SENHOR JESUS:
Nesta manhã radiosa desse novo alvorecer, saio de casa apressado a confessar mais uma vez, muito embora o Senhor já saiba de minhas tentativas frustradas de ser bom e generoso, mas por misericórdia, favoreça-me, porque ainda não sou o espírita cristão que preciso ser:
Que perdoe setenta vezes sete vezes;
Que ofereça a face esquerda a quem me fira na direita;
Que ore pelos que me perseguem e caluniam;
Que empreste sem nada esperar em troca;
Que ame os meus supostos inimigos;
Que faça bem aos que me queiram mal.
Que ande duas milhas com aquele que me pede para andar uma.
Que faça o bem sem ostentação.
Que visite as prisões
Que assista aos enfermos
Que ame o próximo como a mim mesmo
Que ame a Deus sobre todas as coisas.
Mas simplesmente rogar que ilumine a minha mente e o meu coração para que possa, pelos menos, estender a mão aos outros seus tutelados que sofrem, favorecendo-os com gestos pequeninos, porque não tenho envergadura moral para os grandes cometimentos, mas... Por isso imploro somente a possibilidade de:
Estender um pedaço de pão a quem tem fome, ainda daquele pedaço que me falte;
Vestir o desnudo com aquela peça de vestuário de que goste do meu guarda-roupa;
Visitar o doente sem amparo, ainda que tenha que andar mais uma milha;
Oferecer um prato de alimento a quem pede, mesmo que o sacie somente por uma hora.
Enxugar as lágrimas de um dos filhos amados de Deus que seja uma única vez;
Escutar pacientemente o próximo mais próximo em crise de sofrimento.
Doar daqueles bens de pequeno valor, mesmo contrariando o apego do coração.
Servir sem pedir atestado de conduta a ninguém, mas pelo dever de servir.
Saudar aquele desconhecido, até mesmo os ditos ingratos e os maus.
Perdoar aquela pessoa que mais me tenha amado.
Entender que quintal do vizinho também é importante porque faz parte de minha casa.
Dividir bem as férias, um pouco de descanso, outro ajudando o próximo.
Não carregar mágoas ou ressentimentos em meu coração por ofensas pequeninas;
Não desejar vingança por quem me fira, nem alegrias pelo mal que lhe aconteça.
Não esquecer nunca de uma prece de gratidão pelo dia ou pela noite transcorridos.
Inventariar as ações de cada dia, o bem a realizar e o mal a evitar.
Como também já estou consciente que não vou resolver os problemas do mundo, mas gostaria de oferecer o meu pequeno gesto de solidariedade aqueles outros menos afortunados, porque inspirado neles posso até ser melhor no futuro, pois que justamente estes que me ensinaram as lições mais verdadeiras em toda a minha vida, como também estou convencido, que sem o próximo não se caminha, por isso, favoreça-me com o seu amor misericordioso para jamais desistir de ser útil mesmo nas coisas pequeninas.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
CONSCIÊNCIA DE CULPA
Um amigo de longa data, afirma que ouviu um relato interessante de um oficial da reserva do Exército, que lhe contara a seguinte história: Quando de sua primeira promoção em sua vida na caserna, parece que aquele sonho de autoridade subiu-lhe a cabeça, por um motivo banal, acabou dando um murro no peito de um soldado recruta. O soldado muito simples, não revidou a agressão recebida, no entanto, o ex-oficial percebeu que duas grossas lágrimas correram pela face daquele jovem soldado.
Fechou-se aquele episódio de triste lembrança.
O soldado seguiu o seu destino, melhor dizendo, desapareceu nas brumas daquele passado distante.
Os dias correram implacáveis na esteira infinita do tempo.
Muitas coisas mudaram, o militar ascendeu a postos mais altos, constituiu família, muitos amigos, alguns desafetos, acompanharam-no na marcha.
Dever cumprido, a reforma por recompensa aos serviços prestados, como se fala no jargão militar, “vestiu o pijama.”
Cerraram-se as cortinas de mais uma etapa de sua caminhada.
Algo, todavia não mudou em sua retina, pois que aquela imagem continuamente repedida através de tantos anos passados, sempre registra
a mesma cena, repetida, sempre igual.
Na sua consciência profunda ficou gravado aquele acontecimento, mais precisamente aquela cena que o tortura.
- Conta ele, que se já passaram quarenta e cinco anos, mas não conseguiu tirar aquela imagem de agressão de sua mente, até os dias de hoje.
Assim, para uma melhor elucidação, vale concluir que:
Na vida espiritual é a mesma coisa. Aquelas atitudes que tomamos e feriram a próximo também ficam gravadas na consciência de cada um, e como na consciência estão inscritas as leis de Deus, ninguém poderá alegar ignorância, além de que fala o Apóstolo dos Gentios, que ao nosso derredor “há uma multidão de testemunhas”.
Segundo os estudiosos da Doutrina Espírita a consciência de culpa é um dos problemas mais aflitivos para o espírito desencarnado também.
Daí a reencarnação ser a alternativa mais importante para aqueles que se debatem com problemas decorrentes da consciência de culpa, porque durante a reencarnação o espírito temporariamente esquece as suas mazelas do passado, e muitas vezes diante de um programa proposto pelo próprio interessado, ou pela espiritualidade superior, recomeça uma nova etapa de sua caminhada, objetivando sanar esses desequilíbrios emotivos.
Muitas vezes reencarna com as mesmas criaturas a quem lesara em encarnações anteriores, a fim de que a reconciliação seja possível, por isso, muitos casos familiares de difícil relacionamento, na maioria das vezes decorrem dessas desavenças do passado, e a reencarnação surgem por terapia saneadora, a fim de que cada um possa quitar-se diante das leis da vida, como também estabelecer novos rumos a sua marcha progressiva, com vista a um futuro mais venturoso.
Algumas pessoas sem atinar no que falam, deploram a vida que levam, não sabendo que essa é a grande oportunidade de resolver situações intrincadas de sua trajetória evolutiva, por isso, é importante que cada um tenha essa coragem de encarar seus problemas, sem jamais reclamar das dificuldades porque passam. Pode acontecer que esteja pagamento a prestação a dívida que contraíra no passado, porque não teria condições morais de pagar de uma única feita.
O candidato ao trabalho renovador deve encarar a vida que presentemente está vivendo, na maioria das vezes, como decorrente da própria escolha que fizera antes de renascer, decisão esta que fora feita com conhecimento de causa, com vista a sanar o reflexo das grandes dores da alma, que ainda subsiste no seu psiquismo mais profundo, e que se constituem por obstáculo para que possa ascender a um mundo mais feliz.
Assim que tudo deve fazer para promover o bem e evitar o mal, porque sempre terá daquilo que se fizer merecedor. Ninguém dispõe de privilégios especiais, nem algo que não mereça, por isso é fundamental ter esse espírito de aceitação diante de fatos que não vê como mudar e naturamente lutar com todas as forças para mudar o possível.
Lembre-se, por fim, que a presente reencarnação é a sua maior e melhor oportunidade para construir um mundo mais venturoso para si e para aqueles que o cercam, portanto, não perca um segundo sequer. Viva e promova o bem por onde passe, que nunca terá do que se arrepender.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
COMUNICAÇÃO ENTRE OS ESPÍRITOS E NÓS
A Bíblia Sagrada está repleta de exemplos de comunicações vindas do mundo espiritual e registradas pelos médiuns de então, que eram conhecidos por “profetas” e “videntes”. Para não nos alongarmos em extensa relação dessas comunicações, citaremos apenas duas: Evangelho de Mateus, (17: 1-8) onde encontramos a gloriosa passagem da transfiguração de Jesus acompanhado de Pedro, Tiago e João, ao encontrar-se com os Espíritos de Elias e de Moisés, materializados, e a conversa entre Samuel e Saul descrita no primeiro livro de Samuel (28:15-20).
Para as pessoas e as religiões que condenam o contato entre os Espíritos dos que viveram na matéria e os que ainda vivem, baseados na proibição de Moisés (que tinha lá seus motivos) essa passagem de Mateus citada acima aparece como a autorização de Jesus, anulando a proibição de Moisés, pois Moisés proibiu e o Mestre querido liberou, comunicando-se diretamente com o famoso legislador.
A literatura dos povos antigos traz em abundância referências a esse intercâmbio espiritual, isto é, à comunicação entre os dois mundos: o espiritual e o material, como visto nos iniciados nos mistérios do Egito ao cultuarem Isis e Osiris, nos hebreus que tinham na Cabala as instruções de como entabular conversações com os Espíritos.
O grande estudioso dos fenômenos psíquicos, Ernesto Bozzano, na década de 1920, em sua refinada obra “Povos Primitivos e Manifestações Supranormais” reúne uma série de casos reconhecidamente selecionados e documentados acerca de manifestações consideradas supranormais entre os atuais povos primitivos selvagens e não selvagens envolvendo até mesmo a comunicação espiritual entre vivos.
Em meados do Século XIX, Allan Kardec em “O Livro dos Espíritos” indagou aos benfeitores espirituais que ditaram a formosa Doutrina Espírita, como se comunicam entre si os Espíritos, e teve a explicação que:
Eles se veem e se compreendem. A palavra é material: é o reflexo do Espírito.
O fluido universal estabelece entre eles constante comunicação; é o veículo da transmissão de seus pensamentos, como, para vós, o ar o é do som.
É uma espécie de telégrafo universal, que liga todos os mundos e permite que os Espíritos se correspondam de um mundo a outro.
Prosseguindo seus estudos Kardec ponderou ser natural que entre os que se ocupam com o Espiritismo, o desejo de poderem por-se em comunicação com os Espíritos e com o auxílio dos imortais propôs um encadeamento lógico em que, se se demonstrasse verdadeiro, confirmaria as argumentações dos que achavam impossível tal comunicação:
1º que o ser pensante, que existe em nós durante a vida, não mais pensa depois da morte;
2º que, se continua a pensar, está inibido de pensar naqueles a quem amou;
3º que, se pensa nestes, não cogita de se comunicar com eles;
4º que, podendo estar em toda parte, não pode estar ao nosso lado;
5º que, podendo estar ao nosso lado, não pode comunicar-se conosco;
6º que não pode, por meio do seu envoltório fluídico, atuar sobre a matéria inerte;
7º que, sendo-lhe possível atuar sobre a matéria inerte, não pode atuar sobre um ser animado;
8º que, tendo a possibilidade de atuar sobre um ser animado, não lhe pode dirigir a mão para fazê-lo escrever;
9º que, podendo fazê-lo escrever, não lhe pode responder às perguntas, nem lhe transmitir seus pensamentos.
E concluiu que “quando os adversários do Espiritismo nos provarem que isto é impossível, mostrando razões tão firmes quais a com que Galileu demonstrou que não é o Sol que gira em torno da Terra, só então poder-se-ia considerar-lhes fundadas as dúvidas. Coisa que não ocorreu até os dias de hoje.”.
Voltando aos estudos Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, nas questões 133 e seguintes, recebe a classificação por natureza das comunicações em quatro tipos principais:
a) As comunicações grosseiras, “que chocam o decoro e provêm de Espíritos de baixa evolução; comunicações acordemente com o caráter dos Espíritos, elas serão triviais, ignóbeis, obscenas, insolentes, arrogantes, malévolas e mesmo ímpias.”.
b) As comunicações frívolas, “que emanam de Espíritos levianos, zombeteiros, ou brincalhões, antes maliciosos do que maus, e que nenhuma importância ligam ao que dizem... Em torno de nós pululam os Espíritos levianos, que de todas as ocasiões aproveitam para se intrometerem nas comunicações. A verdade é o que menos os preocupa; daí o maligno encanto que acham em mistificar os que têm a fraqueza e mesmo a presunção de neles crer sob palavra.”.
c) As comunicações sérias são ponderosas quanto ao assunto e elevadas quanto à forma. Toda comunicação que, isenta de frivolidade e de grosseria, objetiva um fim útil, ainda que de caráter particular, é, por esse simples fato, uma comunicação séria.
d) As Comunicações instrutivas são as comunicações sérias cujo principal objeto consiste num ensinamento qualquer, dado pelos Espíritos, sobre as ciências, a moral, a filosofia, etc. São mais ou menos profundas, conforme o grau de elevação e de desmaterialização do Espírito.
Como podemos observar, os Espíritos produzem inúmeros tipos de comunicações, exprimindo-se de várias maneiras, dependendo da afinidade, da sintonia, do tipo de mediunidade a sua disposição pelos médiuns em trabalho mediúnico.
Podem usar a psicofonia, falando através do médium, podem falar diretamente na presença de médiuns de efeitos físicos sem usar o aparelho mediúnico, podem escrever diretamente sem usar o corpo do médium, que também seria de efeitos físicos, podem escrever pelos médiuns usando a psicografia, podem desenhar, cantar, tocar instrumentos e tantas outras formas de contatos mediúnicos.
Que surpresa e que consolo e alegria maiores de uma mãe chorosa pela falta do filho querido, descobrir, através da comunicação dele mesmo, que ela não o perdeu, que ele não está morto, que permanece vivo e pode mesmo estar junto a ela, que vai esperá-la no momento de seu retorno ao mundo real, ao mundo permanente, ao mundo espiritual.
Com os esclarecimentos da Doutrina Espírita e com os ensinamentos de Jesus, nosso Senhor, que nos pedem para dar de graça o que de graça recebemos; que façamos ao próximo tudo aquilo que gostaríamos que nos fizessem; que devolvamos o bem para qualquer mal recebido; que vigiemos e oremos por aqueles que nos perseguem e caluniam, podemos tranquilamente ajudar e sermos ajudados pelos amigos espirituais fazendo bom proveito das comunicações entre os planos material e espiritual.
Crispim.
Referências bibliográficas:
A Bíblia Sagrada.
O Livro dos Espíritos. Allan Kardec
O Livro dos Médiuns. Allan Kardec
Povos Primitivos e Manifestações Supranormais. Ernesto Bozzano
MINHA MÃE QUERIDA
Muitas vezes questiona as minhas mensagens genéricas. Sabes que sou eu, mas gostaria de receber coisas mais especificas.
O que posso te dizer que não há como ficar esmiuçando o que não tem importância. O passado não existe mais. O dia de hoje é uma bênção sagrada, e o futuro é a colheita das ações e pensamentos que se cultiva hoje.
Pedes a Nosso Senhor Jesus Cristo a força necessária para progredires na caminhada, que te parece toa extensa nesta vida. Recebes incessantemente o auxilio. Mas para onde vais? O que tens feito do teu tempo? Vives em uma existência de conforto material para que pudesse cumprir tuas missões, e pouco ou quase nada andas progredindo, presa a uma dor que nunca vai passar se você não deixar ela passar. Sabes que estou vivo, sente muitas vezes minha presença, mas não se conforma de não me ver, ou tocar, ou saber como eu estaria se estivesse no corpo de carne. Para quê? Por quê? Não se prenda aos fantasmas dos sentimentos que corroem o coração e a alma.
A busca de melhoria exterior e interior inicia-se na vontade! É ela que vai ser a mola propulsora de qualquer transformação.!
Em seus sentimentos confusos, busque ajuda, não perpetue o que não é necessário. A vida mãe é breve! A Terra é escola dadivosa em que o bom aluno aproveita todas as lições para aprender, crescer, melhorar e evoluir!
Não percas tempo dentro do tempo já perdido. Todos precisam se movimentar internamente, para ter valido a pena a dor causada pela minha ausência física, mas estou presente e vivo!
Fala pro grandão que amo demais aquele cara, e para ele tomar jeito e se cuidar. Mas fale com aquele amor e brandura, aquele que você sempre dedicou a mim!
E amo hoje e sempre.
Seu Montanha.
Mensagem recebida médium Viviane Freitas em 23/05/12. C. Grande/MS.
NINGUEM ESTÁ DESAMPARADO
Quando alguém para no caminho alegando cansaço, inevitavelmente suas forças abandonam o desejo de lutar diante das dificuldades de atender os apelos da própria vida!
Cada um de nós é ferramenta pronta para desempenhar uma tarefa de caridade, onde, alcançamos voos mais altos, diferenciando a nossa oportunidade de servir...
A vida é difícil... E cada um de nós carrega consigo cargas de aflições e sofrimento, aumentando consideravelmente a nossa capacidade de servir.
Em nenhum momento nós estamos desamparados do amor de Deus e nossas forças se renovam quando aceitamos as condições que nos são oferecidas para a sustentação de nossos passos em direção das causas espirituais que abraçamos nos momentos de dificuldades que testa a nossa esperança ora comprometida pela desigualdade social em que nos encontramos, distantes das margens que norteiam a segurança de cada um.
Acontece que nem sempre ficamos indefinidamente parados. Diante de nós se abre a perspectiva de um novo recomeço e consequentemente começamos a revisar as oportunidades de trabalho, orando ao despertar desse dia que traz o benefício da esperança, fazendo crer que podemos vencer as dificuldades do caminho, lembrando que Jesus foi carregado até o calvário para ser crucificado em nossa defesa, mesmo quando estamos caídos nas margens que não indicam mais o caminho da volta.
Somos filhos de Deus e cada um de nós deve permitir-se crer que a verdade é uma espécie de luz que vem clarear a nossa mente, demonstrando que é possível levantar-se do chão e caminhar novamente sob o sol da esperança, vencendo a dor e o sacrifício até finalizar a tarefa que Deus aceitou entregar a cada um de nós em memória de nossa própria existência.
Ezequiel
Mensagem psicografada pelo médium João de Deus, em 16/02/2012, Grupo Espírita da Prece, C. Grande/MS.
ZAQUEU, O RICO DE HUMILDADE
“Zaqueu adquiria, com vitória em hasta pública, o direito à arrecadação dos impostos, em Jericó, e com eles a herança amaldiçoada que os acompanhava".
Residindo em suntuoso palacete, amealhara alto cabedal de moedas, adornara o reduto doméstico com obras de arte vindas de muitos países e se cercara de luxo, de modo a encher de bens externos o vazio do coração, por saber-se detestado por toda a cidade (...)
Quanto possível procurava dissipar as nuvens carregadas de malquerença e animosidade que lhe sombreavam os dias.
Tentativas e tentativas, porém, redundavam inúteis.
Redobrava esforços e o descoroçoamento era desanimador.
Escutava, algo irritado, as ameaças escapadas entre dentes, daqueles que se viam obrigados a liberar-se do infame dever de pagar o tributo a César, através dele...
De estatura baixa, o que lhe somava mais aflição às angústias, e gordo, Zaqueu era o espécime vivo característico da idiossincrasia da cidade. (...)
Zaqueu ouvira falar de Jesus.
As notícias que lhe chegaram aos ouvidos mais pareciam uma mensagem de amor, cantando esperanças. Parecia-lhe irreal que alguém pudesse amar tanto. Também ele tinha sede de amor. Ansiava por afeição, amigos... Faziam-lhe falta as orquestrações sonoras da amizade, os largos sorrisos do entendimento e da compreensão.
A informação que Ele comia com pecadores e até palestrava com publicanos, fê-lo chorar interiormente. E as lágrimas aljofraram mais fortes, quando seus auxiliares, na alfândega, disseram, com segurança, que entre os que O seguiam com ardor, um havia, publicano, também, que Ele arrancara de uma Coletoria...
Admirado e afeto empolgaram Zaqueu por aquele Desconhecido!
Às vezes, meditando, anelava vê-lO, ouvi-lO, conversar com Ele. No imo acreditava que Ele fosse o Messias (...)
Em pleno março do ano 30, em certo entardecer, Jericó tomara aspecto festivo. Desde há alguns dias, a cidade hospedava peregrinos que demandavam a Páscoa, que seria celebrada com toda a pompa, em Jerusalém.
No entanto, àquela tarde, o movimento era inusitado. (...)
O tumulto se fazia natural na algavia desordenada a que todos se entregavam, quando alguém gritou com voz estertorada: Eis que o Rabi Galileu se aproxima e logo mais chegará à cidade.
Houve uma explosão emocional na alma de Zaqueu. Mal se podia conter.
O esperado chegava!
Este era o seu momento; o mais precioso momento da sua vida (...).
Sôfrego, com o suor álgido a escorrer em bagas pôs-se a correr, - perdendo até a postura de dignidade que a si mesmo se impunha, - seguiu correndo na direção da porta da cidade. (...).
Agoniado, sob o domínio de mil inquietações, de relance, - sabendo-se impossibilitado de vislumbrá-lO seque, pois que, baixo, não podia olhá-lO, obstaculado pelos que se postavam à frente, à orla da estrada, e detestado, não encontraria quem lhe cedesse lugar, - enxergou velho e vetusto sicômoro de fácil acesso, e desgalhado por sobre o caminho. (...).
O publicano não titubeou. Avançou, resoluto, e galgou a árvore.
Viu o Mestre, sereno, que avançava, acompanhado pelo povo.
Gritos e exclamações espocavam em ovação ao estranho Caminhante, que parecia envolto em diáfana claridade...
Zaqueu deixou que a voz estrangulada na garganta irrompesse cristalina e, sem o perceber, uniu-se ao entusiasmo geral, tocado de entusiasmo também.
Como era belo o Rabi! Jamais vira beleza igual àquela, cheia de majestade e transparência!
O Senhor estacou o passo junto ao sicômoro e fitou Zaqueu.
Foi rápido; no entanto, naquele momento, toda a vida do cobrador de impostos lhe perpassou fulminante pela tela do pensamento.
Reviu-se...
“Zaqueu, - falou o Visitante Sublime – desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa”.
Não podia ser verdade. Sonhava! Zumbido forte nos ouvidos e torpor na mente dominavam-no. “Desce depressa” gritava-lhe firme o espírito. (...)
Rompeu o torpor e demandou o lar. Era indispensável preparar a recepção.
As lágrimas desatavam nos seus olhos cansados e o coração estuava, após tão longa solidão. A esposa, a ele abraçada, chorava, também, (...)
À porta da casa, com a família reunida, emocionado, Zaqueu aguarda.
Teme, porém, que o Rabi não lhe adentre o lar.
Não se sente digno de hospedá-lO , mas tudo daria para receber tal honra.
- Senhor! – exclama alguém. – pernoitarás na casa desse publicano?... (...)
“Senhor, - tartamudeia o arrecadador de taxas – eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado! Entra na minha casa”!
Não pôde continuar, pois que, lívido e afásico, momentaneamente, foi dominado por inexplicável comoção.
Jesus sorriu, um riso leve e bom como um hausto de amor.
“Hoje – disse suave – veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. (...)
Zaqueu se apequenou e engrandeceu-se.
Submeteu-se à humilhação, glorificando-se na humildade.
“Contam narradores de eventos evangélicos, que transcorridos muitos anos após a epopeia da Cruz por solicitação de Simão Pedro, a antigo publicano foi dirigir florescente igreja cristã em terras de Cesárea, rico de amor e humildade, dirigido por Jesus...”
(Amélia Rodrigues, Primícias do reino, 5. Ed., p. 143 – 149).
DEZ REGRAS DE SAÚDE
1. Guarde o coração em paz à frente de todas as situações e de todas as coisas. Todos os patrimônios da vida pertencem a Deus.
2. Apoie-se no dever rigorosamente cumprido. Não há equilíbrio físico sem harmonia espiritual.
3. Cultive o hábito da oração. A prece é luz na defesa do corpo e da alma.
4. Ocupe o seu tempo disponível com o trabalho proveitoso, sem esquecer o descanso imprescindível ao justo refazimento. A sugestão das trevas chega até anos pela hora vazia.
5. Estude sempre. A renovação das ideias favorece a evolução do espírito.
6. Evite a cólera. Enraivecer-se é animalizar-se, caindo nas sombras de baixo nível.
7. Fuja a maledicência. O lodo agitado atinge a quem o revolve.
8. Sempre que possível, respire a longos haustos e não olvide o banho diário, ainda que ligeiro. O ar puro é precioso alimento e o banho revigora energias.
9. Coma pouco. A criatura sensata come para viver, enquanto a criatura imprudente vive para comer.
10. Use a paciência e o perdão infatigavelmente. Todos nós temos sido caridosamente tolerados pela Bondade Divina milhões de vezes, e a conservar o coração no vinagre da intolerância é provocar queda na morte inútil.
André Luiz
Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier.
ABENÇOEMOS SEMPRE
Aquele que talvez consideres por inimigo unicamente porque te não pode satisfazer as reclamações será provavelmente uma criatura impressionada por exigências que nunca te abordaram as áreas de ação.
O companheiro que se te afigura viciado, em vista dos lábios infelizes a que se afeiçoa, até que se projetasse na sombra, terá sofrido tribulações para a travessia dos quais é possível não disponhas ainda nem mesmo da metade de forças.
O irmão que alijou a carga de compromisso que lhe competia, em meio da estrada na qual jornadeias, haverá aguentado, no mais íntimo da própria alma, provas e conflitos, que provavelmente até agora não conseguiste imaginar.
O amigo que se fez menos estimável, à face do desespero a que se entregou, até que isso acontecesse, terá suportado empeços e sacrifícios, que não pudeste perceber, até hoje em momento algum.
A irmã que desistiu das obrigações a que se entrosava até o instante de semelhante deliberação, haverá tolerado angustias das quais é possível jamais tenhas sofrido a mais ligeira mostra do coração.
Abstenhamo-nos de julgar. Nosso ponto de vista, antes os problemas dos outros, na maioria das vezes, pode ser apenas impertinência, descaridade, leviandade, contrição.
Deixa que o amor te enriqueça e te ilumine o espírito de justiça.
Diante daqueles que te pareçam caídos, silencias quando não possas auxiliar. Recorda que todos eles são igualmente nossos irmãos. E já que não sabemos até quando e até onde conseguiremos assegurar a própria resistência, à frente das tentações, saibamos entregar as dificuldades alheias a Bondade de Deus, cuja misericórdia cuidará delas, tanto quanto cuida e cuidará também das nossas.
Emmanuel
Do livro “Paz e Renovação” , de Francisco Cândido Xavier.
CASAMENTO E COMPANHEIRISMO O resultado natural do amor entre pessoas de sexos diferentes é o casamento, quando se tem por meta a comunhão física, o desenvolvimento da emoção psíquica, o relacionamento gerador da família e o companheirismo.
O matrimônio representa um estágio de alto desenvolvimento do Self, quando se reveste de respeito e consideração pelo cônjuge, firmando-se na fidelidade e nos compromissos de camaradagem em qualquer estágio da união que se vincula, reciprocamente, um ao outro ser...
.... o casamento consolida os vínculos do amor natural e responsável, que se volta para a construção da família, essa admirável célula básica da humanidade.
O lar é, ainda, o santuário do amor, no qual, as criaturas se harmonizam e se completam, dinamizando os compromissos que se desdobram em realizações que dignificam a sociedade.
Por isso, quando o egoísmo derruba os vínculos do matrimônio por necessidades sexuais de variação, ou porque houve um processo de saturação de relacionamento, havendo filhos, gera-se um grave problema para o grupo social, não menor de que em relação a si mesmo, assim como àquele que fica rejeitado...
Certamente, nem todos os dias de convivência matrimonial serão festivos, mas isso ocorre em todos os campos do comportamento.
Aquilo que hoje tem um grande sentido e desperta prazer, amanhã, provavelmente, se torna maçante, desagradável. Nesse momento, a amizade assume o seu lugar, amenizando o conflito e proporcionando o companheirismo agradável e benéfico, que refaz a comunhão, sustentando a afeição.
Em verdade, o que mantém o matrimonia não é o prazer sexual, sempre fugidio, mesmo quando inspirado pelo amor, mas a amizade, que responde pelo intercâmbio emocional através do dialogo, do interesse nas realizações do outro, na convivência compensadora, na alegria de sentir-se útil e estimado.....
O matrimonio, fomentando o companheirismo, permite a plenificação do par, que passa a compreender a grandeza das emoções profundas e realizadoras, administrando as dificuldades que surgem, prosseguindo com a segurança e otimismo.....
É claro que o casamento não impõe um compromisso irreversível, o que seria terrivelmente perturbador e imoral, em razão de todos os desafios que apresenta, os quais deixam muitas sequelas, quando não necessariamente diluídos pela compreensão e pela afetividade.
Todo compromisso afetivo, que envolve dois indivíduos, torna-se de magna importância para o comportamento psicológico de ambos. Rupturas abruptas, cenas agressivas, atitudes levianas e vulgaridade geral Lesões na alma da vítima, assim como naquele que as assume.
Joanna de Ângelis
Do livro “Amor, Imbatível Amor,” psicografia de Divaldo Pereira Franco, Ed. Leal
MEU LAR
Eu não sei o que é tristeza,
Acredito e tenho fé,
Confesso, eu sou devoto,
De Jesus de Nazaré.
Querendo subir na vida,
E bom aprender descer,
Se você fizer asneira,
Logo vai se arrepender.
Quem na vida tem de tudo,
Lembre-se de que não tem
Ser Cristão é ser fraterno,
É amar, é querer bem.
Sempre que saio de casa,
Não me esqueço de rezar,
Rogo a Deus, a Jesus Cristo,
Para me abençoar.
Se já fiz muito favores,
Não lembro e não sei dizer,
Mas já plantei muitas flores,
Hoje estão a florescer.
O meu Lar é meu tesouro,
Nada mais quero sonhar,
O Jardim dos meus amores,
Sou feliz pelo meu lar.
Um Espírito Amigo.
Psicografia Eliézer Costa Sobrinho
A PEDAGOGIA DE JESUS
O pensamento pedagógico, orientador dos processos educacionais superiores, resulta da reflexão sobre os problemas da educação. Jesus não era um educador no sentido comum da palavra. Não possuía, como homem, nenhum experiência educativa. Sua profissão era a do pai, segundo a tradição familiar: carpinteiro. Deixando de lado os problemas referentes à sua origem e natureza divinas e encarando humanamente os fatos poderíamos falar numa Pedagogia de Jesus?
A História nos mostra o aparecimento de gênios que superaram por si mesmos as deficiências de sua formação cultural e deram lições aos mestres qualificados. Esse é um capítulo que constitui verdadeiro mistério da Ontogênese, a ciência que trata da formação dos seres. Mas no Espiritismo o problema se esclarece facilmente com a lei da reencarnação. Esta lei nos explica que os espíritos se encarnam em diferentes graus de evolução, o que por sua vez explica as vocações que superam o meio cultural em que nascem certas criaturas e consequentemente resolve o problema da genialidade.
O que revela a existência de um pensamento pedagógico na orientação educacional dada por um mestre não são os seus títulos, são as coordenadas e a estrutura do seu ensino. Toda pedagogia se funda numa filosofia. No caso de Jesus a filosofia básica é a dos Evangelhos. Essa filosofia, que é a própria essência do Cristianismo, fornece a Jesus as diretrizes e dela resulta o reconhecimento, já largamente efetuado no plano pedagógico, de uma verdadeira Pedagogia de Jesus.
Francisco Arroyo, em sua monumental "História Geral da Pedagogia", sustenta o seguinte: "Com o Cristianismo aparece um novo tipo histórico de educação. –– Jesus é o modelo perfeito do mestre cristão. Clemente de Alexandria chama-o de Pedagogo da Humanidade". O mesmo autor nos fornece esta breve mas expressiva lista de obras a respeito: "Cristo como mestre e educador, de S. Raue, Berlim, 1902; "Didática de Cristo", Metzler, publicado em Kempton, 1908; "Jesus, educador de seus apóstolos", G. Delbrel, Paris, 1916".
Os historiadores da Educação e da Pedagogia, entre os quais Monroe, Hubert, Luzuriaga, Marrou, Riboulet, Messer, Bonatelli, todos reconhecem a existência de uma Pedagogia de Jesus que deu origem às várias formas da Pedagogia Cristã, nascida, como nota Arroyo, entre as formas pedagógicas da Humanitas latina e da Paidéia grega. Não se trata, pois, de uma novidade ou de um problema controverso, mas de assunto pacífico no campo pedagógico.
J. Herculano Pires
Pedagogia Espírita, Edição EDICEL.
Já superou mais um obstáculo, outros surgirão como empecilhos a sua realização maior, mas como acalenta no coração sonhos enobrecidos, deve também considerar que esses pequenos percalços sempre existiram na vida de qualquer um, especialmente naqueles que lutaram pelas grandes causas, com discernimento e bom senso lute para o bem de outros. Áulus
Nunca é tarde para começar o trabalho em favor do próximo, a rigor é preciso estar disposto a recomeçar até na hora da morte. É melhor que aproveite uma migalha de tempo, do que não o faça. É melhor perder pelo menos tentando acertar, do que jamais haver tentado coisa alguma. Por isso, siga em frente, mas tentando porque também é certo que um dia conseguirá alcançar o seu grande objetivo. Áulus.
TRÊS COISAS
Três verbos existem que, bem conjugados, serão lâmpadas luminosas em nosso caminho – Aprender, Servir e Cooperar.
Três atitudes exigem muita atenção – Analisar, Reprovar e Reclamar.
De três normas de conduta jamais nos arrependeremos – Auxiliar com a intenção do bem, Silenciar e Pronunciar frases de bondade e estímulo.
Três diretrizes manter-nos-ão, invariavelmente, em rumo certo – Ajudar sem distinção, Esquecer todo o mal e Trabalhar sempre.
Três posições devemos evitar em todas as circunstâncias – Maldizer, Condenar e Destruir.
Possuímos três valores que, depois de perdidos, jamais serão recuperados – A hora que passa, A oportunidade e A palavra falada.
Três programas sublimes se desdobram à nossa frente, revelando-nos a glória da Vida Superior – Amor, Humildade e Bom ânimo.
Que o Senhor nos ajude, pois, em nossas necessidades, a seguir sempre três abençoadas regras de salvação – Corrigir em nós o que nos desagrada em outras pessoas. Amparar-nos mutuamente. Amar-nos uns aos outros.
Pensamentos de Chico Xavier.
RESPOSTA SIMPLES
Diante dos próprios conflitos, não tente beber ou dopar-se, buscando fugir da própria mente, porque de toda ausência indébita você voltará aos estragos ou necessidades que haja criado no mundo íntimo, a fim de saná-los.
Lembre-se de que você é um espírito eterno e se você dispõe da paz da consciência estará sempre inatingível a qualquer injúria ou perturbação.
André Luiz
Do livro “Coragem”, de Francisco Cândido Xavier.
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