos ao controle da obsessão.
Clamamos contra os desregramentos de muitos, afirmando que a Terra está em vias de desintegração pela ausência de valores morais e, na maioria das circunstâncias, somos dos primeiros a exigir lugar na carruagem do excesso, reclamando direitos e privilégios, com absoluto esquecimento de comezinhos deveres que a vida nos preceitua.
Combatamos, sim, o câncer e a poliomielite, a ulceração e a toxicomania, a preguiça e a intemperança que, muitas vezes, preparam a delinqüência e a enfermidade por crises agudas de ignorância.
Para isso e para que nos disponhamos à conquista da vida vitoriosa é que o Espírito de Verdade, nos primórdios da Codificação Kardequiana, nos advertiu claramente:
Espíritas, instrui-vos! 2.Espíritas, amai-vos!
Emmanuel
Do livro “Livro da Esperança” de Francisco C. Xavier
LIVRO ESPÍRITA É VIDA
O pão elimina a fome
O livro espírita suprime a miséria moral
O traje compõe o exterior
O livro espírita harmoniza o íntimo
O teto abria da intempérie
O livro espírita resguardará a criatura contra os perigos da obsessão.
O remédio exclui a enfermidade
O livro espírita reanima o doente
A cirurgia reajusta os tecidos celulares
O livro espírita reequilibra os processos da consciência
A devoção prepara e consola
O livro espírita conforta e explica
A arte distrai e enternece
O livro espírita purifica a emoção e impele ao raciocínio
A conversação amiga e edificante exige ambiente e ocasião para socorrer os necessitados da alma.
O livro espírita faz isso em qualquer lugar e em qualquer tempo
A força corrige
O livro espírita renova
O alfabeto instrui
O livro espírita ilumina o pensamento
Certamente é dever nosso criar e desenvolver todos os recursos humanos que nos sustentem, e dignifiquem a vida na terra de hoje; todavia quanto nos seja possível (auxiliemos a manutenção e a difusão do Livro Espírita) que nos sustenta e dignifica a vida imperecível, libertando-nos da sombra para a luz, no plano física e na esfera espiritual, aqui e agora, depois e sempre.
Emmanuel
Extraído do Livro “Caminho Espírita” de Francisco C. Xavier
ALGUMAS SUGESTÕES PARA LEITURA
Muitos companheiros que estão adentrando a Doutrina Espírita, e alguns outros com mais tempo de aprendizado, sempre pedem uma sugestão quanto aos livros que seriam mais interessantes ler, assim que quando a pessoa já adquiriu conhecimentos iniciais e já tem uma base bem formada, certamente que será imprescindível analisar o fundamento da Doutrina Espírita, ou seja, as obras básicas, para outros, é interessante a leitura de sedimentação de conhecimento; para outra ainda leitura para principiantes e além de que outras sugestões que são apresentadas de maneira que cada um possa encontrar subsídios para seus estudos e leitura, conforme se apresenta a seguir:
Obras Básicas.
1 - O Evangelho Segundo o Espiritismo; 2- O Livro dos Espíritos; 3- O Livro dos Médiuns; 4- A Gênese; e O Céu e o Inferno - Allan Kardec.
Outras Obras complementares
1- Estudando o Evangelho – Martins Peralva; 2- O Reino – Herculano Pires: 3-Paulo e Estevão – Emmanuel – Francisco C. Xavier; 4 – As Primícias do Reino – Amélia Rodrigues - Divaldo Pereira Franco.
Analisando o Evangelho por Versículo
1- Benção de Paz; Caminho, Verdade e Vida: Ceifa de Luz; O Livro da Esperança; Palavras da Vida Eterna: Pão Nosso; Segue-me; Vinha de Luz. Emmanuel – Francisco C. Xavier.
Leitura Espírita para s Iniciantes
1. Sinal Verde – André Luiz. Francisco C. Xavier 2. Respostas da Vida – André Luiz. Francisco C. Xavier 3. Lindos Casos de Chico Xavier – Ramiro Gama. 4. Jesus no Lar – Nédio Lúcio Francisco C. Xavier. 5. Agenda Cristã – André Luiz. Francisco C. Xavier 6. Bem Aventurados os Simples – Valerium – Waldo Vieira 7. Paz e Renovação – Vários Espíritos. Francisco C. Xavier 8. Nas Pegadas do Mestre – Vinícius. 9. A Vida Escreve – Hilário Silva. Francisco C. Xavier 10. Coisas Deste Mundo – Cornélio Pires. Francisco C. Xavier 11. Conduta Espírita – André Luiz Francisco C. Xavier. 12. Segue-me – Emmanuel – Francisco C. Xavier
Leitura Espírita e Sedimentação
1. Boa Nova – Humberto de Campos. Francisco C. Xavier 2. O Espírito da Verdade – Vários Espíritos Francisco C. Xavier. 3. Legado Kardequiano – Marco Prisco. Divaldo Pereira Francisco 4. Cartas e Crônicas – Irmão X. Francisco C. Xavier 5. Parábolas Evangélicas – Rodolfo Calligaris. 6. Temas de Hoje, Problema de Sempre – Richard Simonetti. 7. Sol nas Almas – André Luiz. Francisco C. Xavier 8. O Reino – Herculano Pires. 9. Instruções Psicofônicas – Vários Espíritos. Francisco C. Xavier 10.Estude a Vida – André Luiz e Emmanuel. Francisco C. Xavier 11.Ideal Espírita - Vários Espíritos. Francisco C. Xavier 12. A Crise da Morte – Ernesto Bozzano
Extraído do Jornal Consciência Espírita-Novembro/ dezembro/1999.
VIDA E AMOR
A cena desenrolou-se há quase cinco anos.
O apelo vinha de longe. O cansaço da velha amiga se lhe desenhava no rosto. E o rosto dela se nos refletia no espelho da mente.
Era D. Maria Eugênia da Cunha, que eu conhecera menina e moça em meus últimos tempos no Rio. Lembrava-nos a afeição, rogava socorro espiritual. A jovem de outra época era agora uma viúva, pobre, residindo por favor com o filho único, recém-casado.
O chamamento lhe fluía do ser, em nossa direção: “Meu amigo, em nome de Jesus, se é possível, auxilie-me... Não agüento mais!”.
Utilizando os recursos do desencarnado, quando pode ganhar distância e tempo, fomos vê-la e encontramo-la arrasada de angústia, ante as invectivas da nora. Maria Cristina, a boneca que lhe desposara Júlio, o filho que ela preparara com tanto mimo para a vida, não considerava nem mesmo a tempestade, lá fora, e ordenava:
E a senhora saia daqui hoje...
- Mas hoje? Com esta noite? Arrazoava a sogra, em pranto.
- Estou farta, se eu fosse velha moraria no asilo.
- Preciso ver meu filho...
- Isso é que não. Quem manda nesta casa sou eu...
- Sou mãe.
- Seja o que for, saia daqui. A senhora tem sua irmã no Leblon, tem sobrinhos em Madureira... Pode escolher.
- Maria Cristina!...
- Não dramatize.
-Afinal, você me expulsa deste modo. Que fiz eu?
- Não vou com a sua cara.
- Minha filha, pelo amor de Deus, não me atire assim pela porta fora.
- Arranque-se daqui ou não respondo pelo que possa acontecer.
- Júlio!... Quero ver Júlio!...
- A senhora não mais envenenará meu marido com as suas conversas...
- Ah! Meu Deus!...
- Não se escore em Deus para mudar de assunto. Saia agora!
- Preciso arranjar minha coisas, minha roupa...
- Nada disso... Amanhã, a senhora telefone, que eu mando seus cacarecos...
- Não posso sair assim...
- Vamos ver que pode mais...
- Colocando algum dinheiro nas mãos da sogra, sacudiu-a com violência e, em seguida, puxou-a até a porta e gritou:
- Vá de táxi, vá de ônibus, vá como quiser, mas desapareça!
Inútil qualquer tentame de socorro. A moça, transtornada, não assimilava qualquer apelo à misericórdia.
Num momento, D. Maria Eugênia se viu empurrada para rua. A pobre cambaleou, arrastou-se, e, mais alguns minutos de chuva e lágrimas nos olhos, o desastre... Projetada ao longe por pesado veículo, veio a fratura mortal.
No dia seguinte, identificada pelo filho numa casa de pronto-socorro, largou-se do corpo, ao anoitecer.
Abateu-se o infortúnio sobre o casal.
Júlio e Maria Cristina passaram à condição de doentes da alma. Por mais que a mulher engenhasse a escapatória, asseverando que a sogra teimara em sair em vista à irmã, debaixo do aguaceiro, o esposo desconfiava. Desconfiava e sofria.
D. Maria Eugênia, porém, na Espiritualidade, compadeceu-se dos filhos e, conquanto enriquecida de proteção e carinho, não se sentia tranqüila ao sabê-los em desentendimento e dificuldades. Repetia preces, mobilizou relações e, depois de quatro anos, venceu o problema, tornando, de novo, à Terra...
Hoje, fui ver a velha amiga renascida no Rio. Renasceu de Júlio e Maria Cristina, lembrando uma flor de luz no mesmo tronco familiar. Os pais felizes, agindo intuitivamente, deram-lhe o mesmo nome: Maria Eugênia. O jovem genitor beijava-a enternecido e a ex-nora, transfigurada em mãezinha abnegada, guardava-a sobre o próprio seio, com a ternura de quem carrega um tesouro.
Meditava nos prodígios da reencarnação, à frente do trio, quando o irmão Felisberto, que me acompanhava, falou, entre a alegria e a emoção:
Veja, meu amigo! Não adianta brigar, condenar, ofender, perseguir... A lei de Deus é o amor e o amor vencerá sempre.
Irmão X
Mensagem extraída do livro “Cura” de Francisco C. Xavier
O CONSOLADOR (João XIV - 2 -16-17)
Percebe-se que o homem, distante da crença, busca a paz, construindo caminhos de violência; mas há no foro íntimo de cada um, a certeza de que um dia a luz do amor afastará as trevas do sofrimento.
Notadamente, aqueles que tombaram ao longo da estrada, proclamarão a onipotência de Deus, exaltando as Leis Divinas.
Os que semearam os frutos da perseguição, buscarão, humildemente, o perdão e multiplicarão as sementes do bem no solo fecundo do arrependimento.
Os que criticaram a obra assistencial dos humildes e perseguiram a fraternidade na sua excelência, carregarão fardos pesados na luta contra o tempo, enquanto empreendimentos gigantes se lhes exigirão, arduamente o trabalho, a fim de forçar a porta estreita da aceitação.
E muitos outros que se entregaram aos prazeres do mundo, assemelhar-se-ão ao metal bruto posto ao fogo lento, a fim de estruturar-se na química da natureza, oferecendo ao próprio mundo a magnitude de sua transformação.
A vida será contemplada na sua plenitude e estaremos fielmente vinculados ao nosso Benfeitor Maior, agradecendo lhe as bênçãos de luz que teremos transformado em benefícios para aqueles que um dia lamentaram a perda de entes queridos pela visitação da morte; para os que perderam valores considerados tributos para uma conquista social mais digna; para os companheiros que desertaram da vida, entregando-se ao suicídio; para os infortunados, doentes e órfãos sem lar.
Neste dia, no coração de cada criatura, surgirá da esperança, a certeza de um mundo mais venturoso, porque teremos transformado a Morte em Vida; o Mal em Bem; o Desamor em Fraternidade; a Queda em Lição Proveitosa e, finalmente, as Trevas em Luz, atendendo as solicitudes de Deus na exortação ao Evangelho da Revelação, buscando em Jesus Cristo, o Reino Espiritual que é tão nosso qual a terra em que vivemos.
“Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, em vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E rogarei ao Pai e Ele vos dará outro consolador que ficará convosco para sempre; o Espírito de Verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; Mas vós o conhecereis porque habitará convosco e estará em Vós”.
Ezequiel
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública de 26/10/84. C.Grande-MS
RICOS
Contam que antes de encerrar o colóquio com o Mestre, o moço inquiriu:
- Senhor, que galardão será oferecido àqueles que, embora pobres, sem terem a que renunciar, seguirão contigo?
- Ser-lhe-á concedido o reino dos céus.
-Terão eles, porventura, o mérito que reivindicam os ricos que tudo abandonaram para Te seguir? Estes trocaram os tesouros do mundo pelas excelências do Paraíso. E eles que deram, se nada possuíam?
-Enganas-te! Ricos não são somente os detentores das moedas guardadas em cofres de usura sombria que o tempo gasta. A mocidade é também valioso tesouro de inapreciável valor. Enquanto alguns a gastam impensadamente, usando-a no prazer, para despertarem na velhice prematura. Eles ofereceram a renúncia pelos gozos terrenos. A saúde é igualmente uma poderosa fortuna que não pode ser comparada às jóias saídas da Terra nem às peças de ourivesaria. Muitos a utilizam no jogo ilusório da carne em antros de sedução, para serem surpreendidos pela enfermidade e o desgaste orgânico. Eles, porém, permutaram-se pelo dever puro e nobre de construírem uma felicidade imperecível. A pureza é inestimável posse. Enquanto alguns a aplicam na volúpia da vida carnal, eles lutaram para conservá-la, sofrendo múltiplos embates do amor ao Evangelho. A austeridade é valor insuperável. Nas refregas comuns, para granjearem posição, muitos se fazem cômpares do crime, enquanto eles tudo perderam para tudo ganharem depois.
Como vês, é muito mais fácil renunciar às moedas do que às concessões da juventude; trocar as arcas abarrotadas de ouro pela saúde. Muita gente na terra, ofereceria todos os poderes para retornar à pureza e à inocência guardando a austeridade nos cofres da honradez...
A juventude que labora pode armazenar haveres, a saúde que se aplica pode entesourar poderes; a pureza que se conduz adquire prestígio, e a austeridade que se irradia comanda homens. Todavia, ninguém tem conhecimento de qualquer valor amoedado que restituísse a alvorada dos anos nem recuperasse totalmente a saúde perdida. Nenhum prestígio no mundo, retribui a inocência que se corrompeu, nem servidor algum repôs no íntimo d’alma, o caráter que se poluiu...
Ricos, verdadeiramente, não são os mordomos do dinheiro e das terras, senhores de escravos e animais que morrem ou passam de mãos. A maioria deles tem muito e são escravos do que têm, encarcerados nas paredes frias do poder que se desvairia e entenebrece. Rico porém, é todo aquele que tem a alma livre de compromissos sombrios, sendo senhor de si mesmo; que, nada possuindo, é feliz sem Ter coisa alguma, e, dispondo de saúde e do amor no coração, entrega-se ao serviço do bem, por amor ao bem.
De tais é, sem contestação, o Reino da Alegria Perene ou daqueles que, dispondo de outros recursos em títulos e moedas, os distribuam aos pobres, para a alegria de todos e a felicidade própria.
- Compreendo...
E como se afastasse o moço, irresoluto e sombrio, o Mestre enunciou, e o apóstolo Marcos registrou no capítulo 10, versículo 23: “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas”.
Pe. Natividade
Mensagem recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco.
CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA
O Espiritismo não vem pois, com sua autoridade privada, formular um código de fantasia; a sua lei, no que diz respeito da alma, deduzida das observações do fato, pode resumir-se nos seguintes pontos:
1. º - A alma ou Espírito sofre na vida espiritual as conseqüências das imperfeições que não conseguiu corrigir na vida corporal. O seu estado, feliz ou desgraçado, é inerente ao seu grau de pureza ou impureza.
2. º - A completa felicidade prende-se à perfeição, isto é, à purificação completa do Espírito. Toda imperfeição é, por sua causa de sofrimento e de privação de gozo, do mesmo modo que toda perfeição adquirida é fonte de gozo e atenuante dos sofrimentos.
3. º - Não há uma única imperfeição da alma que não importe funestas e inevitáveis conseqüências, como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de gozo.
A soma das penas é assim proporcionada à soma das imperfeições, como a dos gozos à das qualidades.
A alma que tem dez imperfeições, por exemplo, sofre mais do que a que tem três ou quatro; quando dessas dez imperfeições não lhe restar mais que a metade ou um quarto, menos sofrerá e gozará de inteira felicidade quanto não tiver nenhuma. Também na Terra, quem tem muitas moléstias, sofre mais do que quem tenha apenas uma ou nenhuma, pela mesma razão, a alma que possui dez perfeições tem mais gozos do que outra menos rica de boas qualidades.
4. º - Em virtude da lei do progresso que dá à alma a possibilidade de adquirir o bem que lhe falta, como de despojar-se do que tem de mau, conforme o esforço e vontade próprios, temos que o futuro é franco às criaturas, Deus não repudia nenhum de seus filhos, antes os recebe em Seu seio à medida que atingem a perfeição, deixando cada um o mérito das próprias obras.
5. º - Dependendo o sofrimento da imperfeição, a alma traz consigo o próprio castigo ou prêmio, onde quer que se encontre, sem necessidade de lugar circunscrito.
O inferno está em toda parte em que haja almas sofredoras e o céu igualmente onde houver almas felizes.
6. º - O bem e o mal que faremos decorrem das qualidades que possuímos. Não fazer o bem quando podemos é portanto o resultado de uma imperfeição. Se toda imperfeição é fonte de sofrimento, o Espírito deve sofrer não somente pelo mal que fez como pelo bem que deixou de fazer na vida terrestre.
7. º - O Espírito sofre pelo mal que fez, de maneira que, sendo a sua atenção constantemente dirigida para as conseqüências desse mal, melhor compreende os seus inconvenientes e trata de corrigir-se.
8. º - Sendo infinita a justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenham conseqüências fatais, como não há uma única ação meritória, um bom movimento da alma que se perca, mesmo para os mais perversos, por isso que constituem essas ações um começo de progresso.
9. º - Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se o não for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá necessidade de pagar segunda vez.
10.º - O Espírito sofre, quer no mundo corporal, quer no espiritual, a conseqüência das próprias imperfeições. As misérias, as vicissitudes padecidas na vida corpórea, são oriundas das nossas imperfeições, são expiações de faltas cometidas na presente ou em precedentes existências.
Pela natureza dos sofrimentos e vicissitudes da vida corpórea, pode julgar-se a natureza das faltas cometidas em anterior existência e das imperfeições que as originaram.
11.º - A expiação varia segundo a natureza e gravidade da falta, podendo, portanto, a mesma falta determinar expiações diversas, conforme as circunstâncias, atenuantes ou agravantes, em que for cometida.
12.º - Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração do castigo: a única lei geral é que, segundo o seu valor, toda falta terá punição bem como recompensa todo ato meritório.
13.º - A duração do castigo depende da melhoria do Espírito culpado.
Nenhuma condenação por tempo determinado lhe é prescrita. O que Deus exige por termo de sofrimentos é um melhoramento sério, efetivo, sincero, de volta ao bem.
Desta maneira o Espírito é sempre o árbitro do próprio destino, podendo prolongar os sofrimentos pela pertinácia no mal ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem.
Uma condenação por tempo determinado teria o duplo inconveniente de continuar o martírio do Espírito renegado, ou de libertá-lo do sofrimento quando ainda permanecesse no mal. Ora, Deus que é justo só pune o mal enquanto existe e deixa de o punir quando não existe mais; por outras palavras, o mal moral, sendo por si mesmo causa de sofrimento, fará este durar enquanto subsistir aquele ou diminuirá de intensidade à medida que ele decresça.
14.º - Dependendo da melhoria do Espírito a duração do castigo, o culpado que nunca melhorasse sofreria sempre e para ele a pena seria eterna.
15.º - Uma condição inerente à inferioridade dos Espíritos é não lobrigarem o término da provação, acreditando-a eterna, como eterno lhes parece deva ser o castigo.
...
Continua no próximo número...
Extraído do livro “O Céu e o Inferno” de Allan Kardec.
Teste com consulta. Com base no texto Código Penal da Vida Futura, responda as questões abaixo descritas.
1- Por que o espírito sofre na vida espiritual?.............................................................................................
O que influi no seu estado feliz ou infeliz?...............................................................................................................
2. Do que depende a verdadeira felicidade?.................................................................................................
Assim se conclui que toda imperfeição é causa de.....................................................................................................Toda qualidade............................................................................................................................................................
3. É fácil compreender a lei da justiça?............................................................................Cada imperfeição
corresponde a.............................................................................................................................como toda qualidade boa a ..........................................................................................................................................................................
4.. O que se pode deduzir da lei do progresso?............................................................................................
Deus abandona seus filhos?................... Seus méritos são justificados por ..............................................................
5. Há um lugar circunscrito onde a alma traz consigo o próprio castigo ou prêmio? ............................. portanto, o inferno está onde existe.................. e o céu igualmente onde houver..................................................
6. Já aprendemos que o bem ou o mal que faremos decorrem das qualidades que possuímos. Não fazer o quando podemos é ................................................................... Toda imperfeição é fonte de sofrimento?................... assim que o espírito sofre por ............................................................................... e pelo ....................................................................................................................................................................................
7. Que ensinamento pode tirar o espírito que sofre pelo mal que fez..........................................................
8. Algo pode sonegar-se à justiça de Deus?..........................assim o mal e o bem são .............................................. não havendo uma .................ou um pensamento mau que .................... como não há uma única ação..............................................................................................................................................
9.Toda falta cometida, todo o mal realizado......................................................................se não for numa....................................................... Aquele que quitou a dívida poderá pagar uma segunda vez? ..................
10. Por que o espírito sofre............................................................................................................. As misérias, e as vicissitudes decorrem do que mesmo?.................................................................................................
11.Do que fatores decorrem a expiação?......................................................................................................
12. Não havendo uma regra absoluta quanto a natureza e duração do castigo. Qual a lei geral?..........................................................................................................................................................................
13. Do que depende o término do sofrimento do espírito?........................................................................... O que Deus exige por termo do sofrimento?..............................................................................................................
Assim sendo o espírito é árbitro do seu próprio destino, portanto, poderá ................................................................
14. A que se deve essa suposição da eternidade das penas?...........................................................
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